Filo Annelida
Introdução
O filo Annelida é formado por cerca de 16500 espécies
encontradas em todos os ambientes
Os representantes mais comuns incluem:
Minhocas e minhocuçus
Poliquetos marinhos
Histórico
Séc. XVIII
Lineu (1758) classificou os anelídeos como parte do táxon Vermes
Séc. XIX
Lamarck (1908) cria o táxon Annelida sem a inclusão das sanguessugas
Vogt (1851) inclui as sanguessugas no táxon Annelida
Séc. XX
Discussões sobre a definição das classes que compõem o filo
Discussões sobre a inclusão de membros de dois filos enigmáticos (Pogonophora e Vestimentifera) dentro de Annelida
Introdução
O filo é dividido tradicionalmente em 3 classes
Classe Polychaeta
Inclui todos os poliquetos
Estudos recentes têm dividido esta classe em duas (Polychaeta e Myzostomida)
Classe Oligochaeta
Inclui todas as minhocas e outras espécies aquáticas
Classe Hirudinea
Inclui as sanguessugas e outras espécies predadoras
Estudos recentes têm agrupado Oligochaeta e Hirudinea em uma única classe (Clitellata)
Características gerais
A principal característica dos anelídeos é a segmentação
do corpo
A maioria das partes internas e externas é repetida em cada segmento (homologia seriada)
Características gerais
São animais bilaterais, triploblásticos e celomados
Corpo geralmente é alongado e cilíndrico (vermiforme)
A cavidade celomática e os órgãos internos são revestidos pelo
peritônio
Cada segmento do corpo é delimitado integralmente ou
parcialmente por septos intersegmentares
Características gerais
Regiões não segmentadas
A cabeça é composta por duas regiões pré-segmentares
Prostômio
Peristômio
Existe também uma região pós-segmentar (pigídio)
Características gerais
Os segmentos
Cada segmento contém elementos dos sistemas circulatório,
excretor e nervoso
Em alguns grupos os segmentos podem ser iguais (homônomos)
ou especializados (heterônomos)
O sistema circulatório é fechado
Não dependem da difusão direta de nutrientes
Permitiu juntamente com a segmentação que eles atingissem
tamanhos maiores
Anatomia geral dos anelídeos
Poliquetos
Quase todos são marinhos
A especialização dos segmentos varia com o estilo de vida
Predadores ativos: maioria são homômonos
Anatomia geral dos anelídeos
Poliquetos
A cabeça possui apêndices com modificações variadas
Palpos
Antenas
Tentáculos
Anatomia geral dos anelídeos
Poliquetos
Cada segmento possui um par de apêndices chamados
parapódios
Os parapódios são dividos em duas partes (birremes)
Notopódio (dorsal)
Neuropódio (ventral)
Cada parte está associada com várias cerdas
Os parapódios estão associados a várias funções
Locomoção e ancoragem
Trocas gasosas
Anatomia geral dos anelídeos
Poliquetos
Anatomia geral dos anelídeos
Oligoquetos
São animais de água doce ou terrestres
A cabeça dos oligoquetos é mais simples
Menos apêndices e cerdas
Apêndices menos elaborados
Os oligoquetos não possuem parapódios
Os oligoquetos utilizam as cerdas distribuídas pelo corpo para cavar
A heteronomia varia entre as espécies
Em todos os oligoquetos alguns segmentos são especializados na reprodução (clitelo)
Anatomia geral dos anelídeos
Anatomia geral dos anelídeos
Hirudíneos
O corpo dos hirudíneos é achatado e divido em 5 regiões
Região anterior (inclui a boca e a ventosa oral)
Região pré-clitelar
Região clitelar
Região pós-clitelar
Região posterior (inclui a ventosa posterior)
Cabeça muito reduzida
O número de segmentos é fixo (34)
Anéis superficiais dão a impressão de mais segmentos
Anatomia geral dos anelídeos
Parede do corpo
Poliquetos
Cutícula
(fina composta de proteínas e mucopolissacarídeos)
Epiderme
(colunar podendo ser ciliada)
Tecido conjuntivo
Musculatura circular
Musculatura longitudinal
(bastante espessa)
Peritônio
externo
Parede do corpo
Oligoquetos
Cutícula
(fina)
Epiderme
(colunar com glândulas de muco)
Musculatura circular
(espessa)
Musculatura longitudinal
(espessa)
Peritônio
externo
Parede do corpo
Hirudíneos
Cutícula
(fina)
Epiderme
(com células glandulares mucosas)
Tecido conjuntivo
(muito espesso)
Musculatura circular
Musculatura diagonal
Musculatura longitudinal
Peritônio
(celoma reduzido)externo
interno
Pouco
Sustentação e locomoção
Poliquetos
Sustentação
Celoma preenchido por fluido
Musculatura espessa
Locomoção
Envolve a ação antagônica dos músculos longitudinais
Os lados contraem-se e relaxam alternadamente
As cerdas dos parapódios servem como pontos de ancoragem
Movimentos escavatórios envolvem a constrição e expansão dos segmentos
Esqueleto hidrostático
Sustentação e locomoção
Oligoquetos
Sustentação
Musculatura + celoma → esqueleto hidrostático
Locomoção
Os oligoquetos se movimentam por movimentos peristálticos
Sustentação e locomoção
Hirudíneos
Sustentação
A cavidade celomática dos hirudíneos é menor (corpo quase sólido)
A ausência de um esqueleto hidrostático eficiente, limita os hirudíneos a se locomover como os outros anelídeos
Locomoção
Locomoção do tipo “mede palmos”
Utilizam as ventosas como pontos de ancoragem
Modo de vida
Poliquetos
Caçadores Comedores de depósitos Comedores de suspensão Oligoquetos
Predadores Detritívoros Comedores de depósitos Hirudíneos
Predadores Ectoparasitas (sucção de fluidos)
Sistema digestivo
Poliquetos
O trato digestivo é completo e dividido em três partes
Região anterior
É um estomodeu (derivado da ectoderme)
Revestida por cutícula, com dentes e madíbulas
Compreende:
tubo bucal faringe
Sistema digestivo
Região mediana
Derivada da endoderme
Compreende:
Parte posterior do esôfago
Estômago (apenas para armazenamento) Intestino longo (especializado)
Reto
Região posterior
Sistema digestivo
Oligoquetos
Basicamente um tubo reto com especializações
Porção anterior é um estomodeu com tubo bucal, faringe e esôfago
Parte posterior do esôfago forma um papo (armazenamento) e moelas (trituração)
A região mediana inclui o intestino
O intestino pode sofrer dobramentos para melhor digestão (tiflossole)
Sistema digestivo
Hirudíneos
Região anterior
Inclui boca, mandíbulas, cavidade bucal, probóscide, faringe e esôfago
Possui várias glândulas (anticoagulantes, anestésicos, enzimas digestivas)
Região mediana
Inclui estômago, papo e intestino
O papo apresenta cecos de armazenamento
Região posterior
Circulação e trocas gasosas
Poliquetos
As paredes do intestino são altamente vascularizadas para absorção dos nutrientes digeridos
Parapódios também são altemente vascularizados para trocas gasosas (presença de brânquias)
Dois vasos principais:
Vaso mediano dorsal: fluxo posterior → anterior
Vaso mediano ventral: fluxo anterior → posterior
Ausência de órgãos bombeadores
Circulação e trocas gasosas
Oligoquetos
As trocas gasosas ocorre pela superfície do corpo (sempre umidificada e altamente vascularizada)
Oligoquetos marinhos apresentam brânquias
Três vasos longitudinais principais
Vaso dorsal
Vaso ventral
Vaso subneural (ventral associado ao cordão nervoso)
5 pares de vasos circum-faringeos com ação bombeadora (“corações”)
Circulação e trocas gasosas
Hirudíneos
As trocas gasosas ocorrem pela superfície do corpo
Sempre umidificada
Alguns grupos apresentam brânquias
A constituição quase sólida dos hirudíneos difilculta a
distribuição de nutrientes
A solução foi o achatamento do corpo e ramificação do tubo digestivo (redução das distâncias internas)
O celoma forma uma rede de canais e seios que auxiliam na distribuição de nutrientes
Excreção e osmoregulação
Cada segmento possui metanefrídios que se abre na cavidade
celomática por um nefróstomo
O nefróstomo coleta os resíduos e excesso de água do celoma
Os nefróstomos se comunicam com ductos que se abrem para o
exterior por nefridioporos
A osmorregulação é realizada pela manutenção da forma do corpo
pelos músculos
(células resistem à pressão osmótica)
Anelídeos marinhos não tem grandes problemas com
Sistema nervoso
O sistema nervoso dos anelídeos segue um padrão básico
Gânglio cerebral dorsal
Conectivos circum-entéricos pareados
Um ou mais cordões nervosos longitudinais ventrais
A condição primitiva inclui dois cordões em forma de escada
Houve uma tendência para fusão dos cordões
Gânglios segmentares no cordão
longitudinal
Sistema nervoso
Sistema nervoso
Sistema nervoso
Sistema nervoso
Órgãos sensoriais
Poliquetos
Receptores tácteis distribuídos pelo corpo
(concentrados na cabeça e extremidades dos parapódios)
Olhos fotoreceptores
(um ou mais pares na superfície dorsal da cabeça)
Células quimioreceptoras espalhadas pelo corpo
Órgãos nucais quimioreceptores
(par na superfície dorsal da cabeça)
Estatocistos
Sistema nervoso
Oligoquetos
Órgãos sensoriais epiteliais táteis e quimioreceptores
Cerdas são receptores tácteis
Cápsulas ocelares fotoreceptoras (cabeça)
Hirudíneos
Órgãos sensoriais epiteliais táteis e quimioreceptores
2 a 10 olhos dorsais fotoreceptores
Reprodução
Poliquetos
Reprodução assexuada
Capazes de regenerar segmentos posteriores perdidos
Fragmentação
Reprodução
Reprodução sexuada
Maioria é dióica
Não possuem gônadas permanentes
(gametas se originam do peritônio e liberados no celoma)
Gametas liberados por poros do corpo
(gonodutos, celomodutos, nefridioporos, ruptura da parede)
Fertilização externa ou interna
Reprodução
Oligoquetos
Reprodução assexuada
Capacidade de regeneração de segmentos
Fissão transversal
Fragmentação
Reprodução
Reprodução sexuada
São monóicos (hermafroditas)
Sistema masculino
Um ou dois pares de testículos (maturação no celoma)
Vesículas seminais (armazenamento)
Funis seminais (liberação para o exterior)
Sistema feminino (posterior ao masculino)
Par de ovários (maturação no celoma ou ovissacos)
Oviduto
Gonoporo feminino