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Keywords: Reverse Logistics; Pesticides; empty containers. Introdução

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Implantação da Logística Reversa de Embalagens de Agrotóxico Vazias: Um Estudo em Uma Pequena Propriedade Rural do Noroeste Paulista

Cleiton Alves Lopes Centro Universitário de Jales - UNIJALES cleittonmap@gmail.com Marcelo Costa Crippa Centro Universitário de Jales - UNIJALES marcelo-crippa@hotmail.com Alexsandra Jardim Silva Alves Centro Universitário de Jales - UNIJALES alexsandraj@hotmail.com João Angelo Segantin Centro Universitário de Jales - UNIJALES joao-angelo@hotmail.com

Resumo

O presente artigo tem por objetivo desenvolver o processo de logística reversa das embalagens de agrotóxico vazias para uma pequena propriedade rural, localizada na Região Noroeste do Estado de São Paulo. A pesquisa analisou os fatores relevantes sobre a importância de um sistema de logística reversa de embalagens vazias de agrotóxicos, obtendo conhecimento da abrangência do tema em questão, promovendo a conscientização dos envolvidos, já que o agricultor é responsável pela destinação final das embalagens vazias por lei. O trabalho foi desenvolvido como um estudo de caso, tendo como principal resultado a proposta de um sistema simples de logística reversa, que atende a legislação e pode ser colocada em prática e em praticamente todas as pequenas propriedades rurais para o correto descarte das embalagens já utilizadas e inutilizadas.

Palavras-Chave: Logística Reversa; Agrotóxicos; Embalagens vazias.

Abstract

This article aims to develop the reverse logistics process of packaging of empty pesticide for a small rural property, located in the northwest region of São Paulo. The research analyzed the relevant factors on the importance of reverse logistics system of empty pesticide containers, obtaining knowledge of the scope of the issue at hand, raising awareness of those involved, since the farmer is responsible for the disposal of empty containers by law. The study was conducted as a case study, the main result of the proposal of a simple reverse logistics system that meets the legislation and can be put into practice and in virtually every small rural properties for the proper disposal of packaging already used and unutilized.

Keywords: Reverse Logistics; Pesticides; empty containers. Introdução

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A pesquisa realizada teve como foco principal mostrar os caminhos para os agricultores dos pequenos agricultores que se interessem em uma forma para que possam aderir às regulamentações e fazerem a correta armazenagem através dos métodos da logística reversa, inutilizando corretamente as embalagens de agrotóxico vazias para devolução, também mostrar quais os riscos que essa má gestão dos resíduos pode trazer a saúde de todos os envolvidos no processo.

A produção agrícola brasileira atingiu 209,5 milhões de toneladas em 2015, crescimento de 7,7%, segundo o IBGE. A alta do dólar favoreceu a exportação de commodities e os reflexos negativos da taxa de câmbio chegaram mais tarde, com a importação de insumos. Apesar da crise generalizada, o PIB agrícola foi o único que cresceu no país. Na ponta da cadeia agrícola, a devolução de embalagens de defensivos foi impactada no quarto trimestre, e o Sistema Campo Limpo (SCL) do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (INPEV) encerrou 2015 com estoques mais baixos. Entretanto, atentos ao cenário de instabilidade apontado desde o início do ano, focaram a produtividade, o fazer mais com menos, e cumpriram as meta de receber 45.500 toneladas de embalagens vazias, contabilizando 45.537 toneladas em dezembro de 2015 (INPEV, 2016).

GIL (1991) afirma que “nem todo problema é passível de tratamento cientifico, é preciso identificar o que é cientifico daquilo que não é. Um problema é de natureza cientifica quando envolver variáveis que podem ser tidas como testáveis”.

O problema deste consiste em identificar “Como deve ser o processo de logística reversa das embalagens de agrotóxico vazias da Pequena Propriedade Rural da Região Noroeste Paulista?”.

A implantação de um sistema de logística reversa na propriedade citada é relevante haja vista que a região possui predominância de pequenas propriedades focadas apenas na produção, não dando a devida atenção ao manejo das embalagens vazias dos agrotóxicos utilizados.

“O objetivo é um fim ao qual o trabalho se propõe a atingir. A pesquisa cientifica atingira seu objetivo se todas as suas fases, por mais difíceis e demoradas que sejam, forem vencidas e o pesquisador puder dar uma resposta ao problema formulado” (FACHIN, 2006).

Este tem como objetivo principal, desenvolver o processo de logística reversa das embalagens de agrotóxico vazias para pequenas propriedades rurais.

Para que seja possível atingir o objetivo proposto, foram delineados os seguintes objetivos específicos, que podem se entendidos como etapas a serem cumpridas. a) Identificar

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as principais responsabilidades do agricultor no processo de devolução das embalagens vazias; b) Analisar as práticas atuais, relativas às embalagens vazias de agrotóxico, que são utilizadas pela propriedade em questão; c) Desenvolver com base nas características da propriedade um processo de logística reversa das embalagens vazias de agrotóxicos.

Revisão Bibliográfica

Logística

O processo de logística esta diretamente interligada com a administração que permite realizar um trabalho eficiente e seguro, esse processo possibilita reduzir o tempo entre a criação e o objetivo final. Ela esta presente em todo processo de desenvolvimento, ao se planejar e controlar um processo, maximizar os lucros, diminuir os custos.

Como uma das mais antigas e inerentes atividades humanas na medida em que sua principal missão é disponibilizar bens e serviços gerados por uma sociedade, nos locais, no tempo, nas quantidades e na qualidade em que são necessários aos utilizadores. Embora, muitas vezes, seja decisiva em operações militares históricas, sua introdução como atividade empresarial tem sido gradativa ao longo da historia empresarial, de uma simples área de estocagem de materiais a uma área estratégica no atual cenário concorrencial. LEITE (2009, p. 02).

Logística Reversa

Para Leite (2003) a logística reversa é o estudo dos canais de distribuição reversos, uma nova área da logística empresarial, ainda mais recente, concentra se principalmente no exame dos fluxos reversos, ou seja, naqueles que fluem no sentido inverso ao da cadeia direta, a partir dos produtos descartados como pós-consumo ou dos produtos de pós-venda, visando agregar lhes valor de diversas naturezas, por meio da reintegração deles de seus componentes, ou materiais constituintes ao ciclo produtivo e de negócios.

A logística reversa gradativamente ganha importância econômica, legal, ambiental e de competitividade. As empresas acompanham e investem na gestão do ciclo de vida de seus produtos e serviços, posto que os avanços tecnológicos possibilitam o lançamento de novos produtos de forma ágil e constante, e, alem disso, essa mesma tecnologia permite que tais

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produtor tornem-se rapidamente obsoletos e descartáveis gerando de forma também crescente e desordenada grandes volumes de resíduos em seus diversos formatos: sólidos, líquido ou pastosos. TADEU (2013, p. 02).

A quantidade e variedades de produtos que entram no mercado, segundo Leite (2009, p. 219) exige o equacionamento eficiente do retorno de produtos de venda e pós-consumo, por meio da logística reversa. Este equacionamento contribui para a fidelização de clientes, fixação de imagem empresarial, demonstração de responsabilidade empresarial quanto à sustentabilidade ambiental, entre outros aspectos. A quantidade crescente de inserções sobre sustentabilidade na mídia em geral tem evidenciado a sua relação com a imagem e a reputação empresarial.

Insere-se o acentuado crescimento da logística reversa em todo mundo, tanto na área acadêmica como na empresarial, na medida em que ela pode contribuir de modo decisivo, estratégica e operacionalmente, com a recaptura de valor econômico; agregar valor de prestação de serviços; obedecer com eficiência às legislações; mitigar riscos ou reforçar a imagem empresarial, por meio da eliminação ou atenuação dos inibidores dos fluxos reversos. LEITE (2009, p. 219).

Essa preocupação em implantar a logística reversa em vários segmentos industriais cresceu no Brasil a partir da década de 1980, diante do enorme crescimento da quantidade de lixo nos centros urbanos, o que, por sua vez, tinha ligação direta com a proliferação de embalagens e produtos descartáveis. Segundo INPEV (2016), esse momento coincidiu ainda com o despertar da conscientização da sociedade brasileira quanto à necessidade de preservação ambiental, o que se refletiu na definição de novas políticas governamentais e também empresariais.

A logística reversa de embalagens e seus acessórios, portanto evidencia excelentes perspectivas de crescimento no mercado nacional, na medida em que os riscos e as oportunidades desses aspectos aqui comentados forem devidamente analisados pelas empresas interessadas. LEITE (2003, p. 240).

Logística reversa pós-consumo são produtos feitos com material reciclado já utilizado por um consumidor. Eles deixaram de ir para um aterro sanitário ou incineração, fechando assim o ciclo, o que é chamado de closed-loop (processo em que consiste o fechamento do circulo produtivo).

Os canais de distribuição reversos de bens de pós-consumo constituem-se nas diversas etapas de comercialização pelas quais fluem os resíduos industriais e os diferentes tipos de

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bens de utilidade ou seus materiais constituintes, até sua reintegração ao processo produtivo, por meio dos subsistemas de desmanche, reciclagem. LEITE (2003, p. 45).

O produto de pós-consumo, originado de produtos descartáveis ou de produtos duráveis sem condições de uso, independentemente da fonte primaria de origem, é caracterizado por se apresentar, com raras exceções, como um produto logístico heterogêneo em forma e em natureza, apresentando uma relação peso/volume e preço/peso muito baixa, sob a ótica logística, nas diversas etapas dos canais reversos (...). LEITE (2003, p. 188).

Quanto à origem dos produtos de pós-consumo, Leite (2003, p. 189) diz que, com exceção daqueles de pós-consumo duráveis em condições de uso, são as fontes primárias, ou seja, os resíduos residenciais, comerciais e industriais, a disponibilidade de bens industriais e de bens duráveis em geral para desmanche.

Essas diversas origens de pós-consumo são geograficamente dispersas nos centros urbanos, exigindo a primeira e talvez mais difícil etapa de revalorização logística, a etapa da coleta.

O fluxo reverso de bens de pós-venda para Leite (2009, p. 10) pode se originar de varias formas, por problemas de desempenho do produto ou por garantias comerciais; ao mesmo tempo, pode se originar em diferentes momentos da distribuição direta, ou seja, do consumidor final para o varejista ou entra membros da cadeia de distribuição direta.

Dentre os problemas de desempenho mais comuns, podem ser citados as avarias de transporte e os defeitos em garantia, enquanto os comerciais são os erros de pedido, a limpeza de canal nos elos da cadeia de distribuição, os excessos de estoques o fim de estações, o fim de vida comercial do produto, os estoques obsoletos, entre outros. LEITE (2009, p. 10).

A logística reversa de pós-venda conforme sugere Leite (2003, p. 18) deve, portanto, planejar, operar e controlar o fluxo de retorno dos produtos de pós-venda por motivos agrupados nas classificações garantia/qualidade, comerciais e substituição de componentes. Aqueles nas quais os produtos apresentam defeitos de fabricação ou de funcionamento (verdadeiros ou não) há avarias no produto ou na embalagem etc. Esses produtos poderão ser submetidos a consertos ou reformas que permitam que retornem ao mercado rimários ou a marcados diferenciados denominados secundários, agregando-lhes novamente valor comercial. LEITE (2003, p. 18).

Destaca-se a categorias de estoques, caracterizada pelo retorno de produtos devido a erros de expedição, excesso de estoques no canal de distribuição, mercadorias em consignação, liquidação de estação de vendas, pontas de estoque, etc., que retornam ao ciclo de negócios por meio de redistribuição em outros canais de vendas. LEITE (2003, p. 18).

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Decorre da substituição de componentes de bens duráveis e semiduráveis em manutenções e consertos ao longo de sua vida útil e que são remanufaturados, quando tecnicamente possível, e retornam ao mercado primário ou secundário ou são enviados a reciclagem ou para uma disposição final na impossibilidade de reaproveitamento. LEITE (2003, p. 19).

Figura 1 – Área de atuação e etapas reversas.

Fonte: Leite (2009, p. 19).

A figura 1 caracteriza o quão é importante o retorno das embalagens para reciclagem, sendo possível diminuir a quantidade de matéria prima diretamente ligada ao petróleo sendo em parte substituídas pelas matérias de origem reciclada, além de também livrar o ambiente de matérias com alta capacidade de contaminação como o plástico ou também seu conteúdo tóxico altamente contaminante em solo, rios, lençóis freáticos e também de animais e humanos.

Logística Reversa de Embalagens de Agrotóxicos

As diversas medidas sanitárias adotadas na defesa dos vegetais (agrotóxicos) exigem gerenciamento responsável devido aos riscos à saúde e ao meio ambiente que elas representam. Regulamentados por legislação específica, o transporte e a armazenagem desses produtos são cuidadosamente fiscalizados pelo governo federal. Em 1994, foram iniciadas as

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primeiras articulações para a adoção de uma legislação para tratar do tema do descarte de embalagens vazias de agrotóxicos (CARBONE, 2005).

A indústria de agrotóxicos é altamente regulamentada e o lançamento de cada produto exige apresentação de relatórios de pesquisa detalhados, contendo dados e informações para os órgãos federais – Ministérios da Saúde, Agricultura e Meio Ambiente , garantido que os mesmos são inócuos à saúde humana e ao meio ambiente.

Entretanto, segundo Carbone (2005), deve-se considerar que cuidados e instruções sobre o uso e o descarte responsável das embalagens vazias desses produtos pouco ajudam quando não existe uma consciência de preservação do meio ambiente. Antes da legislação, todo produto comercializado chegava às mãos do agricultor com uma bula que o orientava sobre como acondicionar essas embalagens no ambiente rural – o mais comum era o enterro, seguindo uma série de procedimentos técnicos pouco aplicados pelos agricultores, e a incineração. A organização logística do processo de destinação de embalagens vazias de fitossanitários é mostrada na Figura 2.

Figura 2 – Processo de logística reversa de embalagens vazias de agrotóxicos.

Fonte: INPEV 2016.

A devolução de embalagens vazias de agrotóxicos vem crescendo no país, pois se tornou obrigatória a partir de julho de 2002. Com isso, o Brasil já é o país que mais recolhe embalagens de defensivos agrícolas no mundo. A medida visa evitar que resíduos químicos retornem à natureza, assim como a reutilização inadequada do material. Sem o devido recolhimento, as embalagens são fontes perigosas de poluição ambiental podendo contaminar o solo, o lençol freático e ainda atingir diretamente a saúde humana.

Meio ambiente envolve todas as coisas vivas e não-vivas que ocorrem na terra, ou em alguma região dela, que afetam os ecossistemas e a vida dos seres humanos.

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De acordo com Sánchez (2008, p. 19 citado por Ley de Bases Del Medio Ambiente nº 19.300, de 3 de março de 1994, art. 2º, k) meio ambiente é:

O sistema global constituído por elementos naturais e artificiais de natureza física, química ou biológica, socioculturais e suas interações, em permanente modificação pela ação humana ou natural e que rege e condiciona a existência e desenvolvimento da vida em suas múltiplas manifestações.

O Impacto ambiental é descrito por Sánchez (2008, p. 29) segundo NBR ISSO 14.001: 2004, como qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, das atividades produtos ou serviços de uma organização.

A contaminação ambiental causada pelo uso de agrotóxicos tem gerado grandes preocupações quanto à utilização e a manipulação inadequada dos agrotóxicos. Com o grande aumento da população do mundo e de órgãos fiscalizadores para que haja um menor impacto ambiental, têm se levado em consideração avaliar o comportamento e o destino dessas substâncias utilizadas na produção de alimentos.

Segundo Mendes (2012, p. 26) um dos grandes motivos de perdas de agrotóxicos durante a produção agrícola é a deriva, que nada mais é tudo aquilo que não atinge o alvo de aplicação, geralmente causada por ventos no momento da aplicação dos produtos.

No país são vendidos por volta de 100 milhões de litros de agrotóxicos anualmente de acordo com Mendes (2012, p. 26), sendo que 300 mil litros permanecem nas embalagens, onde oferece riscos aos que manipulam e ao meio ambiente. Hoje com a prática da tríplice lavagem, muito conhecida no meio rural brasileiro, os restos cairiam para apenas meio litro.

Desenvolvimento Agrícola Sustentável

O novo modelo agrícola brasileiro, segundo relata Carbone (2005), uma grande quantidade de embalagens vazias acumulava-se nas propriedades rurais. A disposição final das mesmas era desconhecida, pois não havia fiscalização e, embora fosse inegável a propriedade dos agrotóxicos de assegurar a qualidade e a maior produção de alimentos, desde que usados corretamente, a intervenção governamental teve de ocorrer no sentido de se delimitar os processos ligados a esses produtos.

A banalidade do uso do termo sustentabilidade. De forma bem clara, os autores destacam determinados atores sociais que apóiam retoricamente a sustentabilidade, desfrutam do status de “ecologicamente correto” sem, contudo, incorporá-la de verdade em sua pratica. O ator social se beneficia, através dessa pratica imediatista, se distanciado da punição coletiva

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de rejeição aos contrários aos discursos socialmente corretos. Esse grupo é denominado free-riders discursivos. O free-rider é aquele que desfruta do bem coletivo eventualmente provido sem ter incorrido em qualquer custo para a sua obtenção. TADEU (2013, p. 162) citado por FONSECA & BURSZTYN (2009, p. 35).

Observa-se que o Brasil é um país de grande extensão de áreas agrícola e o seu consumo de agrotóxicos é bastante elevado, significando um número alto de embalagens utilizadas e, por conseguinte, a serem retornadas e recicladas. Na safra de 2013/2014, foram utilizados cerca de 1 bilhão de litros, o que gera uma média de 5 litros de agrotóxicos por habitante, de acordo com especialistas.

Embora haja esforços neste caminho sustentável, grande parte dos agricultores brasileiros insiste no desrespeito ao meio ambiente e não são responsáveis do ponto de vista legislativo e social.

Segundo INPEV (2016) cerca de 90% das embalagens recebidas seguiram para a reciclagem, e o restante, à incineração (Figura 3), opção adotada somente em casos de materiais flexíveis ou embalagens que acondicionam produtos não miscíveis em água ou, ainda, que não foram lavadas adequadamente pelos agricultores durante o preparo da calda do produto aplicado na lavoura.

Figura 3 – Embalagens destinadas por tonelada.

Fonte: INPEV (2016).

Sob o ponto de vista ambiental a indicação governamental inicial era para queimar ou enterrar as embalagens vazias de agrotóxicos e, muitas vezes, isso era descumprido, seja por abandono das mesmas no ambiente ou pelo descarte indevido em aterros e lixões. Como as

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embalagens vazias de agrotóxicos constituem potenciais fontes de contaminação, os danos ao meio ambiente seriam incalculáveis não fosse à mudança de postura, imposta legalmente, que seria adotada posteriormente.

Reciclagem é o canal reverso de revalorização, em que os materiais constituintes dos produtos descartados são extraídos industrialmente, transformando-se em matérias primas secundarias ou recicladas, que serão reincorporadas a fabricação de novos produtos. Para que essa reintegração se realize, são necessárias as etapas de coleta, seleção e preparação, reciclagem industrial e reintegração ao ciclo produtivo. LEITE (2003, p. 07).

No caso das embalagens vazias de agrotóxicos a maior parte do material que retorna ao sistema se torna matéria-prima para empresas recicladora, que produzem tubos para esgoto, embalagem de óleo lubrificante, cruzetas de postes de transmissão de energia, conduítes e dutos, entre outros produtos.

Sob a ótica da reciclagem e preservação do meio ambiente, alguns autores como Leite (2009) e Tadeu (2013) citam a logística reversa como logística verde. A indústria de latas de alumínio é notável no seu grande aproveitamento de matéria prima reciclada, tendo desenvolvido meios inovadores na coleta de latas descartadas.

Atualmente o Brasil é o segundo maior produtor de alimentos do mundo ficando apenas atrás dos Estados Unidos, mas é o primeiro em consumo de defensivos agrícolas, foram consumidos cerca de um bilhão de litros de agrotóxicos na safra de 2013/2014, ou seja, em média 5 litros de agrotóxicos para cada habitante, de acordo com especialistas (EBC, 2015), os resíduos iniciais são encontrados nas plantas, frutos e solo. Mas com o uso inconsciente que além de se tornar um gasto excessivo que encarece os tratos culturais e com o processo de lixiviação eles escorrem para córregos e lençóis freáticos contaminando assim fonte de água tornando elas impróprias para consumo.

Os agrotóxicos são constituídos por uma grande variedade de substâncias químicas ou produtos biológicos. São produtos desenvolvidos para matar, exterminar, combater, dificultar a vida (muitos atuam sobre processos específicos, como os reguladores do crescimento). Assim, por atuarem sobre processos vitais, em sua maioria, esses venenos têm ação sobre a constituição física e a saúde do ser humano. EPA (1985).

Os efeitos a saúde humana são classificadas como agudos, aqueles que são ocasionados após a exposição a concentrações de um ou mais agentes tóxicos capazes de causarem danos efetivos aparentes em um período de 2 a 24 horas após a primeira exposição, e os efeitos crônicos, aquele que são ocasionados após a exposição de um ou mais agentes tóxicos em baixas quantidades por um determinado tempo.

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Os efeitos agudos são aqueles mais visíveis, que aparecem durante ou a pós o contato da pessoa com o produto e apresentam características bem marcantes. No caso dos agrotóxicos, essas características podem ser espasmos musculares, convulsões, náuseas, desmaios, vômitos e dificuldades respiratórias (OPS, 1996). Os efeitos causados de uma exposição crônica podem se manifestarem dias, meses ou até anos após o uso ou contato com agrotóxicos, quase sempre eles são confundidos com outros distúrbios e não são relacionados aos agentes causadores.

Figura 4 – Efeitos dos Agrotóxicos.

Fonte: WHO, 1990; OPS/WHO, 1996 apud Peres, 1999.

O conjunto da legislação que norteia a destinação final das embalagens vazias de defensivos agrícolas segundo o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (INPEV, 2016) é:

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Lei nº 7802, de 11 de Julho de 1989 (com as

modificações da lei 9.974/00):

Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências;

Decreto nº 4.074, de 04 de janeiro de 2002

Regulamenta a Lei 7.802/89, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências;

Resolução CONAMA nº 334/2003

Dispõe sobre os requisitos e critérios técnicos mínimos necessários para o licenciamento ambiental de estabelecimentos destinados ao recebimento de embalagens de agrotóxicos e afins, vazias ou contendo resíduos.

Resolução ANTT 420/2004

Descaracteriza embalagens vazias de agrotóxicos como resíduo perigoso para efeito de transporte em todo o país, desde que submetidas a processos de lavagem.

Lei nº 12.305, de 2 de

AGOSTO de 2010 Dispõe Política Nacional de Resíduos Sólidos. Fonte: Adaptado de INPEV, (2016).

Tríplice Lavagem ou Lavagem sobe Pressão

Após serem esvaziadas, as embalagens rígidas de agrotóxicos normalmente retém quantidades variáveis de produto no seu interior, de acordo com a superfície interna, formato e a formulação. A quantidade média de sobras no interior de uma embalagem é de aproximadamente 0,3% do volume da embalagem após o esvaziamento, conforme dados de trabalhos científicos realizados em laboratório (ANDEF, 2000).

A tríplice lavagem consiste em: a) Esvaziar completamente a embalagem no tanque do pulverizador; b) Adicionar água limpa à embalagem até 1/4 do seu volume; c) Tampar a embalagem e agitar por 30 segundos; d) Despejar a calda dentro do pulverizador; e) Fazer esta operação três vezes e; f) Inutilizar a embalagem plástica ou metálica, perfurando o fundo. Já o processo de lavagem sobre pressão é feito em pulverizadores modernos que já tem acoplado um sistema de enxague que usa a pressão da própria bomba para lavar a embalagem enquanto o resíduo que sobre já é recolhido para dentro do pulverizador.

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O processo de lavagem sobre pressão só pode ser realizado em pulverizadores com acessórios adaptados para esta finalidade, da seguinte forma: a) Encaixando a embalagem vazia no local apropriado do funil instalado no pulverizador; b) Acionando a alavanca para liberar o jato de água; c) Direcionando o jato d'água para todas as paredes internas da embalagem por 30 segundos; d) A calda da lavagem é automaticamente transferida para o interior do tanque pulverizador.

Metodologia

A presente pesquisa foi desenvolvida na região Noroeste Paulista. Grande parte da economia regional é baseada na produção agrícola caracterizada pelas culturas anuais e pela criação de aves e suínos.

As atividades deste trabalho foram divididas em duas etapas, sendo que na primeira foi realizado um levantamento bibliográfico com o objetivo de amadurecer ou aprofundar o problema de pesquisa, através de livros, artigos, sites, dissertações, revistas especializadas e outros que tratam do tema abordado.

Este método é caracterizado por ser um estudo intensivo. No método do estudo de caso, leva-se em consideração, principalmente, a compreensão, como um todo, do assunto investigado. Todos os aspectos do caso são investigados. Quando o estudo é intensivo, podem até aparecer relações que, de outra forma, não seriam descobertas (FACHIN, 2006).

A segunda parte foi à realização de uma entrevista com o agricultor, fazendo um levantamento das informações sobre a logística de descarte realizada nas embalagens vazias de agrotóxicos em sua propriedade, buscando identificar se existia algum processo em andamento, os benefícios e se precisaria ser melhorado.

Foi identificado na entrevista que o agricultor possuía o conhecimento de que era necessária a correta armazenagem dos produtos, seguindo algumas especificações como as de armazenamento em local fechado com porta e longe do alcance de crianças e animais e que as embalagens vazias deviam passar por um processo de lavagem, com as informações adquiridas passamos então a montagem de um projeto que trazia as informações do que seria necessário ser feito para que pudessem ser adequar o espaço que o agricultor tinha para essa finalidade, e qual seriam os processos para fazer de fato com que as embalagens fossem inutilizadas de forma correta para que pudessem ser devolvidas até o posto de coleta.

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Este trabalho foi realizado para servir de base de ações para que os agricultores possam utilizar em qualquer propriedade rural, sendo necessário adequar os espaços para a realidade local.

Desta forma fora registrado por meio de fotos, cada momento onde era feito uma ação, como era a organização, entre a segunda semana de maio e o fim do mês de junho, e as fotos das adequações foram tiradas após a fim do mês de junho. O processo de acompanhamento ainda ocorrera ate que todas as adequações estejam feitas de acordo com o que é pedido em lei.

Para melhor entendimento, convém mencionar que a literatura metodológica. Diz que, quando são investigados um ou mais casos, cada situação isolada é geralmente denominada caso, e o procedimento da apreciação, sem levar em consideração o número de casos, são denominados método do caso (FACHIN, 2006).

A opção pelo estudo de caso aconteceu, motivado por ser um estudo isolado de uma propriedade de pequeno porte que depois de receber uma notificação que poderia ser multada se não adequasse sua situação e que também deveria devolver as embalagens de produtos usados, pois seu histórico de devolução estava parado há alguns anos.

Os resultados obtidos após o término do levantamento teórico, foi de suma importância, deixando os envolvidos satisfeitos, de tal forma que os resultados obtidos podem utilizados como base para adequações em outras propriedades rurais.

Análise De Resultados

Com base na entrevista realizada com o proprietário do Sitio pesquisado e o registro fotográfico da situação atual foi possível identificar um sistema de descarte das embalagens vazias de agrotóxicos totalmente o inverso ao sugerido pela legislação brasileira.

Diante da situação encontrada o ideal é realizar um planejamento deste processo de logística, com base em informações adquiridas ao longo do curso e por meio de fontes secundarias. A propriedade possui área total de 10 hectares.

As fotos a seguir apresentam a situação atual encontrada ao vistoriar a propriedade, no mínimo alarmante, diversas embalagens vazias de agrotóxicos espalhadas por todos os cantos, inclusive a reutilização dessas embalagens para armazenar outros produtos.

A contaminação causada ao meio ambiente pelas embalagens vazias com restos de agrotóxicos aumenta ainda mais seu potencial de contaminação, uma vez que esses resíduos

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químicos tóxicos sofrem efeitos do sol e da chuva e podem migrar para o solo, contaminando as águas superficiais e subterrâneas.

O prazo estipulado pela legislação para devolução das embalagens vazias de agrotóxicos é de um ano após a compra ou seis meses após o vencimento da data de validade do produto.

O processo da logística reversa das embalagens vazias inicia-se com o agricultor, que tem a obrigação legal de efetuar, nas embalagens, uma tríplice lavagem ou lavagem com pressão.

Foto 1 – Situação Atual do Sítio

Fonte: Implantação da Logística Reversa de Embalagens de Agrotóxico Vazias: Um Estudo em uma Pequena Propriedade Rural do Noroeste Paulista, 2016.

A tríplice lavagem constitui em esvaziar completamente o conteúdo da embalagem no tanque do pulverizador, adicionar água limpa à embalagem até ¼ do seu volume, tampar bem a embalagem e agitá-la por aproximadamente 30 segundos, despejar a água de lavagem no tanque do pulverizador, repetir o mesmo procedimento mais duas vezes e após a lavagem, tampar e perfurar ou inutilizar a embalagem de forma a impedir a reutilização.

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A lavagem sob pressão é utilizada somente no caso de embalagens rígidas, como polietileno de alta densidade e metálicas, as quais representam 85% do material que circula no mercado. A vantagem do processo de lavagem é tornar a embalagem um lixo comum, devido à redução ou eliminação da contaminação, garantindo que o agricultor também ganhe nesse aspecto, uma vez que pode aproveitar cerca de 3% a mais do produto, que antes acabava como resíduo na embalagem.

Quanto àquelas flexíveis, como os sacos de papel, com camada de alumínio ou de polietileno de baixa densidade, que representam 15% do total de embalagens que circulam no mercado, por serem de difícil lavagem, têm como destino a incineração.

Foto 2 – Manuseio dos Agrotóxicos no Sítio

Fonte: Implantação da Logística Reversa de Embalagens de Agrotóxico Vazias: Um Estudo em uma Pequena Propriedade Rural do Noroeste Paulista, 2016.

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211 LOPES, Cleiton L. et al – Implantação da Logística Reversa de Embalagens de...

Fonte: Implantação da Logística Reversa de Embalagens de Agrotóxico Vazias: Um Estudo em uma Pequena Propriedade Rural do Noroeste Paulista, 2016.

Quanto à armazenagem dessas embalagens após o processo de lavagem não se tem muitas especificações, mais por garantia foi sugerido não deixá-las ao ar livre, procurar armazená-las em um local separado com o chão de concreto, junto com as embalagens flexíveis, até o dia de entregá-las. As embalagens devem ser entregues na unidade de recebimento indicada pelo revendedor na nota fiscal.

As embalagens jamais devem ser transportadas junto com pessoas, animais, alimentos, medicamentos ou dentro de veículos fechados, quando se tratar de embalagens não laváveis.

Foto 4 – Transporte das Embalagens Vazias de Agrotóxicos

Fonte: Implantação da Logística Reversa de Embalagens de Agrotóxico Vazias: Um Estudo em uma Pequena Propriedade Rural do Noroeste Paulista, 2016.

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212 LOPES, Cleiton L. et al – Implantação da Logística Reversa de Embalagens de...

O posto de recebimento é de responsabilidade dos revendedores dos agrotóxicos. Além disso, cabe a eles indicar, na nota fiscal, o endereço da unidade de recebimento mais próxima da propriedade do agricultor, orientando-o quanto à forma e prazo para a entrega.

As embalagens devolvidas pelo agricultor são inspecionadas, uma a uma, por funcionários treinados na unidade de recebimento, para comprovar as condições da devolução, lavadas e não lavadas, emitindo, após a verificação, um comprovante de entrega para fins de fiscalização.

Essas embalagens após recolhidas serão entregues a indústria, que tem obrigação legal de recolher as embalagens vazias devolvidas às unidades de recebimento e dar correto destino final (reciclagem ou incineração).

A legislação brasileira obriga o agricultor por lei a realizar grande parte destes procedimentos, com risco de multa em caso de não cumprimento das normas impostas, porem muitas vezes fica a critério do agricultor se vai ou não realizá-las por falta de conscientização e até mesmo fiscalização.

É possível notar que em grande parte das cidades do interior existe nitidamente a falta de incentivo dos órgãos responsáveis, que apesar de especificar o procedimento correto do descarte destas embalagens, não investem em buscar aprofundar o conhecimento do pequeno agricultor sobre um assunto que é de grande importância, através de palestras, cursos e incentivos, exceto as multas e punições.

No dia a dia o agricultor acaba se esquecendo deste processo e acaba executando tarefas que se fosse atrás de um planejamento de logística pouparia recursos e tempo, são pequenos atos que precisam ser mudados.

Este processo de logística das embalagens vazias de agrotóxicos depois de implantado na propriedade pesquisada, será um grande passo na conscientização desses pequenos agricultores, agregando valores e incentivando-os na procura de novos mecanismos para desenvolver esse trabalho que é de extrema importância social e ambiental.

Mesmo não tendo nenhum retorno financeiro com a devolução dessas embalagens vazias, o agricultor conquista o valor social, algo que para muitos tem um peso muito maior que qualquer valor financeiro, não visando somente o lucro, mas produzindo hoje sem prejudicar as gerações futuras.

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Esta pesquisa teve como objetivo conscientizar o pequeno agricultor, sobre o descarte correto das embalagens vazias de agrotóxicos utilizando o sistema de logística reversa e seus conceitos, apontando os passos para a elaboração e sua importância tanto social quanto ambiental dentro de uma propriedade rural, já que são os consumidores finais desses produtos e os responsáveis pela devolução das embalagens vazias.

Observa-se que atualmente existe uma grande preferência por parte da sociedade em empresas que são ecologicamente corretas, que fazer algo a mais pelo meio ambiente e em uma propriedade rural não é diferente, onde uma vez que é visto o esforço do agricultor pelo ecossistema terá mais exclusividade com seus produtos, vale ressaltar que a legislação vigente o obrigada através de multas o comprimento do descarte correto destas embalagens vazias. Assim podendo fazer desta situação um diferencial.

No último ano, 94% das embalagens foram devolvidas pelos agricultores, o restante das embalagens, geralmente, permanece nas propriedades de pequenos agricultores que não tem condições de devolvê-las nas unidades de recebimento.

Através dessas informações, apresentamos um projeto teórico de um sistema de logística reversa para o agricultor no descarte dessas embalagens vazias, com o intuito de preservar o meio ambiente e a saúde dos envolvidos, ficando de acordo com o que a lei pede, alem de manter o ambiente de trabalho organizado, aumentando sua credibilidade social. Toda pequena propriedade rural deveria se preocupar com um bom planejamento de logística, pois este procedimento se bem executado facilitara no processo de descarte das embalagens vazias.

Com base no levantamento apresentado nesta pesquisa, pode-se constatar que ainda existe uma grande falta de compromisso por parte dos pequenos agricultores no manejo correto das embalagens vazias de agrotóxicos utilizadas em sua propriedade, muitas vezes por falta de conscientização e até mesmo fiscalização dos órgãos responsáveis, é nítido que existem muitas dúvidas por parte dos agricultores referente ao que pode ou não ser devolvido e o que deve ser feito com as embalagens não laváveis.

Quadro 2 - Processo Logístico Sugerido

Recebimento e Estocagem de

Defensivos

Ao chegar na propriedade o descarregamento deve ser feito em local apropriado, arejado, após deve-se conferir os produtos do que está descriminado na Nota Fiscal e esta deve ser arquivada e o agricultor estoca de acordo com a finalidade do produto, ou seja, é separado o que é adubo, agrotóxico e ou fertilizantes foliares.

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Utilização e Lavagem

Assim que as embalagens são completamente esvaziadas elas devem passar pelo processo de lavagem e inutilização, além de serem armazenadas em local fechado conforme foi adequado, após a terceira ou quarta nota de entrada dos produtos, são é separadas as embalagens que necessitam de devolução.

Processo de Devolução

As embalagens são carregadas em uma pick-up e levadas ate o posto de coleta. As notas de compra são encaminhadas ao posto, juntamente com as respectivas embalagens vazias e suas tampas todas inutilizadas com furos.

Fonte: Implantação da Logística Reversa de Embalagens de Agrotóxico Vazias: Um Estudo em uma Pequena Propriedade Rural do Noroeste Paulista, 2016.

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Referências

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