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Esquema de doping no atletismo envolve até presidente da Rússia

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Esquema de doping no atletismo

envolve até presidente da Rússia

O F E R E C I M E N T O

S E X TA - F E I R A , 1 5 D E J A N E I R O D E 2 0 1 6

€ 400 mi

é o quanto a organização da

Euro-2016 esperava ganhar com

os patrocinadores do torneio

N Ú M E R O D O D I A

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O esquema de acobertamento de doping da Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) chegou até ao presi-dente da Rússia, Vladimir Putin.

Essa é uma das histórias con-tadas pelo segundo relatório da Comissão Independente da Wada (Agência Mundial Antidoping) que investiga o escândalo de doping no atletismo.

“Esse é o momento de a Iaaf promover refor-mas”, afirmou Dick Pound, presidente da comissão e ex-mandatário da Wada, em entrevista realizada em Munique, na Alemanha.

O relatório diz que Huw Roberts, advogado da Iaaf, apresentou ao presidente Lamine Diack uma lista de nove atletas russos flagrados em exa-mes, mas cujos casos ainda não haviam sido resolvidos às véspe-ras do Mundial de Moscou-2013. “LD [sigla para Lamine Diack] explicou que estava em uma posição difícil, que só poderia

ser resolvida pelo presidente Putin, da Rússia, com quem tinha iniciado uma amizade”, afirma o documento. Os nove atletas não competiram em Moscou. No en-tanto, nenhum deles foi punido.

Para o relatório, era impossível que o Conselho da Iaaf “não per-cebesse a dimensão do problema

do doping e violação das regras”. A Interpol expediu mandado de prisão para Papa Massata Diack, filho de Lamine, que exercia o car-go de consultor de marketing da Iaaf antes de ser banido do espor-te. Ele é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. O pai já está

preso na França há dois meses. No relatório da Wada, Massata é citado por cobrar propina da russa Liliya Shobukhova e da turca Asli Cakir Alptekin. O primeiro caso já era público. Mas o pedido de suborno à campeã dos 1.500 m em Londres-2012 é novidade.

O dirigente chegou a pedir €

650 mil de propina, mas acertou um pagamento entre € 100 mil e € 250 mil. Semanas depois, Khalil, irmão de Massata, também pediu propina. Apesar de pagar a am-bos, Alptekin acabou sendo con-denada a oito anos de suspensão e perdeu a medalha olímpica.

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diretor de conteúdo da Máquina do Esporte

POR ADALBERTO LEISTER FILHO

diretor da conteúdo da Máquina do Esporte

Em maio, após avalanches de

de-núncias, prisão de dirigentes e

re-núncia de Joseph Blatter, a Fifa

mergulhou num lamaçal do qual

ainda não submergiu. Parecia que

nenhum esporte pudesse enfrentar

uma crise de imagem tão grave.

Parecia. Seis meses depois, o

atle-tismo conseguiu mostrar que o

lo-daçal na gestão pode ser ainda pior.

O ex-presidente Lamine Diack está

preso. Denúncias de tráfico de

influ-ência atingem seus dois filhos, sendo

um deles procurado pela Interpol.

Há mais de um ano, já alertava,

neste mesmo espaço, que o

escân-dalo do atletismo não tinha

prece-dente na história. Desde a

divulga-ção de documentário na TV alemã,

em dezembro de 2014, de que havia

uma política de acobertamento de

doping na entidade, a Iaaf foi

sen-do atolada por novas denúncias sen-do

gênero de tempos em tempos.

Mergulhado em toda essa

lama-ceira, a tarefa do atletismo na gestão

de crise é mais desafiadora do que a

da Fifa. O futebol terá a chance de

reconstruir sua imagem corporativa

com a eleição do novo presidente.

O atletismo, por sua vez, perdeu

credibilidade no que é mais caro no

esporte: seus valores. Mesmo com

a Rússia fora da Olimpíada do Rio,

algo que nunca aconteceu com

ne-nhum país ou esporte, será difícil

acreditar na lisura das pistas.

Para responder à crise, a Iaaf

po-deria implantar medidas radicais.

Uma delas é a revisão de sua

tabe-la de recordes, com marcas fictícias,

impossíveis de serem atingidas em

condições normais. Seria uma

res-posta contundente. Afinal, a

credi-bilidade do esporte está em jogo.

Por que a crise do atletismo

é pior do que a da Fifa?

Band refuta crise e diz procurar “melhor

resultado” com transmissão no futebol

POR DUDA LOPES

As mudanças na programação esportiva da Band são frutos de um planejamento para alcan-çar um melhor resultado no próximo ano. Após a Máquina do Esporte publicar reportagem sobre os motivos que levaram a emissora a deixar de transmitir a Copa do Brasil e o Estadual do Rio, a Band entrou em contato para negar a existên-cia de uma crise financeira na empresa e tentar justificar a decisão por retirar os dois torneios da grade de programação para o ano de 2016.

Em comunicado da empresa, a Band afirmou que as decisões que envolvem o futebol “focam prioritariamente o melhor resultado”, em refe-rência ao desempenho no Ibope das transmis-sões. A emissora qualifica Brasileirão e Paulistão como “inegáveis atrações nacionais”.

Dentro do esporte, há um redirecionamento dos investimentos, com maior atenção à Liga

dos Campeões da Europa e à Euro, que rendem “elevados índices de audiência”, segundo a Band. Além disso, a emissora reforça o foco nos Jogos

Olím-picos, que se-rão exibidos na TV aberta em conjunto com Globo e ainda Record. “As deci-sões relativas

ao futebol 2016 são decisões de programação”, disse a Band. Diferentemente do Campeonato Brasileiro e do Campeonato Paulista, em que a Band consegue bons índices, a Copa do Brasil e, principalmente, o Estadual do Rio, não têm apre-sentado resultados satisfatórios no Ibope.

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O grupo de mídia VICE e a Nike anunciaram uma parceria para criar, produzir e distribuir conte-údo voltado para o mundo dos esportes, com foco em matérias comportamentais e curiosidades sobre personalidades. A ação tem como objetivo explorar o esporte como estilo de vida para um público não-fanático por ele.

“O conteúdo de VICE Sports não será guiado pelos resultados e estatísticas. Aqui, os telespec-tadores e leitores terão acesso a histórias do esporte e seus perso-nagens que vão além dos cam-pos. Também daremos bastante ênfase ao esporte feminino, que a VICE acredita que deveria ter mais destaque na mídia”, explica Fernanda Negrini, diretora de conteúdo da VICE Brasil.

A proposta casa com o conceito que a Nike tem tentado passar antes da realização dos Jogos Olímpicos do Rio, que serão patrocinados pela marca. O mote da campanha da empresa é a expressão “Vem Junto”, em que pessoas comum se aliam a astros do esporte para a prática de ati-vidades físicas, bandeira que tem sido mundialmente defendida pela marca americana.

Entre as matérias que marcam a estreia da parceria da Nike com a empresa de mídia estão “A Luta de uma velocista para provar que ela é mulher”, que conta a história da indiana Dutee Chand, de 19 anos, que foi de futura me-dalhista olímpica a cobradora de trem, após ser impedida de com-petir por ter traços masculinos

e, segundo exames arbitrários, muita testosterona no corpo.

Além de produzir conteúdo proprietário que cobrirá diversas modalidades de esportes, no período que abrange a parceria com a Nike, a empresa também produzirá conteúdos da platafor-ma “Vem Junto” e o patrocínio a uma corrida de rua da Vice.

POR REDAÇÃO

Por comportamento no esporte,

Nike fecha com grupo de mídia

O Comitê de Ética da Fifa suspendeu o ex--presidente da Federação Chilena de Futebol e inspetor de candidaturas para as Copas de 2018 e 2022, Harold Mayne-Nicholls. Ele será banido por sete anos de qualquer atividade no futebol.

Segundo a Fifa, o dirigente não se manteve neutro durante o seu trabalho. A entidade diz que Nicholls recebeu favores pessoais numa das inspeções nos comitês de Copa do Mundo, o que comprometeria a escolha certa das sedes.

Entre os pedidos pessoais do dirigente que fo-ram realizados, foi citada a indicação de familiares em instituição ligada ao Comitê de Candidatura.

“Ao fazer os pedidos, o Sr. Mayne-Nicholls não agiu conforme os interesses da Fifa e ignorou sua responsabilidade como um oficial de alta patente da Fifa, alguém que era esperado para agir com o máximo de neutralidade e integridade”, afir-mou a entidade em um comunicado.

Mayne-Nicholls respondeu publicamente à de-cisão da Fifa por meio das redes sociais.

“Apelarei a todos os órgãos judiciais superio-res estabelecidos nos estatutos da Fifa e do TAS (Tribunal Arbitral do Esporte). Surpreende-me que a Fifa publique uma sanção que tem recursos pendentes”, afirmou o dirigente chileno.

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A cerimônia de entrega da Bola de Ouro realizada na última segunda-feira, em Zurique (Suíça), foi além da consagração esporti-va de Lionel Messi, que recebeu pela quinta vez o título de melhor jogador do mundo da Fifa.

O evento de gala da entidade que comanda o futebol mostrou ao mundo um Messi muito mais preocupado com o extracampo. Geralmente introspectivo e con-tido nas entrevistas, o atleta do Barcelona procurou demonstrar mais desenvoltura na conversa com jornalistas, atendeu aos fãs com mais naturalidade e acabou revelando traços carismáticos e até bom humor na premiação.

O novo comportamento do astro argentino se revela no dia a dia em Barcelona. Nos últimos dois anos, especialmente, houve uma mudança em Messi que re-fletiu diretamente nos negócios.

“Messi, de repente, teve de lidar com problemas adultos. Se tornou pai e enfrentou os ques-tionamentos sobre evasão fiscal. Foi uma mudança radical. Além disso, o Barcelona teve uma tran-sição de liderança, chegada de novos astros, e ele foi obrigado a se reinventar em todos os aspec-tos”, crê o jornalista argentino Leonardo Faccio, autor do livro “Messi – El Chico Que Siempre Llegaba Tarde” (“A Biografia de Lionel Messi”, em português);

Faccio refere-se à saída do téc-nico Pep Guardiola em 2013 e às entradas de Neymar e Luis Suárez no elenco do clube espanhol.

“O Neymar ainda é um menino, muito jovem. Mais adulto, Mes-si se viu no papel de protetor, padrinho. Além disso, eles são as principais estrelas de duas em-presas concorrentes. Neymar é Nike, enquanto Messi joga com a Adidas. De alguma forma, isso fez com que ele deixasse de ser um líder silencioso para fortalecer a sua marca”, destacou Faccio.

Se antes Messi rivalizava só com Cristiano Ronaldo nos negócios, agora o brasileiro passa a concor-rer pelos cachês das marcas. Aos 28 anos, o argentino soma par-ceiros: Adidas, Samsung, Turkish Airlines, Gillette, Ooredoo, Pepsi, Audemars Piguet, Heads &

Shoul-ders, EA Sports, e Space Scooters pagam US$ 22 milhões por ano.

O novo Messi tem tatuagens e interage com relativa frequência nas redes sociais. A foto desta página foi o “selfie” que ele fez para dar as boas vindas ao quinto troféu de melhor jogador que ganhou. Além disso, mais preo-cupado com a imagem, trocou a Dolce & Gabbana, responsável pelo espalhafatoso terno do Bola de Ouro nos outros anos pela sobriedade da italiana Armani.

“Há uma evolução, sobretudo, do Messi como pessoa. Ele está mais maduro, fala melhor nas poucas entrevistas que dá, tem se posicionado com mais clareza. Isso influencia a percepção dele sobre várias coisas”, completa Thiago Arantes, correspondente da ESPN Brasil em Barcelona.

POR PRISCILA BERTOZZI

Mais maduro, Messi assume

lado ‘marqueteiro’ no futebol

Referências

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