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PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DE UMA FACULDADE PRIVADA DE MINAS GERAIS QUANTO AOS TRANSTORNOS MENTAIS E SEUS RECURSOS TERAPÊUTICOS

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Revista NBC - Belo Horizonte – vol. 10, nº 19, julho de 2020. 14 PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DE UMA FACULDADE PRIVADA DE MINAS

GERAIS QUANTO AOS TRANSTORNOS MENTAIS E SEUS RECURSOS TERAPÊUTICOS

PERCEPTION OF STUDENTS AT A PRIVATE COLLEGE IN MINAS GERAIS REGARDING MENTAL DISORDERS AND THEIR THERAPEUTIC RESOURCES

Renata Ludimila Reis CUNHA1, Cláudia Barbosa ASSUNÇÃO2, Gabriela Rossi FERREIRA3

Resumo:

Devido ao contexto histórico e sociocultural a que estão inseridos, os portadores de transtornos mentais fazem parte de um grupo discriminado e marginalizado socialmente. No Brasil o paciente em sofrimento mental era segregado em asilos sem previsão de alta, não com o objetivo de tratamento de sua condição de saúde, mas para não permitir que o mesmo vivesse em sociedade, visto que era considerado agressivo, violento e ameaça para o público, sendo igualado a criminosos. Este estudo objetivou-se revelar a percepção dos alunos sobre os transtornos mentais e suas formas de tratamento. A pesquisa foi realizada por meio de questionário semiestruturado. A aplicação do questionário foi realizada com 50 acadêmicos que concordaram em assinar o Termo de Consentimento. Foi apurado que a grande maioria dos alunos não demonstra visão estigmatizada dos transtornos mentais, porém uma parcela significativa se absteve de demonstrar opinião, apontando um conhecimento deficiente sobre o assunto, no que se refere aos transtornos e recursos terapêuticos. Foi observado que a maior parte das pessoas possui uma concepção positiva, em relação aos transtornos mentais. Porém, são providas de pouco conhecimento a respeito das formas de tratamento, atribuições dos profissionais de saúde, e demais aspectos do processo de ressocialização da pessoa com transtorno mental.

Palavras-chaves: Saúde Mental; Transtorno Mental; Estigma; Reforma Psiquiátrica

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1 Enfermeira. Nova Faculdade de Contagem. re.ludimila21@gmail.com

2Licenciada em Ciências Biológicas. Mestre em Bioinformática – UFMG. Doutoranda em Medicina e Biomedicina. IEP-Santa Casa de Belo Horizonte assuncaoclb@gmail.com

3Enfermeira. Mestre em Ciências da Saúde pelo Ensino e Pesquisa da Santa Casa de Belo Horizonte (EPSC-BH). Especialista em Nefrologia (FCM-MG) e Oncologia (EPSC-BH) Docente do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. Coordenadora de Cursos de Aperfeiçoamento em Enfermagem. gabirossi23@yahoo.com.br

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Revista NBC - Belo Horizonte – vol. 10, nº 19, julho de 2020. 15 Abstract:

Due to the historical and socio-cultural context to which they are inserted, those with mental disorders are part of a socially marginalized and discriminated group. In Brazil the mentally ill patient was segregated in nursing homes without discharge, not for the purpose of treating their health condition, but not to allow them to live in society, since it was considered aggressive, violent and threatening to the patient. public, being equated with criminals. This study aimed to reveal students' perceptions about mental disorders and their forms of treatment. The research was carried out through a semi-structured questionnaire. The questionnaire was applied with 50 academics who agreed to sign the Term of Consent. It was found that the vast majority of the students did not demonstrate a stigmatized view of mental disorders, but a significant portion abstained from demonstrating opinion, pointing to a poor knowledge about the subject, regarding the disorders and therapeutic resources. It has been observed that most people have a positive conception regarding mental disorders. However, they are provided with little knowledge about the treatment modalities, attributions of health professionals, and other aspects of the process of re-socialization of the person with mental disorder.

Keywords: Mental Health; Mental Disorder; Stigma; Psychiatric Reform

INTRODUÇÃO

Entende-se por transtorno, no âmbito da saúde, algo que provoque desajuste no organismo e desordem psicológica, resultando respectivamente em disfunção dos sistemas, alterações emocionais ou do comportamento (MICHAELIS, 2015). O transtorno mental é uma condição peculiar na saúde do indivíduo acometido, pois não se diagnostica conforme protocolos clínicos, como as doenças de origem orgânica, mas por meio de acompanhamento e identificação das síndromes apresentadas pelo paciente, e também pelo seu contexto histórico, social e biológico (TOLEDO, 2013)

Um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS), ressalta que “a separação artificial dos fatores biológicos, psicológicos e sociais tem construído um grande obstáculo ao estudo e compreensão dos transtornos mentais e de comportamento” [...] e “esses transtornos são semelhantes a muitas doenças físicas, pelo fato de resultarem de uma complexa interação de todos aqueles fatores”. Novas formas terapêuticas estão em constante ascensão, como por exemplo, o surgimento de antipsicóticos de segunda geração para tratar esquizofrenia a partir da década de noventa, os quais se mostraram mais eficazes contra a psicopatologia, com a redução do número de recaídas e re-hospitalizações. (DAVIS et al., 2003; LEUCHT et al., 2003

apud ELKIS; LOUZÂ, 2007)

Considerando os métodos de tratamento, não só medicamentoso, o desenvolvimento das neurociências e a consolidação da revolução nas ciências cognitivas na última década, marcaram o ressurgimento das psicoterapias como forma de tratamento de várias psicopatologias, como a esquizofrenia e depressão. (ROTH, 1996; HOGARTY, 1991 apud SCHESTATSKY; FLECK, 1999).

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Revista NBC - Belo Horizonte – vol. 10, nº 19, julho de 2020. 16

A incidência e prevalência dos transtornos mentais aumentam gradativamente. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), há no mundo cerca de 322 milhões de pessoas com depressão e esses números aumentaram entre os anos de 2005 e 2015 (OMS, 2017). No que tange aos transtornos classificados como transtornos de humor Andreasen e Black (2009, p. 161) afirmam que “para pessoas entre 15 e 45 anos, a depressão responde por uma surpreendente fatia de 10,3% de todos os custos das doenças biomédicas no mundo.” No Brasil, os distúrbios de ansiedade afetam cerca de 9,3% da população e a depressão 5,8%, segundo a OMS (2017).

Peters et. al, (2012, p. 3), ressalta que “portadores de transtornos mentais são discriminados e excluídos do meio social, acarretando situações de abandono, reclusão, injustiça e violência.” Os autores apontam ainda que, tais circunstâncias ocorrem devido à visão distorcida da sociedade quanto aos transtornos enquanto doenças tratáveis, impondo o estigma de que doentes mentais devem ser marginalizados por não se ajustarem aos ‘padrões sociais de normalidade’.

No Brasil, o preconceito social que acomete pessoas portadoras de transtornos mentais acabou em tragédia dizimando inúmeras vidas no passado. Por acreditarem que são generalizadamente agressivos, sendo impossível sua convivência em sociedade, os referidos ‘loucos’ eram aprisionados em manicômios em degradante condição humana, sob formas de tratamento arbitrárias, sendo em sua grande maioria, pessoas sem diagnóstico de doença mental: epiléticos, alcoolistas, homossexuais, prostitutas, gente que se rebelava, gente que se tornara incômoda para alguém com mais poder, entre outros (ARBEX, 2013).

Arbex (2013) resgata o ocorrido no Hospital Psiquiátrico em Barbacena, sob a conivência do Estado, onde as pessoas que não se adequavam aos padrões de ajustamento social eram jogadas dentro de um trem a caminho de um manicômio e de lá não tinham perspectiva de tratamento digno, ressocialização ou até mesmo de saírem vivos. Em seu livro documentário “Holocausto Brasileiro” a autora relembra que somente após denúncia dessas condições e mudanças nas políticas públicas de saúde é que houve melhorias na assistência aos pacientes psiquiátricos dando fim a segregação dos mesmos.

Por serem os transtornos mentais mais comuns, e de ampla incidência e prevalência dentro da sociedade nos dias atuais; as neuroses, ansiedade e depressão, assim como suas definições e classificações, serão os contextos principais deste estudo, o qual irá enfatizar o olhar social frente a essas doenças, bem como o entendimento do indivíduo sobre suas formas de tratamento. Tomando essas reflexões como referência, pressupõe-se que é de suma importância analisar a percepção da qual a sociedade se apropriou conforme o passar do tempo, para a realização de novas táticas de promoção à saúde mental, visto que mesmo após a reforma psiquiátrica no Brasil, onde foram quebrados alguns estigmas quanto aos transtornos mentais, o paciente psiquiátrico ainda encontra o maior empecilho que contribui para a não adesão ou adesão irregular ao seu tratamento: o preconceito.

Diante do exposto o objetivo deste estudo foi investigar qual a percepção e entendimento da sociedade quanto aos transtornos mentais, bem como seus recursos terapêuticos.

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Revista NBC - Belo Horizonte – vol. 10, nº 19, julho de 2020. 17 MATERIAL E MÉTODOS

Foi realizada pesquisa descritiva de caráter qualitativo por meio de questionário semiestruturado, aprovada no comitê de ética em pesquisa sob o número do parecer substanciado 5138.06/2018. O objetivo da entrevista foi investigar a percepção e entendimento dos alunos de graduação dos cursos de direito, contabilidade e administração, quanto aos transtornos mentais, bem como seus recursos terapêuticos.

A aplicação do questionário foi realizada na Nova Faculdade de Contagem-MG com 50 acadêmicos que concordaram em assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

A aplicação do questionário contemplou categorias e subcategorias relacionadas a percepção sobre a doença mental e seus recursos terapêuticos, como evidenciada na tabela 1.

Tabela 1 - Categorias e Subcategorias da Entrevista

Categoria Subcategorias Código

Subcategoria

1 Percepção em relação ao

transtorno mental

Conhecimento sobre os transtornos

mentais e formas de tratamento 1A Vivência do TM no próprio ambiente 1B

2

Percepção dos entrevistados em relação

aos TM

TM auto-referido 2A

O outro como portador de TM 2B

Profissionais de saúde envolvidos na

assistência ao portador de TM 2C

Fonte: Elaborado pela autora.

Também foram realizados levantamentos bibliográficos para compor o referencial teórico da pesquisa na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciências e Saúde (LILACS), através dos descritores controlados: Estigma and Doença Mental; Enfermagem and Saúde Mental; Reforma Psiquiátrica; Depressão; Ansiedade; Psicose; e Neurose.

Foram utilizados como parâmetros de inclusão dos artigos: língua portuguesa, texto integral disponível gratuitamente, publicados dentro do período de 1980 a 2017 e que abordassem a temática de interesse. Como fatores de exclusão ficaram definidos os artigos que não abordaram assuntos de interesse para esta pesquisa.

Os dados foram tabulados em uma tabela dinâmica, utilizando o programa Microsoft Excel para essa finalidade. As conclusões foram tomadas de forma subjetiva, a partir da frequência das respostas das questões.

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Revista NBC - Belo Horizonte – vol. 10, nº 19, julho de 2020. 18 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O número de participantes que foram recrutados e integrados aos dados da pesquisa foi de 50 pessoas, sendo 18 do sexo feminino e 31 do masculino, com idade entre 17 a 53 anos, conforme exposto na tabela 2. Um participante não atendeu aos critérios da pesquisa e foi desconsiderado. Foram contabilizados 77,5% de participantes solteiros; 16,3% casados e 6,2% divorciados. Em relação ao curso matriculado, 69,3% dos entrevistados são do curso de direito, 16,3% de administração, 12,2% de ciências contábeis e 2,2% não foi informado (Tabela 2).

Tabela 2- Características Sociodemográficas dos Entrevistados, Contagem (MG), 2018.

Variáveis n(49) % Gênero Masculino 31 63,3 Feminino 18 36,7 Idade <30 33 67,3 30-53 15 30,7 Não informado 1 2 Estado civil Solteiro 38 77,5 Casado 8 16,3 Divorciado 3 6,2 Curso Direito 34 69,3 Ciências Contábeis 6 12,2 Administração 8 16,3 Não informado 1 2,2

Fonte: Elaborado pela autora.

As perguntas realizadas por categoria tiveram seus resultados contabilizados em uma tabela de frequências na qual está representado o percentual de resposta para cada pergunta (Apêndice I). As perguntas mais relevantes foram representadas em figuras.

Categoria 1 - Percepção em relação ao transtorno mental

Subcategoria 1A - Conhecimento sobre os Transtornos Mentais (TMs) e Formas de Tratamento

Ao serem questionados sobre quais os transtornos mentais os acadêmicos já possuíam algum conhecimento, foi encontrada a seguinte frequência: depressão 95,9%, ansiedade 89,7%, anorexia 79,5%, fobias e transtorno bipolar 73,4% e esquizofrenia 65,3%. Acredita-se que por serem os TM de maior incidência e repercussão na atualidade, a depressão e a ansiedade lideraram essa enquete.

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Revista NBC - Belo Horizonte – vol. 10, nº 19, julho de 2020. 19

Quanto ao conhecimento sobre os tipos de tratamento, conforme evidenciado na figura 1, 89,7% dos alunos afirmam conhecer somente o acompanhamento psiquiátrico isolado, 87,7% relataram a terapia medicamentosa, 55,1% apontaram a psicoterapia e 14,2% mencionaram a terapia eletroconvulsivante como tratamento de TM’s. Esses dados revelam a visão empobrecida, baseada no curativismo, ainda existente em relação aos TM’s e suas formas terapêuticas, a qual nos leva a subentender que o tratamento com médico psiquiatra e o uso de psicofármacos são recursos terapêuticos únicos e exclusivos no tratamento de TM’s, mesclando os recursos complementares e essenciais como a psicoterapia e terapia ocupacional.

Figura 1: Conhecimento sobre Tipos de Tratamento para TM

Fonte: Próprio autor.

Subcategoria 1B - Vivência do TM no Próprio Ambiente

Quando questionado sobre convívio com portadores de transtornos mentais na família ou círculo de amizades, 69,3% dos alunos alegaram não conviver, 26,5% possuem vínculo ou conhecem algum portador de TM e 4,2% não souberam informar. Desses portadores de TM mencionados pelos entrevistados, 31,5% deles possuem depressão; 10,5% ansiedade; 5,2% têm transtorno bipolar, de personalidade e TDAH; enquanto 31,9% não souberam definir de forma adequada quais são esses transtornos.

Em relação à necessidade de auto tratamento para algum transtorno mental, 4,1% mencionaram que já precisaram se tratar, 91,8% negaram e 4,1% dos entrevistados não informaram, segundo apresentado na figura 2. 55,10% 87,70% 14,20% 89,70% 2%

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Revista NBC - Belo Horizonte – vol. 10, nº 19, julho de 2020. 20 Figura 2: Necessidade de Tratamento para TM

Fonte: Próprio autor.

Categoria 2 - Percepção dos Entrevistados em Relação aos TM Subcategoria 2A - TM Auto Referido

Referente ao compartilhamento de informações acerca do próprio estado de saúde mental, 20,4% dos entrevistados disseram que não divulgariam aos colegas de faculdade se estivessem em tratamento para algum TM; enquanto 46,9% falariam à respeito e 32,7% se abstiveram de opinar. 69,3% contaria aos amigos, enquanto 14,4% não revelaria sua situação de saúde. Porém, quando questionados se consultariam com algum profissional de saúde que mantivesse relações interpessoais com seu grupo de convívio (trabalho, faculdade ou vizinhança), 44,8% dos alunos disseram que não, enquanto 34,6% procuraria assim mesmo esse profissional e 20,6% não expuseram seu ponto de vista, conforme exposto na figura 3.

Sim 4% Não 92% Não Informado 4%

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Revista NBC - Belo Horizonte – vol. 10, nº 19, julho de 2020. 21 Figura 3: Atendimento por profissional do círculo de convivência

Fonte: Próprio autor.

Quanto ao reconhecimento de ajuda para tratar um TM, 20,4% dos entrevistados responderam que se considerariam fracos se não conseguissem superar a doença sozinhos, 63,2% discordam dessa afirmativa e 16,4% não concordam nem discordam.

Se porventura suspeitassem ter um TM, 3,9% dos entrevistados resistiriam a procurar ajuda, enquanto 92,4% estariam dispostos a buscar apoio profissional e 3,7% não manifestaram sua opinião.

Observa-se uma divergência relacionada com o TM auto referido, pois as condutas se diferem à medida que ocorre modificação dos atores. As pessoas não demonstraram possuir preconceito com o portador de TM, no contexto dessa categoria. Mas são instigadas a se colocarem no lugar do estigmatizado, percebem que também estarão passíveis de sofrer preconceito, visto que teriam certo receio pela divulgação do seu estado de saúde mental pelos profissionais de saúde envolvidos em seu tratamento. Segundo Volz et.al. (2015), o estigma retrata a exclusão social e impede o fortalecimento e criação de identidade, ressaltando que além do preconceito social, há o preconceito do portador de sofrimento mental em relação a si mesmo.

Subcategoria 2B- O Outro Como Portador de TM

No que se refere à forma de abordagem do portador de sofrimento mental, 22,4% dos entrevistados relataram sentir mais conforto em ajudar uma pessoa com doença física, do que com uma doença mental; 36,7% não concordaram e nem discordaram dessa assertiva; e, 59,1% negaram essa resistência de abordagem.

Sobre o reconhecimento de sinais e sintomas dos TMs, 8,3% dos alunos atribuiriam sintomas físicos (dor de cabeça, náuseas, vômito, etc...) a alguém com TM; ao mesmo tempo em que 73,4% não atribuiriam; e 18,3% não expôs seu ponto de vista.

Sim 34% Não 45% Não Concorda nem Discorda 21%

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Dos participantes da pesquisa, 91,8% afirmaram que continuariam a se relacionar normalmente com um colega de turma se descobrisse que o mesmo possui algum transtorno mental, 2,1% não estariam dispostos e 6,1% não opinaram a respeito.

Percebe-se que mesmo em pequeno percentual, foi evidenciado que algumas pessoas ainda possuem resistência para compreender e conviver com portador de TM. De acordo com Volz (2015, p 881) “o estigma está relacionado a conhecimentos insuficientes ou inadequados, que levam a preconceitos, discriminação e distanciamento social da pessoa estigmatizada.” (FERNANDES, 2006 apud VOLZ, 2015, p. 881).

No que concerne às relações de confiança no mercado de trabalho, segundo apresentado na tabela 3 (Apêndice II), 61,2% das pessoas entrevistadas concordam que um portador de TM pode ser contratado por alguma empresa, se sua doença estiver controlada; 24,4% delas não concordam, nem discordam; enquanto 14,4% não está de acordo com o portador de sofrimento mental trabalhando.

“[...]Os portadores de transtornos mentais acabam sendo duplamente excluídos do mercado de trabalho: em primeiro lugar, pelo estigma da doença e, em segundo, pela falta de capacitação para o trabalho.” (NASCIMENTO; MARTINS, 2009 apud VOLZ, 2015, p. 879). Desta forma, é estabelecido um paradigma no qual o indivíduo com TM que não consegue entrar para o mercado de trabalho por causa de sua condição de saúde, jamais conseguirá capacitação e experiência para desempenhar determinada função, sendo excluído também por essa razão. A grande maioria dos entrevistados, 53%, alegou que continuariam a solicitar serviços médicos de um profissional, mesmo sabendo que o mesmo possui algum TM; 20,5% não concordariam; e 26,5% não concordariam nem discordariam de continuar se submetendo à assistência médica com esse profissional. Sobre a ideia de contato com a pessoa portadora de TM, 6,1% dos alunos relataram reagir negativamente em relação ao doente mental, 81,6% negaram essas reações, e 24,5% não opinaram.

No tocante a essas supostas situações, um percentual mesmo que ínfimo, demonstra aversão à ideia de se relacionar com o portador de TM. De acordo com Crochík (1996), a pessoa preconceituosa estabelece relações pessoais através de categorias, classificando os indivíduos, de forma que essas relações não impedem a formação dos estereótipos, fazendo com que o preconceito independe do sujeito alvo para ser instalado. A estereotipagem do indivíduo com TM por si só já é um determinante de aversão das pessoas, mesmo que estas nunca tenham consolidado algum tipo de relação com os portadores; pois, ainda segundo Crochík (1996), “As características de um povo que foram determinadas historicamente, mais devido às circunstâncias sociais do que a si mesmo, são consideradas inerentes a ele”.

Dos acadêmicos entrevistados, 14,2% desconhecem como ajudar uma pessoa com TM, enquanto 36,9% saberiam como intervir na necessidade de saúde do doente e 48,9% não conhece e nem desconhece. Uma minoria dos entrevistados, 8,1%, acredita que pessoas com TM não se esforçam por melhorias do seu estado de saúde, 47,1% discordaram dessa hipótese e 44,8% não opinaram a respeito.

Quando afirmado que raramente o doente mental apresenta essa agressividade, como demonstrado na figura 4, 46,9% dos participantes não concordaram, nem discordaram, 28,5% ponderaram concordando com a afirmativa e 24,6% discordaram, levando à subentender que o TM torna o indivíduo violento com outras pessoas. Conforme exposto por Ferreira et. al.

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(2015), as crenças disseminadas de que o portador de TM não consegue estabelecer relações interpessoais adequadas, sendo vistos, em sua grande maioria, como instáveis emocionalmente e agressivos, contribui para a permanência do estigma e distanciamento social.

Figura 4: O Doente Mental é Agressivo?

Fonte: Próprio autor.

Dos alunos participantes, 38,7% não concordaram nem discordaram que portadores de TM podem trabalhar com crianças se clinicamente estáveis, enquanto 36,9% aprovam e 24,4% não aprovam essa relação do doente, mesmo estando em tratamento efetivo para seu transtorno mental, segundo apresentado na figura 5.

Figura 5: “Eu não aprovo que portadores de TM trabalhem com crianças, mesmo se

clinicamente estáveis”.

Fonte: Próprio autor.

Ainda em associação às relações de convivência, 87,7% dos entrevistados não se importariam em ter um colega com TM em sua turma na faculdade, 4% se incomodaria, 6,1% não concordaria e nem discordaria dessa afirmativa e 2,2% deixaram essa questão em branco.

O Doente Mental é Agressivo 28% O Doente Mental Não é Agressivo 25% Não concorda nem discorda 47% Sim 37% Não 25% Não Informado 38%

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Dos entrevistados, 10,2% declararam que precisam se esforçar para sentir compaixão de um portador de TM, ao mesmo tempo em que 73,4% das pessoas não demonstraram essa objeção e 14,2% se abstiveram de apresentar opinião.

Em relação aos supostos fatores percussores da depressão, sob a ótica da visão de mundo da sociedade, de acordo com a tabela 3 (Apêndice II), 36,8% dos entrevistados não concordam que referências religiosas e aspectos financeiros têm influência direta como causalidade da doença, enquanto 32,6% possuem plena convicção quanto à isso e 30,6% não expuseram opinião. Conforme exposto por Crochík (1996), uma das características do preconceito é a atribuição de julgamentos e comportamentos relacionados a um dado objeto, quando na verdade não condiz com a realidade daquele objeto, constituindo uma visão distorcida dos fatos; e outro elemento, é a caracterização generalizada de um grupo a todas as pessoas que a ele pertencem. Observa-se que o percentual quase se distribuiu por partes iguais, reforçando que esse estigma de que o paciente depressivo necessita de referências religiosas e situação financeira estável, para obter equilíbrio consigo mesmo e sociedade, ainda se faz muito presente.

Quanto à execução das atividades de vida diária pelos portadores de TM, segundo exibido na tabela 3 (Apêndice II), 8,1% dos alunos afirmam que o paciente depressivo não se esforça para organizar sua casa e não possui força de vontade para seu autocuidado; 34,6% não concordam nem discordam, e 57,3% discordam dessa afirmativa.

Para 14,2% dos participantes, o dependente químico não adere ao tratamento porque prefere viver dessa forma; 49,1% discordam desta assertiva e 36,7% se absteve de revelar opinião, de acordo com evidências na figura 6.

Figura 6: “A pessoa que possui vício em álcool e/ou outras drogas não procura tratamento

porque, na verdade prefere viver dessa forma”.

Fonte: Próprio autor.

É sabido que as classes mais fragilizadas e marginalizadas socialmente, como homossexuais, mulheres, negros, deficientes, portadores de HIV e transtornos mentais, são objetos de preconceito. Seguindo esse raciocínio, Crochík (1996), reflete que o preconceituoso enxerga o seu objeto como algo que ele deve negar em sua própria existência, ou seja, a fragilidade social instaurada no objeto de preconceito é o que o indivíduo preconceituoso mais teme para si.

Sim 14% Não 49% Não Informado 37%

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Percebe-se que a grande maioria dos participantes se absteve de expressar seu ponto de vista em algumas questões associadas ao outro como portador de TM, como convivência ou relações interpessoais. Neste contexto, parte-se do pressuposto de que as pessoas possuem certo receio em expor opinião e serem rotuladas como preconceituosas.

3.2.3 Subcategoria 2C - Profissionais de Saúde Envolvidos na Assistência ao Portador de TMs

No que se refere ao conhecimento de deveres e responsabilidades dos profissionais da área de saúde mental, explicitado na tabela 3 (Apêndice II), um percentual de 40,8% dos alunos participantes da pesquisa alega que esses têm a responsabilidade de transmitir esperança às pessoas com TM; 40,8% se abstiveram, e 18,4% discordam dessa condição.

A figura 7 notabiliza o conhecimento dos participantes em relação às atribuições das equipes de saúde, e, 45% dos alunos, acreditam que os profissionais envolvidos têm o dever de defender o portador de TM, enquanto 16,3% afirmam que os mesmos são desprovidos dessa obrigação e 38,7% não definiram opinião.

Figura 7: “Prestadores de cuidados de saúde não precisam ser defensores das pessoas com

TM”.

Fonte: Próprio autor.

Dos participantes da pesquisa, 8,1% referem à medicação como melhor tratamento para as doenças mentais, 43% não consideram a medicação como único recurso terapêutico e 48,9% não demonstraram seu ponto de vista, conforme a figura 8.

Sim 45% Não 16% Não Concorda nem Discorda 39%

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Revista NBC - Belo Horizonte – vol. 10, nº 19, julho de 2020. 26 Figura 8: “O melhor tratamento para o TM é a terapia medicamentosa”.

Fonte: Próprio autor.

Pressupõe-se que as pessoas que se abstém de opinar, possuem conhecimento escasso no que diz respeito às formas terapêuticas atuais para os TM’s e tampouco sabem sobre as atribuições das equipes de saúde envolvidas no processo de cuidados com o portador de TM.

A população ainda possui a concepção de que o paciente psiquiátrico é tratado à base de medicamentos sedativos como forma de contenção química, e métodos retrógrados como a camisa de força, utilizada em tempos remotos como contenção mecânica. A mídia televisiva, por exemplo, tem importante papel como formadora desse tipo de opinião, pois a desinformação quando se trata de assuntos que deveriam ser apontados com propriedade fidedigna é significativa.

A saúde mental e o processo de cuidar do paciente psiquiátrico são um tanto estereotipados quando os veículos de informação retratam a existência de manicômios isolados, pacientes vagando ociosamente pelos corredores e ‘eletrochoque’ sem o mínimo de segurança e humanização ao paciente, sendo aplicado como forma de punição e tortura.

CONCLUSÃO

Foi observado neste estudo que a maior parte das pessoas entrevistadas, por terem bom nível de escolaridade e acessibilidade à informação, possui uma concepção positiva, em relação aos transtornos mentais. Porém, são providas de pouco conhecimento no que diz respeito às formas de tratamento, atribuições dos profissionais de saúde envolvidos, e demais aspectos em relação ao processo de ressocialização do portador de sofrimento mental.

Conforme evidenciado na pesquisa, muitas pessoas não fornecem opinião, de forma que subentende-se que as mesmas têm receio de parecer preconceituosas, ou por mero desconhecimento do assunto. Ainda há muito que fazer para que as políticas de reinserção social sejam cumpridas, mas o primeiro passo é subsidiar recursos para que se mude o ponto de vista social sobre a saúde mental em geral, partindo da educação em saúde nas comunidades. Para isso o governo deve ser o norteador principal na quebra dos estigmas e estereótipos associados à saúde mental. Sim 8% Não 43% Nem Concorda nem Discorda 49%

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Revista NBC - Belo Horizonte – vol. 10, nº 19, julho de 2020. 27 REFERENCIAS

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Revista NBC - Belo Horizonte – vol. 10, nº 19, julho de 2020. 31 APÊNDICE I

Tabela 3- Tabela de frequências das respostas dos Entrevistados, Contagem (MG), 2018. 1- Familiar ou amigo próximo com doença mental

n % Sim 13 26,5 Não 34 69,3 Não conclusivo 4,2 Não informado 0 Qual? Depressão 31,5 Ansiedade 10,5 Trans. Bipolar 5,2 Trans. Personalidade 5,2 Ansiedade 10,5 TDAH 5,2 Não conclusivo 31,9

2 - Já necessitou de tratamento para doença mental

Sim 4,1

Não 91,8

Prefiro não responder 0

Não informado 4,1

3 - Conhecimento sobre doenças mentais

Depressão 95,9

Ansiedade 89,7

Esquizofrenia 65,3

T.O.C. 44,89

Anorexia 79,5

Trans. Dissoc. e convers. 10,2

Perversão 18,3 Fobias 73,4 Trans. Bipolar 73,4 Bulimia 61,2 Trans. de personalidade 57,1 Trans. Do sono 57,1 Outros: 4

4 - Conhecimentos sobre tratamento para trans. mentais

Psicoterapia 55,1

Medicamentos 87,7

Terapia Eletroc. 14,2

Tto psiquiátrico 89,7

(19)

Revista NBC - Belo Horizonte – vol. 10, nº 19, julho de 2020. 32 5-Estou mais confortável para ajudar uma pessoa com doença física do que

aquela com doença mental.

A 11 22,4

B 18 36,7

C 20 59,1

6-Se uma pessoa com doença mental conhecida se queixar de sintomas físicos, (por exemplo: dor de cabeça, dor nas costas, náuseas...) provavelmente vou atribuí-los à sua doença mental.

A 4 8,3

B 9 18,3

C 36 73,4

7-Se um (a) colega com quem estudo me dissesse que tem ou teve uma doença mental, eu estaria igualmente disposto (a) a conviver com ele (a) como antes de saber de sua doença.

A 45 91,8

B 3 6,1

C 1 2,1

8-Se eu estivesse em tratamento de uma doença mental, não contaria aos meus colegas de faculdade.

A 10 20,4

B 16 32,7

C 23 46,9

9-Eu procuraria ajuda mais facilmente para uma doença mental se o (a) profissional de saúde responsável pelo meu tratamento não tivesse qualquer relação com meu local de trabalho ou com a faculdade, ou não fosse meu vizinho.

A 22 44,8

B 10 20,6

C 17 34,6

10-Eu definiria como fraco(a) se tivesse uma doença mental e não conseguisse superá-la sozinho(a).

A 10 20,4

B 8 16,4

C 31 63,2

11- Eu estaria resistente a procurar ajuda se suspeitasse ter uma doença mental.

A 8 3,9

B 9 3,7

C 32 92,4

12- Empregadores devem contratar uma pessoa com uma doença mental controlada se ele / ela for a melhor pessoa para o trabalho.

A 30 61,2

B 12 24,4

(20)

Revista NBC - Belo Horizonte – vol. 10, nº 19, julho de 2020. 33 13- Eu continuaria a ir a um(a) determinado(a) médico(a) se soubesse que ele(a) tem/teve necessidade de tratamento por uma doença mental.

A 26 53

B 13 26,5

C 10 20,5

14-Se eu tivesse uma doença mental, contaria aos meus amigos.

A 34 69,3

B 8 16,3

C 7 14,4

15- É responsabilidade dos profissionais de saúde transmitir a esperança às pessoas com doença mental.

A 20 40,8

B 20 40,8

C 9 18,4

16- Tenho reações negativas relativas a pessoas com doença mental.

A 3 6,1

B 6 24,5

C 40 81,6

17- Há pouco que eu possa fazer para ajudar as pessoas com doença mental.

A 7 14,2

B 24 48,9

C 18 36,9

18- Mais de metade das pessoas com doença mental não se esforçam o suficiente para melhorarem o seu estado clínico.

A 4 8,1

B 22 44,8

C 23 47,1

19- As pessoas com doença mental raramente representam um risco para o público.

A 14 28,5

B 23 46,9

C 12 24,6

20- O melhor tratamento para a doença mental é a medicação.

A 4 8,1

B 24 48,9

C 21 43

21- Eu não aprovo que uma pessoa com uma doença mental, mesmo que clinicamente estável, trabalhe com crianças.

A 12 24,4

B 19 38,7

(21)

Revista NBC - Belo Horizonte – vol. 10, nº 19, julho de 2020. 34 22-Prestadores de cuidados de saúde não precisam de ser defensores das

pessoas com doença mental.

A 8 16,3

B 19 38,7

C 22 45

23-Eu não me importaria se uma pessoa com uma doença mental estudasse na mesma turma que eu.

A 43 87,7

B 3 6,1

C 2 4

Em Branco 1 2,2

24- Tenho de esforçar-me para sentir compaixão por uma pessoa com doença mental.

A 5 10,2

B 7 14,2

C 36 73,4

Em branco 1 2,2

25- Pessoas em quadro de depressão e/ou ansiedade que cometem suicídio, o fazem por estar distante de uma referência religiosa, por situação financeira desordenada, entre outros.

A 16 32,6

B 15 30,6

C 18 36,8

26-Acredito que pessoas em estado depressivo não se esforçam para organizar sua casa e muito menos para seu autocuidado.

A 4 8,1

B 17 34,6

C 28 57,3

27-A pessoa que possui vício em álcool e/ou outras drogas não procura tratamento porque, na verdade prefere viver dessa forma.

A 7 14,2

B 18 36,7

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