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Parâmetros genéticos para tempo em corridas de diferentes distâncias em cavalos de raça puro-sangue inglês

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA Câmpus de Botucatu. PARÂMETROS GENÉTICOS PARA TEMPO EM CORRIDAS DE DIFERENTES DISTÂNCIAS EM CAVALOS DA RAÇA PURO-SANGUE INGLÊS. ANDRÉ RODRIGUES ABRAHÃO. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – Área de Concentração: Nutrição e Produção Animal, como parte das exigências para a obtenção do Título de Mestre em Zootecnia.. Botucatu – São Paulo Fevereiro - 2004.

(2) b. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA Câmpus de Botucatu. PARÂMETROS GENÉTICOS PARA TEMPO EM CORRIDAS DE DIFERENTES DISTÂNCIAS EM CAVALOS DA RAÇA PURO-SANGUE INGLÊS. ANDRÉ RODRIGUES ABRAHÃO Zootecnista. Orientador: Prof. Dr. Marcílio Dias Silveira da Mota. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – Área de Concentração: Nutrição e Produção Animal, como parte das exigências para a obtenção do Título de Mestre em Zootecnia.. Botucatu – São Paulo Fevereiro – 2004.

(3) c.

(4) d.

(5) i. SUMÁRIO. Página CAPÍTULO 1................................................................................................. 1. Considerações Iniciais............................................................................... 2. Referências Bibliográficas.......................................................................... 8. CAPÍTULO 2................................................................................................. 13. Parâmetros genéticos para tempo em corridas de diferentes distâncias em cavalos da raça Puro-Sangue Inglês ..................................................... 13. Resumo...................................................................................................... 14. Abstract...................................................................................................... 15. Introdução.................................................................................................. 16. Material e Métodos..................................................................................... 16. Resultados e Discussão............................................................................. 19. Referências Bibliográficas.......................................................................... 29. CAPÍTULO 3................................................................................................. 32. Implicações................................................................................................... 33.

(6) CAPÍTULO 1.

(7) 2. CAPÍTULO 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS Os cavalos passaram a ser domesticados em 3500 a.C.. Embora suas origens exatas sejam obscuras, aceita-se que a domesticação aconteceu a partir de tipos selvagens como os cavalos Tarpan e Przewalski (Guérin, 2002). Os homens os utilizaram como alimento e meio de transporte, nos campos de batalha, no trabalho de fazendas, bem como em esportes que exigiam agilidade, resistência e velocidade. Esta ligação entre o Homem e os eqüinos, impôs a estes uma seleção, gerando várias raças morfologicamente diferentes, dependendo de sua utilização e cruzamentos que as originaram (Guérin, 2002). Dentre essas surgiu a Puro-Sangue Inglês, selecionada na Inglaterra a partir de 1730, durante o reinado de Charles II. O cruzamento para a seleção dos animais ocorreu a partir da utilização de três garanhões orientais, Darley Arabian, Bierley Turk e Godolphin Barb, nascidos em 1688, 1690 e 1725, respectivamente, com éguas da Inglaterra e da "Royal Mares" da península ibérica. Em 1871, esta raça foi introduzida no Brasil, desenvolvendo-se intensamente, sendo muito utilizada em corridas de distâncias entre 1.000 a 2.400 metros. Raramente um animal desempenha-se bem tanto em distâncias curtas quanto longas (Harkins e Kamerling, 1993). A seleção e as preparações para as competições, fizeram do Puro-Sangue Inglês um animal com uma poderosa estrutura óssea e muscular, aliadas a grande agilidade e saúde geral. 1. Fatores ambientais que influem no tempo em corridas A distância da corrida é um dos grandes fatores que afetam o tempo. Oki et al. (1994) usando a média do tempo em corridas, observaram diferenças de 2,09 s; 2,46 s; 2,40 s; 2,55 s e 3,91 s para a distância de 1.000, 1.200, 1.400, 1.600 e 1800 metros, respectivamente. Taveira (2001) observou que a diminuição da velocidade média quando a distância do páreo aumenta de 1.000 a 2000 metros foi 0,85 m/s (16,79 m/s e 15,91 m/s, respectivamente). Mota et al. (2000) também constataram diminuição de 0,75 m/s na velocidade média de cavalos Puro-Sangue Inglês vencedores entre os 1.000 e 2000 metros de distância (16,80 m/s e 16,05 m/s respectivamente). Estes valores foram maiores que os registrados por Mota et al. (1998), (15,30 m/s e 15,06 m/s respectivamente) em parte, devido ao fato destes autores incluírem na avaliação um grande número de páreos normais, considerados menos importantes. A idade é outro fator ambiental de grande importância no desempenho em corridas, sendo que os cavalos Puro-Sangue Inglês de corrida começam a atuar no ano seguinte ao que completam dois anos hípicos. No Hemisfério Sul os.

(8) 3. nascimentos são considerados normais quando ocorridos entre 1º de julho e 31 de dezembro. Os animais que nascem no semestre seguinte são considerados como de "nascimento europeu". Não perdem qualquer valor comercial com isso, porém correm em grupos diferentes, a fim de que, pelo "handicap", tenham maior chance nas provas que disputam (JCSP, 2003). A maioria das pesquisas realizadas com desempenho em corridas reporta a idade do animal como fonte de variação significativa dessa característica, ou esta é avaliada separadamente pelas diferentes classes de idade (Minkema, 1975 e 1976; Galizzi Vecchiotti & Pazzaglia, 1976; Galizzi Vecchiotti, 1978; Hintz & Van Vleck, 1978; Hintz, 1980; Biedermann & Bickel, 1985; Motta, 1988; Leyten & Vandepitte, 1991a; Willhan & Wilson, 1991; Arnason, 1994; Pöso et al. ,1994; Tavernier, 1994). Ojala & Van Vleck (1981) consideram a idade do animal como o principal efeito conhecido que interfere no desempenho em corridas. Martin et al. (1996) acreditam que o desempenho em corridas melhora com o aumento da idade em função do treinamento adicional, experiência de corrida e pressão de seleção realizada pelos proprietários. Animais jovens melhoram seus tempos a medida em que acumulam experiência. Em cavalos Quarto de Milha, Buttram et al. (1988) constataram variações da população no desempenho em corridas como resultado de alterações em sua idade, uma vez que animais rápidos são menos comuns que cavalos sem talento para corrida, e estes são removidos mais cedo da população que aqueles, resultando em tempos finais menores. Trabalhando com PSI americanos Laughlin (1934) encontrou o pico de desempenho em corridas para garanhões, éguas e castrados aos quatro, dois e meio e cinco e meio anos de idade, respectivamente. Já Buttram et al. (1988), em Quarto de Milha, comentam que o tempo final em corridas (s) melhora dos 2 aos 4 anos, decrescendo após os 6 anos de idade. Em trotadores Belgas, Leroy et al. (1991) constataram diminuição no melhor tempo com o aumento da idade (2 aos 10 anos). Os autores concluíram que animais mais jovens não expressam inteiramente seus potenciais. Nesse estudo, a diminuição do melhor tempo de vida com o aumento da idade apresentou relação curvilínea, indicando que a taxa de evolução de desempenho dessa característica decresce com a idade. Da mesma forma, Ojala & Hellman (1987) apontam superioridade de cavalos mais velhos para o melhor tempo anual de corrida, não obstante essa vantagem diminua com a idade. Para a raça Standardbred estes autores reportaram que cavalos de 3 e 4 anos eram 2,0 e 0,8s, respectivamente, mais lentos que os de 5 anos de idade. Em trotadores Finnish, esse mesmo estudo demonstrou que animais de 6 anos eram 4,4s e 2,1s mais rápidos que os de 4 e 5 anos. Resultados semelhantes foram encontrados para trotadores Finnish, na Finlândia, por Ojala (1982). O melhor tempo em quilômetros para animais de 4 anos foi 111,8s, enquanto que nos de 9-10 anos esse tempo caiu para 98,6 s. Borostyanköy (1986) comparou o tempo final de corridas em trotadores húngaros de 2, 3, 4 e 5 anos de idade, reportando que o desempenho aos 3 e 4 anos pode ser consistentemente extrapolado para desempenho esperado aos 5 anos. Quando considerados vários grupos de idade, a mesma tendência pôde ser.

(9) 4. observada para a média, os melhores 10% e o melhor registro anual. Biedermann & Bickel (1985), procurando estabelecer uma idade-critério para a escolha de PSI alemães, concluíram que o desempenho em pista aos 3 anos de idade é aquele em que se pode esperar maior resposta à seleção No Brasil, Oliveira (1989) não encontrou diferenças significativas na velocidade de PSI nacionais com diferentes idades, fato também reportado por Mota et al. (1998) para melhor tempo de cavalos vencedores de corridas nacionais. Segundo Laughlin (1934) o sexo dos animais é um dos principais fatores que afetam a habilidade de corrida em cavalos Puro-Sangue Inglês. Mota et al. (2000), estudando fatores ambientais e tempo em corridas de PSI vencedores de páreos do calendário clássico no hipódromo de Cidade Jardim, durante um período de 25 anos, constataram que as corridas cujas chamadas envolveram machos castrados e inteiros de três e quatro anos de idade foram as mais velozes, embora não diferissem significativamente das demais chamadas. As chamadas com tempos médios piores aconteceram entre fêmeas de dois anos, não diferindo significativamente somente dos castrados com dois anos e dos machos com três e quatro anos de idade. Em estudo desenvolvido por Physick-Sheard (1986) com Standardbred canadenses observou-se que os machos atingiam seus melhores tempos de corrida um ano mais tarde que as fêmeas, podendo tal fato ser explicado, segundo Minkema (1975), pela idade mais precoce com que as fêmeas alcançam a maturidade. Vilella et al. (2002), em cavalos Quarto de Milha nacionais, reportaram superioridade significativa dos machos (0,034 segundos mais rápidos) que as fêmeas, em distâncias de 275m e 503m. Em Puro-Sangue Inglês, Mota et al. (1998) investigando a variabilidade genética do desempenho em melhor tempo de cavalos PSI no Brasil, também constataram inferioridade das fêmeas (machos 0,39 segundos mais velozes). Tal superioridade também foi relatada por Ojala (1987), Saastamoinem e Ojala (1991), discordando entretanto dos resultados obtidos por Engel et al. (1985). Poucas pesquisas têm incluído o efeito da baliza na avaliação do desempenho em corridas de cavalos. Estudando tempo em corrida de animais da raça Standardbred, Hintz e Van Vleck (1978) e Mota e Abrahão (2003a) em animais da raça Puro-Sangue Inglês observaram significativa influência da posição de largada. Segundo estes autores, posições mais externas de largada mostraram-se desvantajosas em relação a outras posições. Geralmente, em posição mais internas, os cavalos têm mais chances de vencer, uma vez que é mais fácil conseguirem uma boa posição no início da corrida (Horse Racing, 2001). Além disso, estas diferenças devido a posição de largada podem ocorrer em função dos jóqueis evitarem correr por fora em uma curva. Assim, no início de uma corrida, os jóqueis que largaram em posições mais externas freqüentemente contém o ritmo de seus cavalos, deslocando-os para a parte interna da pista, a fim.

(10) 5. de não correrem por fora na primeira curva (Hintz e Van Vleck, 1978). Isto porque, os cavalos perdem terreno enquanto correm por fora e, dependendo do tempo em que ficam nesta situação, podem ser adversamente afetados. 2. Parâmetros genéticos Para se alcançar progresso genético mais rápido é necessário uma predição acurada do valor genético dos animais envolvidos na criação. Avaliações precisas requerem a obtenção de estimativas de herdabilidade e repetibilidade e o conhecimento das relações de parentesco entre os indivíduos, para se ponderar as informações do animal e de seus parentes. A maior parte das características de interesse econômico dos animais domésticos é de expressão quantitativa, sendo representadas numericamente, normalmente controladas por muitos pares de genes e sujeitas a grande influência ambiental em sua manifestação. Arnason et al. (1982), estudando o melhor tempo em corridas para trotadores suecos, encontraram herdabilidades entre 0,26 e 0,30 para o melhor tempo durante a vida do animal. Em trotadores alemães, Bugislaus et al. (2002), encontraram herdabilidades de 0,23 para o melhor tempo em corridas e 0,09 para melhor tempo durante a vida do animal. Em PSI franceses, Langlois (1980) encontrou estimativas de herdabilidade variando entre 0,26 e 0,43 para o melhor tempo de corrida, valores semelhantes aos reportados por Arnason et al.(1989). Em animais Puro-Sangue Inglês, vencedores no Brasil, Mota et al. (1998) reportaram herdabilidade de 0,12 para melhor tempo em corridas, indicando que a resposta a seleção, baseada no valor fenotípico dos cavalos para esta característica, é baixa. Valores ligeiramente superiores foram encontrados por Vilella et al. (2002) em cavalos Quarto de Milha no Brasil. Estes autores estimaram em 0,13 e 0,17 as herdabilidades para tempo e colocação final na corrida, respectivamente. As decisões de seleção em populações são baseadas em informações de herdabilidade das características, e suas associações, ao passo que as de descarte empregam o conhecimento da repetibilidade destes caracteres. A seleção objetiva melhorar a geração seguinte, o descarte atual (Bourdon, 2000). Algumas características de interesse econômico nas espécies domésticas se manifestam várias vezes na vida de um animal. Para essas características, define-se o conceito de repetibilidade. Assim como a herdabilidade, a repetibilidade não é uma constante biológica de um caráter, mas depende da composição genética da população e das circunstâncias ambientais às quais está submetida. A repetibilidade é definida como a correlação entre medidas repetidas de um mesmo indivíduo, realizadas em diferentes momentos de sua vida. A repetibilidade expressa o grau de confiança que se deve ter na previsão de futuras produções, com base em uma única ou mais produções observadas..

(11) 6. Qualquer característica é o resultado da ação gênica e ambiental. Se for assumido que exatamente o mesmo genótipo afeta dois tempos em corridas sucessivas de um mesmo cavalo, então as diferenças entre ambos tempos são atribuídas as diferenças ambientais. É evidente que se tratando do mesmo animal, o genótipo atuante será o mesmo para ambos os tempos, não havendo a possibilidade de ocorrer uma nova segregação ou recombinação de genes a cada nova medida. Mas, um genótipo poderia causar diferentes efeitos fenotípicos a idades distintas no indivíduo. Os mesmos genes poderiam atuar com diferentes intensidades sobre medidas tomadas em diferentes momentos, podendo alterar a direção da ação. Existem algumas evidências de que este possa ser o caso de diferentes tempos em cavalos Puro-Sangue Inglês em diferentes corridas. Entretanto, assume-se que a ação do genótipo não se altera entre sucessivas corridas. Por motivos biológicos e econômicos, seria interessante o quanto antes selecionar os animais superiores e descartar os inferiores. Ao mesmo tempo, devese considerar que esperando mais registros, aumenta-se a idade dos indivíduos que formarão a geração seguinte, e conseqüentemente, o intervalo de gerações, diminuindo o progresso genético esperado da seleção. Esta desvantagem pode superar a vantagem da exatidão adicional conseguida com um maior número de medidas por animal. As estimativas de repetibilidade para tempo em corridas têm variado de moderada a alta. Valores moderados foram reportados por Buttram et al. (1998), Lee et al. (1995) e Grosu et al. (2000), com média igual a 0,31. Estimativas mais elevadas foram encontradas por Ojala e Van Vleck (1981), Tolley et al.(1983), Saastamoinen e Ojala (1991), Pösö e Ojala (1997), em trotadores, Oki et al. (1995) em Puro-Sangue Inglês e Vilella et al. (2002) em Quarto de Milha, em média de 0,62. Em estudo realizado no Japão, Oki et al. (1997) calcularam as correlações genéticas entre o desempenho dos animais nas diferentes distâncias de corrida (1.000 a 2000 m), concluindo que com o aumento na diferença entre as distâncias consideradas, a correlação genética diminuia. Assim, diferenças de distâncias de corrida de 400 m apresentavam correlações genéticas maiores (0,91) do que diferenças de 600 ou 800 m (0,78 e 0,68, respectivamente). A mudança ou tendência genética de uma população é resultante da variação na produção por unidade de tempo, decorrente de modificações no mérito genético médio dos animais. Desta forma, é importante não só para avaliar o progresso genético que vem sendo alcançado ao longo do tempo, mas também, e principalmente, para que estes resultados sirvam de elementos norteadores de ações futuras (Lôbo, 1982). A tendência genética pode ser investigada pela regressão da média dos méritos genéticos de todos os animais da população em função do ano de nascimento (Klemetsdal, 1990). Um estudo realizado por Gaffney e Cunninghan (1988) registrou tendência genética positiva em taxas de "handicap" "TIMEFORM" em cavalos PSI irlandeses. Os autores utilizaram uma simples análise BLUP, com um modelo de.

(12) 7. reprodutor, para estimar a tendência genética desta característica e relataram valor de 0,94 unidades por ano para a população de machos. Wilson et al. (1988) registraram tendência genética negativa em tempos finais de corridas de Quarto de Milha, utilizando a análise BLUP sob modelo animal, obtendo taxas de -0,0088, -0,0090 e -0,0037 segundos por ano para as distâncias de 320, 366 e 402 metros, respectivamente. Os resultados de Moritsu et al. (1992) mostraram que não existe tendência genética significativa na avaliação do desempenho em corridas, avaliadas pelos ganhos anuais de PSI no Japão. Oki et al., (1995), estudando a tendência genética em tempo de corrida de PSI no Japão, avaliaram os valores genéticos pelo BLUP com modelo animal usando o programa MTDFREML. A tendência genética estimada separadamente para pistas de grama e areia, foi calculada a partir da regressão linear dos valores genéticos médios de cavalos nascidos em cada ano sobre seus anos de nascimento, sendo consistentemente negativa para aqueles dois tipos de pista. Os coeficientes de regressão dos valores genéticos médios sobre o ano de nascimento foram -0,0170 e -0,0084 segundos para grama e areia, respectivamente, sugerindo que o tempo de corrida melhorou em ambas as pistas. Bruttram et al. (1998) estudando dados de registros de aproximadamente um milhão de corridas em cavalos da raça Quarto de Milha, encontraram consistente melhoramento de 0,47%, 0,43% e 0,16% da média por ano, para as distâncias de 320, 366 e 402 metros. Em contraste a este estudo, Preisinger et al. (1989) e Chico (1994) observaram que o tempo final das corridas clássicas não apresentou melhora consistente nos últimos anos. No Brasil, Mota et al. (2002) trabalhando com animais PSI vencedores de corridas clássicas, reportaram tendências genéticas para tempo em corridas iguais a -0,0045 segundos e –0,0039 segundos por ano, respectivamente para a regressão dos valores genéticos no ano de nascimento do animal e no valor genético médio em cada ano no ano de nascimento dos animais.. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARNASON, TH.; et al. EAAP Publication, n.42., p.106-130, 1989. _____________. The importance of different traits in genetic improvements of Trotters. Proc. 5th world congress on Genetics Applied to Livestock Production. V.17. Guelph, Canadá. p. 462-470, 1994. ARNASON, TH.; DARENIUS, A.; PHILIPSSON, J. Genetic selection indices for Swedish Trotters broodmares. Livestock Production Science v.8, 557-565, 1982. BIEDERMANN, G.; BICKEL, M. Inheritance of racing performance in Thoroughbred horses in Germany. Zuchtungskunde 57, 5:293-298, 1985. BOROSTYÁNKOY, T. Performance test of trotters using mathematical-statistical methods. Diss. Gödöllö 60p. (citado por Bodó et al. 1987), 1986..

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(16) 11. TAVEIRA, R.Z. Parâmetros populacionais em cavalos de corrida da raça PuroSangue Inglês no Brasil. Botucatu,São Paulo:FMVZ/UNESP, 2001. 35p. Dissertação. TAVERNIER, A. Special problems in genetic evaluation of performance traits in horse. Proc. 5th World Congress on Genetics Applied to Livestock Production, Guelph, Canada, v.17, 450-457, 1994. TOLLEY, E.A.; NOTTER, D.R.; MARLOWE, T.J. Heritability and repeatability of speed for 2 and 3 year old Standardbred racehorses. Journal Animal Science. v.56, p.1294-1305, 1983. VILLELA, L.C.V.; MOTA, M.D.S.; OLIVEIRA, H.N. Estimativas de herdabilidade e repetibilidade para tempo final em corridas de cavalos da raça Quarto de Milha. In. III Simposio Nacional de Melhoramento Animal. Belo Horizonte. Anais..., , p.484485, 2000. _____________; _____________; _____________. Genetic parameters of racing performance traits of Quarter horses in Brazil. Journal of Animal Breeding and Genetics. v.119, p.229-234, 2002. WILLHAM, R.L., WILSON, D.E. Genetic predictions of racing performance in Quarter horses. Journal Animal Science. v.63, 3891-3894, 1991. WILSON, D.E.; et al. Genetics of racing performance in the American Quarter Horse: IV. Evaluation using a reduced animal model with repeated records. Journal Animal Science. v.66, p.2817-2825, 1988. _____________. Genetics of racing performance in the American Quarter Horse: Adjustments for jockey weight. In 4th World Congress on Genetics Applied to Animal Production, Edinburgh, Scotland, p. 198-201, 1990..

(17) CAPÍTULO 2. PARÂMETROS GENÉTICOS PARA TEMPO EM CORRIDAS DE DIFERENTES DISTÂNCIAS EM CAVALOS DA RAÇA PUROSANGUE INGLÊS.

(18) 14. Parâmetros genéticos para tempo em corrida de diferentes distâncias em cavalos da raça Puro-Sangue Inglês Resumo O presente trabalho objetivou estimar parâmetros genéticos para tempo em corridas de cavalos Puro-Sangue Inglês, nas distâncias entre 1.000 e 1.600 m, subdivididas de 100 em 100 m. Fornecidos pela empresa TURFETOTAL, os dados consistiam de 32.145 páreos e 238.890 registros de tempo, nos hipódromos da Gávea e Cidade Jardim, ao longo de 11 anos (1992 a 2002). Os componentes de variância necessários para os parâmetros das características estudadas foram estimados a partir do programa MTDFREML, incluindo os efeitos fixos de idade do animal à corrida (menos de 3 anos, 4 anos, 5 anos e mais que 5 anos), sexo (macho ou fêmea), páreo (1 a 32.145), baliza (1 a 11), e os efeitos aleatórios de animal e meio permanente, sob modelo animal. Os machos foram significativamente superiores às fêmeas para todas as distâncias, exceto 1.400 m. Excetuando-se 1.100 m, animais com idade acima de três e até quatro anos (inclusive) foram significativamente mais rápidos que a média das demais idades, para todas as outras distâncias consideradas. Da mesma forma, exceto para 1.100 m, eqüinos com idades superiores a cinco anos apresentaram desempenho significativamente inferior à média das demais idades para todas as distâncias avaliadas. As balizas um e dois não diferiram significativamente entre si em nenhuma das distâncias avaliadas, e apresentaram comportamento semelhante com respeito às demais posições de largada. Os componentes de variância genética aditiva e de ambiente permanente variaram de modo similar, mostrando diminuíram à medida que a distância da corrida crescia, ao passo que a variância de ambiente praticamente dobrou de 1.000 para 1.600 m. Acompanhando as variâncias genética aditiva e de meio permanente, as herdabilidades e repetibilidades diminuíram de acordo com o aumento da distância de corrida, indicando que a seleção para tempo se torna mais difícil à medida em que cresce a distância do páreo. As estimativas de correlações genéticas entre 1.000 m e as demais distâncias foram positivas e de magnitude variando de moderada a alta, indicando que a seleção para tempo aos 1.000 m pode provocar alterações genéticas favoráveis no tempo das demais distâncias, principalmente 1.500 m. As tendências genéticas para tempo em 1.000 e 1.100 m foram aproximadamente cinco vezes maiores que para as distâncias de 1.500 e 1.600 m.. Palavras-chave: Tendência Genética; Repetibilidade; Herdabilidade; Eqüinos; Correlações Genéticas.

(19) 15. Genetic Parameters to race time in differents distances in Thoroughbred horses. Abstract The aim of this research was to study genetics parameters to race time in Thoroughbred horses, with distances between 1.000 and 1.600 meters, subdivided in 100 to 100 meters. Supplied by TURFETOTAL company, the data consisted in 32.145 races and 238.890 time records, in the Gávea and Cidade Jardim hippodromes, during 11 years (1992 to 2002). The variance components required to obtain heritability, repeatability and genetic correlation from the studied traits were analyzed from MTDFREML program, including animal age to the race (less than 3, 4, 5 or older), sex (male or female), race (1 to 32.145), post position (1 to 11) as a fixed effects and animal and permanent environmental random effects, for an animal model. The males were significantly superior than the females for all distances, except for 1.400 meters. Excluding 1.100 meters, animals between three (excluding) and four (including) years were significantly faster than the mean of other ages, for all other distances considered. The same way, except for 1.100 meters, equines with age more than five years had performance significantly lower than the mean of other for all distances analyzed. The one and two post position did not differ significantly among themselves in any analyzed distances, and had similar result for other pole positions. The components of additive genetic variance and the permanent environmental changed in a similar way, showing tendency of reducing when the race distance increased, and the environmental variance almost doubled from 1.000 to 1.600 meters. Following the additive genetic and the environmental variances, the heritability and repeatability tended to reduce in accordance with the increase of the race distance, showing that the time selection becomes more difficult when race distance increases. The genetic correlation estimating between 1.000 meters and other distances were positive and varying of moderate to high, indicating that the time selection to 1.000 meters can cause favorable genetics changes in time of other distances, mainly in 1.500 meters. The genetic trends to time in 1.000 and 1.100 meters were approximately five times bigger than the 1.500 and 1.600 meter distances. Times in long distances suffered bigger influence of the jockey weight.. Key-words: Genetic trend; Repeatability; Heritability; Equine; Genetic Correlation.

(20) 16. INTRODUÇÃO Um modo bastante comum de se avaliar geneticamente o desempenho de cavalos em pista é a partir do tempo final de corrida. Para se remover o máximo possível de variância de efeitos não-genéticos, antes de se realizar predições genéticas para esta característica, é necessário utilizar-se o páreo (corrida) como o grupo de contemporâneo dentro do qual os cavalos serão comparados (Oki et al., 1994). Isto significa que todos os animais que participam de determinado páreo devem ter seus tempos registrados. Tal fato, tem limitado a inclusão do efeito da corrida em avaliações de Puro-Sangue Inglês, uma vez que normalmente apenas o vencedor tem seu tempo registrado pela comissão de corrida. Algumas vezes é permissível desacentuar esta limitação se se possui registrado a diferença, em “corpos de cavalo”, entre o animal vencedor e os demais participantes do páreo. Nestes casos, é possível converter a distância entre o vencedor e os demais colocados em tempos atrás do ganhador (Carrol, 1991), e acrescentá-los ao tempo deste. Dessa forma, um número maior de animais passaria a ter registro de tempo, melhorando a interpretação e aplicação dos resultados em termos populacionais, além de possibilitar a inclusão do efeito da corrida no modelo de análise. Outro aspecto importante do desempenho refere-se ao fato de os cavalos Puro-Sangue Inglês, ao longo de suas vidas competitivas, normalmente largarem em mais de uma distância e na mesma mais de uma vez, nem sempre com bom desempenho em todas elas. Nesse sentido, Oki et al. (1995) sugeriram que tempos de corridas em diferentes distâncias devem ser considerados como características distintas, predizendo-se o valor genético dos animais para cada distância, e estimando-se a correlação genética entre elas (Oki et al. 1997). Dentro deste contexto, o presente trabalho objetivou estimar parâmetros genéticos para tempo em corridas de cavalos Puro-Sangue Inglês em diferentes distâncias, a fim de fornecer subsídios à elaboração de programas seletivos nacionais que busquem melhorar o desempenho em corridas de animais desta raça.. MATERIAL E MÉTODOS 1. Origem e descrição dos dados Os dados empregados neste estudo foram fornecidos pela empresa TURFTOTAL Ltda, e consideraram páreos ocorridos nos hipódromos da Gávea (RJ) e Cidade Jardim (SP), entre janeiro de 1992 e dezembro de 2002. A partir do arquivo original separou-se animais com desempenhos ocorridos nas distâncias entre 1.000 e 1.600 m, totalizando 32.145 páreos e 238.890 registros de tempo. As características analisadas foram tempo em segundos aos.

(21) 17. 1.000, 1.100, 1.200 1.300, 1.400, 1.500 e 1.600 m de distância. Uma vez que em corridas de Puro-Sangue Inglês no Brasil, apenas o vencedor tem seu tempo diretamente registrado, para os demais animais não vencedores do páreo o tempo foi calculado multiplicando-se o número de corpos atrás do vencedor por 2 10 de segundos (Beyer, 1975; Carrol, 1991; Soma et al., 1985; Martin te al., 1996) e adicionado ao tempo final do ganhador. A análise descrita das informações de número de observações, número de animais por sexo, percentagem corridas por hipódromo, número de páreos e média de animais por páreo, nas distâncias de 1.000 a 1.600 metros é ilustrada na Tabela 1. Tabela 1. Número de observações, número de animais por sexo, percentagem corridas por hipódromo, número de páreos e média de animais por páreo, nas distâncias de 1.000 a 1.600 metros.. Distância Número de (m) observações 1.000 1.100 1.200 1.300 1.400 1.500 1.600. 29.036 30.414 33.220 51.879 39.418 27.429 27.494. Número de animais. Hipódromo (%). Machos. Fêmeas. Gávea. 5.324 4.911 5.148 7.787 6.967 5.912 5.380. 4.472 5.246 4.179 6.563 5.177 3.721 3.082. 24,5 40,8 35,0 30,3 25,3 27,9 34,4. Cidade Jardim 75,5 59,2 65,0 69,7 74,7 72,1 65,6. Número de páreos. Média de animais/ páreo. 3.487 4.150 4.655 6.907 5.371 3.803 3.772. 8,3 7,3 7,1 7,5 7,3 7,2 7,2. Cada páreo englobou no mínimo cinco animais, com média igual a 7,4 cavalos. Até a quinta corrida, os animais correram somente páreos entre 1.000 e 1.600 m. Para a montagem dos arquivos, consistência, análise descritiva e estudo dos fatores ambientais sobre as características consideradas, utilizou-se o pacote estatístico SAS (1999). Os componentes de variância necessários para a obtenção da herdabilidade e repetibilidade das características estudadas foram estimados pelo método da máxima verossimilhança restrita livre de derivadas, sob modelo animal, em análise unicaráter. Posteriormente, objetivando-se estimar as correlações genéticas entre a menor distância considerada (1.000 m) e as demais, empregouse análise bicaráter. A estratégia utilizada para se estimar as covariâncias entre elas seguiu a descrita por Boldman et al. (1993)..

(22) 18. O seguinte modelo foi utilizado para a análise dos dados: y = Xβ + Za + Zp + e. Onde: y= vetor de registros de tempos a uma dada distância (ou 1.000 m e outra distância); β= vetor de efeitos fixos de páreo (1, ..., 32.145), sexo (macho e fêmea), idade (até 3 anos, 4, 5 e acima de 5 anos) e posição da largada - baliza (1 a ≥11), associados com os registros em y por X; a= vetor dos efeitos genéticos aditivos associados aos registros em y por Z; p= vetor de efeitos de ambiente permanente associados aos registros em y por Z; e= vetor de efeitos residuais; X e Z= matrizes de incidência relacionando um particular registro a um determinado animal. Testes de contrastes foram realizados para comparar classes envolvendo os efeitos de baliza, idade à corrida e sexo, dentro de cada distância considerada. Nestes testes, o valor do contraste de uma classe do efeito foi comparado com a média das demais classes, e, caso o valor do contrate fosse duas vezes maior que seu erro-padrão, então era considerado significativo a 5% (Boldman et al. 1993). Para baliza, os contrastes foram efetuados comparando-se localizações mais internas (1 e 2), com as demais, uma vez que aquelas são as posições normalmente consideradas favoráveis nas corridas de cavalos Puro-Sangue Inglês (Hintz e Van Vleck, 1978; Martin et al., 1996; Horse Racing, 2001) A herdabilidade foi estimada dividindo-se a variância genética aditiva (σ2A) pela variância fenotípica (σ2F), e a repetibilidade a partir da divisão da soma das variâncias genética aditiva e de ambiente permanente (σ2MP) pela variância fenotípica. As correlações genéticas foram obtidas a partir de seguinte expressão: rAA ' =. (σ AA ') , sendo:. σ 2 A .σ 2 A '. rAA’= correlação genética entre 1.000 m e outra distância; σAA’= componente de covariância genética aditiva e; σ2A e σ2A’= componentes de variância genética aditiva do tempo aos 1.000 m e em outra distância, respectivamente..

(23) 19. Considerou-se zero a correlação ambiental entre as características, uma vez que corridas em diferentes distâncias ocorrem em ocasiões distintas, estando sujeitas a ambientes diferentes. A tendência genética para o tempo de corrida nas diferentes distâncias foi estudada a partir da regressão linear dos valores genéticos preditos dos cavalos sobre seus anos de nascimento (Blair e Pollak, 1984).. RESULTADOS E DISCUSSÃO 1. Medidas descritivas As medidas descritivas dos desempenhos nas distâncias avaliadas são apresentadas na Tabela 2. Tabela 2. Número de observações por distância, médias observadas e respectivos desvios-padrão, coeficientes de variação, valores mínimo, máximo e moda para tempo em corridas (s). Distância (m) 1.000 1.100 1.200 1.300 1.400 1.500 1.600. Número de observações 29.036 30.414 33.220 51.879 39.418 27.429 27.494. Média (s) 58,84 69,06 75,45 81,13 87,49 93,66 99,63. C. Variação (%) 2,86 2,47 2,40 2,75 2,69 2,64 2,71. Mínimo 53,90 58,60 69,20 74,30 80,60 86,80 92,40. Tempo (s) Máximo 79,50 85,90 96,80 104,40 107,20 105,40 108,90. Moda 58,90 69,00 75,30 80,80 87,60 93,60 99,50. O coeficiente de variação, que demonstra por meio de uma medida absoluta a variabilidade das dispersões em relação a média, apresentou valores próximos para as diversas distâncias. Os tempos médios para 1.000, 1.200, 1.400 e 1.600 m foram menores que os reportados por Oki et al. (1994) em Puro-Sangue Inglês no Japão (média entre grama e areia iguais a 61,28s; 73,59s; 86,71s e 99,48s; respectivamente). A frequência de distribuição de tempo, para todas as distâncias, evidenciou coeficientes de assimetria ligeiramente positivos (média de 0,56), refletindo a maior dificuldade em os cavalos alcançarem tempos finais mais rápidos comparados com os mais lentos. Tal fato também foi reportado por Martin et al. (1996) em Puro-Sangue Inglês americanos. A distância que isso ocorreu com maior intensidade foi 1.000 m (coeficiente assimetria = 1,7) representada na Figura 1..

(24) 20. Figura 1. Distribuição da frequência de distribuição de tempo para a distância de 1.000 m. Constatou-se 113 tempos maiores que 63,91 s (três desvios-padrão acima da média), mas nenhum abaixo de 53,77 (três desvios-padrão abaixo da média). Os limites fisiológicos do cavalo contribuem para um encurtamento da cauda esquerda. Segundo Martin et al. (1996), tempos de vencedores desafiam um cavalo em níveis próximos ao seu limite fisiológico, mas não há esta limitação fisiológica que o impeça de correr mais devagar. Os tempos muito lentos observados podem refletir problemas físicos ocorridos com animais ao longo da corrida (Martin et al., 1996). O coeficiente de curtose foi positivo para todas as distâncias (média = 2,1) indicando que as caudas (especialmente da direita) são longas quando comparadas com uma distribuição normal de mesmo desviopadrão. Coeficientes menores foram observados em distâncias mais longas (1.400, 1.500, 1.600 metros – média = 0,26). 2. Efeitos fixos Os resultados dos testes de contraste realizados para os efeitos de sexo e idade são apresentados nas Tabelas 3 e 4. Os machos foram significativamente superiores às fêmeas para todas as distâncias, exceto 1.400 m, a qual não evidenciou diferença significativa deste efeito. Esta superioridade também foi relatada para características relacionadas a tempo em cavalos Trotadores, por Ojala e Hellman (1987), Saastamoinen e Ojala (1991), em animais Quarto de Milha por Buttram et al. (1988) e Villela et al. (2002) e em Puro-Sangue Inglês nacionais por Mota et al. (1998) e Mota e Abrahão (2003a). A média dos contrastes em todas as distâncias (0,30 s), representa uma diferença de 1,5 corpo entre os sexos..

(25) 21. Ao contrário do reportado por Buttran et al. (1988), os quais constataram aumento na superioridade dos machos a medida que a distância da corrida crescia, não se observou tendência nas diferenças entre sexos crescerem ou diminuirem de acordo com a distância. Diferenças de tempo entre sexos, normalmente são reflexos da manifestação fisiológica distinta de machos e fêmeas durante a corrida (Jelinek, 1988). Tabela 3. Valor do contraste, significância e erro-padrão do tempo em corrida para as classes do efeito fixo de sexo, de acordo com a distância. Distância (m). Contraste (s)•. Erro-padrão. 1.000. -0,166*. 0,041. 1.100. -0,406*. 0,039. 1.200. -0,362*. 0,037. 1.300. -0,287*. 0,035. ns. 0,547. 1.400. -0,312. 1.500. -0,249*. 0,046. -0,328*. 0,045. 1.600 ns. •. * - significativo a 5%, - não significativo, v - valores referentes aos machos.. Influências significativas da idade do animal sobre o desempenho em corridas encontradas neste trabalho têm sido observadas por vários autores em diferentes raças (Hintz e VanVleck, 1978; Willham e Wilson, 1991; Pösö et al. 1994 e Kaloostian et al., 1999), mas não em Puro-Sangue Inglês nacionais (Oliveira, 1989 e Mota et al. 1998). Tal distinção pode, em parte, ser decorrente do fato destas últimas pesquisas considerarem apenas o tempo de animais vencedores, e não de todos os participantes do páreo como no presente estudo. Excetuando-se 1.100 m, animais entre três (exclusive) e quatro anos (inclusive) de idade foram significativamente mais rápidos que a média das demais idades, para todas as outras distâncias consideradas (média = 0,13 s), sendo que nas mais longas (1.500 e 1.600 m) a superioridade acentuou-se (0,164 s e 0,22 s, respectivamente). Da mesma forma, exceto para 1.100 m, eqüinos com idades superiores a 5 anos apresentaram desempenho significativamente inferior a média das demais idades para todas as distâncias avaliadas (média = 0,19 s). Inferioridade maior foi observada para 1.600 m (0,287 s), ao passo que em 1.100 m constatou apenas ⅓ deste valor (0,096 s)..

(26) 22. Tabela 4. Valor do contraste, erro-padrão, significância e ordenação do tempo em corridas para as classes do efeito fixo de idade, de acordo com a distância. Distância (m). Idade (anos). Contraste (s). Erro-padrão. Ordem. ≤3. -0,089*. 0,037. 2. 4. -0,143*. 0,023. 1. 0,026. 3. 1.000. 5 >5. 0,036. 4. 0,038. ns. 0,054. 3. 4. -0,046. ns. 0,033. 2. 5. -0,088*. 0,035. 1. 0,096. ns. 0,048. 4. 0,084. ns. 0,057. 3. 4. -0,099*. 0,030. 1. 5. -0,096*. 0,032. 2. >5. 0,111*. 0,041. 4. ≤3. -0,039 ns. 0,041. 2. 4. -0,071*. 0,024. 1. 0,027. 3. 0,035. 4. 0,048. 2. 0,027. 1. 0,030. 3. ≤3 1.100. >5 ≤3 1.200. 1.300. 5 >5 ≤3 4. 1.400. 5 >5 ≤3 4. 1.500. 5. 1.600. 0,246*. -0,011. ns. 0,121* -0,064. ns. -0,073* -0,042. ns. 0,179*. 0,038. 4. ns. 0,060. 3. -0,164*. 0,033. 1. 0,036. 2. 0,013 -0,017. ns. >5. 0,168*. 0,044. 4. ≤3. -0,130*. 0,052. 2. 4. -0,220*. 0,029. 1. 5. ns. 0,063. 0,034. 3. 0,287*. 0,040. 4. >5 ns. -0,014. ns. * - significativo a 5%, - não significativo.

(27) 23. As balizas um e dois não diferiram significativamente entre si em nenhuma das distâncias avaliadas, e apresentaram comportamento semelhante com respeito as demais posições de largada. Para 1.000 m, a baliza um foi significativamente mais rápida que as posições acima de quatro, enquanto a dois além destas, diferiu também da três. Comportamento contrário ocorreu nas distâncias de 1.100 e 1.200 m, onde as posições acima de dois foram significativamente mais rápidas que internas. Nas distâncias de 1.300 e 1.400 m, as balizas um e dois foram significativamente superiores as demais, ao passo que em relação a 1.500 e 1.600 m a significância só se tornou evidente acima da quinta e sexta posições, respectivamente. Assim, excetuando-se o comportamento das distâncias de 1.100 e 1.200 m, a superioridade das balizas mais internas, observada em corridas de Puro-Sangue Inglês nacionais, concorda com as relatadas por Hintz e Van Vleck (1978) e Martin et al. (1996).. 3. Descrição dos páreos de acordo com as distâncias A Tabela 6 a seguir ilustra as porcentagens de animais que correram uma única distância, em relação ao total de cavalos que largaram nesta distância (diagonal), os números e as percentagens de animais que correram a distância indicada na linha e superiores (acima da diagonal), e as porcentagens de animais que largaram nas distâncias representadas na linha e inferiores (abaixo da diagonal). As porcentagens estão em relação ao total de largadas de cada distância. Assim, dos 9.796 animais com desempenho em 1.000 m, 6.536 (67%) competiram em 1.100 m. Por outro lado, dos 10.157 cavalos que correram 1.100 m, 6.536 (64%) participaram também em páreos de 1.000 m..

(28) 24. Tabela 6. Descrição do número e percentagem de animais de acordo com a distância do páreo. Distância (m) (número de cavalos que largaram). Distância (m) 1.000. 1.100. 1.200. 1.300. 1.400. 1.500. 1.600. 1.000 (9.796). 856 (8,7%). 6.536 (67%). 4.599 (47%). 6.456 (66%). 4.548 (46%). 3.100 (32%). 2.427 (25%). 1.100 (10.157). 64%. 569 (5,6%). 5.533 (54%). 6.883 (68%). 4.850 (48%). 3.287 (32%). 2.564 (25%). 1.200 (9.327). 49%. 59%. 443 (4,7%). 7.009 (75%). 5.353 (57%). 3.653 (39%). 2.867 (31%). 1.300 (14.350). 45%. 48%. 49%. 471 (3,3%). 9.767 (68%). 7.560 (53%). 6.316 (44%). 1.400 (12.114). 38%. 40%. 44%. 80%. 331 (2,7%). 7.936 (66%). 6.820 (56%). 1.500 (9.633). 32%. 34%. 38%. 78%. 82%. 217 (2,3%). 6.654 (70%). 1.600 (8.462). 29%. 30%. 34%. 75%. 81%. 79%. 335 (4,0%). Observa-se tendência da percentagem de animais que larga em uma única distância diminuir a medida em que esta crescia de 1.000 (8,7%) para 1.500 m (2,3%). Destacadamente, 1.600 m apresentou porcentagens superiores às distâncias acima de 1.200 m. Excetuando-se 1.300 m, de modo geral a porcentagem de cavalos que correu duas distâncias decresceu a medida em que a amplitude entre elas aumentou. A maior percentagem de participação em duas distâncias aconteceu entre animais que correram 1.500 m e também largaram em 1.400 m (82%), enquanto a menor ocorreu entre cavalos que largaram em 1.000 m (ou 1.100 m) e correram também páreos de 1.600 m (25%). Constatação semelhante foi relatada por Oki et al. (1997) em Puro-Sangue Inglês no Japão. O número de cavalos que correram todas as distâncias entre 1.000 e 1.600 m representou somente 6% dos que largaram em 1.000 m, com tendência de crescimento a medida em que o intervalo entre as distâncias diminuia. Nesse sentido, existem mais animais que correram, por exemplo, 1.000 m e 1.100 m (67%) ou 1.000, 1.100 e 1.200 m (37%) do que cavalos com desempenho de 1.000 m a 1.400 m (18%) ou 1.000 m a 1.500 m (9%). A Tabela 7 a seguir mostra a porcentagem de animais ao longo das 5 primeiras corridas, em função da distância do páreo. Assim, 25% dos animais.

(29) 25. correm pela primeira vez em 1.000 m, ao passo que, nesta mesma distância, apenas 12% deles largam em sua 5ª corrida. Tabela 7. Descrição da porcentagem de animais ao longo das cinco primeiras corridas, em função da distância do páreo.. Distância (m). Ordem da corrida 1ª. 2ª. 3ª. 4ª. 5ª. 1.000. 25%. 17%. 14%. 13%. 12%. 1.100. 22%. 17%. 13%. 13%. 12%. 1.200. 13%. 13%. 12%. 12%. 12%. 1.300. 19%. 21%. 22%. 21%. 20%. 1.400. 11%. 14%. 16%. 16%. 16%. 1.500. 6%. 9%. 11%. 12%. 12%. 1.600. 4%. 9%. 12%. 13%. 16%. Visualiza-se nesta tabela que, geralmente, os animais começam a vida competitiva em distâncias mais curtas (1.000 e 1.100 m), sendo que apenas uma pequena fração corre pela primeira vez distâncias acima de 1.400 m. A partir da segunda largada, observa-se diminuição na participação em páreos mais curtos (1.000 e 1.100 m), com simultâneo crescimento na percentagem de corridas mais longas, de maneira que na quinta corrida existem mais animais largando em 1.600 m do que em 1.000 ou 1.100 m. Tal fato, em parte, decorre do princípio normalmente utilizado por treinadores e criadores de iniciar a carreira competitiva dos animais em distâncias mais curtas, transferindo-os para as mais longas a medida em que mostrem capacidade de resistência (Harkins e Karmeling, 1993) e bom desempenho. Além de ser a distância mais comum das corridas de Puro-Sangue Inglês nos dois principais hipódromos nacionais, 1.300 m é o mais freqüente páreo após a primeira largada, com aproximadamente 1 do total de largadas em cada 5. distância. É possível que 1.300 m funcione como um dos parâmetros iniciais para criadores e treinadores utilizarem seus animais em corridas mais longas, ou não. Distâncias intermediárias (1.200 e 1.300 m) apresentaram menores oscilações na participação de páreos (ao longo das cinco primeiras corridas), ao passo que as maiores variações aconteceram em distâncias marginais (1.000 e 1.600 m)..

(30) 26. O número médio de largada por cavalo foi 10,9 (mínimo de 1 e máximo de 121), sendo que 50% dos animais correram até 7 páreos e 95% deles até trinta e duas corridas. Apenas quatro eqüinos largaram mais de 100 vezes. 4. Parâmetros genéticos Na Tabela 8 são apresentados os componentes de variância, herdabilidade e repetibilidade do tempo nas diversas distâncias avaliadas, em análises unicaráter. Tabela 8. Componentes de variância, herdabilidade (h2) e repetibilidade (t) do tempo (s) em corrida para cada distância analisada. Distância (m) σ ²A σ ²MP 1.000 0,36817 0,331209 1.100 0,29674 0,245419 1.200 0,19606 0,246098 1.300 0,12942 0,147380 1.400 0,08135 0,149072 1.500 0,04717 0,128884 1.600 0,06160 0,163361 σ²A, variância genética aditiva; σ²MP, variância. σ²E 0,55742 0,86106 0,87917 1,01825 1,07483 1,12119 1,09372 ambiente. σ ²F 1,25679 1,40322 1,32132 1,29505 1,30526 1,29724 1,31868 permanente; σ²E,. h2 (e.p.) 0,29(0,023) 0,21(0,023) 0,15(0,017) 0,10(0,011) 0,06(0,009) 0,04(0,008) 0,05(0,010) variância. t (e.p.) 0,63(0,023) 0,47(0,017) 0,38(0,016) 0,24(0,010) 0,20(0,009) 0,15(0,010) 0,19(0,010) ambiental; σ²F, variância. fenotípica; e.p., erro-padrão.. Os componentes de variância genética aditiva e de ambiente permanente variam de modo similar, mostrando tendência de diminuirem a medida que a distância da corrida crescia, ao passo que a variância de ambiente praticamente dobrou de 1.000 para 1.600 m (Tabela 8). Comportamento semelhante foi relatado por Oki et al. (1995) em Puro-Sangue Inglês no Japão, para a variância genética aditiva (média entre areia e grama para 1.000 m = 0,29 e para 1.600 m =0,14), mas não para a variância de ambiente permanente, que pouco variou com o aumento da distância (média de 0,61 para 1.000 m e 0,65 para 1.600 m). A amplitude de variação fenotípica entre 1.000 e 1.600 m da presente pesquisa foi três vezes menor (aproximadamente 0,13s2 – 1,39s2 em 1.100 m e 1,26s2 em 1.000) do que a reportada pelos últimos autores (aproximadamente 0,39s2 – 1,10s2 para 1.400 m em pista de grama e 1,49s2 para 1.200 m em areia). Acompanhando as variâncias genética aditiva e de meio permanente, as herdabilidades e repetibilidades tenderam a diminuir de acordo com o aumento da distância de corrida (Figura 2). Tal tendência para herdabilidade, foi constatada também por Buttram et al. (1988), Oki et al. (1995) e Williamson e Beilharz (1998), indicando que a seleção para tempo se torna mais difícil a medida em que cresce a distância do páreo. Com o aumento da distância, mais fatores, provavelmente ambientais, influenciam o desempenho em corridas (Oki et al., 1995). Além disso, o fato dos animais normalmente começarem a correr distâncias mais curtas e a.

(31) 27. medida em que mostrem desempenho favorável, passarem a disputar páreos mais longos, pode ter acentuado esta diminuição. Por outro lado, as estimativas de repetibilidade foram bastante inferiores às reportadas por Oki et al. (1995), cujos valores entre distâncias de 1.000 e 1.600 m variam de 0,50 (1.400 m) a 0,70 (1.000 m). Desconsiderando os efeitos de dominância e epistasia, a diferença entre, repetibilidade e herdabilidade representa a porção da variância fenotípica atribuivel aos efeitos de ambiente permanente. Estes efeitos, que podem incluir influências do criador, injúrias, nível nutricional em fases iniciais da vida do animal (Mota et al., 1998), representaram entre 26% (1.000 m) e 9% (1.500 m) da variação fenotípica em análise. 100%. 80%. 60%. 40%. 20%. 0% 1000. 1100. ambiente meio permanente aditiva. 1200. 1300. 1400. 1500. 1600. Distância (m). Figura 2. Porcentagem das variância genética aditiva, ambiente e de meio permanente, de acordo com a distância da corrida. Os resultados das análises bicaráter, realizadas entre 1.000 m e as demais distâncias, são descritos na Tabela 9. Tabela 9. Estimativas de correlação genética entre 1.000 e as demais distâncias, em análises bicaráter. Distância (m) 1.100 1.200 1.300 1.400 1.500 1.600. Correlação genética de 1000 m com: 0,82 0,77 0,87 0,80 0,86 0,53.

(32) 28. As estimativas de herdabilidade entre a análise com uma característica e avaliação bicaráter mostraram-se bastante próximas para todas as características, exceto 1.100 m (h2=0,31). As estimativas de correlações genéticas entre 1.000 m e as demais distâncias foram negativas e de magnitude variando de moderada (1.600 m) a alta (1.500 m), indicando que a seleção para tempo aos 1.000 m, característica com a mais alta estimativa de herdabilidade pode provocar alterações genéticas favoráveis no tempo das demais distâncias, principalmente 1.500 m. Em média, estas correlações são inferiores às reportadas por Oki et al. (1997), cujos valores oscilaram entre 0,88 (1.000 e 1.600 m) e 0,94 (1.000 e 1.200 m). Além disso, diferentimente destes últimos autores, não se constatou tendências das correlações diminuírem a medida que a distância entre as características aumentava. As estimativas de tendência genética para tempo em diferentes distâncias são apresentadas na Figura 3. Em todas elas evidenciou-se melhora no tempo ao longo dos anos estudados. 1000 m y = -0,0276x 1100 m y = -0,031x 1200 m y = -0,022x 1300 m y = -0,0154x 1400 m y = -0,0095x 1500 m y = -0,0051x. Valor genético (s). 0,3. 0,15. 0. -0,15. -0,3 1987. 1989. 1991. 1993. 1995. 1997. 1999. 1600 m y = -0,007x. Ano de nascim ento. Figura 3. Regressão do valor genético sobre o ano de nascimento nas diferentes distâncias analisadas. Embora a melhora mais acentuada de tempo tenha sido constatada para 1.100 m, observou-se tendência dos ganhos decrescerem de acordo com o aumento da distância. As tendências genéticas para tempo em 1.000 e 1.100 m são aproximadamente cinco vezes maiores que para as distâncias de 1.500 e 1.600 m. Oki et al. (1995) calculando separadamente para pistas de grama e areia encontrou, respectivamente, valores de -0,0170 e -0,0084 para tendência genética do tempo, estimativas que se enquadram entre as obtidas na presente pesquisa. Independentemente da distância, as tendências genéticas estimadas neste trabalho são superiores à relatada por Mota et al. (2002), também em PuroSangue Inglês nacionais (-0,0045). É possível que parte desta diferença seja.

(33) 29. decorrente do fato destes autores utilizarem apenas tempos de animais vencedores, e envolverem distâncias mais longas (até 3.200 m), cujas tendências genéticas têm se mostrado inferiores (Buttram et al., 1998; Oki et al., 1995) em relação as mais curtas.. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BEYER, A. Picking winners. 1st ed. Boston: Houghton Mifflin CO., 1975. BOLDMAN, K.; VAN VLECK, L.D.; KRIESE, L.A. A manual for use of MTDFREMLa set of programs to obtain estimates of variances and covariances. USDA-ARS, 1993. BUTTRAM, S.T.; WILHAM, R.L.; WILSON, D.E.; HEIRD, T.C. Genetics of racing performance in the American Quarter horse. I. Description of the data. Journal Animal Science. v.66, p. 2791-2799, 1988. CARROL, C.H. Handicapping speed: The Thoroughbred and Quarter Horse sprinters Lyong e Burford, Publishers Nova Iorque, USA, 226p., 1990. HARKINS, J.D., KARMELING, S.G. Effect of race distance and competition on perfomance of Thoroughbred race horse. J. Equine Vet. Sci., v.13, n.1, p. 41-45, 1993. HINTZ, R. L.; VAN VLECK, L.D. Factors influencing racing performance of the Standardbred pacer. Journal Animal Science. v.46, p.60-68,1978. HORSE RACING. Disponível em: http://c-starssportspicks.com/horseracing.html. Acessado em: 21 jan. 2001. JELINEK, J. Differences in the manifested racing performance of the English Thoroughbred:Evaluation of horses of different sexes and years of birth by parametric and nonparametric test. Science Agriculture Boheaca, v. 2, p. 131-138, 1988. KALOOSTIAN, L.M.; STEWART, T. S.; RUSSEL, M.A.; SCHUTZ, M.M. Heritability of peak race performance in Quarter Horses. Journal Animal Science. v.77, suplemento 1, p.6, 1999. MARTIN, G.S., STRAND, E., KEARNEY, M.T. Use of statistical model to evaluate racing performance in Thoroughbreds. JAVMA, v. 209, n.11, p. 1900-1906, 1996. MOTA, M.D.S.; OLIVEIRA, H.N.; SILVA, R.G. Genetic and phenotypic variability for traits related to final placings and number of starts in Brazilian Thoroughbred horses. Indian Journal Animal Science. Nova Delhi, v.I, 1998. __________; TAVEIRA, R.Z.; OLIVEIRA, H.N.; ABRAHÃO, A.R. Genetic trend for race time in Thoroughbred in Brazil. 7th World Congress on Genetics Applied to Livestock Production. Montpellier, França. p. 19-23, 2002. OJALA, M.J.; HELLMAN, T. Effects of year, sex, age and breed on annually summarized race records for trotters in Finland. Acta Agriculture Scand. v.37, p.463-468, 1987..

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(35) CAPITULO 3.

(36) 33. IMPLICAÇÕES Para o caráter tempo em corridas de cavalos Puro-Sangue Inglês nacionais, nas distâncias entre 1.000 e 1.600 m, a seleção para tempo se torna mais difícil a medida em que cresce a distância do páreo, mostrando que esta deve ser realizada em distâncias menores como a de 1.000 m, para assim o criador obter melhor resposta. As estimativas de correlações genéticas entre 1.000 m e as demais distâncias, indicam que a seleção para tempo aos 1.000 m pode provocar alterações genéticas favoráveis no tempo das demais distâncias, principalmente 1.500 m, mostrando que a seleção pode ser realizada em curtas distâncias onde a estimativa da herdabilidade é maior, e conseguentemente selecionar para distâncias maiores. As tendências genéticas para tempo em corridas foram negativas, demonstrando que houve uma pequena melhora ao longo do período estudado, podendo estas tendências acentuarem se a seleção considerasse efetivamente o caráter tempo..

(37)

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