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PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO DE CERVEJA CONSIDERANDO TANQUES-PULMÃO PARA ARMAZENAR CERVEJA FILTRADA

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Academic year: 2021

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PLANEJAMENTO E PROGRAMAC

¸ ˜

AO DA PRODUC

¸ ˜

AO DE CERVEJA

CONSIDERANDO TANQUES-PULM ˜

AO PARA ARMAZENAR CERVEJA

FILTRADA

Tamara A. Baldo

Universidade Federal de S˜ao Carlos - Departamento de Engenharia de Produc¸˜ao Via Washington Luiz, km.235, 13565-905, S˜ao Carlos-SP, Brasil

tamara@dep.ufscar.br Maristela O. Santos

Universidade de S˜ao Paulo - Instituto de Ciˆencias Matem´aticas e de Computac¸˜ao Av. Trabalhador S˜ao-carlense, 400, 13560-970, S˜ao Carlos-SP, Brasil

mari@icmc.usp.br Reinaldo Morabito

Universidade Federal de S˜ao Carlos - Departamento de Engenharia de Produc¸˜ao Via Washington Luiz, km.235, 13565-905, S˜ao Carlos-SP, Brasil

morabito@dep.ufscar.br

RESUMO

Esta pesquisa prop˜oe um modelo matem´atico de otimizac¸˜ao para representar o problema multiest´agio de planejamento e programac¸˜ao da produc¸˜ao de cerveja considerando a possibilidade de estocagem de l´ıquido pronto e filtrado dentro de tanques-pulm˜ao (buffer tanks). O processo de fabricac¸˜ao de cerveja possui duas etapas principais, o Est´agio I (preparac¸˜ao do l´ıquido) que ocorre basicamente dentro de tanques de fermentac¸˜ao/maturac¸˜ao e resulta em l´ıquido pronto para ser filtrado e enviado ao Est´agio II (envase). Enquanto aguarda o envase, o l´ıquido pode permanecer nos tanques de fermentac¸˜ao/maturac¸˜ao. Ou ainda, ap´os a filtragem, o l´ıquido pode ser alocado a tanque(s)-pulm˜ao durante a espera pelo envase. Os planos de produc¸˜ao obtidos pela resoluc¸˜ao do modelo proposto s˜ao analisados, destacando as vantagens e desvantagens de se utilizar tanques-pulm˜ao.

PALAVRAS CHAVE. Modelo Matem´atico, Tanques-Pulm˜ao, Ind ´ustria Cervejeira, Planeja-mento e Programac¸˜ao da Produc¸˜ao.

PM - Programac¸˜ao Matem´atica, IND - PO na Ind ´ustria

ABSTRACT

This research proposes a mathematical optimization model to represent the multistage lot-sizing and scheduling problem for beer production, considering the possibility of ready and fil-tered liquid in inventory inside buffer tanks. The brewing process has two main stages, the Stage I (liquid preparation) occurs mostly inside fermentation/maturation tanks resulting in ready liquid to be filtered and sent to Stage II (filling process). The liquid may remain in fermentation/maturation tanks while awaiting the filling process. Or, after filtration, the liquid can be allocated to the buffer tanks until the bottling process starts. Production plans obtained by the resolution of the mathema-tical model are analyzed, highlighting the advantages and disadvantages of using buffer tanks. KEYWORDS. Mathematical Model, Buffer Tanks, Brewery Industries, Production Planning and Programming.

(2)

1. Introduc¸˜ao

O processo de fabricac¸˜ao de cerveja ´e composto por dois est´agios principais, sendo o est´agio I respons´avel pela preparac¸˜ao do l´ıquido (i.e. produz chopp, ap´os a pasteurizac¸˜ao se trans-forma em cerveja) e ocorre dentro de tanques de fermentac¸˜ao/maturac¸˜ao, em sua maior parte do tempo. A durac¸˜ao desta etapa ´e estimada em v´arios dias. Cada tanque fica dedicado ao l´ıquido que lhe foi designado desde o in´ıcio at´e o t´ermino do per´ıodo de fermentac¸˜ao e maturac¸˜ao, respectiva-mente, podendo ser reabastecido apenas quando estiver vazio. Ao t´ermino da maturac¸˜ao, o l´ıquido pronto pode ser filtrado e enviado `as linhas de envase, iniciando o est´agio II. Se, por alguma raz˜ao, o envase n˜ao puder iniciar imediatamente ap´os o t´ermino da maturac¸˜ao, o l´ıquido precisa aguardar a disponibilidade da envasadora, podendo permanecer por alguns dias dentro dos pr´oprios tanques de fermentac¸˜ao/maturac¸˜ao. Ou ainda, ser filtrado e armazenado dentro de tanques-pulm˜ao (em inglˆes, buffer tanks) enquanto espera o envase, mas a validade deste ´e de poucos dias, bem menor que a opc¸˜ao anterior. O est´agio II inicia somente se houver l´ıquido pronto e filtrado dispon´ıvel para ser envasado, ou seja, o chopp ser´a alocado a garrafas de vidro, latas de alum´ınio, barris, etc. Em outras palavras, ap´os a pasteurizac¸˜ao de um determinado l´ıquido, a cerveja ´e a mesma em qualquer uma das embalagens, n˜ao alterando seu paladar e aroma. O processo de envase ocorre sobre uma esteira rolante, conduzindo as embalagens em todo seu curso para as etapas: enchimento, fechamento, pasteurizac¸˜ao, rotulagem e, por fim, empacotamento. Para mais detalhes, veja Baldo et al. (2013) e Baldo et al. (2014).

As principais decis˜oes pertinentes ao est´agio I s˜ao: estabelecer quais tanques ser˜ao utili-zados durante o processo de fermentac¸˜ao/maturac¸˜ao de cada l´ıquido, determinar qual a quantidade e qual l´ıquido a ser alocado a cada tanque de modo a atender a demanda requerida pelo est´agio II e, al´em disso, respeitar as limitac¸˜oes dos recursos dispon´ıveis, minimizando os custos envolvidos. Nesta etapa, tem-se um problema de dimensionamento de lotes. Na literatura h´a diversos trabalhos que modelam matematicamente apenas as decis˜oes de dimensionamento dos lotes, dos quais pode-se citar: Wagner e Whitin (1958), Eppen e Martin (1987), Maes et al. (1991) e Tonaki e Toledo (2010).

Relativo ao est´agio II, adicionalmente ao problema de decidir quando, qual a quantidade e qual (ou quais) recurso(s) ser´a utilizado para a produc¸˜ao de cada item durante o horizonte de plane-jamento (problema de dimensionamento de lotes), tem-se tamb´em o sequenciamento da produc¸˜ao acoplado ao problema. Ou seja, para cada envasadora, a capacidade dispon´ıvel para a produc¸˜ao depender´a tanto do tamanho do lote quanto da sequˆencia do processamento dos lotes de produc¸˜ao. Na literatura, trabalhos que integram o problema de dimensionamento de lotes e o sequenciamento da produc¸˜ao em um mesmo modelo matem´atico podem ser encontrados em Drexl e Kimms (1997), Fleischmann e Meyr (1997), Toso et al. (2009), Menezes et al. (2011), Ferreira et al. (2012), San-tos e Almada-Lobo (2012), Almada-Lobo et al. (2015) e Copil et al. (2016), sendo este ´ultimo um overview.

Ainda sobre o est´agio II, al´em de estabelecer qual a ordem da produc¸˜ao (sequenciamento) dos itens em cada envasadora, tem-se tamb´em que determinar qual tanque fornecer´a l´ıquido pronto a cada linha de enchimento durante os per´ıodos do horizonte de planejamento. Estabelecer quais linhas ser˜ao abastecidas por cada tanque ´e de extrema importˆancia, principalmente se a conex˜ao dos tubos que ligam o tanque e a envasadora ´e realizada manualmente.

Resumidamente, no est´agio I tem-se um problema independente da sequˆencia de produc¸˜ao, enquanto que no est´agio II a ordem de produc¸˜ao ´e importante. Lembrando ainda que, entre o est´agio I e o II, tem-se a possibilidade de armazenamento do l´ıquido pronto e filtrado dentro de tanques-pulm˜oes.

Na literatura, as decis˜oes envolvidas no problema de planejamento (dimensionamento de lotes) e programac¸˜ao (sequenciamento) da produc¸˜ao de cerveja ainda s˜ao relativamente pouco es-tudadas. Uma das pesquisas relacionadas ao presente trabalho aparece em Guimar˜aes et al. (2012), que explora o problema da produc¸˜ao anual em uma empresa de bebidas (refrigerante e cerveja)

(3)

de Portugal, onde consideram um ambiente multi-planta, a sazonalidade da demanda, entre ou-tras especificidades desta empresa e, ainda, permitindo transferˆencia de produc¸˜ao entre as plantas. Por´em, o referido trabalho n˜ao considera as decis˜oes envolvendo o est´agio I. Guimar˜aes et al. (2012) prop˜oem um algoritmo VNS (Variable Neighborhood Search) para a resoluc¸˜ao do problema.

Outras pesquisas que abordam o problema de planejamento e programac¸˜ao da produc¸˜ao de cerveja s˜ao Baldo et al. (2013), Baldo et al. (2014) e Baldo et al. (2015) e estas consideram expli-citamente ambos os est´agios. Nos estudos abordados em Baldo et al. (2013), os autores prop˜oe um modelo matem´atico para tratar de maneira acoplada as decis˜oes presentes nos est´agios I e II, este trabalho considera um tanque de fermentac¸˜ao/maturac¸˜ao e m´ultiplas linhas de enchimento, ou seja, uma simplificac¸˜ao do problema encontrado nas cervejarias. J´a em Baldo et al. (2014), os autores prop˜oem um modelo de programac¸˜ao matem´atica que visa otimizar as principais decis˜oes perten-centes ao est´agio I e II de maneira acoplada, considerando m´ultiplos tanques e linhas de envase. O modelo proposto n˜ao trata a possibilidade de utilizac¸˜ao de tanques-pulm˜ao. Neste trabalho tem-se duas MIP-heur´ısticas que utilizam estrat´egias relax-and-fix e fix-and-optimize. As soluc¸˜oes encon-tradas fornecem planos de produc¸˜ao vi´aveis que visam minimizar os custos de estoque e atraso na entrega da demanda de itens finais (cervejas comumente comercializadas), como tamb´em, preten-dem minimizar o n´umero de trocas nas linhas de envase, dado que as preparac¸˜oes destas linhas s˜ao dependentes da sequˆencia de produc¸˜ao dos itens e, ainda, consideram a preparac¸˜ao referente a troca dos tanques que abastecem com l´ıquido pronto as linhas de envase. Ou seja, antes de iniciar o envase, as linhas precisam estar preparadas (ajustadas) para a produc¸˜ao de determinado item, ca-libradas para que as embalagens sejam preenchidas corretamente de l´ıquido pronto e, al´em disso, cada linha de envase precisa ser suprida por (no m´aximo) um tanque a cada instante do horizonte de planejamento em que ocorre produc¸˜ao. A cada troca de item ou de tanque nas linhas de envase, deve haver uma preparac¸˜ao desta linha.

Em Baldo et al. (2015), os autores resolvem cada est´agio do problema de maneira desa-gregada utilizando uma MIP-heur´ıstica que foi desenvolvida com base no modelo de Baldo et al. (2014) e prop˜oe primeiro resolver o est´agio I e, depois, o est´agio II (respeitando as decis˜oes j´a estabelecidas no est´agio anterior). Cada soluc¸˜ao obtida ´e um plano de produc¸˜ao vi´avel.

Neste presente trabalho, al´em de considerar as decis˜oes envolvidas nos est´agios I e II, assim como nos trabalhos mencionados, acopla-se a possibilidade de armazenamento de l´ıquido pronto e filtrado em tanques-pulm˜ao enquanto aguarda o envase. Sendo assim, este artigo prop˜oe um modelo matem´atico para representar o problema de planejamento e programac¸˜ao da produc¸˜ao presente na ind´ustria cervejeira, otimizando as principais decis˜oes relativas aos est´agios I e II (si-multaneamente), incluindo a possibilidade de utilizac¸˜ao de tanques-pulm˜ao para alocac¸˜ao de l´ıquido pronto e filtrado. Esta pesquisa tem o intuito de analisar as vantagens e desvantagens de se utilizar tanques-pulm˜ao. Para a resoluc¸˜ao do modelo proposto utilizou-se um solver de otimizac¸˜ao.

As demais sec¸˜oes deste artigo est˜ao organizadas da seguinte forma: na Sec¸˜ao 2 (Mo-delo matem´atico) descreve-se o mo(Mo-delo matem´atico apresentado neste trabalho utilizando tanques-pulm˜ao e traz um exemplo num´erico para facilitar o entendimento do problema, ressaltando em quais aspectos se diferencia do modelo j´a apresentado na literatura. Na Sec¸˜ao 3 (Resultados com-putacionais) apresenta-se os resultados computacionais preliminares analisando os aspectos positi-vos e negatipositi-vos da abordagem proposta. E, as conclus˜oes e perspectivas s˜ao mostradas na Sec¸˜ao 5 (Conclus˜oes e perspectivas).

2. Modelo matem´atico

O modelo matem´atico apresentado nesta sec¸˜ao tem o intuito de representar o problema de planejamento e programac¸˜ao da produc¸˜ao de cerveja incorporando a possibilidade de utilizac¸˜ao dos tanques-pulm˜ao para armazenamento de l´ıquido pronto e filtrado, enquanto este aguarda o processo de envase. A modelagem matem´atica proposta utiliza como base o modelo de Baldo et al. (2014). Esta nova abordagem difere-se da literatura, principalmente, ao incorporar a possibilidade de utilizac¸˜ao dos tanques-pulm˜ao.

(4)

Para o entendimento do modelo matem´atico proposto, considere as definic¸˜oes de conjun-tos, parˆametros e vari´aveis realizadas a seguir:

Conjuntos:

N : conjunto de itens (i e j ∈ N ); L: conjunto de l´ıquidos (l ∈ L);

M : conjunto de linhas de envase (m ∈ M );

O: conjunto dos tanques de fermentac¸˜ao/maturac¸˜ao (o ∈ O);

T1: conjunto dos per´ıodos correspondente a primeira parte do horizonte de planejamento;

T2: conjunto dos per´ıodos da segunda parte do horizonte de planejamento (T1∩ T2 = ∅);

T : conjunto dos per´ıodos (t ∈ T = T1∪ T2);

λt: conjunto dos sub-per´ıodos pertencentes ao per´ıodo t (p ∈ λt, t ∈ T );

γl: conjunto de itens que utilizam l em sua composic¸˜ao;

µmconjunto de itens que podem ser produzidos em m;

ˆ

O: conjunto dos tanques-pulm˜ao (ˆo ∈ ˆO); O0: conjunto de todos os tanques (O0= O ∪ ˆO). Parˆametros:

∆l: quantidade de per´ıodos que o l´ıquido l utiliza durante seu processamento (tempo de fermentac¸˜ao/maturac¸˜ao

e limpeza dos tanques);

dit: demanda do item i no per´ıodo t;

h+i : custo de estoque de uma unidade do item i ao final do per´ıodo; h−i : custo de atraso do i ao final do per´ıodo t;

ami: tempo de produc¸˜ao de uma unidade do item i na linha de envase m;

Cmt: tempo dispon´ıvel da envasadora m no per´ıodo t;

rli: quantidade de l´ıquido l necess´aria para produzir uma unidade do item i;

bmji: tempo de preparac¸˜ao da envasadora m ao trocar a configurac¸˜ao do item j para i;

Ω: n´umero m´aximo de preparac¸˜oes em uma envasadora durante um per´ıodo; α: n´umero suficientemente pequeno;

B: n´umero suficientemente grande;

Kol0 = 0: n˜ao h´a estoque de l´ıquido pronto no tanque o no in´ıcio do horizonte de planejamento;

Ii0+= 0: n˜ao h´a estoque inicial do item i;

Ii0−= 0: n˜ao h´a atraso do item i no in´ıcio do horizonte de planejamento; ˆ

Eol0ˆ = 0: n˜ao h´a l´ıquido l estragado dentro do tanque-pulm˜ao ˆo no in´ıcio do horizonte de

planeja-mento; ˆ

Kol0ˆ = 0: n˜ao h´a l´ıquido l em estoque no tanque-pulm˜ao ˆo no in´ıcio do horizonte de planejamento;

ˆ

Qoˆol0 = 0: n˜ao h´a l´ıquido l vindo do tanque de fermentac¸˜ao/maturac¸˜ao o e sendo enviado para ˆo no

in´ıcio do horizonte de planejamento;

Capomin: capacidade m´ınima do tanque de fermentac¸˜ao/maturac¸˜ao o; Capomax: capacidade m´axima do tanque de fermentac¸˜ao/maturac¸˜ao o;

ˆ

Capominˆ : capacidade m´ınima do tanque-pulm˜ao ˆo; ˆ

Capomaxˆ : capacidade m´axima do tanque-pulm˜ao ˆo;

validade: quantidade m´axima de per´ıodos que l´ıquido pode ficar dentro do tanque-pulm˜ao; ˆ

: penalidade por deixar o l´ıquido estragar. Vari´aveis:

Est´agio I

Kolt: quantidade (i.e., estoque) de l´ıquido l pronto e dispon´ıvel no tanque de fermentac¸˜ao/maturac¸˜ao

o no per´ıodo t;

Qolt: quantidade total de l´ıquido l que fica pronto no tanque de fermentac¸˜ao/maturac¸˜ao o no per´ıodo

(5)

YI

olt: 1, se o l´ıquido l fica pronto no per´ıodo t no tanque de fermentac¸˜ao/maturac¸˜ao o; 0 caso

contr´ario. Est´agio II

Iit+: quantidade do item i em estoque no final do per´ıodo t; Iit−: quantidade do item i em atraso no final do per´ıodo t;

Zmjip: 1 se existe troca, na linha de envase m, do item j para o i no sub-per´ıodo p; 0 caso contr´ario.

Observe que se i = j, tem-se a troca de tanques que abastecem as linhas de enchimento.

YomipII : 1 se o tanque o (sendo o ∈ O0) abastece de l´ıquido a linha de envase m e esta encontra-se preparada para produzir o item i no subper´ıodo p; 0 caso contr´ario.

Tanques-pulm˜ao ˆ

Eoltˆ : quantidade de l´ıquido l que estragou no tanque-pulm˜ao ˆo no per´ıodo t;

ˆ

Koltˆ : quantidade de l´ıquido l em estoque no tanque-pulm˜ao ˆo no per´ıodo t;

ˆ

Qoˆolt: quantidade de l´ıquido l que saiu do tanque de fermentac¸˜ao/maturac¸˜ao o e foi filtrado e

envi-ado ao tanque-pulm˜ao ˆo no per´ıodo t; ˆ

YIolt: 1 se o l´ıquido l saiu do tanque de fermentac¸˜ao/maturac¸˜ao o para tanque-pulm˜ao ˆo no per´ıodo t, 0 caso contr´ario;

ˆ

Goltˆ : 1 se o tanque-pulm˜ao ˆo possui l´ıquido l em estoque ao per´ıodo t, 0 caso contr´ario;

Acoplamento (tanques-pulm˜ao, est´agios I e II)

Xomip: montante de item i produzido na envasadora m no per´ıodo p, abastecido pelo l´ıquido do

tanque o (sendo o ∈ O0). Minimizar X i∈N X t∈T h+i Iit++X i∈N X t∈T h−i Iit−+ X m∈M X j,i∈µm X p∈λt, t∈T1 αZmjip +X ˆ O∈ ˆO X l∈L X t∈T ˆ  ˆEˆolt (1) Sujeito a:

(Acoplamento: Tanques-pulm˜ao, est´agios I e II) Kolt= Kol,t−1− X m∈M X i∈γl∩µm X p∈λt rliXomip− X ˆ o∈ ˆO ˆ

Qoˆolt+ Qolt o ∈ O; l ∈ L; t ∈ T (2)

(Est´agio I) L X l0=1 ∆l+1 X t0=1 Kol0,t−t0 ≤ B(1 − YoltI ) o ∈ O; l ∈ L; t ∈ T (3) X l∈L ∆l X t0=0 Yol,t−tI 0 ≤ 1 o ∈ O; t ∈ T (4)

(6)

(Tanques-pulm˜ao) ˆ Kˆolt= ˆKˆol,t−1− X m∈M X i∈γl∩µm X p∈λt

rliX|O|+ˆo,mip− ˆEoltˆ +

X o∈O ˆ Qoˆolt ˆo ∈ ˆO; l ∈ L; t ∈ T(6) X l0∈L ˆ Kˆol0,t−1 ≤ B(1 − X o∈O ˆ YIolt) ˆo ∈ ˆO; l ∈ L; t ∈ T(7) validade X t0=0 ˆ Gol,t+tˆ 0 ≤ validade X o∈O validade−1 X t0=0, t−t0>0 ˆ YIol,t−t0 ˆo ∈ ˆO; l ∈ L; t ∈ T(8) ˆ Koltˆ ≤ B ˆGIˆolt o ∈ ˆˆ O; l ∈ L; t ∈ T (9) X l∈L ˆ Gˆol,t≤ 1 o ∈ ˆˆ O; t ∈ T (10) X o∈O X l∈L ˆ Yoˆolt≤ 1 o ∈ ˆˆ O; t ∈ T (11) ˆ

CapˆominIolt≤ ˆQoˆolt≤ ˆCapˆomaxYˆoˆIolt o ∈ O; ˆo ∈ ˆO; l ∈ L; t ∈ T (12)

(Est´agio II) X o∈O0 X m∈M, i∈µm X p∈λt Xomip+ Ii,t−1+ + I − it = dit+ Ii,t−1− + Iit+ t ∈ T ; i ∈ N (13) X o∈O0 X i∈µm X p∈λt amiXomip+ X j∈µm X i∈µm X p∈λt bmjiZmjip≤ Cmt t ∈ T1; m ∈ M (14) X o∈O0 X i∈µm X p∈λt amiXomip≤ Cmt t ∈ T2; m ∈ M (15) Xomip≤ CamimtYomipII o ∈ O 0; m ∈ M ; i ∈ µ m; p ∈ λt; t ∈ T (16) X o∈O0 X i∈µm YomipII = 1 m ∈ M ; p ∈ λt; t ∈ T1 (17) X o∈O0 X i∈µm YomipII ≤ Ω m ∈ M ; p ∈ λt; t ∈ T2 (18) X o∈O0 Yomj,p−1II = X i∈µm Zmjip m ∈ M ; j ∈ µm; p ∈ λt; t ∈ T1 (19) X o∈O0 YomipII = X j∈µm Zmjip m ∈ M ; i ∈ µm; p ∈ λt; t ∈ T1 (20)

Xomip ≥ 0; YomipII ∈ {0, 1}; 0 ≤ Zmjip≤ 1 o ∈ O0; i, j ∈ N ; m ∈ M ; p ∈ λt; t ∈ T

Kolt≥ 0; Qolt≥ 0; YoltI ∈ {0, 1}; o ∈ O; l ∈ L; t ∈ T

Iit+≥ 0; Iit−≥ 0 i ∈ N ; t ∈ T

ˆ

(7)

A func¸˜ao objetivo (1) visa minimizar a soma dos custos de estoque de produto final, os custos de atraso na entrega da demanda, um termo proporcional (α) vinculado ao n´umero de trocas de itens nas linhas de envase (evitando trocas desnecess´arias nas linhas de envase) e, ainda, visa minimizar os custos envolvidos caso estrague l´ıquido dentro dos tanques-pulm˜ao.

As restric¸˜oes de acoplamento (2) entre os tanques-pulm˜ao e os est´agios I e II representam as equac¸˜oes de equil´ıbrio da quantidade de l´ıquido pronto dispon´ıvel nos tanques de fermentac¸˜ao/ma-turac¸˜ao, permitindo que a produc¸˜ao ocorra se houver l´ıquido pronto e dispon´ıvel para o envase den-tro destes tanques. Ou, envia o l´ıquido aos tanques-pulm˜ao, onde este fica armazenado enquanto aguarda o envase.

O conjunto de restric¸˜oes (3)-(5) representam o est´agio I, sendo semelhantes ao problema original apresentado em Baldo et al. (2014). As restric¸˜oes (3) garantem que, para ter l´ıquido pronto em t (YoltI = 1), o processo de fermentac¸˜ao/maturac¸˜ao ocorre durante os ∆lper´ıodos imediatamente

anteriores a t e, durante este per´ıodo, o l´ıquido n˜ao est´a dispon´ıvel. O tanque deve estar vazio antes de comec¸ar o processo de fermentac¸˜ao/maturac¸˜ao no per´ıodo t − (∆l+ 1). As restric¸˜oes (4)

asseguram que, durante todo o per´ıodo do processo de fermentac¸˜ao/maturac¸˜ao o tanque n˜ao tem l´ıquido dispon´ıvel, ou seja, YoltI ´e igual a zero. Finalizando o est´agio I, as restric¸˜oes (5) garantem que a quantidade de l´ıquido pronto respeitem os limites inferiores e superiores para cada tanque.

As restric¸˜oes (6)-(12) representam as decis˜oes relacionadas aos tanques-pulm˜ao e aco-plam a possibilidade do l´ıquido pronto ser estocado dentro destes tanques, liberando os tanques de fermentac¸˜ao/maturac¸˜ao. As restric¸˜oes (6) garantem que poder´a ocorrer produc¸˜ao se houver l´ıquido pronto dentro dos tanques-pulm˜ao, al´em disso, caso haja l´ıquido jogado fora, as vari´aveis ˆEoltˆ

cap-tam o valor a ser descartado. Lembrando que a produc¸˜ao cap-tamb´em pode ocorrer se houver l´ıquido pronto e dispon´ıvel nos tanques de fermentac¸˜ao/maturac¸˜ao, veja restric¸˜oes (2). As restric¸˜oes (7) ga-rantem que se o tanque-pulm˜ao recebeu l´ıquido no per´ıodo t, este estava vazio ao final do per´ıodo anterior (t − 1). A garantia de que o l´ıquido n˜ao passar´a do prazo de validade dentro dos tanques-pulm˜ao ´e realizado pelas restric¸˜oes (8). As restric¸˜oes (9) captam se o tanque-tanques-pulm˜ao, ao final do per´ıodo, estoca l´ıquido pronto. As restric¸˜oes (10) asseguram que cada tanque-pulm˜ao poder´a arma-zenar no m´aximo um l´ıquido por per´ıodo. As restric¸˜oes (11) garantem que ao enviar l´ıquido pronto ao tanque-pulm˜ao, este receba apenas um ´unico tipo de l´ıquido, vindo de apenas um tanque, dado que os l´ıquidos de diferentes tanques de fermentac¸˜ao/maturac¸˜ao n˜ao podem se misturar, mesmo que estes sejam do mesmo tipo. E, por fim, as restric¸˜oes (12) garantem que a capacidade m´axima e m´ınima dos tanques-pulm˜ao sejam respeitadas.

As restric¸˜oes que designam o est´agio II (13) - (20) foram adaptadas do modelo Baldo et al. (2014), para permitir a utilizac¸˜ao de tanques-pulm˜ao no abastecimento de l´ıquido pronto `as linhas de envase. As restric¸˜oes (13) asseguram o equil´ıbrio entre estoque, atraso, produc¸˜ao e demanda. As restric¸˜oes (14) e (15) garantem que a capacidade das linhas de enchimento sejam respeitadas durante T1 e T2, respectivamente. Durante T1, o tempo de preparac¸˜ao contribui para o consumo

da capacidade, o que n˜ao ocorre em T2. As restric¸˜oes (16), garantem que a produc¸˜ao de i ocorre

apenas se a linha de envase estiver preparada para produzi-lo. De acordo com as restric¸˜oes (17), cada linha de envase deve estar preparada para um ´unico item a cada sub-per´ıodo p ∈ λt, t ∈ T1.

As restric¸˜oes (18) limitam o n´umero de preparac¸˜oes de cada linha de enchimento em Ω a cada sub-per´ıodo p ∈ λt, t ∈ T2. Lembre-se que na segunda parte do horizonte (T2) as decis˜oes de

sequenciac¸˜ao n˜ao s˜ao consideradas, mas v´arios lotes (at´e Ω) podem ser produzidos na mesma linha de enchimento por sub-per´ıodo. Finalmente, as restric¸˜oes (19) e (20) captam a transic¸˜ao de itens nas linhas de enchimento em T1. Al´em disso, as restric¸˜oes (21) definem o dom´ınio das vari´aveis.

2.1. Exemplo num´erico

Para ilustrar o impacto da (n˜ao) utilizac¸˜ao dos tanques-pulm˜ao durante a elaborac¸˜ao do plano de produc¸˜ao de cerveja, considere os dados definidos para o exemplar num´erico fict´ıcio de pequeno porte, o qual ser´a referenciado por Toy Model, contido na Tabela 1. Os quadros (i) a

(8)

(x) cont´em informac¸˜oes como capacidade das envasadoras, tempo de preparac¸˜ao das envasadoras, tempo de processamento de cada item, etc.

Os modelos foram implementados utilizando a linguagem de programac¸˜ao C++, conjun-tamente com a biblioteca Concert do software de otimizac¸˜ao CPLEX (vers˜ao 12.6). Os testes com-putacionais foram realizados em uma m´aquina com processador Intel(R) i7 2600 (quatro n´ucleos, 2 threads cada) de 3.4 GHz e 16GB de mem´oria RAM.

Tabela 1: Dados do exemplo num´erico Toy Model

Os resultados do Toy model considerando o tempo de execuc¸˜ao limitado em 3600 se-gundos encontram-se reportados na Tabela 2. Considere para a interpretac¸˜ao da Tabela 2-(i), na coluna ‘Tanques-pulm˜ao’, que a linha ‘Sem’ relata os resultados do modelo de Baldo et al. (2014) e a linha ‘Com’ traz os resultados obtidos pelo modelo proposto. A linha ‘Aumento’ refere-se a comparac¸˜ao percentual em relac¸˜ao ao modelo da literatura e ao modelo proposto, calculado por (22), onde V alorCom refere-se ao valor do modelo que considera tanques-pulm˜ao e V alorSemdo modelo sem tanque-pulm˜ao. A coluna ‘#Restric¸˜oes’ apresenta o n´umero total de restric¸˜oes de cada modelo matem´atico ao resolver o Toy model, veja o aumento em 75,1% do n´umero de restric¸˜oes do modelo com tanques-pulm˜ao em relac¸˜ao ao modelo que n˜ao os considera. A coluna ‘#Vari´aveis’ e ‘#IntVar’ abordam o n´umero total de vari´aveis e o n´umero de vari´aveis inteiras para cada modelo, note que houve um aumento de 67,3% e 78,8%, respectivamente, do modelo com em relac¸˜ao ao sem tanques-pulm˜ao. ‘Fo LP’ e ‘Time LP’ trazem o valor da func¸˜ao objetivo para o problema relaxado e o tempo que o CPLEX demorou para encontr´a-la, observe que ambos os modelos tem valores iguais nestas colunas. ‘FO MIP’, ‘LB’ e ‘GAP’ s˜ao os resultados obtidos durante a resoluc¸˜ao do modelo inteiro-misto para a func¸˜ao objetivo, limitante inferior e GAP, sendo este ´ultimo calculado segundo (23). O CPLEX utiliza o m´etodo branch-and-cut na resoluc¸˜ao de modelos de programac¸˜ao inteira mista. Este procedimento gera uma ´arvore de pesquisa que possui n´os, onde a coluna ‘#N´os’ traz a quantidade de n´os explorados durante a execuc¸˜ao do m´etodo; note que houve uma diminuic¸˜ao de mais de 99% do modelo que considera os tanques-pulm˜ao em relac¸˜ao ao que n˜ao os considera. Os valores ‘#Atraso’, ‘#Trocas’ e ‘#Estoque’ referem-se aos valores correspondente ao atraso na entrega da demanda, aos n´umeros de preparac¸˜oes das linhas de envase e a quantidade de itens es-tocados de um per´ıodo ao outro, durante o horizonte de planejamento. E, por fim, a coluna

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‘#Atra-soFinal’ traz a quantidade de itens que n˜ao tiveram a sua demanda entregue ao final do horizonte de planejamento. Com relac¸˜ao aos valores denotados nestas ´ultimas colunas, vejam que o modelo proposto neste trabalho empatou ou teve um desempenho superior em relac¸˜ao ao outro. Destaca-se, principalmente, o fato de n˜ao atrasar a entrega da demanda de nenhum item, enquanto o modelo que n˜ao considera os tanques-pulm˜ao atrasa a entrega de 4 itens durante o horizonte de planejamento (veja ‘#Atraso’).

Tabela 2: Toy model: an´alise dos modelos sem e com tanques-pulm˜ao (tempo de execuc¸˜ao limitado em 3600 segundos).

(i) Informac¸˜oes sobre a execuc¸˜ao dos modelos

Tanques-pulm˜ao #Restric¸˜oes #Vari´aveis #IntVars FO LP TimeLP FO MIP LB

Sem 1480 1675 624 145,5 0,1 229,81 205,4727

Com 2592 2803 1116 145,5 0,1 205,05 145,5123

Aumento 75,1% 67,3% 78,8% 0,0% 0,0% -10,8% -29,2%

GAP #N´os #Atraso #Trocas #Estoque #AtrasoFinal

10,6% 7999899 4 1 8957,1 0

29,0% 68224 0 1 8920,6 0

174,2% -99,1% - 0,0% -0,4% 0,0%

(ii) Convergˆencia

Tempo Sem tanques-pulm˜ao | Com tanques-pulm˜ao

(segundos) LB FO MIP GAP | LB FO MIP GAP

1 145,5 102958,8 99,9% | 145,5 103758,8 99,9% 600 187,6 229,8 18,4% | 145,5 42556,2 99,7% 1200 194,7 229,8 15,3% | 145,5 1059,7 86,3% 1800 198,8 229,8 13,5% | 145,5 216,5 32,8% 2400 201,6 229,8 12,3% | 145,5 216,5 32,8% 3000 204,1 229,8 11,2% | 145,5 207,6 29,9% 3600 205,5 229,8 10,6% | 145,5 205,1 29,0%

Aumento = V alorComV alor−V alorSem Sem (22)

GAP = FO MIP−LBFO MIP (23)

A Tabela 2-(ii) analisa a convergˆencia entre o limitante inferior (LB) e a func¸˜ao objetivo (FO MIP) de ambos os modelos. Note que o modelo que n˜ao considera tanques-pulm˜ao melhorou tanto o valor de LB quanto o de FO MIP, terminado ao final dos 3600 segundos com um GAP de 10,6%. J´a o modelo com tanques-pulm˜ao melhorou apenas FO MIP, chegando a um GAP de 29,0%.

A Tabela 3 traz os resultados do Toy model considerando um tempo limite de 24 horas. O modelo da literatura encontrou a soluc¸˜ao ´otima aos 11556 segundos, veja Tabela 3-(i). Enquanto o outro utilizou todo o tempo permitido e obteve um GAP de 24,2%. Entretanto, observe na Tabela 3-(ii), nos per´ıodos t = 3 e t = 4 o atraso na entrega da demanda do item i = 2 presente na soluc¸˜ao

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Tabela 3: Toy model: resumo dos resultados obtidos ap´os 86400 segundos de execuc¸˜ao.

(i) Informac¸˜oes sobre valor da func¸˜ao objetivo (Fo MIP), lower bound (LB), GAP (GapMIP), tempo de execuc¸˜ao (TimeMIP), etc. Tanques-pulm˜ao Fo MIP LB GapMIP TimeMIP #N´os #Atraso #Trocas #Estoque #AtrasoFinal

Sem 229,8 229,8 0,0% 11556 33820258 4 1 8957,1 0 Com 192,0 145,5 24,2% 8640 266961 0 1 8464,1 0 Aumento -16,5% -25,2% -99,2% -100% 0,0% -5,5%

-3. Testes computacionais

Os testes computacionais foram conduzidos utilizando a mesma linguagem de programac¸˜ao e a mesma configurac¸˜ao de m´aquina descrita na Sec¸˜ao 2.1. V´arios experimentos computacionais foram realizados utilizando as instˆancias de Baldo et al. (2014) e os resultados obtidos para todas as instˆancias foram bastante semelhantes. Como o intuito desta pesquisa ´e destacar as vantagens e desvantagens de se considerar os tanques-pulm˜ao durante a elaborac¸˜ao dos planos de produc¸˜ao, de-talharemos a soluc¸˜ao de uma das instˆancias. A instˆancia teste utilizada possui 5 linhas de envase, 35 itens e 37 tanques de fermentac¸˜ao/maturac¸˜ao tanques-pulm˜ao). A quantidade de tanques-pulm˜ao considerada para os testes foi calculada com base em an´alise de dados reais, que corresponde a pouco mais de 20% da quantidade total de tanques de fermentac¸˜ao/maturac¸˜ao. Para a instˆancia cujo resultado est´a detalhado nesta sec¸˜ao considera-se 8 tanques-pulm˜ao (d37 · 0, 2e).

A Tabela 4 resume os resultados obtidos para a referida instˆancia ao executar os modelos em 86400 segundos. Ambos utilizaram todo o tempo limite dispon´ıvel. O modelo que consi-dera os tanques-pulm˜ao apresentou um aumento de 147%, 64% e 106% em relac¸˜ao ao n´umero de restric¸˜oes (#Restric¸˜oes), quantidade total de vari´aveis (#Vari´aveis) e quantidade de vari´aveis intei-ras (#IntVars), respectivamente. Como tamb´em apresentou um grande n´umero de demandas n˜ao atendidas ao final do horizonte de planejamento. Para FO LP, TimeLP e LB os valores s˜ao iguais ou muito pr´oximos.

No geral, ao analisar a estrutura dos modelos com tanques-pulm˜ao para todas as de-mais instˆancias testes, estas apresentaram um aumento de de-mais de 130% em relac¸˜ao ao n´umero de restric¸˜oes, mais de 50% sobre a quantidade total de vari´aveis e um aumento de mais de 100% das vari´aveis inteiras.

Tabela 4: Resultados obtidos para um exemplar com |M | = 5 e |N | = 35 ap´os 24 horas de execuc¸˜ao dos modelos.

Tanques-pulm˜ao #Restric¸˜oes #Vari´aveis #IntVars FO LP TimeLP FO MIP LB

Sem 138166 342392 99974 59156,21 1 131462 59269,47

Com 341502 562024 206262 59156,21 1 15005648 59223,64

Aumento 147% 64% 106% 0% 0% 11314% 0%

GAP #N´os #Atraso #Trocas #Estoque #AtrasoFinal

54,9% 34206 586 57 130284,1 0

99,6% 2583 5044802 23 97175,6 295863,4

81% -92% 860788% -60% -25%

-4. Conclus˜oes e perspectivas

Esta pesquisa prop˜oe um novo modelo matem´atico de otimizac¸˜ao que visa representar o problema de planejamento e programac¸˜ao da produc¸˜ao multiest´agio encontrado nas cervejarias,

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considerando a possibilidade de utilizac¸˜ao de tanques-pulm˜ao para armazenar l´ıquido pronto e fil-trado enquanto este aguarda o envase. Segundo Baldo et al. (2014), o processo de produc¸˜ao de cerveja pode ser dividido em dois principais est´agios: preparac¸˜ao do l´ıquido (est´agio I) e envase (est´agio II). Assim que o est´agio I termina, o l´ıquido est´a pronto para ser filtrado e enviado `as enva-sadoras. Por´em, se o envase n˜ao puder ter in´ıcio ao t´ermino do est´agio I, o l´ıquido pode permanecer dentro dos pr´oprios tanques de fermentac¸˜ao/maturac¸˜ao ou, ap´os a filtragem, este pode ser alocado a tanque(s)-pulm˜ao. Testes computacionais foram conduzidos com o intuito de ressaltar as van-tagens e desvanvan-tagens de se utilizar a abordagem que considera a utilizac¸˜ao de tanques-pulm˜ao. Conclui-se que a utilizac¸˜ao de tanques-pulm˜ao pode trazer planos de produc¸˜ao alternativos que evi-tam atrasos na entrega da demanda. Por´em, encontrar uma soluc¸˜ao ´otima (ou de boa qualidade) para o modelo ´e uma tarefa bastante ´ardua, principalmente devido ao grande aumento no n´umero de vari´aveis e restric¸˜oes do problema. Dentre os principais trabalhos futuros a serem explorados, tem-se a elaborac¸˜ao de um m´etodo MIP-heur´ıstico utilizando o modelo proposto neste presente tra-balho, visando obter soluc¸˜oes de melhor qualidade. Uma outra possibilidade, ´e explorar alternativas para modelar matematicamente o problema em quest˜ao, como, por exemplo, utilizar desigualdades v´alidas visando reduzir o n´umero de vari´aveis inteiras e/ou melhorar a relaxac¸˜ao linear. E, ainda, a aplicac¸˜ao da decomposic¸˜ao proposta em Dantzig e Wolfe (1960), conjuntamente com a gerac¸˜ao de colunas e um procedimento de factibilizac¸˜ao para obter uma soluc¸˜ao de boa qualidade.

Agradecimentos

Os autores agradecem `a CAPES (Coordenac¸˜ao de Aperfeic¸oamento de Pessoal de N´ıvel Superior), `a FAPESP (Fundac¸˜ao de Amparo `a Pesquisa do Estado de S˜ao Paulo) e ao CNPq (Con-selho Nacional de Desenvolvimento Cient´ıfico e Tecnol´ogico).

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