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RECOMENDAÇÃO DE ACESSIBILIDADE PARA PRODUTOS EDUCACIONAIS DIGITAIS

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RECOMENDAÇÃO DE ACESSIBILIDADE PARA

PRODUTOS EDUCACIONAIS DIGITAIS

VERSÃO 1.1

ORGANIZADORES

Prof.ª Msc. Fabiane Beletti da Silva

Prof. Dr. Raymundo Carlos Machado Ferreira Filho

Prof. Dr. Elton Vergara-Nunes

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© 2017. Fabiane Beletti da Silva, Raymundo Carlos Machado Ferreira Filho, Elton Vergara-Nunes. Texto extraído do documento

Recomendação Técnica de Acessibilidade para Produtos Educacionais Digitais - Versão 1.1.

Licença de uso e compartilhamento Creative Commons Atribuição-Não Comercial – Sem Derivações 4.0 Internacional. http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/

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 O licenciante permite que outros copiem, distribuam e transmitam apenas cópias inalteradas do trabalho — não de trabalhos derivados baseados nele.

*Formato de referência acadêmica:

SILVA, Fabiane Beletti; FERREIRA FILHO, Raymundo Carlos Machado; VERGARA-NUNES, Elton. Recomendação de Acessibilidade para Produtos Educacionais Digitais – Versão 1.1. Pelotas: [s.n.], 2017. 24p.

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SUMÁRIO

Apresentação ... 3

1. Acessibilidade em Produtos Audiovisuais ... 5

1.1. Audiodescrição ... 6

1.2. Língua Brasileira de Sinais ... 10

1.3. Legendagem para Surdos e Ensurdecidos ... 12

2. Acessibilidade em Áudios ... 15

3. Acessibilidade em Textos Digitais e Slides ... 16

3.1. Texto Alternativo ... 17

3.2. Formatação ... 18

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APRESENTAÇÃO

O Decreto-lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade, descreve, em seu artigo 17, a responsabilidade do Poder Público em promover a

eliminação de barreiras na comunicação para as pessoas com deficiência sensorial e com dificuldade de comunicação, garantindo-lhes o direito de acesso à informação, à comunicação, ao trabalho, à educação, ao transporte, à cultura, ao esporte e ao lazer. (BRASIL, 2000)

Segundo a perspectiva da diminuição das barreiras de comunicação a que estão sujeitas as pessoas com deficiência, Galvão Filho (2009, p.117), define Tecnologia Assistiva (TA) como “instrumento de mediação para a construção dos sentidos”, pois as limitações decorrentes das mais diversas necessidades específicas tendem a formar obstáculos na atribuição de sentido aos fenômenos do seu cotidiano.

A Lei Brasileira da Inclusão, instituída em 6 de julho de 2015, conceitua tecnologia assistiva ou ajuda técnica como:

produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. (BRASIL, 2015)

Baseando-se no acesso universal e na autonomia de qualquer usuário para acessar conteúdo educacional, todo objeto educacional disponibilizado deve contemplar os recursos de

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acessibilidade para pessoas surdas, ensurdecidas, cegas e com baixa visão, pois a Lei brasileira da Inclusão (BRASIL, 2015), em seu artigo 28, constitui a educação como “direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida”.

Além do direito de acesso ao conteúdo destes objetos, outro ponto fundamental para que pessoas com deficiência possam utilizar estes materiais é a acessibilidade ao sistema computacional que compõe o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) onde estes estão inseridos. A acessibilidade ao sistema trata da navegação eficiente a partir de ledores de tela e tradutores de português para Língua Brasileira de Sinais (Libras).

A Recomendação de Acessibilidade para Produtos Educacionais Digitais – Versão 1.1 propõe-se a fornecer noções gerais para tornar acessíveis os produtos educacionais digitais das seguintes naturezas de mídia: apresentações de slides, áudios, textos digitais e produtos audiovisuais.

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1. ACESSIBILIDADE EM PRODUTOS AUDIOVISUAIS A utilização do cinema como instrumento de promoção social e alternativa para projetos educacionais remonta do período entre as duas grandes guerras mundiais (DA-RIN, 2006). Porém, esta possibilidade de utilização restringia-se à comunidade de cineastas, visto que a produção de um filme era algo inacessível em virtude da dificuldade em adquirir os equipamentos necessários para sua realização. Atualmente, com a “popularização da produção de vídeos e maior facilidade de acesso a equipamentos de gravação de vídeos” (VARGAS, 2007), a prática de desenvolvimento de materiais audiovisuais no ambiente escolar torna-se algo viável. O vídeo como instrumento pedagógico pode ser utilizado em qualquer esfera de ensino, atuando como complemento nos processos de comunicação e socialização de informação entre professores e alunos, pois o vídeo apresenta imagens em movimento e estáticas, diálogos, músicas, efeitos sonoros diversos e textos (DUARTE, 2009), que, unidos, compõem uma linguagem diversificada, contemplando as preferências e necessidades de cada expectador. Todavia, na sua produção, tem de considerar-se as necessidades específicas individuais. No caso de pessoas cegas ou com baixa visão, o conteúdo visual deve ser traduzido para o verbal, e para pessoas surdas ou ensurdecidas, o conteúdo sonoro deve ser traduzido para Libras, bem como Língua Portuguesa escrita (Legendagem para Surdos e Ensurdecidos).

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Inclui-se nesta seção os produtos educacionais em formato de áudio.

Os recursos necessários que serão detalhados são: Audiodescrição (AD), Libras e Legendagem para Surdos e Ensurdecidos (LSE).

1.1. AUDIODESCRIÇÃO

O recurso da audiodescrição consiste na tradução de conteúdos de registro visual para um registro oral (VERGARA-NUNES et al., 2011). “Seu objetivo primário é permitir o acesso à cultura e à informação para público com deficiência visual” (CARPES, 2016). Devido às dificuldades de acesso a conteúdo que pessoas cegas ou com baixa visão enfrentam, torna-se necessário o desenvolvimento de estratégias que proporcionem a estes sujeitos condições semelhantes de acesso à informação e elaboração de novos conhecimentos. A prática pode ser aplicada também a alunos com Dislexia, Síndrome de Down e Transtornos do Espectro Autista (COSTA, 2014), por auxiliar na interpretação das imagens, textos e símbolos apresentados em vídeos, ilustrações e demais recursos didáticos que exijam a necessidade de leitura e interpretação.

A audiodescrição em um produto audiovisual educacional pode ser considerada como uma das partes da pré-produção, como o roteiro do vídeo, por exemplo. Se a necessidade da

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audiodescrição for prevista durante a pré-produção, alguns problemas podem ser evitados, como a escassez de espaços na linha de tempo para inserção da narrativa na montagem final do vídeo.

A audiodescrição tem de ser inserida nos espaços de silêncio, a fim de não confundir o expectador. Quando não houver espaço de silêncio suficiente, a audiodescrição pode surgir antes da imagem.

A inserção deste recurso contempla as etapas de roteirização, gravação do roteiro ou narração, e validação do recurso por usuários reais.

ROTEIRO

Caso a audiodescrição não tenha sido prevista na pré-produção do produto audiovisual, é necessário que o mesmo seja assistido e que se realizem anotações dos tempos em que existam espaços de silêncio e cenas importantes para a compreensão das informações transmitidas no vídeo. Deve-se tomar cuidado em não repetir informações presentes nos diálogos ou efeitos sonoros do produto audiovisual. Segundo Alves et al. (2011), “o audiodescritor edita o que vê, ou seja, seleciona o que é mais importante para a compreensão e apreciação de um evento”.

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No caso de produtos audiovisuais educacionais, as imagens relacionadas ao entendimento do conteúdo apresentado devem ser privilegiadas. Alves et al. (2011) sugerem um modelo brasileiro de audiodescrição para cinema. Como o objetivo principal desta recomendação consiste em tornar acessíveis produtos audiovisuais voltados ao ensino, o modelo proposto por Alves et al (2011) foi adaptado segundo as necessidades do presente trabalho. Segue quadro com os principais aspectos que devem ser considerados na escrita do roteiro.

Quadro 1: Recomendação para escrita do roteiro para audiodescrição de produtos audiovisuais educacionais RECOMENDAÇÃO DESCRIÇÃO

Linguagem Objetiva, simples e sucinta, porém com léxico variado. Adjetivos Tornam a cena clara; recomenda-se a descrição das cores. Advérbios Devem auxiliar na descrição de ações.

Ações Palavras devem provocar imagem mental precisa e dinâmica. Tempo Verbal Recomenda-se o presente do indicativo.

Sintaxe Uso complexidade. de orações coordenadas, sem

Personagens

Atributos físicos, etnia, vestuário, idade, expressões faciais e linguagem corporal devem ser usados quando colaborarem com o objetivo do produto audiovisual no entendimento do conteúdo desenvolvido. Ambientação

Descrição do ambiente deve priorizar os elementos necessários ao entendimento do conteúdo ou objetivo abordado pelo produto

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audiovisual. Elementos visuais

verbais

Títulos, textos, créditos e legendas (exceto dos elementos traduzidos em diálogos e efeitos sonoros) devem ser audiodescritos.

NARRAÇÃO

A narração deve integrar o restante do produto audiovisual sem destoar do seu conceito original, ou seja, se o roteiro do vídeo é voltado a crianças a voz pode assumir uma entonação descontraída.

A edição pode ser feita através de softwares gratuitos que permitem a redução de ruídos e equalização da voz.

Além da edição por softwares específicos de edição de áudio, é possível realizar a edição através de outros para edição de vídeo não-linear, que serão utilizados também para inserção da trilha de audiodescrição no produto audiovisual.

VALIDAÇÃO

Validar o recurso de acessibilidade da audiodescrição prevê a participação de pessoas cegas ou com baixa visão na avaliação do roteiro da audiodescrição bem como do produto final, ou seja, a narração inserida no produto audiovisual.

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Sugere-se, como alternativa para os processos de validação, a qualificação e certificação de instituições que atendam pessoas cegas ou com baixa visão para executarem todos os processos de validação.

1.2. LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS

Levando em consideração o Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, que considera “pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras)”, torna-se emergente a necessidade de inserção da Libras nos mais diversos campos de atuação social, incluindo sua inserção em produtos educacionais. A Lei 10.436, de 24 de abril de 2002, reconhece a Libras como “meio legal de comunicação e expressão”. (BRASIL, 2002).

Considerando que a Libras também é uma língua oficial do país e que uma parcela da comunidade surda é alfabetizada em Libras e não são proficientes na leitura do português, torna-se evidente e necessário prover recursos para que o surdo tenha o direito de interagir em sua língua nativa. (FERREIRA et al, 2015).

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A inserção do intérprete em produtos audiovisuais segue as recomendações da ABNT NBR 15290, como pode ser observado no quadro formulado a partir dessa Norma.

Quadro 2: Detalhamento técnico para inserção do intérprete de Libras em vídeos

RECOMENDAÇÃO DESCRIÇÃO

Estúdio

O local onde será gravada a imagem do intérprete deve apresentar:

O espaço deve ser suficiente para que não fique muito próximo do fundo, evitando as sombras.

Iluminação adequada.

Câmera de vídeo apoiada sobre tripé. Marcação no solo para delimitar o espaço de movimentação.

Janela

Na janela com intérprete da Libras:

Contrastes devem ser nítidos, em cores ou em preto e branco.

Deve haver contraste entre o plano de fundo e os elementos do intérprete.

O foco deve abranger toda a movimentação e gesticulação do intérprete.

Iluminação adequada para não causar sombras nos olhos do intérprete.

Recorte ou Wipe

Quando a imagem do intérprete da Libras estiver no recorte:

A altura da janela deve ser, no mínimo, metade da altura da tela do televisor.

A largura da janela deve ocupar no mínimo a quarta parte da largura da tela do televisor.

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Sempre que possível, o recorte deve estar localizado de modo a não ser encoberto pela tarja preta da legenda oculta.

Quando houver necessidade de deslocamento do recorte na tela do televisor, deve haver continuidade na imagem da janela.

VALIDAÇÃO

Validar o recurso de acessibilidade da janela de Libras prevê a participação de pessoas surdas ou ensurdecidas na avaliação do produto final do audiovisual.

Sugere-se, como alternativa para os processos de validação, a qualificação e certificação de instituições que atendam pessoas surdas ou ensurdecidas para executarem todos os processos de validação.

1.3. LEGENDAGEM PARA SURDOS E ENSURDECIDOS Segundo Araújo et al. (2016), a “legendagem é um recurso visual que permite aos seus usuários terem acesso aos meios de comunicação e ao entretenimento proporcionado pelos meios audiovisuais”. As legendas classificam-se em dois tipos: “a interlinguística, geralmente voltada para espectadores ouvintes, e

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a intralinguística, normalmente direcionada para pessoas surdas e com baixa audição” (ARAÚJO, 2016). A Legendagem para Surdos e Ensurdecidos (LSE) caracteriza-se como intralinguística, pois o texto de partida e chegada estão na mesma língua, sendo que esta é recomendada para pessoas surdas ou com baixa audição. De acordo com Araújo (2016, p.287-8), a LSE “é preciso transformar sons em palavras para que o surdo possa associar a trilha sonora ao enredo do filme”, identificando, por exemplo o falante (Fabiane, Raymundo etc.), bem como efeitos sonoros indispensáveis ao entendimento do audiovisual (passos na escada).

A Norma Complementar 01/2006, que trata dos recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência, na programação veiculada nos serviços de radiodifusão, aprovada Portaria 310, de 27 de junho de 2006, define no item 3.2 a Legenda Oculta (LO) como

transcrição, em língua portuguesa, dos diálogos, efeitos sonoros, sons do ambiente e demais informações que não poderiam ser percebidos ou compreendidos por pessoas com deficiência auditiva. (BRASIL, 2006).

Da mesma forma, a LSE é entendida como uma transcrição e não uma tradução.

Para fins de esclarecimento segue conceituação de dois aspectos importantes no processo de legendagem, adaptado de Araújo et al (2016).

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• Segmentação: divisão dos diálogos, efeitos sonoros, sons do ambiente e identificação dos falantes em segmentos chamados de legendas.

• Condensação: permite o sincronismo entre legenda, fala e imagem, o qual é essencial para facilitar a leitura do espectador, quando a fala for mais rápida que a escrita as legendas devem ser reduzidas.

Segue Quadro 2 com sistematização dos aspectos técnicos para aplicação da LSE.

Quadro 2: Elementos de aplicação da LSE RECOMENDAÇÃO DESCRIÇÃO

Velocidade da legenda em palavras por minuto

(ppm) 145, 160 ou 180 ppm

Cor da fonte Amarela ou branca, com ou sem borda preta.

Cor do fundo Preta.

Linhas de texto

Uma linha quando houver muitas informações visuais na tela.

Duas linhas quando não houver sobrecarga visual na tela.

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Segmentação

Visual: quando há corte ou mudança de cena uma nova legenda deve ser confeccionada.

Retórica: quando não há cortes na cena, deve-se seguir o fluxo da fala. Condensação Deve-se condensar o texto quando há diferença entre a fala e a legenda. Efeitos sonoros e

identificação dos falantes

Devem ser colocados entre colchetes [].

VALIDAÇÃO

Validar o recurso de acessibilidade da legendagem prevê a participação de pessoas surdas ou ensurdecidas na avaliação do produto final do audiovisual.

Sugere-se, como alternativa para os processos de validação, a qualificação e certificação de instituições que atendam pessoas surdas ou ensurdecidas para executarem todos os processos de validação.

2. ACESSIBILIDADE EM ÁUDIOS

Os produtos educacionais em formato de áudio devem ser acompanhados de arquivo em formato de texto digital (pdf) com transcrição da narrativa na íntegra e com as informações recomendadas pela LSE, no que diz respeito à identificação dos

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falantes, trilha sonora, vinhetas e demais efeitos sonoros presentes na mídia de áudio.

Sugere-se que, para fins de catalogação destes produtos, sejam inseridas, na transcrição, suas informações técnicas, de acordo com os modelos a seguir.

Música: indicação do título da música, do nome do intérprete

e dos músicos, da equipe técnica de gravação e finalização, e a letra da composição.

Narrativas: indicação do título da narrativa, estilo literário

(conto, crônica, poesia, prosa), nome do narrador, equipe técnica de gravação e finalização, e texto da narrativa na íntegra.

Programas de rádio: indicação do nome do programa,

emissora de veiculação, jornalistas e equipe técnica de gravação e finalização, e transcrição na íntegra do programa.

3. ACESSIBILIDADE EM TEXTOS DIGITAIS E SLIDES O World Wide Web Consortium (W3C) é um consórcio internacional que pretende desenvolver os padrões web em longo prazo (W3C BRASIL, 2017). Um dos princípios da W3C é Web

para todos. Este princípio visa a tornar disponíveis as

possibilidades de comunicação humana, comércio e compartilhamento de conhecimentos “independente do hardware que utilizam, software, infraestrutura de rede, idioma, cultura,

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localização geográfica ou capacidade física e mental” (W3C BRASIL, 2017). Como consequência da Web para todos, tem-se a Iniciativa de Acessibilidade na Web (WAI), as Diretrizes de Acessibilidade para o Conteúdo Web (WCAG 2.0) e a Orientação sobre a Aplicação da WCAG 2.0 para Tecnologias de Informação e Comunicação não-Web (WCAG2ICT). Esta última norteará parte desta recomendação de acessibilidade para textos digitais.

Além da WCAG2ICT, utiliza-se, como base para produção de textos digitais acessíveis, a Linha de Orientação para Informação Acessível – Tecnologia de Informação e Comunicação para Acessibilidade na Aprendizagem (ICT4IAL). A ICT4IAL foi desenvolvida com apoio da União Europeia e propõe-se a “apoiar a criação de informação acessível em geral” (ICT4IAL, 2017).

Segue detalhado o processo de desenvolvimento de documentos de textos digitais e slides acessíveis para ledores de tela.

3.1. TEXTO ALTERNATIVO

O texto alternativo permite a tradução do conteúdo/função da imagem pelos ledores de tela utilizados por pessoas com deficiência visual (EMAG, 2016). Além de atender as necessidades específicas de pessoas cegas ou com baixa visão, a utilização do texto alternativo na descrição de símbolos gráficos auxilia pessoas com transtornos do desenvolvimento na

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compreensão do significado destes elementos gráficos (WCAG2ICT, 2017).

Segundo a WCAG2ICT, a palavra texto refere-se à texto eletrônico e não uma imagem de texto. Entre as vantagens do texto eletrônico, tem-se a possibilidade de ampliação e leitura sintetizada por softwares ledores de tela.

Logo, todo o conteúdo não textual que é apresentado ao usuário deve possuir uma alternativa de texto que defina seu propósito. Para conteúdos não textuais, como controles ou que aceitem a entrada do usuário (botões de envio, mapas de imagens ou animações complexas), devem ser fornecidas informações de modo que a pessoa saiba o que aquele conteúdo visual representa e por que está inserido no texto. Para testes ou exercícios não textuais que devem utilizar o sentido da visão na sua resolução, deve-se fornecer a descrição da finalidade no texto alternativo.

O texto alternativo também deve ser usado em imagens inseridas em apresentações de slides.

3.2. FORMATAÇÃO

Segundo a ICT4IAL (2017), a estrutura do texto e a capacidade de navegação são pontos imprescindíveis para tornar um texto digital acessível. A lista a seguir apresenta uma síntese,

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com adaptações das recomendações da ICT4AIL para formatação de textos digitais.

1. Utilizar linguagem simples.

2. Fornecer nome completo de abreviaturas e acrônimos na primeira vez que os utilizar.

3. Adicionar breve resumo do conteúdo ou capítulo, sempre que possível.

4. Utilizar a função ‘sumário’ do software editor de texto utilizado.

5. Organizar a estrutura do texto através da função ‘estilos’ (título, subtítulo e corpo do texto), disponibilizada pelo software editor de texto utilizado e, no caso de apresentações de slides, utilizar título em cada novo slide para facilitar a navegação.

6. Utilizar a função ‘recuos e espaçamento’, do software editor de texto utilizado, para formar parágrafos, em detrimento da utilização de células vazias.

7. Utilizar, preferencialmente, espaçamento entre linhas de 1,5.

8. Utilizar somente uma coluna na função ‘layout de página’. 9. Utilizar a função ‘marcas e numeração’ do software editor de texto utilizado na organização de listas.

10. Utilizar estrutura de tabela simples, sem células mescladas, aninhadas ou em branco. Deve-se também atribuir cabeçalho de linhas e colunas que descrevam seu conteúdo.

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12. Adaptar o texto de ‘hiperlinks’, reduzindo o número de caracteres e conferindo a este algum sentido.

13. Utilizar tamanho de fonte no mínimo 12 para textos em documentos e no mínimo 18 para apresentações de slides.

14. Utilizar fontes Sans Serif (Sem serifa) ou seja, fontes que não possuam traços e prolongamentos nas hastes das letras, como Arial, Century Gothic, Chicago, Helvética, Geneva, Impact, Monaco, MS San Serif, Tahoma, Trebuchet MS, Verdana, entre outras.

15. Evitar o uso de ‘sublinhado’ e ‘itálico’.

16. Verificar cores de contraste entre o texto e o plano de fundo do documento ou apresentação de slides.

17. Garantir que toda informação transmitida pela cor também possa ser compreendida sem a cor, utilizando por exemplo a função ‘negrito’.

18. Verifique a ordem de leitura em apresentações de slides; os ledores de tela leem na ordem em que os elementos foram inseridos e não conforme a disposição que aparecem na tela.

VALIDAÇÃO

Validar o modelo de acessibilidade para textos digitais prevê a participação de pessoas cegas ou com baixa visão na avaliação da estrutura e navegação dos textos digitais, bem como de apresentações de slides.

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Sugere-se, como alternativa para os processos de validação, a qualificação e certificação de instituições que atendam pessoas cegas ou com baixa visão para executarem todos os processos de validação.

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REFERÊNCIAS

1. ALVES, Soraya Ferreira; TELES, Veryanne Couto; PEREIRA, Tomás Verdi. Propostas para um Modelo Brasileiro de Audiodescrição para Deficientes Visuais. Revista Brasileira de Tradutores, nº 22, 2011.

2. ARAÚJO, Vera Lúcia Santiago; VIEIRA, Patrícia Araújo; MONTEIRO, Silvia Malena Modesto. Legendagem para surdos e ensurdecidos (LSE): Um estudo de recepção com surdos da região Sudeste. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/tradterm/article/viewFile/69132/71589. Acesso em 07/out/2016.

3. BRASIL. LEI 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10098.htm. Acesso em: 23/abr/2013.

4. BRASIL. LEI 13.146, de 06 de julho de 2015. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm. Acesso em: 01/out/2016.

5. BRASIL. Portaria 310, de 27 de junho de 2006. Disponível em:

http://www.abert.org.br/web/index.php/legistecnica/item/portaria-n-310-de-27-de-junho-de-2006-alterada-pela-portaria-n-188. Acesso em

10/dez/2016.

6. CARPES, Daiana Stockey. Audiodescrição: práticas e reflexões. Santa Cruz: Editora Catarse, 2016.

7. COSTA, Ana Margarete. A tradução audiovisual: os desafios da audiodescrição. Porto: IPP, 2014. Dissertação de Mestrado, Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto. Instituto Politécnico Do Porto, 2014.

8. DA-RIN, Silvio. Espelho Partido: tradição e transformação do documentário cinematográfico. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 2006.

9. DUARTE, Rosália. Cinema e Educação. Belo Horizonte: Autêntica Editora LTDA, 3ª Edição, 2009.

10.EMAG. Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico. Disponível em: http://emag.governoeletronico.gov.br/. Acesso em 10/out/2016.

11.GALVÃO FILHO, Teófilo Alves. Tecnologia Assistiva para uma Escola Inclusiva: Apropriação, Demandas e Perspectivas. Salvador: UFBA, 2009. Tese de Doutorado, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, 2009.

12.ICT4IAL. Linhas de orientação para informação acessível. Disponível em: http://www.ict4ial.eu/. Acesso em 01/jun/2017.

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13.VARGAS, Ariel; ROCHA, Heloísa Vieira da; FREIRE, Fernanda Maria Pereira. Promídia: produção de vídeos digitais no contexto educacional. Revista Renote. V. 5 Nº 2, Dezembro, 2007.

14.VERGARA-NUNES, Elton et al. Audiodescrição como tecnologia assistiva para o acesso ao conhecimento por pessoas cegas. In ULBRICHT, Vania Ribas; VANZIN, Tarcísio; VILLAROUCO, Vilma (Orgs.). Ambiente virtual de aprendizagem inclusivo. Florianópolis: Pandion, 2011.

15.WCAG2ICT. Orientação sobre a aplicação da WCAG 2.0 para Tecnologias de Informação e Comunicação não-Web. Disponível em: https://www.w3.org/TR/wcag2ict/. Acesso em 22/mai/2017.

16.W3C Brasil. Missão do W3C. Disponível em: http://www.w3c.br. Acesso em 21/mai/2017.

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