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CAPÍTULO III MARGENS EXTENSIVA, INTENSIVA E ÍNDICES 22

III. 5 Índice de Quantidade 34

O índice de quantidade completa o índice de preços na determinação da margem intensiva.

Os resultados de índice de quantidade, ao se considerar todos os setores, demonstram uma superioridade do volume das exportações chinesas em relação aos outros dois países, tendo um intenso crescimento a partir de 2001, com crescimento médio de 1% até esse ano e 2,3%8 a partir dele. Tanto o México como o Brasil mantiveram um índice de quantidade relativamente estável durante o período, com médias de 11% e 1% respectivamente. O gráfico a seguir mostra como se comportou esse índice durante o período, para todos os setores.

8

3,1% se não considerarmos a queda ocorrida em 2008.

0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000 1,200 1,400 1,600

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Gráfico 21

Índice de Quantidade Agregado.

Nos produtos primários, o México apresentou um índice de quantidade significativamente superior ao outros dois países. A China manteve um índice relativamente constante, variando entre 1% e 2%. O Brasil também teve um resultado relativamente constante durante a maior parte do período, com um “pico” no ano de 1998. Excetuando esse ano, o IQ do Brasil manteve-se em 2% aproximadamente.

Os índices de quantidade de todos os países, nos produtos primários, foram fortemente influenciados pelas oscilações no setor de combustíveis minerais, principalmente no México. É interessante notar que a China teve um grande crescimento no índice de quantidade do setor de comidas e animais vivos, triplicando o índice do início para o final do período, de 4% para 12%. O México teve um forte crescimento no setor de bebidas e tabaco, saindo de um índice de quantidade de 17% em 1996, e atingindo 30% em 2008. No Brasil, o “pico” de 1998 teve origem no setor de combustíveis minerais. O crescimento do setor de materiais brutos também contribuiu para o aumento do índice de quantidade do Brasil nos produtos primários de 2% para 2,7%.

O gráfico a seguir mostra como se comportou o índice de quantidade, somente para os produtos primários.

0,000 0,050 0,100 0,150 0,200 0,250 0,300 0,350 0,400

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Gráfico 22

Índice de quantidade dos produtos primários.

Como era de se esperar, o índice de quantidade para os produtos manufaturados teve um padrão muito semelhante ao geral. A China demonstrou um crescimento ao longo do período, intensificando-o a partir de 2001. O México e o Brasil mantiveram um índice relativamente constante ao longo do período, com médias muito semelhantes as dos resultados gerais.

No índice de quantidade do Brasil para os produtos manufaturados, o setor que teve maior contribuição para a formação desse índice foi o de máquinas e equipamentos de transporte, também demonstrando ser influenciado pelas grandes oscilações do setor de bens intermediários. Para as exportações chinesas, todos os setores mostram um aumento no índice de quantidade, principalmente o setor de máquinas e equipamentos para transporte. No México, esse mesmo setor de máquinas e equipamentos de transporte foi o que mais afetou o IQ dos produtos manufaturados no geral

O gráfico a seguir mostra como se comportou o índice de quantidade, somente para os produtos manufaturados.

0,000 0,020 0,040 0,060 0,080 0,100 0,120 0,140 0,160

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Gráfico 23

Índice de quantidade dos produtos manufaturados.

Pode-se perceber a semelhança do padrão do índice de quantidade e da margem intensiva. Ao se comparar a margem intensiva geral da China, com o índice de quantidade do mesmo, percebe-se que devido ao baixo índice de preços, seu índice de quantidade eleva-se bastante em relação a MI. Com o México, ocorre o inverso, pois devido ao alto índice de preços de seus produtos, seu índice de quantidade contribuiu negativamente para a MI. Isso indica que a China ao longo do período obteve uma maior margem intensiva, e portanto uma participação mais expressiva no mercado dos EUA, devido ao grande volume de suas exportações. O México por outro lado, ao manter um índice de preços mais alto, consegue ter um market share expressivo, exportando um volume menor de produtos. É importante ressaltar que o índice de quantidade da China é em quase sua totalidade um reflexo dos produtos manufaturados, indicando novamente a importância que esse tipo de produto tem para as exportações chinesas.

Aplicando a mesma metodologia de cálculo utilizada para averiguar a contribuição das margens intensiva e extensiva para a variação da margem total, foi verificado o quanto os índices de preço e quantidade contribuíram para a variação da margem intensiva. No Brasil, o índice de preços respondeu por 221% da variação na margem intensiva, enquanto o índice de quantidade responde por -121%. O índice de preços da China por sua vez contribuiu com -8% e o índice de quantidade com 108%. O índice de preços do México contribuiu com 159% da variação na margem intensiva, enquanto o índice de quantidade contribuiu com -59%.

0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700

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CONCLUSÃO

O crescimento das exportações chinesas, especialmente a partir do ano de 2002, se deu integralmente devido ao aumento de suas quantidades exportadas, mantendo sua estrutura de produção baseada em produtos com preço e qualidade inferiores em relação à de seus concorrentes. Dessa forma, a China explora suas vantagens comparativas. Esse crescimento das exportações foi baseado em aparelhos eletrônicos e máquinas, com as exportações de produtos primários sendo insignificantes.

Essa inundação de produtos chineses no mercado norte-americano afetou as exportações mexicanas, que eram as maiores entre os três países até o ano de 2002. O padrão de exportação do México caracteriza-se pelo grande peso da indústria automotiva, que se beneficiou do NAFTA, e da indústria petrolífera. As exportações mexicanas tiveram preços mais alto nos produtos manufaturados, liderado pelo setor de máquinas e equipamentos de transporte. Assim como a China, o México apostou na intensidade das exportações, em oposição ao aumento da variedade.

As exportações brasileiras basearam-se em preço e qualidade superiores aos das demais importações dos EUA. Não apenas isso, mas o aumento das exportações brasileiras se deu tanto em intensidade como em variedade. Apesar disso, o Brasil não foi capaz de ser um exportador tão relevante quanto os demais países analisados, respondendo ainda por um percentual muito baixo das importações norte-americanas.

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