Desafios da regulação do saneamento no município de Belém / Challenges in sanitation regulation in the municipality of Belém

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Desafios da regulação do saneamento no município de Belém

Challenges in sanitation regulation in the municipality of Belém

DOI:10.34117/bjdv6n4-040

Recebimento dos originais: 10/03/2020 Aceitação para publicação: 02/04/2020

Bruno Penna Hachem

Engenheiro Sanitarista e Ambiental, Mestre em Engenharia Civil com ênfase em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental

Instituição: Agência Reguladora Municipal de Água e Esgoto de Belém - AMAE Endereço: Passagem Mac Dowell, 75 - Nazaré - Belém - Pará - 66035-150 - Brasil

E-mail: bpennah@globo.com

Antônio de Noronha Tavares

Engenheiro Sanitarista, Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho, Mestrando em Engenharia Civil, Área de Concentração Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental, Professor da

Faculdade de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal do Pará Instituição: Agência Reguladora Municipal de Água e Esgoto de Belém - AMAE Endereço: Passagem Mac Dowell, 75 - Nazaré - Belém - Pará - 66035-150 - Brasil

E-mail: noronhatavares@hotmail.com

Evelyn Thaís Abreu de Souza

Engenheira Sanitarista, Especialista em Gestão Ambiental

E-mail: evelyntas@gmail.com

Elenilce Monteiro de Freitas

Engenheira Sanitarista, Especialista em Engenharia de Segurança no Trabalho, Mestra em Engenharia Civil com ênfase em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental Instituição: Agência Reguladora Municipal de Água e Esgoto de Belém - AMAE Endereço: Passagem Mac Dowell, 75 - Nazaré - Belém - Pará - 66035-150 - Brasil

E-mail: nilcefreitas@gmail.com

Marcello Ádamis Andrade

Graduando em Engenharia Sanitária e Ambiental

E-mail: marcello_simada@hotmail.com

Wagner Monteiro Lucena

Engenheiro Sanitarista e Ambiental, Mestrando em Engenharia Civil com ênfase em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental

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Alessandra Machado Noronha

Engenheira Sanitarista

E-mail: alenoro6@hotmail.com

Ana Rosa Bezerra Cardoso

Engenheira Sanitarista

E-mail: arosalopes@gmail.com

Rosemary Rebelo Pereira

Arquiteta e Urbanista, Especialista em Arquitetura com ênfase em AutoCad de desenho técnico e desenvolvimento de projetos, Especialista em Engenharia Civil com ênfase em Segurança do

Trabalho

E-mail: rosemary_rebelo@hotmail.com

Brenda Melise Morbach Paredes Hachem

Engenheira Sanitarista e Ambiental, Mestra em Engenharia Civil com ênfase em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental

Instituição: Universidade Federal do Pará -UFPA

Endereço: Rua Augusto Côrrea, 01- Guamá - Belém - Pará - 66075-110 - Brasil E-mail: brendamorbach@gmail.com

RESUMO

O saneamento básico, é um serviço público essencial às condições de vida digna, devendo ser prestado de forma a atender a toda a população. Dentro de uma concepção ativa do Estado Democrático de Direito, esse deve implementar políticas públicas que garantam a efetivação desse serviço. Considerando os grandes investimentos que o setor do saneamento requer, a delegação deste serviço a entidades não integrantes da Administração Pública é um importante instrumento para a eficiência do serviço prestado. Nesse panorama, de acordo com as diretrizes instituídas pela Lei nº 11.445/07, encontram-se as Agências Reguladoras, responsáveis pela regulação, fiscalização e do controle do serviço concedido. O presente trabalho identifica os pontos mais relevantes da atuação dessas entidades bem como seu papel na efetivação do direito ao saneamento na busca da garantia de um serviço de saneamento de qualidade para a população. Em Belém os desafios da Regulação, tem o objetivo de orientar o comportamento do prestador de serviço, por meio de normas e resoluções, em prol de aumentar o bem-estar social e a eficiência econômica. Além disso, o regulador procura desenvolver um sistema de incentivos ou compensações para direcionar a ação do prestador de serviços em prol dos interesses da sociedade. A atuação da Agência Reguladora AMAE/Belém, já trouxe melhorias ao serviço prestado pela Companhia de Saneamento – COSANPA, mesmo que estas melhorias sejam mínimas, ainda não perceptível por parte do usuário, entretanto, na relação entre o ente regulado e regulador já é perceptível.

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ABSTRACT

Basic sanitation is a public service that is essential to decent living conditions and should be provided in a way that serves the entire population. Within an active conception of the Democratic State of Law, it must implement public policies that guarantee the effectiveness of this service. Considering the large investments that the sanitation sector requires, the delegation of this service to entities that are not members of the Public Administration is an important instrument for the efficiency of the service provided. In this context, in accordance with the guidelines established by Law No. 11,445 / 07, are the Regulatory Agencies, responsible for the regulation, inspection and control of the service granted. The present work identifies the most relevant points of the performance of these entities as well as their role in the realization of the right to sanitation in the search for the guarantee of a quality sanitation service for the population. In Belém, the challenges of regulation are aimed at guiding the behavior of the service provider, through rules and resolutions, in order to increase social welfare and economic efficiency. In addition, the regulator seeks to develop a system of incentives or compensation to direct the service provider's actions towards the interests of society. The performance of the AMAE / Belém Regulatory Agency has already brought improvements to the service provided by Companhia de Saneamento - COSANPA, even if these improvements are minimal, not yet noticeable by the user, however, in the relationship between the regulated and regulatory entity is already noticeable .

Keywords: Non-Conformities. Direct inspection. Water supply. Regulation

1 INTRODUÇÃO/OBJETIVOS

O saneamento básico é fator essencial para que um país possa ser considerado desenvolvido. Os serviços de água tratada e coleta e tratamento dos esgotos levam à melhoria da qualidade de vida das pessoas, sobretudo na saúde infantil com redução da mortalidade infantil, além de melhorias na educação, na expansão do turismo, na valorização dos imóveis, na renda do trabalhador, na despoluição dos rios e preservação dos recursos hídricos, etc.

Estudo do Instituto Trata Brasil, por exemplo, mostrou que o Brasil convive com centenas de milhares de casos de internação por diarreias todos os anos (400 mil casos em 2011, sendo 53% de crianças de 0 a 5 anos), grande parte decorrente da falta de saneamento (TRATA BRASIL, 2016). Pesquisa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, estima que 65% das internações infantis, em hospitais, com menos de 10 anos sejam provocadas por males oriundos da deficiência ou inexistência de coleta de esgoto e fornecimento de água potável, que também surte efeito no desempenho escolar, pois crianças que vivem em áreas sem saneamento básico apresentam um déficit no rendimento escolar, em torno de 18%.

Com o advento da Lei nº 11.445, em 5 de janeiro de 2007, abre-se no Brasil mais um campo de regulação dos serviços públicos: o saneamento básico. A regulação apresenta-se como um dos eixos centrais da Política Nacional de Saneamento Básico, juntamente com os planos municipais de saneamento e os prestadores dos serviços públicos.

A atividade de regulação pode ser compreendida como sendo a função administrativa desempenhada pelo poder público para normatizar, controlar e fiscalizar as atividades econômicas

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ou a prestação de serviços públicos por particulares ou por prestadoras de serviços públicos. A regulação, fruto da crise do Estado-providência, parte da ideia de que o Estado, ao invés de prestar materialmente os serviços tidos como fundamentais à população, passa a controlar sua prestação por meio da expedição de regras para os prestadores de serviços públicos. O Estado de Bem-Estar Social não deixa de existir, mas, sim, amolda-se a uma nova concepção

(ABRAÇO GUARAPIRANGA, 2016).

Com a transferência da produção de atividades importantes do setor público para o privado, em decorrência do fenômeno da privatização no Brasil na década de noventa, coube ao Estado estabelecer a crescente implantação da regulação, fiscalização e planejamento da atividade já que a produção passou a ser realizada pelo setor privado. No Brasil, o programa de reforma no Estado aconteceu em consequência da incapacidade do setor público em avançar como principal agente financiador do desenvolvimento econômico através da prestação de serviços públicos relevantes a sociedade (PALIARI, 2011).

A partir deste momento, surgem no Brasil as denominadas Agências Reguladoras que tem como finalidade desempenhar a função de interventor estatal na economia, regulando, controlando e fiscalizando os setores estratégicos, uma vez que o Estado deixa de explorar diretamente atividades econômicas, delegando a iniciativa privada ou mista.

De acordo com a COSANPA (2016), os números do saneamento básico no Município de Belém são baixos e muito preocupantes, com uma cobertura de 80,3 % em abastecimento de água e 15,7% em esgotamento sanitário. Já os dados do IBGE (2010) e do Trata Brasil (2015) apontam percentuais dessa problemática em rede de água 47,10%, coleta de esgoto 4,92% e Tratamento de esgoto de 1,18%, índices do Estado do Pará, o que confirmam a precariedade do setor.

Em Belém os desafios da Regulação, tem o objetivo de orientar o comportamento do prestador de serviço, por meio de normas e resoluções, em prol de aumentar o bem-estar social e a eficiência econômica. Além disso, o regulador procura desenvolver um sistema de incentivos ou compensações para direcionar a ação do prestador de serviços em prol dos interesses da sociedade. Além de acompanhar e cobrar da Prestadora de Serviços o cumprimento das metas do PMSB, das normas criadas pela Agência, leis e políticas relacionadas ao assunto.

2 MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho foi realizado a partir de levantamento primário e secundário de dados quanto aos índices e déficits dos indicadores de saneamento no município de Belém do Pará assim como as legislações, moções e diretrizes impostas pela Agência Reguladora Municipal de Água e Esgoto de Belém – AMAE junto a Companhia de Saneamento do Pará – COSANPA para se

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levantar os desafios e problemas da regulação do saneamento no município além de se entender como a AMAE/Belém está atuando, rotineiramente, na busca do alcance de todos os supracitados desafios.

Considerando o fato de que o setor de água e esgoto ainda é operado majoritariamente por empresas estatais, além da necessidade do atendimento às características do desenho regulatório, a regulação setorial deve enfatizar a divisão de atribuições entre poder concedente e regulador. Efetivamente, a regulação é mais complexa quando as duas partes, regulado e regulador, pertencem ao mesmo ente federado. Diante disso, podem acontecer conflitos de interesse, sendo necessário, além da garantia de atendimento aos princípios de independência e autonomia, que o desenho regulatório preveja mecanismos de transparência, prestação de contas e controle social, entre outros, sob riscos de inviabilizar o atendimento aos objetivos regulatórios.

A regulação é importante, uma vez que, ao desempenhar o papel de fiscalizador, a regulação quando bem desempenhada força a prestadora a sempre a buscar a eficiência na prestação do serviço, no atingimento das metas do PSBM, das normas regulatórias para o atingimento da universalização, na prestação do serviço, evita que o consumidor pague por tarifas e taxas excessivas pelos serviços prestados.

3 RESULTADOS/DISCUSSÃO

Com o advento da Lei Federal nº 11.445/2007, foram instituídas as Agências Reguladoras. A partir de então, as Companhias Estaduais de Saneamento Básico passaram a ter suas tarifas fixadas por essas entidades. Fato este que significou uma revolução no modo de gestão das Companhias, visto que houve significativa perda de autonomia decisória devido à necessidade do aval de aprovação do regulador, a Figura 1 mostra o antes e o depois da Lei 11.445.

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Os serviços de Saneamento Básico, nos eixos de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário no Município de Belém, eram operados por duas prestadoras de serviços (COSANPA, 2017). Sendo elas o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Belém – SAAEB, criado em 1969 e a Companhia de Saneamento de Pará – COSANPA, criada em 1970. No entanto, atualmente a COSANPA é a única Prestadora dos Serviços de Saneamento Básico, nos eixos de Abastecimento de Água e Esgoto Sanitário no Município de Belém pois o Município de Belém, após a assinatura do contrato de programa, delegou para a COSANPA a operação e manutenção de todos os sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário da área urbana do município de Belém. Antes da assinatura, cada operadora possuía sua área de atuação, sendo que a COSANPA, possuía predominância mais na parte central de Belém, enquanto o SAAEB, atuava na parte periférica do Município.

Ressalta-se que a COSANPA é responsável pela operação e manutenção dos serviços de água e esgotamento sanitário somente na área urbana de Belém, o qual antes do marco regulatório exercia o papel de operador dos serviços supracitados sem autorização da delegação dos serviços por parte do titular do serviço, que de acordo com a Lei 11.445/2007 é o Município. Esta problemática foi sanada com o advento da celebração do Contrato de Programa nº 001/2015, assinado em 05 de novembro de 2015, entre a COSANPA e o município de Belém. E a partir de janeiro de 2016. A COSANPA absorveu o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Belém (SAAEB), que atende os Distritos de Outeiro, Icoaraci, Cotijuba, Mosqueiro, e parte da área de periferia da Zona Central Urbana de Belém.

A figura central desse processo de regulação é a Agência Reguladora dos serviços de saneamento básico de água e esgoto, a qual deve atuar na regulação da prestação dos serviços e no acompanhamento da execução das políticas públicas voltadas para o setor, que hoje estão materializadas no Plano Municipal de Saneamento Básico de água e esgoto (PMSB). Essa atuação deve ocorrer em concordância com o controle social para que o poder público apresente respostas condizentes aos anseios da coletividade. A área de atuação da Agencia Reguladora Municipal de Água e Esgoto – AMAE/Belém é o limite territorial do Município de Belém.

A AMAE-Belém é uma autarquia, criada pela Lei Municipal nº 8.630/2008 e regulamentada em 2014 com o decreto nº 78.441/2014, com a finalidade de regular, planejar e fiscalizar os serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, na busca da universalização do atendimento e da qualidade da prestação dos serviços, em benefício da saúde pública e da sustentabilidade ambiental, com estrutura apresentada conforme organograma apresentado na Figura 2.

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A regulação realizada pela AMAE/Belém, tem atuado, em cobrar do prestador de serviços as informações operacionais, técnicas e administrativas e analisando os dados encaminhados e através de normas regulatórias, disciplinar os serviços prestados. A fiscalização da AMAE/Belém, tem atuado no sentido do melhorar o desempenho operacional da empresa, através da regulação técnica e fiscalizações dos setores operacionais. É importante salientar a formação do Conselho Superior de Administração, o qual é formado por diversas entidades relacionados com o saneamento básico, objetivando a diversidade e a participação de um representante da sociedade na tomada de decisões importantes que influenciam no modo de vista da população.

Figura 2 - Organograma da estrutura da AMAE-Belém.

A gestão do saneamento no município de Belém se dá através das entidades AMAE/Belém (Prefeitura Municipal de Belém) e COSANPA na parte urbana, e na parte rural a Prefeitura Municipal é a responsável através da Secretaria Municipal de Saúde, conforme apresentado na Figura 3.

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Figura 3 - Saneamento Urbano e Rural do município de Belém.

4 LEGISLAÇÕES CRIADAS PELA AMAE

A AMAE/Belém, vem intervindo, junto a prestadora de serviços através das Resoluções e/ou Instruções Normativas e Moções que norteiam, as condições gerais, procedimentos, diretrizes e entre outros, com o intuito de atuar no fortalecimento da regulação e na gestão dos serviços de saneamento. Com isso, desde do ano de 2014, já foram criadas legislações referentes a prestação dos serviços, da COSANPA, de água e esgoto do município de Belém que estão citadas a seguir:

4.1 RESOLUÇÕES 2014

• Resolução nº 001/2014, de 07 de julho de 2014:

Regulamento das condições gerais na prestação de serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário do Município de Belém.

• Resolução nº 002/2014, de 07 de julho de 2014:

Mecanismos e procedimentos para o exercício do controle social nas atividades de planejamento, regulação e fiscalização realizadas pela Agência Reguladora Municipal de Água e Esgoto de Belém – AMAE/BELÉM.

• Resolução nº 001/2015, de 04 de novembro de 2015:

Regulamenta a adoção de solução para o encerramento de concessão, em caráter precário, da prestação de serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário feitos pela COSANPA ao município de Belém e dá outras providências.

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Estabelece o regimento interno do Conselho Superior de Administração da Agência Reguladora Municipal de Água e Esgoto de Belém (CSA/AMAE/BELÉM) e dá outras providências.

• Resolução nº 003/2015, de 22 de dezembro de 2015 e Nota Técnica 001/2015 referente a resolução 003/2015:

Autoriza o reajuste das tarifas dos serviços públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário prestados pela Companhia de Saneamento do Pará – COSANPA no Município de Belém e dá outras providências.

• Resolução nº 001/2016, de 31 de março de 2016:

Estabelece o Regimento Interno da Agência Reguladora Municipal de Água e Esgoto de Belém – AMAE/BELÉM.

• Resolução nº 002/2016, de 12 de agosto de 2016:

Dispõe sobre os procedimentos gerais a serem adotados pela Agência Reguladora Municipal de Água e Esgoto de Belém – AMAE/BELÉM, nos processos decisórios de reclamações dos usuários dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário e dá outras providências.

 Resolução nº 003/2016, de 12 de agosto de 2016:

Estabelece diretrizes para a elaboração e implementação do Plano de Contingência e Emergência dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário do Município de Belém.

• Resolução nº 001/2017, de 12 de abril de 2017: e Nota Técnica 001/2017 referente a resolução 001/2017:

Dispõe sobre a primeira revisão das tarifas de abastecimento de água e esgotamento sanitário e autoriza o segundo reajuste a serem praticados pela companhia de saneamento do Pará – Cosanpa no município de Belém e dá outras providências.

4.5 MOÇÕES 2016

• Moção nº 001/2016, de 12 de agosto de 2016:

Solicita às secretarias municipal e estadual de Meio Ambiente, ao Conselho Municipal de Meio Ambiente (CONSEMMA) e ao Conselho Estadual de Meio Ambiente (COEMA) a aprovação de resolução normativa, medidas que estabeleçam critérios diferenciados e mais ágeis nos processos

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de licenciamento ambiental das obras de Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) e Estações de Tratamento de Água (ETA).

5 OS DESAFIOS E PROBLEMAS DA AMAE/BELÉM

Os desafios regulatórios da AMAE/Belém podem ser resumidos da seguinte maneira: • Aumentar o conhecimento sobre o prestador dos serviços, fortalecimento do Plano

Municipal de Saneamento Básico de água e esgoto – PMSB;

• Verificar o atendimento às diretrizes e obras previstas no Plano Municipal de Saneamento Básico-PMSB, no Contrato de Programa assinado – CP, nas Normativas e Resoluções lançadas pela AMAE/Belém;

• Utilizar suas diretrizes como base para o processo de revisão tarifária, revisão e atualização, garantir a participação social no processo de revisão;

• Contribuir na modificação do ciclo de insustentabilidade da COSANPA, referente a política tarifaria: tarifa insuficiente, déficit de receita para cobrir despesas, déficit de recursos para investimentos, ineficiência operacional- Elevadas perdas, baixa qualidade no serviço e redução na disposição de pagamento;

• Contribuir na modificação do ciclo de insustentabilidade da COSANPA: Gestão; • Fortalecimento da Regulação na Gestão Associada dos serviços saneamento;

• Estabelecimento de uma gestão pautada nos indicadores de eficiência da prestação dos serviços: Cobertura de atendimento, qualidade da água, hidrometração, controle de Perdas, cobertura de rede de esgoto, cobertura de tratamento de esgoto, índice de satisfação do cliente e etc.

A AMAE/Belém está atuando, rotineiramente, na busca do alcance de todos os supracitados desafios, com o objetivo de alcançar a universalização na prestação dos serviços de água e esgotamento sanitário, bem como, ajudar a prestadora a atingir o equilíbrio econômico/ financeiro e o bem-estar da população.

Os principais problemas da AMAE/Belém podem ser resumidos da seguinte maneira: na demora nas respostas das informações solicitadas a COSANPA, as quais são de suma importância para o desenvolvimento das atividades da Agência Reguladora e também na assimetria das informações entre a Agência Reguladora e o ente Regulado, uma vez que a Agência Reguladora necessita das informações técnicas e econômico-financeira que só a concessionária detém.

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6 CONCLUSÃO

A agência reguladora surgiu da necessidade de regular a relação entre poder público, prestador do serviço e sociedade na gestão do saneamento básico. No desempenho de suas atribuições a agência reguladora deve apresentar requisitos e características, que a tornem aptas para uma boa atuação, como entidade reguladora.

A existência das agências é fator determinante para o aumento da cobertura e melhoria dos serviços. Assim, fica demonstrada à necessidade de critérios claros de avaliação para a melhoria da atuação das agências e, por conseguinte, do saneamento básico como um todo.

Para que as Agências possam, realmente, cumprir o seu papel, se faz necessário medidas como: A busca de financiamento diversos, para a universalização dos serviços, é uma condição de sobrevivência do setor; Mudar o foco até então estabelecido, de que objeto da prestação do serviço, tem na realização das obras como sua máxima a ser alcançada, para o foco de que a gestão tem na necessidade e satisfação do cliente, a razão de sua existência; Formar um usuário cidadão, com a consciência de que a eficiência gerencial da COSANPA não é de responsabilidade unicamente do estado, e de que o mesmo deve ter o compromisso de maneira consciente e coletiva, de que a gestão desse serviço tem um custo, e para que os benefícios sociais, de conforto, econômicos e de saúde pública sejam universalizados, é necessário que cada cidadão use os serviços forma legal, racional e sem desperdícios.

Além de mudar a cultura, principalmente na Amazônia, de que os recursos hídricos são um bem livre e infinito, para a consciência de que estes recursos são bens, cuja escassez é cada vez mais crescente (quantidade e qualidade), e que sua exploração histórica tem comprometido a sustentabilidade de sua utilização, de maneiras que se não mudarmos esta lógica, não haverá como garantir os benefícios de seu uso, para as gerações atual e futura.

A atuação da Agência Reguladora AMAE/Belém, já trouxe melhorias ao serviço prestado pela Companhia de Saneamento – COSANPA, mesmo que estas melhorias sejam mínimas, ainda não perceptível por parte do usuário, entretanto, na relação entre o ente regulado e regulador já é perceptível.

REFERÊNCIAS

ABRAÇO GUARAPIRANGA, 2016. Disponível

em:<https://www.abracoguarapiranga.org.br/single-post/2016/12/11/Saneamento- nohttps://www.abracoguarapiranga.org.br/single-post/2016/12/11/Saneamento-no-Brasil-e-as-ag%C3%AAncias-regulaorasBrasil-e-as-ag%C3%AAncias-regulaoras>. Acesso em: 10 mar. 2017

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BRASIL, 2007. Lei nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007, Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências.

COSANPA, 2017. Disponível em:< http://www.cosanpa.pa.gov.br/index.php/a-empresa/2013-06-20-08-51-26>Acesso em: 10 de jan. 2017;

PALIARI, Edson (2011). Agências Reguladoras no Brasil. Trabalho de Conclusão de Curso, de especialização, do Programa Nacional de Formação em Administração Pública, Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Administração, Maringá, PR, 30p.

TAVARES, A. Noronha. O papel da Agência Reguladora. Palestra proferida no Seminário Regulação dos Serviços Públicos de Saneamento Básico: Desafios e Perspectivas no Município de Belém. Belém - PA, em 16 de março de 2017.

TRATA BRASIL, 2016. As agências reguladoras de saneamento no Brasil. Disponível em:<http://www.tratabrasil.org.br/as-agencias-reguladoras-dehttp://www.tratabrasil.org.br/as-agencias-reguladoras-de-saneamento-no-brasilsaneamento-no-brasil>. Acesso em: 10 mar. 2017