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A leitura como lazer: Avaliação do Espaço de Leitura da Biblioteca Central da UFMG através de estudo de comunidade

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Academic year: 2021

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através de estudo de comunidade

SIRIHAL DUARTE, Adriana Bogliolo1 RUAS, Renata Gonçalves2

Resumo

Apresenta um estudo de usuários efetivos e potenciais visando determinar as motivações do uso e possíveis razões do não uso do Espaço de Leitura da Biblioteca Central da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), assim como estimar que parcela da comunidade universitária faz uso do mesmo e verificar a adequação do acervo do Espaço de Leitura às suas necessidades de leitura. Foram aplicados 279 questionários entre usuários efetivos e usuários potenciais do Espaço de Leitura. Destes, 47 foram aplicados no próprio Espaço de Leitura, entre usuários efetivos, e 232 nas unidades da UFMG, numa amostra acidental que incluiu tanto usuários efetivos quanto usuários potenciais. Entre outros resultados percebeu-se que, apesar das campanhas de divulgação, o espaço de leitura ainda é pouco conhecido e frequentado pela comunidade universitária, sendo mais aproveitado por funcionários que por estudantes; que os meios informais de divulgação do Espaço têm se mostrado mais eficazes que os formais; e que o grau de satisfação do usuário efetivo em relação ao espaço de leitura é muito bom, sendo sugeridas melhorias na quantidade de volumes disponíveis e na atualização das revistas. O presente artigo apresenta ainda algumas sugestões para o aperfeiçoamento do Espaço de Leitura, baseadas nos resultados analisados, especialmente no que tange as políticas de acervo e divulgação do espaço.

Palavras-chave: Estudo de usuário; estudo de comunidade; leitura; biblioteca.

Abstract

Presents a study of users and potential users to determine the motivations of the use and possible reasons for not using the Reading Area of the Central Library of Federal University of Minas Gerais (UFMG), as well as estimate that portion of the university community that makes use of it and verify if the collection of the Reading Area is adjusted to users reading needs. 279 questionnaires were administered among actual and potential users of the Reading Area. Of these, 47 were applied into the Reading Space, among actual users, and 232 across the departments of the University, a random sample that included both actual users and potential users. Among other results it was realized that, despite the campaigns, the reading area is still little known and frequented by the university community, and more exploited by university workers than by students; that informal means of dissemination of the Reading Space have been more effective than the formal, and that the degree of user satisfaction is

1 Doutora em Ciência da Informação, Professora Adjunta da Escola de Ciência da Informação da UFMG.

bogliolo@eci.ufmg.br

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very good, but they suggested improvements in the number of volumes available and to update the journals. This article presents some suggestions for the improvement of the Reading Area, based on the analyzed results, especially regarding policies for collection and how to make the space more known.

Keywords: User study, Community study; reading; library.

1. Estudos de usuário e estudos de comunidade

É através dos estudos de usuários que os fatores que influenciam ou afetam o uso da informação se tornam conhecidos. Os usuários dos centros de informação são incentivados a expor suas necessidades e a partir de então contribuir para que atitudes sejam tomadas para que suas necessidades informacionais sejam atendidas pelas bibliotecas ou centros de informação.

Estudos de usuário são investigações que se fazem para saber o que os indivíduos precisam em matéria de informação, ou então, para saber se as necessidades de informação por parte dos usuários de uma biblioteca ou de centro de informação estão sendo satisfeitas de maneira adequada (Figueiredo, 1994, p.7)

Portanto, esses estudos podem ser considerados como meios de comunicação entre instituições de informação e as comunidades a que se destinam. São instrumentos essenciais para auxiliar as bibliotecas a avaliar suas principais demandas ou até mesmo para identificar mudanças nas mesmas quanto aos seus produtos e serviços, para que os recursos sejam alocados de forma mais correta possível. A partir desses estudos orientados às necessidades dos usuários é que as bibliotecas e centros informacionais tornaram-se mais ativas e dinâmicas criando diversos serviços e aperfeiçoando os já existentes.

Segundo Wilson-Davis (1977, apud CUNHA, 1982) e Figueiredo (1994) os estudos de usuários podem ser classificados em estudos orientados ao uso de uma biblioteca ou centro de informação individual e estudos orientados ao usuário, isto é, investigações sobre um grupo particular de usuários como este grupo obtêm a informação necessária ao seu trabalho (Quadro 1). Os estudos de bibliotecas individuais podem cobrir todos os serviços prestados pela biblioteca ou restringir-se a um único serviço. Por outro lado, os estudos voltados diretamente aos usuários não são limitados a uma instituição, e sim à investigação do comportamento informacional de indivíduos ou comunidades.

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Categorias de estudos de usuários Estudos orientados ao uso de uma

biblioteca ou centro de informação individual (system approach)

Estudos orientados ao usuário (user

approach)

• Limitados a uma instituição; • Se iniciam a partir de um grupo de

materiais dessa instituição e começam então a investigar a qualidade e quantidade de seu uso. • Exemplos: serviços prestados por

bibliotecas, empréstimos, serviço de disseminação seletiva da

informação, uso dos catálogos, uso da coleção, uso de bibliografias, análise de citação, etc.

• Ilimitados;

• Investigam o comportamento de uma comunidade inteira na obtenção de informação

(information habits ou information

behavior);

• Exemplos: como o usuário obtém a informação necessária para seu

trabalho, hábitos de

reunião/obtenção de informação de comunidades específicas (colégios invisíveis, congressos); fluxos de informação nos laboratórios de pesquisa e desenvolvimento (P&D), etc.

Le Coadic (1996, p. 42-45) tece crítica aos estudos de usuários orientados no sistema, e não no próprio usuário, ao lembrar que, tradicionalmente, não se faz a análise das necessidades de informação desses indivíduos. Esses estudos só consideram aquilo que o usuário efetivo solicita, sua demanda. E a demanda, normalmente, consiste na expressão da necessidade do indivíduo condicionada às expectativas de sucesso na busca e às restrições do sistema de informação. Portanto, muitas vezes, as demandas não exprimem as reais necessidades dos indivíduos. Além disso, tradicionalmente, os estudos de usuários centrados na biblioteca não avaliam as necessidades dos usuários potenciais.

Uma das maneiras de se ampliar a compreensão das necessidades dos usuários, ainda que num estudo centrado na biblioteca, é a aplicação do estudo de comunidade. Segundo Dias e Pires (2004, p. 7)

O termo comunidade é utilizado quando se quer referir ao público que frequenta ou poderia frequentar a biblioteca pública. Para esta, comunidade refere-se às pessoas que residem na jurisdição política servida por ela; para a biblioteca escolar, são todos os alunos matriculados e os professores; para a biblioteca universitária, são os corpos docente, discente e funcionários; para a biblioteca especializada, é a companhia, a instituição comercial, a fundação ou a empresa que a criou. A comunidade não é constituída somente de usuários reais, mas inclui todos os usuários potencias. Usuários reais são definidos como aqueles que utilizam os serviços, e usuários potenciais como o total de usuários que podem utilizar os serviços de informação.

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Levando essas definições em consideração, o presente artigo apresenta os resultados de um estudo de comunidade tendo como objeto de análise o Espaço de Leitura da Biblioteca Central da UFMG.

2. O objeto de pesquisa: Espaço de Leitura da Biblioteca Central da UFMG

O Espaço de Leitura, instalado no térreo da Biblioteca Central, tem a missão de oferecer à comunidade universitária um local adequado para “um lazer qualificado”, e conta com acervo composto por obras de literatura de variados gêneros textuais, além de jornais e revistas. Trata-se de um espaço ainda novo, em processo de popularização, cuja inauguração se deu em setembro de 2009. Esse é um dos fatores que motivou a presente pesquisa: avaliar, do ponto de vista dos usuários e da comunidade acadêmica, um serviço de informação recém implantado na UFMG, cujo propósito não é o atendimento dos objetivos fim da universidade (ensino e pesquisa), mas a promoção de um espaço de leitura para fins de lazer.

O estudo de comunidade deve ser precedido pela análise do objeto de pesquisa através de um estudo de contexto ou diagnóstico. O diagnóstico foi baseado na observação das atividades cotidianas da instituição. Foram observadas situações peculiares ao local e foram coletadas informações com funcionários e usuários. Diante de tal observação foi possível compreender o funcionamento do espaço, doravante descrito.

O Espaço de Leitura funciona de segunda à sexta-feira, das 07:30h às 21:30h, na Biblioteca Central da UFMG. Seus usuários potenciais são os corpos discente e docente e os funcionários da universidade, que podem fazer empréstimo, além do público da comunidade externa que pode fazer consultas locais. Além dos serviços básicos de empréstimo e consulta ao acervo, o Espaço de Leitura também oferece diversificada programação cultural, incluindo exibição de filmes, exposições dentre outras atividades. Embora o Espaço Cultural vise oferecer diversos atrativos culturais, apenas os livros constituem parte do acervo passível de empréstimo. Dentre os materiais que atualmente compõe o acervo do Espaço de Leitura, estão diversos best-sellers, obras de literatura clássica e contemporânea, além de revistas e jornais.

A fase de diagnóstico detectou oportunidades e riscos, bem como aspectos positivos e negativos referentes ao Espaço de Leitura. Dentre as principais oportunidades destacam-se o grande potencial de crescimento do número de usuários e o ambiente moderno e agradável. O quadro 2 sintetiza os principais aspectos observados:

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Aspectos positivos e negativos do Espaço de Leitura detectados na fase de diagnóstico

Aspectos Positivos Aspectos Negativos

• Processamento informatizado. • Espaço físico amplo e agradável.

Acervo com material novo. • Infra-estrutura, logística e

equipamentos modernos • Localização e acesso fácil. • Boa relação com a comunidade

acadêmica.

• Atividades culturais ofertadas

• Indisponibilidade de terminal de empréstimo exclusivo, gerando filas na Biblioteca Central. • Não possui Tesauro.

• Falta de um site de informações sobre o espaço.

• Ausência de serviços de alerta e novas aquisições.

• Deficiência na atualização de revistas e assinaturas não renovadas.

A partir do diagnóstico optou-se pela efetivação de um estudo de comunidade, contemplando usuários efetivos e potenciais, a fim de:

• Avaliar o uso do Espaço de Leitura pelos seus usuários e indicar os motivos do não uso pelos usuários em potencial.

• Verificar se o número de exemplares é suficiente para atender as demandas dos usuários através de compilações estatísticas de uso das coleções e do ponto de vista do usuário.

• Verificar a eficiência da publicidade em relação ao Espaço de Leitura e seus serviços, avaliando se o conhecimento do Espaço está ocorrendo através de canais formais ou informais.

• Verificar se a proximidade da unidade de origem influencia no conhecimento e uso do Espaço de Leitura.

3. Coleta de Dados

A coleta de dados foi realizada a partir da aplicação de questionários em amostras por unidade (usuários e não usuários selecionados de modo acidental ou por acaso em cada uma das unidades existentes no Campus Pampulha da UFMG) incluindo professores, alunos e funcionários e em amostras de frequentadores do Espaço de Leitura nos horários da manhã, almoço, tarde e início da noite. Entre maio e julho de 2010 foram aplicados 279 questionários, número que constitui o que nesse texto é chamado de amostra total, sendo que 47 foram

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aplicados dentro do espaço de leitura e 232 nas unidades. A aplicação dos questionários nas unidades foi realizada de forma coletiva e voluntária, valendo-se da autorização de professores para a aplicação dos mesmos durante o horário de aulas.

Dentre os indivíduos que responderam ao questionário, 66% eram alunos, 12.5% professores, 20% funcionários e 1.5% pertenciam à comunidade externa.

Os dados coletados foram analisados estatisticamente, fornecendo assim a distribuição do tipo de usuário e de suas motivações e inibições ao uso do Espaço de Leitura. Os dados obtidos foram tabulados em planilhas e buscou-se analisar o tipo de usuário, a influência da proximidade com o espaço, a forma de divulgação do espaço, aspectos motivacionais, índice de satisfação em relação ao serviço, dentre outros aspectos. Os principais resultados encontram-se apresentados na forma de gráficos e tabelas e ajudaram a determinar a relação entre o perfil do usuário e sua interação com o espaço. Através da análise dos dados determinou-se qual é a percentagem da comunidade acadêmica que utiliza o Espaço de Leitura, o seu perfil, a influência da proximidade da unidade e o tipo de requisição mais frequente, além de diversos outros indicadores.

4. Análise dos Resultados

O gráfico 1 apresenta a distribuição de toda a amostra de entrevistados (o que inclui tanto aqueles que responderam ao questionário no Espaço de Leitura quanto aqueles que responderam em suas unidades, totalizando 279 respondentes, doravante denominados amostra total) entre as unidades de origem.

Como, obviamente, aqueles que responderam ao questionário no próprio Espaço de Leitura são usuários efetivos e conhecem o local, procurou-se identificar, entre os entrevistados nas unidades (totalizando 232 respondentes, doravante denominados amostra acidental), qual o percentual de conhecedores do Espaço de Leitura. A tabela 1 mostra, em números absolutos, quantos componentes da amostra acidental foram entrevistados por unidade e, destes, quantos conhecem o Espaço de Leitura. Por sua vez, o gráfico 2 apresenta, em relação a essa amostra, o percentual de conhecedores por unidade. Percebe-se que as unidades COLTEC, ICB, Unidade Administrativa III, Farmácia, ECI e Reitoria se sobressaem, nessa mesma ordem, em relação às demais por apresentarem um percentual de conhecedores do Espaço de Leitura acima de 25%. Por outro lado, verifica-se que as unidades EFFTO, FACE e Odontologia não tiveram nenhum entrevistado conhecedor do Espaço de Leitura.

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0.00% 1.00% 2.00% 3.00% 4.00% 5.00% 6.00% 7.00% 8.00% 9.00% 10.00% 11.00% 12.00% 13.00%

Gráfico 1 – Percentual de entrevistas para cada unidade (amostra total) TABELA 1

Total de entrevistados nas unidades x total de conhecedores (amostra acidental)

Unidade Total de

Respondentes Respondentes que conhecem o EL conhecedores Percentual de

Belas Artes 10 1 10,00 COLTEC 12 6 50,00 ECI 18 5 27,78 EFFTO 13 0 0,00 Engenharia 17 2 11,76 FACE 10 0 0,00 FAE 10 1 10,00 FAFICH 10 1 10,00 FALE 10 1 10,00 Farmácia 21 6 28,57 ICB 20 6 30,00 ICEx 16 2 12,50 IGC 11 1 9,09 Medicina Veterinária 9 2 22,22 Música 10 1 10,00 Odontologia 10 0 0,00 Reitoria 12 3 25,00

Unidade Administrativa III 10 3 30,00

Outros 3 1 33,33

(8)

1 0 .0 0 % 5 0 .0 0 % 2 7 .7 8 % 0 .0 0 % 1 1 .7 6 % 0 .0 0 % 1 0 .0 0 % 1 0 .0 0 % 1 0 .0 0 % 2 8 .5 7 % 3 0 .0 0 % 1 2 .5 0 % 9 .0 9 % 2 2 .2 2 % 1 0 .0 0 % 0 .0 0 % 2 5 .0 0 % 30.0 0 % 3 3 .3 3 % 0.00% 10.00% 20.00% 30.00% 40.00% 50.00% 60.00%

Gráfico 2 – Percentual de conhecedores por unidade (amostra acidental)

Esperava-se encontrar uma relação aproximadamente linear entre proximidade ou facilidade de acesso e o percentual de conhecimento e utilização do Espaço de Leitura. Para avaliar essa relação, estabeleceu-se a distância média entre cada unidade e o Espaço de Leitura (distâncias medidas a partir do Google Earth). No entanto, o pressuposto não ficou confirmado em todas as unidades.

y = -0.0052x + 0.2144 R² = 0.044 0.00% 10.00% 20.00% 30.00% 40.00% 50.00% 60.00% R e it o ri a ; 1 2 0 m IC B ; 1 5 3 m IC E X ; 2 1 3 m F A C E ; 2 7 0 m E n g e n h a ri a ; 4 6 5 m E C I; 4 8 0 m IG C ; 4 8 4 m F A F IC H ; 5 0 0 m M ú si ca ; 5 4 7 m C O LT E C ; 6 3 0 m F A LE ; 6 4 0 m U A II I; 7 7 5 m F a rm á ci a ; 7 8 0 m B e la s A rt e s; 8 1 0 m F A E ; 8 6 0 m M e d ic in a V e te ri n á ri a ;… O d o n to lo g ia ; 1 2 8 0 m E F F T O ; 1 7 9 0 m

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ICEx e a FACE, também bastante próximos ao Espaço de Leitura, fugiram à expectativa. Como pode ser observado no Gráfico 3, apesar das discrepâncias, a linha de tendência obtida por uma regressão linear dos dados combinados de distância média e percentual de conhecedores do Espaço de Leitura é uma função decrescente com a distância. Entretanto o coeficiente de correlação é bastante baixo, tornando difíceis análises mais elaboradas.

No caso particular da Escola de Ciência da Informação (ECI), que agrega cerca de 28% de conhecedores do Espaço de Leitura, acredita-se que o fato deve-se mais à íntima relação entre a Escola (que abriga o curso de graduação em biblioteconomia) e a biblioteca, e não à facilidade de acesso ou distância. É interessante observar que o maior percentual de conhecedores (50%) está entre os alunos do COLTEC (Colégio Técnico que oferece ensino médio), fato que pode sugerir a tendência de que os mais jovens têm cultivado o gosto pela leitura, ou ainda que permite inferir que o Espaço de Leitura esteja suprindo possíveis carências da biblioteca escolar oferecida pela unidade.

O gráfico 4 correlaciona o número absoluto e percentual de não conhecedores, conhecedores e frequentadores dentre os conhecedores; e mostra que apenas 18% dos entrevistados nas unidades conhecem o Espaço de Leitura e que apenas 6,8% o freqüentam. Este percentual de utilização é extremamente baixo, refletindo a existência de barreiras tanto em nível de divulgação do espaço quanto possivelmente em relação aos produtos oferecidos pelo mesmo. Não conhecem 190 (82%) Conhecem 42 (18%) Não frequentam 26 (62%) Frequentam 16 (38%)

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A partir da análise do gráfico 5 se percebe que o maior percentual de conhecedores do Espaço de Leitura se dá entre a categoria de funcionários com cerca de 78%, ao passo que a categoria com menor percentual de conhecimento do Espaço de Leitura é a de professores, com cerca de 15%, ficando em posição intermediária a categoria de estudantes, com cerca de 23%. Nota-se também que em relação ao percentual de frequentadores essa mesma tendência é verificada: dentre todos os professores entrevistados, 14,71% conhecem o Espaço de Leitura, mas apenas 2.94% (20% dos que conhecem) o freqüentam.

É ainda interessante notar que dentre os que já conhecem o Espaço, o maior percentual de frequentadores se dá na categoria de estudantes, cerca de 43%, ficando acima do percentual da categoria de funcionários, que é de aproximadamente 38%. Esse fato em especial sugere um maior interesse pela leitura como forma de lazer entre os estudantes do que nas outras categorias. Diante de tal quadro torna-se ainda mais importante a reformulação dos meios de divulgação, pois muitos usuários em potencial permanecem à margem dos serviços oferecidos pelo Espaço de Leitura por ignorarem sua existência.

22,76% 9,76% 42,86% 14,71% 2,94% 20,00% 77,78% 29,63% 38,10% 0 ,0 0 % 1 0 ,0 0 % 2 0 ,0 0 % 3 0 ,0 0 % 4 0 ,0 0 % 5 0 ,0 0 % 6 0 ,0 0 % 7 0 ,0 0 % 8 0 ,0 0 % 9 0 ,0 0 % Conhecem Frequentadores dentre o total geral

Frequentadores dentre os que conhecem Funcionários Professores Estudantes

Gráfico 5: Percentual de conhecedores e frequentadores por categoria (amostra acidental)

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não uso do Espaço de Leitura por aquele usuário que o conhece mas não utiliza. Dentre as justificativas que mais figuram nas respostas dos entrevistados para não frequentarem o Espaço de Leitura, destaca-se a falta de tempo, somando cerca de 46%. É importante ter em mente diante desse quadro que em um questionário o entrevistado não raramente tenta ocultar hábitos que considera não produtivos, muitas vezes mascarando os reais motivos de fazer ou não certa atividade.

Já no que diz respeito às formas de divulgação do espaço e seus serviços, pode-se perceber claramente (TAB. 3) que os meios de divulgação formais não constituem os mecanismos principais, mais sim os meios informais, em especial o “boca-a-boca”, através de amigos e colegas, o que confirma a afirmação de Figueiredo (1994, p. 27): “O s canais informais de comunicação são considerados mais importantes que os canais formais para satisfazer muitos tipos de necessidades de informação”.

TABELA 2

Principais justificativas de não uso

Fator Frequência (%)

Falta de tempo 46,15

Conheceu recentemente 15,38 Não lê / não precisa 7,69

Acervo não agrada 3,85

Gosta de ler em casa 3,85

Outros 23,08

Total 100,00

TABELA 3

Meios pelo qual conheceram o Espaço

Meio Frequência (%) Amigo 47,62 Casualmente na biblioteca 28,58 Site da UFMG 11,90 Boletim da UFMG 9,52 Professor 2,38 Total 100,00

No que diz respeito aos horários de utilização preferidos, nota-se que o período da tarde e o horário de almoço são os mais utilizados entre os frequentadores, seguidos do período da manhã e da noite, conforme demonstra o gráfico 6.

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16,39%

26,23%

45,90%

9,84%

1,64%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

45,00%

50,00%

Manhã

Horário de

almoço

Tarde

Noite

Após

expediente

Gráfico 6 – Horários de frequência ao Espaço de Leitura

No que tange a frequência dos usuários no Espaço de Leitura (TAB. 4), nota-se que 66% dos usuários o fazem pelo menos uma vez por semana, sendo que 27% o fazem mais de uma vez por semana. Isso mostra que o Espaço é atraente ao usuário que o visita, o que leva ao pressuposto de que as barreiras existentes entre o usuário potencial e o Espaço de Leitura estejam relacionadas com a divulgação do mesmo, e não com a qualidade dos serviços oferecidos ao usuário.

TABELA 4

Periodicidade de utilização do Espaço de Leitura

Periodicidade Frequência (%) ∑ (%)

Mais de uma vez por semana 27 27

Uma vez por semana 39 66

Uma vez a cada 15 dias 7 73

Uma vez por mês 17 90

Menos de uma vez por mês 10 100

Entre os gêneros literários preferidos, o gênero romance mantém a popularidade com 21%, seguido pelos clássicos com 14% e pelos gêneros aventura, humor e suspense, empatados na casa dos 12% (TAB. 5).

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Gêneros literários preferidos Gênero Frequência (%) Romance 21 Clássicos 14 Aventura 12 Humor 12 Suspense 12 Policial 8 Biografia 6 Poesia 6 Culinária 2 Terror 2 Outros 5 Total 100

Finalmente, foi avaliado o grau de satisfação dos usuários efetivos em relação aos seguintes itens: atualização dos jornais, revistas e livros; seleção de títulos de jornais, revistas e livros; quantidade de volumes disponíveis; atendimento dos funcionários e espaço físico. Na avaliação de cada item o respondente deveria categorizar entre excelente (5), bom (4), regular (3), ruim (2) e péssimo (1). Utilizando-se tal escala de Likert, foram calculadas as médias para cada item analisado, o que se encontra representado na tabela 6 e no gráfico 7.

TABELA 6

Grau de satisfação percentual entre os frequentadores do Espaço de Leitura

Categoria Excelente Bom Regular Ruim Péssimo Média

Atualização dos jornais 27,87 57,38 13,11 1,64 0 4,11

Atualização das revistas 14,52 38,71 25,81 17,74 3,22 3,44

Atualização dos livros 16,95 61,02 22,03 0 0 3,95

Seleção de títulos de jornais 16,39 63,93 19,68 0 0 3,97

Seleção de títulos de revistas 11,29 54,84 24,19 8,07 1,61 3,66

Seleção de títulos de livros 13,33 68,33 16,67 0 1,67 3,92

Quantidade de volumes 10 31,67 48,33 10 0 3,42

Atendimento dos funcionários 32,79 54,1 13,11 0 0 4,20

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3,42 3,44 3,66 3,92 3,95 3,97 4,11 4,20 4,42 0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 Espa ço fí sico Aten dim ento dos func ioná rios Atua lizaç ão d os jo rnai s Sele ção de tí tulo s de jorn ais Atua lizaç ão d os li vros Sele ção de tí tulo s de livr os Sele ção de tí tulo s de revi stas Atua lizaç ão d as re vist as Qua ntid ade de v olum es

Gráfico 7 – Grau de satisfação médio entre os freqüentadores do Espaço de Leitura (5 – Excelente 4 –Bom 3 – Regular 2 – Ruim 1 – Péssimo)

Baseando-se nos dados acima é possível perceber que o grau de satisfação do usuário em relação ao espaço de leitura é muito bom, deixando a desejar apenas em dois pontos: a quantidade de volumes disponíveis e a atualização das revistas. Cerca de 48% alegaram achar regular a quantidade de volumes contra 42% que alegaram achar boa ou excelente. A respeito da atualização das revistas, 26% alegaram achar regular e 17% ruim, totalizando 43%, contra 53% que a consideraram boa ou excelente. Todos os outros pontos observados foram bem cotados entre os entrevistados.

5. Considerações finais

O Espaço de Leitura é um centro informacional relativamente novo, estando ainda em fase de maturação, entretanto já alcança elevado grau de aprovação entre seus usuários. Apesar disso, algumas falhas são facilmente perceptíveis e de fácil correção, em especial a falta de divulgação apropriada.

Parece conveniente fazer modificações neste modelo de divulgação o quanto antes. Algumas sugestões que poderiam aumentar rapidamente a influência do Espaço de Leitura dentro do campus, atraindo usuários de todas as unidades e até mesmo da comunidade externa são: divulgação do Espaço de Leitura através da Rádio UFMG, pelos professores nas salas de

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Boletim UFMG e do Jornal da Assufemg; colocação de “banners” na feira do livro e demais eventos; Colocação de anúncios nos ônibus internos da universidade.

Outro ponto que ficou claro nas análises é o baixo grau de satisfação com relação ao número de exemplares, em especial em aos gêneros literários preferidos, a saber: Romance, Clássicos, Aventura, Suspense e Humor. Também é notável a insatisfação em relação à atualização das revistas. Diante deste quadro é necessário que a política de manutenção e ampliação do acervo mantenha o foco na melhoria desses aspectos.

Como os diferentes tipos de usuários têm necessidades de informação diferentes, e até um mesmo usuário apresenta variações de perfil ao longo do tempo, sugere-se que este tipo de estudo seja realizado periodicamente. Desta forma seria possível garantir uma adequação dinâmica, gradual e efetiva em relação ao usuário consolidado e potencial.

Outra medida, não corretiva, mas que poderia tornar o serviço oferecido pelo Espaço de Leitura ainda mais dinâmico, seria a implantação de um sistema de alerta via e-mail para comunicar novas aquisições e programações culturais.

Finalmente sugere-se uma reformulação na base de dados do Espaço de Leitura, de forma a tornar possível a separação dos registros da Biblioteca Central dos registros do Espaço de Leitura propriamente ditos.

Referências

CUNHA, Murilo Bastos da. Metodologias para estudo dos usuários de informação científica e tecnológica. Revista de Biblioteconomia de Brasília, Brasília, v. 10, n. 2, p. 5-20, jul./dez. 1982.

DIAS, Maria Matilde Kronka e PIRES, Daniela. Usos e usuários da informação. São Carlos: EdUFSCar, 2004. 48p. ISBN 85.7600.022-9.

FIGUEIREDO, Nice Menezes de. Estudos de uso e usuários da informação. Brasília: IBICT, 1994. 154 p. ISBN – 85.7013.040-X.

LE COADIC, Yves-François. A ciência da informação. Brasília: Briquet de Lemos/Livros, 1996. 119p. ISBN 85.85637.08-0.

WILSON-DAVIS, K. The Centre for Research on Users Studies: aims and functions. Asilib

Referências

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