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DESENVOLVIMENTO DE UMA MÁQUINA CNC DE TORNO-FRESAMENTO PARA MODELAGEM

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Academic year: 2021

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Resumo: O presente artigo apresenta a adequação tecnológica de uma fresadora CNC, desenvolvida no Projeto Integrador do módulo VI do Curso Superior de Tecnologia em Automação Industrial, na qual acrescentou-se um quarto eixo angular que possibilita a confecção de moldes com superfícies irregulares. Os acionamentos dos eixos utilizam motores de passo com drivers de corrente, o controle do eixo árvore é realizado por um inversor de freqüência, e o controle da máquina é feito por uma porta paralela de um PC equipado com software MACH3.

Palavras Chave: retrofi tting, CNC, CAD/CAM, Mach3.

1

Introdução

A automação industrial vem crescendo assustadoramente nos últimos anos. Os conceitos de pro-dutividade e qualidade ganham considerável destaque nas organizações e, no mercado cada vez mais competitivo, fi ca inevitável a utilização de sistemas automatizados.

Pela tecnologia aplicada, mão de obra especializada e alta velocidade de mudança sabe-se que não existe a possibilidade de serem desenvolvidos sistemas estáticos, ou seja, que não permitam atualizações tecnológicas.

Neste contexto de up-grades e atualizações encontramos o termo retrofi tting, que busca moderni-zar máquinas ferramentas e torná-las mais efi cientes sem ter de desprender grandes investimentos para a substituição completa do equipamento.

Segundo Garrido(1) Lacerda(2) as principais vantagens do retrofi tting são: aumento da produtivida-de, redução dos períodos de inatividaprodutivida-de, redução de defeitos nas peças produzidas, recursos de progra-mação mais simples, garantia de eventuais peças de reposição por um longo período, possibilidade de integração em rede e alternativa para novos investimentos.

Levando em consideração o conceito de retrofi tting aliada à proposta de projeto integrador e à escassez de recursos foi implementada a solução apresentada sobre uma estrutura mecânica já existente no CEFET/SC. A fresadora TRIAC PC existente no laboratório de Automação da Manufatura serviu de base para a construção da máquina de torno-fresamento, batizada de DesignCNC.

2 Descrição do Sistema

Em linhas gerais, o sistema é composto por uma mesa XY, que executa os deslocamentos perpendi-culares entre si em um plano. Junto à mesa localiza-se o cabeçote angular que é responsável pela fi xação e pela rotação da matéria prima. Acrescentado a esses eixos, encontra-se o eixo Z que sustenta o eixo árvore (spindle) e executa movimentos verticais com a ferramenta, conforme mostra a Figura 1.

Alex Deeke; Jacson Matos de Oliveira; Marcelo Januário; Guilherme A. Schmidt; Millene Spricigo; Victor Pontes; Jacson Matos de Oliveira; Felício José Gesser;

Nelso Gauze Bonacorso

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina - IF-SC Av. Mauro Ramos, 950, Florianópolis/SC. CEP 88020-300 E-mail: nelso@ifsc.edu.br

D E S E N V O L V I M E N T O D E U M A

M Á Q U I N A C N C D E T O R N O - F R E S A M E N T O P A R A

M O D E L A G E M

(2)

Os eixos X, Y e Z são deslocados por motores de passo comandados por drivers. Cada um desses eixos possui dois sensores fi m de curso e um sensor de home.

O eixo angular também é acionado por motor de passo. Entretanto, como a máquina original não apresenta o eixo, foi necessário realizar a construção mecânica da estrutura e a implementação de um

PC - MACH3

PORTA-PARALELA

FILTRO RC

DRIVER X DRIVER Y DRIVER Z DRIVER o

MOTOR DE PASSO X MOTOR DE PASSO Y MOTOR DE PASSO Z MOTOR DE PASSO o INVERSOS DE FREQÜÊNCIA MOTOR DE INDUÇÃO AC

PLACA DE ISOLAMENTO

PARTE 1 (SINAIS DE SAÍDA)

PLACA DE ISOLAMENTO

PARTE 2 (SINAIS DE ENTRADA)

SENSORES DE LIMITE E DE HOMEM NOS EIXOS

X, Y e o.

driver de corrente para seu acionamento. O driver utilizado foi um modelo NGB desenvolvido no próprio CEFET. Esse eixo rotacional possui somente o sensor de home, pois não existe a necessidade de incluir sensores fi m de curso em um cabeçote angular.

O spindle, por sua vez, é composto por um motor WEG de indução, que tem sua velocidade controlada por um inversor de freqüência Siemens que recebe instruções do software, via PWM, e então aciona o motor na veloci-dade requerida, faixa de 8.000 rpm.

Como citado anteriormente, o controle é feito por meio do software MACH3, sendo que a interface é consti-tuída do próprio computador e a comunicação é via porta paralela. A Figura 2 ilustra um diagrama de blocos geral do sistema.

Este trabalho de retrofi tting foi executado em três eta-pas que serão descritas a seguir.

Figura 1. Foto do sistema implementado.

Figura 2. Diagrama de blocos do sistema.

2.1

Mecânica

Como a fresadora já estava disponível no CEFET/SC, a par-te mecânica fi cou reduzida à compra e construção de alguns componentes do cabeçote angular bem como a montagem desse subsistema e sua devida fi xação no equipamento.

O mancal desta junta rotativa, Figura 3, foi dimensionado e confeccionado no eixo temático de projeto integrador do semestre anterior.

(3)

O acoplamento entre o eixo e o motor foi confeccionado em latão. Ele possui duas roscas M4 para proporcionar o travamento dos eixos, em uma destas roscas foi colocado um parafuso allen com cabeça para servir de sensor de home para o cabeçote. A Figura 4 apresenta a foto em detalhe do acoplamento e do parafuso servindo de sensor de home.a

Figura 4. Foto do acoplamento implementado. Figura 5. Resultado fi nal da elaboração do cabeçote angular.

4 5

2.2

Eletrônica

Vale lembrar que para o acionamento elétrico foi utilizado o quadro original da fresadora. A grande modifi cação foi a inclusão do quarto eixo com seu respectivo driver e a confecção da placa de isola-mento como circuito de interfaceaisola-mento entre o sistema elétrico da máquina e a porta paralela do computador.

Nessa placa de interfaceamento estão contidos os circuitos isoladores de sinais de entrada e saída e o fi ltro passa baixa dos pulsos PWM, como mostra a Figura 6.

Dentre os sinais de saída da porta paralela, in-cluem-se: os sinais de step e direção de cada eixo: X, Y, Z, θ. Estes sinais foram isolados pelo circuito opto e cada qual segue com destino ao seu res-pectivo driver.

O sinal PWM passa pelo fi ltro RC e segue para o inversor de freqüência, e o sinal de CW passa pelo circuito isolador e também segue para o in-versor. Já nos sinais de entrada da porta paralela, incluem-se: os sinais vindos dos sensores home, cada um com o seu borne distinto no conector, e os sinais vindos dos sensores de fi m de curso, liga-dos em série. A Tabela 1 mostra os sinais da porta paralela com seus respectivos pinos.

Foi necessário o entendimento do funcionamento dos outros drivers e da porta paralela do compu-tador para a realização das ligações das entradas e saídas de cada componente de forma correta.

Com relação ao circuito isolador, sua função é evitar danos à porta paralela do computador caso ocorram problemas no equipamento.

Outro aspecto importante é o sensoriamento do sistema. Os eixos X e Y possuem dois pares de sen-sores fi m de curso, que protegem a parte mecânica do sistema contra colisões, e um sensor que executa a função de home, ou seja, referenciamento da máquina.

(4)

PINO

SINAL

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

Não conectado

Step X

Direção X

Direção Y

Step Y

Direção Z

Step Z

Home Z

Home Y

Home X

Não conectado

Limites

CW

Spindle

Step

Ö

Direção

Ö

Home

Ö

Tabela 1. Pinagem dos sinais da porta paralela

2.3

O programa Mach3

O software Mach3 é desenvolvido em plataforma Windows. Esse programa envia os sinais de co-mandos step e direção para os drivers dos motores de passo (eixos X, Y, Z e Φ) e sinais de CW e CCW para o inversor de freqüência (eixo árvore). Ele, também, recebe os sinais dos sensores de fi m de curso da máquina, respeitando os seus limites de curso, bem como os sinais de home, operando de acordo com o referenciamento dos mesmos.

Outro fator considerável é que o Mach3 trabalha com linguagem em códigos G, como a maioria dos equipamentos da categoria, pois é o código padrão das normas ISO.

Cabe destacar que o software é bastante fl exível e não apresenta grandes difi culdades para sua pa-rametrização. No momento da confi guração do sistema basta que sejam setados os principais aspectos do equipamento para que possam ser realizados os primeiros testes.

Esses aspectos incluem: pinagem da porta paralela (entradas e saídas), modelos e capacidades dos motores (rotação máxima, avanços, rampas de aceleração) e confi gurações do spindle (largura de pul-so, rotação).

Outra vantagem do Mach3 é a facilidade de operar com seus recursos, devido à simplicidade e clareza da interface gráfi ca. No entanto, uma desvantagem do programa é a necessidade de se obter um computador para operá-lo, já que a comunicação é via porta paralela. Esse fato pode acarretar ins-tabilidade do sistema pela pouca confi abilidade do sistema operacional Windows. A Figura 7 ilustra a

(5)

Figura 7. Tela principal do programa Mach3.

3 Resultados alcançados

Após a conclusão das etapas de mecânica, elétrica e software, partiu-se para a fase de testes do equi-pamento. Nessa etapa alguns problemas foram encontrados, tais como: aceleração do motor do eixo X, mal contato elétrico no cabo do cabeçote angular, implementação do botão de parada de emergência e sinal de habilitação do inversor de freqüência.

Solucionados esses pequenos imprevistos, iniciou-se o processo de confecção do primeiro modelo. Um desenho gerado no CAD SolidWorks foi exportado para o software de CAM DeskProto que gerou a estratégia de confecção para a peça a ser construída. A Figura 8 mostra a tela de elaboração do Desk-Proto, e a Figura 9, o respectivo resultado alcançado.

Figura 8. Tela DeskProto com a peça modelada. al., 2007. Figura 9. Foto da peça usinada na máquina de tor-no-fresamento. 8 9

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4 Conclusões

Conforme pode ser visto (Figura 9) o resultado alcançado foi o esperado. O equipamento teve o quarto eixo implementado e poderá atender a demandas de cursos de projeto de produto além de servir de modelo para as futuras turmas do Curso de Tecnologia em Automação Industrial, para que eles possam ter contato com um equipamento que, até então, não era encontrado no CEFET/SC.

Pode-se perceber que os objetivos foram alcançados de maneira efi caz e satisfatória, gerando co-nhecimento, disseminando cultura e adquirindo competências técnicas para que o mercado possa con-tar com profi ssionais qualifi cados e que estejam em sintonia com as reais necessidades.

5 Agradecimentos

Os autores agradecem ao CEFET/SC pelo apoio dado no desenvolvimento desta máquina de torno-fresamento.

6 Referências

1. GARRIDO, L. A. R. Novas tecnologias em processos de soldagem e sistemas de Corte. Revista Solução ESAB, n.6, p.10-13, Agosto 2006.

2. LACERDA, H. B.; FILHO, J. B.; SIQUEIRA, I. L. Mesa XY para Corte e Solda de Chapas Metálicas Contro-lada pela Porta USB. 3º Congresso Brasileiro de Engenharia de Fabricação - COBEF, Joinville, 2005. 3. CARVALHO, R. S. et al. Adequação Tecnológica de uma Fresadora CNC Didática com Comando Numérico Computadorizado. 4º Congresso Brasileiro de Engenharia de Fabricação - COBEF, Estância de São Pedro – SP, 2007.

4. GESSER, F. J.; POZZOBON, F. R.; SILVA, R.; BONACORSO, N. G. Desenvolvimento e Construção de uma Fresadora CNC de Baixo Custo Destinada à Confecção de Pranchas de Surf . 4º Congresso Brasilei-ro de Engenharia de Fabricação - COBEF, Estância de São PedBrasilei-ro – SP, 2007.

Responsabilidade de autoria

As informações contidas neste artigo são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões nele emitidas não

Referências

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