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Verificação do cumprimento da norma regulamentadora 18 em dois canteiros de obras: obra pública versus obra privada

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ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

DEBORAH GALVÃO SCHIRMER

VERIFICAÇÃO DO CUMPRIMENTO DA NORMA

REGULAMENTADORA 18 EM DOIS CANTEIROS DE OBRAS:

OBRA PÚBLICA VERSUS OBRA PRIVADA

MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO

CURITIBA 2016

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VERIFICAÇÃO DO CUMPRIMENTO DA NORMA

REGULAMENTADORA 18 EM DOIS CANTEIROS DE OBRAS:

OBRA PÚBLICA VERSUS OBRA PRIVADA

Monografia apresentada para obtenção do título de Especialista no Curso de Pós Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, Departamento Acadêmico de Construção Civil, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, UTFPR.

Orientador: Prof. Dr. Janine Nicolosi Corrêa

CURITIBA 2016

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DEBORAH GALVÃO SCHIRMER

VERIFICAÇÃO DO CUMPRIMENTO DA NORMA

REGULAMENTADORA 18 EM DOIS CANTEIROS DE OBRAS: OBRA

PÚBLICA VERSUS OBRA PRIVADA

Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do título de Especialista no Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, pela comissão formada pelos professores:

Orientadora:

_____________________________________________ Profa. Dra. Janine Nicolosi Corrêa

Departamento Acadêmico de Construção Civil, UTFPR – Câmpus Curitiba.

Banca:

_____________________________________________ Prof. Dr. Rodrigo Eduardo Catai

Departamento Acadêmico de Construção Civil, UTFPR – Câmpus Curitiba.

________________________________________ Prof. Dr. Adalberto Matoski

Departamento Acadêmico de Construção Civil, UTFPR – Câmpus Curitiba.

_______________________________________ Prof. M.Eng. Massayuki Mário Hara

Departamento Acadêmico de Construção Civil, UTFPR – Câmpus Curitiba.

Curitiba 2016

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A Deus, pois Ele é o grande criador do Universo e me concedeu a vida. Ao meu noivo Bruno, por seu companheirismo e carinho. Aos meus pais, Agostinho e Débora, que sempre estiveram presentes e me incentivaram a me dedicar a esta caminhada. Aos meus irmãos, Gustavo e Lucas, pelo apoio. Aos amigos, que mesmo distante sempre me incentivaram. Aos amigos que este curso me presenteou, Alberto, Daniel, Hugo, Laysa e Marco.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos professores do Curso de Especialização de Engenharia de Segurança do Trabalho, do Departamento Acadêmico de Construção Civil, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, pela dedicação e por transmitir o conhecimento de forma eficiente.

Agradeço especialmente a minha orientadora Prof. Dr. Janine Nicolosi Corrêa, que com paciência e atenção me instruiu ao longo deste trabalho.

Aos meus colegas de turma.

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Pedras no caminho? Eu guardo todas. Um dia vou construir um castelo. (NOX, Nemo, 2003)

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RESUMO

SCHIRMER, Deborah Galvão. Verificação do Cumprimento da Norma Regulamentadora 18 em dois Canteiros de Obras: Obra Pública versus Obra Privada. 2016.151 f. Monografia (Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2016.

A discussão sobre a importância da segurança do trabalho destacou-se nas últimas décadas, principalmente frente à indústria da construção civil, a qual apresenta diversidade de riscos relacionados ao ambiente de trabalho. Além disso, a fiscalização nos canteiros de obras tornou-se necessária e mais frequente, para assim diminuir os acidentes de trabalho. Contudo, nacionalmente, há a visão de que a obra pública não necessita fiscalização, enquanto a obra privada deve atender as exigências. Com base nessa premissa, analisou-se e aplicou-se uma lista de verificação, baseada na Norma Regulamentadora 18, em duas obras, uma do segmento público e outra do privado, para identificar se esta premissa condiz com a realidade. Com base nos parâmetros da Norma Regulamentadora 28 foram estimados os valores das multas referentes às infrações cometidas em cada obra analisada. Assim, identificou-se que a obra pública não atendeu a 55,9% dos itens avaliados, ensejando multa de R$226.860,68, enquanto a obra privada apenas não atendeu a 3,7% dos itens avaliados, ensejando multa de R$13.200,16. Desse modo, constatou-se que essa diferença de resultados pode estar relacionada à fiscalização diferenciada para os dois segmentos, sendo que ambos, por lei, estão sob regimento das mesmas regras e normas.

Palavras-chave: Segurança do Trabalho. Construção Civil. Obra Pública. Obra Privada. Norma Regulamentadora 18.

(8)

ABSTRACT

SCHIRMER, Deborah Galvão. Verification of compliance with Regulatory Norm 18 in two construction sites: Public Construction Work versus Private Construction Work. 2016.151 f. Monografia (Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho) – Federal Technologic University - Paraná. Curitiba, 2016.

The discussion about the importance of occupational safety has been highlighted in recent decades, especially because of the civil construction industry, which has diversity of risks related to the work environment. Additionally surveillance at construction sites has become necessary and more frequent, furthermore to reduce workplace accidents. However, nationally, there is the view that the public construction work does not require supervision, while private construction work must meet the requirements. Based on this premise, it was analyzed and applied a checklist based on the Regulatory Norm 18, in two works, one of the public sector and other private, to identify if this premise is valid. Based on the parameters of Regulatory Norm 28 were estimated the fines amounts concerning to the infractions in each analyzed workplace. So it was identified that the public construction work did not meet the 55.9% of the evaluated items, estimating a fine of R$226,860.68, while the private construction work did not meet just 3.7% of the evaluated items, estimated a fine of R$13,200.16. Therefore, it was found that the outcome differences may be related to differentiated auditing for the two segments, both of which, by law, are under regiment of the same rules and standards.

Keywords: Occupational Safety. Civil Construction. Public Construction Work. Private Construction Work. Regulatory Norm 18.

(9)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Evolução dos componentes da formação bruta do capital fixo ... 22

Figura 2 - Pessoal ocupado por grupos de atividades em 2007 ... 23

Figura 3 - Taxas reais de crescimento do setor de construção civil ... 23

Figura 4 - Obra Pública vista externa ... 35

Figura 5 - Obra Privada vista externa ... 36

Figura 6 - Obra Pública ... 41

Figura 7 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados ao Ambiente de Trabalho referentes à Obra Pública ... 43

Figura 8 - Área de Vivência da Obra Pública ... 44

Figura 9 - Instalações Sanitárias da Obra Pública ... 44

Figura 10 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados às Instalações Sanitárias referentes à Obra Pública ... 46

Figura 11 - Lavatórios da Obra Pública... 47

Figura 12 - Sanitários da Obra Pública ... 47

Figura 13 - Mictórios da Obra Pública ... 48

Figura 14 - Vestiário da Obra Pública ... 49

Figura 15 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados ao Vestiário referentes à Obra Pública ... 50

Figura 16 - Local para Refeições da Obra Pública ... 51

Figura 17 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados ao Local para Refeições referentes à Obra Pública ... 53

Figura 18 - Carpintaria da Obra Pública ... 54

Figura 19 - Acionamento da serra circular de bancada da Obra Pública ... 55

Figura 20 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados à Carpintaria referentes à Obra Pública ... 56

Figura 21 - Equipamento de Proteção Individual para utilização da serra circular de bancada da Obra Pública ... 56

Figura 22 - Escadas da Obra Pública ... 57

Figura 23 - Escada sem proteção da Obra Pùblica ... 59

Figura 24 - Escada de mão da Obra Pública ... 59

Figura 25 - Rampa Improvisada Obra Pública ... 60

Figura 26 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados às Escadas, Rampas e Passarelas referentes à Obra Pública ... 60

Figura 27 - Periferia da edificação da Obra Pública ... 62

Figura 28 - Ptoteções improvisadas da Obra Pública ... 62

Figura 29 - Método de proteção paliativo da Obra Pública ... 64

Figura 30 - Guincho de coluna da Obra pública ... 64

Figura 31 - Falta de proteção contra quedas em altura Obra pública ... 65

Figura 32 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados às Medidas de Proteção Contra Quedas de Altura referentes à Obra Pública ... 65

(10)

Figura 33 - Instalações Elétricas da Obra Pública ... 66

Figura 34 - Partes vivas expostas da Obra Pública ... 67

Figura 35 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados às Instalações Elétricas referente à Obra Pública ... 68

Figura 36 - Betoneira sem aterramento Obra Pública ... 69

Figura 37 - Betoneira Obra Pública ... 70

Figura 38 - Fios expostos da betoneira da Obra Pública ... 70

Figura 39 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados às Máquinas, Equipamentos e Ferramentas Diversas referentes à Obra Pública ... 72

Figura 40 - Trabalhadores utilizando EPI na Obra Pública ... 74

Figura 41 - Capacete para visitantes na Obra Pública ... 75

Figura 42 - Trabalhador externo sem EPI na Obra Pública ... 75

Figura 43 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados ao equipamento de Proteção Individual referentes à Obra Pública ... 76

Figura 44 - Sinalização de Segurança na Obra Pública ... 76

Figura 45 - Sinalização de segurança encoberta na Obra Pública ... 77

Figura 46 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados à Sinalização e Segurança referentes à Obra Pública ... 78

Figura 47 - Ordem e Limpeza da Obra Pública ... 78

Figura 48 - Canteiro de Obra desorganizado na Obra Pública ... 79

Figura 49 - Materias espalhados na Obra Pública ... 80

Figura 50 - Lixeira para separação de reciclaveis da Obra Pública ... 80

Figura 51 - Água acumulada na Obra Pública ... 81

Figura 52 - Madeiras com pregos expostos na Obra Pública ... 81

Figura 53 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados à Ordem e Limpeza Trabalho referentes à Obra Pública ... 82

Figura 54 - Tapumes da Obra Pública ... 83

Figura 55 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados aos Tapumes e Galerias referentes à Obra Pública ... 83

Figura 56 - Bebedouros sem proteção contra intemperies na Obra Pública ... 84

Figura 57 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados às Disposições Finais referentes à Obra Pública... 85

Figura 58 - Obra Privada ... 86

Figura 59 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados ao Ambiente de Trabalho referentes à Obra Privada ... 88

Figura 60 - Área de Vivênciada Obra Privada ... 88

Figura 61 - Instalações Sanitárias da Obra Privada ... 89

Figura 62 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados às Instalações Sanitárias referentes à Obra Privada ... 90

Figura 63 - Chuveiros da Obra Privada ... 91

Figura 64 - Lavatórios e Mictórios da Obra Privada ... 91

Figura 65 - Sanitários da Obra Privada ... 92

(11)

Figura 67 - Vestiário Obra Privada ... 93

Figura 68 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados ao Vestiário referentes à Obra Privada ... 94

Figura 69 - Local para refeições Obra Privada ... 95

Figura 70 - Aquecedor de marmitas Obra Privada ... 96

Figura 71 - Lavatórios e bebedouros Obra Privada ... 96

Figura 72 - Tela de isolamento Obra Privada ... 97

Figura 73 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados ao Local para Refeições referentes à Obra Privada ... 97

Figura 74 - Carpintaria Obra Privada ... 98

Figura 75 - Botão de acionamento da serra circular de bancada da Obra Privada ... 99

Figura 76 - EPI para a utilização da serra circular de bancada da Obra Privada ... 99

Figura 77 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados à Carpintaria referentes à Obra Privada ... 100

Figura 78 - Escada Obra Privada ... 100

Figura 79 - Proteção paliativa nas escadas da obra Privada ... 102

Figura 80 - Rampa Obra Privada ... 102

Figura 81 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados às Escadas, Rampas e Passarelas referentes à Obra Privada ... 103

Figura 82 - Tela de proteção Obra Privada... 104

Figura 83 – Fechamento do poço do elevador da Obra Privada ... 104

Figura 84 - Plataforma principal de proteção da Obra Privada ... 106

Figura 85 - Periferia da Edificação Obra Privada... 106

Figura 86 - Trabalhador utilizando o caba de aço engatado em seu cinto na Obra Privada ... 106

Figura 87 - Cabo de aço de sustentação Obra Privada ... 107

Figura 88 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados às Medidas de Proteção Contra Quedas de Altura referentes à Obra Privada ... 107

Figura 89 - Instalações Elétricas Obra Privada ... 108

Figura 90 - Quadro de distribuição Obra Privada ... 109

Figura 91 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados às Instalações Elétricas referentes à Obra Privada ... 109

Figura 92 - Betoneira Obra Privada ... 110

Figura 93 - Aterramento betoneiras Obra Privada... 110

Figura 94 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados às Máquinas, Equipamentos e Ferramentas Diversas referentes à Obra Privada ... 112

Figura 95 - EPI Obra Privada ... 112

Figura 96 - Trabalhador com EPI na Obra Privada ... 113

Figura 97 - Capacete para visitantes Obra Privada ... 114

Figura 98 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados ao Equipamento de Proteção Individual referentes à Obra Privada ... 114

Figura 99 - Sinalização de Segurança Obra Privada ... 115

Figura 100 - Placas de sinalização de segurança Obra Privada ... 116

(12)

Figura 102 - Mapa de riscos Obra Privada ... 117

Figura 103 - Cartazes Obra Privada ... 117

Figura 104 - Cartaz em frente ao poço do elevador Obra Privada ... 118

Figura 105 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados à Sinalização e Segurança referentes à Obra Privada... 118

Figura 106 - Ordem e Limpeza Obra Privada ... 119

Figura 107 - Armazenamento de materiais Obra Privada ... 119

Figura 108 - Lixo acumulado Obra Privada ... 120

Figura 109 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados à Ordem e Limpeza referentes à Obra Privada ... 121

Figura 110 - Tapumes Obra Privada... 122

Figura 111 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados aos Tapumes e Galerias referentes à Obra Privada ... 123

Figura 112 - Bebedouro Obra Privada ... 123

Figura 113 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados às Disposições Finais referentes à Obra Privada ... 124

Figura 114 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados à Obra Pública ... 126

Figura 115 - Percentual de temas por categorias de irregularidades ... 126

Figura 116 - Porcentagem deinfração por tema referente à Obra Pública... 127

Figura 117 - Percentual de itens de acordo com o grau de infração referente à Obra Pública ... 128

Figura 118 - Percentual de itens em conformidade e não conformidade relacionados à Obra Privada ... 130

Figura 119 - Percentual de itens de acordo com o grau de infração referente à Obra Privada ... 130

Figura 120 - Porcentagem deinfração por tema referente à Obra Privada ... 131

Figura 121 - Percentual de itens de acordo com o grau de infração referente à Obra Privada ... 132

Figura 122 - Comparação da porcentagem em não conformidade com a NR 18 de ambas as Obras ... 133

(13)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Total de Inspeções Realizadas em Segurança e Saúde no Trabalho - 2015 ... 26

Quadro 2 - Norma Regulamentadora 04, Quadro I, Grupo F ... 30

Quadro 3 - Constituição de SESMT, quadro II, NR 04 ... 36

Quadro 4 - Nível de porcentagem de irregularidade ... 38

Quadro 5 - Gradação de multas ... 39

Quadro 6 - Gradação de multas para faixa de 51-100 empregados ... 39

Quadro 7 - Gradação de multas para faixa de 51-100 empregados: valor médio em UFIR .... 40

(14)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Lista de Verificação dos itens referentes ao Ambiente de Trabalho aplicado à Obra Pública ... 42 Tabela 2 - Relação do valor total das multas dos itens em não conformidade referentes ao Ambiente de Trabalho aplicadas à Obra Pública... 43 Tabela 3 - Lista de verificação dos itens referentes às Instalações Sanitárias aplicada à Obra Pública ... 45 Tabela 4 - Relação do valor total das multas dos itens em não conformidade referentes às Instalações Sanitárias aplicadas à Obra Pública ... 48 Tabela 5 - Lista de verificação dos itens referentes ao Vestiário aplicada à Obra Pública ... 49 Tabela 6 - Relação do valor total das multas dos itens em não conformidade referentes ao Vestiário aplicadas à Obra Pública ... 51 Tabela 7 - Lista de verificação dos itens referentes ao Local para Refeições aplicada à Obra Pública ... 52 Tabela 8 - Relação do valor total das multas dos itens em não conformidade referentes ao Local para Refeições aplicadas à Obra Pública ... 53 Tabela 9 - Lista de verificação dos itens referentes à Carpintaria aplicada à Obra Pública ... 54 Tabela 10 - Relação do valor total das multas dos itens em não conformidade referentes à Carpintaria aplicadas à Obra Pública ... 57 Tabela 11 - Lista de verificação dos itens referentes às Escadas, Rampas e Passarelas aplicada à Obra Pública ... 58 Tabela 12 - Relação do valor total das multas dos itens em não conformidade referentes às Escadas, Rampas e Passarelas aplicadas à Obra Pública... 61 Tabela 13 - Lista de verificação dos itens referentes às Medidas de Proteção Contra Quedas de Altura aplicada à Obra Pública ... 63 Tabela 14 - Relação do valor total das multas dos itens em não conformidade referentes às Medidas de Proteção Contra Quedas de Altura aplicadas à Obra Pública ... 66 Tabela 15 - Lista de verificação dos itens referentes às Instalações Elétricas aplicada à Obra Pública ... 67 Tabela 16 - Relação do valor total das multas dos itens em não conformidade referentes às Instalações Elétricas aplicadas à Obra Pública ... 69 Tabela 17 - Lista de verificação dos itens referentes às Máquinas, Equipamentos e

Ferramentas Diversas aplicada à Obra Pública ... 71 Tabela 18 - Relação do valor total das multas dos itens em não conformidade referentes às Máquinas, Equipamentos e Ferramentas Diversas aplicadas à Obra Pública ... 73 Tabela 19 - Lista de verificação dos itens referentes ao Equipamento de Proteção Individual aplicada à Obra Pública ... 74 Tabela 20 - Lista de verificação dos itens referentes à Sinalização e Segurança aplicada à Obra Pública ... 77 Tabela 21 - Lista de verificação dos itens referentes à Ordem e Limpeza aplicada à Obra Pública ... 79 Tabela 22 - Relação do valor total das multas dos itens em não conformidade referentes à Ordem e Limpeza aplicadas à Obra Pública ... 82

(15)

Tabela 23 - Lista de verificação dos itens referentes aos Tapumes e Galerias aplicada à Obra

Pública ... 83

Tabela 24 - Lista de verificação dos itens referentes às Disposições Finais aplicada à Obra Pública ... 84

Tabela 25 - Relação do valor total das multas dos itens em não conformidade referentes às Disposições Finais aplicadas à Obra Pública ... 85

Tabela 26 - Lista de verificação dos itens referentes ao Ambiente de Trabalho aplicada à Obra Privada ... 87

Tabela 27 - Lista de verificação dos itens referentes às Intalações Sanitárias aplicada à Obra Privada ... 89

Tabela 28 - Relação do valor total das multas dos itens em não conformidade referentes às Instalações Sanitárias aplicadas à Obra Privada ... 91

Tabela 29 - Lista de verificação dos itens referentes ao Vestiário aplicada à Obra Privada .... 93

Tabela 30 - Relação do valor total das multas dos itens em não conformidade referentes ao Vestiário aplicadas à Obra Privada ... 94

Tabela 31 - Lista de verificação dos itens referentes ao Local para Refeições aplicada à Obra Privada ... 95

Tabela 32 - Lista de verificação dos itens referentes à Carpintaria aplicada à Obra Privada .. 98

Tabela 33 - Lista de verificação dos itens referentes às Escadas, Rampas e Passarelas aplicada à Obra Privada ... 101

Tabela 34 - Relação do valor total das multas dos itens em não conformidade referentes às Escadas, Rampas e Passarelas aplicadas à Obra Privada ... 103

Tabela 35 - Lista de verificação dos itens referentes às Medidas de Proteção Contra Quedas de Altura aplicada à Obra Privada ... 105

Tabela 36 - Lista de verificação dos itens referentes às Instalações Elétricas aplicada à Obra Privada ... 108

Tabela 37 - Lista de verificação dos itens referentes às Máquinas, Equipamentos e Ferramentas Diversas aplicada à Obra Privada ... 111

Tabela 38 - Lista de verificação dos itens referentes ao Equipamento de Proteção Individual aplicada à Obra Privada ... 113

Tabela 39 - Lista de verificação dos itens referentes à Sinalização e Segurança aplicada à Obra Privada ... 115

Tabela 40 - Lista de verificação dos itens referentes à Ordem e Limpeza aplicada à Obra Privada ... 120

Tabela 41 - Relação do valor total das multas dos itens em não conformidade referentes à Ordem e Limpeza aplicadas à Obra Privada ... 121

Tabela 42 - Lista de verificação dos itens referentes aos Tapumes e Galerias aplicada à Obra Privada ... 122

Tabela 43 - Lista de verificação dos itens referentes às Disposições Finais aplicada à Obra Privada ... 124

Tabela 44 – Dados Consolidados referentes à Obra Pública ... 125

Tabela 45 –Total de itens de acordo com o grau de infração referente à Obra Pública ... 128

Tabela 46 - Dados Consolidados referentes à Obra Privada ... 129

(16)

LISTA DE SIGLAS

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social CPWR Center to Protect Worker’s Rights

CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas

DIEESE Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos EPC Equipamento de Proteção Coletivo

EPI Equipamento de Proteção Individual

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INSS Instituto Nacional de Seguro Social

MEC Ministério da Educação

MTE Ministério do Trabalho e Emprego NR’S Normas Regulamentadoras NR 01 Norma Regulamentadora 01 NR 03 Norma Regulamentadora 03 NR 04 Norma Regulamentadora 04 NR 18 Norma Regulamentadora 18 NR 28 Norma Regulamentadora 28

PCMAT Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção

PIB Produto Interno Bruto

PPRA Programa Prevenção Riscos Ambientais

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SESI Serviço Social da Indústria

SESMT Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho SINDUSCON Sindicato da Indústria da Construção Civil

(17)

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 18 1.1 OBJETIVOS ... 19 1.1.1 Objetivo Geral ... 19 1.1.2 Objetivos Específicos ... 19 1.2 JUSTIFICATIVA ... 20 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 21 2.1 CONSTRUÇÃO CIVIL ... 21 2.2 SEGURANÇA DO TRABALHO ... 24

2.3 ACIDENTES DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ... 25

2.4 NORMAS REGULAMENTADORAS ... 27 2.4.1 Norma Regulamentadora 01 ... 29 2.4.2 Norma Regulamentadora 03 ... 29 2.4.3 Norma Regulamentadora 04 ... 29 2.4.4 Norma Regulamentadora 09 ... 30 2.4.5 Norma Regulamentadora 18 ... 31 2.4.6 Norma Regulamentadora 28 ... 31 2.5 OBRAS ... 32 2.5.1 Obras Públicas ... 32 2.5.2 Obras Privadas ... 33 2.6 FISCALIZAÇÃO ... 33 3 METODOLOGIA ... 35 3.1 DESCRIÇÃO DA OBRA... 35 3.2 LISTA DE VERIFICAÇÃO... 37 3.3 MULTA APLICADA ... 39 3.4 COMPARAÇÃO GERAL... 40

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 41

4.1 OBRA PÚBLICA ... 41

4.1.1 Ambiente de Trabalho ... 42

4.1.2 Áreas de Vivência ... 44

4.1.2.1 Instalações sanitárias ... 44

4.1.2.2 Vestiário ... 49

4.1.2.3 Local para refeições ... 51

4.1.3 Carpintaria ... 54

4.1.4 Escadas, Rampas e Passarelas ... 57

4.1.5 Medidas de Proteção Contra Quedas de Altura ... 62

4.1.6 Instalações Elétricas ... 66

4.1.7 Máquinas, Equipamentos e Ferramentas Diversas ... 69

(18)

4.1.9 Sinalização de Segurança ... 76 4.1.10Ordem e Limpeza ... 78 4.1.11Tapumes e Galerias ... 83 4.1.12Disposições Finais ... 84 4.2 OBRA PRIVADA ... 86 4.2.1 Ambiente de Trabalho ... 86 4.2.2 Áreas de Vivência ... 88 4.2.2.1 Instalações sanitárias ... 89 4.2.2.2 Vestiário ... 93

4.2.2.3 Local para refeições ... 95

4.2.3 Carpintaria ... 98

4.2.4 Escadas, Rampas e Passarelas ... 100

4.2.5 Medidas de Proteção Contra Quedas de Altura ... 104

4.2.6 Instalações Elétricas ... 108

4.2.7 Máquinas, Equipamentos e Ferramentas Diversas ... 110

4.2.8 Equipamento de Proteção Individual ... 112

4.2.9 Sinalização de Segurança ... 115

4.2.10Ordem e Limpeza ... 119

4.2.11Tapumes e Galerias ... 122

4.2.12Disposições Finais ... 123

4.3 COMPARAÇÃO OBRA PÚBLICA VERSUS OBRA PRIVADA... 125

4.3.1 Dados Obra Pública... 125

4.3.2 Dados Obra Privada ... 129

4.3.3 Comparação dos Dados ... 133

5 CONCLUSÃO ... 135

REFERÊNCIAS ... 137

(19)

1 INTRODUÇÃO

“Poucas indústrias apresentam a diversidade de riscos que a indústria da construção apresenta. Esses riscos têm maior repercussão, em virtude das condições de trabalho e dos aspectos específicos que apresenta a Construção Civil em cada país e em cada localidade” (DE CICCO, 1982, p.8).

Em função disso, no ano de 1995 o Ministério do Trabalho e Emprego - MTE - (BRASIL, 2016a) conduziu uma profunda atualização da Norma Regulamentadora 18 - NR 18 - (BRASIL, 2016b), que passou a se chamar “Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção”. Essa norma surge para estabelecer diretrizes para a segurança do trabalho na construção civil.

De acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego (BRASIL, 2016a), no ano de 2015, de 1777 acidentes analisados 437 ocorreram no setor da construção, sendo o índice mais alto dentre os setores. Isso ocorre porque muitas construtoras e empresas do segmento não se adequam a norma pertinente, essa imprudência acaba gerando graves acidentes, os quais algumas vezes acabam ocasionando óbito a muitos trabalhadores.

A falta de treinamento adequado, o desvio de função, e a desobediência por parte do empregado, somado a não adoção de medidas de proteção coletiva e individuais e a treinamentos insuficientes por parte do empregador também ajudam a explicar e compor as estatísticas.

Outro fator que interfere na adequação a norma, é a curta duração das obras, sendo que “as inspeções de segurança e higiene igualmente ficam dificultadas em virtude da curta duração das obras, pois, em muitos casos, o local deve ser fiscalizado logo após o inicio dos trabalhos, sob pena de estes virem a ser concluídos antes que se possa realizar a inspeção” (DE CICCO, 1982, p. 9).

A segurança dos trabalhadores é colocada de lado em detrimento da economia que muitos empreendedores querem realizar, pois acabam não vendo a segurança do trabalhador como um investimento e sim apenas como um gasto.

Com base na Norma Regulamentadora 18 (BRASIL, 2016b), e outras pertinentes ao ambiente da construção civil, foram realizadas visitas técnicas em dois canteiros de obras, um pertencente a uma obra pública e outro pertencente a uma obra privada, e realizou-se a comparação dos resultados obtidos, para assim chegar-se a conclusões sobre qual a porcentagem que cada obra estava em conformidade com a norma analisada. Além de

(20)

estabelecerem-se valores de referência baseadas na Norma Regulamentadora 28 - NR 28 - (BRASIL, 2016c) para possíveis multas devido a infrações.

1.1 OBJETIVOS

Para o estudo de caso em questão, foram estabelecidos o objetivo geral e os objetivos específicos, mencionados a seguir.

1.1.1 Objetivo Geral

Realizar uma análise qualitativa através de uma lista de verificação - check-list - em dois canteiros de obras, sendo um pertencente a uma obra pública e outro pertencente a uma obra privada, sob o panorama da Norma Regulamentadora 18, para assim indicar e analisar a porcentagem de itens em não conformidade com a norma aplicada e estimar um valor de multa de acordo com as infrações sob o panorama da Norma Regulamentadora 28.

1.1.2 Objetivos Específicos

Para alcançar o objetivo geral, estabelecem-se os seguintes objetivos específicos.

 Aplicar uma lista de verificação - check-list - em dois canteiros de obras, sendo um de uma obra pública e outro de uma obra privada;

 Indicar e analisar os itens em não conformidade com a norma pertinente;  Estabelecer a porcentagem de conformidade e não conformidade dos itens da

lista de verificação em ambas as obras;

 Estimar o valor da multa para ambas as obras de acordo com os itens em não conformidade com a Norma regulamentadora 28;

 Fornecer um juízo de valor sobre possíveis embargos e interdições;  Comparar as duas obras.

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1.2 JUSTIFICATIVA

O setor da construção civil no Brasil é um grande gerador de empregos para a população. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE - “em 2013, o universo de empresas com 01 ou mais pessoas ocupadas na indústria da construção totalizou 111,9 mil empresas ativas, que ocuparam 3,0 milhões de pessoas” (IBGE, 2013).

Mesmo com a crise internacional o cenário da construção manteve os índices ascendentes fomentando o retorno dos investimentos e possibilitando manter sustentável a economia.

Contudo, a existência de riscos na construção civil é comum, e justamente por esse motivo, a prevenção de acidentes é necessária e desafiadora. Esses riscos podem ser diminuídos e controlados a partir de medidas proativas para melhorar as condições de trabalho e certificar-se de que o trabalho está sendo desenvolvido de forma segura. Algo que auxilia nesse contexto é o cumprimento das Normas Regulamentadoras - NRs - (BRASIL, 2016d), no caso da construção civil principalmente a Norma Regulamentadora 18 (BRASIL,2016b), a qual explana sobre medidas de proteção e conforto para os trabalhadores da construção civil, além de estabelecer e indicar o uso de equipamentos de proteção coletiva - EPC - e equipamentos de proteção individual - EPI, o que se faz eficaz e auxilia na prevenção de acidentes.

Sob todos os ângulos em que possa ser analisado, o acidente do trabalho apresenta fatores altamente negativos no que se refere ao aspecto humano, social e econômico, cujas consequências se constituem num forte argumento de apoio a quaisquer ações de controle e prevenção dos infortúnios ocupacionais (DE CICCO, 1982, p.2).

Tendo em vista o legado social decorrente dos acidentes de trabalho, aliado ao impacto financeiro de eventuais afastamentos a uma Previdência Social já deficitária, justifica-se uma abordagem e fiscalização das obras em estudo, para assim identificar a relação da fiscalização, em obras públicas e obras privadas, com o cumprimento da norma vigente.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A literatura que versa sobre a construção civil, seus decorrentes problemas e acidentes, é extensa e rica, pois é algo que preocupa a sociedade como um todo. Para uma maior segurança dos trabalhadores as Normas Regulamentadoras (Brasil, 2016d) foram estabelecidas, prevendo medidas de controle dos riscos específicos para cada atividade, tendo como base na construção civil, principalmente a Norma Regulamentadora 18 (Brasil, 2016b).

2.1 CONSTRUÇÃO CIVIL

“Chamamos de Construção Civil ao conjunto de atividades, no campo da engenharia, cuja finalidade é a realização material e intencional de planos do homem para, segundo suas necessidades, adaptar a natureza a si ou adaptar-se a ela, através de obras de construção” (QUEIROZ, 2001, p.07).

O setor da construção civil desempenha um papel fundamental para o desenvolvimento da economia brasileira, pois apresenta particularidades no universo produtivo. Contudo, os trabalhadores da construção civil encontram-se em categorias de trabalho das mais precárias, em relação aos diversos ramos da atividade econômica (DIEESE, 2001).

A área de Construção Civil abrange todas as atividades de produção de obras. Estão incluídas nesta área as atividades referentes às funções planejamento e projeto, execução e manutenção e restauração de obras em diferentes segmentos, tais como edifícios, estradas, portos, aeroportos, canais de navegação, túneis, instalações prediais, obras de saneamento, de fundações e de terra em geral, estando excluídas as atividades relacionadas às operações, tais como a operação e o gerenciamento de sistemas de transportes, a operação de estações de tratamento de água, de barragens, etc (MEC, 2000, p.09).

Desencadeada em 2008, a crise financeira mundial, gerou impactos para o setor da construção civil em diversos países. De um lado, diante do declínio de vários mercados, muitos empreiteiros estão optando pela contratação do crédito utilizando suas reservas que foram acumuladas anteriormente, quando a demanda estava elevada (BNDES, 2013).

“O setor de construção civil brasileiro foi responsável por 4% do PIB em 2009 e vem acumulando sucessivas taxas de crescimento de 1995 até 2008. A taxa de crescimento média nesse período ficou em torno de 9,7% ao ano” (BNDES, 2013, p. 312).

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A figura 1, apresenta a relevância do setor da construção civil para a composição da formação bruta do capital fixo, sendo que sua participação vem diminuindo desde 2003. Esta participação do setor de construção civil na formação bruta de capital fixo brasileira está em 5,2% pontos abaixo da média mundial. Alguns problemas relevantes podem ajudar a explicar essa situação: a escassez de crédito para habitação e o baixo nível de inversões em infraestrutura, que está relacionado às restrições fiscais e à inadequação dos marcos legal e regulatório do país para que sejam realizados investimentos em construção civil. No Gráfico 01, observa-se a evolução da construção na formação bruta de capital fixo (BNDES, 2013).

Figura 1 - Evolução dos componentes da formação bruta do capital fixo Autor: IBGE (2013)

A construção civil gera grandes oportunidades de emprego, pois representa um dois segmentos empresariais de maior absorção de mão-de-obra. Porém sofre com a pouca profissionalização da mão de obra, variada oferta de trabalho, sem muitas restrições para o recrutamento, à integridade física do trabalhador e a continuidade ao trabalho de prevenção de acidentes na construção civil são um desafio, pois a cada obra as equipes são mobilizadas e desmobilizadas (SINDUSCON/SEBRAE, 2003).

“A indústria da construção civil brasileira tem também como característica o uso intensivo de mão de obra, principalmente a não qualificada. No ano de 2007, essa indústria empregou cerca de 1,5 milhão de trabalhadores, sendo que o grupo de atividade de construção de edifícios e obras de engenharia civil é responsável por quase 75% desses empregos” (BNDES, 2013, p. 313).

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Essa distribuição por grupos de atividades definidos pelo CNAE 1.0 é mostrada na figura 2.

Figura 2 - Pessoal ocupado por grupos de atividades em 2007 Autoria: Paic/ IBGE (2007)

“É preciso ressaltar que a Pesquisa Anual da Indústria da Construção - Paic, do IBGE não considera o emprego informal nos seus resultados, o que subestima os efeitos dessa indústria na geração de emprego e renda na sociedade brasileira” (BNDES, 2013, p. 313).

Os investimentos em construção civil apresentou um ciclo positivo de 1963 a 1981, após esse período a curva apresentou-se de forma irregular. Sendo que a partir de 2003 é possível observar uma nova fase ascendente, a qual foi interrompida em 2009, resultado dos efeitos da crise econômica mundial (BNDES, 2013). Isso é possível ser visualizado na figura 3.

Figura 3 - Taxas reais de crescimento do setor de construção civil Autoria: Ipeadata (2013)

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Contrariando a tendência geral, a área de Construção Civil não tem apresentado acentuado grau de automação e modernização. O uso de máquinas na construção é restrito a grandes obras, as chamadas construções pesadas. Entretanto, diversas modificações estão surgindo nos sistemas construtivos, de forma a torná-los mais simples. O uso de componentes industrializados, como as argamassas e concretos, é crescente. Por conta disso e, certamente, por razões ligadas à conjuntura política e econômica, a construção também passa por uma redução nos postos de trabalho. Esta redução é pequena, porém sensível. O Brasil é um país grande e carente de infraestrutura. A maior parte desta depende de obras como redes de esgoto e água, estradas, ferrovias, edifícios especializados. Não se pode deixar de fora a construção de moradias, que é o maior déficit da área. Portanto, configura-se um mercado expansível e de grande potencial. Há, porém, um pessimismo na área, alimentado pela falta de investimentos em obras públicas de grande porte. O contingente de empresários, trabalhadores e máquinas, concentrado anteriormente naquelas, tem se deslocado para obras privadas de menor porte, entre as quais se destacam os edifícios residenciais, os shopping centers, as pequenas barragens, etc (MEC, 2000, p.13).

A Indústria da Construção Civil se distingue dos demais setores da divisão da produção pelo seu caráter provisório das instalações produtivas. O trabalho na construção civil é visto como um trabalho penoso. O canteiro de obras é uma instalação provisória, destinado a acolher um processo de trabalho também de natureza provisória, assim a vida do trabalhador se constrói com base nessa relação provisória, sendo que a noção de posto de trabalho acaba sendo descaracterizada (VIDAL, 1984).

2.2 SEGURANÇA DO TRABALHO

“Segurança do Trabalho pode ser entendida como o conjunto de medidas que são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e capacidade laboral” (SILVA, 2006, p.01).

A segurança do trabalho é a ciência que atua na prevenção dos acidentes do trabalho decorrentes dos fatores de risco operacionais. Sob o ponto de vista legal, acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (art. 19 da Lei n. 8.213/91). Esse é um conceito em sentido restrito, pois a Lei n. 8.213/91 estabeleceu outras hipóteses que se equiparam ao acidente do trabalho, como, por exemplo, ato de sabotagem, acidente de trajeto, entre outros (SALIBA, 2004, p.23).

“Nos locais de trabalho existem inúmeras situações de risco passíveis de provocar acidentes do trabalho. Logo, a análise de fatores de risco em todas as tarefas e nas operações do processo é fundamental para a prevenção” (SALIBA,2004,p,23).

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A segurança do trabalho é definida por normas e leis, sendo que, no Brasil, a Legislação de Segurança do Trabalho compõe-se de normas regulamentadoras, normas regulamentadoras rurais e outras leis complementares, como portarias e decretos, e também as convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho (WACHOWICZ, 2007,p.34).

A implantação das Normas Regulamentadoras proporcionou um avanço no papel do Engenheiro de Segurança do Trabalho, o qual passou a planejar e desenvolver técnicas ligadas ao gerenciamento e controle de riscos. Assim, evolui-se de uma visão corretiva para uma perspectiva preventiva (SIMÕES, 2010).

2.3 ACIDENTES DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

“Acidente é toda ocorrência não desejada que modifica ou põe fim ao andamento normal de qualquer tipo de atividade. Assim, ele não deve ser entendido apenas em função de causar um ferimento, ou um acontecimento desastroso” ( DE CICCO, 1982).

A necessidade urgente de exercitar a Segurança e Medicina do Trabalho na Construção Civil acentuou-se, isso se deu devido ao rápido desenvolvimento da mecanização e à introdução de novas técnicas e de novos materiais. O aumento das atividades da construção tem conduzido, muitas vezes, a um acréscimo de mão-de-obra, que não tem sido condizente com as oportunidades, que se apresentam para formar os trabalhadores, tanto no que se refere às novas técnicas, como à Segurança e Medicina do Trabalho (DE CICCO, 1982).

Frente a outras indústrias mais jovens e dinâmicas, a construção é uma indústria muito tradicional, com grande inércia às alterações. A construção utiliza em geral mão-de-obra pouco qualificada, sendo que o emprego destas pessoas tem um caráter eventual e suas possibilidades de promoção são escassas. Tudo isso repercute numa baixa motivação no trabalho e em perdas de qualidade (MESEGUER, 1991, p. 13).

Diversos aspectos específicos caracterizam a construção civil, e estes estão ligados aos riscos de acidente que esse setor apresenta, entre estes aspectos, podem ser mencionados os relativos ao tamanho das empresas, à curta duração das obras, à sua diversidade, à rotatividade da mão-de-obra, entre outros. A formação dos trabalhadores na indústria da Construção é uma tarefa que se impõe, para que, assim, se possa desenvolver o sentido da segurança, tanto entre a administração das empresas construtoras, como entre a mão-de- obra utilizada (DE CICCO, 1982).

(27)

De acordo com o Ministério da Educação (MEC, 2016), no ano de 2015, o setor da construção civil foi o que mais teve situações de acidentes analisados, com o número de 437 acidentes analisados. Isso pode ser observado no quadro 1, o qual mostra os valores de dados consolidados por setor no ano de 2015.

Total de Inspeções Realizadas em Segurança e Saúde no Trabalho – Brasil - Janeiro à Outubro Setor Econômico Ações

Fiscais Trabalhadores Alcançados Notificações * Autuações ** Embargos / Interdições Acidentes Analisados 2015 Agricultura 6.938 450.233 14.407 8.405 95 94 Comércio 22.021 1.242.011 19.906 11.927 460 230 Construção 17.970 1.696.458 8.043 33.388 2.142 437 Educação 1.514 180.281 207 469 5 5 Hotéis/Restaurantes 5.856 239.629 1.446 3.282 22 32 Indústria Ind. Alime ntos 3.350 1.195.497 6.438 5.891 199 154 Ind. Madeir a e Papel 818 99.942 1.453 1.392 67 47 Ind. Metal 4.099 1.325.410 2.887 5.382 225 152 Ind. Minera l 1.753 207.560 1.021 3.418 125 92 Ind. Quími cos 1.725 533.793 1.097 2.314 55 109 Ind. Tecido e Couro 1.460 259.192 806 1.469 25 36 Indústr ias - Outras 1.098 109.616 955 1.218 53 26 Instituições Financeiras 558 508.107 108 321 4 4 Saúde 2.291 723.147 802 2.113 27 20 Serviços 5.314 1.809.427 2.266 4.673 98 154 Transporte 5.094 1.072.023 1.534 4.961 68 142 Outros 2.416 476.380 998 1.708 73 43 TOTAL 84.275 12.128.706 64.374 92.331 3.743 1.777

Quadro 1 – Total de Inspeções Realizadas em Segurança e Saúde no Trabalho - 2015 Autor: Sistema Federal de Inspeção do Trabalho (2015)

(28)

Apesar dos esforços que vêm sendo feitos no Brasil, a partir de campanhas de prevenção de acidentes, da ação fiscalizadora dos órgãos governamentais, de comissões de estudo tripartites (representantes do Governo, empregados e empregadores) e de estudos acadêmicos, a incidência de acidentes do trabalho e doenças profissionais continua elevada (INSS, 1998) em relação aos índices encontrados em outros países (CPWR, 1997), principalmente na construção.

Os fatores determinantes para os acidentes de trabalho na construção civil são: más condições de trabalho, ausência de equipamentos, horas extras, jornadas de trabalho extensas incluindo trajetos, falta de formação profissional, falta de orientação nas tarefas, salários baixos, necessidade de aumento de produtividade, prepostos autoritários, etc (BLANES, 1992).

Na construção civil, devido ao número reduzido de programas voltados para a qualificação de mão-de-obra no ramo, surgem repercussões não só para a empresa, no que se refere ao decréscimo da produtividade, mas para o operário, o qual se torna mais suscetível à ocorrência de acidentes e outros agravos à sua saúde no trabalho (SESI, 1991).

2.4 NORMAS REGULAMENTADORAS

As Normas Regulamentadoras relativas à Segurança e Medicina do Trabalho foram aprovadas pela Portaria n° 3.214, de 08 de junho de 1978 (BRASIL,2016e).

Atualmente, as seguintes normas fazem parte do rol das Normas Regulamentadoras (BRASIL, 2016d):

 NR-1: Disposições Gerais;  NR-2: Inspeção Prévia;

 NR-3: Embarco ou Interdição;

 NR-4: Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do Trabalho;  NR-5: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes;

 NR-6: Equipamentos de Proteção Individual;

 NR-7: Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional;  NR-8: Edificações;

 NR-9: Programas de Prevenção de Riscos Ambientais;

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 NR-11: Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais;  NR-12: Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos;

 NR-13: Caldeiras e Vasos de Pressão;  NR-14: Fornos;

 NR-15: Atividades e Operações Insalubres;  NR-16: Atividades e Operações Perigosas;  NR-17: Ergonomia;

 NR-18: Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção;  NR-19: Explosivos;

 NR-20: Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis.;  NR-21: Trabalho a Céu Aberto;

 NR-22: Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração;  NR-23: Proteção Contra Incêndios;

 NR-24: Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho;  NR-25: Resíduos Industriais;

 NR-26: Sinalização de Segurança;

 NR-27: Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB (Revogada pela Portaria GM n.º 262, 29/05/2008);

 NR-28: Fiscalização e Penalidades;

 NR-29: Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário;  NR-30: Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário;  NR-31: Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura,

Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura;

 NR-32: Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde;  NR-33: Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados;

 NR-34: Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval;

 NR-35: Trabalho em Altura.

 NR-36: Segurança e saúde no trabalho em empresas de abate e processamento de carnes e derivados.

(30)

As Normas Regulamentadoras aplicadas a esse estudo de caso são as seguintes: 01, 03, 04,18 e 28.

2.4.1 Norma Regulamentadora 01

De acordo com a Norma Regulamentadora 01 temos as seguintes definições:

 Obra: Todo e qualquer serviço de engenharia, construção, montagem, instalação, manutenção e reforma.

 Canteiro de Obras: área fixa e temporária com atividades de apoio e execução à construção, à demolição e ao reparo de uma obra;

 Frente de Trabalho: área móvel e temporária com atividades de apoio e execução à construção, à demolição e ao reparo de uma obra (BRASIL, 2016f).

2.4.2 Norma Regulamentadora 03

O item 3.2 da Norma Regulamentadora 03 estabelece que a “interdição” significa a paralisação total ou parcial de um estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento. Por outro lado, o item 3.3 da Norma Regulamentadora 03 atribui ao “embargo” a paralisação total ou parcial de uma obra (BRASIL, 2016g).

2.4.3 Norma Regulamentadora 04

A indústria da construção com a sua respectiva Classificação Nacional de Atividade Econômica - CNAE - é apresentada no Quadro I da NR 04 no Grupo F, conforme se vê no quadro 2 (BRASIL, 2016h).

(31)

Quadro 2 - Norma Regulamentadora 04, Quadro I, Grupo F Autoria: BRASIL (2016h)

2.4.4 Norma Regulamentadora 09

Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais (BRASIL, 2016i).

(32)

2.4.5 Norma Regulamentadora 18

Inicialmente com o nome “Obras de Construção, Demolição e Reparo”, no ano de 1995 o Ministério do Trabalho e Emprego realizou uma profunda alteração nessa norma, que passou a se chamar “Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção” (NUNES, 2013).

Esta norma tem como objetivo envolver tanto empregados quanto empregadores na busca melhores condições de trabalho na indústria da construção civil. Medidas administrativas, coletivas e individuais que incidam diretamente no controle dos riscos inerentes das atividades a fim de reduzir, e quando possível eliminar, episódios de acidentes de trabalho (BRASIL, 2016b).

O item 18.3 da Norma Regulamentadora 18 versa sobre a obrigação de se elaborar o Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção - PCMAT - nos estabelecimentos, sejam eles canteiros de obras ou frentes de trabalho, com 20 ou mais trabalhadores, sejam esses empregados da empresa principal ou de terceiros (BRASIL, 2016b).

O item 18.37.6 da Norma Regulamentadora 18 estabelece que em casos de omissão desta norma, outras Normas Regulamentadores que versem sobre determinado assunto devem ser aplicadas. Assim, tendo em vista o que estabelece a NR 12 no que diz respeito a máquinas e equipamentos, conclui-se que ela é perfeitamente aplicável à indústria da construção civil (NUNES, 2013).

2.4.6 Norma Regulamentadora 28

Denominada “Fiscalização e Penalidades” e aprovada em junho de 1978, esta Norma Regulamentadora versa sobre a fiscalização dos dispositivos legais e regulamentares sobre Segurança e Saúde no Trabalho (NUNES, 2012, grifo do autor).

Além disso, a Norma Regulamentadora 28 abrange as seguintes disposições:  Regulamentação de Inspeção do Trabalho: Decreto 4.552/2002;

 Processo de Multas Administrativas: CLT, Título VII;  Critério da Dupla Visita: Lei 7.855/1989 (BRASIL, 2016c).

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2.5 OBRAS

“Obra: trabalho realizado pela indústria da construção de acordo com projetos, normas e técnicas próprias que resultam em construções” (BRASIL, 2016j).

“Os processos de seleção do contratado e sua contratação são distintos, de acordo com a natureza do contratante. Desta forma, tem-se um procedimento específico para cada natureza de obra: da iniciativa privada e obras públicas” (QUEIROZ, 2001, p.58).

2.5.1 Obras Públicas

“Obra pública: toda a construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta pelos órgãos públicos” (BRASIL, 2016j).

As obras públicas são aquelas cujo contratante é um órgão do poder público, podendo ser em nível federal, estadual, municipal ou do distrito federal. Poderão ter execução direta (o próprio órgão público executa) ou indireta (contratação de terceiros). As obras públicas se tratam de ações de interesse da população e é dessa população que são provenientes os recursos financeiros a serem empregados, sendo que as contratações somente podem ser feitas através do processo de licitação (QUEIROZ, 2001).

No Direito administrativo é o procedimento pelo qual a administração pública procura conseguir a proposta mais vantajosa para a execução de obras e serviços, compra de materiais e gêneros ou alienação de bens de seu patrimônio. Para o Direito Processual Civil, é a proposta de arrematação que o licitante faz por ocasião de leilão ou hasta pública (JUSBRASIL, 2016).

O objeto da licitação, o preço e os procedimentos legais a serem adotados, referem-se: A concorrência, tomada de preços (exclusivas para compras/serviços/obras), convite, concurso (exclusiva para serviços técnicos ou artísticos especializados), leilão (exclusiva para alienações), pregão (QUEIROZ, 2001).

Segundo o mesmo autor, os tipos de licitação referem-se aos critérios de julgamento, os quais são aplicáveis às propostas pela Comissão de Licitações, sendo eles: Menor preço, melhor técnica ou técnica e preço.

Os valores disponibilizados em licitação são considerados os mais alto que a empresa pública pode pagar pelo serviço, sendo assim, esse orçamento muitas vezes se torna precário para o investimento da construção de uma obra de qualidade, e que invista em segurança do trabalho.

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2.5.2 Obras Privadas

“Obra privada (iniciativa privada): qualquer obra de construção civil de iniciativa de pessoas físicas ou de empresas privadas” (BRASIL, 2016j).

Nas obras privadas as contratações são feitas livremente, conforme os interesses, conveniências e/ou necessidades do contratante e do contratado, não havendo qualquer dispositivo legal que obrigue a se adotar determinados procedimentos nas contratações. Deste modo as obras na iniciativa privada são marcadas pela ampla liberdade e informalidade de negociação, seleção e contratação. As contratações na iniciativa privada usualmente seguem os seguintes procedimentos: Por comparação de preços (concorrência), por livre eleição (livre escolha) ou ainda por concorrência de qualidade e preço (QUEIROZ, 2001).

As obras de iniciativa privada contam com uma ampla liberdade e informalidade na negociação, contratação e seleção, assim podendo escolher a empresa que mais lhe agrada em questão de custo beneficio e qualidade.

2.6 FISCALIZAÇÃO

Cabe ao Poder Executivo, especialmente por intermédio da fiscalização federal do Ministério do Trabalho e Emprego, a tarefa de orientar e fiscalizar sobre condições de trabalho e reprimir as empresas, aplicando multas, embargando obras e interditando estabelecimentos, setores de serviços, máquinas, equipamentos e quaisquer atividades que estejam oferecendo risco grave e iminente para a saúde e integridade física dos trabalhadores, no entanto, não dispõe de estruturas humana e material adequada e, portanto, não tem obtido o êxito esperado (JUSBRASIL, 2016).

De acordo com o Jusbrasil, o Ministério do Trabalho - MTE - (Brasil, 2016a) é o órgão competente para coordenar e supervisionar a inspeção do trabalho relativa às normas de Saúde e Segurança, conforme dispõe nos artigos da Consolidação das leis do trabalho - CLT - (BRASIL, 2016k).

Art. 155 - Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho:

(...) II - coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais atividades relacionadas com a segurança e a medicina do trabalho em todo o território nacional, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho (BRASIL, 2016k).

(35)

Segundo o mesmo autor, já a competência de promover a fiscalização e de impor penalidades é especialmente das Delegacias Regionais do Trabalho, conforme consta no Art. 156 do mesmo diploma legal:

Art. 156 - Compete especialmente às Delegacias Regionais do Trabalho, nos limites de sua jurisdição:

I - promover a fiscalização do cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho;

II - adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das disposições deste Capítulo, determinando as obras e reparos que, em qualquer local de trabalho, se façam necessárias;

III - impor as penalidades cabíveis por descumprimento das normas constantes deste Capítulo, nos termos do art. 201 (BRASIL, 2016k).

O Ministério da Saúde, em suas três esferas, também tem competência para exercer a fiscalização:

“Além do Ministério do Trabalho também será competente o Ministério da Saúde, nas suas três esferas, como dispõe a Constituição Federal em seu Artigo 200 (BRASIL, 2016l) que dá a competência de executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador, além de colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. [...] Ainda na esfera administrativa a fiscalização poderá ser exercida pela Previdência Social e pela Receita Federal. O Decreto 3048/99 estipula a obrigatoriedade da elaboração do PPP abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador e de fornecer, quando da rescisão do contrato de trabalho, cópia deste documento. Também há obrigatoriedade da elaboração do LTCAT com referência aos agentes nocivos existentes no ambiente de trabalho. Considerando que o LTCAT e o PPP são instrumentos hábeis para indicar quais trabalhadores terão direito a aposentadoria por tempo inferior, preservando desta forma a exposição dos trabalhadores a vidas laborais longas, sob a exposição de agentes de risco. Portanto, cabe à previdência a fiscalização do cumprimento desses documentos, bem como as penalidades previstas para o seu não cumprimento” (JUSBRASIL, 2016).

“Não há dúvida que o ordenamento jurídico proporciona aos órgãos fiscalizadores todo embasamento para a fiscalização ser eficaz, atuando na prevenção e repressão em relação às normas de proteção ao trabalhador. Porém, na prática e estatísticas o cenário não é bom” (JUSBRASIL, 2016).

A fiscalização e critérios que regem as obras públicas são os mesmos que regem as obras privadas.

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3 METODOLOGIA

O desenvolvimento deste trabalho consistiu na comparação e análise de duas obras, uma do setor público e a outra do setor privado, para assim confrontar os resultados obtidos e realizar um juízo de valor referente à fiscalização realizada em torno de cada tipo de obra estudada.

3.1 DESCRIÇÃO DA OBRA

Inicialmente foi realizada visita técnica nas obras a serem estudadas, a partir disso realizou-se o levantamento fotográfico e coleta de dados através da observação e entrevista direta com os trabalhadores.

A obra do setor público, conforme figura 4, conta com um contingente pico de 80 colaboradores, possui 04 pavimentos, sendo a empreiteira responsável escolhida através de licitação pública. Será utilizada para a implantação de salas de aulas e laboratórios de uma universidade. Na data da visita a obra encontrava-se em fase de acabamento.

Figura 4 - Obra Pública vista externa Autor: Autoria Própria (2015)

A obra do setor privado, conforme figura 5, conta com um contingente pico de 80 colaboradores, possui 21 pavimentos, totalizando uma área de 20 mil m², sendo um edifício residencial. Na data da visita a obra encontrava-se em fase de acabamento.

(37)

Figura 5 - Obra Privada vista externa Autor: Autoria Própria (2015)

Ambas as obras por apresentarem 80 colaboradores, sendo assim, não necessitam constituir SESMT, como se verifica no quadro 3, a qual encontra-se na Norma Regulamentadora 04, nesta norma intitulada de quadro II:

Quadro 3 - Constituição de SESMT, quadro II, NR 04 Autor: BRASIL (2016h)

(38)

3.2 LISTA DE VERIFICAÇÃO

Para cada obra foi aplicada uma lista de verificação - check list, a qual se encontra na integra no Anexo A, sendo que para a abordagem acadêmica foi adaptada para os itens que mais condiziam com a situação apresentada. A lista de verificação aplicada refere-se à Norma Regulamentadora 18.

Os itens da Norma Regulamentadora 18 abordados, analisados e comparados foram os seguintes:

 18.3 - Programas de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Ambiente de Trabalho - PCMAT:

Neste item foram abordados temas relacionados ao Ambiente de Trabalho.  18.4 - Áreas de Vivência:

Neste item foram abordados temas relacionados às Instalações Sanitárias, Lavatórios, Vasos Sanitários, Chuveiros, Local para Refeições.

 18.7 - Carpintaria:

Neste item foram abordados temas relacionados à Carpintaria.  18.12 - Escadas, Rampas e Passarelas:

Neste item foram abordados temas relacionados a Escadas, Rampas e Passarelas.  18.13 - Medidas de Proteção contra Quedas de Altura:

Neste item foram abordados temas relacionados a Medidas de Proteção Contra Queda de Altura.

 18.21 - Instalações elétricas:

Neste item foram abordados temas relacionados às Instalações elétricas.  18.22 - Máquinas, equipamentos e Ferramentas Diversas:

Neste item foram abordados temas relacionados a Máquinas, Equipamentos e Ferramentas Diversas.

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Neste item foram abordados temas relacionados a Equipamentos de Proteção Individual.

 18.27 - Sinalização de Segurança:

Neste item foram abordados temas relacionados à Sinalização.  18.29 - Ordem e Limpeza:

Neste item foram abordados temas relacionados à Ordem e Limpeza.  18.30 - Tapumes e Galerias:

Neste item foram abordados temas relacionados aos Tapumes e Galerias.  18.37 – Disposições Finais:

Neste item foram abordados temas relacionados à distribuição de água potável.

Após a aplicação da lista de verificação foram estabelecidos gráficos com a porcentagem que cada obra atendeu de acordo com cada tema.

Definida a porcentagem de itens em conformidade e desconformidade com a lista de verificação aplicada classificou-se o nível de irregularidade de acordo com o quadro 4, sendo este quadro estabelecido apenas para ponderação e classificação neste trabalho.

Classificação Nível de irregularidade Inexistente 1 Baixo 2 Médio 3 Alto 4 Muito Alto 5 Porcentagem (%) 0 1-20 21-50 51-80 81-100

Quadro 4 - Nível de porcentagem de irregularidade Autor: Autoria Própria (2016)

Também foram apresentadas fotos correspondentes com cada situação apresentada. Assim foi realizada a análise sobre cada tema e comentários pertinentes.

(40)

3.3 MULTA APLICADA

Logo em seguida, aplicou-se a Norma Regulamentadora 28, nela são apresentados valores correspondentes para aplicar a cada item que apresentar-se em desacordo com as Normas Regulamentadoras. No quadro 5, observa-se o Anexo I da Norma Regulamentadora 28, o qual apresenta os valores de multa que devem ser aplicados à segurança do trabalho e à medicina do trabalho de acordo com o nível da infração e número de trabalhadores.

Quadro 5 - Gradação de multas Autor: BRASIL (2016 f)

Esse valor está apresentado em Unidade Fiscal de Referência – UFIR.

”A UFIR – Unidade de Referência Fiscal foi criada em 1991 para correção de impostos federais. Foi extinta em decorrência do § 3º do Art. 29 da Medida Provisória 2095-76. Seu valor foi fixado em R$ 1,0641 desde então” (JUSBRASIL, 2016).

As duas obras analisadas possuíam 80 colaboradores, sendo então adotada a faixa de 51 a 100 colaboradores do quadro pertencente à Norma Regulamentadora 28 referente à segurança do trabalho, como se percebe no quadro 6.

GRADAÇÃO DAS MULTAS EM UFIR

NÚMERO DE EMPREGADOS

SEGURANÇA DO TRABALHO

I1 I2 I3 I4

Mínimo Máximo Mínimo Máximo Mínimo Máximo Mínimo Máximo

51-100 964 1104 1936 2200 2899 3302 3877 4418

Quadro 6 - Gradação de multas para faixa de 51-100 empregados Autor: BRASIL (2016c)

(41)

A norma estabelece valores mínimos e máximos para serem aplicados sobre cada infração, ficando a cargo do fiscal estipular o valor dentro dos limites definidos. Para fins acadêmicos será utilizada a média do valor da multa mínima e máxima, como nota-se no quadro 7.

GRADAÇÃO DAS MULTAS EM UFIR NÚMERO DE

EMPREGADOS

SEGURANÇA DO TRABALHO

I1 I2 I3 I4

51-100 1034 2068 3100,5 4147,5

Quadro 7 - Gradação de multas para faixa de 51-100 empregados: valor médio em UFIR Autor: Autoria própria (2016)

Utilizando-se do valor de 1 UFIR como sendo R$ 1,0641 converteu-se os valores para reais, como observa-se no quadro 8.

GRADAÇÃO DAS MULTAS EM REAIS (R$) NÚMERO DE

EMPREGADOS

SEGURANÇA DO TRABALHO

I1 I2 I3 I4

51-100 1100,28 2200,56 3299,24 4413,35

Quadro 8 - Gradação de multas para faixa de 51-100 empregados: valor médio em Reais Autor: Autoria própria (2016)

A partir da multa aplicada a cada item em desconformidade com a norma, somaram-se todos os itens de cada tema.

3.4 COMPARAÇÃO GERAL

E ao final da tabulação e análises dos resultados foi estabelecida uma comparação geral dos dados obtidos entre as duas obras.

(42)

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

A comparação de uma obra do setor público em relação a uma obra do setor privado tem como intuito demostrar a força e ao mesmo tempo o descaso da fiscalização no Brasil.

Neste capítulo realizou-se a comparação através de uma lista de verificação - check- list - em relação à Norma Regulamentadora 18 e relacionaram-se as multas correspondentes de acordo com a Norma Regulamentadora 28, além de se estabelecer resultados, análises e gráficos da situação observada nas visitas técnicas as obras de cada item executado da norma em questão.

4.1 OBRA PÚBLICA

O canteiro de obras visitado, denominado como Obra Pública, figura 6, no período da visita técnica contava com um contingente de 35 funcionários, sendo de aproximadamente 20 colaboradores próprios e 15 colaboradores terceirizados. Segundo informações do encarregado da obra pretende-se chegar a um contingente pico de 80 colaboradores.

Figura 6 - Obra Pública Autor: Autoria própria (2015)

Referências

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