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Poder Constituinte. Quem é o titular do Poder Constituinte? Temos duas correntes: a) clássica e b) moderna.

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Poder Constituinte

Fonte: Pedro Lenza, Bernardo Gonçalves e Gilmar Mendes

O que é Poder Constituinte? ​De acordo com Canotilho, o poder constituinte se revela sempre como uma questão de ‘poder’, de ‘força’ ou de ‘autoridade’ política que está em condições de, numa determinada situação concreta, criar, garantir ou eliminar uma Constituição entendida como lei fundamental da comunidade política.

Pode ser dividido em três tipos: a) Poder Constituinte Originário (criar); b) Poder Constituinte Derivado-Reformador (alterar) e c) Poder Constituinte derivado Decorrente (complementar).

Quando surgiu a ideia de Poder Constituinte? ​De acordo com Bernardo Gonçalves, quando foram elaboradas as ​constituições escritas​, no século XVIII.

​Quem é o titular do Poder Constituinte? ​Temos duas correntes: a) clássica e b) moderna.

Para a concepção clássica, fundamentada na teoria de Emmanuel Sieyès, o titular do Poder Constituinte era a ​nação​. ​Por outro lado, a corrente moderna, captaneada por Jellinek, diz que o titular do Poder Constituinte é o ​Povo ​(devendo ser considerada em provas objetivas, salvo se a pergunta levar expressamente em consideração a noção clássica).

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Clássico (Sieyès) Nação

Moderno (Jellinek) Povo

(PGM-Paranavaí) O abade Sieyès foi o primeiro a sistematizar a doutrina do poder constituinte, em sua obra “O que é o Terceiro Estado?”, que influenciou fortemente a Revolução Francesa. Nessa obra, a titularidade do poder constituinte passou a ser atribuída ao povo - ou à nação, como preferia o padre Sieyès - abandonando-se, desse modo, as visões que atribuíam ao monarca ou a Deus a titularidade do poder.

(Iperon - RO) Sobre a titularidade do poder constituinte no constitucionalismo brasileiro, é correto afirmar que é conferida ao povo, que que a exerce sempre indiretamente.

(TRF3 - Juiz) Q: Sob o aspecto democrático, a titularidade do Poder Constituinte é do Estado, mas é o povo que o exerce. R: Falso!

Poder Constituinte Originário: O que é? ​De acordo com LENZA, O poder constituinte originário (também denominado inicial, inaugural, genuíno ou de 1.º grau) é aquele que instaura uma nova ordem jurídica ​, rompendo por completo com a ordem jurídica precedente.

(Cespe - 2018) O poder constituinte originário gera e organiza os poderes do Estado, instaurando o próprio Estado constitucional.

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(Câmara de BH) A ordem jurídica começa com o poder constituinte originário.

Pode ser fundacional, quando surge a construção de um novo estado nacional ou pós-fundacional, quando ocorre em estados nacionais já existentes e dotados de uma constituição.

Por outro lado, pode ainda se classificar em ​Poder constituinte material​, que se traduz no conjunto de forças políticas e sociais necessárias para produzir uma nova constituição ou ​Poder constituinte formal​, aquele que irá ficar responsável por redigir a nova constituição.

Lenza ainda tem mais uma classificação: “O poder constituinte originário pode ser subdividido em histórico (ou fundacional) e revolucionário. Histórico seria o verdadeiro poder constituinte originário, estruturando, pela primeira vez, o Estado. Revolucionário seriam todos os posteriores ao histórico, rompendo por completo com a antiga ordem e instaurando uma nova, um novo Estado’.

Características do Poder Constituinte Originário:

a) Inicial​: instaura uma nova ordem jurídica, rompendo, por completo, com a ordem jurídica anterior.

b) Autônomo​: Só a ele cabe fixar os termos em que a nova constituição será estabelecida e qual o direito a ser implantado.

c) Ilimitado: ​no sentido de que não tem de respeitar os limites postos pelo direito anterior. No entanto, a doutrina considera que há exceções, como limites territoriais (vincula o PCO a uma base territorial), Cultural (respeita a

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cultura de um povo - por exemplo: menção a Deus na CRFB) e aos Direitos Humanos, que são suprapositivos.

d) Incondicionado: ​não guarda condições ou termos prefixados para a criação da nova ordem constitucional.

e) Permanente: ​já que o poder constituinte originário não se esgota com a edição da nova Constituição, ficando em estado de latência.

f) Poder de Fato e Político: ​podendo, assim, ser caracterizado como uma energia ou força social, tendo natureza pré-jurídica, sendo que, por essas características, a nova ordem jurídica começa com a sua manifestação, e não antes dela.

(TJSP - JUIZ) ​o Poder Constituinte que se expressa historicamente estará sempre condicionado pelos valores sociais e políticos que levaram à sua deflagração e pela ideia de direito decorrente do processo civilizatório.

Formas de expressão - Outorga x Convenção: ​De acordo com a doutrina de Pedro Lenza:

Duas são as formas de expressão do poder constituinte originário: a) outorga; b) assembleia nacional constituinte (ou convenção).

outorga​: caracteriza-se pela ​declaração unilateral do agente revolucionário (movimento revolucionário — exemplo: Constituições de 1824, 1937, 1967 e EC n. 1/69, lembrando que a Constituição de 1946 já havia sido suplantada pelo Golpe Militar de 1964 — AI 1, de 09.04.1964). Conforme vimos, embora a

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Constituição de 1946 continuasse existindo formalmente, o País passou a ser governado pelos Atos Institucionais e Complementares, com o objetivo de consolidar a “Revolução Vitoriosa”, que buscava combater e “drenar o bolsão comunista” que assolava o Brasil;

Assembleia nacional constituinte ou convenção​: por seu turno, nasce da deliberação da representação popular, destacando-se os seguintes exemplos: CF de 1891, 1934, 1946 e 1988.

(Cespe) A outorga e a convenção são formas de expressão do poder constituinte originário.

PCO x Direitos Adquiridos: ​inicialmente, vale ressaltar que direito adquirido é a situação jurídica que ocorre quando determinado sujeito de direito já tenha obtido o preenchimento de todos os requisitos normativos para obtenção de certa vantagem ou prerrogativa, mas ainda não tenha iniciado o seu desfrute.

De acordo com ​Gilmar Mendes ​e​ Gustavo Gonet Branco​:

“Não se pode esquecer que a Constituição é o diploma inicial do ordenamento jurídico e que as suas regras têm incidência imediata. Somente é direito o que com ela é compatível, o que nela retira o seu fundamento de validade. Quando a Constituição consagra a garantia do direito adquirido, está prestigiando

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situações e pretensões que não conflitam com a expressão da vontade do poder constituinte originário. O poder constituinte originário dá início ao ordenamento jurídico, define o que pode ser aceito a partir de então. O que é repudiado pelo novo sistema constitucional não há de receber status próprio de um direito, mesmo que na vigência da Constituição anterior o detivesse. Somente seria viável falar em direito adquirido como exceção à incidência de certo dispositivo da Constituição se ela mesma, em alguma de suas normas, o admitisse claramente. Mas, aí, já não seria mais caso de direito adquirido contra a Constituição, apenas de ressalva expressa de certa situação”.

Por isso, podemos afirmar que não há como reconhecer a invocação de direitos adquiridos que sejam contrários à Constituição em Vigor (RE 14.360).

Vale ressaltar que o próprio Poder Constituinte pode criar exceções ou regras de transições.

(MP-RR) O poder constituinte originário pode limitar os proventos de aposentadoria que sejam percebidos em desacordo com a CF, não sendo oponível, nesse caso, a alegação de direito adquirido.

(PGM-BH) Devido às características do poder constituinte originário, as normas de uma nova Constituição prevalecem sobre o direito adquirido.

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É possível existir controle de constitucionalidade de normas provenientes do PCO? Não! ​Vejamos a lição de Mendes e Branco:

“Sendo o poder constituinte originário ilimitado e sendo o controle de constitucionalidade exercício atribuído pelo constituinte originário a poder por ele criado e que a ele deve reverência, não há se cogitar de fiscalização de legitimidade por parte do Judiciário de preceito por aquele estatuído”.

Vale ressaltar que é possível o controle de constitucionalidade das emendas constitucionais, o que já foi cobrado, por exemplo, na prova do MPT 2017. Vide recente ADI das emendas sobre precatórios.

Qual a retroatividade das normas do PCO? ​Via de regra, são dotadas de ​eficácia retroativa mínima​, atingindo efeitos futuros de fatos passados. Vejamos a lição de Mendes e Branco:

“Reconhece​-se, assim, como típico das normas do poder constituinte originário serem elas dotadas de​eficácia retroativa mínima​, já que se entende como próprio dessas normas atingir efeitos futuros de fatos passados. As normas do poder constituinte originário podem, excepcionalmente, ter eficácia retroativa média (alcançar prestações vencidas anteriormente a essas normas e não pagas) ou máxima (alcançar fatos consumados no passado), mas para que opere com a retroatividade média ou máxima, ​o propósito do constituinte

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deve ser expresso​. É nesse sentido que se diz, hoje, que não há direito adquirido contra a Constituição”.

O que é Poder Constituinte Difuso? ​É o fenômeno da ​mutação constitucional​, que ocorre quando há mudança de interpretação sem que o texto mude. Vejamos:

“Se por um lado a mudança implementada pelo poder constituinte derivado reformador se verifica de modo formal, palpável, por intermédio das emendas à Constituição, a modificação produzida pelo poder constituinte difuso se instrumentaliza de modo informal e espontâneo, como verdadeiro poder de fato, e que decorre dos fatores sociais, políticos e econômicos, encontrando-se em estado de latência. Trata-se de processo informal de mudança da Constituição, alterando-se o seu sentido interpretativo, e não o seu texto, que permanece intacto e com a mesma literalidade​”.

No entanto, essa mudança deve ser razoável, sob pena de caracterizar a mutação inconstitucional. De acordo com o Ministro Barroso:

“É claro que uma interpretação gramatical com foco no texto depende da sua estrutura semântica, algo que pode oferecer maior dificuldade nas normas mais abertas (por exemplo, aquelas que preveem princípios jurídicos), dada a fluidez em seu sentido prima facie enquanto norma de decisão. Por isso os argumentos sistemáticos e contextuais serão preferíveis nesses casos, o que

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faz recair sobre o intérprete o ônus de conjugar a norma objeto da interpretação com outras normas do sistema a serem consideradas. Há, no entanto, certo consenso no sentido de que o resultado hermenêutico não deve contrariar a literalidade do texto, que, como visto, é o ponto de partida da interpretação. Uma adaptação de sentido que contrariasse o texto da Constituição deixaria de ser uma mutação constitucional para se tornar uma “mutação inconstitucional”.

Para maior informações sobre o tema:

http://www.direitodoestado.com.br/colunistas/Ana-Paula-Oliveira-Avila/mutacao-inco nstitucional-e-a-decisao-condenatoria-do-impeachment-o-legado-didatico-de-lewand owski-

(PC-RS) ​O poder constituinte difuso dá fundamento ao fenômeno denominado de mutação constitucional. Por meio dela, são dadas novas interpretações aos dispositivos da Constituição, mas sem alterações na literalidade de seus textos, que permanecem inalterados.

Como saber se as mutações são inconstitucionais ou não?​Isso é alvo de muito polêmica doutrinária. De acordo com Bernardo Gonçalves:

“A solução do paradoxo, apresentado por Bonavides, nessa mesma tradição, é fornecida por Gilmar Mendes, entre outros: fica a cargo das Cortes Constitucionais a palavra final sobre quais "mutações" podem ser consideradas legítimas e quais não”.

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Poder Constituinte derivado: ​é limitado pelo Poder Constituinte Originário, sendo, portanto, um Poder limitado e condicionado.

a) Poder Constituinte Derivado de Reforma: é o utilizado para reformar a Constituição, que se manifesta através de emendas à Constituição.

O procedimento para mudanças é de ⅗ dos votos e votação em duas vezes nas casas legislativas. Vale ressaltar que está sujeito a limites expressos e também implícitos.

(FCC) O Poder Constituinte derivado tem como característica, dentre outras, ser limitado, pois sua obra é limitada por regras estabelecidas pelo Constituinte originário.

De acordo com LENZA, são limitações implícitas:

Como impossibilidade de se alterar o titular do poder constituinte originário e o titular do poder constituinte derivado reformador, bem como a proibição de se violar as limitações expressas, não tendo sido adotada, no Brasil, portanto, a teoria da dupla revisão, ou seja, uma primeira revisão acabando com a limitação expressa e a segunda reformando aquilo que era proibido.

(CESPE) ​Além dos limites explícitos presentes no texto constitucional, o poder de reforma da CF possui limites implícitos; assim, por exemplo, as normas que

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dispõem sobre o processo de tramitação e votação das propostas de emenda não podem ser suprimidas, embora inexista disposição expressa a esse respeito.

(MP-SC) O poder constituinte derivado pode ser definido como o poder de modificar a Constituição Federal e, também, de elaborar Constituições estaduais. Esse poder é criado pelo poder constituinte originário, está previsto e regulado no texto da própria Constituição, conhece limitações constitucionais expressas e implícitas e, por isso, é passível de controle de constitucionalidade.

Limitações materiais​: são as cláusulas pétreas, previstas no Art. 60, §4º, CRFB. Vejamos: “§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais”.

Limitações formais: ​são as relacionadas à votação, como legitimidade para propor, quórum de aprovação, etc. Vale ressaltar que não é possível emenda à constituição de iniciativa popular, tendo em vista a falta de previsão legal para tanto.

Como isso foi cobrado: (Vunesp - TJRS) A iniciativa popular no processo de reforma da Constituição Federal de 1988 não é prevista expressamente pelo texto constitucional, muito embora seja admitida por alguns autores, com fundamento em uma interpretação sistemática da Constituição Federal.

(MPBA - 2018) Q: A Constituição Federal prevê a possibilidade de emendamento mediante iniciativa popular, através da apresentação ao Congresso Nacional de

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proposta de emenda subscrita por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído por pelo menos cinco Estados. R: Falsa! Não tem previsão na CRFB.

Limitações Circunstanciais: ​São as previstas no § 1º: “§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio”.

Importante​: Não houve restrição temporal à apresentação de emendas na Constituição. Cuidado para não confundir com a revisão, em que o limite temporal existiu.

(Vunesp - 2018) Representam limitações ao poder constituinte decorrente as normas de observância obrigatória, os princípios constitucionais sensíveis e os princípios constitucionais estabelecidos.

b) ​Poder constituinte derivado decorrente: ​é o Poder Constituinte dos Estados Membros, que deve ser estabelecido em conformidade com os princípios estabelecidos na Constituição. De acordo com a Doutrina de Ana Cândida:

poder constituinte decorrente inicial (“instituidor” ou “institucionalizador”): responsável pela elaboração da Constituição estadual. Como anotou Anna Cândida, “... intervém para exercer uma tarefa de caráter nitidamente constituinte, qual seja a de estabelecer a organização fundamental de entidades componentes do Estado Federal. Tem o Poder Constituinte

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Decorrente um caráter de ​complementaridade em relação à Constituição​; destina-se a perfazer a obra do Poder Constituinte Originário nos Estados Federais, para estabelecer a Constituição dos seus Estados componentes”.

Poder constituinte decorrente de revisão estadual (“poder decorrente de segundo grau”): tem a finalidade de modificar o texto da Constituição estadual,​ implementando as reformas necessárias e justificadas e nos limites colocados na própria constituição estadual (nesse sentido, por derivar de um poder que já derivou de outro, caracteriza-se como de segundo grau)19 e na federal.

Importante​: Os Municípios não possuem Poder Constituinte! São regidos por lei orgânica! Isso vale também para os territórios federais, que são criados pela União!

(Cespe - 2018) Q: O poder constituinte originário outorgado aos estados federados permite que estes elaborem e atualizem suas próprias constituições. R: Falso! Os Estados são detentores do PC decorrente.

FCC: Q- O poder constituinte decorrente é o conferido aos Estados-membros tendo sido estendido aos municípios, no caso brasileiro. R: FALSO!!

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c) Poder Constituinte derivado de revisão: Previsto no Art. 3º, ADCT, tem como limite temporal o período de 5 anos da promulgação da constituição (temporal) e ser aprovado em maioria absoluta em sessão unicameral. Vejamos:

“Art. 3º. A revisão constitucional será realizada ​após cinco anos​, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da ​maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em ​sessão unicameral​”.

O STF também estabeleceu que as emendas de revisão estavam sujeitas às limitações das cláusulas pétreas, bem como não existe possibilidade de existir uma nova revisão. De acordo com Bernardo Gonçalves:

“Mas, e se fosse aprovada uma modificação (pontual) na Constituição via emenda constitucional para deflagrar uma nova revisão, ou seja, reforma global do texto? Seria possível tal prática? Ora, aqui, duas correntes vão se contrapor: a) os que entendem ser possível uma emenda constitucional propiciar uma nova revisão;n b) e os que entendem que não há essa possibilidade, na medida em que iria contrariar a vontade inicial do Poder Constituinte Originário, se traduzindo em um verdadeiro golpe (fraude ao PCO). Somos adeptos da segunda corrente que não admite a já aqui citada dupla revisão”.

(PC-GO 2018) (...) a dupla revisão, com a revogação da cláusula pétrea num primeiro momento e a posterior abolição do direito por ela protegido. ​Falso! ​A doutrina não admite a chamada “dupla revisão”, conforme acima.

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*5 anos;

*Maioria absoluta e sessão unicameral.

Atenção: Limites das emendas - muito cobrado:

§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I - ​a forma federativa de Estado​;

II - o voto ​direto, secreto, universal e periódico​; III - a ​separação dos Poderes​;

IV - os ​direitos e garantias individuais​.

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1. O poder constituinte originário gera e organiza os poderes do Estado, instaurando o próprio Estado constitucional (CESPE).

2. (CESPE) O poder constituinte originário outorgado aos estados federados

permite que estes elaborem e atualizem suas próprias constituições. Falso! Os

Estados não possuem Poder Constituinte Originário, mas sim derivado.

2.1. (VUNESP) O poder que enseja a elaboração da Constituição de um

Estado-membro da federação, organizando o arcabouço constitucional daquela

unidade federada, é denominado poder constituinte derivado decorrente institucionalizador.

3. (VUNESP) A iniciativa popular no processo de reforma da Constituição

Federal de 1988 não é prevista expressamente pelo texto constitucional, muito

embora seja admitida por alguns autores, com fundamento em uma interpretação sistemática da Constituição Federal.

4. (CESPE) O poder constituinte originário fixou as condições do exercício do

poder de revisão constitucional; contudo, no Brasil, o legislador pode ampliar as

hipóteses de revisão, desde que haja autorização popular por meio de plebiscito. Falso! Somente foi previsto uma única revisão constitucional na CRFB, vide Art. 3º, ADCT.

4.1. (CESPE) O sistema constitucional brasileiro admite a teoria da dupla revisão. Falso! A corrente majoritária entende que o Brasil não permitiu a chamada "dupla revisão" (Bernardo Gonçalves, Pg. 136).

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5. O poder constituinte originário é fático e soberano, incondicional e preexistente à ordem jurídica (CESPE).

6. A mutação constitucional ocorre quando há alteração informal do texto da

constituição, sem que exista alteração textual, sendo conhecido como Poder Constituinte Difuso (DPEAL).

6.1 (PGM/BH) O poder constituinte difuso manifesta-se quando uma decisão

do STF altera o sentido de um dispositivo constitucional, sem, no entanto, alterar

seu texto. Correto!

6.2. (CESPE) O fenômeno da mutação constitucional é um processo informal

de alteração do significado da CF, decorrente de nova interpretação, mas não de alteração, do texto constitucional. Correto!

7. A outorga e a convenção são formas de expressão do poder constituinte originário.

8. (DPU) O poder constituinte originário e o poder constituinte derivado se

submetem ao mesmo sistema de limitações jurídicas e políticas, embora os efeitos

dessas limitações ocorram em momentos distintos. Falso! Os limites são diferentes para o originário e o derivado.

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9. O poder constituinte originário pode limitar os proventos de aposentadoria

que sejam percebidos em desacordo com a CF, não sendo oponível, nesse caso, a

alegação de direito adquirido.

9.1. (PGM/BH) Devido às características do poder constituinte originário, as normas de uma nova Constituição prevalecem sobre o direito adquirido. Correto!

9.2. (CESPE) O caráter autônomo, inicial e ilimitado conferido ao poder

constituinte originário afasta a possibilidade de ser invocado direito adquirido sob a vigência da constituição anterior perante a nova constituição. Correto!

9.3. (CESPE) No que concerne ao poder constituinte, o STF considera

inadmissível a invocação do direito adquirido ou da coisa julgada contra determinação contida em eventual nova Constituição Federal elaborada por poder constituinte originário. Correto!

10. O poder constituinte derivado reformador manifesta-se por meio de emendas à CF, ao passo que o poder constituinte derivado decorrente manifesta-se quando da elaboração das Constituições estaduais (PGM/FOR).

11. "No Brasil, segundo a doutrina dominante, os usos e costumes não são fontes do direito constitucional, pois o poder constituinte originário optou por uma Constituição escrita e materializada em um só código básico". Falso! Para a doutrina majoritária, os usos e costumes são sim fontes do direito constitucional.

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12. Via de regra, as normas do PCO possuem retroatividade mínima, ou seja, atingem efeitos futuros de fatos passados (RE 242740/GO).

12.1. (CESPE) Conforme entendimento do STF, as normas emanadas do poder constituinte originário não têm, em regra, eficácia retroativa mínima, visto que são incapazes de atingir efeitos futuros de fatos passados. Falso! Via de regra, possuem eficácia retroativa mínima.

13. Além dos limites explícitos presentes no texto constitucional, o poder de reforma da CF possui limites implícitos; assim, por exemplo, as normas que dispõem sobre o processo de tramitação e votação das propostas de emenda não podem ser suprimidas, embora inexista disposição expressa a esse respeito.

14. (CESPE) O poder constituinte originário, que elaborou a CF, é

essencialmente político, extrajurídico, sem limites formais, e esgotou-se com a

promulgação da CF. Falso! Uma das características do PCO é a permanência, ou

seja, não se exaure com a elaboração da Constituição.

15. As lacunas normativas presentes na CF não se confundem com o

chamado silêncio eloquente, que se apresenta naquelas situações em que a falta de

uma regulamentação constitucional específica possa ser atribuída a uma escolha

intencional do constituinte de não prever determinada hipótese normativa.

16. O poder constituinte derivado reformador efetiva-se por emenda constitucional, de acordo com os procedimentos e limitações previstos na CF, sendo passível de controle de constitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

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16.1. (AGU) Considerando-se que a emenda constitucional, como manifestação do poder constituinte derivado, introduz no ordenamento jurídico

normas de hierarquia constitucional, não é possível a declaração de

inconstitucionalidade dessas normas. Assim, eventuais incompatibilidades entre o

texto da emenda e a CF devem ser resolvidas com base no princípio da máxima

efetividade constitucional. Falso!

17. O titular do PCO, para a corrente moderna (Jellinek) é o povo! Para a tradicional (Sieyes), é a nação.

17.1. (CESPE) A doutrina constitucional moderna atribui à nação a

titularidade do poder constituinte. Falso!

18. O Poder Constituinte pode ser material, que são os movimentos sociais e políticos que dão ensejo à nova constituição ou formal, que é o grupo encarregado de redigir a Constituição.

19. A derrotabilidade de uma norma constitucional ocorrerá caso uma norma

jurídica deixe de ser aplicada em determinado caso concreto, permanecendo, contudo, no ordenamento jurídico para regular outras relações jurídicas.

20. As normas infraconstitucionais produzidas antes de uma nova Constituição Federal, que com esta foram incompatíveis, devem ser revogadas por

ausência de recepção. Vale ressaltar que a recepção pode ocorrer de maneira

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21. Em se tratando de Constituição formal, consideram-se constitucionais as

normas que constarem do texto magno, sejam elas emanadas do poder constituinte

originário ou do de reforma.

22. São consideradas cláusulas pétreas da CF, entre outras, a forma

federativa de Estado e o voto direto, secreto, universal e periódico, não se admitindo emenda constitucional tendente a aboli-las.

23. Tendo em vista os limites autônomos ao poder constituinte derivado

decorrente, devem as Constituições estaduais observar os princípios constitucionais

extensíveis, tais como aqueles relativos ao processo legislativo.

24. O poder constituinte derivado decorrente autoriza os estados-membros a estabelecerem em suas Constituições estaduais disposições que, embora não estejam previstas pela CF, complementem-na.

25. (AGU) Diferentemente do poder constituinte derivado, que tem natureza jurídica, o poder constituinte originário constitui-se como um poder, de fato, inicial, que instaura uma nova ordem jurídica, mas que, apesar de ser ilimitado

juridicamente, encontra limites nos valores que informam a sociedade. Correto! Tais

como os direitos humanos e cultura.

26. A deliberação do STF em controle abstrato de constitucionalidade acerca

da interpretação de determinada cláusula constitucional não impede que o

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constitucional em sentido contrário à referida deliberação. Isso aconteceu, por exemplo, com a PEC da vaquejada.

27. De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, as normas

decorrentes de tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos,

regularmente internalizadas no ordenamento jurídico brasileiro, apresentam status

supralegal, ainda que não tenham sido aprovadas segundo o rito previsto para o

processo legislativo das emendas à Constituição.

28. (CESPE) As disposições constitucionais sobre o habeas data constituem

exemplo de normas de reprodução obrigatória pelos estados-membros no exercício

do poder constituinte derivado decorrente. Falsa! Para a doutrina majoritária não é preciso, tendo em vista que a CRFB já garante.

29. (CESPE) As normas presentes no ato das disposições constitucionais transitórias, pelo seu caráter temporário, são dispositivos hierarquicamente inferiores às normas constantes do corpo principal da CF. Falso! Também são normas constitucionais de igual normatividade.

30. As constituições estaduais promulgadas pelos estados-membros da

Federação são expressões do poder constituinte derivado decorrente, cujo exercício

Referências

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