FLORIANÓPOLIS,
JUNHO DE 2009
-CURSO DE JORNALISMO ANO
XXVII, NÚMERO
2
MEC
destina
R$10
milhões
para
a
UFSC
Verba
é
aplicada
em
ampliações
na
infraestrutura para atender
à
expansão
de vagas
prevista
no
Reuni
As melhorias só começaram este guns cursos, A
solução
emergen-ano,651
novasvagas foram aber- unidades deAraranguá,
Curitiba- número de alunos de 22.475 paraano, Em
Florianópolis,
há falta de cial foiremanejar
docentes e ne- tas emFlorianópolis
e mais 480 nose Joinville, Uma das metasda 31,116até 2012,salas de aulae
professores
em al-gociar
permutas
de espaços, Este alunos devemter aulas nas novas UFSC para o Reunié
aumentar opágina
8e 9C&T
Uso
de
materiais
reciclados
traz
vantagens
à
construção
Além
deatenderatodososrequisitos regulamentados pela
Associação
Brasileira de NormasTécnicas,
o uso degarrafas
PET diminuio custo das obraseé
umaalternativa
viável
para aredução
deimpactos
ambientais, Em SantaCatarina,
projetos
de iniciativa individualeda CELESCtestamo uso do material.página
11Cultura
Pesquisadores divergem
sobre
a
vinda.
de
Saint
Exupéry
à
Ilha
Setentaanos
depois
da passagem do autor de OPequeno Príncipe pela
América do
Sul,
historiadores e descendentes deamigos
do escritoremFlorianópolis
discutemapassagem do aviador francêspela capital,
Deumlado,
João Carlos Mosimann defende que o autor nuncatevetempo
de estabelecer amizadescom ospescadores
doCampeche,
Dooutro,
a memória
de SeuDeca,
umdosamigos
deExupery,
narrada porseufilho,2
IOpinião
Florianópolis,
junho
de2009ZERO �O TEMPO
�",,99/' •
m
telefone
Na
,.la, s!'.
"om'I
,
_ hJO<.! !)õo .... 'j !��, \"O
UNIVERSITÁRIO
ea
atividade
física
_Nesse semestreforamoferecidas782
va
gas paraas
disciplinas
deEducação
Fí�ica
Curricular
(EFC). Quase
mil alunosnaoconseguiram
vaganohorárioemodalidade queescolheram
-A
natação
foiaque .
mas'16 F .
,mais
ofereceu
tur-.
. OI
tambema .
gentesem quemais
deixou
190
estudantes
vaga,271alunos.
Destes tentar 'iniciação
am asturmas de_
Segundo
amonografia
deLeonardo
1
(2008
1)
amaioriados alunosBertuo .,
.A·
h
-das EFC
(41,5%)são
dasClenclasuma
nasesociais
aplicadas
�i;�r:�t��:ç�:
�om
asaúdeéo
prín-matricularem
qnas
�a
�sl�studantes
a sesegundoa ISClp
masde EFC
monografia
'_
Uma
pesquisa
realizada
pelo
laboratóriodebiomecânicado Centro de
Desportos,
comatletas de
vôlei,
basquete
ehandballdaUFSC,concluiu queotornozeloéa
articulação
maislesionada
-Parapraticar
emacad .
tícaas
atividades
.�mlas
deginás
disciplina
por�als
disputadas
comodesembol�a
noqmU�
�o
meses,o
estudante
mimo'R$
360paranataçã
R$'
R$
400notênisd o, 240para yogae ecampo
CARTAS
Comentários,
críticasesugestões
podem
ser enviadas para zero@cce.ufsc.br
Venho até
aqui
parabenizar
vocêspelas
reportagensdeótima
qualidade
quçmuito sãolidaspelo
pessoal
aqui
daGeografia
daUDESC. Nãodeixem de distribuirporaqui, pois
elas são muitobem vindaseúteispara nós.Larissa
Côrrea,
estudanteGosteida matéria das sacolas
biodegradáveis,
mefez lembraracidade deXanxerê.
Ela
éaúnica cidade do Brasil ondeosmercadosnãodão sacolas.
Foi
aprovado pela
Câmara de Vereadorese opovoaprovou.Tambémexistemempresas
de
tecnologia
debiogestores
-atravésdeesterco
de
frango
esuíno- dariaumamateria
legal,
bastavocêsconferirem.
João
Olsin, empresário
EDITORIAL
Saúde
sem
discriminação
acesso no
sus
deve
ser
ampliado,
não
passar por
racionamento.
Adecisão doMinistério da Saúde de in
cluir a
cirurgia
demudança
de sexo comoprocedimento
custeadopelo
SistemaÚnico
de Saúde
(SUS)
representa um avanço norespeito
àdiversidade.Amudança
se baseiano
artigo 196
daConstituição
Federal que consideraasaúde umdireito de todos ede verdo Estado. Essainclusãovem onze anosdepois
daresolução
1.482 de1997doConselho Federal de
O direito
ao
Medicina,
queregulamenta
a
cirurgia
por considerarque os
pacientes
sofrem de "desviopsicológico
perrnanentedeidentidade sexual".
Ainda em 2008, o
depu
tado federal
Miguel
Martinitentou barrar a
mudança
com argumentos de que o
SUS não consegue atender as mulheres em
período
pré-natal
e prestartratamento parapessoas com
câncer,
entre outros casos emque apessoa nãotem
condições
deviverousobreviver.O
deputado
considera ainda queovalor de
R$
1,5milé muitoalto.Mas nãosetratade
julgar
apior
dassituaçõesnem
elencar lista deprioridades.
Todo direitoconquistado
paramelhoria dequali
dadede vida éimportante
enãodeveservistocomomedida excludente esimcomomotivo para
ampliação
dos direitosaoscidadãos.Emtempo: otratamento
oncológico integral
foiCHARGE
incluídonoSistema.
O
acompanhamento psicológico previsto
é outro progresso da
legislação.
Opaciente
fica dois anos em
observação
paraquehaja
umdiagnóstico
final.Osquatrocritériosmí nimos paraaavaliação
sãodesconfortocom o sexoanatômiconatural; desejo
expressodeeliminar os
genitais;
perder
as característi casprimárias
esecundáriasdo
próprio
sexo eganhar
asdooposto.Amedida também
exige
preparação
dosprofis
sionais de saúde para aten
der às pessoas,
respeitando
sua
condição.
Um treinamentoque
explique
queessacomunidade devesertratada
pelo
nomequeadotamenãopelo
documento deregistro.
Acobertura
pelo
SUSdacirurgia
detransgenitalização
nãosignifica
umprivilégio
e nem umaoneração
aos cofrespúblicos.
Como os outros
usuários,
enfrentarão osmesmos
problemas. Tempo
de espera - deaté 10anos no casode
cirurgia
pararedução
do
estômago
-, filas equalidade
dosequi
pamentosnão serão solucionados porconta
dessa
aprovação.
Como em outrasáreas,
oBrasil é reconhecido por ter
legislações
quesãoummodeloa ser
seguido.
AConstituição
Federal é um
exemplo disso,
mas aprática
aindaestá muito
longe
dateoria.o
"
Anecessidadeou
desejo
porumcelularpode
serresolvidaem menosde20 minutos.Quer
ummodelomaissofisticado?Um
!phone?
É
sóiraocentroeencontrarumaimensavarieda
de,
inclusive dos falsificados.Essessãoalvo de váriasações
do Ministério Público Federalemcombateà
pirataria,
comomostrareportagemdesta
edição.
Comaatual facilidade para receberou re
alizar chamadas
logo apósa
comprade umaparelho
celular,
é difícilimaginar
que osmoradores de
Florianópolis
levavammaisdeumano para
conseguir
habilitaruma linhade telefonia móvel.
Há 13anos,oZERO
publicou
umamatériasobreos
primeiros
anosdoaparelho
nacidade.Haviaumalista deesperademaisde200mil pessoas para
conseguir
umalinha de telefoniamóvel.Emmaiode
96, fotógrafo
AndréSielski,
número44.533,
esperavaconseguir
aindanaquele
anoterumcelularparafacilitarodia-adia desua
profissão.
Na
época,
a existência depesquisas
queindicavamqueo usode celulares favoreciao
desenvolvimento do cancêr
já
eracitada.Sobre
ochargista
Fernando Souza, 30 anos, é chargista, ilustrador e quadrinista desde 98,
quando
cursou História na UFSC. Também é autor do livro de tirinhas "Quem é Toniolo?". Para entrarem contato com o autor, escreva para
kcostellaeeyahoo.com.br.
Rara
oschargistas
Se você é daquelesque quandolê umanotícia logo a imagina numa charge, desenhe parao
ZERO e envie para zero@cce.ufsc.br. Sua
charge pode ser publicada nesse espaço e
fazerpartedas
próximas
ediçõesdojornal.Errata
AsiglaANJ correspondeà
Associação
Nacionaldos
Jornais
enãoJornalistas,comofoipublicadonapg. 7 da
edição
de Abril.REDAÇÃO
Alexandre Lunelli, Aline Fernandes,Bruna de Paula, CamilaAugusto, Carlos Santos, Daniel Ludwich,DéboraOliveira, Déborah Salves, Diego
K�rber,
Gustavo Bonfiglioli, JulianaPassos, LíviaFreitag, LuisHenrique Knihs, Risa Stoider,Thaís Goes
EDIÇAO
Capae Opinião Juliana Passos Entrevista AlexandreLunelliPolítica Bruna de Paula Economia RodolfoEspínola
Educação
Pedro SantosEspecialRisa Stoider C&TTalita Fernandes e CamilaAugusto Cultura Carlos Santos Saúde Débora OliveiraEsporte Diego KerberContracapae Imagem
�aiana
MellerFOTOGRAFIAAlexandreLunelli, Daiana Meller,Débora OliveiraDiegoKerber
COLAB'ORAÇAO
Renata BrandãoEDITORAÇÃO
AlexandreLunelli, CamilaAugusto,CamilaChiodi, Carlos Santos, Diego Kerber, Felipe Franke, Gabriela Cabral, Gregório Lameira, Gustavo Bonfiglioli, Joana Caldas, Juliana Passos, Lígia Lunardi, Luís Henrique Knihs, Pedro Santos, Rafaella Volkmann, Risa
Stoider, Rogério MoreiraJúnior, Roldolfo Espinola, Talita Fernandes INFOGRAFIA Felipe.Franke, GregóriO Lameira, Rafaella Volkmann e Rogério Momira Júnior
PROFESSOR-COORDENADOR
Tattiana Teixeira DRT/BA1766COORDENAÇÃO
GRÁFICA
Sandro Lauri GalarçaDRT/RS 8357MONITORIA AmandaBusato, Annelize Conti e Cristiane Barrionuevo
IMPRESSÃO
DiárioCatarinenseCJRCULAÇÃO
NacionalTIRAGEM5.000 exemplares
�����
� �
MelhorPeçaGráficaI, II, III,IV,VeXISet Universitário 1 PUC-RS(1 9SS,S9, 90, 91,92e98)
MelhorJornal-LaboratórionoIPrêmio Foca Sindicato dos Jornalistas de SC 2000
3° melhorJornal-Laboratório do Brasil EXPOCOM 1994
ZÊBO
JORNAL
LABORATÓRIO
ZEROAnoXXVII- N° 2- Junho de 2009
Universidaoe FederaldeSanta Catarina
-UFSC Fechamento: 8dejunho
Curso de Jornalismo- CCE- UFSC
-Trindade Florianópolis -CEP88040-900 Tel. (48)3721-6599/3721-9490 Site:www.zeroufsc.br E-mail:zero@cce.ufsc.br
ZERO
-Edição:
Afexandrel.uneIIl
Entrevista
I
3
Florianópolis,
junho
de 2009Fotos: Alexandre Lunelli
�-�
,
"E
uma
violação
à
democracia''
o
novo
Código
Ambiental
de
SC,
em
vigor
desde
abril,
fere
a
Constituição
Federal
ao
prever
uma
legislação
mais
branda do
que
as
regulamentações já
existentes.
Rejeitado
pelo
Ministério
do Meio
Ambiente,
o
código
foi
denunciado
na
ONU
no
mês
passado
durante sessão do comitê do
Pacto
Internacional
de Direitos
Humanos,
Sociais
e
Culturais.
Samantha
Buglione,
autora
da
denúncia,
conversou com o
ZERO sobre
as
questões legais
e
os
interesses
que
permeiam
a
discussão
o
pequeno
agricultor
está
sendo
feito
de marionete.
É
um
código
politiqueiro
1JZERO
- OCódigo
estásendo tratadocomo umaquestão
ideológica?
É
urnaquestão
deinteresses. Aideologia
é fundamental porquetemavercom
ideias,
compropostas.
NocasodoCódigo,
eletemaverdiretamentecom
interesses,
oquenãoquer dizer que tenhaalgo
portrás,
urnaidéiadegoverno,de
política
pública.
Sinceramente,
não
consigo
ver noCódigo
urnap0-lítica
pública.
Nãoternurna
proposta
depolíti
ca
pública
pro campo, elerepresentainteresses. Sefosse
ideológico,
talvezatéfosse born.
É
maisfácillidar
cornideias,
masécomplicado
lidarcomínteresses,Interesseéonão dito.A gentenãosabe
quais
arranjos
levaram ao
Código
de santa CatarinaOs
agricultores
nãosabem.Agentesabeacena,mas agentenãosabe
quem ministraamarionete. Issoé
perverso.lsso
corróiademocracia.Sefosseurn
código
deideias,
seriaborn.E não é.
Há
aspectos
positivos?
Acho quetern.Nenhuma
legislação
conseguesercompletamente
ruim. Temalgumas mudanças posi
tivas,corno o
perdão
dedívidas,
oaproveitamento,
atransferência derecursos,quesãoextremamentelou
váveis. Muito da críticaem.
relação
aoCódigo
é bempontual,
simples.
Sãoospontosinconstitucionais.Nãoéporurna
questão
depreservação
ambiental,
é por urnaquestão
depreservação
da democracía,Eu nãoposso aprovarurna leique
seja
inconstitucional.Sefor assim,eureinventO todoosistema,
osistemanãoservepranada.Porqueeutenhoumsistema
democrático?
Eutenho querespeitar
as.regras
dojogo.
Corno alguém
vaijogar
futebolse nomeiodojogo
todo mundo mudaasregrasaqualquer tempo?
Isso éimpossível.
EoBrasil fazissootempointeiro.
Então,
oproblema
doCódigo
éesse.Nãoé sóurnproblema
demeioambiente,éum
problema
denãorespeitar
asregrasdojogo.
OCódigo
éurnaviolação
ademocraciaA
atuação
do governofederalestá sendo boa? Elesestãofazendo.aobrigação.
Nãopodem
clizer
quesãoafavor deum
Código
inconstitucional. Senãoviravaacasadamãe
joana,
nãoé?Qual
opoder
do Ministério Público(MP)
frenteaoCódigo?
O MP
já
entroucorn arepresentação
naprocuradoria paraum
pedido
de inconstitucionalidade.O MPérepresentantedointeresseda
sociedade,
dointeressepúblico,
ele é quemtempoder
deação
mesmo.É
urnadiscussão imbecilessadoCódigo,
éímpres
síonante
aenergia
quese.gasta.
f.". gentepódia
estardiscutindo alternativas
tecQõlógicas
paraocampo, porexemplo.
Eé inconstitucional! Olhaoabsurdo! Temurnahierarquia.
Oestadopode legislar
sobreomeioambienteemduas círcunstârídas;paraprote
germaise
quando
alei federalnãofalanada.Se nãohouvesse
Jei federal sobreisso,
agenteiaterqueficar bernqUietinho,
mastern.Agentetem. querespeitar
asregras,pra todo mundo
poder
jogar.
Esseé o
princípio
daigualdade,
doigual
reconhecimento de interesses. Entidades civispodem participar
das
-'I
açoes.
Tem
alguns
critérios paraentrarcomas
ações
de inconstitucionalidade.Tendoesses
critérios,
nãoprecisa
ser oMP para entrar com a
ação.
Aspessoas
podem
entrar,podem
seenvolver.Semcontar
aquele
envolvimentoque é
o'
melhor detodos,
que éreciclar
lixo,
saberse ocaminhão do lixo passa, cobrar daprefeitura
queocaminhãopasse,comprar
produtos
sem usode mão-de-obra escrava,ecologicamente
corretos.Essaação
é absurdamentepoderosa
Seagentesedercontade queiraosupermercado é fazer
política
oufazerrevolução,
ligentemudaas coisas
rapidinho.
Iraosupermercado
éfazerrevoluÇão.
Fazerrevolução
dá trabalho.Fazerpolítica
dá trabalho.
É
maisfácileumealienar,
émaisconfortável.
É cômodo,
só que talvezagente
nãotenhapla
netaparaaguentarnossa
espécie
nospróximos
anos.Então, ouresolvemoster
trabalho,
individualmente,
ounãovamos
poder
nemtertrabalho.Aqueminteressao
Código?
Tudo éurnaforma
estratégica
demontareconflito.Como Sêomeioambiente fossecontraos
agricultOres.
O pequeno
agricultor,
princípalmente,
está sendo feito demarionete.É
urncódigo
politiqueiro.
É
urnaestratégia
política
dereeleição,
porqueosagricultores
nãosabemondeestãosemetendo.OBrasilzera o
Imposto
sobre Produtos
Industrializados(IPI)
paraaprodução
decarros,masnãozeraparaa
produção orgânica.
O
Código
épclitiqueiro
porquesevendecorno sefosse a.
grande solução
paraosagricultores,
desviaaatenção
do fato de quenão existeurnapolítica efetiva,
umapo]itica tributária,
[uma
política]
deinvestimen
tos
em.tecnologia.
Ogovernoestá investindoemurnalegislação
que é inconstitucionalequenãovairesolvernenhum problema.
.
.
Até agora, quem está vencendoodebate?
Semdúvida
nenhuma,
quemtem_poder.
Equemtemmais
poder
não sãoos"ecochatos",
os ambientalistas,
essaturma; quemtemmaispoder
é quem ternmaísdinheiro.Euposso levarumadenúncianaONU,
masnão tenhopoder
internamente.É
"briga
de leãogr�de"
e osambientalistas aindasãomeio"gati
nhos".
Ô
problema
é que não deveriaserumabriga.
É
assustador
perceber
queumaleiinconstitucional,
combaseeminteresses
privados,
foiaprovada
Um
agricultor familiar,
nestesentido,
saiperdendo?
Ele
pode
sairperdendo
porquenão vaiterurna outraalternativa de
produção.
Seelepensaemproduzir
comournagricultor
emgrande
escala,
nãoconsegue. Aquestão
é quenãotemincentivoiagricultura
fami liar.OBrasilinvestesónolatifúndio,
quasenãotemcrédito
específico
paraoagricultor
familiar.Aquele
agricultor
cujos
bisavósproduziam
de formaorgâni
canãosabemaisfazerisso.Sabe
plantar
sóem urna.
forma de
grande
escala.SeoSTF
julgar
aleiinconstitucional,
pode
seraplicada
alguma
punição
aoestado?Não,porque
também
sãoasregrasdojogo.
Aleipassou
pelas
regrasdeSC,
se os carasfizeramisso SamanthaBuglione,
doutoraemCiências demaneiraequivocada,
eles sópodem
ser respon- Humanaspela UFSC,
éprofessora
sabillzados
pessoalmente depois.
Elespodem
fazer doMestradoemGestãodePolíticasurna
ação
deímprobídade
adminístratíva contraa Públicas daUniversidade do Vale doItajaí
Assembléia
Legislativa
porque eles sabiam quealei(Univali). É
aindacoordenadoranacionalé inconstitucional.
Quem
seráresponsabilizado
é a doComitêLatinoAmericano edo CaribeProcuradoria do
Estadoque
fezurnparecersemavi- paraDefesadosDireitos da Mulhersarquealei é inconstitucional.Até terurna
atestação
(Cladem)
edaONGAntígona
deinconstitucionalidade,
aleinãoé inconstitucionalefica valendo.
SC tem suas
peculiaridades
- o modelo deprodução
agricola
majoritário aqui
ainda é aagriculturafanilliar,
porexemplo
- oque gera demandas
específicas.
Até queponte
pode
ir para defenderseus interessescombase nestasdemandas?
O
Código
vaitiosentidodoagronegõcío
enãodaagricultura
familiar.Oquevaiajudar
aagricultura
familiar?
Tecnologia específica,
linhasde créditoespecífico.
OqueoBrasilnãoestáconseguindo
fazerémostrarpara o
agricultor
que preservar dámaisdinheiro do que botar árvore abaixo.Por issoqueeu
estouchamandoos
agricultores
demarionetessim,elesnãosabem ondeestãosemetendo.Estãoachando
queisso vairesolvero,
problema.
O
(ato
deseterdebatido issonaONUpode
gerarconsequências
noestado?Sou extremamentecética.Sinceramente,acho que
ogoverno doestadoestá "se lixando" paraofato de haverurnadenúncianaONUsobreo
Código,
porqueelesnãofariamurn
código
inconstitucionalseelesnão tivessemcostasquentesosuficiente para bancar.
Elesnão sãofracosna
articulação
dosseuspróprios
interesses. Não estãoalihátantotempoàtoa.A mi
nha esperança é queofatodeaONU estarcontra
faça
cornque»restanteda
população
pensesobreisso.Alexandre LunellieCamilaAugusto
4
Política
Florianópolis,
junho
de2009Grupo
reivindica
defensoria
Movimento
pela
Defensoria
Pública
contesta
constitucionalidade
da
legislação
estadual
Santa Catarinaéoúnico estado do
país
quenãopossui
defensoriapública,
como
prevê
aConstituição
Federal de 1988.Goiásfoioúltimo estadoaimplan
tá-la,
erealiwuconcurso esseano,masjá
tinhaadefensoriaprevista
emlei.Naúltima
quinta-feira,
18, foi realizado o2° Encontro Institucional para
criação
dadefensoria
pública
noEstado.Naocasião,foi lidauma"Cartaa
Florianópo
lis"
pedindo urgência
naimplantação
dadefensoria,
assinadapelas associações
de defensorespúblicos,
movimentos sociaise aSeeretaríade Refonna doJudiciário.
Audiências
públicas
paradiscutiracriação
deste
órgão
estãoocorrendodesdemarço. Aúltima foi realizadaemFlorianópolis,
nodia 19demaio,quando
foilançada
umacartilha doMovimento
pela
Criação
daDefensoria Pública.
Adefesaeassistência depessoas que
tenham renda familiar inferioratrêssa
láriosmínimos é
feita,
noestado, pela
de fensoriadativa,
queéadministradapela
Ordem dosAdvogados
do Brasil(OAB).
A
principal diferença
entre adefensoriadativae a
pública
éotipo
de assistênciaprestada.
Aocontráriodo que determinaa
Constituição Federal,
adeSanta Cata rina nãoprevê
assistênciajurídica
e,sim,judiciária.
Assistênciajurídica
é a quepresta.
serviços
de consultaeorientação.
Já
aassistênciajudiciária
éfeitaquando
o
advogado
atuadiretamentenoprocessodo
cliente,
comações
efetivasnajustiça.
(Vl!ia
maisdiferenças
nobox)
Enquanto
oProcurador Geral doEstadoafirmanão
cogitar
acriação
da defensoria
pública,
por consideraromodelodativomais
eficiente,
oMovimentopela
Criação
daDefensoria Pública busca 40 milassinaturas para enviarumProjeto
deLeideIniciativa
Popular
à Assembléia.A
campanha
aumentoucom oirúcio das audiênciaspúblicas,
mas o movimento,que existedesde
2006,
nãoinformaonú merode pessoas que aderiramaoabaixoassinado.
"Esperamos
tertodasasassina-Atendimento
Jurídico
eatendimen-. tojudiciárioPrisão
Intimação pessoal
Pagamento
turaseencaminharo
projeto
de lei atéofinal desteano",afirmaMaria
Aparecida
Caovilla,
membro dacomissãoorganiza
dora doMovimentoe
professora
docursodeDireitoda
Unochapecó.
Adefensoria dativa foi instituída
pela
Lei
Complementar
155,
de1997, propostapelo
entãodeputado estadualjoão
Henri queBlasi,
hoje desembargador
do estado."Optou-se pela
defensoria dativa porser ummodeloqueatinge
todasas comarcas emunicípios
doestado, algo
quedificilmenteseria
(ou será)
alcançado
apenas
com a
atuação
de defensorespúblicos",
justifica
odesembargador.
Blasi tambémargumentáqueoestadonão teriarecur sosparaarcar com adefensoria
pública.
A lei que instituiu adefensoria
da-Presta'00d()Ís atendimentos.
odelegadotematé24horas para encami
nharaojuizeà Defensoria Públicaoautoda
prisãoemflagrante.
oprazo. é.odobmdo normal pararecorrer
auma<iÇão
.•São enviadas àdefensoriaeencaminhadas
aodefensor
responsável
aumaação.Éomais baixodas carreiras
juridicas.
Varia deR$ 1,7milaR$16mildependendodo estadoedotempodeserviço.Os dados são do IIDiagnósticoda DefesariaPública,do MlnisténoQaJustiça,de2006.tiva, mais o
artigo
104 daConstituição
Estadual,
quenãoprevê
concursoparaservidores,
nemprestação
de assistênciajuridica,
sãoomotivodaAção
Diretadê Inconstitucionalidade movidapela
Ass0-ciação
Nacional dos Defensores Públicos daUnião,em2007. Emfevereiro desteano, o Procurador Geral da
República,
Antoniode
Souza,
deuoprimeiro
parecersobreaADIn 3892.Ele concordaqueo
modeloé
inconstitucional,
masécontrao
julgamento,
porconsiderarqueo casoé deâmbitoestadualenãopoderia
tersido propostopor defensores daUnião. Paraele,
oestadoignora
aLeicomplementar
80/94,
queprevê
queoscargos da defensoria
pública
sejam
ocupados
poradvogados aprovados
porconcursopúblico
ePresta somenteoatendimento
Judiciário.
Emçasodenecessidadedeatendimento
jundico,
apessoaserá encaminhadapara
escritó�os
moQelosdaSfaçwdades
dedír�o.Odelegadodeveteralista dosadvogados dativoseinformar àfamíliaopróximoa ser
procurado.
Plazo normal
Nãorecebe,apenas é-publicadonoDiário Oficial doEstado
Opagamentodohonorário é de 25%em
relaçãoaoatendimento normalestipulado pelatabela da OAB. Oadvogadodativo só recebeseentrarcomumaaçãoe o casofor finalízadona
justiça.
comdois anosde
experiência.
Tambémavalia que Santa Catarina"se absteve do dever de prestar assistência
juridica
aosnecessítados''Souza nãoéfavorável
à
extinção
domodelo,
e,sim,que elecontinueemfuncionamentoatéa
implanta
ção
dadefensoriapública.
Paraaação
serjulgada,
precisa
serincluídanapautadoSupremo
TribunalFederal,
oque nãotemprazoparaacontecer.
Aausência dadefensoria
pública
também foi citadanorelatório daComissão
Parlamentar de
Inquérito
sobreoSistemaCarcerário.Odocumentomencionatam
bémonúmero insuficiente de defensores
públicos
emoutrosestadoserecomenda arealização
deconcursospúblicos.
JulianaPassos
Governo
repassa
R$
2
milhões
por
mês
para
OAB
DesdequeoFundo para Defensoria
Dativa
(Lei
Complementar
391/07)
foi criadopelo
governo do estado deSantaCatarina,em2007,foi feitoumacordo para repassar
aproximadamente
R$
2 milhões pormês à OAB. Aprocuradoria
nãosabeprecisar
onúmero de pagamentos
realizados,
mascalcula queem2007 foram
repassados
R$
24 milhõese em2008,
R$
19milhões,Esses números são
referentes, respectívamente,
a77 mile a60 mil casosfinalizados.
A
criação
dofundo,
segundo
aprocuradoria, agilizou
osrepasses queantesnãotinham dataparaocorrer.
Oestado
possui
umadívidacom aOrdem calculada
pela própria
OABemR$
58milhões,
eapontaogovernoPaulo
Afonso,
queadministrouoestado de1990a1993,como o
principal
responsável porter
interrompido
osrepasses.OTribunal de Contas cobrao
registro
dessadívidanoRelatório de
Prestação
deContasdo Estadoe
pediu
queumaauditoria fosserealizadaparaverificar
ovalor da dívida.A
procuradoria
informaqueaauditoria serárealizadano
segundo
semestredesteano.O
presidente
daOAB,
PauloBorba,
discorda que adefensoria dativaseja
inconstitucional. "A
constituição
pede
para que o atendimento
seja rápido
egratuito,
eisso nóscumprimos
com um alto nível de eficiência".Quando
questionado
sobre acriação
de umconvênio entre OAB e defensoria
pú
blica
-regime
misto- eleargumentá:
"Para
quê
destinar dinheiro para defensoria
pública
seexisteUmserviço
deótima
qualidade?
Esse dinheiropode
serdestinado paraoutras
áreas,
comosaúdee
educação".
O
regime
misto é o quepropõem,
inicialmente,
oscoordenadores doMo vimento PelaCriação
da DefensoriaPública,
já
queadefensoriadativaestápresentenas110comarcasdo estado.O
convênioentreasdefensoriasiriaocor reratéonúmero de defensores
públicos
contratadosser suficiente para atender ademanda dapopulação.
O secretário
-de
Formação
Político-sindical
do Sindicatodos Servidores do
Judiciário,
VolneiRosalen,
rebateaquestão
docustocom acomparação
realizadaem2004pelo
Comitê
pela
Criação
da DefensoriaemSãoPaulo.Na
época,
ogastoporatendimento do convêniocom aOABera
R$
238,
de acordocom oComitê,
enquanto o da defensoria
pública
do Rio deJaneiro
custavaR$
51."É preciso
avaliarse obaratonão estásaindocaro",
contestaRosalen.No
total,
o convêniocom aOABcustava
R$
154,5 milhões,
por
650
mil atendimentos enquantoa defensoria
pública
gastavaR$
112milhões,
referentes a 2,2 milhões de atendimentos. (J.P.)MPF
move
ação
contra
oligopólio
da
RBS
no
estado
Oprocesso movido
pelo
Ministério Público FederalcontraaRBSfoiajui
zadoeesperaacontestação
dos réus.Ogrupo é acusado de
praticar
oligopólio
e teve seus
procedimentos questiona
dosem
ação
movidaem dezembro doano
passado,
naqual
oMPFrequeradiminuição
do número de emissoras da empresa em Santa Catarina parao
previsto
emlei - nomáximo
duaspor estado - e reivindica a
anulação
da compra do
jornalA
Notícia(fiN),
deJoinville,
realizadaem2006.Tambémé
pedido
para queaJustiça
definaumpercentual
de 30% deprogramação
lo calnoestadoe15%emcadaregião.
A
ação
foi proposta contra noveempresas do grupo, a
União,
o Con selho Administrativo de Defesa Econômica
(Cade),
oempresário
MoacirThomazi
-antigo
proprietário
doAN
-e Nelson
Sirotski, empresário
dogrupo RBS. OCade é réuporper
mitir queogrupo comprasseo
AN,
e aUniãopor concederaaquisição
de váriasconcessõesemnomede pessoasdamesmafanu1ia.
Atualmente,
em SC, o grupo detém o controle de seis emissorasde
televisão,
doDiário Catarinense, doHoradeSanta
Catarina,
dojornal
de SantaCatarinaedoAN,além de trêsemissorasde rádio.ARBS,queatual
mente comemora 30 anos, nega em
suadefesaque
seja
umgrupo.Aempresa afirma queo
Grupo
RBS"nadamaisédo queum
pool
[associação
de empresas quenãoconseguiriam
prestardetenninado
serviço sozinhas]
de empresasindependentes
sobre umaidentidadecomum". A RBS
alega
quea
programação,
semelhanteemtodas asemissorasdogrupo,éestabelecidapelo
contratodeafiliação
à RedeGlobo.
Quanto
àcompra doAN,aempresaafirmaquea
transação
foi submetida aoCadeeque"aavaliação
empreendida foi
especialmente
rigorosa".
Apesar
de a lei identificar a necessidade de
programação
local nasemissoras de
TV,
opercentual
destaprogramação
nãoéregulamentado.
Oprocurador
CelsoTres,
umdosautoresda
ação,
argumenta: "Estabelecemos 30% deprogramação
localcom baseno
princípio
darazoabilidade, previsto
naConstituição".
"Como cada veículo
responde
individualmente,
issopode
levar bastantetempo",
afirmaTres. Em entrevistaaoZERO,
emnovembro de2008,oprocurador afirmouqueesperavauma sen
tença
emprimeira
instância em um ano.Oespecialista
emdireito administrativoe
professor
docursodeDireitodaUFSC,
Sérgio
Cademartori entende queaação
deve levar "no mínimo quatroanosatéo
julgamento
final". AlexandreLunelliPolítica
5
Florianópolis, junho
de2009Pisos
viram armadilhas para
cegos
As
sinalizações
táteis,
que
deveriam
ajudar
na
mobilidade
pelas
ruas
da
capital,
são
instaladas
sem
critério
A
colocação
depisos especiais
paracegosepessoas combaixavisão nas
calçadas
deFlorianópolis
desobedecea
legislação
elimitaamobilidade dos .portadores
dedeficiênciavisual.Apli
cados de maneira incorreta ou commodelos fora dos
padrões
dequalida
de,
ospisos
contrariam as regrasdaAssociação
Brasileira deNormasTéc nicas(ABNT).
,
Segundo
aABNT,
ospisos
alerta,
quepossuemrelevosem
círculo,
devemserutilizados
principalmente
paraindicarobstáculos,
como telefonespúblicos,
por
exemplo.
No meiodacalçada,
outro
tipo
desinalização
devesercolocada,
adirecional,
queindicaporondesedeve caminhar
(ver
infográfico)
.Na
cidade,
amaioriadascalçadas
possui
ospisos
alertaaplicados
aolongodo meio-fio.O
problema
começouquando,
em 1997,oInstitutode Planejamento
Urbano deFlorianópolis
(Ipuf)
fezapadronização
daruaEsteves
Júnior
utilizandoessemodelo.Naépoca,
não existialegislação
específi
ca, queé de2004,
e aAssociação
Ca tarinense para aIntegração
doCego
(Acic)
semanifestoucontraoprojeto.
"A
colocação
dospisos
foi feita àrevelia,
sem a nossaconsulta",
reclamaAdilsonVentura,
presidente
daAcic. AAssociação
preferia
quepisos
direcionais fossem colocados no meio
da
calçada,
assimcomo estádefinidopelas
normas daABNT. De acordo oManual de Acessibilidade atualizado
AlexandreLunelli
Em frenteao
Ipuf,
opiso
colocado de modo err.ado ficanomeio-fioevaiemdireção
aoposte
do
Ipuf,
essaéamelhorforma deapli
cação,
já
quea áreacentraléamais seguraelivre de obstáculos. "Nósnun cafomoscontrao usodospisos
direcionais.
Optamos
pelo
alertapróximo
aomeio-fio porque as ruasdo centro
são muito estreitase secolocássemosos
direcionais
pelo
meio,aspessoascontinuariamesbarrandocom os ombros nosobstáculosqueficam concentrados FelipeFranke
o
errado
e o
certo
na
hora de utilizar
os
pisos
táteis
Fora
(fa.$
normas�
PDM F()M!!!!
Os círculosgrandesedispostosde maneira linear vãocontraas normasporquepodempassaraideia errada
Obstáculossuspensos_ de60em a1,20m
do chãodevemser
contornados
Quandoopisoé colocadonomeio dacalçada,
ocegoselocomovemaislivremente
Ospisosdevem indicar
quandohá faixa depedestres
Os círculosdevem estarenfileirarasem
diagonaleter entre3e5emde altura
Ospisosdevem
Indicarquandohá
mudançadedireção
curvasbruscas
Assinalizaçõesdevemserinstaladasnosentido do
deslocamentoetercorcotrastante
Fonte:IputeABNT -e-c
nabeirada
calçada", justifica
MarcoAntônio
Aveia,
técnicodoIpuf.
Marta
Dischinger,
professora
doDepartamento.
deArquitetura
e Urbanismoda UFSCdeu consultoriaao
Ipuf
naépoca
doprojeto
e acreditaque omaiorerrofoiafalta de divul
gação
damaneiracorretadeusar assinalizações.
"Aspessoas viramascalçadas
da EstevesJúnior
ecomeçaram acopiar,
semsaberpara que servem ospisos",
explica.
Desde 2004 existem regras nacio
nais,
masapenasem2009,após
acriação
daleimunicipal
7801,aSecretariaMunicipal
de Desenvolvimento Urbano(SMDU, antiga
Susp)
começouaapli
cá-las.Como atéentão o
proprietário
não tinha a
obrigação
deseguir
as normasdaABNT, muitascalçadas
da cidadenãopossuem nenhumtipo
desinalização.
Eduardo
Schutz, professor
daFundação
CatarinensedeEducação
Espe
cial,
não utiliza ospisos
táteiscomoreferência para ensinar seus alunos
a andar.
pelas
ruas deFlorianópolis.
'Do modo corno foramcolocados,
elesnãotemfuncionalidade. Além do mais,não sãotodasasruasque pos suemsinalização",
reclama. MarceloLofi,
quetembaixavisão,nãoutilizaos
pisos
paraseguiar
pela
cidade."Édifícilencontrar
pisos
direcionaisnascalçadas",
lamenta.Responsável
por fiscalizaras calçadas
dacidade,
a SMDU adotou asregras da ABNT em fevereiro deste
ano.
"Seguíamos
apenasoCódigo
deObras,
que nãodeterminava nadasobreisso", esclarece Sebastião Macha
do,
fiscal daSMDU.O
Ipuf
nãotemprevisão
dequando
vai serfeitaa
divulgação
dematerialsobreas
adequações.
Há cercadeumano,o
Ipuf produziu
ummanualqueexplica
as normasdaABNTe o usodospisos táteis,
masadistribuição
estásendo
feita,
atéomomento, apenasparaprojetistas
que fazem arequisição
aoInstituto.
Informações
sobre as novas normaspodem
serobtidasnopróprio
Ipuf
ou naSMDU.Modelo errado
Omodelo de
piso
alertaqueéutilizadoem várias
calçadas
da cidade também está fora das normas daABNT.
Neles,
oscírculosestãodispos
tosem linha retae
podem
ser con-'fundidoscom o
piso direcional,
correndoorisco de que ocegoesbarre
emobstáculos.
Outro
problema
équeassinalizações
direcionais devempossuir
corescontrastantes,comovermelhoe ama
relo. Em muitas
calçadas
dacidade,
apesar de estarem
posicionados
demaneiracorreta, estão sendo coloca dos na mesmacorda
calçada,
oqueimpede
pessoas com baixa visão de identificá-los.CamilaAugusto
Lei
obriga proprietário
a
adequar
calçadas
para
obter
o
habite-se
Os
pisos
táteis devem ser colocadosnas
calçadas
deFlorianópolis-se
guindo
asdeterminações
danovaleimunicipal
7801,aprovada
em 30 de dezembro doanopassado.
Agora,
para umprojeto
obter ohabite-se,
documento que atestaqueoimóvelfoi construído
segundo
alegislação local,
ospisos
táteistêmqueseguir
as normas daABNT(Associa
ção
Brasileira de NormasTécnicas).
Emimóveis residenciaisque tiveramo
projeto
aprovado
antesde fevereironão é
obrigatória
aadaptação
dascalçadas.
"Existeoquechamamosdedireito
adquirido,
queprotegeoproprietário
contra futurasmudanças
da
legislação", explica
MárioCésar,
fiscal do setordehabite-se da SMDU(Secretaria
Municipal
de Desenvolvimento
Urbano).
Prédios de
circulação pública
quenão estiveremde acordocom as nor masdevem fazeras
mudanças.
Rodolfo
Siegfried
Matte, chefe doDeparta-mentode
Arquitetura
eUrbanismo daSMDU,
explica
que, àmedidaque ascalçadas
tiverem queserreformadas,
aSecretariavitiexigir
aaplicação
do novoregulamento.
Proprietários
deimóveis.
já
construídos,
masquenãotenhamcalçada,
também devemseguir
a novalegisla
ção.
SeoSMDUconstataraírregula
ridadee as normas nãoforamcum
pridas,
em umprimeiro
momento, oresponsável
recebeumamulta deR$
25. Semesmoassim
persistir
nailega
lidade,
apenalidade
éde6,96
UFIR, oqueequivale hoje
a umvaloraproximado de
R$
7,40
pormetro aodia,
considerandoa
largura
comofixa.Ainda de acordo com a lei 7801,
no caso de
calçadas
estreitas,
comlargura
menor do que 2 metros, aadaptação
àsregrasnãoéobrigatória,
"desde
que
haja justificativa
baseadaemestudo técnicoequeo acesso
seja
viabilizado deoutra
forma, garantida
amelhortécnica
possível".
(C.A.)61
Economia
Florianópolis,
junho
de2009Grupos
promovem
compras
coletivas
Cooperação
é feita
para
desenvolver
uma
rede
econômica
mais
sustentável
e
consumir
produtos orgânicos
Abusca por alimentos
orgânicos,
ecologicamente
corretos,produzidos
de acordo com os
princípios
dasustentabilidade,
faz com que pessoas se unamparaadquirir produtos
semagrotóxicos.
Os gruposinformais selecionampequenos
produtores,
associações
ecooperativas
efazem o quechamam decompra coletiva. Em
Florianópolis,
osresponsáveis
porumainiciativadessetipoéocasal
KrisnaeMahesh - nomes
espirituais
pelo qual
sãoconhecidos-queestu
danaUniversidadeFederal deSanta Catarina
(UFSC)
eorganiza
umsistemadecompras
junto
aprodutores
rurais.
Grupos
como oscoordenadospor eles
podem
serencontradosemcidadescomo Cascavel
(PR),
Campi
nas
(SP)
e PortoAlegre
(RS)
e inte gramumaatividadeconhecidacomoeconomiasolidária.
As listas de compras não são as mesmaspara todosos grupos. Entre os
produtos
mais comuns estão farinha,
cereais,grãos, açúcar
mascavo equeijos.
Todosorgânicos.
Pastade dente e saboneteecológico
- feitoscomsubstâncias que não
agridem
omeioambiente- também estãoentre
ositens que
podem
seradquiridos
emSanta Catarina.
"Compro
pelaquali
dade dos
produtos, pelos
preços mais baixosqueosdo mercadoeporfavo recer ofortalecimento de uniaeconomia que
foge
datradicional",
justifica
Gopi
Kanta. Elaé umadasconsumidoras
pioneiras
aintegrarogrupocatarinense que conta,em
média,
com25 pessoas.
O
objetivo
comum éconsumirprodutos
orgânicos, agroecológicos,
apoiar
ospequenos
produtores,
pensarnomeioDivulgação
piorar
osoutros, semlevarvantagense semdestruiromeioambiente.São considerados
empreendimentos
deeconomiasolidáriauma
associação
deprodutores
orgânicos
ouagroecológicos,
umacooperatíva
decostureiras,
catadoresde lixoou
barqueiros,
umafeira de bairro,umgrupode comprasoutrocas.Basta quefuncionemcomadecisão de
todos,
cooperação,
semhierarquia
nempatrões
esejam
solidáriosnacomercialização
econsumo,alémdeter
autogestão.
Diante do
leque
deempreendimentos
eatividades
desenvolvidos,
compreender
oconceito daprática
nãoé umatarefa fácil.
"Hoje
há uma dificuldade ementenderoque éaeconomiasolidária.
Tem muitos gruposquea
praticam
enãosabemque
aquele
modo deorganização,
comércioe consumotrata-sedeumaini ciativadessetipo",
afirma ErikaSagae,
representantedoFórum CatarinensedeEconomiaSolidária
(FCES).
Thaís Goes
Falta
regulamentação
para modelos de
economia
solidária
em
Santa
Catarina
Oestadonão
possui
umaleiou secretaria
própria
para promoverapolítica
pública
dosempreendimentos.
Minas Gerais, por
exemplo,
instituiuumalei quedefinediretrizesda Polí
ticaEstadual deFomento à Economia
Popular
Solidáriaem2004.A
Superintendência Regional
do Trabalho e doEmprego (SRTE/SC)
se envolve com o tema desde2003,
quando
foicriadaaSecretariaNacionalde Economia Solidária (Senaes). Po
rém,
somenteemfevereiro de2009foicriadaumaSessãodeEconomiaSoli dária. "Nosso
papel
é desupervisionar
as
entidades,
articularcomogoverno efazeromapeamentoecadastramento dos
empreendimentos,
repassando
paraaSenaesosdadosquecompõem
Mahesh
(à
direita) organiza
asdivisões das compras coletivas mensalmentenaUFSC,
emFlorianópolis.
Osprodutos
adquiridoS pelo
grupo sãode seis fornecedorescatarinensesambientee nasustentabilidade. Além de
buscaruma
mudança
noatualpadrão
de consumo da sociedade. "As pessoas queparticipam
são as que optamporcomprar nãoomais
fácil,
mas,sim, ocorreto, osaudável e
sustentável",
afir mam osorganizadores
da compranacapital,
KrisnaeMahesh. Oprimeiro
passoéselecionaros
produtos
em umalistaefazeropagamento
prévio. Depois
de feito opedido,
marca-se apartilha
ecadaumbuscaseusitens. Em
Florianópolis
eCascavel,
acompraé mensal. EmCampinas,
semanalePorto
Alegre,
quinzenal.
As comprascoletivas se inserem nocontextode economiasolidária.
Segun
do aSecretaria Nacional de Economia
Solidária
(Senaes),
criadaem2003evinculadaaoMinistériodo TrabalhoeEm
prego
(MTE),
aprática
édefinidacomo oconjunto
de atividades econômicas
-produção,
consumo,finanças
ecrédito
-organizadas
erealiiadassolidariamen-te por trabalhadores de forma coletiva.
Além
disso,
deveterautogestão,
semex-o Atlas e o Sistema Nacional de In
formação
em Economia Solidária(Sies)", explica
LilianaCopetti,
coordenadora daSessãona
SRTE/SC.
De acordo com o último
Atlas,
divulgado
em 2007, Santa Catarinapossui
690 empreendimentos
registra
dos deeconomiasolidária
-3,15%
do total nacional.Chapecó
éacidadequeregistra
omaior número: são45.Odoutorem
sociologia
econômica,
pesquisador
naárea deeconomiasolidáriae
professor
daUFSC,Armando
Lisboa,
apontaqueoscompradores
coletivos não estão
organizados
emgrandes
associações
ou ONGs, comoaconteceem
alguns
países
daEuropa.
"No
Brasil,
omovimentoainda éfraco.Nãotemvolumede
mercado,
estáespalhado
e,muitas vezes, nãose comunicam",
completa
Lisboa. Estabelecer um novo canal deacesso ao mercado paraos
produto
res urbanoserurais éumamaneirade fortalecerasiniciativase
potencia
lizar suas
produções.
"Não visamosnenhum
lucro,
mesmo porque estaideia seria contraditória em
relação
às nossas convicções. Os preços vi samapenaspagaros
produtores
e'asdespesas
correntesdaCooperativa.
As pessoas que auxiliam no funcionamentosão
cooperadas
e seutrabalhoé
voluntário",
explica
Marialice Perroud,
queajuda
nasentregasdosprodutose noscontroles administrativos efinanceiros da
Cooperativa
GiraSol,
emPortoAlegre.
(T.G.)
Dados
sobre
empreendimentos
solidários
ográficoilustraaquantidadedeempreendimentosde economia solidárianoBrasile
emSanta Catarina que tiveram inícioemdeterminadadécada.
o
queé
maisproduzida
Feijão
HortigranjéirO$
ArrozFarinha
de mandioca Artigosde cama, mesa ebanhoFonte: Relatório Sies(2005/2007)-Senaes