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Biblioteca Digital do IPG: Relatório de Estágio Curricular - Contábil Gabinete de Contabilidade (CTOC)

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Academic year: 2021

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(1)Instituto Politécnico da Guarda. C on te. úd o. Pr ot. eg id. o. Escola Superior de Tecnologia e Gestão. Relatório de Estágio Curricular ao abrigo do Protocolo celebrado entre a ESTG-IPG e a CTOC. Ana Sofia Bicho Antunes, nº 7392. Guarda, Setembro de 2008.

(2) Relatório de Estágio. Agradecimentos Ao longo dos três meses de estágio tive a oportunidade de aplicar muita da teoria apreendida ao longo da Licenciatura em Contabilidade da Escola Tecnologia e Gestão (ESTG) do Instituto Politécnico da Guarda (IPG). Assim, não posso deixar de manifestar o meu profundo apreço e reconhecimento aos Professores da ESTG por terem contribuído para a minha formação académica. Quero agradecer ao Sr. Fernando Santos Barata pelo acolhimento no Gabinete “Contábil”,. Pr ot eg id. longo do período de estágio.. o. bem como pelo ensinamento que me transmitiu e pela confiança que depositou em mim ao. Agradeço à minha orientadora de estágio, Professora Doutora Maria de Fátima David, pela disponibilidade em ouvir-me e esclarecer todas as dúvidas por mim suscitadas. Quero também deixar um agradecimento, muito especial, aos meus pais, por todos os. te úd o. sacrifícios que fizeram ao longo desta minha caminhada académica, pois sem a ajuda deles nunca teria conseguido superar todas as dificuldades que me surgiram. Aos meus familiares, amigos, colegas, e, na impossibilidade de nomear todas as pessoas. on. que me acompanharam, sem cometer faltas por omissão, agradeço pela disponibilidade dispensada, pela alegria e amizade que me transmitiram e que contribuiu para o meu. C. bem-estar.. Não esquecendo o meu namorado, que me acompanhou ao longo desta licenciatura, e para quem fui uma namorada ausente, quero agradecer-lhe todo o seu apoio.. O MEU MUITO BEM HAJAM!. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). i.

(3) Relatório de Estágio. FICHA DE IDENTIFICAÇÃO Nome: Ana Sofia Bicho Antunes Número de Aluna: 7392 Curso: Contabilidade Estabelecimento de Ensino: Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG). Pr ot eg id. o. do Instituto Politécnico da Guarda (IPG). Empresa de Estágio: “Contábil”-Gabinete de Contabilidade Morada: Rua Conde da Ericeira, 31 6200-086 Covilhã. te úd o. Telefone e Fax: 275 324 708. E-mail: barata.fernando@clix.pt. C. on. Período de Estágio: 01/03/2008 a 31/05/2008. Orientador na Empresa: Fernando Santos Barata Número de inscrição na CTOC: 40 577. Orientador na ESTG-IPG: Professora Doutora Maria de Fátima David Número de inscrição na CTOC: 19 830. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). ii.

(4) Relatório de Estágio. ÍNDICE GLOSSÁRIO DE SIGLAS ................................................................................................v ÍNDICE DE FIGURAS................................................................................................... vii ÍNDICE DE GRÁFICOS ............................................................................................... viii ÍNDICE DE QUADROS.................................................................................................. ix INTRODUÇÃO.................................................................................................................1. Pr ot eg id. o. 1 A CONTABILIDADE .................................................................................................3 1.1 Enquadramento ......................................................................................................4 1.2 Divisões da Contabilidade ......................................................................................5 1.3 Tipos de Contabilidade...........................................................................................5 1.4 Normalização Contabilística...................................................................................7 1.4.1 A Normalização Contabilística e os seus Instrumentos......................................7 1.4.2 Antecedentes e Influências da Normalização Contabilística em Portugal ..........8 1.4.3 Política de Normalização Contabilística em Portugal ........................................9 2 PLANO DE ESTÁGIO ..............................................................................................11. te úd o. 3 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA ...........................................................................14 3.1 Identificação da Empresa receptora do Estágio .....................................................15 3.2 Historial da Empresa ............................................................................................15. C. on. 4 ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO................................................17 4.1 Identificação da Empresa Objecto de Análise .......................................................18 4.1.1 Enquadramento da Actividade ........................................................................18 4.1.2 Enquadramento Fiscal ....................................................................................20 4.2 Organização dos Documentos Contabilísticos.......................................................21 4.2.1 Recepção dos Documentos e sua Organização ................................................21 4.2.2 Separação e Arquivo dos Documentos............................................................22 4.2.3 Classificação dos Documentos........................................................................24 4.2.4 Lançamentos no Sistema Informático .............................................................27 4.3 Imposto Sobre o Valor Acrescentado....................................................................28 4.3.1 Considerações Gerais......................................................................................28 4.3.2 Regimes de Tributação ...................................................................................30 4.3.3 Apuramento do IVA .......................................................................................32 4.4 Processamento de Salários....................................................................................40 4.4.1 Considerações Gerais......................................................................................40 4.4.2 Segurança Social ............................................................................................42 4.4.3 Retenção na Fonte de IRS...............................................................................43 4.5 Trabalho de Fim de Exercício...............................................................................48 4.5.1 Considerações Gerais......................................................................................48 4.5.2 Operações de Regularização ...........................................................................49 4.5.2.1 Enquadramento .....................................................................................49. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). iii.

(5) Relatório de Estágio. Pr ot eg id. o. 4.5.2.2 Existências............................................................................................50 4.5.2.3 Amortizações ........................................................................................52 4.5.2.4 Ajustamentos e Provisões......................................................................53 4.5.2.5 Acréscimos e Diferimentos ...................................................................56 4.5.3 Apuramento dos Resultados............................................................................58 4.5.3.1 Enquadramento .....................................................................................58 4.5.3.2 Apuramento de Resultados Operacionais ..............................................60 4.5.3.3 Apuramento de Resultados Financeiros.................................................61 4.5.3.4 Apuramento de Resultados Correntes....................................................61 4.5.3.5 Apuramento de Resultados Extraordinários...........................................62 4.5.3.6 Apuramento do Resultado Antes de Imposto.........................................63 4.5.3.7 Apuramento do Imposto sobre o Rendimento do Exercício ...................64 4.5.3.8 Apuramento Resultado Liquido do Exercício ........................................66 4.5.3.9 Pagamento Especial por Conta ..............................................................67 4.5.3.10 Pagamento por Conta ........................................................................68 4.6 Procedimentos de Controlo Interno.......................................................................69 4.7 Modelo 22 ............................................................................................................72 4.8 Informação Empresarial Simplificada...................................................................76 4.9 Prestação de Contas..............................................................................................77. te úd o. 5 Análise Económica e Financeira.................................................................................84 5.1 Enquadramento ....................................................................................................85 5.2 Balanço Funcional................................................................................................90 5.3 Demonstração das Origens e Aplicações de Fundos..............................................92 5.4 Demonstração dos Fluxos de Caixa ......................................................................94 5.5 Demonstração dos Resultados, pela Teoria do CVR .............................................97 5.6 Análise de Rácios ...............................................................................................100. C. on. CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................109 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................111 ÍNDICE DE ANEXOS...................................................................................................116. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). iv.

(6) Relatório de Estágio. GLOSSÁRIO DE SIGLAS. on. te úd o. Pr ot eg id. o. Anexo ao Balanço e à Demonstração de Resultados Assembleia República Banco de Portugal Classificação das Actividades Económicas Código Comercial Comunidade Europeia Comunidade Económica Europeia Código do Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas Código do Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Singulares Código do Imposto Sobre o Valor Acrescentado Custo das Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas Comissão do Mercado de Valores Mobiliários Comissão de Normalização Contabilística Comissão de Normalização Contabilística da Administração Pública Centro Regional da Segurança Social Código das Sociedades Comerciais Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas Correios de Portugal Custos – Volume – Resultado Demonstração Fluxos Caixa Direcção Geral dos Impostos Demonstração de Origens e Aplicações de Fundos Demonstração das Variações de Fundos Circulantes Escola Superior de Tecnologia e Gestão Grau Combinado Alavanca Grau Económico Alavanca Grau Financeiro Alavanca Internacional Accounting Standards Internacional Accounting Standards Board Internacional Accounting Standards Committee Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho Informação Empresarial Simplificada Instituto Gestão da Tesouraria e do Crédito Público Instituição de Gestão de Crédito Público Instituto Nacional de Estatística Instituto Politécnico da Guarda Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Singulares Imposto Sobre o Valor Acrescentado Instituto Seguros Portugal Ministério das Finanças Ministério das Finanças e da Administração Pública Ministério das Finanças e do Plano. C. ABDR AR BP CAE CC CE CEE CIRC CIRS CIVA CMVC CMVM CNC CNCAP CRSS CSC CTOC CTT CVR DFCX DGCI DOAF DVFC ESTG GCA GEA GFA IAS IASB IASC IDICT IES IGCP IGCP INE IPG IRC IRS IVA ISP MF MFAF MFP. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). v.

(7) Relatório de Estágio. on. te úd o. Pr ot eg id. o. Ministério da Justiça Ministério do Plano e Coordenação Económica e das Finanças Margem de Segurança Norma Internacional de Contabilidade Número de Identificação Fiscal Ordem dos Revisores Oficiais de Contas Pagamento por Conta Plano de Contas do Banco Portugal Pagamento Especial por Conta Prazo Médio de Armazenagem Ponto Morto Financeiro Prazo Médio de Pagamento Prazo Médio de Recebimento Plano Oficial de Contabilidade Plano Oficial de Contabilidade das Autarquias Locais Plano Oficial de Contabilidade para o Sector da Educação Plano Oficial de Contabilidade Pública Resultado Antes de Imposto Regulamento de Estágio da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas Regime do IVA nas transacções intracomunitárias Regime Jurídico das Infracções Fiscais Aduaneiras Resultado Liquido Exercício Resultado Operacional Revisor Oficial de Contas Sociedade Anónima Sistema de Inventário Intermitente Sistema de Inventário Permanente Sistema de Informação do Técnico Oficial de Contas Técnico Oficial de Contas Taxa Social Única Volume de Negócios. C. MJ MPCEF MS NIC NIF OROC PC PCBP PEC PMA PMF PMP PMR POC POCAL POCE POCP RAI RECTOC RITI RJIFNA RLE RO ROC SA SII SIP SITOC TOC TSU VN. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). vi.

(8) Relatório de Estágio. ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 – Esquema do Regime de Franchising ...............................................................19 Figura 2 – Operações de Fim de Exercício Económico.....................................................49. C. on. te úd o. Pr ot eg id. o. Figura 3 – Apuramento de Resultados..............................................................................59. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). vii.

(9) Relatório de Estágio. ÍNDICE DE GRÁFICOS. Gráfico 1 – Aplicações da Teoria do CVR .......................................................................99 Gráfico 2 – Indicadores de Actividade ...........................................................................102 Gráfico 3 – Rácios de Produtividade ..............................................................................103 Gráfico 4 – Rácios de Rentabilidade Comercial e Económica ........................................104 Gráfico 5 – Rácio de Rentabilidade Financeira...............................................................105. Pr ot eg id. o. Gráfico 6 – Rácios de Liquidez ......................................................................................106 Gráfico 7 – Rácios de Financiamento.............................................................................107. C. on. te úd o. Gráfico 8 – Rácios de Financiamento.............................................................................107. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). viii.

(10) Relatório de Estágio. ÍNDICE DE QUADROS. Quadro 1 – Cronograma de Actividades Desenvolvidas ...................................................13 Quadro 2 – Taxas de IVA em Portugal Continental em Julho de 2008..............................29 Quadro 3 – Taxas de Contribuição para a Segurança Social .............................................42 Quadro 4 – Conceitos Subjacentes ao Princípio do Acréscimo .........................................56 Quadro 5 – Utentes da Informação Financeira..................................................................87. Pr ot eg id. o. Quadro 6 – Balanço (Activo: 2007/2006).........................................................................87 Quadro 7 – Balanço (Passivo: 2007/2006)........................................................................88 Quadro 8 – Nota 10.1: Movimentos do Activo Imobilizado (2007) ..................................88 Quadro 9 – Nota 10.2: Movimentos de Amortizações e Ajustamentos (2007) ..................88 Quadro 10 – Demonstração dos Resultados (2007/2006)..................................................89 Quadro 11 – Balanço Funcional (2006 e 2007).................................................................91 Quadro 12 – Demonstração das Variações dos Fundos Circulantes (2007) .......................93. te úd o. Quadro 13 – Demonstração das Origens e Aplicações de Fundos (2007)..........................94 Quadro 14 – Demonstração dos Fluxos de Caixa (2007) ..................................................96 Quadro 15 – Demonstração dos Resultados pela Teoria do CVR (2006 e 2007) ...............98 Quadro 16 – Aplicações da Teoria do CVR......................................................................99. on. Quadro 17 – Indicadores de Actividade..........................................................................101 Quadro 18 – Rácios de Actividade .................................................................................102. C. Quadro 19 – Rácios de Produtividade ............................................................................103 Quadro 20 – Rácios de Rentabilidade.............................................................................104 Quadro 21 – Rácios de Liquidez ....................................................................................105 Quadro 22 – Rácios de Financiamento e Estrutura Financeira ........................................106. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). ix.

(11) Relatório de Estágio. C. on. te úd o. Pr ot eg id. o. Introdução. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 1.

(12) Relatório de Estágio. INTRODUÇÃO O estágio realizado no Gabinete de Contabilidade “Contábil” vem no seguimento do protocolo assinado entre a Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) e a Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas (CTOC). O estágio deu a oportunidade de entrar em contacto directo com a aplicação de alguns dos programas teóricos desenvolvidos nas unidades curriculares leccionadas no âmbito da. Pr ot eg id. o. licenciatura em Contabilidade da ESTG. Assim, o objectivo do presente relatório é dar a conhecer o trabalho realizado durante o período de estágio, para além de através dele se avaliarem as capacidades da estagiária no desempenho das funções contabilísticas aprendidas no âmbito da sua formação académica. Na estrutura do relatório destaca-se o capítulo 4, relativo às actividades desenvolvidas. te úd o. durante o período de estágio, o qual, de acordo com as regras da CTOC, pretende demonstrar o processo de Contabilidade Organizada, em conformidade com o Plano Oficial de Contabilidade (POC) adoptado pelo Gabinete “Contábil” para as empresas suas. on. clientes.. Adicionalmente, e com anterioridade, apresentam-se três capítulos. No primeiro capítulo. C. apresentam-se algumas reflexões sobre a importância actual da contabilidade, fazendo-se referência às divisões e tipos de Contabilidade e a alguns conceitos de Normalização Contabilística. No segundo capítulo apresenta-se o plano das actividades durante o período de estágio, com vista a cumprir o artigo 6.º do Regulamento de Estágio da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas. No terceiro capítulo faz-se uma breve apresentação da empresa objecto de estágio, descrevendo-se, de forma breve, o seu historial. Por último, tecem-se algumas considerações finais, que pretendem ser o corolário de todo o trabalho realizado.. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 2.

(13) Relatório de Estágio. CAPÍTULO. Pr ot eg id. o. 1. C. on. te úd o. A Contabilidade. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 3.

(14) Relatório de Estágio. 1. A CONTABILIDADE. 1.1 Enquadramento Segundo Borges et al. (2007: 31),. Pr ot eg id. o. “A génese da contabilidade é explicada (…) pela necessidade sentida pelo homem de preencher as limitações de memória, mediante um processo de classificação e registo que lhe permitisse recordar facilmente as variações sucessivas de determinadas grandezas, para que em qualquer momento pudesse saber da sua extensão”. Assim, de acordo com o mesmo autor, a primeira contabilidade surgiu com o objectivo de colmatar as limitações decorrentes da falha de memória do homem, desempenhando uma função importante, nomeadamente ao constituir um meio de prova entre as partes discordantes ou em litígio. Ao longo dos tempos, os processos de registo foram-se generalizando, até chegar aos nossos dias, sistematizando-se no que se designa por método. te úd o. contabilístico. Este método é constituído por um conjunto de registos às contas que se pretendem observar e às variações que estas podem sofrer. A contabilidade, que no princípio tinha um papel de natureza jurídica, transformou-se. on. progressivamente numa fonte de informação. De facto, a contabilidade já não é entendida apenas como um elemento simples de recolha de informação e interpretação dos factos. C. patrimoniais, mas sim como uma técnica eficiente de gestão onde, para além de se ter em atenção o passado e o presente, também se torna essencial planear o futuro através do estabelecimento de objectivos (Borges et al., 2007).. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 4.

(15) Relatório de Estágio. 1.2 Divisões da Contabilidade Uma empresa não pode desenvolver a sua actividade isoladamente, mas sim em constante relação com o meio exterior envolvente, nomeadamente com os clientes que lhe adquirem os bens e serviços, os fornecedores a quem deverá adquirir os bens de que necessita, o Estado que define as normas legais pelas quais se deve reger e, ainda, os investidores que colocam ao seu dispor fundos necessários ao desenvolvimento da sua actividade (Borges et. o. al., 2007).. •. Pr ot eg id. Com base nestes elementos, podem distinguir-se duas divisões da contabilidade: Contabilidade Externa, Geral ou Financeira – que regista as operações externas da empresa, ou seja, as que respeitam à empresa no seu todo, com vista ao apuramento do lucro global e à elaboração do Balanço anual; •. Contabilidade Interna ou Analítica – que regista as operações realizadas no seio da empresa, visando o apuramento dos custos unitários nas diversas fases de empresa.. te úd o. produção, permitindo um controlo mais directo e pormenorizado da actividade da. Face ao exposto, a Contabilidade Financeira será a divisão da contabilidade objecto de. on. análise do presente relatório, a qual pode ser Organizada ou Não Organizada, em função. C. dos requisitos mencionados no ponto seguinte.. 1.3 Tipos de Contabilidade Na realização dos procedimentos contabilísticos, os titulares dos rendimentos empresariais e profissionais podem estar abrangidos por dois tipos de contabilidade: Contabilidade Organizada e Contabilidade Não Organizada.. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 5.

(16) Relatório de Estágio. •. Contabilidade Organizada. Os titulares de rendimentos empresariais e profissionais que não estejam abrangidos pelo regime simplificado de tributação são obrigados a possuir contabilidade organizada. De acordo com o artigo 117º, n.º1, do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (CIRS)1:. o. “Os titulares de rendimentos da categoria B que não estejam abrangidos pelo regime simplificado de tributação são obrigados a dispor de contabilidade organizada, nos termos da lei comercial e fiscal, que permita o controlo do rendimento apurado” (SITOC, 2008c).. Pr ot eg id. No que concerne às empresas, estas deverão cumprir o artigo 115º, n.º 1, do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (CIRC)2, quando estipula que:. te úd o. “As sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, as cooperativas, as empresas públicas e as demais entidades que exerçam, a título principal, uma actividade comercial, industrial ou agrícola, com sede ou direcção efectiva em território português, bem como as entidades que, embora não tendo sede nem direcção efectiva naquele território, aí possuam estabelecimento estável, são obrigadas a dispor de contabilidade organizada nos termos da lei comercial e fiscal que, além dos requisitos indicados no n.º 3 do artigo 17º, permita o controlo do lucro tributável” (SITOC, 2008b). A este propósito, o artigo 17º, n.º 3, do CIRC refere que:. C. on. “ (…) a contabilidade deve: a) Estar organizada de acordo com a normalização contabilística (…); b) Reflectir todas as operações realizadas pelo sujeito passivo (…)” (SITOC, 2008b). • Contabilidade Não Organizada Por oposição artigo 117º, n.º 1, do CIRS, o artigo 28º, n.º 2, do mesmo Código, considera que: “Ficam abrangidos pelo regime simplificado os sujeitos passivos que, no exercício da sua actividade, não tenham ultrapassado no período de tributação imediatamente anterior qualquer dos seguintes limites: a) Volume de Vendas: 149.739,37 Euros; b) Valor ilíquido dos restantes rendimentos desta categoria: 99.759,58 Euros” (SITOC, 2008c).. 1 2. Aprovado pelo Decreto-Lei n.º 442-A/88 (MF, 1988a). Aprovado pelo Decreto-Lei n.º 442-B/88 (MF, 1988b).. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 6.

(17) Relatório de Estágio. Por conseguinte, segundo o artigo 116º, n.º 1, do CIRC (SITOC, 2008b), as entidades com sede ou direcção efectiva em território português que não exerçam, a titulo principal, uma actividade comercial, industrial ou agrícola e não dispondo de Contabilidade Organizada devem possuir obrigatoriamente os seguintes registos:  Registo de rendimentos, organizado segundo as várias categorias de rendimentos considerados para efeitos de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS);  Registo de encargos, organizado de modo a distinguirem-se os encargos específicos de cada categoria de rendimentos sujeitos a imposto e os demais. o. encargos a deduzir, no todo ou em parte, ao rendimento global;. Pr ot eg id.  Registo de inventário em 31 de Dezembro, dos bens susceptíveis de gerarem ganhos tributáveis na categoria de mais-valia.. 1.4 Normalização Contabilística. 1.4.1 A Normalização Contabilística e os seus Instrumentos. te úd o. A normalização contabilística consiste, segundo Caiado (2003), na criação e utilização de uma metodologia comum, a ser seguida pelas unidades económicas na preparação das suas contas, tendo em vista atingir, basicamente, os seguintes objectivos: • Comparabilidade temporal das contas (entre exercícios passados ou futuros);. on. • Comparabilidade espacial das contas (entre entidades nacionais ou mesmo,. C. internacionais).. Para materializar os objectivos precedentes, os profissionais de contabilidade dispõem de instrumentos de normalização contabilística, designadamente: •. Quadro de contas constante dos diferentes planos oficiais de contabilidade (Plano Oficial de Contabilidade, Plano Oficial de Contabilidade Publica - POCP, Plano Oficial de Contabilidade das Autarquias Locais - POCAL, Plano Oficial de Contabilidade para o Sector da Educação - POCE, entre outros);. •. Definição do conteúdo, regras de movimentação e articulação das contas, igualmente considerados nos planos oficiais de contas;. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 7.

(18) Relatório de Estágio. •. Concepção de mapas-modelo para a apresentação das demonstrações financeiras;. •. Princípios contabilísticos e critérios de valorimetria, indicados da mesma forma, nos planos de contas e nas Directrizes Contabilísticas emanadas da Comissão de Normalização Contabilística (CNC) e nas Normas Internacionais de Contabilidade (NIC, do inglês Internacional Accounting Standards - IAS) elaboradas pelo Internacional Accounting Standards Board (IASB)3(Caiado, 2003).. o. 1.4.2 Antecedentes e Influências da Normalização Contabilística em Portugal. Pr ot eg id. O primeiro Plano Oficial de Contabilidade (POC) foi aprovado pelo Decreto-Lei n.º 47/77, de 7 de Fevereiro (MPCEF, 1977), tendo sido nessa mesma data, instituída, sob a tutela do Ministério das Finanças, a CNC que tinha por objectivo assegurar o funcionamento e aperfeiçoamento da normalização contabilística nacional. Contudo, esta instituição só viria a entrar em funcionamento em 13 de Outubro de 1980, conforme Portaria n.º 819/80, reformulada pela Portaria n.º 262/87, de 3 de Abril, que definiu as atribuições, organização e funcionamento da CNC, de forma a propor ao Estado a emissão de normas contabilísticas. te úd o. (MF, 1987). Mais recentemente, os Estatutos da CNC foram definidos e aprovados através do Decreto-Lei n.º 367/99 (MF, 1999b).. A revisão do POC-77, através do Decreto-Lei n.º 410/89 (MF, 1989), deu-se em. on. consequência da adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (CEE) e da. C. adopção da IV Directiva da CEE, com vista a: “contribuir para a protecção dos interesses dos associados e de terceiros, como também assegurar a comparabilidade e equivalência da informação financeira divulgada” (Bento. e Machado, 2005: 10). Dois anos antes da aprovação do POC, a Norma Internacional de Contabilidade (NIC) n.º 1 - “Divulgação de Políticas Contabilísticas” (CE, 2003)4 - já se encontrava em vigor, o que permitiu que algumas das suas orientações viessem também a ser contempladas no processo de normalização contabilística em Portugal. 3 4. Anteriormente designado por International Accounting Standards Committee (IASC). Com vista à utilização generalizada das NIC pelas empresas, de forma a cumprir o objectivo de harmonizar a prática contabilística a nível europeu, a Comissão Europeia aprovou o Regulamento (CE) n.º 1725/2003, de 29 de Setembro (CE, 2003), em conformidade com o Regulamento (CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho (CE, 2002).. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 8.

(19) Relatório de Estágio. Com efeito, a NIC n.º 1 define três pressupostos contabilísticos fundamentais, que foram considerados no POC como princípios contabilísticos, nomeadamente: da continuidade, da consistência e do acréscimo. O POC acrescenta que, se estes princípios não forem seguidos nas demonstrações financeiras, tal facto deve ser divulgado nas notas das mesmas, juntamente com as respectivas razões. Da mesma forma, o referido normativo determina que a escolha e a aplicação das políticas contabilísticas, bem como a preparação das demonstrações financeiras devem estar condicionadas a três tipos de considerações: a prudência, a substância sob a forma e a. o. materialidade, que viriam também no POC a constituir outros tantos princípios. Pr ot eg id. contabilísticos, faltando, unicamente, considerar o do “Custo Histórico” que, neste momento, se encontra a ser bastante contestado por confronto com o conceito de “Justo Valor”, fazendo-se, essencialmente, prevalecer os interesses dos investidores das empresas. No que se refere à divulgação das demonstrações financeiras, a NIC n.º 1 determina que estas devem indicar:. te úd o. 1. Todas as políticas fundamentais que tenham sido seguidas;. 2. As mudanças de politica contabilística que tenham um efeito materialmente relevante no período em causa ou o possam ter em períodos subsequentes, qualificando o resultado dessas alterações;. on. 3. As quantias correspondentes do período contabilístico anterior; 4. A norma em análise dispõe que os erros cometidos na elaboração das. C. demonstrações financeiras não são dados como rectificados através da divulgação das políticas contabilísticas seguidas ou pela sua explicação (CE, 2003).. 1.4.3 Política de Normalização Contabilística em Portugal Segundo Abreu e David (2006: 37): “a CNC foi a primeira entidade a surgir com o objectivo de propor a emissão de normas ao nível da contabilidade, à qual se lhe seguiram: o Banco de Portugal (BP); o Instituto de Seguros de Portugal (ISP); a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM); e a Comissão de Normalização Contabilística da Administração Pública (CNCAP)”.. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 9.

(20) Relatório de Estágio. Assim, a responsabilidade da normalização contabilística em Portugal encontra-se distribuída por cinco diferentes entidades, que regulamentam: •. CNC – empresas comerciais, industriais e outras, não pertencentes ao sector financeiro, segurador e bancário. O documento orientador de base é o POC;. •. Banco de Portugal – instituições financeiras e similares. O documento regulador de base é igualmente o Plano de Contas do Banco de Portugal (PCBP), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 331-A/85 (MFP, 1985);. •. Instituto de Seguros de Portugal – empresas seguradoras e similares. Assenta num modelo de normalização idêntico ao do Banco de Portugal, ou seja, está sujeito a CMVM – empresas cotadas na Bolsa. A elaboração da contabilidade da CMVM. Pr ot eg id. •. o. um Plano de Contas sectorial;. realiza-se de acordo com o POC, sendo que ouvidas a CNC e a Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (OROC), pode através de regulamentos, definir regras harmonizadas com padrões internacionais, sobretudo no que respeita ao conteúdo, organização e apresentação da informação financeira e estatística utilizada em documentação de prestação de contas, bem como as respectivas regras de auditoria; CNCAP – serviços e organismos da Administração Central, Regional e Local (que. te úd o. •. não tenham natureza, forma e designação de empresa pública), Segurança Social e Organizações de Direito Privado sem fins lucrativos que disponham de receitas maioritariamente provenientes do Orçamento de Estado. O documento base é o. on. POCP.. C. Esta dispersão da responsabilidade pela normalização contabilística tem vindo a revelar-se naturalmente negativa para a evolução harmónica da contabilidade, pondo em causa o objectivo de haver um único sistema contabilístico, constituído com base nos princípios geralmente aceites (Caiado, 2003).. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 10.

(21) Relatório de Estágio. CAPÍTULO. Pr ot eg id. o. 2. C. on. te úd o. Plano de Estágio. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 11.

(22) Relatório de Estágio. 2. PLANO DE ESTÁGIO. O estágio curricular no Gabinete de Contabilidade “Contábil” teve como objectivo permitir a aprendizagem da estrutura da organização e seu funcionamento, para além de cumprir os requisitos impostos pelo artigo 6.º do Regulamento de Estágio da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas (RECTOC), designadamente:. te úd o. Pr ot eg id. o. a) “Aprendizagem relativa à forma como se organiza a contabilidade nos termos dos planos de contas, oficialmente aplicáveis, desde a recepção dos documentos até ao seu arquivo, classificação e registo; b) Práticas de Controlo Interno; c) Apuramento de contribuições e impostos e preenchimento das respectivas declarações; d) Encerramento de contas e preparação das Demonstrações Financeiras e restantes documentos que compõem o “Dossier Fiscal”; e) Preparação da informação contabilística para relatórios e análise de gestão; f) Identificação e acompanhamento relativo à resolução de questões da organização com o recurso a contactos com os serviços relacionados com a profissão” (CTOC, 2002). A realização do Estágio teve a orientação do Sr. Fernando Santos Barata, que acumula as funções de Direcção e de Técnico Oficial de Contas no Gabinete “Contábil”, e a duração de 14 semanas, no período de 01/03/2008 a 31/05/2008, em conformidade com o Protocolo. on. celebrado entre a ESTG do IPG e a CTOC.. C. O horário laboral, de oito horas diárias, de segunda a sexta-feira, foi distribuído em dois períodos, das 09:00h às 12:30h e das 14:00h às 18:30h. Em termos de cronograma das actividades desenvolvidas durante o período de estágio, o mesmo pode ser observado no Quadro 1.. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 12.

(23) Relatório de Estágio. Quadro 1 – Cronograma de Actividades Desenvolvidas Semanas Actividades. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. Inserção e conhecimento do funcionamento do Gabinete. Práticas de Controlo Interno. C. on. te úd o. Identificação e acompanhamento relativo à resolução de Questões da Organização com recurso a contactos com os serviços relacionados com a contabilidade e áreas afins Fonte: Elaboração própria.. Pr ot eg id. Encerramento de contas e preparação das Demonstrações Financeiras e restantes documentos que compõem o “Dossier Fiscal” Preparação da informação contabilística para relatórios e análise de gestão. o. Aprendizagem relativa à forma como se organiza a contabilidade nos termos dos planos de contas, oficialmente aplicáveis, desde a recepção dos documentos até ao seu arquivo, classificação e registo Apuramento de contribuições e impostos e preenchimento das respectivas declarações. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 13.

(24) Relatório de Estágio. Pr ot eg id. 3. o. CAPÍTULO. C. on. te úd o. Apresentação da Empresa. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 14.

(25) Relatório de Estágio. 3. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA. 3.1 Identificação da Empresa receptora do Estágio Denominação Social: “Contábil”-Gabinete de Contabilidade Natureza Jurídica: Empresário em Nome Individual. Pr ot eg id. Empresário: Fernando Barata. o. Código das Actividades Económicas (CAE): 4015. Número de Identificação Fiscal: 144 767 236 Número de Trabalhadores: 1 Ano de Início de Actividade: 1993. Localização: Rua Conde da Ericeira, 31, 6200-086 Covilhã. te úd o. Contactos: 275 324 708. 3.2 Historial da Empresa. on. O TOC Fernando Barata iniciou a sua actividade em 1993, como empresário em nome individual, tendo inicialmente alugado as instalações com outro colega e com uma. C. funcionária e angariado clientes de vários sectores de actividade. Mais tarde, apresenta um projecto para a implementação de um gabinete de contabilidade, onde desenvolve até hoje a sua actividade. Dispõe de um número de clientes restrito, mas com actividade estabilizada. Os clientes que o Gabinete “Contábil” possui são de actividades tão distintas como: sector Têxtil (especificamente, um importador de matérias-primas para a industria têxtil); sector comercial (por exemplo, perfumarias, comércio de vestuário, venda de electrodomésticos e reparações eléctricas); sector da construção civil (em concreto, empresas de isolamentos e construção) e ainda na área de restauração (restaurantes e alojamento).. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 15.

(26) Relatório de Estágio. Contudo, a própria dimensão da empresa justifica a não existência de um Organigrama, na medida em que o TOC centraliza em si próprio todas as tarefas inerentes à actividade, nomeadamente atendimento dos clientes, contabilização dos documentos, preenchimento de declarações fiscais e não fiscais, bem como outras funções inerentes à sua actividade de TOC. Neste contexto de trabalho, a colaboração da estagiária foi a primeira experiência de colaboração no Gabinete, tendo permitido a adopção de procedimentos mais conducentes. C. on. te úd o. Pr ot eg id. o. ao atendimento personalizado dos clientes.. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 16.

(27) Relatório de Estágio. CAPÍTULO. Pr ot eg id. o. 4. C. on. te úd o. Actividades Desenvolvidas no Estágio. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 17.

(28) Relatório de Estágio. 4. ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO. 4.1 Identificação da Empresa Objecto de Análise Empresa: Sofinatural, Lda. CAE: 55 302 - Restaurante Objecto: Prestação de serviços de restauração rápida. Pr ot eg id. Matricula: Conservatória do Registo Comercial da Covilhã. o. NIF: 500 111 222. Natureza jurídica: Sociedade por Quotas Capital: € 5.100,00 Número de trabalhadores: 8 Sede: 6200 - Covilhã. te úd o. 4.1.1 Enquadramento da Actividade. A empresa “Sofinatural, Lda.” iniciou a sua actividade em Novembro de 2005, tendo como principal actividade de negócio, a prestação de serviços de restauração rápida, para a venda. on. a retalho de uma ementa limitada de produtos alimentares uniforme e de qualidade, com vista a proporcionar um serviço rápido e cortês, num ambiente limpo e atractivo e. C. saudável, de acordo com o sistema “Sofinatural, Lda.”5, sob o regime de Franchising. No caso concreto, o Franchising consiste na utilização e exploração do sistema “Sofinatural, Lda.”, sob uma colaboração continuada para comercialização de bens e/ou serviços entre um empresário (o Franchisador) e um ou mais empresários (os Franchisados), jurídica e economicamente independentes entre si, que celebram um contrato específico através do qual o Franchisador concede ao Franchisado a utilização da sua própria formula comercial. O contrato compreende o direito de desfrutar do seu saber-fazer e dos seus próprios sinais distintivos (como sejam, as cores e a disposição da 5. A designação, quer da empresa objecto de análise contabilística e financeira, quer da empresa de Franchising, são fictícios, de forma a manter sob sigilo a identificação da empresa verdadeira., de acordo com o Código Deontológico dos Técnicos Oficiais de Contas.. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 18.

(29) Relatório de Estágio. loja), juntamente com outras prestações e formas de assistência aptas a consentir ao Franchisado a gestão da sua própria actividade com a mesma imagem da empresa Franchisadora (Multifood, 2005). O esquema do regime de Franchising pode visualizar-se na Figura 1.. Fonte: Pereira (s.d.).. te úd o. Pr ot eg id. o. Figura 1 – Esquema do Regime de Franchising. on. O direito que é desta forma concedido tem por objectivo autorizar o Franchisado, mediante uma contrapartida financeira, directa ou indirecta, a usar a insígnia e/ou Marca. C. dos produtos e/ou Marca dos serviços, o saber-fazer, e outros direitos industriais e intelectuais, apoiados por uma prestação contínua de assistência comercial e/ou técnica, obrigando-se o Franchisado a aplicar a sua política comercial e imagem do Franchisador, no interesse recíproco e do consumidor final, bem como no respeito das condições contratuais estabelecidas. Pela utilização dos direitos de propriedade intelectual do sistema “Sofinatural, Lda.”, o Franchisado pagará ao Franchisador, mensalmente, a título de Royalties, uma quantia equivalente a 5% das Vendas Brutas (Multifood, 2005). Pela assistência técnica e apoio contínuo, pela gestão da rede e do sistema “Sofinatural, Lda.”, o Franchisado pagará ao. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 19.

(30) Relatório de Estágio. Franchisador, mensalmente, a título de taxa administrativa, uma quantia equivalente a 2% das Vendas Brutas (Multifood, 2005). O termo «Vendas Brutas» significa todas as receitas obtidas pelo Franchisado nas vendas realizadas no âmbito da actividade do negócio, quer sejam essas vendas por cheque, dinheiro, a crédito, por conta, por títulos de refeição, por troca ou por permuta com outros bens, mercadorias, serviços ou qualquer outra coisa e incluirá designadamente as quantias obtidas na venda dos bens, artigos e mercadorias, incluindo venda de comida, bebidas e bens corpóreos de toda a espécie, promoções, e por serviços prestados no ou fora do local. o. da actividade de negócio, conjuntamente com todas as encomendas levadas ou recebidas. Pr ot eg id. no Restaurante, quer essas encomendas sejam feitas por clientes no próprio Restaurante quer sejam feitas por clientes em qualquer outro lado (Multifood, 2005).. 4.1.2 Enquadramento Fiscal. A empresa “Sofinatural, Lda.”, ao nível do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), enquadra-se no regime normal, uma vez que, genericamente, liquida IVA nas suas vendas. te úd o. e prestações de serviços e deduz IVA nas aquisições realizadas (quando aplicável, pois existem aquisições que não permitem o direito à dedução). Adicionalmente, a empresa encontra-se na periodicidade trimestral da entrega da declaração periódica do IVA, em conformidade com o artigo 40º, n.º 1, a), do Código do Imposto sobre o Valor. on. Acrescentado (CIVA)6. Esta periodicidade é imposta para todas empresas:. C. “(…) com volume de negócios inferior a € 498 797,90 no ano civil anterior (…)” (SITOC, 2008d). De acordo com a mesma alínea do artigo anterior, a empresa, uma vez enquadrada neste regime, é obrigada a preencher e enviar electronicamente a declaração trimestral do IVA até ao dia 15 do segundo mês seguinte ao trimestre àquele a que dizem respeito as operações. A obrigatoriedade dos sujeitos passivos de IVA enviarem por transmissão electrónica de dados a declaração periódica de IVA institui-se através da Portaria n.º 375/2003 (MF, 2003b), como será posteriormente abordado no presente relatório.. 6. Aprovado pelo Decreto-Lei n.º 394-B/84 (MF, 1984).. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 20.

(31) Relatório de Estágio. Em relação ao regime de determinação do lucro tributável, a “Sofinatural, Lda.”, cumprindo o estipulado no artigo 115º, n.º 1, do CIRC (SITOC, 2008b), possui contabilidade organizada para determinar o respectivo lucro. O conceito de lucro tributável encontra-se no artigo 17º, n.º 1, do CIRC, especificamente: “O lucro tributável das pessoas colectivas e outras entidades (…) é constituído pela soma algébrica do resultado líquido do exercício e das variações patrimoniais positivas e negativas verificadas no mesmo período e não reflectidas naquele resultado, determinados com base na contabilidade e eventualmente corrigidos nos termos deste Código” (SITOC, 2008b).. o. 4.2 Organização dos Documentos Contabilísticos. Pr ot eg id. 4.2.1 Recepção dos Documentos e sua Organização. Os documentos, de origem interna e/ou externa à empresa, são a base de todo o processo contabilístico, constituindo em simultâneo a prova e a razão de ser dos movimentos contabilísticos, pelo que devem ser tratados e arquivados de forma cuidada. No Gabinete “Contábil”, a recepção dos documentos é realizada pela deslocação dos clientes às. te úd o. instalações do Gabinete.. Segundo a alínea a) do n.º 3 do artigo 115º do CIRC, na execução da contabilidade todos os lançamentos devem apoiar-se em documentos comprovativos, devidamente datados e. on. susceptíveis de serem apresentados a qualquer momento (SITOC, 2008b). Esta obrigação, apesar de estar ausente do POC, encontra-se também regulamentado nos artigos 29º a 32º. C. do Código Comercial, ao referirem-se ao princípio da escrituração (SITOC, 2008a), que obriga à existência e legalização de determinados livros, de acordo com as especificidades jurídicas de cada tipo de empresa. À recepção, segue-se a separação dos documentos, os quais devem ser, individualmente, analisados com atenção, no que se refere aos nomes e números de contribuinte, preço, valor e taxa do IVA, quantidades e valores liquidados, por forma a satisfazer todos os requisitos do n.º 5 do artigo 35º do CIVA (SITOC, 2008d), para que se minimizem os erros de contabilização.. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 21.

(32) Relatório de Estágio. Desta forma, o Gabinete “Contábil” pretende que não haja qualquer extravio ou desconhecimento da existência de documentos de determinado cliente. De facto, a maioria dos clientes do “Contábil” demonstram bastante organização, trazendo os documentos previamente separados de acordo com a natureza da operação (compras, vendas, notas de débito, notas de crédito, operações com Bancos, entre outros), tornando o trabalho da organização dos documentos mais rápido, pese embora ainda existam alguns clientes que não têm qualquer sentido de organização, na medida em que entregam os documentos de uma forma desorganizada, dificultando o trabalho de arquivo e tornando bastante morosa a. Pr ot eg id. 4.2.2 Separação e Arquivo dos Documentos. o. actividade desenvolvida.. Após a recepção dos documentos, procede-se à sua separação por diários e respectivo arquivo, tendo em conta as datas do mês a que correspondem e não esquecendo os seguintes aspectos: •. Conferência da respectiva data, uma vez que os documentos são ordenados da data mais antiga (data do início do mês) para a data mais recente (data do fim do mês); Averiguar se foram entregues os documentos originais. No caso de extravio de. te úd o. •. documentos, torna-se necessário a solicitação de uma segunda via; •. Analisar se os documentos têm nome e número de contribuinte correctos.. on. Para efeitos do IVA, todos os documentos deverão estar de acordo com o artigo 35º do CIVA, n.º 5:. C. “As facturas ou documentos equivalentes devem ser datados, numerados sequencialmente e conter os seguintes elementos: a) Os nomes, firmas ou denominações sociais e a sede ou domicílio do fornecedor de bens ou prestador de serviços e do destinatário ou adquirente, bem como os correspondentes números de identificação fiscal dos sujeitos passivos de imposto; b) A quantidade e denominação usual dos bens transmitidos ou dos serviços prestados, com especificação dos elementos necessários à determinação da taxa aplicável; as embalagens não efectivamente transaccionadas deverão ser objecto de indicação separada e com menção expressa de que foi acordada a sua devolução; c) O preço, líquido de imposto, e os outros elementos incluídos no lucro tributável; d) As taxas aplicáveis e o montante de imposto devido; e) O motivo justificativo da não aplicação do imposto, se for caso disso.. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 22.

(33) Relatório de Estágio. No caso de a operação ou operações às quais se reporta a factura compreenderem bens ou serviços sujeitos a taxas diferentes de imposto, os elementos mencionados nas alíneas b), c) e d) devem ser indicados separadamente, segundo a taxa aplicável; f) A data em que os bens foram colocados à disposição do adquirente, em que os serviços foram realizados ou em que foram efectuados pagamentos anteriores à realização das operações, se essa data não coincidir com a da emissão da factura. No caso de a operação ou operações às quais se reporta a factura compreenderem bens ou serviços a taxas diferentes de imposto, os elementos mencionados nas alíneas b), c) e d) devem ser indicados separadamente, segundo a taxa aplicável” (SITOC, 2008d). Assim, a separação e posterior arquivo dos documentos pelos diversos diários (que. o. correspondem a diferentes dossiers) torna as tarefas posteriores, ou seja, a de classificação. Pr ot eg id. e a de lançamento, mais rápidas e com menos probabilidade de ocorrência de erros. O Gabinete utiliza diários de acordo com as necessidades de cada cliente, ou seja, em função da dimensão da empresa e da quantidade de informação que cada uma tem. Para a maior parte das empresas os diários adoptados são:. Diário de Caixa: contém os pagamentos e recebimentos de pequeno valor;. •. Diário de Compras: contém as facturas de compras, notas de débito e notas de. te úd o. •. crédito dos fornecedores; neste diário incluem-se quer as compras de existências, quer as de imobilizado (investimento); •. Diário de Vendas: contém as facturas de vendas, notas de débito e notas de crédito. •. on. passadas aos clientes;. Diário de Operações Diversas: contém os documentos relativos ao processamento. C. de salários e ao apuramento de IVA, bem como todos os outros documentos que não se incluam nos diários anteriormente referidos.. Para além dos dossiers anteriores, o “Contábil” atribui a cada cliente mais um dossier, designado de Dossier Fiscal, para arquivar os documentos das operações realizadas com a Administração Fiscal, nomeadamente a declaração de início de actividade, cópia da escritura de constituição da sociedade, declarações do IVA, Modelo 22 do IRC, Modelo 3 do IRS, entre outros. Nos termos da Portaria n.º 359/2000, de 20 de Junho (MF, 2000), podem ainda salientar-se, como fazendo parte do Dossier Fiscal, os seguintes documentos que não têm registo contabilístico:. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 23.

(34) Relatório de Estágio. - Números de contribuintes; - Balancetes Sintéticos antes e após apuramento de resultados; - Mapa de Reintegrações e Amortizações; - Declaração Anual. Em conformidade com o artigo 121º, n.º 1, do CIRC, o processo de documentação fiscal tem de ser constituído até à data limite da Declaração Anual, especificamente:. Pr ot eg id. o. “Os sujeitos passivos de IRC, com excepção dos isentos nos termos do artigo 9º, são obrigados a manter em boa ordem, durante o prazo de 10 anos, um processo de documentação fiscal relativo a cada exercício, que deve estar constituído até ao termo do prazo para entrega da declaração a que se refere a alínea c) do n.º 1 do artigo 109º, com os elementos contabilísticos e fiscais a definir por portaria do Ministro das Finanças” (SITOC, 2008b). Adicionalmente, estes documentos deverão estar situados no mesmo local onde estão arquivados os documentos da empresa, uma vez que podem ser solicitados pela Administração Fiscal de acordo com o artigo 121º, n.º 2, do CIRC, ou seja:. te úd o. “O referido processo deve estar centralizado em estabelecimento ou instalação situada em território português nos termos do artigo 117º ou nas instalações do representante fiscal, quando o sujeito passivo não tenha a sede ou direcção efectiva em território português e não possua estabelecimento estável aí situado” (SITOC, 2008b). A obrigatoriedade do arquivo dos documentos, quer contabilísticos quer fiscais, é. on. reforçada pelo artigo 52º, n.º 1, do CIVA, os estipular que:. C. “Os sujeitos passivos são obrigados a arquivar e conservar em boa ordem durante os 10 anos civis subsequentes todos os livros, registos e respectivos documentos de suporte, incluindo, quando a contabilidade é estabelecida por meios informáticos, os relativos à análise, programação e execução dos tratamentos” (SITOC, 2008d).. 4.2.3 Classificação dos Documentos Após a separação dos documentos segue-se a sua classificação, pelo método digráfico (valor movimentado a débito é igual ao valor movimentado a crédito) e de acordo com o Plano de Contas da empresa em referência. Esta fase do tratamento dos documentos é a das mais importantes, por exigir maior concentração, responsabilidade e profissionalismo por parte de quem classifica o documento.. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 24.

(35) Relatório de Estágio. Assim, para uma melhor compreensão do trabalho realizado durante o período de estágio, apresentam-se de seguida alguns exemplos de contabilização de documentos, tendo por base o Plano de Contas utilizado e adaptado às especificidades da empresa “Sofinatural, Lda.” (Anexo 1). Por outro lado, importa salientar que a empresa “Sofinatural, Lda.” realiza todos os seus pagamentos através de cheque visado ou de transferência bancária, de forma a cumprir os procedimentos de controlo interno. 1. Compra de Matérias-primas (Anexo 2) CRÉDITO. VALOR €23.99 €1.20 €264.90 €31.79 €321.88. o. Factura n.º 718780. DÉBITO 316111 – Taxa de 5% 2432111 – Taxa de 5% 316112 – Taxa de 12% 2432112 – Taxa de 12%. Pr ot eg id. DESCRIÇÃO. 22110570. 2. Devolução de Matérias-primas (Anexo 3) DESCRIÇÃO. te úd o. Nota de Crédito n.ºV4/28121. DÉBITO 22110088. CRÉDITO 317611 243421. VALOR € 110,25 € 105,00 € 5,25. on. 3. Factura/Recibo relativa a Royalties (Anexo 4). C. DESCRIÇÃO. Factura/Recibo n.º 34/2007. DÉBITO 622241 622281 2432331. CRÉDITO. 24291 122. VALOR € 1.303,03 € 521,21 € 383,09 € 195,45 € 2.011,88. 4. Factura/Recibo da “PT.COM” (Anexo 5) DESCRIÇÃO Factura n.º 1173654. DÉBITO 622221 2432331 6317. CRÉDITO. 122. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). VALOR € 83,00 € 17,43 € 0,21 € 100,64. 25.

(36) Relatório de Estágio. 5. Factura/Recibo da “TMN, SA” (Anexo 6) DESCRIÇÃO Factura/Recibo nº175487608. DÉBITO 622221 2432331. CRÉDITO. VALOR € 159,64 € 33,52 € 193,16. 122. 6. Factura/Recibo da “Beiragás, SA” (Anexo 7) DESCRIÇÃO. CRÉDITO. VALOR € 29,70 € 1,49 € 31,19. 122. Pr ot eg id. o. Factura n.º 3322007113002553. DÉBITO 62214 2432311. 7. Compra de produtos de Limpeza (Anexo 8) DESCRIÇÃO Factura n.º 1405/07. DÉBITO 622341 2432331. CRÉDITO. te úd o. 22110280. VALOR € 8,89 € 1,87 € 10,76. 8. Amortização de Empréstimo (Anexo 9) DÉBITO 2310001. CRÉDITO 122. VALOR € 25.000,00 € 25.000,00. on. DESCRIÇÃO Aviso de Débito n.º 31N27362827. C. 9. Despesas Bancárias (Anexo 10) DESCRIÇÃO Aviso de Juros n.º 31N30409091. DÉBITO 6811 6313. CRÉDITO 122. VALOR € 440,00 € 17,60 € 457,60. 10. Recibo de Fornecedor (Anexo 11) DESCRIÇÃO Recibo n.º 10/1084. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). DÉBITO. CRÉDITO. 22110208. 122. VALOR € 1.305,76. 26.

(37) Relatório de Estágio. 11.Recibo de Gásoleo (Anexo 12) DESCRIÇÃO Recibo nº0.2.0382. DÉBITO 622124 2432341. CRÉDITO 122. VALOR €47,49 €4,51 €52,01. 4.2.4 Lançamentos no Sistema Informático Depois de os documentos da “Sofinatural, Lda.” estarem devidamente organizados, procede-se ao lançamento contabilístico dos mesmos no programa informático adoptado. Pr ot eg id. o. pelo Gabinete “Contábil”, especificamente o Infologia. Para se realizarem os lançamentos no sistema informático, cada empresa cliente do “Contábil” possui um código de identificação. Para se iniciar cada sessão de lançamentos, verifica-se que no ecrã do computador aparece no campo superior esquerdo uma janela com INTRODUÇÃO, pois o mesmo confirma que o programa está preparado para receber a informação dos documentos a serem lançados. À medida que os documentos são. te úd o. lançados vão sendo numerados sequencialmente na parte superior do documento. É de salientar que o programa informático constitui, de alguma forma, uma ferramenta de controlo sobre os valores a débito e a crédito, pois se, em cada lançamento, os movimentos a débito não forem iguais aos movimentos a crédito o sistema não deixa avançar para o. on. lançamento seguinte sem se corrigir primeiro o lançamento incorrecto Ao fim de todos os documentos estarem lançados, o programa permite extrair os respectivos Balancetes. C. Mensais, Trimestrais ou Anuais, bem como os Diários. Qualquer lançamento tem que ter suporte documental, em conformidade com as alíneas a) e b) do n.º 3 do artigo 115º do CIRC, em concreto: “a) Todos os lançamentos devem estar apoiados em documentos justificativos, datados e susceptíveis de serem apresentados sempre que necessário; b) As operações devem ser registadas cronologicamente, sem emendas ou rasuras, devendo quaisquer erros ser objecto de regularização contabilística logo que descobertos” (SITOC, 2008b).. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 27.

(38) Relatório de Estágio. 4.3 Imposto Sobre o Valor Acrescentado 4.3.1 Considerações Gerais O IVA insere-se nos denominados impostos indirectos, uma vez que o objecto da tributação em IVA é o consumo e não o rendimento, para além de ser um imposto plurifásico, uma vez que incide sobre todas fases do circuito económico. Segundo o artigo1º, n.º 1, do CIVA:. Pr ot eg id. o. “Estão sujeitas a imposto sobre o valor acrescentado: a) As transmissões de bens e as prestações de serviços efectuadas no território nacional, a título oneroso, por um sujeito passivo agindo como tal; b) As importações de bens; c) As operações intracomunitárias e efectuadas no território nacional, tal como são definidas e reguladas no Regime do IVA nas Transacções Intracomunitárias” (SITOC, 2008d). Por outro lado, é sujeito passivo de imposto, segundo o artigo 2º do CIVA:. C. on. te úd o. “a) As pessoas singulares ou colectivas que (…) exerçam actividades de produção, comércio ou prestação de serviços; b) As pessoas singulares ou colectivas que, segundo a legislação aduaneira, realizem importações de bens; c) As pessoas singulares ou colectivas que em factura ou documento equivalente mencionem indevidamente IVA; d) As pessoas singulares ou colectivas que efectuem operações intracomunitárias, nos termos do Regime do IVA nas Transacções Intracomunitárias; e) (…)” (SITOC, 2008d). Este imposto é calculado com base nas taxas que incidem sobre a base tributável das operações, ou seja, sobre o valor que serve de base à liquidação do imposto. As taxas de IVA actualmente em vigor em Portugal Continental, para cumprimento do artigo 18º do CIVA (SITOC, 2008d), encontram-se expressas no Quadro 2.. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 28.

(39) Relatório de Estágio. Quadro 2 – Taxas de IVA em Portugal Continental em Julho de 2008 Taxas Reduzida (5%) Intermédia (12%) Normal (20%). Aplicações Aplica-se às importações, transmissões de bens e prestações de serviços que constem na lista Ι que se encontra em anexo ao CIVA. Aplica-se às importações, transmissões de bens e prestações de serviços, que contem na lista ΙΙ do CIVA. Aplica-se às importações, transmissões de bens e prestações de serviços a que não se aplique a taxa de 5% ou 12%, isto é, às importações, transmissões de bens e prestações de serviços que não constem nas listas Ι e ΙΙ anexas ao CIVA.. Fonte: Adaptação de SITOC (2008d).. Nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira as taxas aplicáveis são respectivamente. Pr ot eg id. CIVA (SITOC, 2008d).. o. de 4% (Reduzida), 8% (Intermédia) e 15% (Normal), de acordo com o artigo 18º, n.º 3, do. Quando as operações de venda de bens e/ou serviços são realizadas com países da União Europeia, designadas transmissões intracomunitárias, as mesmas encontram-se isentas do imposto, conforme estipula o artigo 14º do Regime do IVA nas Transacções Intracomunitárias (RITI)7, na medida em que a tributação do IVA neste tipo de operações. te úd o. se efectua no País de destino. Se as operações realizadas forem relativas à aquisição de bens e/ou serviços ao mesmo tipo de países, ou seja, aquisições intracomunitárias, o imposto será liquidado e dedutível em simultâneo pela empresa que realiza a aquisição,. on. aplicando-se as taxas previstas no artigo 18º do CIVA (SITOC, 2008d). De referir ainda que, o IVA é suportado pelo consumidor final, visto que o sujeito passivo. C. entrega ao Estado a diferença entre o imposto liquidado nas vendas e/ou prestação de serviços e o imposto dedutível nas compras, pelo que: Só liquida imposto nas Vendas e/ou Prestações de Serviços quem tem direito a deduzir o imposto suportado nas Aquisições.. 7. Aprovado pelo Decreto-Lei nº 290/92, de 28 de Dezembro (MF, 1992).. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 29.

(40) Relatório de Estágio. 4.3.2 Regimes de Tributação Em Portugal, o IVA tem três regimes de tributação: Regime Normal; Regime Especial de Isenção e Regime Especial dos Pequenos Retalhistas.  Regime Normal (artigos 19º a 25º do CIVA) Neste regime estão enquadrados os sujeitos passivos abrangidos pelo artigo 2º do CIVA (SITOC, 2008d). Uma vez enquadrados neste regime, os sujeitos passivos, dependendo do seu volume de negócios (VN), devem declarar o IVA à Administração Fiscal segundo uma. Pr ot eg id. o. periodicidade mensal ou trimestral, através do site da Internet www.e-financas.gov.pt8. Os sujeitos passivos enquadrados no regime mensal, de acordo com a alínea a) do n.º 1 do artigo 40º do CIVA (SITOC, 2008d), correspondem aos que tenham tido um volume de negócios de valor igual ou superior a € 498.797,90 no ano civil anterior, sendo obrigados a entregar a declaração periódica até ao dia 10 do segundo mês seguinte àquele a que. te úd o. respeitam as operações.. Os sujeitos passivos enquadrados no regime trimestral, de acordo com a alínea b) do n.º 1 do artigo 40º do CIVA (SITOC, 2008d), correspondem aos que tenham tido um volume de negócios de valor inferior a € 498.797,90 no ano civil anterior, sendo obrigados entregar a. on. respectiva declaração periódica até ao dia 15 do segundo mês seguinte ao trimestre a que. C. respeitam as operações..  Regime Especial de Isenção (artigos 53º a 59º do CIVA) Todos os sujeitos passivos que não possuam Contabilidade Organizada para efeitos de IRS ou IRC, não tenham praticado operações de importação, exportação ou actividades conexas e não tenham atingido no ano civil anterior um volume de negócios superior a € 9.975,96, são considerados sujeitos passivos isentos pelo artigo 53º, n.º 1, do CIVA (SITOC, 2008d).. 8. A Portaria n.º 375/2003, instituiu a obrigatoriedade dos sujeitos passivos de IVA enviarem por transmissão electrónica de dados a declaração periódica (MF, 2003b).. © Ana Sofia Bicho Antunes (2008). 30.

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