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Academic year: 2021

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ COMARCA DE ARAPONGAS

2ª VARA CÍVEL DE ARAPONGAS - PROJUDI

Rua Ibis, 888 - Fórum - Centro - Arapongas/PR - CEP: 86.700-195 - Fone: (43) 3274-2743 Autos nº. 0016832-30.2015.8.16.0045

Processo: 0016832-30.2015.8.16.0045 Classe Processual: Recuperação Judicial

Assunto Principal: Recuperação judicial e Falência Valor da Causa: R$49.631.029,18

Autor(s): SOUZA E GIBIM TRANSPORTES LTDA - ME (CPF/CNPJ:

08.491.319/0001-79)

AVENIDA ARVELINO DURANTE , 430 - ARAPONGAS/PR

Vitória Alumínios Londrina LTDA-ME (CPF/CNPJ: 11.875.516/0001-04) Avenida Arvelino Durante, 434 - Parque Industrial - SABÁUDIA/PR - CEP: 86.720-000 - Telefone: (43)30295770-30154603-32561172

Juliana Gibim de Souza ME (CPF/CNPJ: 08.725.925/0001-01) Av. Arvelino Durante, 434 - SABÁUDIA/PR - CEP: 86.720-000

SG INDUSTRIA E COMERCIO LTDA EPP (CPF/CNPJ: 80.905.664/0001-39) AV ARVELINO DURANTE, 430 PR 218/KM 8 PARQUE INDUSTRIAL -SABÁUDIA/PR - CEP: 86.720-000

SOUZA & GIBIM CONSTRUÇÕES LTDA (CPF/CNPJ: 11.944.701/0001-03) Avenida Arvelino Durante, 430 barracão 2 - SABÁUDIA/PR

S G Alumínios Ltda (CPF/CNPJ: 10.257.545/0001-31)

EST BOM PROGRESSO , 483 VILA BOM PROGRESSO SABÁUDIA/PR -CEP: 86.720-000

Réu(s): CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (CPF/CNPJ: 00.360.305/0001-04)

Rua Uirapurú, 670 - Centro - ARAPONGAS/PR

1.

Após melhor refletir sobre a questão do grupo econômico e da formação do litisconsórcio ativo, tendo também em consideração as circunstâncias fáticas que cercam as empresas

requerentes e suas atividades, entendo viável o pedido do seq. 23.1.

Determino, portanto, a exclusão da empresa Souza & Gibim Transportes Ltda. do polo ativo, com as anotações necessárias na autuação, registro e distribuição.

Risquem-se os sequenciais indicados (seq. 23.1, item 03) e que são pertinentes à empresa excluída.

2.

SG ALUMÍNIOS LTDA. - ME, SG INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA., SOUZA E GIBIM CONSTRUÇÕES LTDA. - EPP, JULIANA GIBIM DE SOUZA – ME e VITÓRIA ALUMÍNIOS LONDRINA LTDA. - EPP,qualificadas nos autos, requereram

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a concessão de RECUPERAÇÃO JUDICIAL, nos termos do pedido do seq.1.1, alegando, em síntese, que a crise econômica afetou drasticamente a atividade produtiva, levando-as

ao desequilíbrio financeiro, de forma que não mais estão conseguindo honrar pontualmente os seus compromissos. Porém, a atividade é plenamente viável e têm plenas

condições de saldar seus compromissos, se obtida a recuperação judicial. Juntaram documentos.

Vieram-me conclusos os autos.

A pretensão de recuperação encontra respaldo na Lei 11.101/05. O art. 47 estabelece o objetivo principal da recuperação:

“A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise

econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função

social e o estímulo à atividade econômica”.

Em suma, quis o legislador, ao autorizar a recuperação judicial, promover a preservação da empresa e fazer com que continue cumprindo sua função social, qual seja, produzir

riquezas, gerar empregos e atender aos interesses dos credores.

No caso em apreço, as devedoras exercem suas atividades há mais de 02 anos. Além disso, também preenchem os demais requisitos do art. 48, I/IV.

Por outro lado, estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, mesmo que ainda não vencidos (art. 49).

Não é só. A inicial contém a exposição da situação patrimonial das devedoras, bem como faz menção às razões de da crise econômico-financeira. A par disso, está instruída pelos

documentos referidos no art. 51, I/IX.

Com efeito, então, preenchidos os requisitos legais, defiro o processamento da recuperação judicial.

Os credores poderão, a qualquer tempo, requerer a convocação da assembléia-geral para a constituição do Comitê de Credores, observado o disposto no art. 36, § 2º.

O termo “RECUPERAÇÃO JUDICIAL” deverá ser utilizado pela devedora em todos os atos, contratos e documentos.

2.1.

Deferido o processamento da recuperação judicial, determino, pelo prazo de 180 dias, a suspensão do curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face das devedoras,

inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário (art. 6º). Porém, decorrido

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o prazo, estará restabelecido o direito dos credores de iniciar ou continuar suas ações e execuções.

A suspensão não alcança, por óbvio, as execuções fiscais, muito menos os processos relativos aos créditos ressalvados pela Lei (art. 6º, §§ 1º, 2º e 7º, art. 49, §§ 3º e 4º).

Cabe às devedoras comunicarem a suspensão aos juízos competentes.

2.2.

Determino que o Distribuidor informe mensalmente os novos processos ajuizados em relação às empresas.

Deverão, tão logo recebam a citação, informar a este Juízo sobre os novos processos.

2.3.

Nomeio administrador o Dr. Júlio César Rodrigues, advogado militante nesta Comarca. Ao administrador judicial compete, sob a fiscalização do Juiz e do Comitê de Credores,

cumprir os deveres impostos na Lei, em especial no art. 22. Intime-se para, no prazo de 48:00 horas, prestar o compromisso legal.

2.4.

Fixo o prazo de 60 dias, a partir da publicação desta decisão, para a apresentação do plano de recuperação, sob pena de decretação da falência.

O plano de recuperação deverá observar o disposto no art. 53, I/III.

2.5.

Com fulcro no art. 52, II, no exercício de suas atividades, ficam as empresas dispensadas da apresentação de certidões negativas, exceto em contratação com o Poder Público ou

para recebimento de benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

2.6.

Segundo o art. 52, V, enquanto perdurar a recuperação judicial, deverão as empresas apresentar mensalmente contas demonstrativas, sob pena de destituição de seus

administradores.

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2.7.

Ciência ao Ministério Público e às Fazendas Públicas Federal, Estadual e Municipal (art. 52, V).

Comunique-se à Junta Comercial para a devida anotação.

Comunique-se, por igual, à Justiça do Trabalho local, bem como ao Juízo da 1ª Vara Cível local.

Ciência a todos os credores eventualmente habilitados nos autos.

2.8.

Expeça-se o edital de que trata o art. 52, § 1º, observando-se o contido nos incisos I/III, bem como o disposto no art. 7º, § 1º.

O edital deverá ser publicado no órgão oficial, fluindo a partir da publicação o prazo para manifestação dos credores.

Afixe-se cópia do edital no local de costume, devendo as empresas também afixarem cópias nas entradas de seus estabelecimentos.

2.9.

Os documentos de escrituração contábil e demais relatórios auxiliares permanecerão em poder das empresas à disposição deste Juízo, do administrador judicial e, mediante

autorização judicial, de qualquer interessado.

2.10.

Determino que o Distribuidor junte certidão sobre os processos em andamento contra as empresas.

Após, a Serventia deverá lançar certidão sobre o deferimento da recuperação em cada processo.

ANTECIPAÇÃO DA TUTELA 3.

As empresas necessitam de água e energia elétrica para darem continuidade às suas atividades, em razão do que postulam a concessão de antecipação da tutela em relação às

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concessionárias Copel, Matriz Energiza de Minas Gerais, Espírito Santos Centrais Elétricas S.A., Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Linhares e Sanepar, para que se

abstenham de interromper os serviços de energia elétrica e água.

Não é preciso lembrar que, nos dias atuais, a energia elétrica e a água fazem parte do dia-a-dia das pessoas e das empresas. Aliás, muitas atividades sequer são possíveis sem

tais elementos, tal qual se dá em relação às autoras, já que algumas utilizam energia elétrica e água no processo de produção de alumínios.

Assim sendo, tenho que nada mais é preciso ser dito para caracterizar o fumus boni iuris. Na seara do periculun in mora, o não fornecimento de energia elétrica e água acarretará

a inevitável paralisação das atividades empresariais, comprometendo por completo a função social da empresa.

O S.T.J. já se posicionou a respeito:

"A continuidade do serviço, sem o efetivo pagamento, quebra o princípio da igualdade das partes e ocasiona o enriquecimento sem causa, repudiado pelo Direito (arts. 42 e 71 do CDC, em interpretação

conjunta)." (STJ, 2ªT, REsp 705.203/SP, Min. Eliana Calmon, 11.10.2005).

"A 1.ª Seção, no julgamento do REsp n.º 363.943/MG, assentou o entendimento de que é lícito à concessionária interromper o fornecimento de energia elétrica se, após aviso prévio, o consumidor de energia elétrica permanecer inadimplente no pagamento da respectiva conta (Lei n.º 8.987/95, art. 6.º, §

3.º, II)." (STJ, 1ªT, REsp 691.516/RS, Min. Luiz Fux, 24.10.2005).

Assim sendo, conclui-se facilmente que

"as contas anteriores ao pedido de recuperação judicial estão sujeitas aos seus efeitos e deverão ser pagas de acordo com o plano aprovado. As contas que se vencerem após o pedido de recuperação

judicial não se submetem aos seus efeitos e, inadimplidas, autorizam a suspensão do serviço pela concessionária, desde que observadas as formalidades da lei" (TJSP, AI 523.556.450/0, Rel. Des. Pereira

Calças, 29.5.2008).

Em suma, os valores devidos e anteriores ao pedido de recuperação devem ser inseridos no quadro de credores, observada a classe pertinente.

Por consequência, tais valores não podem ensejar a interrupção no fornecimento de tais serviços públicos.

Não se diga o mesmo em relação a valores devidos após o pedido de recuperação, para os

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quais as concessionárias, observadas as normas pertinentes, podem interromper o fornecimento.

A propósito, já decidiu o TJ/PR:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. PEDIDO INCIDENTAL FORMULADO NOS AUTOS DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL.DECISÃO DETERMINANDO SEJA RESTABELECIDO O FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA NO PRAZO DE 48 HORAS SOB PENA DE MULTA

DIÁRIA. DÉBITO REFERENTE A FATURAS VENCIDAS NO CURSO DO PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL. VEDAÇÃO DO CORTE DE FORNECIMENTO APENAS QUANDO

” (TJPR 18ª C.Cível AI -DECORRENTE DE DÉBITOS ANTERIORES. RECURSO PROVIDO

1279363-4 - Assis Chateaubriand - Rel.: Espedito Reis do Amaral - Unânime - - J. 02.09.2015)

Isto posto, presentes os requisitos do art. 273 do C.P.C., defiro a antecipação almejada e determino às concessionárias antes referidas que não cessem o fornecimento de energia elétrica e água por valores devidos até o pedido de recuperação judicial (18.12.2015).

Ressalvo, entretanto, que os valores posteriores ao pedido não estão sujeitos aos efeitos desta decisão.

Expeçam-se os ofícios necessários.

Autorizo a assinatura dos ofícios pelo Escrivão. Diligências necessárias.

Arapongas, 22 de janeiro de 2.016.

EVANDRO LUIZ CAMPAROTO

Juiz de Direito

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