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Aldo Dantas

Tásia Hortêncio de Lima Medeiros

Introdução à Ciência Geográfica

D I S C I P L I N A

A institucionalização da

Geografia no Brasil

Autores

aula

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Aula 13  Introdução à Ciência Geográfica

Copyright © 2008 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.

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Diagramadores

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Dantas, Aldo.

Introdução à ciência geográfica: geografia / Aldo Dantas, Tásia Hortêncio de Lima Medeiros. – Natal, RN : EDUFRN, 2008.

176 p.

1. Geografia – Brasil. 2. Geografia - teoria. 3. Geografia científica – Brasil. 4. Sociedade. 5. Prática pedagógica. I. Medeiros, Tásia Hortência de Lima. II. Título.

CDD 910 RN/UF/BCZM 2008/35 CDU 918.1

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Apresentação

N

esta aula, trataremos da institucionalização da Geografia científica no Brasil e a sua produção pelos institutos oficiais e universidades. Nesse sentido frisamos que antes da década de 1930, não se pode pensar em uma Geografia científica no Brasil, pois esta era apenas uma disciplina de ensino secundário, cujos conhecimentos interessavam a políticos, militares e comerciantes, que procuravam tirar algum proveito destes. Não existia uma Geografia autônoma e o conhecimento geográfico era produzido de forma dispersa e disponibilizado em ensaios genéricos. Somente após a criação da Universidade de São Paulo e da Universidade do Distrito Federal é que o ensino da Geografia passou a ser feito em nível superior, desdobrando-se para a formação de pesquisadores. A criação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), também na década de 1930, impulsionará a profissão de geógrafo e a sistematização de dados estatísticos que subsidiarão os processos de planejamento estatal. Uma outra instituição que contribuirá de forma definitiva para a afirmação da Geografia no Brasil é a Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB), fundada em 1934, em São Paulo, que toma corpo em nível nacional e, através dos seus congressos, serve de veículo de vulgarização da pesquisa científica em Geografia.

Objetivos

Compreender de que maneira a Geografia se institucionaliza no Brasil.

Diferenciar a Geografia produzida pelos institutos oficiais daquela produzida pelas universidades.

Compreender em que medida a AGB contribuiu para a afirmação da Geografia científica brasileira.

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Contexto geral

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Geografia no Brasil se institucionaliza na década de 1930 com a criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP), em 1934, e com a criação da Universidade do Distrito Federal (1935), atualmente Universidade Federal do Rio e Janeiro.

Também na década de 1930 é criado, no Rio de Janeiro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), composto de três conselhos – o de Geografia, o de Cartografia e o de Estatística. O IBGE tinha como objetivo primeiro desenvolver o conhecimento do território nacional através da racionalização de uma política de coleta de dados estatísticos que dariam suporte à administração pública. O IBGE, mesmo tendo contribuído para a formação de muitos professores para as universidades, é a primeira instituição a receber profissionais geógrafos voltados exclusivamente para a pesquisa.

Em 1934, Pierre Deffontaines funda, em São Paulo, a Associação dos Geógrafos do Brasil (AGB). Essa associação foi fundamental para o desenvolvimento da pesquisa geográfica no país.

Do ponto de vista teórico, a Geografia brasileira sofrerá grande influência, até a década de 1950, do pensamento da escola Francesa de Geografia (tema a ser discutido na aula 14 – Pierre Monbeig e a Geografia brasileira). Veja, em seguida, alguns elementos que contribuíram para a institucionalização da Geografia no Brasil.

A ação das universidades

N

o dia 25 de janeiro de 1934 é expedido o decreto de fundação da Universidade de São Paulo. A partir daquele momento, concretizava-se a idéia de uma congregação de grandes instituições de educação de ensino superior, que já existiam em São Paulo, sob a égide de uma unidade universitária comum. A esta congregação de unidades de diversos campos do conhecimento foi acrescida a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da qual fazia parte o curso de Geografia.

Para a montagem da Universidade e da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras foram convidados vários professores franceses. Na área de Geografia, a colaboração inicial foi dada pelo professor Pierre Deffontaines, que foi substituído em 1935 pelo professor Pierre Monbeig. Deffontaines vai para o Rio de Janeiro também com o propósito de montar, naquela cidade, o curso de Geografia.

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É a partir da criação da Universidade de São Paulo e especialmente de sua Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, logo, seguida pela criação da Universidade do Rio de Janeiro e pela fundação do AGB, sob a égide de Pierre Deffontaines, que se iniciou o processo de institucionalização da Geografia científica no Brasil.

O ensino da Geografia que vai ser implementado em São Paulo é aquele da boa tradição francesa, ou seja, um ensino vinculado à História e à Sociologia. Os dois professores franceses convidados para implementar a Geografia no Brasil davam maior ênfase à Geografia Humana e Regional; ao analisar as regiões, levavam em consideração os aspectos físicos, mas sobrepunham a estes os demográficos e os econômicos. Estudos de Pierre Deffontaines sobre o Brasil e de Pierre Monbeig, em ensaios e em teses, mostram bem a aplicação da doutrina lablachiana. É verdade que Monbeig, certamente influenciado por sólida cultura histórica, já na década de 1930, se preocupava com o papel desempenhado pelo capital na Geografia e já utilizava a classe social como categoria de análise.

Dispondo de maiores recursos e imprimindo um espírito mais comprometido com o ensino e a pesquisa, a Universidade de São Paulo (USP) desmembrou a cadeira de Geografia em disciplinas, que foram confiadas a professores nacionais e incentivou a produção de teses de doutoramento. A primeira tese de doutoramento em Geografia, defendida no Brasil, ocorreu em 1944, quando a professora Maria da Conceição Vicente de Carvalho apresentou um trabalho intitulado Santos e a Geografia Urbana do Litoral Paulista.

A USP desdobrou-se não só ampliando os seus cursos de graduação, ao formar bons mestres para o ensino médio, como também instituindo cursos de especialização e incentivou a criação do doutoramento.

Uma outra universidade que vai contribuir sobremaneira para a implantação da Geografia científica em nosso país é a Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, que teve também o seu corpo docente formado por professores estrangeiros, como Pierre Deffontaines e Francis Ruellan. O primeiro atuando na área da Geografia Humana e o segundo, na área da Geomorfologia, desenvolvendo e publicando estudos importantes para o Brasil. Além desses dois professores, teve a colaboração dos mestres brasileiros Victor Ribeiro Leuzinger, na área da Geomorfologia, e Josué de Castro, na área da Geografia Humana.

A Universidade do Brasil, por ter forte ligação com o IBGE, teve grande parte dos geógrafos recém-formados trabalhando neste instituto, o qual também recorria aos professores da Universidade para ministrar cursos de férias para professores de vários estados. Mestres estrangeiros que permaneceram por período relativamente longo no Brasil trabalharam simultaneamente nas duas instituições.

Nas outras áreas do país esse movimento se dá com menos intensidade em lugares onde já havia certa maturidade científica. Na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), um pequeno grupo de geógrafos desenvolveu estudos de Geomorfologia e de Geografia Agrária, ao mesmo tempo em que, em colaboração com o Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, realizou estudos sobre os problemas causados pelo lançamento do vinhoto nos

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rios. Na Universidade Federal da Bahia (UFBA), foram desenvolvidos estudos sobre a região cacaueira e sobre a cidade de Salvador, possibilitando, a partir de 1956, a vinda de mestres estrangeiros como Jean Tricart e a implantação do Laboratório de Geomorfologia e Estudos Regionais; na Universidade de Minas Gerais, com a colaboração de mestres franceses, desenvolveram-se estudos de Geografia Humana; e na Universidade do Paraná tiveram grande importância os estudos de Geomorfologia.

Em 1956, foi realizado o XVIII Congresso Internacional de Geografia, no Rio de Janeiro, onde grande número de professores e alunos compareceu e teve participação definitiva redigindo guias de excursão, apresentando teses e comunicações e participando de debates. Pode-se afirmar que a Geografia brasileira estava madura e que se encontrava apta a participar das grandes transformações que se processavam na sua natureza e na sua metodologia.

Entre os grandes benefícios trazidos à Geografia brasileira pelo XVII Congresso Internacional de Geografia, podem ser salientados os vários cursos ministrados pelos grandes mestres europeus e norte-americanos, em universidades brasileiras. O principal deles foi o curso de Altos Estudos Geográficos, coordenado por Hilgard Sterberg, na Universidade do Brasil, para quarenta professores assistentes de universidades brasileiras, procurando dar-lhes uma visão geral da situação em que se encontrava a ciência geográfica.

A importância do IBGE

E

sse primeiro momento de institucionalização da Geografia no Brasil, que, do ponto de vista político, foi atravessado pela presença de Getúlio Vargas no poder, teve, na criação do IBGE em 1937, um dos seus elementos constitutivos. A criação do IBGE foi um ato do Estado Novo, tendo o seu Conselho Nacional de Geografia (talvez o único órgão institucional de caráter geográfico diretamente ligado ao poder central de um Estado) logo aderido à União Geográfica Internacional.

Ligada a um caráter pragmático de subsídio político, a produção ibegeana de Geografia, em contraste com aquela da universidade, que acabara de ser implantada, revestiu-se de um caráter de comprometimento com o poder, o que fez com que a distinguisse como sendo uma “Geografia do Estado Novo”, passando posteriormente o epíteto à “oficial”.

O fato mais decisivo para que se lhe imputasse esse caráter foi aquele assumido pela necessidade de determinar as “divisões territoriais” do país.

Não será necessário insistir muito sobre o fato de que esse período esteve intimamente ligado à dependência externa. Embora esse caráter lhe possa ser imputado até hoje, nesse período de implantação, contudo, ela é mais direta, tanto na universidade quanto no organismo geográfico estatal. É uma verdadeira tutela.

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Numa época em que o trabalho de campo e a observação direta da natureza eram condições essenciais à Geografia, a influência de Léo Waibel (geógrafo alemão contratado pelo IBGE e especialista em geografia agrária) e Francis Ruellan (francês especialista em Geomorfologia, que trabalho na Universidade do Brasil e no IBGE) foi considerável. Nesse campo, também, a atuação dos dois foi bem distinta. Ruellan, quase um diretor de massas, desenvolvia seu trabalho sob disciplina militar, no qual os ensinamentos eram transmitidos hierarquicamente, através dos “chefes de grupo”. Waibel, atuando junto a uma elite, preocupava-se com o treinamento de uma observação objetiva e profundamente atenta aos fatos do campo, complementando-as por meio da ordenação sistemática e das discussões interpretativas muito cuidadosas, realizadas em seminários.

Embora sob influência direta desses mestres europeus, seria injusto afastar da formação geográfica desse período, a contribuição indireta que, dentro do panorama cultural de então, estudiosos brasileiros ofereceram à nossa formação. Desse período, destacam-se contribuições fundamentais, dadas em obras respeitadas (e exaltadas inclusive pelos próprios mestres europeus), como as de Caio Prado Junior, Roberto Simonsen, Sérgio Millet, Arthur Ramos, dentre outros.

Fundado em 1937, quando as faculdades de formação de geógrafos davam os primeiros passos, é natural que o novo instituto absorvesse, como geógrafos, pessoas de outras formações profissionais, mas que se interessavam pelos estudos geográficos, sobretudo os engenheiros civis; daí a colaboração dada por Teixeira de Freitas, Cristovam Leite de Castro e José Veríssimo. Incluiu em seus quadros jovens diplomados em Geografia pela Universidade do Distrito Federal, como Orlando Valverde e Eloísa de Carvalho, recebeu estudantes de Geografia como estagiários e trouxe professores estrangeiros para ministrar cursos e conferências e dirigir trabalhos de pesquisa de campo.

Para a formação de geógrafos no Brasil, o IBGE organizou duas publicações que tiveram a maior importância: o Boletim Geográfico, com 259 números editados, no período de 1943/78; [...] a Revista Brasileira de Geografia, ainda em circulação, onde são divulgados artigos de pesquisas, informações e resenhas de obras de interesse geográfico [...].

Com ele se criava a carreira do profissional da Geografia no país e se encaminhava o geógrafo para os trabalhos de planejamento. Também seria local de discussão de idéias e de métodos e ponto de apoio para os cursos de aperfeiçoamento ministrados anualmente, durante muito tempo, aos professores de ensino médio e superior de vários pontos do País (ANDRADE, 2006, p.140).

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A contribuição da AGB

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ierre Deffontaines funda em 1934 em São Paulo, mesmo ano de criação do curso de Geografia da USP, a Associação dos Geógrafos Brasileiros. Para a fundação da AGB, Deffontaines reúne um grupo de intelectuais que se interessava por questões geográficas, entre estes, estavam nomes como Caio Prado Júnior, Luiz Fernando Morais Rego e Rubens Borba de Morais.

O resultado desse primeiro encontro, realizado na Biblioteca Municipal de São Paulo, culminou com a imediata formação de uma revista intitulada Geografia, editada em apenas 8 números, saídos entre os anos de 1935 e 1936. A revista tratou fundamentalmente de temas paulistas. Com a transferência de Pierre Deffontaines para o Rio de Janeiro, a AGB passou a ser dirigida por Pierre Monbeig, seu sucessor na cadeira de Geografia, e se manteve durante cerca de dez anos como uma instituição paulista.

Nesse período, a AGB organizou grupos que participaram de congressos nacionais, promovidos pela antiga Sociedade Brasileira de Geografia, sediada no Rio de Janeiro.

A partir de 1944, os esforços e os constantes encontros entre os geógrafos de São Paulo e do Rio de Janeiro começam a dar à associação dimensões nacionais. A associação era composta inicialmente por sócios efetivos, geralmente geógrafos, os quais possuíam trabalhos publicados e que teriam influência na administração superior da associação, e sócios colaboradores, estudantes, pessoas interessadas em Geografia e iniciantes na profissão, de todos os estados.

Em função desses esforços, inicialmente entre São Paulo e Rio de Janeiro, a Associação começa a promover regularmente assembléias gerais em cidades, quase sempre de pequeno tamanho populacional, nas quais os sócios apresentavam trabalhos a serem debatidos e publicados nos Anais, quando aprovados pelos sócios efetivos, e realizavam pesquisas de campo, das quais eram redigidos relatórios preliminares, também a serem publicados. A primeira reunião científica ocorreu em Lorena, São Paulo, em 1946, e a ela sucederam-se reuniões anuais em várias cidades do Brasil até 1955. Em 1956, não houve reunião da associação em face do XVIII Congresso Internacional de Geografia, no Rio de Janeiro.

A grande contribuição da AGB ao desenvolvimento da Geografia brasileira, no período em estudo, decorre do fato de que ela reunia geógrafos de pontos diversos do País para debaterem temas e questões e realizar, em conjunto, trabalhos de pesquisa de campo; divulgava os métodos e técnicas e também os princípios dominantes nos centros mais adiantados. Ela difundiu métodos de trabalho numa época em que não havia cursos de pós-graduação em Geografia, contribuindo para consolidar a formação de geógrafos mais novos ou menos experientes. Realizando reuniões em pontos diversos do território nacional e fazendo pesquisas, a AGB deu ensejo para que se conhecessem melhor estas áreas e os seus problemas (ANDRADE, 2006, p.146).

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Sobretudo, o trabalho de campo se constituía, nessas reuniões, no principal elemento motivador e incentivador para os neófitos da Geografia.

Entre 1948 e 1955, vai existir um modo peculiar e inconfundível das reuniões da AGB. Sem muitos participantes, trabalhava-se ativamente em equipes no campo e na cidade hospedeira, numa verdadeira extensão do treinamento recebido dos colegas vindos de outras regiões. E o que era mais importante – um proveitoso debate de idéias a propósito das comunicações ali apresentadas – cultivou um espírito crítico infelizmente fadado a posterior declínio.

De que maneira a fundação da Universidade de São Paulo (USP) contribuiu para a implantação, institucionalização e consolidação da Geografia científica no Brasil?

Trace um paralelo entre a importância do IBGE e da AGB como elementos constitutivos da afirmação da Geografia científica no Brasil.

sua resposta

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Resumo

Leituras complementares

ASSOCIAÇÃO DOS GEÓGRAFOS BRASILEIROS. Boletim paulista de geografia: seção de São Paulo. São Paulo: AGB, n. 54, 1977.

______. Boletim paulista de geografia: seção de São Paulo. São Paulo: AGB, n. 60, 1982. ______. Boletim paulista de geografia: seção de São Paulo. São Paulo: AGB, n. 72, 1996. MORAES, Antonio Carlos R. Notas sobre identidade nacional e institucionalização de geografia no Brasil. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 4, n. 8, p.166-176, 1991.

Neste artigo, o autor defende a tese de que a institucionalização da Geografia no Brasil é fruto de sua formação colonial e do capitalismo hipertardio, em que a questão do estado e do seu território precede à formação da nação. Nesse sentido, seria necessário um discurso geográfico de legitimação da identidade nacional.

Esta aula trata do período de institucionalização da Geografia no Brasil. Toma como referência a criação da USP e da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, como elementos fundamentais para a institucionalização e consolidação da Geografia científica no Brasil. Toma também, como elementos complementares desse processo, mas não menos importantes, a criação do IBGE e da AGB.

Auto-avaliação

Após fazer uma releitura desta aula, elabore um pequeno texto mostrando a importância da criação das universidades para a implantação da Geografia científica no Brasil, como a Geografia das universidades se diferenciava daquela do IBGE e de que maneira a AGB vai contribuir para a disseminação do saber geográfico científico no Brasil.

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Referências

ANDRADE, Manuel Correia. Geografia, ciência da sociedade. Recife: Editora Universitária/ UFPE, 2006.

MONTEIRO, Carlos Augusto de Figueiredo. A Geografia no Brasil (13-1): avaliação e tendências. São Paulo: IGEO-USP, 1980. (Série Teses e Monografias, 37).

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Ementa

n Aldo Dantas

n Tásia Hortêncio de Lima Medeiros

A construção do conhecimento geográfico. A institucionalização da geografia como ciência. As escolas do pensamento geográfico. A relação sociedade/natureza na ciência geográfica. O pensamento geográfico e seu reflexo no ensino. A geografia brasileira. Atividades práticas voltadas para a aplicação no ensino.

Introdução à Ciência Geográfica

– GEOGRAFIA

Autores

Aulas 1º Semestre de 200  Impresso por: T exform Gráfica 01 O saber geográfico 02 A ação humana 03 A Geografia na Antiguidade 04 A Geografia na Idade Média 05 Os tempos modernos 06 Espaço e modernidade

07 A institucionalização da Geografia 08 A Geografia de Humboldt e Ritter 09 A Geografia ratzeliana e seu contexto 10 A Geografia vidaliana e o seu contexto 11 A abordagem regional vidaliana 12 Os movimentos de renovação

13 A institucionalização da Geografia no Brasil

14 O nascimento da Geografia científica no Brasil 15 Milton Santos: o filósofo da técnica

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