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A Excelência Da Nova Aliança Em Cristo - Comentário Exaustivo Da Carta Aos Hebreus - Orton. H. Wiley

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Copyright 1959 Beacon Hill Press Copyright 2009 por Editora Central Gospel

GERÊNCIA EDITORIAL E DE PRODUÇÃO

JefFerson Magno Costa

TRADUÇÃO Petrôneo Leone PESQUISA E COPIDESQUE Patrícia Nunan Patrícia Calhau 1» REVISÃO Joseane Cabral REVISÃO FINAL Patrícia Nunan Patrícia Calhau

CAPA E PROJETO GRÁFICO

Marcos Henrique Barboza

DIAGRAMAÇÃO

Luiz Felipe Rolim Marcos Henrique Barboza

IMPRESSÃO E ACABAMENTO Ediouro

Dados internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

A excelência da nova alian ça em C ristoC om entário

exa ustivo da Carta ao s H ebreus / O rton W iley Titulo orig inal: The E pistle to The H ebrew s

568 páginas

ISBN: 978.85.7689.114-7 1. Bíblia - Comentário I. Título II.

As citações bíblicas utilizadas neste livro foram extraídas das

Versões Almeida Revista e Corrigida (a r c) e Almeida Revista e

Atualizada (a r a), salvo indicação específica, e visam incentivar

a leitura das Sagradas Escrituras. Eventualmente, para fins de explicações exegéticas, também foram citados termos e expressões traduzidos de versões inglesas, como a King James (kj), a American Standart Version e a Authorized Version. As duas últimas versões não estão disponíveis em língua portuguesa.

I

É proibida a reprodução total ou parcial do texto deste livro por quaisquer meios (mecânicos, eletrônicos, xerográficos, fotográficos etc), a não ser em citações breves, com indicação da fonte bibliográfica.

Este livro está de acordo com as mudanças propostas pelo novo Acordo Ortográfico, que entra em vigor a partir de janeiro de 2009.

1a edição: março/2008 3a reimpressão: abril/2013

Editora Central Gospet Ltda

Estrada do Guerenguê, 1851 - Taquara Cep: 22713-001

Rio de Janeiro - RJ TEL: (21)2187-7000

(5)

S

u m á r i o

'

De d ic a t ó r ia... ...1 9 Ap r e se n t a ç ã o...2 1 Ad v e r t ê n c iad oa u t o r... ...2 3 Pr e f á c io...2 5 In t r o d u ç ã o... ...2 9 Observações gerais... 31

1. A importância da Epístola, aos Hebreus...31

2. A Epístola fo i dirigida a cristãos judeus... ... 34

3. A autoria da Epístola... 35

4. O idioma original em que a Epístola jv i escrita... 36

5. A data da composição...37

6. A finalidade da Epístola... 38

Princípios de interpretação... 39

A natureza exortativa da Epístola...40

Ca p ít u l o 1 - A m a je s t a d ed o Fil h o d e De u s... 4 3 O preâmbulo: Havendo Deus, outrora, falado... 43

1. A introdução eufònica... 45

2. A revelação divina: Deus fa lo u... 47

3. O caráter dos mediadores: pelos profetas [...] pelo F ilho...49

4. A natureza das alianças...51

5. Dois períodos históricos de revelação... 52

6. Dois níveis de experiência cristã... 53

(6)

O Filho de Deus na Sua glória primeira...56

1. O significado da palavra F ilh o...57

2. Cristo como Herdeiro de todas as coisas...59

3. O Filho como Criador: Pelo qual também fez o universo... 61

A Porta Formosa do templo... 62

1. O Filho é o resplendor ou efulgência da glória do P ai... 64

2. O Filho é a expressão exata do Pai na Sua pessoa ou essência... 65

3. O Filho sustenta todas as coisas pela Palavra do Seu poder...68

4. O Filho fez a purificação dos pecados...69

5. Cristo assentou-se à direita da Majestade, nas alturas... 70

A majestade do Filho de Deus como Mediador... 72

O argumento sétuplo do Antigo Testamento...76

1. O Filho de Deus e a Sua herança... 78

2 .0 Filho de Deus e a aliança de D avi... 82

3. O Filho de Deus e o Seu segundo advento... 83

4 .0 Filho de Deus e a majestade do Seu R eino... 86

5.0 Filho de Deus e aperpetuidade do Seu Reino...88

6 .0 Filho de Deus e a imutabilidade do Seu Reino...91

7 .0 Filho de Deus e a consumação triunfal...93

Notas... 97

Capítulo 2 - A humanidadeeahumilhaçãode Cristo...99

Primeira advertência: contra a negligência...100

1.0 significado do termo negligência...101

2. A palavra falada por anjos...102

A grande salvação... 104

O anúncio da grande salvação... 106

A confirmação do evangelho... ... 107

A atestação divina da Verdade ... 108

A emergência de uma nova humanidade em Cristo...112

1.0 uso da palavra em ergência ou ap arecim en to... 112

2. A supremacia de Cristo... ...113

(7)

1. Tu o fizeste um pouco menor do que os anjos... 116

2. De glória e de honra o coroaste e o constituiste sobre as obras de tuas mãos...118

3■ Todas as coisas sujeitaste debaixo dos seus pés. Ora, desde que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou fora do seu domínio... 118

O homem após a Queda... 120

Jesus como Representante do novo homem, ou do homem redimido... 121

O paralelo entre o homem e Cristo...x...122

1. Jesus, um pouco menor do que os anjos... 123

2. Jesus, coroado de glória e de honra...124

Vislumbres da expiação... 125

1.Por causa do sofrimento da morte...126

2. Para que, pela ffraça de Deus, provasse a morte por todos... 127

O Capitão da nossa salvação... 128

A natureza da santificação...129

1. Aquele que santifica e os santificados vêm de Um só... 130

2. O significado da palavra san tificação... 131

Cristo não se envergonha de chamar-nos irmãos...132

A ideia de fraternidade no Antigo Testamento...133

1. Anunciarei o teu nome a meus irmãos... 134

2. Cantar-te-ei louvores no meio da congregação... 134

3. E outra vez: Porei nele a minha confiança... 134

4. Eis-me aqui a mim e aos filhos que Deus me deu...135

Um misericordioso e fiel Sumo Sacerdote... ... 136

A encarnação de Jesus e a libertação do temor da morte... 137

1. A necessidade da encarnação... 137

2. O propósito da encarnação ... 138

A encarnação de Jesus e a libertação de nossos inimigos...140

A encarnação de Jesus e o fortalecimento contra as fraquezas e enfermidades... 141

A encarnação de Jesus e a nova ordem de sacerdócio...143

(8)

2. Cristo como Sumo Sacerdote...145

3. Cristo como nossa Propiciaçâo ... 145

4. Cristo e a tentação...148

Notas...151

CàPÍTULO 3 - 0 APOSTOLADO E O SUMO SACERDÓCIO DE CRISTO... 1 5 5 O templo espiritual... 156

1. Santos irmãos... 157

2. Que participais da vocação celestial.... 157

3. Considerai atentamente o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão... 158

4. Cristo, nosso Apóstolo... 159

5. Cristo, nosso Sumo Sacerdote... 160

A casa de Deus... 161

Cristo é superior a Moisés... 162

A casa somos nós... ...164

Primeira advertência; náo negligenciar a grande salvação... 166

Segunda advertência: não endurecer o coração... 169

A voz na casa ... ...169

1. Se ouvirdes hoje a Sua v oz... 170

2. Não endureçais o vosso coração...171

A situação no deserto...172

A provação no deserto...174

Deus se indignou contra aquela geração incrédula... 175

1. Assim, ju rei na minha ira: Não entrarão no meu descanso... 176

Uma exortação e uma advertência...177

1. Perverso coração de incredulidade...178

2. Exortai-vos mutuamente cada dia... ... 180

3. A fim de que nenhum de vós seja endurecido...181

Participantes de Cristo... 182

O paralelo e as exortações finais... 185

(9)

Capítulo 4 - 0 repousodafé... 189

O alvo da obra apostólica de Cristo... :... 190

Terceira advertência: contra a incredulidade...191

1. Temamos, portanto, que, sendo-nos deixada a promessa de entrar no descanso de D eus... 192

2. Suceda parecer que algum de vós tenha fa lh a d o... 193

3. Porque também a nós foram anunciadas as boas-novas, como se deu com eles....194

4. Mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou... 195

5. Nós, porém, que cremos, entramos no descanso... 196

Os quatro descansos... 197

1 .0 descanso da criação... 198

2 .0 descanso do Sábado... 199

3 .0 descanso de Canaã... 199

4 .0 descanso divino...201

A natureza do descanso divino... 202

A indicação de outro dia... 204

Um repouso para o povo de Deus — a terra... 205

A obra redentora de Cristo...207

O descanso redentor em Cristo... 208

O cessar das obras — o trono na terra...210

Uma exortação à diligência...213

A viva e eficaz Palavra de Deus... 215

1. Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz...216

2. E mais cortante do que qtialquer espada de dois gumes...216

3. Epenetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas... ;...216

4. Alma e espírito...217

5. E é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração... 218

6. E não há criatura que não seja manifesta na sua presença... 219

Trecho de transição... 221

(10)

A compaixão de Jesus... 224

A tentação de Jesus...226

O trono da graça... 229

1. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente... 230

2. A fim de recebermos misericórdia e acharmos graça...232

A exortação final... 233

Notas... 235

Capítulo 5 - 0 cargoeaobradosacerdote...237

As qualificações e a obra do sacerdote...238

1. Porque todo sumo sacerdote, tomado dentre os homens.... 239

2. E constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus... 239

3. Para oferecer tanto dons como sacrifícios pelos pecados... 240

4. E é capaz de condoer-se dos ignorantes e dos que erram... 240

5. E, por esta causa, deve ele, tanto pelo povo como também por si mesmo... 243

6. Ninguém, pois, toma esta honra para si mesmo, senão quando chamado por Deus...244

Cristo e a nova ordem do sacerdócio... 245

1. Assim, também Cristo a si mesmo não se glorificou para se tom ar sumo sacerdote....245

2. Mas o glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, ' eu hoje te gerei...247

3. Como em outro lugar também diz: Tu és sacerdote para sempre... 248

4. O qual, nos dias da sua carne... 250

5. Tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas...251

6. A quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade... 254

7. Embora sendo Filho...257

(11)

9. E, tendo sido aperfeiçoado, tomou-se o

Autor da salvação eterna...■:... ...259

A salvaçáo eterna... 262

1. Tomou-se o Autor da salvação eterna...263

2. Para todos os que lhe obedecem... 263

A quarta advertência: contra a indiferença... 265

A advertência é dirigida a cristãos...266

Por que era necessária esta advertência?... 266

Crianças ou mestres?... 267

Inexperientes na Palavra da justiça...269

Alimento sólido para os perfeitos... 270

Capítulo 6 - Perfeiçãocristá...273

Os princípios da doutrina de Cristo...273

A natureza da perfeição a ser alcançada... 275

1. A perfeição cristã como padrão de experiência neotestamentdria...275

2. A perfeição e seus termos escriturísticos...277

3. O aspecto legal da perfeição cristá... 279

4. As características da perfeição cristã... 281

4.1. A perfeição cristá é subsequente à regeneração...282

4.2. A perfeição cristã não exclui posterior crescimento ...282

4.3. Perfeição cristã e graus de maturidade...285

4.4. A perfeição cristã não remove as imperfeições naturais...285

4.5. A perfeição cristã não suplanta a necessidade da expiação...286

A quinta advertência: contra a indolência e o perigo da apostasia... 286

1. Aqueles que uma vez foram iluminados... 288

2. Provaram o dom celestial... 289

3. E, se tomaram participantes do Espírito Santo... ...290

4. Provaram a boa Palavra de Deus ... 291

5. E os poderes do mundo vindouro... 292

O perigo da apostasia...292

(12)

2. A advertência contra a apostasia extraída do

Antigo Testamento...295

3. Erros associados a esse texto... 296

4. Uma ilustração com base na natureza... 297

5. Palavras de confiança e conforto...298

6. Clímax da admoestação contra a indolência... 299

A Aliança com Abraão... 300

O juramento de confirmação...302

1. O propósito do juram ento... 303

As duas coisas imutáveis... 304

1. O Refúgio da esperança... ... 305

2. A Ancora da alm a... 306

3■ O Precursor divino... 308

Ca p ít u l o 7 - 0 f ia d o rd eu mm e l h o rt e s t a m e n t o... 3 1 3 A ordem de Melquisedeque: um sacerdócio eterno... 313

1.0 evento histórico...314

O salmo profético... 316

A grandeza de Melquisedeque...318

1. Abraão pagou dízimos a M elquisedeque... 319

2. Melquisedeque abençoou A braão... 319

A superioridade da nova dispensação: um sacerdócio espiritual...321

1 .0 insucesso da ordem levítica.... 321

2. A expressão parentética...322

3. A pergunta do autor da Epístola... 322

4. Uma mudança de sacerdócio impõe alteração na Lei...326

O surgimento da nova ordem de sacerdócio... 327

1. Pois é evidente que nosso Senhor procedeu de ju d á...327

2. E isto é ainda muito mais evidente, quando, à semelhança de M elquisedeque... 328

A anulação do mandamento... 330

A esperança superior... ... 333

(13)

2. A esperança subjetiva...334

O Fiador de uma aliança superior: um sacerdócio perpétuo... 334

1. A natureza do juram ento... 335

2. O Fiador de superior aliança...337

3. A perpetuidade da alian ça... 340

A salvação perfeita: um sacerdócio eficaz...341

Perfeitamente salvos... 342

Outro uso da palavra totalmente...343

O poder da intercessão... f... 344

As características da nova dispensação: um sacerdócio idôneo... 344

1. Cristo fo i perfeito quanto ao Seu caráter e à Sua vocação...345

2. Cristo fo i perfeito como oferta sacrificial... 346

3. Cristo e a Sua obra intercessória perfeita...347

Notas...349

Ca p ít u l o 8 - 0 m in is t é r io s u p e r io rd an ovaa l ia n ç a...3 5 1 A transição... 351

1. Ora, o essencial das coisas que temos dito é que possuímos tal sumo sacerdote... 352

2. Que se assentou à destra do trono... 353

3. O trono da Majestade nos céus... ...1... 354

Um Ministro do santuário... 355

1. O sumo sacerdote e sua oferta...356

2. O santuário celestial... ... 357

3. O original e a som bra... ...357

4. Uma apologética cristã...358

O Mediador de uma aliança melhor...359

1. Cristo como o M ediador de superior aliança... 359

2. As superiores promessas... 361

3. O insucesso da prim eira alian ça... 362

4. O oráculo do Antigo Testamento e a nova aliança... 363

5. Comparação entre antiga e nova alianças...364 As provisões da nova aliança... 366 í i

(14)

1. A bênção central da aliança... ...3 67

2. A bênção suprema da aliança... 368

3. A bênção inicial da aliança... 369

4. A conclusão do capítulo... 370

Capítulo 9 - 0 grandecapítulodaexpiaçáo... 373

A primeira aliança: as ordenanças e o santuário... 374

O santuário ou Santo Lugar...375

O Santíssimo ou Santo dos Santos... 379

A arca da aliança...381

O conteúdo da arca da aliança... ...382

1. Dessas coisas, todavia, não falaremos, agora... 383

O sacerdócio levítico e a sua ineficácia... 384

O acesso ao Santo dos Santos era velado na primeira aliança... 385

A parábola e a reforma... ... 386

O ministério mais excelente...387

1. Qual a essência do sacerdócio de Cristo?...387

2. Qual o santuário em que Cristo opera como Sacerdote? ... 389

3. Que se entende pelos bens j á realizados ou bensfuturos?... 391

A oferta sacrificial de Cristo...392

O sangue da expiaçáo...392

O sacerdócio e o sangue... 393

1. [Cristo] pelo seu próprio sangue entrou no Santo dos Santos...394

A eficácia do sangue de Cristo como expiaçáo...395 .

1. Muito mais o sangue de Cristo... 396

2. Que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus... 397

3. Para servirmos ao Deus vivo...398

A purificação da consciência... 400

O sangue da nova aliança... ... 401

O Mediador do Novo Testamento...401

Aliança ou testamento... ,..403

(15)

1. Pelo que nem a primeira aliança fo i sancionada

sem sangue... :...405

2. Porque, havendo Moisés proclamado todos os mandamentos...406

3. Igualmente também aspergiu com sangue o tabemáculo e todos os utensílios... 406

4. Sem derramamento de sangue, não há remissão...406

O sangue da purificação...408

A purificação dos céus...f... 408

A entrada de Cristo no céu por nós... 410

A Oferta de uma vez por todas...411

A morte e o juízo...412

A segunda vinda de Cristo... 413

Notas... 416

Capítulo 1 0 - A nova aliança eo vivo caminho...417

A Lei como sombra... ...418

Os dois sacrifícios comparados...420

A perfeita vontade de Deus... 422

A santificação como vontade de Deus....”:... 426

A exaltação e a consumada expiação de Cristo...427

1. Os levitas eram sacerdotes “depé"... 427

2. Cristo como Sacerdote assentado... 428

3. O triunfo total de Cristo...428

4. Santificação e perfeição...:... 429

A reafirmação da nova aliança... 435

Diz o Espírito Santo... 436

Os dois tratamentos da nova aliança...437

O Santo dos Santos... ...439

A exortação...440

O Santo dos Santos na experiência cristã...441

O novo e vivo caminho...442

(16)

2.Pelo véu, isto é, pela sua carne... 443

Um grande Sacerdote sobre a casa de Deus... 444

A exortação para aproximarmo-nos... ... 446

1. As condições subjetivas.... 446

2. Os estados objetivos preliminares... 447

A vida santa... 449

Exortação à firmeza...450

O cultivo da consideração... 451

Exortação ao culto coletivo... 451

Exortação ao auxílio mútuo... 452

A sexta advertência: contra o pecar voluntariamente...453

Estudo crítico das palavras do texto... 454

A expectativa dos adversários...:...455

Uma ilustração da Lei Mosaica...456

Os três pecados dos apóstatas... 457

1. Calcou aos pés o Filho de Deus... ...457

2. Profanou o sangue da aliança com o qual fo i santificado...457

3. Ultrajou o Espírito da graça... 458

A certeza do castigo... 458 Palavras de consolação...459 1. Um convite à recordação...460 2. Exortação à perseverança da f é... 461 Os versículos de transição... 462 Notas... 463 Capítulo 11 - Os heróisdafé... 465 A natureza da fé... 466

O texto como descrição da fé...468

O texto como definição da fé...469

A esfera da fé... 473

As testemunhas da fé ... 476

A fé de Abel... 477

(17)

A fé de N oé...480

A fé de Abraão...L... 482

1. O chamado de Abraão representa a obediência da f é...482

2. A permanência de Abraão em Canaã representa a paciência da f é... 483

3. Abraão e o herdeiro prometido...484

4. Abraão e a entrega de Isaque em sacrifício... 485

A fé de Isaque, Jacó e José... 486

1. Pela fé, igualmente Isaque abençoou a JacáPe a Esaú... 487

2. Pela fé, Jacó....488

3. Pela fé, José...488

A fé de Moisés... 489

1. Pela fé, Moisés, já nascido... 489

2. Pela fé, Moisés, sendo já grande...490

3. Pela fé, deixou o Egito... 491

4. Pela fé, celebrou a Páscoa e a aspersão do sangue...491

5. Pela fé, passaram o mar Vermelho... 492

A fé da conquista...493 A fé de Raabe... 494 O poder da fé ... 494 A fé da realização... ...495 A fé da paciência... 496 A recompensa da fé...498

1. Por haver Deus provido coisa superior a nosso respeito... 499

2. Para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados.... :... 500

Notas...502

Capítulo 12 - A nuvemdetestemunhas... 503

A nuvem de testemunhas...504

A corrida cristã... 505

Olhando para Jesus...508

1 .Considerai a q u ele...510

(18)

A natureza da disciplina cristã...512

1. Filho meu, não desprezes a correção do Senhor... 513

2. E não desmaies quando, por ele, fores repreendido...513

A necessidade da correção... 514

A índole da disciplina cristã... 515

1. E, na verdade, toda correção, ao presente, não parece ser de gozo...516

2. Portanto, tom ai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados...516

A santidade em relação à Igreja... 517

A santificação como princípio conservador da Igreja...518

A necessidade de pureza na Igreja... 519

O perigo do lugar-comum... 520

O contraste final entre as duas dispensações... 522

A dispensação do Antigo Testamento... 523

1. Porque não chegastes ao monte palpável... 523

2. Aceso em fogo... 524

3. E à escuridão... 524

4. E às trevas...525

5. E à tempestade....525

6. E ao sonido da trom beta... 525

7. E à voz das palavras.... 525

A dispensação neotestamentária... 526

1. Mas chegastes ao monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial... 527

2. E aos muitos milhares de anjos, à universal assembléia e igreja dos primogênitos...528

3. A universal assembléia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus... 529

4. E a Deus, o Ju iz de todos... 530

5. E aos espíritos dos justos aperfeiçoados.... 530

A sétima e última advertência... 531

(19)

A advertência contra a apostasia... 532

O Dia do Juízo... •:...532

O Reino inabalável e o fogo consumidor... 535

Capítulo 13 — Foradoarraial... ... 537

Princípios éticos gerais...538

1. Amor fratern al...538

2. Hospitalidade...538

3. Solidariedade na aflição... ...538

4. Castidade... .539

5. A cobiça versus o contentamento... 540

6. Considerai os vossos mestres.... 541

7. Jesus Cristo imutável.... ... ... 542

8. Doutrinas várias e estranhas... ...543

9. O coração conjirmado... 544

10. Possuímos um altar...545

O propósito supremo do sacrifício de Cristo... 546

A obra suprema da santificação... 547

Fora do arraial...551

A cidade que tem fundamentos...552

Deveres religiosos... 553 1. O sacrifício de louvor... 553 2. O sacrifício de beneficência... 555 3. O sacrifício da obediência... 556 4. O sacrifício da oração...557 A bênção... 559

1. Ora, o Deus da paz....:...559

2. Que tomou a trazer dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor...560

3. O grande Pastor das ovelhas...560

4. Pelo sangue da eterna aliança...560

5. Vos aperfeiçoe em todo o bem, para cumprirdes a sua vontade... 561

6. Operando em vós o que é agradável diante dele...561 ^

(20)

8. A quem seja a glória para todo o sempre... 562

9. Amém... 562

Os pós-escritos... 562

1. Rogo-vos, porém, irmãos, que suporteis a palavra desta exortação... 563

2. Sabei que já está solto o irmão Timóteo...563

Notas...564

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D

e d ic a t ó r ia

D

edico este livro, com sincera gratidão, ao Dr. A. E. Sanner, que tornou possível a minha primeira exposição desta Epístola, a partir da qual se desenvolveu o presente estudo.

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A

pr esen t a ç ã o

Pensando no crescimento espiritual, intelectual e acadêmico dos leitores è pesquisadores brasileiros, a Editora Central Gospel tem o privilégio de apresentar aos leitores de língua portuguesa este exaustivo comentário da Epístola aos Hebreus, publicado original­ mente pela Beacon Hill Press, em 1959, com o título TheEpistle tolhe

Hebrews.

Os comentários do autor são enriquecidos com esclarecimentos de respeitados comentaristas de Hebreus — entre os quais Calvino, Wesley, Westcott, Ebrard, Stuart e Lange. Orton Wiley, fazendo uso da exegese e da hermenêutica bíblica, analisa o texto original em grego da Epístola, e comenta o significado de inúmeros termos e elementos simbólicos do Antigo Testamento, reinterpretados à luz da nova aliança em Cristo, assi­ nalando que a chave para a compreensão dessa carta neotestamentária se encontra náo no simbolismo do antigo tabernáculo, como antes se supu­ sera, mas em uma nova ordem do sacerdócio em Cristo.

Nesta obra inspirada, em que a Epístola aos Hebreus é analisada versículo por versículo, a pessoa e o sacerdócio de Cristo são ressaltados e analisados como as colunas centrais da verdade cristã. Jesus não é

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Apresentação

mostrado apenas como o Líder e Autor da salvação, o Messias e Mestre mais sábio e mais piedoso entre os homens. E retratado como o divino Filho de Deus, o Sumo Sacerdote sem pecado, eterno e de uma ordem superior que se ofereceu como a oferta perfeita pela expiação do pecado, o resgate e a salvação do homem, abrindo o caminho para a nova humani­ dade, da qual Ele foi o Primogênito. Cristo está à destra da Majestade, de onde intercede por nós em consonância com o Espírito Santo que conce­ deu a todos os que o Pai lhe deu, podendo levá-los à perfeição.

A despeito da erudição e do formato acadêmico, nesta atual edi­ ção deste comentário, procuramos tornar o texto mais claro, direto e arejado; inserimos notas explicativas, a fim de auxiliar os leitores co­ muns; e incluímos uma bibliografia para permitir um vislumbre melhor das obras utilizadas pelo autor em sua pesquisa.

E uma leitura indispensável para pregadores, pastores, evangelis­ tas, professores, seminaristas e estudiosos que desejam aprofundar-se nas Escrituras Sagradas e fundamentar sua fé em Cristo, nosso Salvador, Líder e Sumo Sacerdote eterno!

— Os editores

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A

d v e r t ê n c ia

d o

a u t o r

I l ste comentário da Epístola aos Hebreus teve sua origem em uma nova iluminação espiritual quanto à natureza do sacerdócio de Cristo, segundo a ordem de Melquisedeque, e quanto à relação da nova aliança com a obra intercessória de Cristo, o Filho de Deus. Verifiquei que a chave para a compreensão desta Epístola se acha não no simbolismo do antigo tabernáculo, como antes supusera, mas em uma nova ordem do sacerdócio em Cristo. Minha primeira tentativa de exposição da Epístola foi no antigo acampamento Weiser, no Estado de Idaho, sob a supervisão do Dr. A. E. Sanner.

Quando fui comissionado a preparar o manuscrito que deveria interpretar esta Epístola, para leitura geral e como livro de consulta para estudantes, meu primeiro pensamento foi fàzer uma análise do simbolismo do Antigo Testamento. Mas o estudo desse simbolismo, que constitui grande parte do alicerce do texto da Epístola, logo se tomou vasto demais para o espaço que me era concedido, e abandonei o projeto. Portanto, a obra é meramente uma interpretação da Epístola do ponto de vista do padrão bíblico de experiência cristã, reduzidas a um mínimo as notas documentais, a

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Como meus principais auxiliares na preparação, reconheço a contri­ buição dos grandes comentários críticos de Westcott, Sampson, Vaughan, Lenski, Robertson, 'Whedon, Clarke, Calvino, Cowles, Ebrard, Chadwick, Lindsay, Lowrie, Stuart e Lange. E sou grato ao Dr. Ross E. Price e ao Dr. Joseph H. Mayfield pela assistência que me foi dada no uso das formas gregas; ambos são autoridades neste campo.

Também foram consultadas as seguintes obras: Entire sanctification, de William Jones; The twofold life, de A. J. Gordon; The holiest o f ali, de Murray; The way into the holiest, de Meyer; The rest offaith, de Isaac M. See; Arminian magazine, de Wesley; Purity and maturity, de J. A. Wood; Compendium o f Christian Theology, de Pope, e Systematic

Theology, de Miley.

Sou profundamente grato ao Rev. Norman R. Oke, editor do livro, pela preparação do prefácio e pela assistência na preparação do manuscrito, e à senhorita Louise Hoffman, que datilografou e preparou o índice.

Aos editores, estendo os meus agradecimentos pela esplêndida apresentação deste trabalho ao público, e minha oração é que ele seja uma bênção espiritual para muitos.

H. Orton Wiley

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P

r e f á c io

nr

odo peregrino — se quiser chegar ao seu destino — deve

. A . estar com os olhos sempre postos na distante porta que é seu alvo, não esquecendo, porém, o cajado bom e forte, que o ajuda a subir o monte. Existe a glória do alvo, mas existe também o mérito dos meios pelos quais o atingimos. Ambos devem estar em mente e serão fortalecidos por uma leitura completa deste livro.

A pessoa de Cristo e o sacerdócio de Cristo são as colunas centrais de nossa cidadela da verdade cristã. Em Sua pessoa, Jesus não é apenas um entre muitos, nem mesmo um líder mais sábio e mais piedoso. De todos os que palmilharam as estradas da terra — que isto fique claro — , só Ele foi Deus. É o que Orton Wiley proclama neste livro. E o

sacerdócio de Cristo também é um princípio fundamental na estrutura de nossa fé. Ele foi o Sacerdote superior, eterno, o único Sacerdote sem pecado. Sim, encontramos a certeza do céu, afinal, tão-somente por causa de Sua obra intercessória.

O apóstolo Paulo sentiu o pleno impacto desta verdade e assim manifestou-se francamente ao escrever aos Romanos:

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Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.

Romanos 8.34 Esta verdade o arrebatava, e suas sentenças, cuidadosamente construídas, irrompiam em um cortejo de louvores:

Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a an­ gústia, ou a perseguição, ou a fom e, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor!

Romanos 8.35,38,39 E esta clássica explosão de entusiasmo do coração apaixonado de Paulo se deu depois que ele teve uma nova visão do sumo sacerdó­ cio de Cristo.

É um privilégio recomendar este livro aos cristãos em toda a parte. Cristo irá tornar-se ainda mais precioso; o Seu sacerdócio será elevado ainda mais e irá colocar-nos de joelhos.

Quando H. Orton Wiley publicou a sua Teologia cristã em três volumes, garantiu para si a reputação de um dos mais proeminentes teólogos no mundo do cristianismo conservador. Agora, ao dar-nos este tratado completo sobre Hebreus, sua erudição se focaliza sobre o campo da exposição bíblica.

Por vezes, seremos obrigados a fazer um esforço maior de con­ centração, pois o autor é muito profundo em suas análises, o que ga­ rante densidade ao seu texto.

Ficaremos emocionados ao galgarmos picos de montanhas da verdade divina, contemplando paisagens jamais sonhadas, e pode ser

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que nos envergonhemos um tanto ao ver descritos os dignos heróis de outrora, que sofreram sem lamentações. '

Por essa razão, insisto: leiamos o livro! Quando o tivermos terminado, veremos que nos transformamos para melhor. Talvez nos sintamos envergonhados por descobrirmos tanta coisa que recebe o rótulo de cristã na vida moderna [não o sendo], mas nos sentiremos profundamente orgulhosos de Jesus Cristo.

■* Norman R. Oke

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(31)

I

n t r o d u ç ã o

A

Epístola aos Hebreus é um comentário divinamente ins­ pirado sobre o Antigo Testamento e trata, em especial,

do Pentateuco e dos Salmos. Nessa carta, o autor interpreta o signifi­ cado da viagem pelo deserto, do tabernáculo e de várias ofertas e servi­

ços no culto israelita no Antigo Testamento à luz de Cristo.

A Epístola aos Hebreus inicia-se, entretanto, não pela história contada no capítulo 12 de Êxodo [a instituição da Páscoa], mas a partir do capítulo 24 [a instituição da Lei]. Ela não aborda a Páscoa, porque se dirige a um povo redimido; é endereçada aos irmãos santos, partici­

pantes da vocação celestial (Hb 3.1). Não explora a saída de Israel do Egito, e sim o que significa a introdução israelita na terra da promessa. Se houver qualquer dúvida quanto a isso, há de dissolver-se com a declaração de Paulo:

Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem; e todos passaram pelo mar, e todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar, e todos comeram de um

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mesmo manjar espiritual, e beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo.

1 Coríntios 10.1-4 Por conta disso, torna-se evidente que o povo daqueles dias tinha alguma relação espiritual com Cristo, e tal fato é ainda confirma­ do pela eficácia daquela fé que caracterizou os patriarcas mencionados no capítulo 11 de Hebreus.

O simbolismo usado nesta Epístola não se aplica fundamentalmente ao que chamamos conversão, pois não é dirigida a pessoas não- convertidas, pecadoras, admoestando-as a aceitar o perdão pela fé em Cristo, mas àquelas que já são cristãs. Trata o segundo estágio crítico na obra da salvação: a entrada dos filhos de Deus na plenitude da nova aliança. Esta aliança, que é duas vezes descrita na Epístola, compreende:

1. A Lei de Deus escrita na mente e no coração do Seu povo — cora­ ção tão transformado que é levado à perfeita harmonia com a vontade de Deus.

2. A remissão dos pecados, que inclui não apenas o perdão das transgressões reais, mas a purificação do pecado inato ou da

mente carnal — purificação de todo o pecado.

3. A exaltação a Deus como o único e supremo objeto de culto e ado­ ração, sendo o coração [humano] tão purificado que suas afeições se inclinam para as coisas do alto; sua vontade se torna sempre obediente à de Deus, e sua mente, a mente de Cristo (1 Co 2.16). A Epístola aos Hebreus é singular, pois principia sem as sau­ dações de costume, sem o nome do autor e das igrejas às quais ela é dirigida. Esse fato cria muitos problemas, mas estes pertencem espe­ cialmente ao campo da análise neotestamentária.

Visto que a nossa atenção irá concentrar-se em uma série de estudos exegéticos e exortativos na própria Epístola, será suficiente

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aqui fazer apenas algumas observações gerais a seu respeito, acres­ centando-lhes uma exposição geral dos nossos princípios básicos de interpretação.

Obser v a çõ es g erais

1. A importância da Epístola aos Hebreus

Disse o Dr. Adam Clarke: *

á

---Sem sombra de dúvida, a Epístola aos Hebreus é o mais impor­ tante e útil de todos os escritos apostólicos. Todas as doutrinas do Evangelho nela estão incorporadas, ilustradas e impostas como Lei de maneira mais lúcida, por alusão e exemplos, os mais impressionantes e ilustres, e, por argumentos, os mais convincentes. É um epítome das dispensações de Deus aos homens, desde a fundação do mundo até o advento de Cristo. Não é somente a súmula do Evangelho, mas súmu­ la e complemento da Lei, da qual é também o mais belo e brilhante comentário. Sem esta, a Lei de Moisés não teria sido jamais compre­ endida na íntegra, nem os desígnios de Deus ao entregá-la. Com esta, tudo se torna claro e simples, e os caminhos de Deus com os homens, coerentes e harmoniosos.

Parece que o autor tomou certa porção de uma de suas próprias Epístolas como teto: “Cristo é o cumprimento da Lei para justiça daqueles que crêem” [cf. Romanos 10.4, na versão Revista e Corri­ gida: Porque o fim da Lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê] e demonstrou sua proposição da maneira mais ampla e admirável. Todos os ritos, cerimônias e sacrifícios da Lei Mosaica, demonstra ele, tiveram Cristo por seu objeto e finalidade; não tiveram intenção nem significado, senão com referência a Ele; sem Ele, como sistema, não têm fundamento; como Lei, são destituídos de razão; e seus decretos são impossíveis e absurdos se tomados fora desta referência e conexão

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— Introoiição

Nunca as premissas foram mais claramente expressas; jamais foi um argumento tratado de modo mais magistral, e a conclusão apre­ sentada, mais legítima e satisfatoriamente.

O assunto, do princípio ao fim, é o mais cativante e persuasivo, e a linguagem é a que se adapta, da maneira mais bela, ao todo; a cada passo apropriada, sempre vigorosa e energética; possui a dignidade do seu assunto; é pura e elegante como a dos autores gregos mais esmera­ dos; tem a harmonia e a diversidade da música das esferas [superiores]. Tantas sáo as belezas, táo grande a excelência, táo instrutiva a matéria, táo agradável a maneira e táo sumamente interessante o todo, que a obra pode ser lida cem vezes sem denunciar monotonia-, e sempre com acréscimo de informações a cada nova leitura.

Essa última qualidade pertence ao todo da revelação de Deus, mas a nenhuma parte dela de modo táo peculiar e supereminente

como à Epístola aos Hebreus. ( Cl a r k e, Preface to the Commentary

on the Epistle to the Hebrews, p. 701)

--- r

O quanto é verdadeira e bela a apreciação acima desta Epístola só podem saber os que passaram anos no seu estudo não apenas nas traduções para suas próprias línguas, mas na força, na riqueza e na vivacidade do original grego.

Observou também o Dr. Clarke:

Para explicar e ilustrar esta Epístola, multidões labutaram e demons­ traram muita operosidade, muita erudição e piedade. Também eu darei minha opinião e pode ser que dez mil me sucedam e ainda descubram coisas novas. Que foi escrita para os judeus, que o eram por natureza, a estrutura toda da Epístola o prova. Se fora escrita para os gentios, nem apenas um entre dez mil deles poderia ter compreendido o argumento, porque não são familiarizados com o sistema judaico; conhecimento que o autor da Epístola a cada passo deixa perceber.

Aquele que está familiarizado com a Lei Mosaica entrega-se ao estudo desta Epístola com dupla vantagem, e é mais provável que aquele que

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conhece as tradições dos anciãos e as ilustrações mishnaicas da Lei escrita e da pretensa Lei otal dos judeus penetre e assimile as intenções do apóstolo.

Ninguém adotou método mais apropriado para explicar a sua fra­ seologia do que Schoetgen, que atribuiu o seu estilo peculiar a fontes judaicas. Segundo ele, a proposição da Epístola é esta: Jesus de Nazaré ê o verdadeiro Deus, e, a fim de convencer os judeus da verdade desta proposição, o autor usa apenas três argumentos: (1) Cristo é superior aos anjos; (2) Ele é superior a Moisés; (3) é superior a Arão. ( Cl a r k e,

Preface to the Commentary Epistle to the Hebrewf, IV, p. 701)

--- r

Prosseguindo na análise da importância da Epístola aos Hebreus, escritores mais modernos produziram muitas obras em seu louvor, tanto no que se refere à forma quanto ao conteúdo. Em Lectures on the

Epistle to the Hebrews, Lindsay disse:

A---A Epístola aos Hebreus é um dos livros mais importantes do Novo Testamento. Contém exposição minuciosa de algumas das principais doutrinas do cristianismo; o plano é construído com grande beleza e exatidão lógica, e está escrita em um grego superior a qualquer outro livro do volume sagrado, (p. 1)

----—r Talvez uma das melhores apreciações da Epístola seja a de John Owen, que disse:

A---Verifiquei que a beleza da carta era tal, a profundeza dos mistérios nela contida tão grande, o âmbito da verdade afirmada, desenvolvida e explanada tão amplo e tão difuso em todo o conjunto da religião cristã, a utilidade das discussões nela contidas tão importante e tão indispensável, que logo me senti grato porque a sabedoria, a graça e verdade guardadas neste depósito sagrado estão longe de ser exauridas pelos esforços de todos os que precederam.

Tão longe pareciam essas verdades de serem perfeitamente ilumi­ nadas por eles, que me certifiquei de que havia terreno suficiente, não

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— Introdução

apenas para renovada investigação de rico minério nesta mina para a geração presente, mas para todas as que se sucederam até a consumação dos séculos. (Owen, An exposition ofthe Epistk to the Hebrews)

— -—r Como afirmamos anteriormente, estas opiniões acerca da Epístola náo parecerão ilusórias ou exageradas ao estudioso paciente e atento.

2.

A Epístola foi dirigida a cristãos judeus

Embora se tenham adotado várias opiniões quanto aos destina­ tários da Epístola, não pode haver dúvida quanto a ter sido originalmente escrita para os cristãos judeus. Mas a questão é: a quais deles?

Alguns julgaram que ela foi escrita aos cristãos judeus em geral, mas pós-escritos — como os que denotam o conhecimento do autor sobre Timóteo ter sido posto em liberdade e a intenção do autor de visitá-lo (Hb 13.23) — indicam que a Epístola foi endereçada a uma comunidade local; talvez na Ásia Menor, ou na Galácia, em Corinto, na Tessalônica, na Espanha, em Roma, na Antioquia, em Alexandria ou na Palestina.

O uso do método alegórico e espiritualizante aplicado ao Antigo Testamento tem levado à suposição de que a Epístola aos Hebreus foi dirigida a uma grande comunidade judaica de Alexandria.

A teoria mais antiga e mais comumente aceita é a de que os destinatários seriam os judeus palestinos, especialmente a Igreja em Jerusalém. A evidência interna parece favorecer esta opinião, principal­ mente por não aludir a perigo algum pelo contato com o paganismo.

Outra evidência se encontra no fato de que havia milhares de judeus palestinos que criam na Lei e eram zelosos dela (Atos 21.20). Estes estavam em constante perigo de serem novamente colocados sob o jugo do culto ritual mantido no templo e, com toda probabilidade, não tinham compreendido, até então, que a aceitação do cristianismo significava o fim dos sacrifícios levíticos. E ainda mais, uma carta dirigida

(37)

à Igreja em Jerusalém proporcionaria uma circulação mais ampla da Epístola, pois os judeus dispersos se mantinham em íntimo contato com Jerusalém, sua cidade sede, isto é, sua verdadeira capital.

3.

A autoria da Epístola

A sua autoria tem sido grandemente discutida desde os tempos remotos. Tertuliano a atribuiu a Barnabé; Clemente de Alexandria a atribuiu, em parte, pelo menos, a Lucas. Ele achava que Paulo era o autor, e Lucas, o tradutor. Lutero estava entre os que a atribuíam a Apoio, que era poderoso nas Escrituras (At 18. 22-28; 1 Co 1.12, 3.4, 3.6, 16.12; T t 3.13). Outros ainda atribuíram a autoria dela a Silvano ou Áquila, ao passo que o Dr. Robinson achava que foi obra de algum outro autor, que não os escritores conhecidos do Novo Testamento. A Igreja no Oriente universalmente aceitou a Epístola como sendo de Paulo; e, na Igreja Latina, foi geralmente recebida como paulina até o fim do século 2.

Em alguns dos catálogos e manuscritos antigos, tais como o

Código de Alexandria, do Vaticano, de Efraemi e outros, a Epístola aos Hebreus se encontra imediatamente após 2 Tessalonicenses, entre as Epístolas paulinas. Isto deu origem, no início do século 2, à teoria de que Gálatas foi escrita para os gentios, e Hebreus, para os judeus da mesma região. Assim, a principal seria a Epístola aos Gálatas, e a Epístola aos Hebreus, um anexo.

Eusébio, citando Clemente, afirmou que a razão pela qual Paulo não subscreveu seu nome na Epístola aos Hebreus teria sido o fato de ser o apóstolo dos gentios, e não dos judeus. Mas, provavelmente, a maioria dos eruditos concorda com Orígenes, que disse, no século 3: “Quanto ao autor da Epístola, só Deus sabe a verdade”.

Disse o bispo Chadwick:

a

---Não obstante, é obra de algum membro da Escola Paulina. As semelhanças com o seu estilo são notáveis e só se podem reconciliar

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com as diferenças notáveis se acreditarmos que foi o escrito de um discípulo que entesourava com amor o pensamento de seu mestre e, às vezes, até reproduzia suas expressões, ao passo que sua individualidade permanecia intacta. E isto é a um tempo edificante e interessante. Vemos as grandes convicções pelas quais o apóstolo vivia, a encar­ nação, a expiação, a intercessão de nosso Senhor, a fé, a justificação e o julgamento, influenciando outra mente, assumindo outra forma e cor, expressando-se de outra maneira, encontrando seu apoio no Antigo Testamento e, contudo, permanecendo a mesma. E um óti­ mo exemplo de quanta diferença de expressão, quanta originalidade e independência são compatíveis com o amor e a fidelidade ao mesmo Evangelho. ( Ch a d w ic k, The Epistle to the Hebrews, p. 1,2)

--- r

4.

O idioma original em que a Epístola foi escrita

Existem duas opiniões gerais quanto à língua em que esta Epístola foi escrita em um primeiro momento. Acredita-se que foi original­ mente: (1) escrita ou ditada em hebraico e, depois, traduzida para o grego; e (2) escrita em grego, tal como ela se apresenta hoje.

Os estudiosos da antiguidade adotavam o primeiro ponto de vista; os modernos se inclinam para o segundo. Como no caso da Epístola aos Romanos, que foi escrita em grego, provavelmente o autor [da Epístola aos Hebreus] julgou que melhor serviria ao uso comum se ela fosse escrita em grego, se bem que dirigida aos judeus. Aqueles que acham que foi originalmente escrita em grego apresentam os seguintes argumentos:

1. Não tem a rigidez de uma tradução;

2. Invariavelmente, cita a Septuaginta, o que não seria provável se escrita em hebraico; e

3. Em alguns casos, traduz as palavras hebraicas. A Epístola em grego entrou cedo em circulação, e não existem provas de que tenha havido um original hebraico — o que se infere para explicar as supostas diferenças de estilo das outras Epístolas paulinas.

(39)

Ao proceder ao estudo do idioma original, é importante dedicar atenção também ao vocabulário, ao estilo e às imagens usadas na Epístola. Westcott afirma que a Epístola, em sua lin­ guagem, quanto ao vocabulário e estilo, é mais pura e vigorosa do que qualquer outro livro do Novo Testamento: (1) o estilo, ainda mais que o vocabulário, é característico de um erudito experimentado; (2) o vocabulário é singularmente copioso e inclui numerosas pa­ lavras não-encontradas em outra parte dos escritos apostólicos e algumas que não são citadas de outras fontes independentes; (3) o simbolismo da Epístola é extraído de muitas fontes. Algumas das imagens, tratadas mais ou menos em detalhe, são singularmente vividas e expressivas.

5.

A data da composição

E evidente que a Epístola aos Hebreus foi escrita antes da destruição de Jerusalém, se foi escrita ou ditada por Paulo, pois o apóstolo morrera antes dessa data. Isto se evidencia também em certos textos (Hb 9.9; 13.10), bem como em todo o escopo da Epístola, o qual implica que o templo ainda subsistia, e o seu culto era mantido.

Todavia, não pode ter sido escrita muitos anos antes desse tempo, pois havia aqueles que há muito eram cristãos (Hb 5.12), e pode-se também inferir, pelo capítulo 13, versículo 7, que os seus primeiros mestres estavam já mortos.

A calamidade iminente, pela queda de Jerusalém, parece estar indicada nas palavras: E tanto mais quanto vedes que se vai aproximando

aquele D ia (Hb 10.25d). Porque ainda um poucochinho de tempo, e o

que há de vir virá e não tardará (v. 37).

A data provável da redação é situada entre os anos 64 e 67 d.C., quando começou a guerra na Judéia e, mais provavelmente, pouco antes da destruição de Jerusalém [pelos romanos, em 70 d.C.]. Este último evento assinalou, em sentido peculiar, o término da antiga

(40)

Introdução

dispensação; os cristãos o consideraram como o julgamento final de Deus e o sinal da vinda do Senhor.

6.

A finalidade da Epístola

Como se afirma em geral, o propósito da Epístola aos Hebreus é firmar os cristãos judeus em sua fé e protegê-los contra um retomo apóstata ao judaísmo.

Sampson, em seu Commentary, observou que eles estavam particu­ larmente expostos a este perigo e que isto chegou ao seu conhecimento:

1. Pelos antigos preconceitos e pela sua educação anterior — o juda­ ísmo fora a religião de seus pais desde gerações imemoriais; 2. Pelo esplendor das cerimônias do templo, que apelavam aos

sentidos e que os inimigos asseveravam estar em esplêndido contraste com a simplicidade nua do culto cristão;

3. Pela influência das relações sociais: os parentes, vizinhos, amigos e patrícios eram judeus;

4. Pelo ódio devotado à cruz. [A religião cristã] não poderia ser rival do judaísmo, como pedra de tropeço;

5. Pelas perseguições, as quais, embora não trouxessem a morte, eram severas.

O propósito do autor [da Epístola aos Hebreus] é levado a termo por uma revelação da verdadeira natureza do cristianismo, que ele apresenta como a religião final e perfeita. E o faz não somente por exortação e advertência, embora estas recebam lugar impor­ tante, porém, mais especialmente, por um tratado esplêndido e erudito, em que se detém na glória de Cristo, o Filho, em contraste com os anjos, Moisés e Arão. Nesse ponto, também se estabelece, com notável contraste, a distinção entre a antiga aliança das obras e a nova aliança da fé.

(41)

Uma das peculiaridades da Epístola é a apresentação de Cristo como sacerdote — verdade não encontrada em nenhuma outra Epístola, embora nelas se mencionem Suas ministraçóes sacerdotais. A chave para a compreensão desta Epístola, portanto, é contemplá-la à luz de Cristo, nosso grande e eterno Sumo Sacer­ dote. Todas as outras verdades giram em torno deste pensamento. Tão erudito é o tratamento do material desta Epístola, que é frequentemente considerada um tratado sobre o sumo sacerdócio

do Salvador. *

Pr i n c í p i o s d e in t e r p r e t a ç ã o

Na interpretação desta Epístola, salientaremos os seguin­ tes pontos: (1) o objetivo primordial dela é levar os homens à presença de Deus; (2) para que possam permanecer na presença delè, os homens têm de ser santos. A nota dominante da Epístola, portanto, é a santidade, e esta experiência pessoal, espiritual, é apresentada sob diferentes aspectos e com terminologia apropriada com relação à pessoa e obra de Cristo. O terceiro ponto a ser des­ tacado é: o povo de Israel é considerado como símbolo da obra de Cristo sob a nova aliança.

A ênfase, entretanto, não é dada à libertação do jugo do Egito, mas à recusa em entrar em Canaã, sua herança prometida. Por isso, a referência à sua história se confina, principalmente, à jornada do Egito para Canaã, às suas peregrinações no deserto, ao tabernáculo com seu mobiliário, ao sacerdócio e ao grande Dia da Expiação — todos eles interpretados segundo a obra redentora de Cristo.

Esta experiência de redenção é apresentada, sob vários aspec­ tos, no que se relaciona com Cristo e, em cada um destes aspectos, há uma advertência ou exortação apropriada. Assim analisada, a Epístola fornece a seguinte terminologia aplicada à experiência — experiência esta conhecida por muitas expressões escriturísticas, mas que Wesley geralmente chamava perfeição cristã.

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— Introdução

Aspec to sd e Cristo Experiênciaespiritu al Advertênciascòntra

1 - Divindade de Cristo A grande salvação Negligência

2- Humanidade de Cristo Santificação Endurecimento do coração 3 - Cristo como Apóstolo O descanso da fé Incredulidade

4 - Cristo como Sumo Sacer­ Salvação eterna Indiferença dote

5 - Cristo e as promessas Perfeição cristã Indolência

6- Cristo e o Santo dos Santos Pecado voluntário santuário 7— Cristo e a santidade Apostasia Herança

Observa-se que as advertências aparecem em escala gradualmente descendente: negligência, endurecimento do coração, incredulidade, indiferença, indolência, pecado voluntário e apostasia.

A expressão salvar perfeitamente (Hb 7.25) apresenta-nos outro aspecto desta graciosa experiência, mas nenhuma advertência está a ele ligada. Em vez disso, o autor expõe os predicados de Cristo como nosso Sumo Sacerdote para a restauração do Seu povo rumo à plenitude da herança que este recebeu(Hb 7.26,28).

A NATUREZA EXORTATIVA DA

Ep í s t o l a

A Epístola aos Hebreus tem caráter exortativo do princípio ao fim. Mesmo os seus argumentos mais profundos e as descrições mais sublimes são todos oferecidos em espírito de exortação.

Como anteriormente indicamos, frequentemente [os argu­ mentos] assumem a forma de advertências e admoestações. O inte­ resse supremo do escritor é impedir que os cristãos judeus retornem ao judaísmo e, para alcançá-lo, roga-lhes que explorem os mistérios da graça divina em Cristo Jesus. O escritor tem sempre em mente as duas grandes dádivas de Deus ao homem para sua salvação: (1) Deus ofertou Seu Filho ao mundo para redimi-lo; (2) Cristo deu o Espírito

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Santo à Igreja para sua santificação e purificação. Como o Espírito é recebido pela fé, Jesus também o é.

Apesar de o autor [da Epístola] salientar as crises da experiência cristã, jamais permite que elas excluam o crescimento e o desenvolvi­ mento. Como a conversão é uma experiência decisiva que inaugura a vida de paz com o Senhor, assim também a santificação é a crise que conduz à vida de santidade. Esta tem significado especial por oferecer lugar à habitação de Cristo na plenitude do Espírito.

Permanecer em crise como fim em si, em vez de meio, é a origem de muita debilidade no coração dos cristãos. Nosso descanso não é em um coração santo, mas naquele que habita o coração santificado. Tampouco trabalhamos com a nossa própria sabedoria e com as nossas forças, mas mediante Aquele que opera em nós tanto o querer como o

efetuar, segundo a sua boa vontade (Fp 2.13).

Como veremos mais adiante no estudo da Epístola, seu autor está profundamente interessado em que aqueles que entraram além do véu, no Santo dos Santos, levem uma vida de devoção plena a Deus. Para ele, estar cheio do Espírito é, literalmente, estar possuído por Deus; ser ungido pelo Espírito é, em certo sentido real, identificar-nos com Cristo, para que, em nossa medida finita, sejamos verdadeiros representantes de Cristo para o mundo e para a Igreja.

Que Deus nos conceda a ajuda do Espírito Santo ao estudarmos esta grandiosa Epístola, não apenas para que melhor compreendamos as riquezas da graça em Cristo Jesus, mas para que nos beneficiemos dessas riquezas por intermédio daquele que é o nosso Mediador, nosso grande Sumo Sacerdote, que é, ao mesmo tempo, a garantia da aliança e o Ministro do Santuário.

(44)
(45)

1

A

MAJESTADE

d o F i l h o d e D e u s

O

autor da Epístola aos Hebreus, em uma curta introdução de quatro versículos, expõe sucinta e dogmaticamente

certas teses básicas como preliminares do seu argumento principal. O objetivo de toda a Epístola é provar, por alusão às passagens do* Antigo Testamento, que Jesus é o Cristo, o verdadeiro Messias que os judeus

esperavam.

Além disso, os dois primeiros capítulos podem também ser considerados como, em certo sentido, introdutórios da tarefa dialética principal, que é demonstrar que Jesus Cristo cumpriu perfeitamente a Lei e, em seu lugar, introduziu uma nova aliança espiritual da graça. Daí ele dedicar dois capítulos a este assunto do Deus-Homem, um tratando da Sua divindade; outro, de Sua humanidade e humilhação.

O preâmbulo:

Havendo Deus, antigamente, falado...

Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho.

(46)

Disse o Dr. Adam Clarke:

A

---Dificilmente poderemos conceber algo mais solene que as pala­ vras iniciais desta Epístola: os sentimentos são em extremo elevados, e a linguagem é a própria harmonia. De imediato, apresenta-se o Deus infinito, não em nenhum dos atributos essenciais à natureza divina, mas em Suas manifestações de amor ao mundo, dando uma revelação de Sua vontade relativa à salvação da humanidade. Assim, preparou o caminho, por meio de uma longa série de anos, para a apresentação daquele Ser glorioso, o Seu próprio Filho, que, na plenitude dos tem­ pos, manifestou-se em carne, para que pudesse completar toda visão e profecia, suprir tudo o que faltava para aperfeiçoar o grande plano da revelação, para instrução do mundo. Ele morreu para livrar o homem do pecado pelo sacrifício de Si mesmo.

A descrição que [o autor da Epístola] fàz deste personagem glorioso é de uma elevação incomparável. Mesmo em Sua humilhação, excetu­ ados os sofrimentos da morte, Ele é infinitamente exaltado acima de toda a hoste angelical; é o objeto de incessante adoração; permanece no Seu trono eterno à direita do Pai. Dele, todos recebem ordens para ministrar aos que redimiu com Seu sangue.

Em suma, este primeiro capítulo, que pode ser considerado a intro­ dução de toda a Epístola, é, pela importância do assunto, dignidade da expressão, harmonia e eneigia da linguagem, concisão e, ao mesmo tempo, distinção de idéias, igual, se não superior, a qualquer outra porção do Novo

Testamento. (Clarke, Commentary on the Epistle to the Hebrews)

--- r

A Epístola aos Hebreus prescinde de saudação; daí colocar-nos imediatamente diante da maravilhosa mensagem de Deus. Nisto, tem notável semelhança com as primeiras palavras em Gênesis 1.1 — onde lemos: No princípio, criou Deus. Em Hebreus 1.1, consta: Havendo

Deus, antigamente, falado.

Visto ser endereçada aos judeus, o autor exibe notável sabedoria devido ao fato de a sua primeira sentença conter um reconhecimento

(47)

da autoridade divina dos textos do Antigo Testamento: havendo

Deus, antigamente, faladol .

A palavra é o veículo de comunhão e fraternidade; por ela, o homem revela os pensamentos e as disposições de sua mente e seu coração. Assim, Deus, também, o qual habita na luz inacessível{\ Tm 6.16), fala-nos para revelar-se mediante os infinitos propósitos de Seu amor. O pecado do homem interrompeu sua comunhão com Deus, mas, pelo dom de Seu Filho, ela foi restabelecida.

1.

A introdução eufônica

No original grego, a Epístola se inicia de modo sonoro, com dois eufônicos advérbios ligados por uma simples conjunção — polum eros kai polutropos (t io à u|J.£Q©ç ka í 7ioÀm QÓ7TCDç). Estas

palavras chamam imediatamente a atenção do leitor. Traduzidas pela expressão muitas vezes e de muitas maneiras, as palavras iniciais perdem a eufonia e muito da solenidade.

Esta expressão introdutória, porém, não se destina apenas a cha­ mar a atenção imediata; apresenta, de maneira majestosa, o tema fun­ damental de toda a Epístola. As muitas vezes e muitas maneiras pelas quais Deus se revelou nos profetas e por intermédio deles são, aqui, sintetizadas como preparatórias para a revelação perfeita no evangelho, que é um e indivisível, porque é a revelação de Deus em uma pessoa, que é o Filho.

Muitas vezes e de muitas maneiras (Hebreus 1.1) — Alguns escri­ tores antigos, como Crisóstomo, consideravam as palavras polumeros

(t i o à u|uI£ Q Oç) e polutropos (t io à u t q ó t i cDç) como sinônimos indicando

a ideia única de inacabado. Escritores subsequentes acham que estes termos expressam ideias diferentes.

O primeiro, traduzido como muitas vezes, costumava referir-se, então, às porções separadas em que Deus entregou o Antigo Testamento aos judeus — distribuídas durante mais de mil anos, desde Moisés até Malaquias.

(48)

O segundo, traduzido como de muitas maneiras, remete-se à variedade de maneiras que Deus usou para tornar a Sua vontade conhecida — visões, sonhos, vozes audíveis, Urim e Tumim, e os pronuncia­ mentos proféticos.

Stuart, embora adotando a opinião de que cada termo possui um significado separado, observa que a antítese é mais eficaz se tradu­ zirmos o versículo do seguinte modo:

j

---Deus, que nos tempos antigos fez comunicações aos pais pe­ los profetas, em diversas partes e de várias maneiras, fez-nos agora uma revelação pelo Seu Filho, isto é, completou toda a revelação que pretendia iàzer sob a nova dispensaçáo, pelo seu Filho — por Ele tão — somente e náo por uma série contínua de profetas, como outrora.

(St u a r t, A Comm.enta.ry on the Epistle to the Hebrews, p. 278)

--- r

Isto é confirmado pelo fato de que a revelação cristã se com­ pletou naquela única geração, que foi contemporânea à vida de nosso Senhor sobre a terra.

Antigamente [...] nestes últimos dias (Hb 1.1,2a a r a) — Estas

expressões denotam períodos distintos. A palavra palai (TtóAaí), que literalmente significa antigam ente, ou nos tempos antigos, não significa apenas anteriormente, mas sempre descreve algo completado no passado.

Westcott disse que palai se refere aos ensinamentos antigos, há muito selados. O escritor, portanto, com o uso deste termo, evitou a inferência de que aquelas revelações tivessem continuado até o tempo então presente. Isto excluiria como literatura inspirada tudo desde o tempo de Malaquias até o período evangélico.

Nestes últimos dias parece logo se ter tornado designação técnica para o tempo do Messias e Seu reinado. Mas, como geralmente ocorre nas profecias do Antigo Testamento, o intervalo entre os dois adventos se perde de vista, e os dias do Messias são considerados como uma manifestação única. Quando, entretanto, o intervalo entre o primeiro

(49)

e o segundo adventos começou a estender-se em anos, a expressão foi modificada.

Mesmo nesta Epístola, as expressões aquele mundo ou aqueles

dias são usadas como de um período futuro, embora o Messias tivesse vindo. Sabemos que os judeus dividiam o tempo em a presente era e

a era por vir, referindo-se esta ao reinado perfeito de Deus. Entre es­ tes períodos, colocavam o Reinado do Messias, às vezes, em conexão com o primeiro, às vezes, com o segundo. Comumente, acreditava-se, contudo, que a passagem de uma era para outpa seria assinalada pelas dores do parto de um novo nascimento, um período de provação e sofrimento.

2.

A revelação divina: Deus falou

A linguagem é, a um tempo, a base da revelação e da comunhão. Como as palavras de alguém revelam o seu interior, assim também Deus, que habita na luz inacessível (1 Tm 6.16), revela-se mediante Sua Palavra em santidade e amor — santidade que repele todo pecado; amor que sempre atrai a Si o pecador. Declara-se aqui que a revelação de Deus foi dada em estágios sucessivos — o primeiro por intermédio dos profetas, o segundo mediante o Filho.

Quanto ao primeiro, a palavra lalesas (ÀaÀrjcraç), havendo

falado, é um particípio aoristo1 e, como tal, resume, em um único ato, todas as revelações anteriores, sejam patriarcais, mosaicas ou proféticas.

A última é expressa pelo termo elalesen {é.Â.áÁT\o£v), falou, que, como um indicativo aoristo2, reúne em uma só palavra a revelação por intermédio do Filho, embora não se refira a acontecimento particular algum na vida de Cristo. O ponto a ser notado grama­ ticalmente é que a expressão no particípio [passado] — Havendo

Deus, antigamente, falad o — anuncia o verbo principal com seu aoristo [aspecto verbal] de finalidade — Deus falou . Essas palavras, pois, não significam tão-somente que o Deus que falou nos tempos

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