• Nenhum resultado encontrado

Que água consumimos? Avaliação aos parâmetros físico-químicos da água da rede pública

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Que água consumimos? Avaliação aos parâmetros físico-químicos da água da rede pública"

Copied!
23
0
0

Texto

(1)

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Que água consumimos?

Avaliação aos parâmetros físico-químicos da água

da rede pública

Projeto FEUP 2015 - Mestrado Integrado Engenharia do Ambiente

Coordenador geral: João Bastos

Coordenador de curso: Margarida Bastos

Supervisor: António Vilanova

Monitor: João Sousa

Data de entrega: 4 de novembro de 2015

Estudantes & Autores do grupo MIEA103_01:

Duarte Oliveira

(up201508172@fe.up.pt)

Filipa Faria

(up201504145@fe.up.pt)

Rafaela Silva

(up201504102@fe.up.pt)

Stefania De Abreu

(up201504812@fe.up.pt)

(2)

Resumo

Neste trabalho, foi proposta a avaliação dos parâmetros físico-químicos da água, nomeadamente a presença de nitratos na água da rede pública que é consumida pela população residente na zona do Porto. Para tal, cada elemento do grupo recolheu água da torneira da sua residência para ser avaliada num dos laboratórios do departamento de Engenharia Química da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP). Primeiramente será feita uma abordagem acerca da água, de seguida a evolução da rede pública e o abastecimento da mesma, e por fim, a descrição da fase laboratorial.

No laboratório, cada elemento do grupo analisou, em duplicado, uma amostra de água. Em primeiro lugar, cada aluno pipetou 5 mL de amostra filtrada, à qual juntou 1 mL de brucina. Adicionou-se 10 mL de ácido sulfúrico e colocaram-se os matrazes no escuro durante 10 minutos. De seguida, adicionou-se água destilada a cada um dos matrazes, que foram novamente colocadas no escuro, desta vez, por 20 minutos. Por fim, mediu-se a absorvância de cada amostra no espectrofotómetro UV-Vis e determinou-se a concentração de nitratos, recorrendo à respetiva curva de calibração. Em suma, os resultados obtidos revelaram que a água da rede de abastecimento pública da região do Porto é aconselhável para consumo humano, uma vez que os valores da concentração de nitratos obtidos não ultrapassaram o Valor Máximo

Recomendado (25 mg NO3-/L), estipulado no Decreto-lei 236/98 de 1 de agosto.

(3)

Índice

1. Introdução ... 5

2. História da rede pública de abastecimento de água ... 6

2.1 A água ... 7

2.2 Distribuição da água na Terra ... 7

2.3 Parâmetros físico-químicos ... 7

2.3.1 Nitratos na água ... 7

2.3.2 Métodos de análise dos nitratos ... 8

3. Materiais e Métodos ... 11

3.1 Reagentes e Materiais ... 11

3.2 Procedimento Experimental... 11

4. Resultados e Discussão... 13

4.1 Apresentação dos resultados ... 13

4.2. Discussão de Resultados ... 14

5. Conclusões ... 15

6. Recomendações ... 16

7. Referências Bibliográficas ... 17

(4)

Índice de figuras

Figura 1. Concentração de nitratos ... 13

Figura 2. Material de laboratório utilizado e protocolo experimental ... 20

Figura 3. Solução de Brucina ... 20

Figura 4. Espectrofotómetro UV-Vis ... 20

Índice de tabelas

Tabela 1. Valores médios das absorvâncias e concentrações obtidos ... 21

(5)

Glossário

Brucina: é um alcalóide extraído da noz-vómica; é extremamente venenoso. [1]

Cádmio: é o elemento químico com o número atómico 48 e símbolo Cd,

semelhante ao zinco, venenoso, que entra na composição de ligas de grande resistência ao desgaste, muito empregado nos reatores nucleares por causa da

sua grande facilidade de absorção de neutrões lentos. [2]

Cromatografia: é um método de separação química de mistura que se

fundamenta na distribuição seletiva dos seus constituintes entre uma fase móvel e uma fase estacionária, podendo a mistura estar numa destas fases, conforme o caso. [3]

Síndrome do bebé azul ou Tetralogia de Fallot: é uma doença caracterizada

por quatro fases: comunicação interventricular, obstrução da via de saída do ventrículo direito, aorta cavalgada e hipertrofia do ventrículo direito. [4]

Zinco: é o elemento químico com número atómico 30 e símbolo Zn; é um metal

duro, branco-azulado e brilhante. Existe em pequenas quantidades, mas é um bio elemento essencial, pois o zinco quando adicionado em quantidades

(6)

1. Introdução

A água é um recurso natural essencial à vida, pelo que respeitar o ciclo hidrológico é fundamental de modo a que este bem não fique comprometido para as gerações futuras.

Neste relatório, serão abordadas as condições da água da rede pública, nomeadamente através da análise de um parâmetro físico-químico, isto é, a concentração de nitratos da água.

Relacionar-se-á os resultados obtidos e as consequências que poderão, eventualmente, ocorrer devido ao consumo desta água. O trabalho foca-se, essencialmente, no efeito dos nitratos e na contaminação da água da rede pública pelos mesmos. Os nitratos são sais resultantes de reações de ácido-base e podem ter um efeito potencialmente nocivo para os seres humanos, através da presença dos mesmos nas águas destinadas ao consumo humano.

Os nitratos não são por si só nocivos, no entanto, as bactérias que se encontram no nosso organismo transformam os nitratos em nitritos, sendo que estes são um risco para a nossa saúde, dado que reduzem a capacidade de transporte do oxigénio

necessário ao organismo pelo nosso sangue. [6]

Posto isto, foi responsabilidade do grupo analisar a qualidade da água relativamente às concentrações de nitratos de modo a verificar a conformidade com o decreto-lei 236/98.

(7)

2. História da rede pública de abastecimento de

água

O modo como a água é captada, armazenada e, finalmente, distribuída às populações tem evoluído e sofrido importantes alterações. As primeiras técnicas de fornecimento de água aos povos eram baseadas no uso de canais. Ao longo dos séculos, este método de distribuição de água foi sendo sucessivamente alterado e substituído por outros mais modernos, eficientes e abrangentes.

Nos dias de hoje, um sistema de distribuição de água envolve várias etapas, três delas fundamentais: a primeira consiste na captação da água, que pode ser superficial ou subterrânea; a segunda relaciona-se com o tratamento que é efetuado na água captada, de modo a purificá-la; a terceira prende-se com a execução da distribuição da

água para o consumidor final, através dos grandes sistemas de distribuição. [7]

Atualmente, Portugal possui um vasto sistema de distribuição de água. A cidade do Porto foi a primeira a possuir tal infraestrutura, inaugurada em 1886, com a estação elevatória do rio Sousa. Seguiram-se-lhe, nas décadas posteriores, parte do Barreiro (década de 40), Beja, Caparica e Setúbal (década de 50), Viseu e Tomar (década de 60), Lisboa e Elvas (décadas de 60 e 70), Alcanena (década de 80) e Estoril e diversas

zonas do distrito de Lisboa (década de 90). [8]

2.1 A água

Dois átomos de hidrogénio e um de oxigénio fundido dão origem ao “elemento essencial” para a vida humana, a água.

A água é um dos recursos naturais mais importantes e vitais que se encontra no planeta Terra. Também é conhecida como o “solvente universal”, devido à sua capacidade de dissolver, facilmente, substâncias. Esta propriedade confere a possibilidade de aumentar o risco de poluição e, por esta razão, é necessário o tratamento prévio da água antes da sua distribuição, a fim de eliminar determinadas matérias que constituam um perigo para o Homem.

A qualidade da água é determinada com recurso à análise de parâmetros físico-químicos e microbiológicos, sendo que estes permitem classificar a água para que esta não comprometa a saúde dos consumidores.

Tais parâmetros encontram-se publicados no Decreto-Lei n.º 306/2007 que estabelece o regime da qualidade da água destinada ao consumo humano, procedendo

(8)

à revisão do Decreto-Lei n.º 243/2001, de 5 de setembro, e que tem por objetivo proteger a saúde humana dos efeitos nocivos resultantes da eventual contaminação dessa água e assegurar a disponibilização tendencialmente universal de água salubre, limpa e

desejavelmente equilibrada na sua composição. [9]

2.2 Distribuição da água na Terra

Cerca de 71% da superfície da Terra está coberta por água em estado líquido. Esta está dispersa no mundo em vários locais, sendo que os mais relevantes são as águas de origem oceânica e icebergs / glaciares.

É de notar que apenas cerca de 3% do total da água do nosso planeta é potável, comumente denominada de “água doce”. A caraterística principal que lhe confere esta designação é o facto de possuir teores de sais minerais usualmente inferiores aos da água do mar. Cerca de 1,8% da água doce da Terra encontra-se em estado sólido, e por isso, associada a icebergs e glaciares localizados, normalmente, em regiões

próximas dos polos e/ou próximas de regiões montanhosas elevadas. [10]

As águas subterrâneas correspondem, então, a 0,96% da água doce que se infiltra e, posteriormente, é armazenada em aquíferos. A restante percentagem está localizada em rios e lagos. [11]

2.3 Parâmetros físico-químicos

Alguns dos parâmetros físico-químicos são: a temperatura, o pH, a condutividade, os cloretos, os sulfatos, o cálcio, a sílica, o magnésio, a dureza, os nitratos, o azoto amoniacal, a oxidabilidade, entre outros. [12]

Para este trabalho será analisado com maior pormenor o parâmetro dos nitratos.

2.3.1 Nitratos na água

Os nitratos são iões constituídos por um átomo de azoto e três átomos de oxigénio. Estes podem ser reduzidos em vários compostos, através de processos

químicos e biológicos, ou então podem ser oxidados, originando o nitrito (NO2). [13]

Por vezes, é possível que a água que consumimos possua nitratos, ainda que em baixas concentrações, geralmente inferior a 5 mg/L. Porém, nas zonas suburbanas

(9)

e rurais e, principalmente devido a descargas industriais, o teor de NO3 é muito mais elevado, chegando, por vezes, a ultrapassar os 100 mg/L.

Nestas zonas, o teor apresentado tem vindo a aumentar ao longo dos tempos, devido ao uso hiperbólico de adubos e das descargas de águas residuais domésticas, pois os resíduos provenientes destes são ricos em azoto que, quando decompostos, originam os nitratos.

Os nitratos não são considerados muito tóxicos, mas quando estes se oxidam, originam os nitritos que são muito prejudiciais para a saúde, pois dificultam o transporte de oxigénio para o organismo.

Nos recém-nascidos, a presença de nitratos é muito mais prejudicial, uma vez que o organismo tem dificuldade em receber o oxigénio, o que origina uma doença designada por “síndrome do bebé azul”. Os bebés apresentam, assim, grandes

problemas intestinais devido à acidez causada pela redução do NO3. Todavia, a

Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou que não é prejudicial para a nossa

saúde o consumo de águas que apresentem no máximo 50 mg de nitratos por litro. [14]

2.3.2 Métodos de análise dos nitratos

Existem vários métodos que permitem determinar a concentração de nitratos na água: o método de redução por cádmio e por zinco, o método de cromatografia de iões, o método de espectrometria de absorção molecular e o método da brucina, que foi o usado na experiência laboratorial do presente trabalho.

● Método de redução por cádmio:

Neste método, o objetivo é reduzir o nitrato em nitrito, através da utilização do cádmio. Se na amostra de água inicial houver concentrações de nitrito, os resultados finais serão condicionados. O resultado da experiência será determinado com base na coloração. Isto significa que a intensidade da cor resultante é diretamente proporcional à concentração de nitratos da amostra, ou seja, se a concentração da amostra for elevada, a coloração será muito intensa. Este método aplica-se às águas potáveis ou

(10)

● Método de redução por zinco:

O nitrato transforma-se em nitrito, através da atuação do zinco, como agente redutor. A concentração do composto químico resultante é, de seguida, calculada colorimetricamente. Só quando os valores de nitritos são reduzidos se pode utilizar este

método para calcular as concentrações de nitratos. [16]

● Método de cromatografia iónica:

Na área ambiental, este é o método mais utilizado para efetuar a separação de iões inorgânicos, através da utilização de resinas de troca iónica. Esta técnica apresenta uma grande variedade de modos de separação, como por exemplo, a permuta iónica, a exclusão ou a paridade iónica. A sua principal vantagem reside no facto de se poder

simplificar a determinação de espécies iónicas em simultâneo. [17][18]

● Método de espectrometria de absorção molecular:

Este método consiste na medição da radiação eletromagnética absorvida por soluções iónicas ou moleculares. De acordo com a lei de Beer, “a intensidade do feixe de luz monocromática decresce exponencialmente à medida que a concentração da substância absorvente aumenta aritmeticamente”. Isto significa que quanto maior for a concentração de nitratos, neste caso, na amostra de água, a intensidade do feixe de luz é cada vez menor. [19] [20]

● Método da brucina:

Este procedimento baseia-se na reação química que ocorre entre o ião nitrato

(NO3-) e a brucina - substância com propriedades alcalinas -, em meio ácido. Através do

método da Brucina, foi possível determinar a concentração de nitratos na água do sistema de abastecimento da cidade do Porto. Desta reação resultou uma concentração do nitrato, em função da coloração da água, que permitiu concluir que haviam nitratos presentes na amostra. Posto isto, foi possível determinar com rigor a concentração de nitratos através da absorvância, com recurso a um espectrofotómetro regulado no UV-Visível, ao comprimento de onda 410nm.

O método da Brucina apresenta diversas vantagens, entre as quais, a rapidez com que se determina a concentração de nitratos na água, assim como a precisão dos resultados apresentados. Contudo, esta técnica experimental evidencia também algumas desvantagens. Uma das principais prende-se com o facto de este método só

(11)

Durante a aplicação deste método podem ocorrer algumas interferências, como por exemplo a salinidade ou a presença de agentes oxidantes e redutores.

Uma vez que, de acordo com a legislação em vigor, a concentração de nitratos

na água não pode ultrapassar, em última instância, o valor de 50 mg NO3-/L, sempre

que não se puder utilizar este método para analisar determinada amostra de água, a mesma apresenta uma concentração superior a 50 mg NO3-/L, significando que não é

(12)

3. Materiais e Métodos

3.1 Reagentes e Materiais

Durante a experiência laboratorial, foram utilizados os seguintes reagentes e materiais:

 Solução de ácido sulfúrico;

 Solução de Brucina;  Amostras de água;  Matrazes de 100 mL;  Pipetas volumétricas de 5 mL;  Pipetas de Pasteur;  Folhas de alumínio;  Água destilada;  Caixa;  Espectrofotómetro UV-Vis.

3.2 Procedimento Experimental

Recorreu-se ao seguinte procedimento na realização da análise laboratorial da água:

1. Identificaram-se 2 matrazes com a designação da turma e do nome do aluno (figura 2);

2. Mediu-se 5 mL de amostra filtrada para cada matraz (de 100 mL) com uma pipeta volumétrica de 5,00 mL;

3. Adicionou-se em cada matraz, 1 mL de solução de brucina (figura 3) – ácido sulfanílico usando uma pipeta de Pasteur;

4. Adicionou-se 10 mL da solução de ácido sulfúrico a cada matraz (proveta de 10 mL que contem a solução);

5. Taparam-se com folha de alumínio e homogeneizou-se a solução; 6. Colocou-se os matrazes no escuro durante 10 minutos;

7. Juntou-se 10 mL (com uma proveta) de água destilada a cada matraz e colocou-se no escuro mais 20 minutos;

8. Acertou-se o zero de absorvância no espectrofotómetro UV-Vis (figura 4) ao comprimento de onda de 410nm com água destilada; mediu-se a absorvância do ensaio

(13)

9. Calcularam-se as concentrações de nitrato de cada amostra a partir da seguinte equação de calibração Absorvância = [(1,19 ± 0,02) x 10-2] x Concentração +

[(4,59 ± 0,66) x 10-2]. [22]

(14)

4. Resultados e Discussão

4.1 Apresentação dos resultados

Após se determinar os valores da absorvância com recurso ao espectrofotómetro, calcularam-se as concentrações dos nitratos nas amostras de água. Os resultados obtidos estão apresentados no seguinte gráfico de barras. A respetiva tabela de valores encontra-se referenciada no anexo B.

Figura 1. Concentração de nitratos

0 5 10 15 20 25 30 Controlo

positivo Ermesinde Porto Matosinhos Asprela Gondomar

Co nce nt raç ão (m g NO 3 -/L ) Pontos de Recolha

Concentração de Nitratos

(15)

4.2. Discussão de Resultados

De acordo com a legislação em vigor, uma determinada água é aconselhável

para consumo humano se apresentar uma concentração de nitratos até 25 mg NO3-/L

(Valor Máximo Recomendado), podendo ainda ser consumida a concentrações de 50

mg NO3-/L (Valor Máximo Admissível) (Anexo C - tabela 2). É de notar que quanto menor

for o valor de concentração de nitratos na água maior é a qualidade da mesma, relativamente a este parâmetro.

Após a análise dos resultados obtidos verificou-se que todos se encontram abaixo do VMR, pelo que estes representam um bom indicador sobre o estado da água em estudo. Comparando com as análises da água de poços, realizadas por outro grupo de estudantes, conclui-se que a água da rede pública possui uma concentração de nitratos bastante inferior. Posto isto, é imperativo que seja aplicado um tratamento prévio à água dos poços, de modo a que esta fique semelhante, em termos qualitativos, à da rede pública. [21]

Apesar dos resultados das análises realizadas pelos autores deste relatório não

ultrapassar o valor máximo recomendado, verifica-se que há, no ponto de recolha de Matosinhos, uma concentração de nitratos superior à média dos outros resultados, o que leva a crer que, possivelmente, ocorreram erros experimentais que não foram possíveis de identificar.

Caso se detetassem valores de nitratos na água superiores ao Valor Máximo

Recomendado (25 mg NO3-/L), algumas medidas preventivas deveriam ser aplicadas,

de modo a mitigar o problema, como serão abordadas posteriormente.

Em termos gerais, a concentração de nitratos na água, bem como os outros parâmetros legislados, quer no grande Porto, quer em Portugal, deve seguir a legislação em vigor, de modo a não comprometer a saúde dos consumidores.

(16)

5. Conclusões

A água é um dos bens mais preciosos e essenciais para a vida dos seres vivos. Desta forma, o desafio lançado no Projeto FEUP, que tinha como objetivo a avaliação dos parâmetros físico-químicos da água da rede pública da cidade do Porto, foi muito

importante, uma vez que proporcionou ao grupo diversas informaçõessobre a água que

consumimos, assim como o modo como a mesma é analisada laboratorialmente para deteção de substâncias prejudiciais ao bem-estar do consumidor.

A realização do trabalho experimental, com recurso ao método da brucina, permitiu obter valores de concentração de nitratos (figura 1 e tabela 1) que não

ultrapassaram os 10,2 mg NO3-/L (valor máximo obtido pelo grupo), isto é, valores que

se encontram abaixo do Valor Máximo Recomendado (VMR) na legislação. Estes resultados eram, de certo modo, expectáveis devido ao facto de a água analisada provir de um sistema de abastecimento público, devidamente monitorizado e certificado, que publica, periodicamente, relatórios de qualidade da água e que, diariamente, efetua análises detalhadas à qualidade da água.

Em termos práticos, estes resultados comprovaram que a água distribuída à população portuense é, em termos qualitativos, passível de ser consumida, sem consequências nocivas para a saúde humana.

Este tipo de projeto académico serve para transmitir conceitos relativos a "Soft Skills", essenciais para a realização de relatórios futuros. Além disso, estes trabalhos técnicos ajudam a divulgar, de um modo geral, a contribuição dos engenheiros para um futuro sustentável, bem como informar os cidadãos dos problemas existentes e do modo como se pode proceder para resolvê-los.

(17)

6. Recomendações

Há algumas recomendações que as populações abastecidas por um sistema público de distribuição de água devem ter em conta para prevenir a contaminação desta por nitratos.

Em primeiro lugar, os consumidores devem estar devidamente informados e consciencializados relativamente ao parâmetro de nitrato, aos valores legais que a água consumida deve obedecer (valor máximo admissível de concentração de nitratos: 50

mgNO3-/L), bem como os efeitos prejudiciais à saúde que o mesmo provoca.

Em segundo lugar, os cidadãos devem ter acesso aos relatórios de qualidade da água das empresas que os abastecem para poderem, efetivamente, comparar os valores da água que consomem com os limites da legislação.

Caso ocorra a contaminação da água por nitratos, os indivíduos que consomem água contaminada devem dirigir-se, o mais célere possível, a uma unidade hospitalar, a fim de evitar males maiores. Os recém-nascidos estão mais vulneráveis a desenvolver doenças, quando ingerem nitratos. Entre elas, pode-se designar a meta-hemoglobinémia ou a Tetralogia de Fallot, mais conhecida por “síndrome do bebé azul”.

Por fim, os responsáveis pelo sistema de distribuição de água contaminada devem apresentar planos que garantam que não haverá o risco de suspender o abastecimento de água. Posteriormente, devem proceder à realização de um estudo que determine a origem da contaminação, para, deste modo, proceder à purificação da água. [23] [24]

(18)

7. Referências Bibliográficas

[1] Infopédia (2015), Brucina, Acedido em 24 outubro 2015, em

http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa-aao/brucina

[2] Infopédia (2015), Cádmio, Acedido em 10 de outubro de 2015, em http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/c%C3%A1dmio

[3] Infopédia (2015), Cromatografia, Acedido em 10 de outubro de 2015, em http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/cromatografia

[4] Tua Saúde (2013), Tetralogia de Fallot, Acedido em 5 de outubro de 2015, em http://www.tuasaude.com/tetralogia-de-fallot/

[5] Infopédia (2015), Zinco, Acedido em 24 de outubro de 2015, em http://www.infopedia.pt/dicionarios/termos-medicos/zinco

[6] Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra (2015), Há nitratos na

água? São nocivos para grávidas e bebés?, Acedido em 24 de outubro de 2015, em

http://www.smas-sintra.pt/index.php?option=com_conten&task=view&id=360&Itemid=1 50

[7] Água Online (2015), Etar, Acedido em 9 de outubro de 2015, em http://www.aguaonline.net/gca/?id=174

[8] Público (2015), Porto d´Água, Acedido em 28 de outubro de 2015, em http://www.publico.pt/local-porto/jornal/porto-dagua-160530

[9] DIÁRIO DA REPÚBLICA (2007), Decreto-Lei n.º 306/2007, Acedido em 10 de

outubro de 2015, em

http://www.sma.cm-abrantes.pt/?lop=conteudo&op=e555ebe0ce426f7f9b2bef0706315e0c&id=3b5020bb8 91119b9f5130f1fea9bd773

[10] FAGAR (2011), Água no Planeta, Acedido em 1 de outubro de 2015, em http://www.fagar.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=53&Itemid=77 [11] Só biologia Grupo Virtuous (2015), A água, Acedido em 11 de outubro de 2015, em http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Agua/

[12] DIÁRIO DA REPÚBLICA (1998), Decreto-Lei n.º 236/98, Acedido em 24 de outubro

de 2015, em

(19)

[13] Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos, Efeitos prejudiciais na saúde

humana derivados por ingestão de nitratos na zona vulnerável, Acedido em 13 de

outubro de 2015, em https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/7254/1/F21-EFEITOS%20PREJUDICIAIS%20NA%20SA%C3%9ADE%20HUMANA.pdf

[14] Serviços Municipalizados de água e saneamento de Sintra (2014), Há nitratos na

água? São nocivos para as grávidas e bebés? Acedido em 12 de outubro de 2015, em

http://www.smassintra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=360&Itemid=1 50

[15] Precision Labs (2011), Nitrogênio-Nitrato, Acedido em 21 de outubro de 2015, em http://www.chemetrics.com.br/index.php/nitrogenio-nitrato

[16] CHEMetrics for good measure (2010), Nitrate, Acedido em 15 de outubro de 2015, em https://www.chemetrics.com/Nitrate

[17] ResearshGate (2001), Detection techniques in ion chromatography of inorganic

ions, Acedido em 12 de outubro de 2015, em

http://www.researchgate.net/publication/222354873_Detection_techniques_in_ion_chr omatography_of_inorganic_ions

[18] Faculdade de Ciências e Tecnologias Universidade Nova de Lisboa (2015),

Cromatografia iónica, Acedido em 28 de outubro de 2015, em

http://www.dq.fct.unl.pt/servicos-externos/cromatografia-ionica

[19] Ebah (2013), Relatório Espectrofotometria de absorção molecular UV-VIS, Acedido em 28 de outubro de 2015, em http://www.ebah.pt/content/ABAAAAboUAI/relatorio-espectrofotometria-absorcao-molecular-uv-vis

[20] Espectrofotometria, Conceito da lei de Lambert-Beer, Acedido em 28 de outubro de 2015, em http://www.ufrgs.br/leo/site_espec/conceito.html

[21] DIÁRIO DA REPÚBLICA (2007), Decreto-Lei n.º 236/98, Acedido em 10 de outubro

de 2015, em

http://www.drapn.min-agricultura.pt/drapn/conteudos/fil_legisla/Dec-Lei_236_1998.pdf

[22] Fernando Pereira (2007), Protocolos de Trabalhos Laboratoriais de UC LCAIII- módulo Ambiente, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, 21-23. [Acedido a 18 outubro 2015].

(20)

[23] Repositorium (2005), Efeitos prejudiciais na saúde humana derivados por ingestão

de nitratos na zona vulnerável Nº1 (Freguesias: Apúlia, Fão) e na zona não vulnerável,

Acedido em 21 de outubro de 2015, em

http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/7254/1/F21EFEITOS%20PREJUDI CIAIS%20NA%20SA%C3%9ADE%20HUMANA.pdf

[24] Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (2015), Qualidade da

água, Acedido em 21 de outubro de 2015, em

http://www.ersar.pt/website/ViewContent.aspx?SubFolderPath=%5CRoot%5CContents %5CSitio%5CConsumidores%5CServicos%5CQualidadeAgua&Section=consumidores &FolderPath=%5CRoot%5CContents%5CSitio%5CConsumidores%5CServicos&Gene ricContentId=0

(21)

8. Anexos

Anexo A

Apresenta-se de seguida as figuras referentes a alguns materiais utilizados durante a experiência laboratorial:

Figura 2. Material de laboratório utilizado e protocolo

experimental Figura 3. Solução de Brucina

(22)

Anexo B

Neste anexo encontram-se os resultados obtidos na experiência realizada.

Tabela 1. Valores médios das absorvâncias e concentrações obtidos

Pontos de Recolha Concentração (mg NO3-/L)

Controlo positivo 24,4 Ermesinde 7,62 Porto 4,89 Matosinhos 10,2 Asprela 5,21 Gondomar 3,95

(23)

Anexo C

Neste anexo encontra-se, segundo o Decreto-Lei nº 236/98, a tabela com os parâmetros de regulamentação para a existência de nitratos nas águas de domínio público. [21]

Parâmetro referente à qualidade da água para consumo humano: Parâmetros Expressão

dos resultados

VMR VMA Métodos analíticos de referência

Nitratos mg/l NO3 25 50 Espectrometria de absorção molecular.

Elétrodos específicos.

Tabela 2. Parâmetro referente à qualidade da água para consumo humano

VMR — valor máximo recomendado. VMA — valor máximo admissível.

Referências

Documentos relacionados

Sobretudo recentemente, nessas publicações, as sugestões de ativi- dade e a indicação de meios para a condução da aprendizagem dão ênfase às práticas de sala de aula. Os

Avaliação técnico-econômica do processo de obtenção de extrato de cúrcuma utilizando CO 2 supercrítico e estudo da distribuição de temperatura no leito durante a

Lista de preços Novembro 2015 Fitness-Outdoor (IVA 23%).. FITNESS

os atores darão início à missão do projeto: escrever um espetáculo para levar até as aldeias moçambicanas para que a população local possa aprender a usufruir e confiar

Os resultados obtidos demonstraram que para as condições ambientais de temperatura do ar e umidade relativa do ar não houve diferença significativa dentro ou

Obedecendo ao cronograma de aulas semanais do calendário letivo escolar da instituição de ensino, para ambas as turmas selecionadas, houve igualmente quatro horas/aula

A disponibilização de recursos digitais em acesso aberto e a forma como os mesmos são acessados devem constituir motivo de reflexão no âmbito da pertinência e do valor