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RELATÓRIO PARCIAL PARA AUXÍLIO DE PESQUISA

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Academic year: 2021

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RELATÓRIO PARCIAL PARA AUXÍLIO DE PESQUISA

Projeto Agrisus No:1924/16

Título da Pesquisa: EFEITO ALELOPÁTICO DO AZEVÉM NO MILHO Interessado ( Coordenador do Projeto): Prof. Dr. Clério Hickmann Instituição:

Universidade do Oeste de Santa Catarina – UNOESC Endereço: Rua Oiapoc, 211 – Bairro Agostini

CEP: 89900-000 Cidade: São Miguel do Oeste Estado: SC e-mail: clerioh@gmail.com

Local da Pesquisa: Unidade de São José do Cedro, SC Valor financiado pela Fundação Agrisus: R$10.000,00 Vigência do Projeto: 01/08/2016 a 01/07/2017

1. INTRODUÇÃO:

A prática da rotação de culturas é muito difundida no Sul do Brasil e proporciona a manutenção de um sistema agrícola sustentável, garantindo assim sua eficiência como principal componente no manejo de solos cultivados. O azevém cultivado no inverno e o milho em sucessão como cultura anual de primeira safra configura-se entre os sistemas de manejo bem consolidados na região do Extremo Oeste de Santa Catarina. Do azevém objetiva-se seu uso como forrageira de inverno na bovinocultura leiteira, ou cobertura verde, consorciado com a aveia preta (Avena strigosa Schreb.), no auxílio do manejo da conservação e fertilidade do solo. Com relação à cultura do milho, dois objetivos são almejados: confecção de volumoso na forma de silagem e produção de grãos.

A semeadura do milho sucedida ao cultivo do azevém na entressafra vem apresentando frequentes problemas de emergência e crescimento inicial, o que irá comprometer o rendimento final da cultura. O manejo da resteva do azevém necessita atenção especial nesse sistema de produção, pois libera substâncias químicas que podem influenciar na germinação e crescimento inicial das sementes da cultura seguinte, caso do milho. Essas substancias químicas, conhecidas na literatura como alelopáticas ou aleloquímicas, são resultado da síntese de metabólitos secundários (fenóis, terpenos e alcalóides) originários do metabolismo primário (carboidratos, ácidos graxos, lipídios e proteínas), específicos conforme a espécie de plantas. A forma de liberação destas substâncias no agroecossistema pode ocorrer na forma de lixiviação ou volatilização originários da parte aérea da planta, exsudação do sistema radicular e decomposição da planta.

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Dessa forma, busca-se compreender os efeitos que a resteva de azevém proporciona no milho cultivado em sucessão. Se esses efeitos influenciam no atraso ou limitam a germinação, emergência, desenvolvimento inicial e, por conseguinte, o rendimento de grãos da cultura. Aspectos de manejo como indefinição do intervalo (em dias) entre dessecação do azevém e semeadura do milho justificam a realização do presente estudo, pois informações registradas na literatura apontam correlações positivas entre efeitos nocivos da quantidade de biomassa presente na áreas e germinação e crescimento inicial no milho cultivado em sucessão.

2. MATERIAIS & MÉTODOS 2.1 Experimento de campo

O experimento de campo foi realizado na área experimental na UNOESC, unidade de São José do Cedro, SC.

Foi instalado um experimento em delineamento com blocos casualizados, com cinco repetições. A metodologia para implantação do experimento foi baseado conforme método descrito na literatura e mencionado mo projeto original.

Os tratamentos foram:

T0 - Semeadura no dia da dessecação (Controle);

T7 - Semeadura aos sete dias após a dessecação do azevém; T14 - Semeadura aos quatorze dias após a dessecação do azevém; T21 - Semeadura aos vinte e um dias após a dessecação do azevém; T28 - Semeadura aos vinte e oito dias após a dessecação do azevém.

Cada parcela foi constituída de sete linhas de plantio com 10 m cada, espaçadas de 45 cm, totalizando 70 m lineares por parcelas. Foram avaliadas 18 m lineares na área central da parcela, considerada de área útil.

O azevém foi semeado em julho/2016, em quantidade de 60 kg/ha. Após completar o ciclo, iniciou-se a dessecação das parcelas para instalação dos tratamentos. Foi utilizado o dessecante Gramoxil para dessecação. O primeiro tratamento foi instalado no dia 11/11/2016, que corresponde ao T5. Os outros tratamentos foram instalado (dessecados) a cada sete dias, a partir da instalação do T5, sendop o úttimo tratamento instalado 28 dia após o primeiro (T5).

Após essa data foi realizada a semeadura do milho nas parcelas. A semeadura foi realizada manualmente, com auxílio de equipamento específico conhecido como "pica-pau", que deposita uma semente por vez em profundidade pré-estabelecida de 5 cm. Foi estabelecida uma população final de 75 mil plantas/ ha.

Foram avaliados o percentual de emergência aos 25 dias após a semeadura (DAS), o estande final, a inserção da primeira espiga, a produtividade de grãos e o peso de mil grãos.

2.2 Experimento em laboratório

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descrito em literatura. Extratos em água foram obtidos com os resíduos do azevém coletados nas parcelas experimentais, na ocasião da instalação do experimento em campo. O objetivo foi repetir em laboratório os mesmos tratamentos aplicados no campo (0, 7, 14, 21 e 28 dias de dessecação antes da semeadura) e também avaliar tratamentos com diferentes concentrações desses extratos. O teste de germinação foi realizado em caixas gerbox, desinfetadas com hipoclorito de sódio a 20%. Os extratos foram submetidos em 20 sementes por parcela (tratamento), num total de 5 repetições. As concentrações estabelecidas foram: 0, 25, 50, 75 e 100% do extrato, sendo a concentração de 100% considerado a relação entre a massa de substrato (palhada): água destilada, na ordem de 1:10. Após aplicação dos tratamentos, as caixas gerbox foram acondicionadas em estufa durante oito dias, com temperatura controlada a 25 °C.

Foram avaliadas a percentagem de germinação das sementes e o comprimento das radícula e da parte aérea (coleóptilo), expostos com extratos extraídos durante 8 min e 24 h. Foi utilizada uma régua graduada em "mm" para mensurar as variáveis analizadas.

3. RESULTADOS E SUA DISCUSSÃO 3.1 Resultados obtidos

Tabela 1. Médias do comprimento (cm) da parte aérea de plântulas de milho nos períodos e concentrações de extratos estudados.

Trata- mentos*

Período de permanência/ Concentração do extrato

10 min 24 h

0% 25% 50% 75% 100% Médias 0% 25% 50% 75% 100% Médias T0 7,5b 7,7a 6,5a 7,1a 7,3a 7,2a 8,0a 6,9a 6,9b 7,5a 6,8a 7,2a T7 7,8a 7,0a 7,1a 7,0a 7,1a 7,2a 8,0a 7,0a 7,0b 7,2a 7,2a 7,3a T14 6,9b 6,7a 7,3a 7,0a 7,0a 6,9a 7,9a 7,1a 7,5a 7,3a 6,9a 7,4a T21 7,6a 6,4a 6,6a 6,8a 6,8a 6,9a 7,8a 7,4a 7,5a 7,0a 7,1a 7,3a T28 6,7b 7,1a 6,8a 7,0a 7,7a 7,1a 8,1a 6,8a 7,6a 7,5a 6,4a 7,3a Médias 7,3A 7,0B 6,8B 6,9B 7,2A - 8,0A 7,0C 7,3B 7,3B 6,8C - *T0: zero dias de dessecação antes da semeadura; T7: dessecação 7 dias antes da semeadura; T14: dessecação 14 dias antes da semeadura; T21: dessecação 21 dias antes da semeadura e T28: dessecação 28 dias antes da semeadura. Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si pelo teste Scott- Knott a 5% de significância.

Tabela 2. Médias do comprimento (cm) da radícula de plântulas de milho nos períodos e concentrações de extratos estudados.

Trata- mentos*

Período de permanência/ Concentração do extrato

10 min 24 h

0% 25% 50% 75% 100% Médias 0% 25% 50% 75% 100% Médias T0 8,5a 7,3a 7,7a 7,1b 8,9a 7,9a 8,4a 7,5a 7,6a 7,0a 6,7a 7,4a T7 8,2a 7,5a 7,4a 7,2b 8,8a 7,8a 8,1a 7,3a 7,6a 7,8a 7,2a 7,6a T14 7,9a 7,6a 7,0a 8,1a 8,7a 7,9a 8,8a 6,9a 6,7b 7,6a 6,7a 7,3a T21 8,4a 7,8a 7,4a 7,5b 8,1b 7,8a 8,5a 7,4a 7,5b 7,6a 7,0a 7,6a T28 8,5a 7,5a 7,6a 7,8a 7,9b 7,9a 7,8a 7,1a 7,0b 8,1a 7,3a 7,5a Médias 8,3A 7,5B 7,4B 7,4B 8,5A - 8,3A 7,2C 7,3C 7,6B 7,0C -

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*T0: zero dias de dessecação antes da semeadura; T7: dessecação 7 dias antes da semeadura; T14: dessecação 14 dias antes da semeadura; T21: dessecação 21 dias antes da semeadura e T28: dessecação 28 dias antes da semeadura. Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si pelo teste Scott- Knott a 5% de significância.

Tabela 3. Médias da porcentagem de germinação de sementes de milho nos períodos e concentrações de extratos estudados.

Trata mentos*

Período de permanência/ Concentração do extrato

10 min 24 h

0% 25% 50% 75% 100% Médias 0% 25% 50% 75% 100% Médias T0 92,5 90,0 97,5 92,5 92,5 93,0 95,0a 80,0a 87,5a 87,5a 90,0a 88,0a T7 90,0 92,5 90,0 90,0 87,5 90,0 87,5a 90,0a 85,0a 80,0a 72,5a 83,0a T14 80,0 92,5 92,5 95,0 97,5 91,5 95,0a 87,5a 85,0a 90,0a 80,0a 87,5a T21 80,0 95,0 95,0 92,5 80,0 88,5 92,5a 82,5a 77,5a 62,5b 82,5a 79,5a T28 92,5 90,0 90,0 92,5 87,5 90,5 95,0a 90,0a 65,0a 72,5b 80,0a 80,5a Médias 87,0 92,0 93,0 92,5 89,0 - 93,0A 86,0A 80,0B 78,5B 81,0B - *T0: zero dias de dessecação antes da semeadura; T7: dessecação 7 dias antes da semeadura; T14: dessecação 14 dias antes da semeadura; T21: dessecação 21 dias antes da semeadura e T28: dessecação 28 dias antes da semeadura. Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si pelo teste Scott- Knott a 5% de significância.

Tabela 4. Índice de germinação no estádio V2 (IGV2), estande final (EF), massa de mil grãos (MMG) e produtividade de grãos de milho (PG)

Tratamentos* IG V2 EF MMG PG --- % --- g kg/ha T0 77,1ns 64,1 177 4.318 T7 82,0 64,1 173 4.937 T14 83,3 68,8 169 5.282 T21 78,5 61,5 171 4.595 T28 83,3 68,8 169 4.707 Média 80,8 65,5 172 4.768

*T0: zero dias de dessecação antes da semeadura; T7: dessecação 7 dias antes da semeadura; T14: dessecação 14 dias antes da semeadura; T21: dessecação 21 dias antes da semeadura e T28: dessecação 28 dias antes da semeadura. ns não houve diferença significativa entre os tratamentos nas variáveis analisadas, a 5% de probabilidade pelo teste Scott-Knott.

3.2 Resultados esperados

3.2.1 Resultados dos experimentos em laboratório

Os resultados mostram que houve diferença significativa entre os tratamentos nas variáveis comprimento da parte aérea e radícula somente quando as sementes foram submetidas em diferentes concentrações de extratos, tanto no tempo de permanência de 8 min, como em 24 h (Tabelas 1 e 2). Por sua vez na variável índices de germinação não houve diferença significativa entre os tratamentos avaliados nas diferentes concentrações, tanto no período de permanência de 8 min, como de 24 h (Tabela 3). Não houve diferença significativa considerando-se os tratamentos nas diferentes épocas de dessecação, nas três variáveis analisadas (índice de germinação, comprimento

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da radícula e da parte aérea).

Os resultados esperados nas variáveis entre os tratamentos não se confirmaram. Esperava-se redução no crescimento inicial da radícula e da parte aérea no tratamento T0. Provavelmente a diluição do resíduo: água destilada de 1:10 manifestou uma baixa concentração inicial do extrato de azevém.

3.2.2 Resultados dos experimentos em campo

Não houve diferença significativa nas variáveis índice de germinação avaliado no estádio V2 (IC V2), estande final avaliado na maturação fisiológica (EF), massa de mil grãos (MMG) e produtividade de grãos (PG) entre os tratamentos (Tabela 4).

A baixa produtividade de grãos registrados deve-se, provavelmente, à competição inicial da cultura com plantas daninhas, o acamamento de plantas da milho ocorrido no florescimento pleno por ação de ventos fortes e incidência de doenças fúngicas no final de ciclo (vide anexos). O controle de plantas daninhas no início da cultura foi dificultado pela ocorrência de chuvas prolongadas no período crítico de competição (20 DAS).

Houve redução do estande de plantas avaliadas no final do ciclo da cultura, na ordem de 15%, comparado ao estande verificado do estádio V2. Essa redução de plantas pode ser atribuída ao acamamento de plantas ocorridas no florescimento pleno. Também um possível efeito alelopático da resteva do azevém pode ter ocorrido nesse período (V2 até R6).

4. CONCLUSÕES

Como mencionado no projeto inicial, os objetivos e metas almejados desse projeto de pesquisa foram:

1. Gerar dados para publicar pelo menos um artigo a ser submetido numa revista com fator de impacto;

2. Apresentar pelo menos um trabalho na semana acadêmica do curso de agronomia a ser realisado em setembro de 2017;

3. Incentivar e treinar um bolsista para o envolvimento do espírito científico e percepção da sua demanda crescente;

4. Realizar um dia de campo com participação de agricultores e acadêmicos do curso de agronomia da comunidade local pertencente à região da realização do estudo.

Conclui-se que os dados gerados atendem somente os objetivos e metas estabelecidos nos itens 2 e 3.

Devido à influencia de fatores climáticos, os resultados de campo não alcançaram os objetivos e metas estabelecidos nos itens 1 e 4, havendo assim a necessidade de repetir os ensaios de campo e de laboratório, pelo menos por mais uma safra para gerar dados mais consistentes.

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Salienta-se que, para demonstração do ensaio de campo no dia de campo previsto no projeto, o cenário no qual o presente projeto de pesquisa se enquadra necessariamente precisa atender condições de manejo associados aos fatores do clima próximos ao ideal da região, na época do ano ao qual o estudo será realizado (safra 2017). Isso não se concretizou na safra passada.

Para o experimento de laboratório, busca-se repetir os ensaios objetivando-se modificar as concentrações dos extratos em relação ao experimento realizado anteriormente. A concentração almejada seria 1:5 da relação massa de resteva de azevém: água destilada.

5. ANEXOS.

Fotografia 1. Aspecto da biomassa de azevém formada antes da dessecação das parcelas experimentais.

Fotografia 1. Aplicação dos tratamentos (dessecação das parcelas experimentais).

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Fotografia 3. Semeadura do milho nas parcelas experimentais.

Fotografia 4. Aspecto do estande inicial da cultura do milho, constatando-se competição com plantas daninhas.

Fotografia 5 . Aspecto do estande da cultura do milho após controle de plantas daninhas.

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Fotografia 6. Tombamento de plantas de milho após ação de ventos fortes.

Fotografia 7. Aspecto visual de doenças de final de ciclo (cercosporiose) em de plantas de milho.

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Fotografia 8. Avaliação da altura de inserção da espiga no final do ciclo da cultura do milho.

São Miguel do Oeste, 08 de julho de 2017

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