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CONSELHO GESTOR DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MUNICIPAL DO CAPIVARI-MONOS CORPO EXECUTIVO

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Academic year: 2021

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Relatório e parecer do grupo de trabalho do conselho gestor da

área de proteção ambiental municipal do Capivari-Monos.

Empreendimento

Pátio de cruzamento ferroviário - Represa Billings.

Empreendedor

ALL América Latina Logística.

Membros do Grupo de Trabalho Anita Correia de Souza – SVMA/DUC. Dilmara Veríssimo de Souza – SABESP. Eusílio Giovannetti Netto – SVMA/NGDS. Marcelo Cardoso – Instituto Socioambiental/ISA. Maria Lucia Cirillo - ACOEMA.

Maria Lucia Ramos Bellenzani – SVMA. Rita de Cássia Martins Gouveia – SABESP. I. Introdução

1. Considerando que o Instituto Brasileiro Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA solicitou por meio do ofício 9/2007/COTRA/CGTMO/DILIC/IBAMA (ANEXO XX), anuência do Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental Municipal de São Paulo do Capivari-Monos a implementação do pátio de cruzamento da ferrovia denominado “Represa Billings”, localizado em Engenheiro Marsilac.

2. Considerando que a Divisão de Unidades de Conservação e Proteção da Biodiversidade da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente do Município de São Paulo, solicitou a manifestação do Conselho Gestor acerca do empreendimento em pauta.

3. Considerando que foi encaminhado ao Conselho Gestor o ofício XXX da

Associação Comunitária de Engenheiro Marsilac e Adjacências – ACOEMA (ANEXO XX) que é representante titular das associações de moradores do distrito de Marsilac no Conselho da APA, o qual relata os transtornos causados à comunidade pela operação do pátio de cruzamento da ferrovia já instalado e em funcionamento, e que vem causando excessivo ruído e trepidação provocados pelos trens que ficam estacionados por horas na área de ampliação.

4. Considerando que a vila de Engenheiro Marsilac, lindeira e diretamente

afetada pelo empreendimento, é enquadrada como Zona de Interesse Turístico, Histórico e Cultural – ZITHC – pelo Zoneamento Geo-Ambiental da APA (Lei Municipal nº 13.706/2004).

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5. Considerando que a vila de Engenheiro Marsilac não é uma ocupação

irregular, mas sim uma área de singular importância histórica enquadrada como Centralidade e Zona de Proteção ao Patrimônio Cultural – ZEPEC – no Plano Diretor Regional da Subprefeitura de Parelheiros (Lei Municipal nº 13.885/2004).

6. Considerando relatado sobre a situação vivida pela população em

Engenheiro Marsilac, entregue pela ACOEMA no dia 04/07/2007 na reunião ordinária do Conselho da APA Capivari Monos.

7. Considerando que a APA Capivari-Monos é uma unidade de conservação de

uso sustentável e que, dentre os objetivos expressos na lei de sua criação (Lei Municipal nº 13.136/2001) está, além da proteção aos recursos hídricos e à biodiversidade, a melhoria da qualidade de vida da população.

II. Contextualização

O empreendedor América Latina Logística – ALL – compareceu à reunião ordinária do Conselho Gestor realizada em 02 de maio do corrente ano e apresentou brevemente o empreendimento aos conselheiros.

Com o apresentado pelo empreendedor e os considerandos expostos neste documento, o Conselho da APA deliberou a criação do presente grupo de trabalho para analisar o empreendimento em tela, assim como para a produção de um relatório e de um parecer, a serem encaminhados à plenária do Conselho para deliberação.

Este grupo de trabalho reuniu-se no dia 07 de maio do corrente ano, em Engenheiro Marsilac, e considerou que a apresentação realizada pelo empreendedor e as informações dele disponibilizadas, não foram suficientes para esclarecer o projeto de ampliação da malha ferroviária. Assim, o grupo formulou um rol de questões que foram encaminhados ao empreendedor através do ofício nº XX/2007(ANEXO XX).

Além das questões formuladas para melhor entender a proposta apresentada pelo empreendedor, o grupo de trabalho decidiu solicitar documentos adicionais a ALL, ao IBAMA e ao DAIA/SMA, o que foi feito pelos ofícios 055/2007, 056/2007 e 057/2007 (ANEXO XX), respectivamente. A ALL protocolizou os documentos e as respostas aos questionamentos solicitados pelo grupo, na SVMA no dia 13/06/2007.

Em 27 de junho do corrente ano, o grupo realizou vistoria no pátio de manobra e no trecho da ferrovia compreendido entre Engenheiro Marsilac e Evangelista de Souza, acompanhado pelo engenheiro José Ricardo Scheuerman da ALL. Após este trabalho de campo passou-se a elaboração deste relatório e parecer. A seguir, são destacados alguns fatos importantes que foram encontrados no processo de análise do empreendimento em questão.

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Os documentos encaminhados pelo empreendedor responderam parcialmente ao solicitado, restando ainda algumas lacunas, considerações e argüições que devem ser feitas, tais como:

1. Sobre as justificativas da ampliação e modernização da ferrovia.

Analisando-se as justificativas de ampliação da ferrovia feita pelo empreendedor, ficou clara a necessidade de estudos mais detalhados sobre os impactos

causados pela duplicação da ferrovia na região de mata nativa e no núcleo

urbanode Engenheiro Marsilac.

Está afirmativa é feita com base nos números apresentados pela empresa, que aponta para o aumento do uso da ferrovia no escoamento principalmente da produção agrícola do interior do país e do plano de crescimento para 2008.

2. Sobre alternativas locacionais para o pátio.

Neste tópico o empreendedor justifica a necessidade da implementação do pátio “previsto” no local do projeto, por este já ter sido linha dupla no passado e desativada. Não foi apresentada uma justificativa que fosse conclusiva quanto à localização do pátio. O empreendedor justifica a alternativa locacional escolhida apenas por situar-se a meia distância entre os pátios já existentes em Cipó e em Evangelista de Souza, desconsiderando os impactos que ocorrerão à vila de Engenheiro Marsilac e sua população.

O projeto do pátio incluiu uma mudança na localização do mesmo. Tal solicitação foi feita pelo IBAMA, segundo o empreendedor, para assegurar a passagem de automóveis. Causa estranheza tal solicitação, pois atende aos interesses de uma ocupação irregular, objeto dos processos 2002.0.266.375 e 2002.0.266.387-2 da SVMA, ocupação situada em Zona de Vida Silvestre conforme o supracitado Zoneamento Geo-Ambiental da APA. Em nenhum momento o Conselho Gestor foi chamado a manifestar-se sobre essa mudança locacional. De acordo com os croquis apresentados pelo empreendedor, a área irregularmente ocupada pertence à antiga RRFSA.

Em vistoria na área o grupo de trabalho verificou que as justificativas apresentadas pelo empreendedor não são suficientes para garantir a implementação do pátio de cruzamento e manobra de Engenheiro Marsilac. A melhor justificativa que pode ser constatada é que as chamadas obras “previstas” já foram concluídas e

implementadas.

Na verdade o empreendedor vem solicitar ao Conselho e aos demais órgãos públicos apenas a constatação de um fato. A ampliação e modernização do pátio de cruzamento ferroviário – Represa Billings já foi realizado e está em

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funcionamento, embora não existam licenças: prévia, de instalação e de

operação.

3. Sobre os PGR (Plano de Gerenciamento de Risco) e PAE (Plano de Ação de Emergência) com enfoque na APA Capivari-Mono.

O empreendedor entregou, em via eletrônica estudos dos trechos dos municípios de Campinas a Rubinéia, divisa com o Mato Grosso do Sul , mais ou menos 100 Km de distância da área em questão, se levarmos em conta apenas a cidade de Campinas.

No que diz respeito ao entorno da APA o empreendedor afirma que “já contratou empresa especializada para dar continuidade dos estudos de análise de risco entre Campinas e Santos” do trecho que já está em operação. Não apresentou prazo para entrega dos estudos, afirmando que fazem parte do licenciamento da ferrovia como um todo junto ao IBAMA, na sede do DF.

4. Estudo de nível de ruído.

Foi solicitada a apresentação do nível de ruído, produzido junto à Vila de Engenheiro Marsilac, mas na documentação entregue constavam os estudos realizados para Jales (aproximadamente 585 km da cidade de São Paulo). No qual o empreendedor fez apenas uma comparação entre as áreas de Jales e Marsilac, afirmando que estas se caracterizam em largura de faixa e se encontram em perímetro urbano.

IV. Conclusões

Entendemos que não cabe “anuência” do Conselho neste momento. O Conselho Gestor não tem informações nem subsídios técnicos suficientes para se pronunciar a respeito de um parecer definitivo sobre o empreendimento em questão.

Caberia pronunciamento deste Conselho antes das obras no âmbito do processo de licenciamento, que poderia sugerir mudanças ao projeto, inclusive locacionais. Assim, neste momento o Conselho encaminha as sugestões e considerações relacionadas abaixo:

1. Do Local

O grupo de trabalho entende que a localização do pátio de manobras é inadequado dados os impactos, em especial os decorrentes do ruído e trepidação, aos

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moradores de Engenheiro Marsilac. Esta é exatamente a única área urbana no trecho da ferrovia situado no interior da APA Capivari-Monos. Trata-se, porém, de fato consumado.

2. Das Ocupações

Na vistoria de campo foram constatadas ocupações irregulares, além das citadas, no trecho compreendido entre Engenheiro Marsilac e Evangelista de Souza. Tais ocupações utilizam como via de penetração a estrada de serviço existente. Não existe nenhum estudo sobre este impacto na região, que pode provocar adensamento populacional.

Com referência às ocupações objeto dos processos 2002.0.266.375 e 2002.0.266.387-2 no âmbito da SVMA, solicitamos ao empreendedor apresentação da situação jurídica destas áreas, explicando sobre sua propriedade.

Adicionalmente, entendemos que o empreendedor deve, desde já, cadastrar todas as ocupações, regulares e irregulares, existentes ao longo da ferrovia no território da APA e, com base neste cadastramento, elaborar uma alternativa de controle de passagem na estrada de serviço com a finalidade de coibir novas ocupações. 3. Do TAC

Da análise dos documentos apresentados, depreende-se que o pátio de cruzamento é parte de um projeto maior de ampliação de toda a malha ferroviária, em licenciamento no âmbito federal (IBAMA), ampliação esta que causará certamente impactos à Unidade de Conservação. Não podendo neste momento avaliar precisamente tais impactos já que o projeto esta sendo apresentado de forma fragmentada.

Entendemos ainda que, no licenciamento em curso do projeto integral de modernização da malha viária, devem ser incluídas compensações a APA, nos termos do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, e que a SVMA e o Conselho Gestor devem participar conclusivamente da definição de tais compensações.

No que se refere ao Pátio Represa Billings, trata-se de empreendimento já instalado e operante, sem licença, cabendo sim um Termo de Ajustamento de

Conduta - TAC que deverá ser construído a partir deste relatório entre os órgãos

licenciadores e o Conselho da APA Capivari-Monos.

Deverá o presente relatório ser encaminhado aos órgãos licenciadores do município (SVMA-DUC), estado (SMA–DAIA) e federal (IBAMA) para o conhecimento da presente manifestação do Conselho APA Capivari-Monos. Também será encaminhado ao Ministério Público Federal que possui inquérito civil público instaurado no âmbito de investigação da situação da modernização e ampliação do pátio de manobra da Represa Billings.

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Eu, Marcelo Cardoso, relator grupo de trabalho supracitado, encaminho para conhecimento, apreciação e devido encaminhamento do Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental Municipal do Capivari-Monos o presente relatório e parecer. Sem mais,

São Paulo, 04 de Julho de 2007.

Marcelo Cardoso

Relator Grupo de Trabalho

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