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O risco dos profissionais de saúde à infecção por hepatites B e C

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Academic year: 2020

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*Graduanda do curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. E-mail: josimara rodrigues<josimara24@yahoo.com.br

**Professora do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix

O risco dos profissionais de saúde à infecção por hepatites B e C

SILVA, Josimara Rodrigues*; ALVES, Fabiana**

RESUMO

O exercício da atividade profissional no ambiente hospitalar constitui fator de risco de infecção ocupacional pelo vírus da hepatite B e ou C, devido ao agrupamento de pacientes portadores de diversas enfermidades infectocontagiosas e o risco de acidentes existente em muitos procedimentos realizados. As hepatites B e C são um sério problema que ocorre em todo o mundo. Tanto a hepatite B e C são causadas por vírus, a transmissão da HB ocorre através da exposição percutânea ou de mucosas a sangue ou fluidos corpóreos contaminados com o VHB. A transmissão da HC é realizada através de sangue, seja por transfusões, contato direto ou compartilhamento de seringas. No Brasil a taxa de infecção por HB aumentou nos últimos anos. Entre as mortes atribuídas especificamente às hepatites virais no Brasil, o maior número registrado entre os anos de 2000 a 2011 foi decorrente da HC. A maioria dos casos da hepatite B e C não apresentam sintomas no inicio. As hepatites B e C apresentam fases semelhantes que podem se desenvolver de duas formas, aguda e crônica. Os diagnósticos das hepatites B e C são feitos através de exames de sangue. Para a HC não existe vacina, mas existe tratamento a base de remédios e para a HB existe vacina que é distribuida gratuitamente nos postos de saúde. Não importa a região, acidentes de trabalhos são muitos comuns entres esses profissionais e que medidas de controle tornam-se urgentes como campanhas de vacinação mais eficazes e uso correto dos equipamentos de segurança.

Palavras-chaves: hepatite B; hepatite C; acidente de trabalho; profissionais de saúde.

ABSTRACT

The exercise of professional activity in the hospital environment is a risk factor for occupational infection with hepatitis B or C and, due to the clustering of patients with various infectious diseases and the risk of accidents exists in many procedures performed. Hepatitis B and C are a serious problem that occurs throughout the world. Both hepatitis B and C viruses are caused by the transmission of HB occurs through percutaneous or mucous membranes to blood or body fluids infected with HBV. The

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transmission of HC is performed through blood transfusions or by direct contact or sharing of syringes. In Brazil the rate of infection by HB increased in recent years. Among the deaths attributed specifically to viral hepatitis in Brazil, the largest number recorded between the years 2000 to 2011 was due to the HC. Most cases of hepatitis B and C do not show symptoms at the start. Hepatitis B and C have similar phases that can develop in two forms, acute and chronic. The diagnosis of hepatitis B and C are made through blood tests. For the HC there is no vaccine, but no treatment-based remedies and HB vaccine exists that is distributed free of charge at clinics. No matter the region, accidents at work are very common between those professionals and that control measures become urgent as vaccination campaigns more effective and correct use of safety equipment.

Key words: hepatitis B, hepatitis C, work accident; health professionals. INTRODUÇÃO

Trabalhar na área da saúde, principalmente em um ambiente hospitalar, é considerado insalubre, devido ao agrupamento de pacientes portadores de diversas enfermidades infectocontagiosas e o risco de acidentes existente em muitos procedimentos realizados (NISHIDE et al.,2004).

Contudo, na prevenção de acidentes os esforços devem ser concentrados inicialmente na eliminação dos perigos e/ou riscos, e posteriormente, orientações e fornecimento de equipamentos de proteção individual. A preocupação com os riscos biológicos surgiu somente à partir da epidemia da HIV/AIDS nos anos 1980, onde foram estabelecidas normas para as questões de segurança no ambiente do trabalho (FONSECA, 2006).

A equipe de enfermagem é uma das principais categorias ocupacionais sujeita à exposição por material biológico pelo fato de terem contato direto com os pacientes, e também ao tipo e à frequência de procedimentos realizados. As hepatites virais, principalmente B e C, são um sério problema que ocorre em todo o mundo (PINHEIRO e ZEITOUNE, 2008). A soroprevalência de infecção por hepatite B (HB) entre trabalhadores da saúde é de três a cinco vezes maior que na população em geral, sendo os mais acometidos aqueles que realizam procedimentos invasivos como punção venosa e algumas cirurgias. Já em relação à hepatite C (HC), a inoculação percutânea (absorção na pele através de feridas) é uma das formas mais documentadas de transmissão do vírus (FONSECA, 2006).

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A HB é causada pelo vírus da hepatite B (VHB) pertencente ao gênero Orthohepadnavirus e família Hepadnaviridae, e a HC é causada pelo vírus da hepatite C (VHC) pertence ao gênero Hepacivirus e família Flaviviridae (ICTV, 2012).

A transmissão da HB ocorre através da exposição percutânea ou de mucosas a sangue ou fluidos corpóreos contaminados com o VHB, e as principais vias de contágio são: sexual, parenteral (são as vias de rápido acesso, como as injeções intramusculares, intravenosas e subcutâneas) e vertical, seja transplacentária, no momento do parto ou durante o aleitamento materno (PINHEIRO e ZEITOUNE, 2008).

A transmissão da HC é realizada através de sangue, seja por transfusões, contato direto ou compartilhamento de seringas. A transmissão sexual é rara, mas pode existir. O vírus também pode ser transmitido da mãe ao filho, se no momento do parto existir contato do sangue da mãe com o sangue do filho. Instrumentos como escovas de dente, alicates de unhas ou cutículas e aparelhos de barbear não devem ser compartilhados, pois podem contaminar. Instrumentos dentários devem ser esterilizados e desinfetados (CIORLIA e ZANETTA, 2007).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) dois bilhões de pessoas no mundo foram infectadas pelo VHB e cerca de 600.000 pessoas morrem a cada ano devido às consequências da HB. A HB é endêmica na China e outras partes da Ásia (OMS, 2012).

Altas taxas de infecções da HB também são encontrados nas regiões do sul da Europa Central e Oriental. No Oriente Médio e subcontinente indiano, 2 a 5% e da população em geral estão infectados. Menos de 1% da população na Europa Ocidental e na América do Norte são infectadas. Em países desenvolvidos (Europa Ocidental e América do Norte), os padrões de transmissão são diferentes dos países em desenvolvimento. A maioria das infecções por hepatites nos países desenvolvidos são transmitidas durante a vida adulta pela atividade sexual e uso de drogas injetáveis (OMS, 2012).

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, a taxa de infecção por HB passou de 0,3% em 1999, para 6,9% em 2010. A região Sudeste concentra 36,6% dos casos, seguido do Sul, com 31,6% das notificações, entre 1999 e 2011. A região Sul

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registra os maiores índices desde 2002, seguida da Norte (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010).

Quadro 1: Casos confirmados de Hepatite B no Brasil por Regiões, 1999-2008.

Região 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Região Norte 486 945 903 992 1219 1243 1269 1582 1297 390 Região Nordeste 524 808 951 1153 1232 1739 2019 1536 1124 394 Região Sudeste 1751 2840 2716 3278 4824 6370 6656 6661 4455 2526 Região Sul 3407 3478 3056 2888 3656 3741 4405 4295 3528 1433 Região Centro-Oeste 741 883 881 868 1052 1192 1704 1662 1156 381

Fonte: Sinan/SVS/MS- dados atualizados até 17.10.2008

A HC apresenta distribuição mundial, todos os anos, de 3 a 4 milhões de pessoas são infectadas com o VHC pelo mundo. Países como Egito, Paquistão e China apresentam altas taxas de infecção crônica, aproximadamente 150 milhões de pessoas são cronicamente infectadas, com risco de desenvolver cirrose e ou cancro no fígado. Mais de 350.000 pessoas morrem a cada ano de doenças relacionadas com a HC (OMS, 2012).

Do total de casos de hepatite C registrados no Brasil entre 1999 e 2011, 55.222 foram na região Sudeste e 18.307, no Sul. Juntas, essas duas regiões concentram 90% dos casos confirmados no país. As taxas de incidência mais elevadas também se concentram nessas regiões. Entre as mortes atribuídas especificamente às hepatites virais no Brasil, o maior número registrado entre os anos de 2000 a 2011 foi decorrente da HC, com 16.896 óbitos, em seguida, encontra-se a HB, com 5.520 óbitos declarados (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010).

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Quadro 2: Casos confirmados de Hepatite C no Brasil por Regiões e Unidades Federadas, 1999-2006. Regiões 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Região Norte 166 185 282 246 360 379 368 404 Região Nordeste 253 412 426 534 611 819 1203 1191 Região Sul 2173 1923 2173 2359 2958 4384 4675 4677 Região Sudeste 1960 2941 3385 4430 5255 9434 10251 10038 Região Centro-Oeste 296 500 493 624 602 652 978 729

Fonte: Sinan/SVS/MS-dados atualizados até 30.10.2007.

A maioria dos casos da hepatite B e C não apresentam sintomas na fase aguda, mas os mais frequentes são cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Esses sinais costumam aparecer de um a seis meses após a infecção. As hepatites B e C apresentam fases semelhantes que podem se desenvolver de duas formas, aguda e crônica (VALLEZI; JÚNIOR, 2011).

A fase aguda é quando a infecção tem curta duração. Os profissionais de saúde consideram a forma crônica quando a doença dura mais de seis meses. O risco de a doença tornar-se crônica depende da idade, neste caso as crianças e idosos são mais acometidos pelo avanço da doença quando ocorre a infecção e da resposta imunológica do infectado, onde existem indivíduos que são mais resistentes à infecção (CHAVEZ et al., 2003).

Uma particularidade da hepatite B é que a maioria dos pacientes elimina o vírus e evolui para a cura definitiva. Em menos de 5% dos casos, porém, o VHB persiste no organismo e a doença torna-se crônica sem apresentar sintomas que chamem a atenção durante muitos anos. E a doença pode evoluir dependendo de fatores como a replicação do vírus; a resposta imunológica; o consumo de álcool e até infecção por outros vírus. No caso da hepatite C quando os sintomas surgem o paciente já se encontra numa fase avançada da doença e o fígado pode estar gravemente comprometido, necessitando de um transplante (FERREIRA; SILVEIRA, 2004).

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O diagnóstico da hepatite B é feito através de técnicas sorológicas e três marcadores (ou análises) são utilizados como referência para rastrear o vírus e com isso fazer o diagnóstico da hepatite B: HBsAG (presente no início da infecção), anti-HBc (que aponta se o indivíduo teve contato com o vírus) e anti-HBs (capaz de sinalizar se o indivíduo está imunizado para o vírus), estes diagnósticos são feitos através da técnica imunoenzimática do tipo Enzyme Linked Immunosorbent Assay (ELISA) (CHAVEZ et al., 2003).

O diagnóstico da hepatite C também é feito através de exames de sangue que medem a quantidade de anticorpos específicos contra o vírus da hepatite C (VHC) produzidos pelo organismo (testes sorológicos como ELISA) e pela dosagem da quantidade de vírus no sangue (testes de biologia molecular como Reação em Cadeia da Polimerase PCR). Para confirmar hepatite crônica é necessário realizar a contagem do vírus no sangue através dos testes de biologia molecular que medem a carga viral (MIYAZAKI et al., 2005).

Para a hepatite C não existe vacina, mas existe tratamento a base de remédios como o antiviral ribavirina, medicamento que associado ao interferon diminui a atividade viral, melhorando as funções hepáticas e as características histológicas do fígado. Em 2002 surgiu o interferon peguilado, remédio que apresenta menos efeitos colaterais que pode ser associado à ribavirina, e é suficiente para obter resposta duradoura em 70% a 80% dos casos, isto é, o vírus para de replicar e multiplicar durante anos. O quarto e novo antiviral, o telaprevir, desenvolvido especificamente para bloquear a ação de uma enzima necessária para a replicação do vírus (MIYAZAKI et al., 2005).

Já para a hepatite B existe vacina que é distribuida gratuitamente nos postos de saúde, e é composta por 3 doses que comprovam sua eficacia. Todos os profissionais de saúde devem tomar as 3 dose já que fazem parte do grupo de maior vulnerabilidade a doença (VALLEZI; JÚNIOR, 2011).

Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo estudar os riscos dos profissionais de saúde à infecção por hepatites B e C, de acordo com os dados publicados na literatura de 2000 até 2013.

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MATERIAL E MÉTODOS

Foi realizada uma pesquisa bibliográfica em sites como Scientific Electronic Library Online (Scielo), Ministério da Saúde, Centro Latino Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme), Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS), limitando as ocorrências entre 2000 e 2013. Foram utilizados artigos em português e inglês, sendo descartados aqueles em outros idiomas, utilizando as seguintes palavras-chaves: célula; Hepatite B; Orthohepadnavirus; vírus; Hepatite C; Hepacivirus; transmissão; prevenção; profissionais de saúde; prevalência; equipamentos de segurança; vacina; anti-hepatite B; anti-hepatite C. Após a revisão, os dados foram tabulados e foi construído um quadro com os resultados obtidos sobre os acidentes com profissionais da saúde e infecção com hepatie B e C.

RESULTADOS

Após a revisão bibliográfica relacionada, foi possível verificar que há frequência em acidentes de trabalho com profissionais da saúde (Quadro 3). A grande maioria dos acidentes aconteceu com materiais perfurocortantes, e com trabalhadores que possuem menor conhecimento e qualificação profissional. No entanto, a partir desta revisão, também foi possível verificar que profissionais com maior tempo de serviço acabam se arriscando mais, por adquirir autoconfiança na execução de suas atividades, por vezes, negligenciando medidas de precaução para proteção individual.

Quadro 3. - Estudos realizados sobre acidentes com profissionais da saúde e infecção com hepatie B e C.

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PUBLICAÇÃO

ESTADO

NÚMERO

TIPO DE ACIDENTE DIAGNÓSTICOS

AMOSTRAL

Hepatite BHepatite C

LOPES et al., 2000

Goiás

152

Acidente com agulha

13

xxxxxxxxx

LUZ et al., 2001

Tocantins

20

Objetos perfurocortantes

3

xxxxxxxxx

CARNEIRO e DAHER,2003

Goiás

90

Fragmentos de Vidro

8

xxxxxxxxx

BRAGA et al., 2004

Bahia

120

Objetos perfurocortantesxxxxxxxxx xxxxxxxxx

PAIVA et al., 2005

Goiás

680

Não houve

0

xxxxxxxxx

SANCHES et al., 2006 Mato Grosso do Sul 332

Acidente com agulha

0

xxxxxxxxx

CIORLIA e ZANETTA,2007 São Paulo

2305

Objetos perfurocortantesxxxxxxxxx

25

PAIVA, Enilza Maria

Goiás

250

Objetos perfurocortantes

2

xxxxxxxxx

Mendoça, 2008

OLIVEIRA et al., 2009

Pará

528

Acidente com agulha

2

xxxxxxxxx

SILVA et al.,2010

Porto Alegre

11

Objetos perfurocortantes

2

6

Legenda: xxxxxxx Não foi analisado Fonte:SILVA, Josimara Rodrigues

DISCUSSÃO

De acordo com os dados obtidos neste estudo, foi possível verificar que o exercício da atividade profissional no ambiente hospitalar constitui fator de risco de infecção ocupacional pelo vírus da hepatite B e ou C (Quadro 3), em virtude da ocorrência de contato direto com os pacientes e da exposição constante aos fluidos corporais potencialmente contaminados pelos VHB e VHC.

Lopes et al. (2000), demonstraram que a exposição ocupacional e o não uso de equipamentos de proteção estiveram significativamente associados à soro positividade ao VHB. Estes autores também demonstraram que houve predomínio de lesão percutânea e acidentes com agulhas (LOPES et al., 2000). Já PINHEIRO e ZEITOUNE (2008) observaram uma maior positividade para os marcadores sorológicos da hepatite B com o aumento do tempo de profissão, demonstrando que o risco de exposição ao VHB é diretamente proporcional ao tempo de trabalho em hemodiálise de acordo com este estudo.

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LUZ et al. (2001) também encontraram uma prevalência global de 15% para a infecção pelo VHB, em profissionais com atividade em hemodiálise por mais de um ano. Os mesmos autores também correlacionaram tal prevalência a acidentes de trabalho com objetos perfurocortantes e história de múltiplos parceiros sexuais.

Carneiro e Daher (2003) ao realizar testes com profissionais da saúde para HB verificaram que esses profissionais não se protegem de forma adequada como uso de luvas, por exemplo, e que ferimentos nas mãos, produzidos por fragmentos de vidro durante abertura de ampolas de medicamentos é o acidente mais comum.

No entanto, Braga et al. (2004) e Oliveira et al. (2009), relatam que apesar do uso de equipamentos de segurança, também há uma frequência de acidentes com material perfuro cortante. Já Paiva et al. (2005) fez associações significantes com a positividade ao VHB ao gênero, ao tempo de trabalho e ao uso incompleto de equipamentos de proteção individual como luvas, por exemplo.

Para Paiva et al. (2005) os resultados de seu estudo (Quadro 3) sugerem impacto positivo da vacinação. Sanches et al. (2006) também relatou a eficiência da imunização e utilização dos equipamentos de segurança. Os mesmos autores demonstraram em seus estudos que o acidente ocupacional mais frequente foi o ferimento por agulha, mesmo assim devido às medidas de profilaxia durante os acidentes e as vacinas não foram encontrados resultados positivos para a hepatite B. Oliveira et al. (2009) também demonstrou baixa prevalência, isto é, casos existentes( (0,4%) para o VHB.

Ciorlia et al. (2007) e Silva et al. (2010) ao analisarem a prevalência da HC observaram que os profissionais da saúde apresentaram maior prevalência de VHC que os profissionais administrativos e que os fatores de maior risco foram: idade como os mais jovens por terem menos experiência; tempo de serviço onde quem possui mais tempo de profissão acaba negligenciando os cuidados e acidentes com objetos perfurocortantes.

Silva et al. (2010), também demonstraram que trabalhadores que possuem menor conhecimento e qualificação profissional estão mais sujeitos a sofrerem acidentes e que independente da categoria profissional, assim como trabalhadores com maior tempo de serviço que acabam se arriscando mais, por adquirir uma

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autoconfiança na execução de suas atividades, por vezes, negligenciando medidas de precaução para proteção individual.

Contudo, para Paiva (2008) há relação ao tipo de atividade profissional exercida no ambiente hospitalar, pois os índices de prevalência de contaminação são maiores no pessoal do laboratório e da enfermagem, e menores nos indivíduos que trabalham no setor administrativo e nos de outras atividades que não têm contato direto com os pacientes. O mesmo autor sugere que campanhas de prevenção a acidentes devem ser priorizadas.

Após a análise dos resultados, foi possível verificar que não importa a região, acidentes de trabalhos são muitos comuns entres esses profissionais e que medidas de controle tornam-se urgentes como campanhas de vacinação mais eficazes e uso correto dos equipamentos de segurança.

CONCLUSÃO

Os dados deste estudo demonstraram que há riscos evidentes de infecção durantes as atividades dos profissionais de saúde, principalmente, por ainda persistir um grau significante de desconhecimento ou banalização dos agravos causados pela contaminação pelo VHB ou VHC, entre profissionais da saúde.

Verifica-se à necessidade da educação permanente destes profissionais quanto à saúde do trabalhador, abrangendo os riscos e prevenções de acidentes ocupacionais, uso de equipamentos de proteção individual e coletiva, importância da notificação imediata e acompanhamento sorológico completo, bem como o suprimento da estrutura das instituições em termos de recursos humanos e materiais.

Assim sendo, justifica-se o reforço de campanhas de esclarecimento dirigidas a esses profissionais, visando conscientizá-los da necessidade da utilização permanente dos equipamentos de proteção, e de fazer a prevenção da hepatite B, através da vacinação.

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