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Mapa de vulnerabilidade de desmatamento na sub-bacia hidrográfica rio Cochá em Minas Gerais

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Academic year: 2021

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Mapa de vulnerabilidade de desmatamento na sub-bacia hidrográfica rio Cochá em Minas Gerais

Tamara Azevedo Resende 1 Marcelo Dias Teixeira1

Allan Arantes Pereira2 FaustoWeimar Acerbi Junior1

Lucília Rezende Leite1 Aliny Aparecida dos Reis1

Pedro Resende Silva1 1

Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Caixa Postal 3037,37.200-000 – Lavras, Minas Gerais, Brasil.

tamara.resende@hotmail.com; mxdxtx@yahoo.com.br; fausto@dcf.ufla.br; lucilialeite2007@gmail.com; alinyreis@hotmail.com; pixo@hotmail.com 2

ifsuldeminas, CEP 37701-642 –Poços de Caldas, Minas Gerais, Brasil. aapflorestal@hotmail.com

Abstract. Given the high rate of deforestation in northern Minas Gerais, the article aims to generate a map of

vulnerability to deforestation in sub-basin of the river Cocha - SF9, classes represented by very low, low, medium, high and very high. The tool used was the weighted overlay (overlay Weighted) in ArcGIS application, knowing that the variables vegetation, slope and conservation unit, an image captured with the Shuttle Radar Topography Mission (SRTM). To obtain the weights used to the deforestation polygons in the period July 2009 to June 2010, which were superimposed on these variables in order to get the area cleared in each of these, so they can establish a scale of vulnerability. To validate the map polygons was used detected at a later date, which is related to July 2010 to June 2011. It was found that 48% of the cleared areas are at very high class, 37% up, 13% on average, 2% in low and no clearing in very low. It was noted that areas with savannah vegetation outside of protected areas with slopes less steep and are more vulnerable to deforestation. The elaboration of a vulnerability map is an important tool to be used in future studies of prevention.

Palavras-chave: classes, weighted overlay, variables, polygons, classes, sobreposição ponderada, variáveis,

polígonos.

1. Introdução

O mau uso dos recursos naturais, juntamente com o crescimento das cidades,e a poluição são alguns fatores que degradam a vegetação nativa de uma região, onde florestas naturais são substituídas por plantações, pastagens, cidades e estradas. As constantes modificações na cobertura florestal ocasionam importantes implicações quanto à perda de biodiversidade e outros usos ambientais, como aumento das emissões de gases que colaboram para o efeito estufa (Soares Filho et al., 2005).

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declividade menos acentuada (Resende et al., 2012). Dentro desta bacia, a sub-bacia com mais vegetação nativa é a sub-bacia hidrográfica rio Cochá.

O sensoriamento Remoto e os Sistemas de Informações Geográficas (SIG) tem sido cada vez mais utilizados em trabalhos para ajudar no planejamento de combate e prevenção para a determinação dos riscos de desmatamentos e queimadas. A partir do SIG são gerados os mapas de vulnerabilidade, proporcionando a tomada de algumas providencias como a limitação do acesso a locais de riscos (Resende et al., 2012).

Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi construir um mapa de suscetibilidade de desmatamento na sub-bacia hidrográfica do rio Cochá.

2. Metodologia 2.1 Área de Estudo

A região de estudo é a sub-bacia hidrográfica rio Cochá, que esta localizada no norte de Minas Gerais dentro da Bacia do Rio São Francisco, sua extensão territorial é de 3 115 000 hectares, é a segunda sub-bacia com maior porcentagem de vegetação nativa em Minas Gerais, onde prevalece o Cerrado sensu-stricto (Scolforo e Carvalho, 2006). O clima de acordo com a classificação climática de Thornthwaite é semi-árido com pouca variação de calor no decorrer do ano, (Coelho e Bastos, 1988). O relevo é caracterizado como predominantemente plano apresentando a ocorrência de chapadões, com altitudes variando de 500 a 700 metros (Bethonico, 2009).

A Sub-bacia abriga algumas Unidades de Conservação, sendo elas, de Proteção Integral: seis Parques, duas Reservas Biológicas e um Refúgio da Vida Silvestre; Uso Sustentável: quatro Áreas de Proteção Ambiental e uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável. Estas unidades compõe o Mosaico de áreas protegidas Sertão Veredas - Preuaçu (Lima, 2008) importante iniciativa governamental visando estabelecer políticas que integrem o desenvolvimento com a conservação ambiental.

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2.2 Análise das Variáveis

A base de dados empregada na elaboração do mapa de vulnerabilidade ao desmatamento compreendeu a classificação da Flora Nativa e dos Reflorestamentos do Estado de Minas Gerais (Carvalho e Scolforo, 2008), um modelo digital de elevação proveniente da missão SRTM (Shuttle Radar Topography Mission), a base de dados com os limites e informações da unidades de conservação presentes na sub-bacia do Rio Cochá (SF9). Além dos polígonos de desmatamento, detectados no período de julho de 2009 a junho de 2010 e de julho de 2010 a junho de 2011. A partir da obtenção da base de dados foram definidas três variáveis, sendo estas a vegetação, declividade e as unidades de conservação.

A classificação da vegetação nativa de Minas Gerais na área da sub-bacia apresenta as seguintes classes fisionômicas: Floresta estacional semidecidual sub montana, Floresta estacional semidecidual montana, Floresta estacional decidual sub montana, Floresta estacional decidual montana, Campo, Campo Cerrado, Cerrado, Vereda.

A declividade foi obtida através do processamento do modelo digital de elevação SRTM, apresentando as classes: Plano, Suave Ondulado, Ondulado, Forte Ondulado, Montanhoso (Rocha et al., 2011).

As Unidades de Conservação foram separadas pelo tipo de uso estabelecido pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), sendo as unidades de proteção integral, aquelas unidades destinadas a preservar a natureza, permitindo apenas o uso indireto dos seus recursos naturais e as de uso sustentável por sua vez tem como objetivo compatibilizar a conservação da natureza com uso sustentável dos recursos naturais (BRASIL, 2000). A partir da classificação do tipo de uso, obteve um raster da sub-bacia com valores correspondentes as unidades de proteção integral, de uso sustentável e onde não há a presença de Unidades de Conservação.

Posteriormente em cada classe presente nas variáveis foram reclassificadas em uma escala de importância, obtida através, da interseção dos polígonos de desmatamento de julho de 2009 a junho de 2010, verificando-se quais classes de cada variável obteve uma área maior de desmatamento.

2.3 Integração das Variáveis:

A partir da reclassificação das variáveis foram obtidos mapas de vulnerabilidade de cada uma, e através da ferramenta de sobreposição ponderada (Weighted overlay) no aplicativo ArcGis, gerou-se a vulnerabilidade de desmatamentos na área de estudo. Inicialmente atribui-se um grau de influência as variáveis de maneira que a soma destas sejam 100%. Após este processo houve a reclassificação classes de cada variável numa escala de 1 a 5 em números inteiros (Pereira et al.; 2011)

3. Resultados e Discussão

Para estabelecer a escala de vulnerabilidade, foi calculada a porcentagem da área desmatada no período de julho de 2009 a junho de 2010 dentro de cada variável, adquirindo-se assim uma escala que variou de baixa, média, alta e muito alta (Tabela 1).

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Tabela 1. Determinação da escala de vulnerabilidade. Variável/Classe Porcentagem Desmatamento 2009/2010 Escala Vulnerabilidade Vegetação

Floresta Estacional Semidecidual Sub Montana 0,37% Baixa

Floresta Estacional Semidecidual Montana 0,33% Baixa

Floresta Estacional Decidual Sub Montana 16,99% Alta

Floresta Estacional Decidual Montana 11,90% Alta

Campo 5,16% Média

Campo Cerrado 6,89% Média

Cerrado 57,83% Muito Alta

Vereda 0,54% Baixa

Declividade

Plano 0 - 3% 97,18% Muito Alta

Suave Ondulado 3 -8% 2,40% Média

Ondulado 8 - 20% 0,40% Baixa

Forte Ondulado 20 - 45% 0,02% Baixa

Montanhoso > 45% 0,00% Baixa

Unidade de Conservação

Proteção Integral 0,06% Baixa

Uso Sustentável 22,36% Alta

Fora das Unidades 77,57% Muito Alta

Estabelecida à escala de vulnerabilidade, constatou-se que áreas localizadas no cerrado, com declividade plana e fora das unidades de conservação, apresentaram maiores taxas de desmatamento, pois a declividade menos acentuada apresenta uma característica favorável para a transformação das áreas de vegetação nativa em agricultura, enquanto que locais com declividade mais acentuada estas atividades são inviabilizadas, devido às dificuldades de mecanização e manejo (Resende et al., 2012). Fora das unidades de conservação ha mais áreas desmatadas, pois as mesmas são importantes componentes da estratégia de controle do desmatamento, conforme a figura 3.

A sobreposição ponderada estabeleceu um peso de importância em porcentagem, sendo necessário que esses somem 100%, assim, vegetação com influência de 40%, declividade de 20% e unidade de conservação 40%.

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Figura 3. Mapa de vulnerabilidade ao desmatamento.

A fim de validar o mapa, fez-se uma intersecção dos polígonos de julho de 2010 a junho de 2011, com isso obteve-se a acurácia deste indicando que a maior parte das áreas desmatadas está na classe de vulnerabilidade muito alta, representando 48%, 37% em alta, 13% em média, 2% em baixa e não houve desmatamento em muito baixa, conforme a tabela 2.

Tabela 2. Porcentagem da área de vulnerabilidade em cada classe.

Muito Baixa Baixa Média Alta Muito Alta

0% 0,02% 13% 0,37% 0,48%

4. Conclusão

Constatou-se que áreas com a vegetação de cerrado, fora das unidades de conservação e com declividade menos acentuadas são mais vulneráveis ao desmatamento. Essa metodologia é uma importante ferramenta auxiliar na prevenção de desmatamentos.

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5. Agradecimentos

Os autores expressam seus sinceros agradecimentos à Fapemig pelo apoio financeiro.

6. Referências Bibliográficas

Bethonico, M.B.M. Rio Pandeiros: Território e História de uma área de Proteção Ambiental no Norte de Minas Gerais. Revista Acta Geográfica. v.3, n.5, p. 23 - 38, 2009.

BRASIL. Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000. Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências.

Coelho, I.G. D; Bastos, E.J.B. Classificação Climática: uma comparação entre critérios climáticos aplicados

a área mineira da SUDENE. In: V Congresso Brasileiro de Meteorologia. 1988, Rio de Janeiro. Anais.

Lima, N. Conservação no Cerrado, Território, Política Pública - Mosaico Sertão Veredas Peruaçu. 2008. 316 p. Dissertação (Doutorado em Geografia Humana) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Paulo.

Pereira, A. A.; Acerbi Júnior, F. W.; Oliveira, T. A.; Teixeira, M. D.; Nunes, A. C. M.; Scolforo, J. R. S. Zoneamento de risco de incêndios florestais no mosaico de unidades de conservação no norte de Minas Gerais. In: Seminário de Atualização em Sensoriamento Remoto e Sistemas de Informações Geográficas Aplicados à Engenharia Florestal, 10., Curitiba. Anais... São Jose dos Campos: INPE, 2005.

Resende, T. A.; Teixeira, M. D.; Pereira, A. A.; Silva, S. T.; Acerbi Junior, F. W.; Leite, L. R.; Reis, A. A.; Silva, P. R. Processo Analítico Hierárquico aplicado na construção de um mapa de suscetibilidade ao desflorestamento no norte de Minas Gerais. In: Seminário de Atualização em Sensoriamento Remoto e Sistemas de Informações Geográficas Aplicados à Engenharia Florestal, 10., Curitiba. Anais... São Jose dos Campos: INPE, 2005.

Rocha, G. F; Ferreira, L. G.; Ferreira, N. C; Ferreira, M. E. Detecção de desmatamentos no bioma cerrado entre 2002 e 2009: padrões, tendências e impactos. Revista Brasileira de Cartografia, v. 63, n. 03, p. 341-349, 2011. Scolforo, J. R.; Carvalho, L. M. T. Mapeamento e Inventário da Flora Nativa e dos Reflorestamentos Minas

Gerais. Lavras: Editora UFLA, 2006. 288p.

Soares Filho, S. B.; Nepstad, D. C.; Curran, L.; Cerqueira, G. C.; Garcia, R. A.; Ramos, C. A.; Voll, E.; McDonald, A.; Lefebvre, P.; Schlesinger, P.; McGrath, D. Cenários de desmatamento para a Amazônia. Estud.

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