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Efeito da cobertura morta sobre a produção de alface crespa, cultivar Cinderela, em Várzea Grande-MT.

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Academic year: 2021

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Efeito da cobertura morta sobre a produção de alface crespa, cultivar

Cinderela, em Várzea Grande-MT.

Adriana Quixabeira Machado1; Marcelo Eduardo Pasqualotti1; Alessandro Ferronato1; Anderson Luis Cavenaghi1.

1

UNIVAG Centro Universitário, GPA de Ciências Agrárias e Biológicas - Curso de Agronomia. e-mail: diquixabeira@terra.com.br

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes tipos de cobertura morta sobre a produção de alface. Adotou-se delineamento experimental em blocos ao acaso, com três repetições e oito tratamentos, constituídos por sete tipos de cobertura morta (casca de arroz, capim brachiaria, serragem de madeira, capim elefante, palha de milho, capim decumbens, grama picada) e a testemunha (ausência de cobertura morta). Foram avaliadas a produção total, produção comercial, rendimento de colheita, peso fresco comercial, diâmetro da planta e número de folhas. De acordo com os resultados obtidos conclui-se que as coberturas mortas serragem de madeira e palha de milho mostraram-se mais eficientes na produção de alface crespa, cultivar Cinderela.

Palavras-chave: Lactuca sativa, proteção do solo, produção total, rendimento de colheita.

ABSTRACT

Effect of mulching on the production of crisp leaf lettuce, cultivar Cinderela, in Várzea Grande-MT.

The aim of this work was to evaluate the effect of different mulches on lettuce production. The experimental design was a randomized blocks with three replications and eight treatments, consisting of seven different mulches (rice husk, brachiaria grass, sawdust, elephant grass, corn straw, decumbens grass, cut grass) and control (absence of mulching). The total yield, commercial production, crop yield, commercial fresh weight, diameter of the plant and number of leaves were evaluated. According to the results it was concluded that the mulching, sawdust and corn straw were the most efficient treatment in the crisp lettuce production, cultivar Cinderela.

Keywords: Lactuca sativa, soil protection, total production, crop yield.

INTRODUÇÃO

A alface é a hortaliça folhosa mais importante na alimentação do brasileiro, o que assegura a essa cultura, expressiva importância econômica. Em função da alta

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perecibilidade e pouca resistência ao transporte, seu cultivo ocorre próximo aos centros consumidores, sendo produzida nas mais variadas regiões do Brasil, ao longo do ano, para atender a estes mercados. A alface é originária de regiões de clima temperado, o que limita a expressão do seu potencial produtivo em climas tropicais (Setúbal & Silva, 1992). O cultivo de alface sob temperaturas elevadas (> 20ºC) pode apresentar como conseqüências o pendoamento precoce e a baixa produtividade (Andreani Junior & Martins, 2002). Entre as técnicas que visam a aumentar a produção e melhorar a qualidade da alface destaca-se a cobertura morta do solo. A proteção do solo, tanto com cobertura plástica como com restos vegetais, tem sido explorada devido as seguintes vantagens: reduz a evaporação da água na superfície do solo; diminui as oscilações de temperatura do solo (Bragagnolo & Mielniczuk, 1990; Muller, 1991 citado por Resende et al., 2005); permite o controle de plantas invasoras; obtém maior precocidade da colheita e aumenta os rendimentos (Salvetti, 1983; Muller, 1991 citado por Resende et al., 2005). A proteção da superfície do solo com resíduos vegetais é um dos meios mais efetivos para aumentar a infiltração de água, reduzir as perdas por erosão devido à diminuição do impacto direto das gotas de chuva, por lixiviação dos nutrientes e a compactação do solo (Alves et al., 1995).

A utilização da cobertura do solo no cultivo da alface tem se mostrado fator determinante no aumento da produção e na qualidade do produto. No entanto, para que a utilização da cobertura seja viável é preciso que novas alternativas de cobertura, disponíveis na região de cultivo, sejam avaliadas.

Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes tipos de coberturas mortas do solo sobre a produção de alface.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no campo experimental do UNIVAG – Centro Universitário, em Várzea Grande – MT, no período de abril a julho de 2007. Adotou-se delineamento experimental em blocos ao acaso, com três repetições e oito tratamentos, constituídos por sete tipos de coberturas mortas (casca de arroz, capim brachiaria, serragem de madeira, capim elefante, palha de milho, capim decumbens, grama picada) e a testemunha (ausência de cobertura). Cada parcela foi constituída de quatro linhas de 2 m, conduzidas no espaçamento de 0,25 m x 0,25 m. As coberturas mortas foram distribuídas em toda a superfície dos canteiros, formando uma espessura de 2 cm sobre o solo.

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As mudas de alface crespa, cultivar Cinderela, foram produzidas em bandejas de isopor de 128 células, contendo o substrato comercial Plantmax®, sendo transplantadas para o local definitivo, no canteiro, quando apresentaram três a quatro folhas definitivas.

A adubação consistiu na aplicação de 400 kg.ha-1 de P2O5, 120 kg.ha-1 de K2O e 150 kg.ha-1 de N, na forma de superfosfato simples, cloreto de potássio e sulfato de

amônio, respectivamente, e 40 t.ha-1 de esterco bovino. A irrigação por aspersão

convencional (aspersores de média pressão) foi realizada duas vezes ao dia, diariamente, até a colheita.

A colheita para avaliação da produção total, produção comercial, rendimento de colheita, peso fresco comercial, diâmetro da planta e número de folhas foi realizada quando as plantas atingiram o máximo desenvolvimento (43 dias após o transplantio das mudas), porém apresentando as folhas ainda tenras, com bom sabor e sem nenhum sinal de pendoamento.

Os valores das características avaliadas foram submetidos à análise de variância, utilizando o programa estatístico SISVAR (Ferreira, 2000). As médias foram comparadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Todas as características avaliadas foram influenciadas pela cobertura do solo, com exceção do rendimento de colheita e do número de folhas. Os tratamentos com coberturas mortas foram superiores a testemunha (ausência de coberturas mortas), ou seja, todas as coberturas mortas mostraram-se eficientes na produção de alface. Tal resultado comprova os benefícios das coberturas mortas do solo para a produção de alface (Maluf et al., 2004; Maia Neto, 1988 citado por Carvalho et al., 2005).

Dentre as coberturas mortas avaliadas, os melhores resultados foram observados com a serragem de madeira e a palha de milho, que apresentaram as maiores produções, total e comercial, sendo verificada diferença significativa entre elas apenas na produção comercial, com destaque para a serragem de madeira (Tabela 1).

Houve um ganho na produção total de 50,22% e 44,77%, respectivamente, para a serragem de madeira e a palha de milho, em relação ao tratamento testemunha (ausência de coberturas mortas), e na produção comercial de 53,23% e 43,94%, respectivamente (Tabela 1). Andrade Júnior et al. (2005) verificaram maior produção total e comercial de alface com o uso de palha de café, com ganhos de 77,43% e 77,19%, respectivamente, em relação às coberturas casca de arroz, plástico preto, capim brachiária seco e solo sem cobertura (testemunha), que não diferiram entre si.

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Ao avaliar o efeito das coberturas mortas sobre o comportamento de cultivares de alface no município de Mossoró, Maia Neto (1988) citado por Carvalho et al. (2005) verificou que as coberturas mortas proporcionaram aumentos na produção de plantas das cultivares Brasil 221, Babá de Verão e Vitória.

Com relação ao peso fresco comercial da planta, a serragem de madeira foi a que proporcionou a produção de plantas com maior peso, 531,78 g.planta-1 seguido pela palha de milho com 499,58 g.planta-1 (Tabela 1). Ganhos de peso das plantas de alface também foram verificados por Andreani Júnior & Galbiati Neto (2003), com o uso das coberturas bagaço de cana e palha de arroz, que apresentaram plantas com peso médio de 710 e 669,5 g, respectivamente. No cultivo de alface, cultivares Regina e Elisa, Andrade Júnior et al. (2005) verificaram que a cobertura morta com casca de café resultou na produção de plantas com maior peso, em relação a casca de arroz, capim brachiária seco, plástico preto e o solo sem cobertura. Por outro lado, Silva et al. (2004) não encontraram diferença entre as coberturas mortas casca de café, palha de capim, bagaço de cana e a testemunha quanto ao peso fresco de plantas de alface, cultivares Vitória de Verão e Grand Rapids. Resultado semelhante foi observado por Carvalho et al. (2005), que também não verificaram diferença no peso fresco de plantas de alface, cultivar Regina 2000, cultivadas sob as coberturas mortas capim, palha de arroz, palha de café e serragem.

As coberturas mortas capim brachiária, serragem de madeira e casca de arroz proporcionaram o desenvolvimento de plantas de alface com maior diâmetro, com médias de 43,58 cm, 42,31 cm e 41,79 cm, respectivamente (Tabela 1). Esses resultados discordam dos obtidos por Andrade Júnior et al. (2005) que não verificaram diferença no diâmetro de plantas de alface cultivadas sob as coberturas casca de arroz, capim brachiária, plástico preto e do solo sem cobertura, que foram inferiores a cobertura com casca de café.

Para as condições em que foi desenvolvido o presente trabalho, concluiu-se que as coberturas mortas serragem de madeira e palha de milho mostraram-se mais eficientes na produção de alface crespa, cultivar Cinderela.

LITERATURA CITADA

ALVES AGC; COGO NP; LEVIEN R. 1995. Relações da erosão do solo com a persistência da cobertura vegetal morta. Revista Brasileira de Ciência do Solo 19: 127-132.

ANDRADE JÚNIOR VC de; YURI JE; NUNES UR; PIMENTA FL; MATOS C de SM de; FLORIO FC de A; MADEIRA DM. 2005. Emprego de tipos de cobertura de canteiro no cultivo da alface. Horticultura Brasileira 23: 899-903.

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ANDREANI JUNIOR R; GALBIATI NETO P. 2003. Avaliação da influência de coberturas mortas sobre o desenvolvimento da cultura da alface na região de Fernandópolis-SP. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA, 43. Resumos... Recife: SOB (CD-ROM).

ANDREANI JUNIOR R; MARTINS DC. 2002. Avaliação de cultivares de alface (Lactuca sativa L.) para plantio na primavera-verão na região de Fernandópolis-SP. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA, 42. Resumos... Uberlândia: SOB (CD-ROM).

BRAGAGNOLO N; MIELNICZUK J. 1990. Cobertura do solo por palha de trigo e seu relacionamento com a temperatura e umidade do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo 14: 369-374.

CARVALHO JE. de; ZANELLA F; MOTA JH; LIMA AL da S. 2005. Cobertura morta do solo no cultivo de alface Cv. Regina 2000, em Ji-Paraná/RO. Ciência e Agrotecnologia 29: 935-939.

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MALUF LEJ; MADEIRA NR; BIGUZZI FA; DARIOLLI L; SANTOS FHV; GOMES LAA. 2004. Avaliação de cultivares de alface americana em diferentes tipos de cobertura do solo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA, 44. Resumos... Campo Grande: SOB (CD-ROM).

RESENDE FV; SOUZA LS de; OLIVEIRA PSR de; GUALBERTO R. 2005. Uso de cobertura morta vegetal no controle da umidade e temperatura do solo, na incidência de plantas invasoras e na produção de cenoura em cultivo de verão. Ciência e Agrotecnologia 29: 100-105.

SALVETTI MG. 1983. O polietileno na agropecuária brasileira. Porto Alegre: Pelotti. 154p. SETUBAL JW; SILVA AR. 1992. Avaliação do comportamento de alface de verão em

condições de calor no município de Teresina-PI. Teresina: UFPI. 17p.

SILVA JCG da; REBOUÇAS TNH; TORRES CAS; DIAS NO; SOUZA IVB. 2004. Influência da cobertura morta em duas cultivares de alface em Vitória da Conquista-BA. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA, 44. Resumos... Campo Grande: SOB (CD-ROM).

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Tabela 1. Produção total (PT), produção comercial (PC), rendimento de colheita (RC), peso fresco comercial (PFC) e diâmetro da planta (DP) de alface, em função das coberturas mortas do solo (Total production, commercial production, harvest yields, commercial fresh weight and plant diameter of lettuce, in relation to soil mulching). Várzea Grande-MT. UNIVAG, 2007.

Coberturas mortas PT (t.ha-1) PC (t.ha-1) RC (%) PFC (g.planta-1) DP (cm) Serragem de madeira 64,82 a 59,56 a 91,92 a 531,78 a 42,31 a Palha de milho 62,47 a 55,95 b 89,65 a 499,58 b 38,50 b Grama seca 59,22 b 52,67 c 88,94 a 470,28 c 38,72 b Casca de arroz 58,20 b 52,90 c 90,91 a 472,34 c 41,79 a Capim brachiária 52,58 c 48,86 d 92,94 a 436,27 d 43,58 a Capim elefante 49,65 c 45,57 e 91,86 a 406,83 e 39,72 b Capim panicum 49,16 c 45,17 e 91,91 a 403,33 e 38,44 b

Ausência de cobertura morta 43,15 d 38,87 f 90,11 a 347,08 f 35,01 c

CV (%) 4,41 3,56 2,26 3,56 4,14

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. (Means value followed by the same letters in column are not different at the 5% level of probability according to Scott-Knott test).

Referências

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