AULA 04
31/03/2014
MARCO CIVIL DA INTERNET
As discussões começaram a partir de um texto elaborado em 2009 pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), uma entidade civil sem fins lucrativos formada pelo governo, acadêmicos, empresários e terceiro setor. Isso deu origem ao projeto 2126/11, conhecido como "Marco Civil da Internet“, que chegou à Câmara em 2011.
Os usuários de internet no Brasil têm direito a:
Inviolabilidade e sigilo de suas comunicações. Só ordens judiciais para fins de investigação criminal podem mudar isso;
Não suspensão de sua conexão, exceto em casos de não pagamento; Manutenção da qualidade contratada da sua conexão;
Informações claras nos contratos de prestação de serviços de operadoras de internet, o que inclui detalhes sobre proteção de dados pessoais;
Não fornecimento a terceiros sobre registros de conexão à internet.
Os provedores são obrigados a manter os registros de conexão sob sigilo em ambiente seguro por um ano.
O Marco Civil estabelece que a guarda de registros seja feita de forma anônima. Ou seja, os provedores poderão guardar o IP, nunca informações sobre o usuário.
Os usuários respondem pelo conteúdo que publicam. Defensores do projeto dizem que esse artigo é crucial por garantir a liberdade de expressão aos usuários da internet, já que ele acaba com a chamada censura privada, em que as empresas privadas decidiam, elas mesmas, se determinado material deveria ficar online ou não. Exceções para: pedofilia, racismo ou incitação à violência.
Entre os pontos retirados na versão final aprovada pela Câmara, está o fim da exigência dos chamados "data centres" no Brasil para armazenamento de dados. O Governo Brasileiro pretendia este armazenamento, principalmente depois das denúncias de espionagem estadunidense.
O projeto aprovado na Câmara proíbe totalmente os provedores de internet de vender planos que façam diferenciações no tráfego de dados ou que selecionem o conteúdo a ser acessado.
DEMOCRACIA NO BRASIL
A ideia dos BRICS foi formulada pelo economista-chefe da Goldman Sachs, Jim
O'Neil, em estudo de 2001, intitulado. Fixou-se como categoria da análise nos
meios econômico-financeiros, empresariais, acadêmicos e de comunicação.
Em 2006, o conceito deu origem a um agrupamento propriamente dito,
incorporado à política externa de Brasil, Rússia, Índia e China. Em 2011, por
ocasião da III Cúpula, a África do Sul passou a fazer parte do agrupamento, que
adotou a sigla BRICS.
Como agrupamento, o BRICS tem um caráter informal, portanto, BRICS NÃO SE
CONSTITUI COMO BLOCO ECONÔMICO.
Apesar de algumas semelhanças (grande população e extensão territorial, os
BRICS possuem grandes diferenças estruturais).
O PIB dos BRICS supera o dos EUA ou o da União Europeia.
Em 2003 os BRICs respondiam por 9% do PIB mundial. Em 2009, esse valor
aumentou para 14%.
A próxima Cúpula dos BRICS será em Fortaleza, no Brasil, em julho deste ano de
2014
(FGV 2013) Leia o seguinte texto:
O G7 não dispõe mais de condições para continuar a ser o diretório da economia mundial. Muitas de suas atribuições foram transferidas para o G20. Os emergentes adquiriram um peso maior nas decisões das instituições financeiras de Bretton Woods, na OMC, no debate sobre o clima, e, em breve, na ONU. Qual é a meta dessa corrida? Para alguns, substituir os poderosos de hoje; para outros, de modo mais realista, abrir as portas para um condomínio mundial mais representativo. Os BRICs têm boas credenciais para subir ao pódio dos vencedores na maratona do século.
(VELLOSO, J. P. dos R. (coord.) China, Índia e Brasil: o país na competição do século. Rio de Janeiro: José Olympio: INAE, 2011. p.44)
Compare os países que compõem BRICs, considerando: a) a matriz energética.
b) o peso demográfico
Matriz Energética: “entre os Brics, apenas o Brasil e a Rússia são ou beiram a independência de fatores externos. A Rússia por conta do petróleo abundante e o Brasil pela matriz energética mais limpa do mundo, com potencial hidrelétrico, solar e eólico maior do que as outras nações. Provavelmente também haverá um processo de autossuficiência no campo de extração de petróleo, o que tornará o Brasil uma potência energética mundial. Já China e Índia vão depender cada vez mais de fontes externas ou de projetos ainda não maturados de geração de energia.” (Fonte: Fecomércio)
Em 2013 os BRICS foram responsáveis pelo consumo de 35% de toda a energia primária no planeta. A China tem o maior consumo energético do mundo, atualmente 22% de toda a produção. A Rússia foi afetada severamente pela crise econômica mundial de 2008/09, mas continua sendo o terceiro maior consumidor, após China e Estados Unidos. A África do Sul também foi afetada pela crise, mas consome quase um terço da energia do continente, apesar de ter apenas 5% da população africana. (Fonte: IPEA)
Excetuando o Brasil, a matriz energética dos BRICS depende quase 90% de combustíveis fósseis. O carvão é a principal fonte de energia da China, Índia e África do Sul. (Fonte: IPEA)
Os BRICS têm soberania sobre mais de 40% do potencial hidrelétrico do planeta. O Brasil é referência mundial, pois 35% da energia que consome é produzida por hidrelétricas, assim como a grande maioria da eletricidade. A China passou a produzir mais energia hidrelétrica do que o Brasil em 2004, e desde então mais do que dobrou sua produção. Índia e Rússia também têm grande potencial hidrelétrico. (Fonte: IPEA)
Desenvolvimento de energias renováveis: biomassa, eólica etc.
População X Produção agrícola: “A Índia, com sua enorme população e agricultura pouco competitiva, não se parece em nada com o Brasil grande produtor de alimentos e com uma população em nível muito mais sustentável.” (Miriam Leitão, O Globo, 09/01/14)
Rússia, Índia e China são superpotências militares, ao contrário do Brasil, que não entrou na corrida armamentista. Por outro lado, o Brasil é um país exportador de produtos agropecuários, como soja, carne bovina e cana-de-açúcar, além de produzir combustíveis renováveis, entre os quais álcool e biodiesel. Fornece ainda matérias-primas essenciais aos países em desenvolvimento, como petróleo, aço e alumínio, e tem reservas naturais de água, fauna e flora.
A Rússia é importante fornecedora de hidrocarbonetos e também teria papel importante na exportação de mão de obra altamente qualificada e tecnologia de ponta. Já a Índia tem a maior média de crescimento entre os BRICS, devendo ficar atrás somente da China, e investe na profissionalização de sua população, com tradição nas ciências exatas. O estudo prevê que a China será a maior economia mundial em 2050, tendo como base seu acelerado crescimento econômico, com grande desenvolvimento nos setores de indústria e tecnologia.
Haveria, portanto, uma divisão de funções entre os BRICS, cabendo ao Brasil e a Rússia o papel de produtores de alimentos e de petróleo, além de fornecedores de matérias primas. A Índia e a China seriam os maiores responsáveis pelo fornecimento de serviços e manufatura, devido a sua concentração de mão de obra e tecnologia, respectivamente. A África do Sul representa a maior economia do continente africano. Com oferta abundante de recursos naturais, particularmente na área da mineração, tem bom desenvolvimento nos setores financeiro, jurídico, de comunicações, energia e transportes, além de uma bolsa de valores classificada entre as vinte melhores do mundo