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Boa tarde Sr. Presidente e Senhores Deputados.

Agradeço a oportunidade de Fazer uma intervenção inicial, dando o meu contributo para o esclarecimento das operações de cobertura de risco de taxa de juro no quadro do financiamento das empresas públicas.

Reporto-nie ao período em que exerci as funções de Vice-Presidente da REFER. entre Outubro de 2005 e Junho de 2010.

Como

aqui foi afirmado pelo então Presidente da REFER. quando iniciámos o nosso mandato, tínhamos uni enornie desafio: o de encontrar financiamento para as elevadas necessidades de fundos da REFER. Para fazer face ao programa de investimentos, ao serviço da divida

existente e aos gastos de operação era elaborado um plano financeiro contemplando as receitas próprias, os fundos comunitários e alguns fundos públicos e estabelecido o programa dc financiamento e solicitado o aval do Estado a essas operações.

A opção de financiar a REFER fora do quadro do orçamento de Estado e da dívida pública não Foi lima opção nossa.

Quando iniciámos o mandato, a dívida financeira da REFER era aproximadamente de 3.5 mil milhões de euros dos quais mais de mil milhões erani de curto prazo.

O elevado montante de dívida existente e as necessidades de obtenção de mais divida para o cumprimento das missões que o Estado atribuiu á REFER obrigavam a tinia gestão financeira de grande exigência.

Nestas circunstâncias, era necessário ter uma equipa de gestão coni capacidade e conhecimento para adoptar rigorosos procedimentos de controlo da despesa e de obter financiamento directamente no mercado externo, uma vez que no mercado interno não havia capacidade para esse volume de financiamento.

Uma equipa de gestão que assegurasse o relacionamento com as agências de ruting (S&P’s e Moody’s) para a manutenção do rating que a empresa tinha acabado de obter bem como uma gestão da carteïra de dívida adequada à sua dimensão e complexidade.

Logo em 2006 procedemos a duas emissões de eurobonds. Uma emissão de 600 milhões. com aval do Estado, a 20 anos e outra de 500 milhões, standa/une, a IS anos. O total destas duas emissões. 1.1 mil milhões de euros. destinou-se a transformar dívida de curto prazo

existente em dívida de longo prazo. reduzindo desse modo o custo do endividamento e resolvendo uni problema da liquidez ao mesmo tempo que permitia melhor adequar o perfil da dívida à natureza dos activos sob gestão da empresa.

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Em 2008 estabelecemos um programa de EM’FN (Euro Medium Temi Note) para emissão de dívida. novadorajuente enquadrado na legislação portuguesa. obtendo desse modo uma poupança em termos dos custos globais de emissão e estabelecendo uma presença em mercado. contribuindo para alargar o universo de tomadores de dívida.

Mantivemos uma gestão da liquidez e de confiança para com os investidores e agéncias de raring assegurando unia facilidade de crédito (hack—upfiicilifl’) de 500 milhões para uso apenas

em situaçõesde emergência.

Seguimos unia política de transparência e rigor de informação, de resto tinia exigência para qualquer emitente de divida em mercado. cxplicitando desde 2007 com efeitos reportados a 2006. nos relatórios e contas anuais elaborados de acordo com as normas internacionais, todas as responsabilidades incluindo as potenciais como é ocaso do mark-to-market dos swaps.

Os relatórios e contas anuais foram desde 2007 publicados na CMVM tal como era exigido.

É

neste contexto de gestão de carteira de dívida que se insere a contratação de swaps para cobertura do risco de laxa de juro e minimização do custo do financiamento nas operações de médio e longo prazo. Nas operações de curto prazo procurávamos a minimização dos spreads através da negociação com os bancos e instrumentos com tini nível de fiscalidade mais

favorável (papel comercial).

O custo dos sii’aps mais não é que o custo dos financiamentos obtidos e é desse modo que deve

ser lido, no quadro de uma gestão de carteira. No final não existe custo ou ganho de sii’aps mas

custo do capital tomado de empréstimo.

Imporia analisar, para o período em referência, qual foi o custo de financiamento na REFER (incluindo ganhos e perdas de swaps):

Taxa média anual de

financiamento (em %) 2010 2009 2008 2007 2006

MLP 3,644 3,451 4,042 4,043 3,857

CP 2,58 2,668 5,029 4,8 3,537

Apesar do significativo agravamento dosspi’ead ocorrido em 2009, conseguimos uma boa taxa média de custo do financiamento devido a gestão activa da carteira.

E o que significou esse custo quando comparado com a República Portuguesa, ou com outras empresas não financeiras.

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La

Quando comparado com as obrigações do Tesouro (gráfico seguinte) verifica-se que a dívida da REFER pagou, regra geral. menosjuro. Isto significa que se o financiamento da REFER tivesse

sido realizado com recurso a dívida pública poderia ler ficado mais caro. E também que se não

tivéssemos feito uma gestão dinámica da carteira de dívida leríamos pago mais pelos

financiamentos obtidos.

Taxas de juro -comparação REFER/RepPortuguesa 8 ——Taxa de rendibilidade de OT a taxa fixa

-10anos(média mensal)

7 3 1

o

Lfl Lii Lii D to 1.0 N N N CO G O Co O O O CCOOCOOOCOOCOOOOrrv “4 L Q “4 •_ O “4 o ra ‘- O r!a ‘- o 1- “4 Ii -o 0) .0 0) .0 o a) a) .0 ai .0 o 0< <0 <<0< <0< <0< <0< <0

Fontes: Banco de Partuga( e REFER

Se compararmos com o custo de financiamento através de empréstimos bancários incorrido pelas sociedades não financeiras em Portugal (gráfico seguinte) verificamos igualmente que o custo de financiamento da REFER foi menor.

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Taxas de juro de financiamento

7 Sociedadts nlo financeiras-Operações acimadc 1 milhto decurso. Total

-—REFER MLP 6 5 4 3 2 1

o

Lii u9 Lii 1.0 t.0 1.0 r—. N % CO CC Co C Co O O O 9000000000000000r-1.1r1 “4 O “4 ‘ O 4 Ci 4 L. Q L-Q “4 O.- Q 1-4 ai n ai .0 ai o ai 0 ai .0 ai -0 eo 0) 0< <0< <0< <0< <0< <0< <0

Fontes: Banco de Portugal e REFER —-REERM..P 6 —tEcER CP 5 2 —REFERcP

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,,1

Podemos ainda comparar o custo do financiamento obtido à luz da rentabilidade financeira e económica dos investimentos que a REFER fez e também nessa perspectiva. o custo de capital foi inferior a 5%. taxa de rentabilidade niininia exigida pela Comunidade Europeia para investimentos em infra-estruturas, aos quais a REFER se candidatou e obteve aprovação.

Podemos portanto concluir que a gestão activa da carteira de divida da REFER foi positiva.

Tínhamos uma política conservadora visando o menor custo em toda a maturidade da divida e não apenas no imediato. Não fazíamos sitaps para obter ganhos mas para obter poupança no

custo dos financiamentos.

Procedíamos a tinia análise rigorosa das operações. considerando sempre mais que unia alternativa e todas as operações eram suportadas em referências de mercado observáveis.

A gestão do risco financeiro era conduzida pela Direcção Financeira com base em políticas aprovadas pela Administração.

A Administração definiu políticas de risco em particularpara áreas específicas como o risco de

taxa de juro e o risco de crédito. Para o risco de taxa de juro enquadrava-se o uso de derivados e

de outros instrumentos financeiros.

Relativamente ao risco de crédito, a orientação da Administração era no sentido de celebrar as operações de gestão da carteira tendo como contrapartes instituições financeiras de rduing e

credibilidade elevadas e operações enquadradas em contractos ISDA de acordo com as normas

internacionais.

O principio objectivo da gestão de risco de taxa de juro era a protecção relativamente a movimentos de subida de taxa de juro na medida em que as receitas da empresa eram, e são. imunes a essa variável inviabilizando uma cobertura natural.

A opção pelo tipo de instrumento resultava de unia análise custo/beneficio realizada caso a caso. Eram utilizados instrumentos financeiros derivados (swaps) para cobrir o risco de taxa de juro

e reduzir os encargos financeiros associados aos empréstimos. Pontualmente efectuávamos

operações de reestruturação decorrentes da evolução do mercado.

Na gestão activa da carteira procurou-se a diversificação como forma de manter tini portefólio equilibrado e de volatilidade reduzida, adoptando uma postura conservadora face ao risco quer em termos das características dos instrumentos quer em termos dos indexantes,

As operações financeiras eram estudadas e propostas pela Direcção Financeira ao Administrador Financeiro que por sua vez as colocava em Conselho de Administração. Todas as

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operações financeiras Foram aprovadas, na sua Forma final, pelo Conselho de Administração por na n

mi

idade.

O resultado desta gestão financeira rigorosa Foi, em meu entendimento, muito positivo para a empresa e por conseguinte para o Estado Português.

Pico à disposição dos senhores deputados pan os esclarecimentos que considerem necessário. Lisboa. 15 de Outubro de 2013

AlFredo Vicente Pereira

Á/L

-CJ’rf

Referências

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