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Biblioteca Digital do IPG: Relatório de Estágio Curricular - Farmácia Moderna (Aveiro)

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PoIyeehnie o! Guarda

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Licenciatura em Farmácia

Relatório Profissional 1

Antonieta Eusébio Mango Fernandes

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Escola Superior de Saúde da Guarda

Instituto Politécnico da Guarda

CURSO FARMÁCIA - 1º CICLO 4º ANO / 2º SEMESTRE

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

PROFISSIONAL II

Antonieta Eusébio Mango Fernandes

Guarda Junho|2015

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Escola Superior de Saúde da Guarda Instituto Politécnico da Guarda

CURSO FARMÁCIA - 1º CICLO 4º ANO / 2º SEMESTRE

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

PROFISSIONAL II

ESTÁGIO EM FARMÁCIA COMUNITÁRIA

RELATÓRIO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIADO EM FARMÁCIA ANTONIETA EUSÉBIO MANGO FERNANDES ORIENTADOR: ANDRÉ RICARDO DOS SANTOS ARAÚJO PEREIRA

SUPERVISOR: RAQUEL CRISTINA MACEDO MAIA

Guarda Junho|2015

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No decurso deste período de estágio foi essencial o auxílio e a disponibilidade de um coletivo muito importante de pessoas. Muito especialmente tenho a agradecer à Farmácia Moderna, por me ter permitido realizar este estágio nas suas instalações, á sua equipa de profissionais que muito cedo se disponibilizou a prestar toda a atenção, confiança e apoio para comigo, tornando este novo período de aprendizagem enriquecedor e valioso.

Aos meus colegas de estágio que durante vários meses partilharam comigo uma etapa de ensino e trabalho, a nossa amizade e entreajuda enriqueceu-me como pessoa e futura profissional de saúde.

A todas estas pessoas e também ao docente e meu supervisor de estágio, o Prof. André Ricardo Araújo Pereira, que esteve sempre ao dispor de qualquer dúvida ou dificuldade, um sincero

Muito Obrigada

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“Não se aprende bem a não ser pela experiência.” Francis Bacon(1561-1626)

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LISTA DE ACRÓNIMOS

ADSE – Direção Geral de Proteção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública;

AIM – Autorização de Introdução no Mercado; ANF – Associação Nacional de Farmácias; DCI – Denominação Comum Internacional; FEFO – First expired, First Out;

FC – Farmácia Comunitária;

INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P; IMC – Índice de Massa Corporal;

IRS- Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares; IVA – Imposto de Valor Acrescentado;

MG – Medicamento Genérico;

MNSRM – Medicamento Não Sujeito a Receita Médica; MSRM – Medicamento Sujeito a Receita Médica;

MSRM-E – Medicamento Sujeito a Receita Médica Especial; PVA- Preço de Venda Autorizado;

PVF – Preço de Venda à Farmácia; PVP – Preço de Venda ao Público; SNS – Serviço Nacional de Saúde;

SAMS - Serviços de Assistência Médico Social; TF – Técnico de Farmácia;

UC – Unidade Curricular;

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ... 7

1- CARATERIZAÇÃO DA FARMÁCIA MODERNA ... 9

1.1- INSTALAÇÕES FÍSICAS E RECURSOS HUMANOS ... 9

1.2- SERVIÇOS PRESTADOS ... 14

1.3- SISTEMA INFORMÁTICO – 4DIGITALCARE ® ... 14

2 - GESTÃO DE STOCKS ... 15

2.1- AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE ... 16

2.2 - RECEÇÃO E ARMAZENAMENTO DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE ... 17

2.3 - CONTROLO DE PRAZOS DE VALIDADE ... 20

2.4 - DEVOLUÇÃO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS ... 20

3 - MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE ... 21

3.1- MEDICAMENTOS GENÉRICOS ... 22

3.2- MEDICAMENTOS ESTUPEFACIENTES E PSICOTRÓPICOS ... 22

3.3- PRODUTOS FITOTERÁPICOS ... 23

3.4 – MEDICAMENTOS E PRODUTOS HOMEOPÁTICOS ... 23

3.5 - PRODUTOS DE COSMÉTICA E HIGIENE CORPORAL ... 24

3.6 – MEDICAMENTOS E PRODUTOS DE USO VETERINÁRIO ... 24

4 - DISPENSA DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE ... 24

4.1- DISPENSA DE MEDICAMENTOS SUJEITOS A RECEITA MÉDICA ... 25

4.2 - DISPENSA DE PRODUTOS DO PROTOCOLO DA DIABETES MELLITUS ... 29

4.3 - PLANOS DE COMPARTICIPAÇÃO DE MEDICAMENTOS ... 29

4.4 - DISPENSA E ACONSELHAMENTO DE MEDICAMENTOS NÃO SUJEITOS A RECEITA MÉDICA ... 31

5 - OUTROS SERVIÇOS DE SAÚDE PRESTADOS NA FARMÁCIA ... 33

5.1 - AVALIAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL ... 34

5.2 - CONTROLO DO PESO E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL ... 35

5.3 - AVALIAÇÃO DA GLICÉMIA ... 36

5.4 - AVALIAÇÃO DO COLESTEROL TOTAL ... 37

5.5 - AVALIAÇÃO DE TRIGLICÉRIDOS ... 38

5.6 - ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS INJETÁVEIS ... 38

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CONCLUSÃO ... 41 BIBLIOGRAFIA ... 42

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1- Balcões de atendimento individualizado………..….10

Figura 2- Zona de armazenamento de MSRM por DCI……….…11

Figura 3- Frigorífico de armazenamento de medicamentos e produtos termolábeis……….12

Figura 4- Sistema Informático da Farmácia Moderna………...15

Figura 5- Gabinete privativo de atendimento da Farmácia Moderna………33

Figura 6- Contentor do VALORMED………39

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1- Regime de Comparticipação Geral de medicamentos……….….…..30

Tabela 2- Regime de Comparticipação Especial de Medicamentos………...…30

Tabela 3- Classificação dos valores da Pressão Arterial……….34

Tabela 4- Classificação referência do IMC no adulto……….……….35

Tabela 5- Classificação referência do IMC do idoso………..………..35

Tabela 6- Valores de referência da glicose no sangue em jejum………..36

Tabela 7- Valores de referência da glicose no sangue após refeição……….36

ÍNDICE DE ANEXOS

ANEXO I-RECEÇÃO INFORMÁTICA DE ENCOMENDAS……… 44

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7 INTRODUÇÃO

O Estágio Profissional II, inserido no segundo semestre do quarto ano do curso de Farmácia 1º Ciclo, é de índole curricular obrigatória e constitui uma vertente essencial na formação profissional, em que a aprendizagem se desenvolve no seio de uma equipa multidisciplinar e em contacto direto com o utente. Pretende-se com a vertente prática desta unidade curricular (UC) aliar as aprendizagens adquiridas ao longo dos quatro anos da licenciatura ao desenvolvimento de novos conhecimentos de índole profissional adquiridos no contexto da Farmácia Comunitária( FC). Como tal, a finalidade da realização deste Estágio compreende os seguintes objetivos gerais [1]:

 Preparar o estudante para dar respostas às exigências da sociedade,  Promover a socialização e a integração profissional,

 Aplicar os princípios éticos e deontológicos subjacentes à profissão,

 Desenvolver e avaliar planos de intervenção adequadamente integrados numa equipa multidisciplinar,

 Responder aos desafios profissionais com inovação, criatividade e flexibilidade,

 Favorecer, em contexto real, a integração das aprendizagens que vão sendo desenvolvidas ao longo do curso, de modo a que o estudante vá ao encontro das competências necessárias no âmbito da sua formação;

A componente prática da unidade curricular de Estágio Profissional II, em contexto de Farmácia Comunitária, foi realizada na Farmácia Moderna, localizada na cidade de Aveiro, e teve uma duração total de 500 horas, compreendidas entre o dia 2 de março e 12 de junho de 2015. A coordenação do estágio esteve a cargo do docente André Ricardo Araújo Pereira e orientação no local de estágio a cargo da Técnica de Farmácia (TF) Raquel Maia com o auxílio e intervenção da restante equipa técnica da Farmácia Moderna.

O principal objetivo da farmácia comunitária é a cedência de medicamentos em condições que possam minimizar os riscos do uso dos medicamentos e que permitam a avaliação dos resultados clínicos dos medicamentos de modo a que possa ser reduzida a elevada morbi-mortalidade associada aos medicamentos [2]. A profissão de TF faz parte integrante da carreira de Técnico de Diagnóstico e Terapêutica e carateriza-se pelo

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8 desenvolvimento de atividades inseridas no circuito do medicamento. Fazem parte das competências de um TF em Farmácia Comunitária [3]:

 Assegurar a aquisição e receção de medicamentos e produtos de saúde,

 Proceder ao armazenamento segundo normas que promovam a qualidade e segurança,

 Aplicar as técnicas necessárias à produção de medicamentos manipulados,  Proceder à correta dispensa de medicamentos e outros produtos de saúde, com

base na interpretação da prescrição terapêutica,

 Avaliar a dispensa de medicamentos não sujeitos a receita médica, fornecendo o aconselhamento técnico e científico necessários à correta utilização do medicamento,

 Prestar informações e/ou aconselhamento ao doente/utente sobre o uso racional de medicamentos e outros produtos;

Em termos gerais, o TF na FC é responsável pelo conceção, planeamento, organização, aplicação e avaliação de todas as fases do circuito do medicamento e produtos de saúde, assegurando a sua qualidade, num espaço de intervenção próprio e autónomo.

Tendo por base os objetivos gerais propostos para a realização do Estágio Profissional II, bem como as componentes técnico-científicas inerentes à farmácia comunitária, o presente relatório irá consistir num texto informativo-expositivo em que a metodologia descritiva foi baseada nos procedimentos internos em que participei na Farmácia Moderna, nos conhecimentos teórico - práticos apreendidos durante o plano de curso e nas explicações teóricas cedidas pelos profissionais que me acompanharam durante a vertente prática do Estágio Profissional II.

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9 1- CARATERIZAÇÃO DA FARMÁCIA MODERNA

Situada no centro histórico da cidade de Aveiro, a Farmácia Moderna é uma Farmácia de dimensões amplas e modernas e composta por uma equipa de profissionais dinâmica e multidisciplinar. Graças à sua localização privilegiada, como também ao seu constante crescimento esta farmácia tem uma grande afluência de utentes, que vão desde os fidelizados aos grandes grupos de turistas que têm como paragem obrigatória as ruas e praças que envolvem a farmácia.

A Farmácia Moderna encontra-se aberta ao público nos dias úteis entre as 9h e as 19h30, sem interrupção para almoço, e nos sábados entres as 9h e as 13 horas, encerrando aos domingos. Seguindo um acordo estabelecido com as restantes farmácias da cidade de Aveiro, a farmácia encontra-se de serviço permanente de 15 em 15 dias, sendo que no dia de serviço está aberta ininterruptamente entre as 9 h e as 24 horas, período após o qual permanece um TF no interior que pode ser contatado em caso de urgência, até às 9 horas do dia seguinte [4]. Para garantir a segurança do TF que está a cargo de permanecer no interior da farmácia, após as 24 horas o atendimento é realizado através do postigo de atendimento.

1.1- INSTALAÇÕES FÍSICAS E RECURSOS HUMANOS

No exterior do edifício da farmácia, esta encontra-se identificada de forma visível por um letreiro digital com a inscrição do nome da farmácia e o símbolo da “cruz verde”, sendo que, estes permanecem iluminados sempre que a farmácia se encontra aberta. Ainda na zona exterior da farmácia encontra-se também uma placa que identifica o diretor técnico e o horário de funcionamento da farmácia bem como o calendário das farmácias que irão estar de serviço. Com uma porta de entrada ampla e livre de obstáculos que impeçam a entrada, a Farmácia Moderna segue assim a legislação que demanda que as farmácias comunitárias garantam a acessibilidade a todos os utentes e que disponham de condições que permitam o acesso de cidadãos portadores de deficiência às suas instalações [5].

Ocupando um espaço que se abrange a dois pisos, a Farmácia Moderna encontra-se dividida em cinco grandes áreas distintas e devidamente equipadas:

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10 b) Zona de Gestão de Stocks;

c) Armazém de produto excedentes;

d) Gabinetes de atendimento personalizado; e) Laboratório.

Também no interior das instalações existe um Gabinete da Direção Técnica, uma zona de vestiário e instalações sanitárias. A Farmácia Moderna possui em todas as suas divisões uma iluminação ampla e uma ventilação agradável, oferecendo assim tanto aos seus utentes como à sua equipa de profissionais um ambiente agradável, espaçoso e acolhedor, seguindo assim o Decreto-Lei n.º 171/2012, de 1 de agosto, relativo às divisões e suas condições de farmácias comunitárias [6].

a) Zona de atendimento geral ao público

A área de atendimento geral é uma área bastante ampla, onde graças a um sistema de ar condicionado regularmente controlado, existe uma ventilação agradável durante todo o dia.

Desde a entrada até aos três principais balcões de atendimento o utente passa por uma zona de espera, equipada com bancos para tornar a espera mais confortável, uma ampla área em que estão expostos vários lineares de produtos de dermocosmética e um balcão para atendimento personalizado desses mesmos produtos. Seguidamente encontra-se uma zona de lazer para crianças, vários lineares de produtos capilares, podologia, puericultura, higiene bucodentária, higiene íntima, veterinária, fitoterapia, suplementos naturais e dietéticos e homeopatia. Nesta vasta e composta área não só o utente informa-se sobre vários produtos como também é indiretamente influenciado a comprar por impulso.

Na zona de atendimento individualizado (Figura 1) existem três balcões com os respetivos terminais informáticos, impressoras e leitores óticos de códigos de barras, terminais Multibanco® e um CashGuard® ( uma caixa para recolha do numerário automática).

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11 Figura 1: Balcões de atendimento individualizado

É na zona de atendimento individualizado que é disponibilizada ao utente informação acerca do medicamento e outros produtos de saúde, como a posologia, a duração do tratamento, as contraindicações, a via de administração e o modo de utilização. Atrás dos balcões encontram-se vários lineares, onde estão expostos Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM), suplementos alimentares, vitamínicos e dietéticos, homeopáticos, entre outros. Estes lineares são alterados sazonalmente de acordo com fatores como a mudança de estações, a rotação dos produtos ou a introdução de uma nova imagem de um certo produto.

b) Zona de Gestão de Stocks

Nesta área, imediatamente por detrás da zona de atendimento, permitindo assim uma minimização do tempo de recolha e dispensa dos medicamentos, encontram-se armazenados os Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM), agrupados por formas farmacêuticas e organizadas por ordem alfabética de Denominação Comum Internacional (DCI) da substância ativa numa zona de prateleiras (Figura 2), e por nome comercial noutra zona de armário de gavetas deslizantes.

Figura 2: Zona de armazenamento de MSRM por DCI

É de referir que existem gavetas destinadas, exclusivamente, a fórmulas farmacêuticas orais sólidas, a soluções para aplicação nasal e auricular, a medicamentos de uso vaginal, a supositórios, a sistemas transdérmicos, a pomadas, géis e cremes, a pós/granulados para uso

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12 oral, a soluções/suspensões para uso oral e formas líquidas acondicionadas em ampolas, a colírios, géis e pomadas oftálmicas, a soluções injetáveis, a estupefacientes e psicotrópicos e a tiras e lancetas para medição de glicémia. Aqui também se encontra um frigorífico (Figura 3), onde estão armazenados os produtos termolábeis, com temperatura controlada por dispositivo eletrónico, sendo que estes produtos devem estar acondicionados num ambiente entre os 2-8ºC.

Figura 3: Frigorífico de armazenamento de medicamentos e produtos termolábeis

É também na zona de gestão de stock que ocorre o processamento e receção de encomendas, estando a área apetrechada com dois terminais informáticos com a respetiva impressora e leitor ótico, telefones, fax, e fotocopiadora. Existem aqui dois balcões para o processamento e receção de encomendas, análise da faturação e etiquetagem de produtos.

c) Armazém de produtos excedentes

Esta zona de armazenamento, destinada aos excedentes, dos produtos que não cabem nos lineares, gavetas deslizantes e nas prateleiras dos genéricos, é a área geralmente destinada a medicamentos e outros produtos de saúde que são encomendados em grandes quantidades. Devido às grandes dimensões da farmácia e à grande afluência de utentes que ali vão, esta possui muitos produtos, sendo que esta área de armazenamento de produtos excedentes se estende a mais duas divisões.

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13 d) Gabinetes de atendimento personalizado

A Farmácia Moderna possui dois gabinetes de atendimento individualizado sendo que um dos gabinetes se encontra afeto à área de atendimento geral ao público, e onde são feitas, sempre que solicitadas, avaliações da pressão arterial, níveis de glicémia, colesterol total e triglicéridos. Neste espaço também se faz a administração de medicamentos injetáveis. O outro gabinete, localizado imediatamente atrás da zona de gestão de stocks é onde se realizam consultas de osteopatia ou rastreios que ocorrem na farmácia. Ambos os gabinetes estão munidos de todo o material necessário para a realização de todos estes atendimentos personalizados.

e) Laboratório

O laboratório encontra-se num espaço adjacente à zona de gestão de stocks e contém uma bancada e um lavatório contíguo. Sobre a bancada encontra-se uma balança digital.

Atualmente e devido a vários fatores, onde se inclui o amplo crescimento da indústria farmacêutica, o papel das farmácias comunitárias na manipulação de medicamentos diminuiu consideravelmente. Na Farmácia Moderna sempre que é solicitado um manipulado, este é enviado a outra farmácia que se encarrega dessa manipulação.

Tido como um estabelecimento de referência, o bom funcionamento da Farmácia Moderna assenta sobre uma equipa profissional adequada, quer em número quer em qualidade. Responsável pela Direção Técnica está o também proprietário da farmácia, Dr.º Fernando Luís Seabra de Bastos, apoiado por uma equipa de seis profissionais: um farmacêutico adjunto, três TF’s, uma auxiliar técnica e uma auxiliar de limpeza. É da responsabilidade do pessoal técnico farmacêutico assegurar a terapêutica medicamentosa dos utentes, assim como, a qualidade e segurança dos medicamentos. Afeto a esta equipa, existe também um conjunto de profissionais que cedem serviços semanais mas essenciais ao bom funcionamento da Farmácia Moderna, sendo este grupo constituído por uma nutricionista, uma terapeuta da fala, uma podologista e uma enfermeira especialista em osteopatia.

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14 1.2- SERVIÇOS PRESTADOS

A Farmácia Moderna tem como principal função a dispensa e aconselhamento farmacoterapêutico aos utentes. Passa também como objetivo fulcral desta farmácia oferecer à comunidade o máximo de serviços e iniciativas de modo a estimular a promoção da saúde.

A Portaria nº1429/2007, de 2 de novembro, prevê quais os serviços que as farmácias comunitárias podem prestar aos utentes no âmbito da promoção da saúde e bem-estar [7]. A Farmácia Moderna oferece serviços de determinação dos parâmetros bioquímicos e fisiológicos dos utentes como medição da glicémia, colesterol total e determinação/avaliação do peso e do índice de massa corporal (IMC). A medição dos parâmetros bioquímicos é de extrema importância na medida em que é uma ferramenta essencial na monitorização da saúde e permite diagnosticar e prevenir doenças que de outra forma não seriam detetáveis. Perante o resultado destas medições o TF pode indicar alterações nos hábitos e estilos de vida do indivíduo e, quando se aplicar, incentivar a adesão à terapêutica já instituída. Também são feitas administração de injetáveis e vacinas não incluídas no Plano Nacional de Vacinação, como a vacina da Influenza e da Hepatite A. A Farmácia Moderna também oferece consultas semanais ou quinzenais de podologia, nutrição, e osteopatia.

1.3- SISTEMA INFORMÁTICO – 4DIGITALCARE ®

Na Farmácia Moderna está implementado desde fevereiro de 2015 o sistema informático 4DigitalCare (Figura 4). Seguindo a norma do manual das Boas Praticas Farmacêuticas em Farmácia Comunitária que sugere que equipamentos utilizados pela farmácia no processamento e registo de dados devem entre vários aspetos ser concebidos, implementados e validados de forma a evitar erros e a respeitar a confidencialidade dos dados e estar documentados e adequados ao uso [8], o 4Digitalcare foi desenvolvido para facilitar a atividade farmacêutica estando acessível na maioria dos terminais informáticos da farmácia, permitindo assim, uma otimização da gestão de stocks, uma gestão racional do medicamento, ao mesmo tempo que cede informação relacionada com os medicamentos de uma forma rápida e prática.

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15 Figura 4: Sistema Informático da Farmácia Moderna

Este software é um programa bastante completo que permite a elaboração de um elevado número de tarefas, desde efetuar e rececionar encomendas (Anexo I), consultas de stocks existentes, realizar e comunicar devoluções, controlar prazos de validade, disponibilizar informação relativa aos medicamentos e produtos de saúde disponíveis na farmácia como verificações de interações entre medicamentos, indicações terapêuticas e efeitos secundários dos mesmos, passando pela realização de várias receitas na mesma venda. Em suma, o 4DigitalCare® constitui um instrumento de suporte ao profissional de farmácia para uma prática centrada no utente ao facilitar o atendimento e aconselhamento aos utentes e ao permitir gerir o medicamento em todas as fases do circuito, desde a sua entrada no stock até à sua dispensa.

2 - GESTÃO DE STOCKS

Uma boa organização, gestão e controlo de stocks é um processo fundamental para o bom funcionamento de uma farmácia comunitária pois sem esta não se pode garantir a terapêutica do utente. Na gestão de stocks em farmácia comunitária, pretende-se em primeiro lugar garantir a disponibilidade e a funcionalidade dos produtos, na quantidade pretendida e com a qualidade, eficácia e eficiência desejadas.

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16 Em suma para que a gestão do stock em farmácia comunitária seja otimizada há a ter em consideração aspetos como o perfil e necessidades dos utentes, a rotatividade dos produtos e a relação custo/benefício.

2.1- AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE

A aquisição de medicamentos e outros produtos farmacêuticos é feita a partir de fornecedores, que dependendo de fatores como as quantidades e as vantagens económicas podem ser laboratórios farmacêuticos ou armazenistas, que fazem a ligação entre os laboratórios e as farmácias. A Farmácia Moderna tem como principais fornecedores os armazenistas Cooprofar®, Plural® e Alliance HealthCare®, sendo que estes três se caraterizam por fornecer as encomendas de forma rápida, sem a exigência de quantidades mínimas, e permitem um contato direto por telefone para retirar dúvidas ou fazer encomendas instantâneas. Devido à proximidade dos armazéns, o principal fornecedor da Farmácia Moderna é a Cooprofar®, o que garante uma melhor gestão no tempo de entrega, uma maior facilidade de gestão de devoluções e de contato para resolução de problemas que possam surgir. São feitas quatro encomendas diárias para este fornecedor, uma ao início da manhã, outra ao final da manhã e outra a meio da tarde e ainda outra ao final do dia, que são realizadas, informaticamente e de acordo com o consumo diário da farmácia e stocks mínimos e máximos específicos de cada produto. É também possível realizar encomendas instantâneas através dos gadgets onlines da Cooprofar® e da Plural® ou por telefone, no caso de produtos pedidos muito raramente. As encomendas instantâneas permitem uma maior comodidade, pois podem ser feitas enquanto se procede ao atendimento.

No que diz respeito a encomendas feitas a laboratórios produtores, estas incluem a compra de MSRM, MNSRM, produtos cosméticos e de higiene corporal, puericultura ou produtos esgotados nos restantes fornecedores. Embora os laboratórios possuam preços mais baixos, o que permite uma margem de lucro maior, a entrega pode ser tardia e existe também a desvantagem de certos laboratórios exigirem quantidades mínimas. As encomendas são efetuadas diretamente ao representante comercial do laboratório pelo TF responsável pelas compras, em função das necessidades da farmácia e das condições apresentadas pelo próprio laboratório. Outra forma de adquirir medicamentos e outros produtos de saúde é através de delegados de informação médica que visitam a farmácia regularmente, mediante agendamento com o responsável das compras, proporcionando ações de formação sobre os produtos, em

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17 termos de vendas e informação técnica e científica. Sempre que um medicamento se encontra indisponível no mercado ou a sua entrega é demorada e este é preciso com urgência recorre-se aos empréstimos entre farmácias.

2.2 - RECEÇÃO E ARMAZENAMENTO DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE

Aquando a receção de encomendas os medicamentos e outros produtos de saúde chegam à farmácia devidamente acondicionados em contentores selados, e acompanhados no seu interior por uma fatura e/ou guia de remessa original e o seu duplicado. Caso haja produtos termolábeis na encomenda estes vêm obrigatoriamente acondicionados em caixas de esferovite com termoacumuladores, que mantêm os medicamentos nas temperaturas adequadas de frio. No ato da receção, os medicamentos termolábeis são os primeiros a ser conferidos e imediatamente armazenados no frigorífico.

Sempre que na encomenda se encontram medicamentos estupefacientes e psicotrópicos, esta além da fatura (original e duplicado), vem acompanhada de uma requisição de substâncias e suas preparações [9]. O duplicado deste documento deve ser rubricado, identificado pelo número de inscrição na Ordem dos Farmacêuticos, e carimbado pelo Diretor Técnico e reencaminhado para o fornecedor, sendo que o original deverá permanecer na farmácia arquivado por um período de três anos.

Ainda no que diz respeito à conferência de encomendas, esta passa também por verificar o estado de conservação dos produtos, como por exemplo:

 Condições de armazenamento;

 Existência de embalagens danificadas;  Controlo dos prazos de validade;

 Verificação se os produtos entregues estão de acordo com os produtos pedidos e com os que foram debitados, tendo em conta dados como: o nome comercial, a dosagem, a forma farmacêutica, a dimensão da embalagem e o número de embalagens.

Sempre que se verificar algum tipo de anomalia ou erro, ou seja identificada alguma não conformidade em qualquer uma destas situações, a farmácia procede à emissão de uma nota de devolução ao fornecedor respetivo. Posteriormente, a farmácia irá proceder à regularização da devolução de acordo com a resposta do fornecedor.

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18 Os contentores que chegam à farmácia vindo dos fornecedores estão devidamente identificados com o nome da farmácia destinatária, um código de barras e um código numérico. No interior dos contentores juntamente com a encomenda encontra-se original e duplicado da fatura ou da guia de remessa. Na fatura vem obrigatoriamente descritos as seguintes informações:

 Nome e morada do fornecedor,  Número da fatura,

 Data e hora de emissão da fatura,

 Nome, morada e número fiscal de identificação (NIF) da farmácia de destino,  Designação e código dos produtos,

 Preço de Venda à Farmácia (PVF), Preço de Venda ao Público (PVP), Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA),

 Valor total da encomenda com e sem IVA,

 Produtos em falta e respetiva justificação, que por norma é “produto esgotado”. O original da fatura é arquivado numa pasta para o efeito, e no final do mês o contabilista faz o seu levantamento e processamento. Para efeitos de conferência da encomenda é utilizado o duplicado da fatura tendo em atenção se a quantidade enviada corresponde à quantidade recebida, verificando todos os parâmetros descritos na fatura, desde a identificação do fornecedor, o número da fatura, os códigos atribuídos aos produtos de saúde, a designação, dosagem e forma farmacêutica dos medicamentos, os descontos atribuídos, passando pelos preços e pelo valor de IVA. É necessário ter uma atenção extra aos preços atribuídos, uma vez que os MSRM apresentam o preço marcado, conforme a lei em vigor, à taxa de IVA de 6% mas os MNSRM muitas vezes vêm sem PVP tabelado, nesse tipo de situações no caso dos produtos não tabelados, deve ser introduzido na ficha do produto o preço de custo e a margem de comercialização. Através destes parâmetros, o programa 4DigitalCare® calcula automaticamente o PVP do produto. As etiquetas destes produtos são então emitidas no final da receção da encomenda, contendo todas as informações necessárias à sua identificação como nome do produto, a forma de apresentação, o preço, o Código Nacional do produto (CNPEM) [10] ou o código interno atribuído pela farmácia e o código de barras.

O programa 4DigitalCare permite fazer receções automáticas ou diretas de encomendas, as primeiras caracterizam-se por serem receções de encomendas diárias feitas

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19 pelo programa ao fornecedor através de uma análise ao stock existente e à rotação dos produtos, enquanto que as receções diretas são relativas a encomendas instantâneas feitas ao longo do dia ou por pedido de clientes de produtos que raramente se encomendam, ou por fornecedores que não sejam os principais regularmente usados. No ato da receção de encomenda, seleciona-se a aplicação de receção de encomendas no programa, indica-se o fornecedor e o tipo de encomenda (automática ou direta) e à medida que se dá entrada dos produtos, através da leitura ótica dos códigos de barras, deve-se confirmar sempre com o parâmetros da fatura anteriormente referidos, sendo que o prazo de validade dos mesmos é um fator muito importante. Se os produtos em questão não existirem em stock, deve introduzir-se o seu prazo de validade de acordo com o que é encontrado na embalagem e no caso de duas embalagens do mesmo produto com prazos de validade diferentes, deve introduzir-se a data mais próxima do término.

Depois de serem introduzidos no programa todos os produtos, e depois de regularizados os preços líquidos e acertadas as margens dos medicamentos procede-se à finalização da receção em que se introduz o número e data de emissão da fatura, e se a quantidade de produtos introduzidos e o valor total da encomenda correspondem ao que veio faturado procede-se ao fecho da receção que irá ficar guardada no sistema informático para posteriormente ser verificada aquando o fecho da faturação no final do mês.

Aquando o fim do processo de conferência e receção de encomendas segue-se o armazenamento das mesmas. Na Farmácia Moderna os objetivos do armazenamento passam por garantir a estabilidade e a acessibilidade dos medicamentos de modo a que o serviço prestado ao utente seja rápido, eficaz e de qualidade. Para garantir que tal se verifique, durante o armazenamento é necessário:

 Aprovisionar os medicamentos e produtos de saúde em condições de humidade (inferior a 60%), temperatura (inferior a 25ºC), e luminosidade adequadas às suas características;

 O local de armazenamento deve ser de fácil acessibilidade e permitir que o produto esteja bem visível;

 De acordo com as suas caraterísticas termolábeis ( no frigorífico);

 Caso sejam medicamentos estupefacientes e psicotrópicos devem ser armazenados imediatamente após a sua receção, em armário exclusivo e não identificado, restringindo-se assim o seu acesso;

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20  Deve ser respeitada a regra First Expired First Out (FEFO), isto é, ao serem armazenados devem ser estar á frente os produtos com o prazo de validade mais curto, de modo a serem vendidos primeiro;

 Os MSRM deverão estar fora do alcance do utente, em gavetas ou armários reservados, onde apenas a equipa farmacêutica possa ter acesso. O seu armazenamento é feito por ordem alfabética, tendo em conta o DCI dos medicamentos genéricos e o nome comercial dos medicamentos de marca e por ordem crescente de dosagem.

2.3 - CONTROLO DE PRAZOS DE VALIDADE

Para que todos os medicamentos e outros produtos de saúde sejam dispensados em conformidade é necessário haver um controlo por parte da farmácia comunitária de todos os produtos existentes em stock, de forma a garantir a qualidade, segurança e eficácia dos mesmos. No final de cada mês é emitido uma listagem a partir do sistema informático de todos os produtos cujo prazo validade expira nos três meses seguintes. Nesta lista, onde constam por ordem alfabética todos os produtos anteriormente referidos, existe ainda os códigos de identificação, a quantidade em stock e o prazo de validade respetivo. É realizada uma conferência para verificar se os produtos que constam desta lista têm na realidade prazos de validade coincidentes com o relatório fornecido pelo sistema informático. Caso se verifique que sim, estes devem ser retirados do stock e realizada uma nota de devolução para que estes sejam devolvidos, se aplicável, ao fornecedor, se pelo contrário o prazo de validade real não seja coincidente com a que está na listagem deve-se corrigir o prazo para que não existam produtos em stock com prazos de validade incorretas.

2.4 - DEVOLUÇÃO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS

A devolução de produtos por parte da farmácia ao fornecedor pode acontecer por uma variedade de razões. Como já foi referido anteriormente, sempre que na conferência e receção de encomendas se verifique uma não conformidade (o produto foi enviado por engano, o produto não corresponde ao pedido, embalagem incompleta, embalagem danificada, prazo de validade muito curto, etc), ou seja quando a responsabilidade do erro é do fornecedor, os

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21 produtos em questão são registados numa nota de devolução para que sejam devolvidos. Porém existem outras ocasiões em que é possível realizar a devolução de produtos farmacêuticos, como por exemplo aquando o controlo de validades se encontram produtos com prazo de validade curto.

Uma vez detetados os produtos a serem devolvidos devem ser imediatamente retirados do stock, caso já estejam aprovisionados, e colocados num caixote destinado aos produtos em vias de devolução. Paralelamente é feita uma Nota de Devolução, informaticamente pelo sistema 4DigitalCare®, onde constam a identificação da farmácia, identificação e respetivo código dos produtos , quantidade do produto, motivo da devolução e fornecedor ou distribuidor respetivo (ANEXO II). Esta nota de devolução é impressa em triplicado, sendo que duas cópias são enviadas para o fornecedor enquanto uma é arquivada na farmácia em pasta própria. Após o envio dos produtos e das cópias da nota de devolução ao fornecedor, este analisa se pretende aceitar a devolução da farmácia. A regularização da devolução de acordo com a resposta do fornecedor pode ser feita das seguintes formas.

 Não-aceitação da devolução e reenvio á farmácia,

 Aceitação da devolução e emissão de uma nota de crédito,

 Aceitação da devolução e troca de produtos por outros de igual valor,

 Aceitação da devolução e troca de produtos pelos mesmos nas devidas condições.

Quando o produto devolvido é reenviado á farmácia, dá-se baixa informática deste no stock através de um acerto de stock e ao fim do mês o produto é levado para o VALORMED.

3 - MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE

Um dos principais objetivos da atividade farmacêutica em contexto de farmácia comunitária é a promoção da saúde na comunidade. Para que haja uma promoção da saúde é essencial que os profissionais de saúde da farmácia comunitária implementem uma política de uso racional de uso de medicamentos, e pratiquem um papel de pedagogia acerca dos medicamentos e outros produtos de saúde para com o utente.

Entende-se como medicamento “(…) qualquer substância simples ou complexa que, quando aplicada no interior ou exterior do ser humano ou do animal possa produzir efeito

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22 curativo ou preventivo de doenças e dos seus sintomas. O medicamento pode ser utilizado para diagnóstico ou para restaurar, corrigir ou modificar funções orgânicas.”[11]

3.1- MEDICAMENTOS GENÉRICOS

Identificados pela sigla (MG), inserida na embalagem exterior do medicamento, os medicamentos genéricos são medicamentos com a mesma substância ativa, forma farmacêutica e dosagem e com a mesma indicação terapêutica que o medicamento original, de marca registrada, que serviu de referência. Apresentam a mesma segurança e eficácia do medicamento de referência, traduzida na demonstração de bioequivalência, através de estudos de biodisponibilidade, mas uma vez que no seu fabrico foram dispensadas a apresentação de ensaios pré-clínicos e clínicos desde que demonstrada a sua bioequivalência, e uma vez que contêm substâncias ativas amplamente investigadas cuja patente já expirou, no seu preço não se repercute nenhum gasto proveniente da investigação original, fazendo com que estes sejam significativamente mais baratos do que o medicamento de referência. Na Farmácia Moderna é visível uma aderência enorme por parte dos utentes a este tipo de medicamentos, visto está que a poupança em medicamentos é uma vantagem enorme para a população.

3.2- MEDICAMENTOS ESTUPEFACIENTES E PSICOTRÓPICOS

Denominam-se medicamentos estupefacientes e psicotrópicos todos os medicamentos que tenham na sua composição substâncias ativas que provoquem alterações psíquicas e físicas e que causem um estado generalizado de apatia, entorpecimento e prostração.

Os medicamentos psicotrópicos e estupefacientes são substâncias extremamente importantes, utilizados na terapêutica de diversas doenças, algumas com elevada incidência na população. São várias as suas aplicações, uma vez que atuam diretamente sobre o sistema nervoso central, logo com impacto em todo o organismo humano. É também por terem ação direta no sistema nervoso central que podem induzir habituação, e até dependência física ou psíquica, bem como perigosos riscos de sobredosagem. Associado a estes riscos para a saúde do utente estão a contrafação que têm contribuído para o uso ilícito deste tipo de medicamentos. Dadas as particularidades deste tipo de substâncias, a sua prescrição para fins clínicos e a sua dispensa está sujeita a legislação apertada e a vigilância do INFARMED.

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23 Todos os medicamentos que contenham estas substâncias controladas, só podem ser dispensados pelo profissional de farmácia mediante apresentação de receita médica especial e na Farmácia Moderna encontram-se armazenados em local próprio, afastados dos restantes medicamentos, e com acesso restrito.

3.3- PRODUTOS FITOTERÁPICOS

A Fitoterapia pode ser definida como “terapêutica à base de plantas”, em suma, a ciência que estuda a utilização dos produtos de origem vegetal com finalidade terapêutica, e de prevenção, atenuação ou tratamento de um estado patológico [12]. Produtos Fitoterápicos têm exclusivamente como substâncias ativas uma ou mais substâncias derivadas de plantas, uma ou mais preparações à base de plantas ou uma ou mais substâncias derivadas de plantas em associação com uma ou mais preparações à base de plantas [11]. Esta modalidade terapêutica é procurada principalmente por pessoas que preferem uma alternativa natural a situações ou patologias não graves recorrentes. Na Farmácia Moderna existe uma grande oferta de produtos Fitoterápicos cuja ação terapêutica é alargada, passando pelo tratamento de situações de obstipação e diarreias, a sinusites e constipações.

3.4 – MEDICAMENTOS E PRODUTOS HOMEOPÁTICOS

Um medicamento homeopático é um medicamento obtido a partir de substâncias denominadas matérias-primas homeopáticas. Estas substâncias podem ser de origem vegetal ou animal. Em alguns casos, podem ser também minerais ou compostos químicos. A produção de produtos homeopáticos vai de acordo com um processo de fabrico descrito na Farmacopeia Europeia, ou na sua falta, em farmacopeia utilizada de modo oficial num Estado membro, e que pode ter vários princípios. Os medicamentos homeopáticos comercializados em Portugal seguem o método de fabrico de diluições múltiplas, em que as substâncias ativas perdem gradualmente a sua toxicidade, mantendo, no entanto, o efeito terapêutico específico.

Os medicamentos homeopáticos podem apresentar-se sob várias formas farmacêuticas, sendo as mais comuns glóbulos, grânulos, gotas, comprimidos, xaropes ou pomadas. Na Farmácia Moderna são comercializados produtos homeopáticos destinados ao tratamento de estados gripais, rinites, estados de ansiedade ou enjoos nos transportes. Caso o utente pretenda

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24 um produto homeopático específico, ou recomendado pelo médico ou homeopata e que não esteja disponível na farmácia, este pode ser encomendado ao fabricante. Na Farmácia Moderna trabalha-se com o laboratório Boiron®, sendo que os produtos encomendados, em condições normais, estão disponíveis entre 24 a 48 horas.

3.5 - PRODUTOS DE COSMÉTICA E HIGIENE CORPORAL

Na Farmácia Moderna existe uma vasta e completa gama de cosméticos e produtos de higiene corporal, e uma vez que a sua procura é diversa e afluente, a oferta destes produtos abrange várias marcas conhecidas e altamente certificadas como a Vichy®, a Bioderma®, a Lierac®, a Phyto®, a Roc®, e a Caudalie®, citando alguns exemplos. Segundo o INFARMED entende-se por produto cosmético qualquer substância ou mistura destinada a ser posta em contacto com as partes externas do corpo humano (epiderme, sistemas piloso e capilar, unhas, lábios e órgãos genitais externos) ou com os dentes e as mucosas bucais, tendo em vista, exclusiva ou principalmente, limpá-los, perfumá-los, modificar-lhes o aspeto, protegê-los, mantê-los em bom estado ou de corrigir os odores corporais [13].

3.6 – MEDICAMENTOS E PRODUTOS DE USO VETERINÁRIO

Embora na Farmácia Moderna os medicamentos e produtos de uso veterinário tenham pouca expressão, a sua comercialização passa pela defesa da saúde e do bem-estar dos animais e diretamente pela promoção da saúde pública.

Entende-se por medicamento veterinário, “Toda a substância ou composição que possua propriedades curativas ou preventivas das doenças e dos seus sintomas do animal, com vista a estabelecer um diagnóstico médico-veterinário ou a restaurar, corrigir ou modificar as suas funções orgânicas” [14]. Os medicamentos veterinários mais dispensados na Farmácia Moderna são os antiparasitários, antibióticos, e anticoncecionais.

4 - DISPENSA DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE

No contexto de farmácia comunitária, a dispensa de medicamentos é a fase do circuito do medicamento que possuí maior visibilidade. A cedência/dispensa de medicamento é o ato

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25 em que o profissional de farmácia, após cuidada avaliação, cede medicamentos ou substâncias medicamentosas aos doentes mediante prescrição médica ou em regime de automedicação ou indicação farmacêutica, acompanhada de toda a informação indispensável para o correto uso dos medicamentos [15].

O profissional de farmácia não só cumpre o papel de elo entre o médico e o utente, como também representa um papel pedagógico sobre os utentes, contribuindo assim para um uso racional de medicamentos por parte da população e promovendo a saúde.

Na Farmácia Moderna, no ato de dispensa de medicamentos e outros produtos de saúde a equipa técnica segue o código deontológico farmacêutico que prevê que cabe ao farmacêutico e por extensão ao técnico de farmácia [16]:

 Colaborar com todos os profissionais de saúde, promovendo junto deles e do doente a utilização segura, eficaz e racional dos medicamentos;

 Assegurar-se que, na dispensa do medicamento, o doente recebe informação correta sobre a sua utilização;

 Dispensar ao doente o medicamento em cumprimento da prescrição médica ou exercer a escolha que os seus conhecimentos permitem e que melhor satisfaça as relações benefício/risco e benefício/custo;

 Assegurar, em todas as situações, a máxima qualidade dos serviços que presta, de harmonia com as boas práticas de farmácia.

Uma vez que o aconselhamento e dispensa de medicação e outros produtos de saúde em farmácia comunitária passa também pelo regime de automedicação, é importante referir que a utilização de MNSRM para alívio ou supressão de situações de enfermidade sem gravidade é hoje uma prática integrante do sistema de saúde, como tal, esta prática terá que estar limitada a situações clínicas bem definidas e o profissional de farmácia deve alertar o utente para o uso correto dos medicamentos, contribuindo para uma automedicação responsável, eficaz e em segurança.

4.1- DISPENSA DE MEDICAMENTOS SUJEITOS A RECEITA MÉDICA

De acordo com o artigo 114º do Estatuto do Medicamento, estão sujeitos a receita médica os medicamentos que preencham uma das seguintes condições [11]:

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26  Possam constituir um risco para a saúde do doente, direta ou indiretamente, mesmo quando usados para o fim a que se destinam, caso sejam utilizados sem vigilância médica;

 Possam constituir um risco, direto ou indireto, para a saúde, quando sejam utilizados com frequência em quantidades consideráveis para fins diferentes daquele a que se destinam;

 Contenham substâncias, ou preparações à base dessas substâncias, cuja atividade ou reações adversas seja indispensável aprofundar;

 Destinem-se a ser administrados por via parentérica.

Os MSRM só podem ser dispensados mediante a apresentação da prescrição médica. Atualmente, e graças a uma alteração na legislação que suporta a prescrição, é promovida a prescrição por DCI e através de sistemas eletrónicos. Excecionalmente, a receita pode ser prescrita a partir de uma receita manual.

Na presença de uma receita eletrónica, o profissional de farmácia deve verificar a existência dos seguintes elementos antes que a possa aceitar: número da receita, identificação do médico prescritor, data da prescrição, nome e número de utente do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e número de beneficiário da entidade financeira responsável. Caso a prescrição seja feita por DCI, o medicamento é identificado pelo nome da substância ativa, pela dosagem, pela forma farmacêutica, pela dimensão da embalagem, e por um código representativo que agrupa, pelo menos, as características do medicamento anteriormente referidas e o CNPEM representado em dígitos e código de barras. Em situações em que o médico prescritor decidida prescrever por nome da marca registrada o medicamento é identificado pelo nome comercial do medicamento ou do respetivo titular de autorização de introdução no mercado (AIM) e o número de registo do medicamento representado em dígitos e código de barras. Esta situação só ocorre quando não existe medicamento genérico comparticipado ou similar, ou quando o prescritor tem uma justificação técnica quanto à insusceptibilidade de substituição do medicamento prescrito, sendo que esta justificação pode ser [17]:

a) Medicamentos com margem ou índice terapêutico estreito - Perante esta prescrição, o TF apenas pode dispensar o medicamento que consta da receita b) Reação adversa prévia - Perante esta prescrição, o TF apenas pode dispensar o

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27 c) Continuidade de tratamento superior a 28 dias - Apesar da justificação, o utente pode optar por medicamentos similares ao prescrito, desde que sejam de preço inferior.

As receitas eletrónicas podem, quando se destinam a determinadas doenças ou tratamentos prolongados e possam ser adquiridos mais de uma vez sem necessidade de nova prescrição, renováveis. Este tipo de receitas possui três vias, com validade de seis meses desde a data de prescrição. Outra classe de receitas eletrónicas é a de receitas não renováveis, receitas constituídas por um único documento, com validade de trinta dias a contar da data da sua emissão.

Em casos excecionais em que a prescrição é feita manualmente, o médico prescritor deve justificar, em local próprio da receita, o porquê da escolha deste tipo de prescrição. As justificações passíveis de serem aceites por lei são as seguintes [17]:

a) Falência informática; b) Inadaptação do prescritor; c) Prescrição no domicílio;

d) Até 40 receitas/mês passadas por mês.

A receita manual é válida pelo prazo de 30 dias seguidos, contados a partir da data da sua emissão e aquando a sua receção pelo profissional de farmácia, este não pode aceitar esta caso contenha rasuras ou caligrafias diferentes, sejam utilizadas canetas diferentes ou a prescrição seja feita a lápis.

No ato da dispensa, o profissional de farmácia tem que informar o utente do seu direito de opção na escolha do medicamento, sempre que tal seja permitido, da existência de medicamentos genéricos similares ao prescrito, comparticipados pelo SNS, e qual o mais barato. Quando não existam genéricos, o TF tem que informar o utente sobre o medicamento comercializado mais barato, similar ao prescrito. Em suma, a dispensa de MSRM pretende ceder medicamentos, através de prescrição médica individualizada, e o correto aconselhamento para que os utentes cumpram, da melhor forma possível, o plano terapêutico delineado pelo médico prescritor, indispensável para o uso correto e racional dos medicamentos. A cedência de informação pelo profissional de farmácia passa pela indicação e explicação da posologia e modo de administração, possíveis interações farmacológicas, efeitos secundários, contraindicações entre outras informações.

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28 Aquando a finalização de dispensa de MSRM procede-se à impressão do verso da receita, assinatura pelo utente em local próprio e emissão da fatura. Sempre que tal se verifique, o utente deve ser informado do seu direito de opção na escolha do medicamento, assinalando a sua opção através da assinatura no verso da receita. Por fim a receita é carimbada, datada e assinada pelo profissional de farmácia.

a. DISPENSA DE MEDICAMENTOS SUJEITOS A RECEITA MÉDICA ESPECIAL. Como já referi anteriormente os medicamentos que contêm substâncias ativas classificadas como estupefacientes ou psicotrópicos estão sujeitos a uma legislação controlada, abrangida desde a sua aquisição até á dispensa. Devido às suas características únicas e à sua ação farmacológica no SNC, conduzindo facilmente a dependência física/psíquica e sintomas de privação e uma vez que estes produtos estão associados a atos ilícitos, os medicamentos estupefacientes e psicotrópicos têm que ser prescritos isoladamente e a sua dispensa segue um regime especial.

Aquando a receção da receita, o profissional de farmácia deve ter em atenção aspetos como:

 A receita médica não pode conter outros medicamentos;  A receita não pode ter a validade ultrapassada;

 O adquirente não pode ser menor ou apresentar alguma perturbação mental;  Não podem existir dúvidas acerca da autenticidade da receita;

Outra particularidade deste tipo de receitas é que no ato da dispensa dos medicamentos prescritos, o profissional de farmácia deverá registrar no sistema informático a identificação da receita com o respetivo número, data em que foi emitida e nome do médico prescritor, identificar o doente, com o nome e morada completa e identificar o adquirente, com o nome, morada completa, número de identificação civil e idade e registar a data em que foi dispensado o medicamento. Logo após este processo, o utente procede à assinatura em local próprio no verso da receita e o impresso que contém os dados anteriormente registados no sistema informático é anexado á fotocópia da receita e armazenado nos arquivos da farmácia juntamente com a fatura da venda durante um período de três anos.

Na Farmácia Moderna o processo de dispensa de medicamentos com receita especial é feito pelo diretor técnico, ou na sua ausência pelo farmacêutico adjunto. Mensalmente são enviados para o INFARMED os registos de entrada e os de saída de medicamentos estupefacientes e psicotrópicos e anualmente um balanço da relação de quantidade de

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29 estupefacientes e psicotrópicos existente na farmácia e da quantidade dispensada, sendo que estas listagens também são arquivadas na farmácia por um período de 3 anos.

4.2 - DISPENSA DE PRODUTOS DO PROTOCOLO DA DIABETES MELLITUS

A diabetes mellitus é uma desordem metabólica de etiologia múltipla, mas que se caracteriza por uma hiperglicemia crónica que provoca distúrbios no metabolismo dos hidratos de carbono, lípidos e proteínas, resultantes de deficiências na secreção ou ação da insulina, ou de ambas. Como estão envolvidos no desenvolvimento da diabetes mellitus vários mecanismos patológicos, a longo prazo, os efeitos desta doença incluem o desenvolvimento progressivo de complicações específicas, disfunções várias e falência de vários órgãos [18].

A diabetes mellitus é uma patologia que afeta milhões de indivíduos a nível global e cuja incidência a nível nacional não deixa de ser preocupante. Como tal, e atendendo à necessidade de inverter a tendência de crescimento da diabetes e das suas complicações em Portugal, desde 1998 que existe a nível nacional a uma colaboração entre o Ministério da Saúde e os diversos parceiros do sector, no sentido de desenvolver e implementar programas de controlo da diabetes.Neste contexto, foi publicada legislação que define a comparticipação do Estado no custo de aquisição em 85% do PVP das tiras-teste para determinação de glicemia, cetonemia e cetonúria e em 100% do PVP das agulhas, seringas e lancetas destinadas aos utentes com diabetes do SNS e subsistemas públicos [19].

No que diz respeito á dispensa de produto de controlo do diabetes mellitus, o profissional de farmácia deve ter em atenção que estes produtos têm que ser prescritos isoladamente, ou seja, a receita médica não pode conter outros medicamentos/produtos, e que a prescrição destes produtos pode ser feita em receitas renováveis [17].

4.3 - PLANOS DE COMPARTICIPAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Na atual legislação, existe um regime geral de comparticipação de medicamentos e um regime especial. No regime geral de comparticipação, o Estado, através do SNS é responsável pelo pagamento de uma percentagem do PVP do medicamento, de acordo com vários escalões, sendo que os escalões de comparticipação variam de acordo com as indicações

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30 terapêuticas do medicamento, a sua utilização e ainda com o consumo acrescido para doentes que sofram de determinadas patologias. Os escalões dividem-se da seguinte forma (Tabela 1):

Escalão A Escalão B Escalão C Escalão D

- É comparticipado em 90% - É comparticipado em 69% - É comparticipado em 37% - É comparticipado em 15% - Engloba patologias como doença endócrina, afeções oculares, antineoplásicos e imunomodeladores , entre outros. - Aplicado a medicamentos anti-infeciosos, medicamentos do foro do sistema nervosos central e aparelho cardiovascular, entre outros - Para medicamentos antialérgicos, do aparelho génito-urinário e locomotor, entre outros - Para medicamentos cuja percentagem de comparticipação está numa fase transitória

Tabela 1:. Regime de Comparticipação Geral de medicamentos [17]

O SNS inclui nos seus beneficiários, pensionistas, que usufruem de uma comparticipação superior, distinguindo-se dos utentes de regime normal pela presença da letra R após o número a sigla “R.C.” (Regime de Comparticipação).

Por outro lado o regime especial de comparticipação de medicamentos prevê comparticipação em função dos organismos de beneficiários, ou para utentes que sofrem das patologias protegidas sobre esta legislação, em que há o seguinte acréscimo nos escalões (Tabela 2):

Escalão A Escalão B Escalão C Escalão D

- É comparticipa do em 95% - É comparticipado em 85% - É comparticipa do em 52% - É compartici pado em 30%

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31 Tabela 2:. Regime de Comparticipação Especial de Medicamentos

As patologias que beneficiam de comparticipação total de medicamentos são a paramiloidose, o lúpus e a hemofilia.

Também no decorrer deste estágio na Farmácia Moderna, tive contacto, aquando a dispensa de medicamentos, da existência de diversos subsistemas de saúde e serviços de assistência médico social cujos beneficiários têm a vantagem de usufruir de comparticipação no preço dos medicamentos adquiridos mediante receita médica. Os subsistemas de saúde e serviços de assistência médico social que tive contato durante a dispensa de MSRM foram:

 ADSE - Assistência na Doença dos Servidores do Estado;

 SAD-PSP - Serviços de Assistência na Doença - Polícia de Segurança Pública;  SAMS – Sindicato dos Bancários do Norte;

 SSCGD – Serviços Sociais da Caixa Geral De Depósitos;

Excluindo a ADSE, as entidades anteriormente referidas caracterizam-se por terem acordo com a Associação Nacional de Farmácias (ANF). Nestes casos torna-se necessário fotocopiar a receita médica porque no final da venda tem que se imprimir o documento de faturação em duas partes. Na receita original é impressa a comparticipação efetuada pelo SNS e na fotocópia é impressa a comparticipação que a entidade que faz a complementaridade efetua. O original segue para o SNS e a fotocópia para a ANF, que efetua o pagamento da comparticipação correspondente.

4.4 - DISPENSA E ACONSELHAMENTO DE MEDICAMENTOS NÃO SUJEITOS A RECEITA MÉDICA

Como já referi anteriormente, os MSRM preenchem um conjunto de requisitos que assim os determina como tal. Os medicamentos que não preenchem este grupo de requisitos, ou seja, que se destinam ao alívio, tratamento ou prevenção de sintomas menores, que por não

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32 requereram cuidados médicos, podem ser adquiridos sem receita médica, são classificados de MNSRM. No geral, estes medicamentos caracterizam-se por:

 Terem na sua composição substâncias que foram previamente reconhecidas como tendo baixa incidência em reações adversas,

 Possuírem uma baixa toxicidade geral,  Não possuírem toxicidade reprodutiva,

 Raramente ocorrem interações com outros medicamentos que possam conduzir a reações adversas graves,

 Estão de acordo com as indicações terapêuticas que se incluam na lista de situações passíveis de automedicação do Despacho n.º 17690/2007.

Por todos estes fatores, os MNSRM são passíveis de serem adquiridos pelo utente sem que este tenha que apresentar receita médica, e embora estes medicamentos não sejam desprovidos de efeitos nocivos, a sua venda e aconselhamento deve ser feita por parte do profissional de farmácia, que pela sua acessibilidade, disponibilidade e credibilidade permite que haja um uso racional e responsável deste tipo de medicamentos.

Neste contexto, é também importante referir que a população que adquire os MNSRM tem que estar consciente sobre o conceito de automedicação, que prevê que na ausência de consulta prévia do médico, o utente deve tomar consciência de que o seu ato é sempre susceptível de gerar riscos, a utilização de MNSRM deve ser feita de forma responsável, sempre que se destine ao alívio e tratamento de queixas de saúde passageiras e sem gravidade, com a assistência ou aconselhamento opcional de um profissional de saúde, a utilização de MNSRM deverá ser limitada no tempo e de acordo com as informações veiculadas no folheto informativo, não é recomendada em bebés, grávidas ou na fase de aleitamento. No decurso da automedicação o utente deverá consultar o seu médico ou aconselhar-se com o profissional de farmácia se os sintomas persistirem, se os sintomas se agravarem ou em caso de recaída, se existir dor aguda, se após a utilização de medicamentos não verifique nenhum resultado, se surgirem efeitos ou reações adversas, ou se sofrer de outras patologias mais graves [20].

Embora estes medicamentos não necessitem de ser prescritos em receita médica, estes podem constar de uma receita quando o médico pretende a prevenção de algumas patologias ou o alívio de alguns sintomas, não tendo como objetivo tratar uma patologia grave.

Quando o profissional de farmácia é confrontando com um utente que necessita de aconselhamento, este deve discernir se a situação clínica requer observação médica ou se pode ser aliviada com recurso a MNSRM. Em suma ao dispensar MNSRM, o aconselhamento

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33 por parte do TF tem de ser rigoroso, alertando para todas as possíveis reações adversas que provém da utilização do medicamento, explicando a sua indicação terapêutica, a posologia e a duração do tratamento, bem como as precauções especiais a ter durante a toma e os riscos do uso indiscriminado destes medicamentos.

Atualmente, e graças ao advento dos anúncios televisivos de MNSRM, a procura destes por parte dos utentes é enorme. Na Farmácia Moderna notei que os MNSRM mais solicitados são analgésicos e antipiréticos, antitússicos e expetorantes, laxantes e antiácidos.

5 - OUTROS SERVIÇOS DE SAÚDE PRESTADOS NA FARMÁCIA

Para além da dispensa e aconselhamento farmacológico, na Farmácia Moderna são fornecidos os seguintes serviços para a comunidade:

 Avaliação e controlo da pressão arterial,  Controlo do peso e Índice de Massa Corporal,  Avaliação e controlo da glicemia,

 Avaliação e controlo do colesterol total,  Avaliação e controlo de triglicéridos,

 Administração de medicamentos injetáveis,

 Recolha de resíduos de embalagens e de medicamentos fora de uso – VALORMED;

Excluindo a recolha de resíduos de embalagens e de medicamentos fora de uso e o controlo do peso, todos estes serviços são realizados num gabinete privativo localizado na zona de atendimento da Farmácia Moderna (Figura 5).

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34 5.1 - AVALIAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL

A hipertensão arterial é, geralmente, uma afeção referente a um quadro de pressão arterial elevada, que se instala de forma silenciosa, pois não possuí um quadro de sintomas, e cuja progressão pode aumentar o risco de perturbações como o AVC, ou levar a um aneurisma, uma insuficiência cardíaca, um enfarte do miocárdio ou lesões ao nível do rim. A terapêutica desta patologia tem a particularidade de diminuir a pressão arterial elevada diminuindo assim o risco de AVC e de insuficiência cardíaca [21].

Devido a todos estes fatores a hipertensão arterial constitui um dos mais importantes problemas de saúde pública no Ocidente. Juntando ao fato da prevalência desta doença aumentar com a idade, atualmente a hipertensão arterial afeta quase 25% da população adulta mundial, ou seja, um em cada quatro indivíduos. Em Portugal, atinge 42,1% dos indivíduos adultos, tendo apenas 11,2% a sua pressão arterial controlada [22].

A deteção precoce da hipertensão, a correta orientação terapêutica farmacológica e não farmacológica são prioridades de intervenção dos serviços prestadores de cuidados de saúde. Na Farmácia Moderna é feita a vigilância dos valores de Pressão Arterial recorrendo a um aparelho de medição digital. Este aparelho é constituído por uma braçadeira de insuflação automática, de alta sensibilidade, onde o utente coloca o braço. Após medição, os valores de pressão arterial máxima, mínima e pulsação surgem num mostrador digital.

A classificação da pressão arterial, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), está apresentada na seguinte tabela (Tabela 3).

Categoria Pressão Sistólica(mmHg) Pressão Diastólica(mmHg)

Ideal < 120 < 80 Hipertensão leve 140-159 90-99 Hipertensão moderada 160-179 100-109 Hipertensão elevada ≥ 180 ≥ 110

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35 5.2 - CONTROLO DO PESO E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL

Um estudo realizado pela Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade em 2004 em que se pretendia conhecer a prevalência da obesidade em Portugal, estimou a existência de 80 a 100 mil doentes com necessidade de recorrer a tratamento através de intervenção cirúrgica para situações de obesidade grave. Neste estudo também se conclui que a pré-obesidade, ou obesidade infantil, também constitui um problema crescente [23]. Vigiar o peso tem portanto uma importância crítica para a saúde pública. Quanto maior for o excesso de peso de um indivíduo, maior é o risco de desenvolver vários problemas de saúde. É neste contexto que a farmácia, como promotor da saúde na comunidade, possuí instrumentos necessários para o controlo e medição do peso. Na zona de atendimento ao público da Farmácia Moderna, existe uma balança eletrónica que determina o peso, a altura e o IMC, de acordo com a idade através da impressão de um talão com os dados referidos. O processo mais utilizado para determinar o excesso de peso é o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). De acordo com o resultado, classifica-se o estado de risco de morbilidades dos indivíduos adultos, tendo em conta os seguintes valores:

Cassificação Adultos IMC(kg/m)

Baixo peso <18,5 Ideal 18,5-24,9 Pré- Obesidade 25.0 – 29.9 Obesidade, grau I 30.0 – 34.9 Obesidade, grau II 35.0 – 39.9 Obesidade mórbida ≥ 40.0

Tabela 4: Classificação referência do IMC no adulto [23];

Para os idosos (idade superior a 65 anos) os valores de IMC são ajustados a esta faixa etária, de acordo com a classificação seguinte:

Cassificação Adultos IMC(kg/m)

Desnutrição < 22

Baixo Peso 22 - 23.9

Ideal 24 - 26.9

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36 ♀ 27 - 32

Obesidade ♂ > 30

♀ > 32

Tabela 5: Classificação referência do IMC do idoso [23];

5.3 - AVALIAÇÃO DA GLICÉMIA

O autocontrolo da quantidade de glicose no sangue é de uma importância enorme para indivíduos que pretendam fazer:

 Prevenção primária – utentes que correm o risco de se tornarem diabéticos. O TF deve aconselhar o utente a adotar uma alimentação cuidada, reduzida ingestão de álcool, controlo de peso e prática de exercício físico,

 Prevenção secundária – utentes que pretendem detetar precocemente a diabetes através da vigilância dos valores da glicémia e atenção aos sinais e sintomas da doença,

 Prevenção terciária – utente diabético, que tem como objetivo prevenir as complicações da diabetes. O TF deve encorajar o utente a proceder à autovigilância e seguimento rigoroso da terapêutica farmacológica;

Na Farmácia Moderna a determinação da glicemia é feita a partir de uma amostra de sangue no dedo obtida por punção. O local da punção é previamente limpo com álcool a 70%, aguardando-se que este evapore na sua totalidade. Posteriormente, procede-se à punção no bordo lateral da polpa do dedo recorrendo ao uso de lancetas descartáveis

Os valores de referência da glicémia são (Tabelas 6 e 7):

Em jejum

<70mg/dL Hipoglicémia

70-100mg/dL Ideal

100-126mg/dL Pré-Diabetes

>126mg/dL Diabetes

Referências

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