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UMA ANÁLISE DO PORTAL DE CONTEÚDO UOL SOB O ASPECTO DA ENCONTRABILIDADE AN ANALYSIS OF THE PORTAL CONTENT UOL UNDER THE ASPECT OF FINDABILITY

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UMA ANÁLISE DO PORTAL DE CONTEÚDO UOL SOB O ASPECTO DA ENCONTRABILIDADE

AN ANALYSIS OF THE PORTAL CONTENT UOL UNDER THE ASPECT OF FINDABILITY

Eder Antonio Pansani Junior - epansani@gmail.com Thabyta Giraldelli Marsulo - thabytagm@hotmail.com Fernando Luiz Vechiato - vechiato2004@yahoo.com.br Silvana Aparecida Borsetti Gregorio Vidotti - vidotti@marilia.unesp.br Edberto Ferneda - ferneda@ marilia.unesp.br Angela Maria Grossi de Carvalho - angelacarvalho@marilia.unesp.br Resumo: O trabalho discute conceitos sobre a Arquitetura da Informação com ênfase a

proposta da encontrabilidade em ambientes informacionais digitais, resgatando os conceitos envolvidos nestes assuntos e explanando seu propósito e importância no contexto da CI e da encontrabilidade. Num segundo momento é feita uma análise de um ambiente: o portal de conteúdos UOL; fazendo uma análise exploratória do objeto frente as recomendações que fazem determinado ambiente possuir um grau maior ou menor de encontrabilidade, por fim são apresentados os resultados e a conclusão de que demonstram a importância do uso dos atributos desejáveis e recomendações propostos pelos autores que alicerçam a fundamentação teórica do trabalho.

Palavras-Chave: Encontrabilidade da Informação, Arquitetura da Informação, Ambientes

informacionais Digitais, Informação e Tecnologia

Abstract: The paper discusses concepts of information architecture proposed emphasis on

the findability in digital information environments, rescuing the concepts involved in these matters and explaining its purpose and importance in the context of IC and findability. Secondly, a relationship of an environment: the UOL portal content; doing an exploratory analysis of the front object the recommendations that are given environment have a greater or lesser degree of findability, finally presents the results and the conclusion that demonstrate the importance of using desirable attributes and recommendations proposed by the authors that underpin the rationale theoretical work.

Keywords: Findability of Information, Information Architecture, informational Digital

Environments, Information and Technology

1 INTRODUÇÃO

A preocupação com a estruturação, representação e organização de conteúdos informacionais acompanha o desenvolvimento cultural da humanidade há séculos.

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Contudo, é na contemporaneidade, com a ruptura das barreiras de tempo e espaço propiciadas pelas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) que essa preocupação adquire importância ainda maior as interferências da Internet e da Web nos modos de produzir e acessar informação, propiciam o surgimento de um novo sistema hibridizado, em que homens e máquinas modificam o fluxo informacional, tornando prementes ações que favorecem o efetivo acesso à informação e ao conhecimento.

A informação deixa de se prender à uma estrutura linear, característica da obra impressa, e a morfologia de informação torna-se textual, sonora, imagética em um mesmo ambiente multimidiático, permitindo que cada usuário interaja com o conteúdo informacional de acordo com o seu interesse, construindo seu próprio caminho de navegação pelos documentos ou parte deles: “A facilidade de ir e vir, na dimensão do espaço de comunicação é ampliada por uma conexão na rede internet; o receptor passeia por diferentes memórias de informação no momento de sua vontade” (BARRETO, 2008, p.13).

A evolução dos recursos tecnológicos, nas últimas décadas, trouxe facilidades no acesso a uma grande quantidade de informações. Wurman considera que o produto da Era Digital é a informação e que seu meio de transporte é a Internet, “[...] o que significa mais desinformação, porque a informação errada pode ser transmitida tão facilmente quanto a certa. O apertar de um botão pode espalhar informações errôneas sobre você pelo mundo afora” (WURMAN, 2005, p. 13).

Marcondes e Sayão (2002, p. 43) consideram, ainda, que:

As possibilidades abertas pela Internet com seus mecanismos de publicação direta na rede tornam o acesso a um documento digital uma mera questão de conhecer sua URL. No entanto, esta facilidade de acesso tem como contrapartida a grande dificuldade de encontrar informação relevante, as atividades de information discovery.

Neste cenário, Robredo (2008, p.131) destaca que, a Ciência da Informação (CI), cuja pedra angular é a representação e a organização da informação e do conhecimento, dirige seu olhar para a Arquitetura da Informação, considerando-a propiciadora e facilitadora da passagem da informação para o conhecimento e a compreensão do indivíduo atuante no espaço contemporâneo das Tecnologias de Informação e Comunicação.

Segundo Vechiatto (2014), com bases nos estudos de Morville (2005, p.3163), a arquitetura da informação na web é: “resultado dos esforços em considerar os

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estudos da Biblioteconomia na era da Internet e divulgar seus princípios e suas práticas no âmbito da User eXperience (UX) e do Web Design”.

Nesse ponto a Encontrabilidade se apresenta como peça chave para o usuário encontrar na Web aquilo que deseja por meio de diferentes variáveis. Este é considerado por Morville (2005) como o maior problema encontrado nos atuais Web sites.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Inserida no domínio da Ciência da Informação a Arquitetura da Informação (AI) baseia-se no ambiente digital em conhecimentos específicos e nos conceitos do fazer e saber fazer voltados a realidade digital e se aplica no ambiente 2.0 como bibliotecas digitais, repositórios digitais, periódicos científicos, blogs, wikis e redes sociais.

Para Morville e o estudo da Arquitetura da Informação em um website deve ter como foco os desejos e as necessidades informacionais de seu usuário, e desta forma projetar o ambiente informacional digital de acordo com o seu público-alvo e assim para a, Morville e Rosenfeld (2006) assinalam a importância de alguns sistemas que dão suporte às ações dos usuários no ambiente Web, para que então na contemporaneidade os estudos da AI se foquem na encontrabilidade que considera além dos fatores do ambiente web, mas também as características dos sujeitos psicossociais.

Seg undo Vechiatto (2014) os ambientes informacionais digitais, se projetados com base nas perspectivas conceituais e práticas de um conceito de encontrabilidade ajustado para a Ciência da Informação e alicerçado na mediação infocomunicacional, considerados os aspectos sociotécnicos que permeiam o projeto desses ambientes e a Intencionalidade dos sujeitos, podem possibilitar melhorias na recuperação, no acesso e na apropriação da informação.

Com os novos princípios de interação e colaboração sugerem novas necessidades relacionadas à organização, disponibilização e estruturação de tais ambientes informacionais digitais, fazendo necessários estudos acerca da Arquitetura da Informação Digital Colaborativa que busquem o desenvolvimento de sistemas mais personalizados.

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seus fundamentos teóricos metodológicos de forma a compreender melhor os padrões de comportamento de busca de informação dos seres humanos para elaborar o design de sistemas de informação de modo a fazer com que tais sistemas atendam da melhor forma seus usuários.

O usuário é fundamental na construção de um ambiente informacional, principalmente para a identificação dos serviços que serão oferecidos no mesmo. Em uma AI ou em qualquer processo de desenvolvimento de ambientes digitais, a identificação do público-alvo é requerida já no início do projeto (CAMARGO; VIDOTTI, 2011, p. 55).

Silva, Ferreira e Borges (2002, p. 132) citam que “a caracterização da necessidade de informação é um campo clássico da Ciência da Informação e da Biblioteconomia”. Wilson (2000, p.11) confirma isto ao garantir que uma pessoa começa um processo de busca de informação simplesmente para atender suas necessidades, que são motivadas por fatores fisiológicos, emocionais ou cognitivos, todos externos ao sistema de informação.

Para Dervin e Nilan (1986, p. 9), a partir dessa preocupação em entender a necessidade de informação, mudaram o paradigma da abordagem tradicional, trazendo uma nova visão aos pesquisadores. Nessa nova visão, o usuário de um sistema de informação passa a ser observado como um cliente e o seu comportamento e processos cognitivos tornam-se o foco de estudos.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa caracteriza-se como de tipo exploratória, descritiva bibliográfica, abordando investigações do campo teórico e metodológico da Ciência da Informação com foco nos procedimentos de arquitetura da informação e encontrabilidade e analítica, possuindo uma abordagem qualitativa. A pesquisa analítica será realizada a partir da observação direta não participativa no website do portal UOL. (http://uol.com.br), a análise deste ambiente fará uma alusão representativa e prática aos exemplos teóricos descritos na etapa exploratória e descritiva dessa pesquisa. 4 RESULTADOS FINAIS

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propostas e recomendações acerca dos elementos constituintes de um determinado ambiente informacional, que neste caso será o portal de conteúdo UOL. Este portal foi escolhido devido a sua grande representatividade e volume de acessos no Brasil, que segundo o indicador fornecido pelo serviço Alexa Internet Inc é o quinto endereço mais buscado em solo nacional, ficando atrás de Google em suas versões brasileira (.br) e internacional (.com), Facebook e Youtube.

O portal UOL, como é conhecida a empresa Universo Online S/A, que pertence ao Grupo Folha mantém diversos sites e serviços dentro de seu portal de conteúdo, além de oferecer plataformas para agregar diversas formas de comunicação, como por exemplo: chats, jornais, blogs, páginas dos mais diversos assuntos e um mecanismo de notícias em tempo real, que será o foco desta análise. As muitas ramificações do portal UOL não serão analisadas devido ao escopo do trabalho ficar demasiadamente grande.

Os elementos analisados são os atributos e recomendações propostas por Vechiatto e Vidotti (2014), sendo que cada um deles é composto por uma breve explicação sobre o atributo seguido de uma discussão sobre a aplicação e atendimento desta recomendação pelo objeto de análise.

Taxonomias Navegacionais

As taxonomias navegacionais estão associadas à organização da informação contida em elementos que são usados para navegação. A elaboração de taxonomias navegacionais adequadas ao contexto do ambiente informacional traz benefícios, pois auxilia os sujeitos a encontrar as informações que procuraram com mais precisão, além de maximizar a descoberta de informações pelos mesmos. Sendo assim pode-se afirmar que a elaboração das taxonomias navegacionais é de suma importância, pois caso seja feita sem critérios pode dificultar a encontrabilidade da informação. Alguns aspectos são destacados por Aquino, Carlan e Brascher (2009, p. 207-208) apud Vechiatto e Vidotti (2014, p. 3169)

 Categorização: estabelecimento de categorias gerais e subcategorias baseadas em definições consistentes e de fácil entendimento.

 Controle terminológico: a escolha dos termos para representar os conceitos deve ser feita de forma objetiva evitando assim problemas de imprecisão ou ambiguidade. O emprego de siglas, abreviaturas e termos em outros idiomas pode comprometer a comunicabilidade das taxonomias.

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 Relacionamento entre os termos: diz respeito a hierarquização, a qual assume grande relevância, já que esse é o principal elemento responsável pela navegação do usuário e é a base de qualquer sistema classificatório. Assim, a estrutura da taxonomia deve demonstrar claramente a subordinação entre os níveis hierárquicos.  Multidimensionalidade: orienta-se à análise da capacidade da taxonomia permitir que um termo possa estar em mais de uma categoria, de acordo com o contexto.

Analisando o portal UOL, é possível afirmar que ele se utiliza de taxonomias navegacionais. Essas taxonomias possuem uma categorização adequada ao propósito do Portal, pois os termos são compreensíveis a um sujeito alfabetizado. Quando analisamos a página inicial do Portal há alguns itens que merecem observações específicas, como por exemplo o item “SAC”, que possui subitens pertinentes a assinantes de serviços do portal. Este item usa uma sigla, prática que deve ser usada com cautela. Porém, devido a esta sigla ser de uso comum, muitas vezes acompanhada de seu significado completo “Serviço de Atendimento ao Consumidor” não caracteriza um problema ou redução da encontrabilidade de informações no portal.

Ainda considerando o menu da página principal, podemos afirmar que os termos são significativos e coerentes, permitindo um fácil entendimento. Esta afirmação está apoiada no fato de que não há um número muito grande de itens na taxonomia principal. Além disso, nem todos esses itens possuem subcategorias, sendo que estes que não possuem são hiperlinks para páginas específicas que tratam do assunto da categoria em questão. As subcategorias que existem também possuem termos significativos e coerentes.

Uma observação quanto às taxonomias navegacionais do portal UOL é relacionada ao fato da padronização de uma taxonomia mais enxuta, ou resumida que é mostrada sempre que o usuário começa a navegar em um assunto específico do portal. Caso o usuário esteja lendo sobre carros, por exemplo, é mostrado um menu apenas com categorias e subcategorias relacionadas a carros. No entanto, no topo de todas as páginas que tratam do assunto existe um menu com algumas opções mais importantes presentes na página inicial, como bate-papo, e-mail, notícias, esporte, entretenimento entre outras, oferecendo assim uma melhor localização ao usuário e uma facilidade de navegar, tanto dentro do assunto escolhido quanto para outros assuntos sem ter de antes retornar à página inicial para mudar escolher outra

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categoria.

Não foi possível averiguar se o portal se utiliza de algum instrumento de controle terminológico, como um vocabulário controlado, um tesauro ou uma ontologia.

Classificação Social (Folksonomia)

De acordo com Morville e Rosenfeld (2006), a folksonomia é considerada uma classificação social que não possui controle terminológico. Instrumentos de organização da informação como taxonomias, tesauros e ontologias se alicerçam nos termos utilizados por uma determinada comunidade ou domínio, já na folksonomia é atribuído ao sujeito a possibilidade de classificação dos recursos informacionais, possibilitando assim a criação de nuvens de tags e outros mecanismos de recuperação da informação que se utilizam destas tags inferidas pelos sujeitos.

Baseado nestes conceitos é desejável que os sites possuam mecanismos que permitam aos sujeitos que o utilizam classificar e atribuir tags para os recursos de acordo com suas percepções, livre de quaisquer restrições impostas pelos mecanismos clássicos.

Em nosso objeto de análise não foi verificada a possibilidade da criação de termos em recursos informacionais, sendo assim está recomendação não é seguida. A única forma que foi observada para que os sujeitos informacionais possam participar é por meio de comentários, que permitem ao sujeito expor sua opinião a respeito do conteúdo exposto. Há ainda a possibilidade de responder ou “curtir” o comentário de outros, no entanto nenhuma das opções representa muita evolução quanto a facilidade de recuperação destes conteúdos.

Wayfinding

Wayfinding é um conceito relacionado ao conceito visual, à utilização de marcos (ou pontos de referência) para localização e legibilidade de um determinado ambiente.

O wayfinding possui quatro componentes principais: orientação (orientation), que indica o posicionamento no ambiente; decisões de rota (route decisions), que indicam os possíveis lugares que podem ser explorados; mapeamento mental (mental mapping), relacionado às experiências de lugares já explorados que permitem mapear o espaço

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e tomar decisões de lugares a explorar; e encerramento (closure), que permite reconhecer se o lugar de destino é realmente o lugar certo (MORVILLE, 2005a; LYNCH, HORTON, 2009) apud Vechiato (2013, p.143).

Portando estes conceitos para a problemática da encontrabilidade da informação em páginas web Lynch e Horton (2009) propõem algumas recomendações para a orientação espacial em sites:

 Caminhos: elaborar caminhos de navegação consistentes;

 Regiões: criar uma identidade única, consistente, mas considerando a especificidade de cada local (ou categoria de assunto);

 Nós: não confundir o sujeito com muitas opções na home page e no menu;  Marcos: utilizar marcos consistentes na navegação visando a orientação do

sujeito no espaço.

Voltando à análise de nosso objeto em relação a este conceito, foi possível verificar que o portal utiliza um tipo de wayfinding para auxiliar a criação de marcos e/ou pistas para ajudar os sujeitos a se encontrarem em páginas de várias categorias diferentes. Constatou-se que diferentes categorias são representadas com menus de cores diferentes como por exemplo: notícias sobre política possuem um menu de uma cor, sobre finanças de outra, sobre educação de outra, etc. Há também uma identidade visual bem definida em determinados serviços como o batpapo e o e-mail, auxiliando o usuário se encontrar por marcos visuais.

Affordances

Vechiato e Vidotti (2014) definem affordance como um princípio de usabilidade, relacionado às pistas e incentivos que o sistema proporciona ao sujeito no decorrer de sua navegação. Logo este conceito está associado a encontrabilidade, visto que fornece subsídios para encontrar determinadas informações.

Na navegação, as affordances auxiliam na orientação espacial (wayfinding), podendo ser utilizados: metáforas, trilhas de navegação, priorização da informação mais significativa, utilização adequada de elementos estéticos entre outros. Nos mecanismos de busca, conforme a anatomia da busca de Morville e Callender (2010) apud Vechiato e Vidotti (2014), as affordances também auxiliam na elaboração da query (como no recurso autocomplete / autosugestão, por exemplo) e na escolha pela informação adequada nos resultados de busca. (VECHIATTO; VIDOTTI, 2014, p. 3172)

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não há uma trilha de navegação, recurso que é comumente conhecido como breadcrumb. Este é um recurso simples de ser implementado além de ser amplamente conhecido e compreendido por usuários de sites. Há uma forma de se identificar a categoria ao qual o sujeito está, isto se dá por um destaque no nome da categoria do documento ou página aberto, mas isso não parece ser eficiente como o recurso da trilha de navegação.

Ao considerar a utilização de affordances no sentido de ajudar o sujeito na formulação da busca (autocomplete ou auto-sugestão) foi constatado que o portal oferece tal recurso, por meio de links com sugestões ligadas ao contexto do assunto que o usuário está vendo, possibilitando uma maior precisão na recuperação de conteúdo.

A conclusão para este item é que houve preocupação para com o aspecto das affordances, demonstrando cuidado quanto a experiência do usuário.

Descoberta de informações

Segundo Vechiato e Vidotti (2013) a descoberta de informações está relacionada aos demais atributos de encontrabilidade da informação no que diz respeito às facilidades que a interface (navegação e/ou mecanismos de busca) oferece para encontrar a informação adequada às necessidades informacionais do sujeito, no entanto os autores também falam sobre a descoberta acidental da informação, quando o ambiente informacional de alguma forma traz conteúdos de interesse do sujeito sem que ele tenha feito esforço algum para buscar este conteúdo. Esta affordance pode ser observada no portal, por exemplo quando estamos dentro da categoria notícias, logo abaixo no menu principal uma “trilha” de sugestões denominada “direto ao assunto”, onde são listados assuntos em destaque no contexto das notícias da página atual, por exemplo, quando se está na página de notícias sobre política as sugestões em destaque no “direto ao assunto” são relacionadas à política, o mesmo acontece nas demais categorias.

Acessibilidade e Usabilidade

A importância destes conceitos em sistemas em ambientes informacionais é indiscutível, pois estes precisam prover o acesso à informação (acessibilidade) para o público-alvo de forma eficiente e usável sem um treinamento ou conhecimento

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prévio, proporcionando assim uma experiência satisfatória por parte do sujeito. De acordo com Vechiato e Vidotti (2014) a facilidade de acesso e de uso das interfaces nos mais diversos tipos de sistemas e ambientes informacionais propicia a encontrabilidade da informação.

O objeto de análise possui uma usabilidade satisfatória, pois não foram encontrados problemas ou dificuldades que argumentem contra tal afirmação. Já no quesito acessibilidade, algumas falhas foram notadas, uma delas é que, não há uma forma de aumentar o tamanho da fonte de notícias ou outros documentos textuais, dificultando o acesso dos materiais por indivíduos com capacidade de visão limitada. Uma segunda falha importante a ser citada é que várias imagens não contavam com uma descrição da mesma, considerando os deficientes visuais que utilizam softwares de leitura de texto, não seria possível nem mesmo imaginar o que cada imagem está retratando, pois estas possuem descrições como nome do fotógrafo e/ou base de imagens onde está alocada, este fato compromete bastante o quesito acessibilidade. Ainda se falando em acessibilidade o recurso de leitura do texto, funciona satisfatoriamente assim como o ajuste do portal a dispositivos com telas menores, sendo considerado assim acessível neste quesito. Em um balanço geral o portal pode ser considerado mediano no quesito acessibilidade, sendo necessárias várias adequações para que ele seja realmente mais acessível para vários tipos de sujeitos que vierem a utilizá-lo.

Mediadores

Vechiatto e Vidotti (2014) colocam a mediação em três contextos diferentes, no primeiro, quando relacionada à informática e a tecnologia se associa ao desenvolvimento de sistemas, interfaces, bancos de dados e todo o aparato técnico que se preocupa com a recuperação da informação. Quando relacionada aos profissionais da informação ela pode ser conexa a seleção, organização, representação e disseminação da informação e quaisquer outros processos que auxiliem em ações que promovam a encontrabilidade e a interação dos sujeitos com sistemas informacionais. Por fim a mediação dos sujeitos e os ambientes informacionais no que diz respeito à produção e organização da informação e do conhecimento em ambientes colaborativos, gerados a partir de seus conhecimentos, comportamento e competências que caracterizam sua Intencionalidade, que será abordada na próxima subseção.

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No objeto de análise não foram encontrados indícios de que é possível que os sujeitos informacionais colaborem como mediadores. Não foi encontrada nenhuma forma de produzir conteúdo ou enviar algum conteúdo para auxiliar a produção do conhecimento ou mesmo na organização deste. Não há nenhum tipo de categorização ou forma de representar, agrupar ou relacionar as informações disponíveis no portal, assim pode-se concluir que a portal apresenta falhas consideráveis neste quesito. Intencionalidade

De acordo com Miranda (2010) a Intencionalidade, termo grafado em letra maiúscula, designa um direcionamento e não um propósito ou objetivo, pois seu conceito fenomênico se aplica à teoria do conhecimento e não à teoria da ação humana.

A Intencionalidade, segundo Sokolowski (2004), é a doutrina nuclear da fenomenologia, ela explica que cada ato de consciência que nós realizamos, cada ato de consciência que nós temos como algo intencional, é consciência de ou experiência de algo ou outrem (MIRANDA, 2010, p.155).

A Intencionalidade do sujeito é carregada de experiências, necessidades e competências (tanto informacionais quanto tecnológicas), entendimento, cognição e satisfação, fornecendo inclusive, subsídios para a estruturação de sistemas e ambientes informacionais. E mais além, sendo fator importante no campo da Organização e Representação da Informação na Ciência da Informação, sempre com enfoque no comportamento informacional dos sujeitos. (VECHIATO; VIDOTTI, 2014; MIRANDA, 2010).

Para a avaliação do portal UOL foi feita uma breve investigação buscando saber se havia alguma preocupação em investigar os comportamentos, competências ou a Intencionalidade dos sujeitos por meio de tecnologias como análise de logs de acesso ou interação. Em uma análise restrita apercebeu-se que não há indicativo de tal utilização ou investigação, por meio dos cookies armazenados no site e da observação do comportamento dos mesmos após alguns dias consecutivos de uso, não foi possível afirmar direcionamentos neste quesito.

Mobilidade, convergência e ubiquidade

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visando potencializar as possibilidades dos sujeitos em encontrar a informação por meio de diferentes dispositivos e em diferentes contextos e situações. Tais elementos tendem a trazer ao ambiente novas perspectivas e ações mediadoras no ciberespaço. Desse modo, percebemos que não há segregação entre o virtual e o real ou entre o ciberespaço e o mundo físico. (VECHIATO; VIDOTTI, 2014).

O objeto de análise em questão se adapta bem em dispositivos com telas reduzidas como: smartphones e tablets, no entanto em determinadas categorias do portal o quesito mobilidade deixa a desejar, pois há uma perda de eficiência no acesso as informações nestes ambientes, reduzindo assim a sensação de imersão no ambiente informacional. Tais problemas em nossa visão são sérias lacunas, devido ao volume de conteúdos existentes, mediante ao crescimento do acesso via dispositivos móveis estes erros são preocupantes, pois reduzem sensivelmente o fator encontrabilidade da informação no ambiente.

Por fim vale salientar que um último aspecto recomendável foi analisado, sendo ele o uso de metadados para representar os recursos disponíveis, onde o portal se mostrou preocupado em representar os conteúdos com metadados específicos da rede social Facebook e também do microblog Twitter, facilitando assim a disseminação de seus conteúdos nestes ambientes. No entanto, na análise realizada não foram encontrados outros metadados, demonstrando ainda uma carência no aprimoramento deste quesito, que pode auxiliar na indexação e consequentemente na encontrabilidade dos conteúdos.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho destacou-se a importância do profissional do ramo da ciência da informação e da arquitetura da informação para as equipes de planejamento e estruturação dos ambientes de informação, pois estes estão aptos a apontar soluções de fundamental importância para o desenvolvimento e reestruturação de portais como o portal UOL, que foi o objeto de análise escolhido para esta pesquisa.

Apoiados nas considerações de Vechiato e Vidotti (2014) foi possível compreender como o projeto baseado nas perspectivas conceituais e recomendações como taxonomias navegacionais, folksonomias, wayfinding, affordances, descoberta de informações, acessibilidade, usabilidade, mediadores, Intencionabilidade, mobilidade, convergência e ubiquidade garantem melhorias na recuperação, acesso

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e apropriação da informação.

Tais estudos e análises permitiram compreender com mais propriedade o que torna um determinado ambiente informacional mais eficiente no quesito encontrabilidade da informação. Foi possível perceber como o aprofundamento dos estudos de findability são de suma importância para auxiliar no desenvolvimento de ferramentas e sistemas de disseminação de informações.

Além disso, percebeu-se a importância de se utilizar elementos de Arquitetura da Informação e Encontrabilidade na elaboração de site e mobiles, e suas possíveis aplicações em um portal de grande acesso no Brasil podendo tornar mais acessível os conteúdos existentes.

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