• Nenhum resultado encontrado

Obesidade - epidemia global : estudo sobre as opções terapêuticas e o uso de suplementos alimentares no seu tratamento : experiência profissionalizante na vertente de farmácia comunitária e investigação

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Obesidade - epidemia global : estudo sobre as opções terapêuticas e o uso de suplementos alimentares no seu tratamento : experiência profissionalizante na vertente de farmácia comunitária e investigação"

Copied!
123
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR

Ciências da Saúde

Obesidade – epidemia global.

Estudo sobre as opções terapêuticas e o uso de

suplementos alimentares no seu tratamento.

Experiência Profissionalizante na vertente de Farmácia

Comunitária e Investigação

Patrícia Cristina Nunes Amaral

Relatório de estágio para a obtenção do Grau de Mestre em

Ciências Farmacêuticas

Ciclo de estudos integrados

Orientador: Prof. Doutora Eugénia Gallardo

Co-orientador: Dra. Isabel Curto

(2)
(3)

iii

Agradecimentos

À minha orientadora, Professora Doutora Maria Eugénia Gallardo Alba, por ter aceite o meu pedido para ser minha orientadora e me ter acompanhado ao longo deste trabalho sempre com uma palavra de alento e encorajamento sempre que me deparava com alguma dificuldade.

À minha co-orientadora, Dra. Isabel Curto, por me ter recebido na Farmácia Mousaco Torrão, por todo o conhecimento que me transmitiu, pelo empenho que teve em me ensinar e por me ter ajudado a crescer como pessoa e a dar os primeiros passos na minha profissão.

Aos restantes elementos da equipa de trabalho da Farmácia Mousaco Torrão, “Tininha”, Paula e Cristina por me terem recebido de braços abertos e me terem ajudado ao longo do estágio.

Aos meus amigos, pela amizade com que me presenteiam todos os dias e pela força e calma que me transmitiram durante esta fase da minha vida.

À minha família por todo o apoio e incentivo que me deram durante todo o meu percurso académico.

(4)
(5)

v

Resumo

O presente trabalho encontra-se dividido em duas partes, a primeira retrata o meu estágio profissional, na Farmácia Mousaco Torrão na vila do Ferro, no concelho da Covilhã e pretende descrever à luz das Boas Práticas Farmacêuticas para a Farmácia Comunitária, a experiência que adquiri ao longo do estágio.

A segunda parte deste trabalho diz respeito ao trabalho de investigação intitulado “Obesidade- epidemia global. Estudo sobre as opções terapêuticas e o uso de suplementos alimentares no seu tratamento”. Este estudo pretende fazer uma breve abordagem à obesidade, a grande epidemia do seculo XXI segundo a Organização Mundial de Saúde, referindo as alternativas existentes para o seu tratamento, dando particular importância aos fármacos que nela são usados e os suplementos que alegam ter eficácia na perda de peso. Relativamente aos suplementos pretende-se com este trabalho, dar conhecimento sobre algumas das suas particularidades e principalmente despertar atitudes que a meu ver, são necessárias por forma a que consigamos cumprir o nosso principal princípio enquanto profissionais de saúde ao serviço da pessoa do doente. Para além da componente teórica o trabalho inclui também uma componente prática que resulta da aplicação de um questionário, com o qual se pretende avaliar vários parâmetros relacionados com o peso, nomeadamente opções tomadas para perda de peso, assim como algumas questões mais específicas sobre o consumo de suplementos alimentares por forma a tentar fazer um retrato sobre o seu consumo com a finalidade de perder peso. Constatou-se que 62,0% dos indivíduos apresenta peso normal, no entanto 51,1% não está atualmente satisfeito com o peso, sendo que as mulheres são quem se encontra mais insatisfeito. 90,1% dos inquiridos considera mesmo que tem peso a mais e 66,5% já tentou perder peso. 8,7% dos indivíduos consumiu suplementos alimentares para perda de peso, sendo que as mulheres consumiram mais suplementos que os homens. 30,8% dos inquiridos que tomaram suplementos alimentares e medicamentos concomitantemente tiveram efeitos adversos. Ao nível da dieta verificou-se que 62,1% dos indivíduos fizeram-na sem aconselhamento e/ou monitorização.

Palavras-chave

Farmácia Comunitária; Obesidade; Excesso de peso; Emagrecimento; Índice de massa corporal; Suplementos Alimentares.

(6)
(7)

vii

Abstract

This paper is divided into two parts, the first part portrays my traineeship in pharmacy Mousaco Torrão situated in the village of Ferro in the city of Covilhã, and was written according to the Good Practice for Pharmaceutical Community Pharmacy manual.

The second part of this paper consists of this research work “Obesity- global epidemic. Study on treatment options and the use of dietary supplements in its treatment”. It starts with a short approach to obesity, the epidemic disease of the XXI century according to the World Health Organization, referring to alternatives for its treatment and giving particular importance to the used drugs in weight loss, and to supplements that claim to be effective as well. When referring to supplements, I want to inform about some of its peculiarities because I think that some attitudes are needed so that we can fulfill our main principle as health professionals in the service of the sick person. In addition to the theoretical work, there’s also a practical part that results from an inquiry, which pretends to evaluate several parameters related to the weight, including options taken for weight loss, as well as some more specific questions about the consumption of food supplements in order to try to make a picture about their consumption. We found out that 62.0% of the individuals have a normal weight, however 51.1% are currently not satisfied with their weigh and women are the most unsatisfied. 90.1% of the respondents believe that they have overweight and 66.5% have tried to lose weight. 8.7% of the subjects have consumed dietary supplements for weight loss and women consume more supplements than men. 30.8% of the respondents who took dietary supplements and drugs at the same time had adverse effects. From those who made diet 62.1% of the subjects made it without any advice and/or monitoring.

Keywords

(8)
(9)

ix

Índice

Capítulo I - Relatório de Estágio em farmácia de oficina ... 1

1. Introdução ... 2 2. Instalações e equipamentos ... 3 2.1- Instalações gerais ... 3 2.2 - Armazenamento ... 4 2.3- Equipamentos ... 5 2.4- Sistema Informático ... 5 2.5- Fontes de Informação ... 6 3. Pessoal ... 7 3.1- Formação ... 7 3.2- Definição de funções ... 8

4- Medicamentos e outros produtos de saúde na farmácia ... 8

4.1- Aquisição de medicamentos e outros produtos de saúde ... 8

4.2- Entrada de mercadorias ... 8

4.3- Controlo e registo de psicotrópicos e estupefacientes ... 9

4.4- Controlo e gestão de stocks ... 10

5. Normas específicas sobre cedência de medicamentos ... 11

5.1- Receção da prescrição e confirmação da sua validade/autenticidade ... 11

5.2- Documentação das atividades profissionais ... 13

5.3- Cedência de medicamentos em automedicação ... 13

5.4- Cedência de Urgência ... 14

5.5- Cedência de medicamentos manipulados ... 15

6. Normas específicas sobre manipulação de medicamentos ... 15

7. Normas específicas sobre educação para a saúde ... 16

8. Normas específicas sobre seguimento farmacoterapêutico ... 17

9. Normas específicas sobre farmacovigilância ... 18

10. Normas específicas sobre determinação de parâmetros bioquímicos e fisiológicos .... 18

11. Normas específicas sobre administração de medicamentos ... 18

12. Normas sobre a avaliação da qualidade dos serviços farmacêuticos ... 18

13. Conclusão ... 19

(10)

x

Capítulo II - Trabalho de Investigação: Obesidade – epidemia global. Estudo sobre as

opções terapêuticas e o uso de suplementos alimentares no seu tratamento. ... 21

1. Justificação do tema e objetivos ... 22

2. Introdução ... 24

2.1- Epidemiologia ... 25

2.2- A obesidade como fator de risco ... 26

2.3- Classificação da obesidade ... 27

2.4- Tratamento da Obesidade ... 29

2.4.1- Medidas não farmacológicas ... 29

2.4.2- Medidas farmacológicas ... 30

2.4.2.1- Fármacos que diminuem a ingestão de alimentos ... 31

Rimonabant (Acomplia®) ... 31

Sibutramina (Reductil®) ... 31

2.4.2.2- Fármacos que interferem com a absorção de gordura ... 32

Orlistato (Xenical® e Alli®) ... 32

2.4.2.3- Fármacos que aumentam o gasto de energia e a termogénese ... 33

2.4.3- Utilização de moléculas off-label ... 33

2.4.4- Novas moléculas em estudo ... 34

2.4.5- Suplementos alimentares para perda de peso ... 36

2.4.5.1- Classificação em categorias dos constituintes dos suplementos para perda de peso ... 38

2.4.5.1.1- Estimulantes/Energéticos/Agentes que aumentam a termogénese ... 39

Fucus vesiculosus ... 39 Ginseng... 39 Cafeína ... 40 Efedra ... 40 Laranja Amarga ... 41 Guaraná ... 41

2.4.5.1.2- Modeladores do metabolismo da gordura e hidratos de carbono ... 41

Chá verde ... 42

Piruvato ... 42

Ácido linoleico conjugado ... 43

Crómio ... 43

Carnitina ... 44

β-Hidroximetilbutirato ... 44

Garcinia cambogia ... 44

2.4.5.1.3- Supressores do apetite ou promotores da saciedade ... 44

Goma de Guar ... 45

Glucomanano ... 45

Plantago psyllium ... 46

2.4.5.1.4- Bloqueadores da absorção de gordura ... 46

2.4.5.1.5- Laxantes ... 46

(11)

xi

2.4.6- Cirurgia ... 47

3. Material e Métodos ... 48

3.1- Pesquisas e contactos com entidades ... 48

3.2- Caracterização da amostra ... 49

3.3- Número de inquéritos e representatividade da amostra ... 50

3.4- Critérios de inclusão e de exclusão ... 50

3.5- Tratamento Estatístico ... 50

3.6- Parâmetros em estudo ... 51

4. Resultados e Discussão ... 53

I - Satisfação com o peso ... 59

II- Causas do problema ... 63

III- Tentativas de solução ... 64

5. Limitações do estudo ... 79

6. Conclusão e Perspetivas Futuras ... 80

7. Bibliografia ... 82 Anexos ... 85 Anexo 1 ... 86 Decreto-lei nº 136/2003 de 28 de Junho ... 86 Anexo 2 ... 92 Decreto-lei nº 296/2007 de 22 de Agosto. ... 92 Anexo 3 ... 95

Modelo de carta deixado nas farmácias, parafarmácias e ervanárias. ... 95

Anexo 4 ... 97

(12)
(13)

xiii

Lista de Figuras

Figura 1- Distribuição da amostra por classes de IMC. 54 Figura 2- Resultados do teste de Kruskal-Wallis realizado com a idade e as classes do

IMC. 55

Figura 3- Representação gráfica do comportamento da média de idades ao longo das classes de IMC.

56

Figura 4- Distribuição da amostra por sexo. 56

Figura 5- Habilitações literárias da amostra. 58

Figura 6- Resultado obtido com o teste de Kruskal-Wallis entre as classes do IMC e as categorias das habilitações literárias.

58 Figura 7- Satisfação da amostra relativamente ao seu peso. 59 Figura 8- Distribuição da amostra de acordo com a razão da insatisfação com o peso. 61 Figura 9- Representação gráfica da quantidade de quilos que os indivíduos gostariam

de perder.

62 Figura 10- Principais razões apontadas pelos inquiridos para não estarem contentes

com o seu peso. 63

Figura 11- Fatores que contribuíram para o excesso de peso. 63 Figura 12- Respostas dos inquiridos à questão sobre a existência de tentativas para

perder peso. 64

Figura 13- Alternativas usadas pelos indivíduos da amostra para perder peso. 66 Figura 14- Locais de aquisição de chás e suplementos alimentares para

emagrecimento. 68

Figura 15- Nomes comerciais de chás e suplementos alimentares para perda de peso referidos pelos elementos da amostra.

69 Figura 16- Satisfação com os resultados obtidos após a toma dos produtos. 69 Figura 17- Representação gráfica do tempo (em meses) de toma de suplementos e/ou

chás de emagrecimento.

70 Figura 18- Respostas dos inquiridos relativamente à toma concomitante de chás e/ou

suplementos alimentares com medicamentos.

71 Figura 19- Medicamentos tomados concomitantemente com os produtos de

emagrecimento.

72 Figura 20- Respostas dadas pelos elementos da amostra relativamente à existência de

algum efeito adverso durante a toma dos produtos para perder peso. 72 Figura 21- Efeitos adversos sentidos pelos inquiridos. 73

(14)

xiv

Figura 22- Respostas dadas pelos indivíduos da amostra quando questionados sobre se reportaram os efeitos adversos a alguém.

74 Figura 23- Profissionais a que foram reportados os efeitos adversos. 75 Figura 24- Realização de dieta com aconselhamento e/ou monitorização. 75 Figura 25- Profissionais contactados para aconselhamento e/ou monitorização da

dieta.

76 Figura 26- Respostas dos indivíduos sobre a existência de uma doença crónica. 77 Figura 27- Principais doenças crónicas reportadas pelos inquiridos. 77

(15)
(16)

xvi

Lista de Tabelas

Tabela 1- Requisitos de envio obrigatório ao INFARMED. 10 Tabela 2– Classificação do IMC segundo a OMS e risco de doença associada. 27 Tabela 3– Relação entre o perímetro de cintura e o risco de complicações associadas. 28 Tabela 4– Fármacos promissores para o tratamento da obesidade. 35 Tabela 5– Perda de peso esperada com fármacos aprovados e em fase de

investigação.

35 Tabela 6- Características comuns dos suplementos usados para perda de peso. 37 Tabela 7- Categorias e exemplos de constituintes encontrados em suplementos

alimentares para perda de peso.

38 Tabela 8- Distribuição da amostra em termos de idade, peso, altura e IMC. 53 Tabela 9- Distribuição do sexo da amostra pelas classes dos IMC. 57 Tabela 10- Valor obtido com o teste de Phi Cramer’s V relativamente ao sexo e classes

do IMC.

57 Tabela 11- Análise da satisfação com o peso de acordo com o sexo dos inquiridos. 60 Tabela 12- Valor do teste do Qui-quadrado para a satisfação com o peso de acordo

com o sexo.

60 Tabela 13- Análise da razão da insatisfação com o peso de acordo com o sexo. 61 Tabela 14- Resultados obtidos no teste do Qui-quadrado para a relação entre a razão

da insatisfação e o sexo. 61

Tabela 15- Quantidade de quilos que gostaria de perder. 62 Tabela 16- Análise da existência de tentativas para perder peso de acordo com o sexo. 64 Tabela 17- Resultados do teste do Qui-quadrado para a existência de tentativas para

perder peso de acordo com o sexo. 65

Tabela 18- Consumo de suplementos alimentares de acordo com o sexo dos inquiridos. 66 Tabela 19- Resultado obtido no teste do Qui-quadrado entre os consumidores de

suplementos e o sexo dos mesmos. 67

Tabela 20- Consumo de chás de emagrecimento de acordo com o sexo dos inquiridos. 67 Tabela 21- Resultados obtidos no teste do Qui-quadrado realizado entre os

consumidores de chás de emagrecimento e o sexo dos mesmos. 67 Tabela 22- Duração da toma de suplementos e/ou chás para emagrecimento. 70

(17)

xvii

Tabela 23- Análise da toma concomitante de produtos para emagrecer e

medicamentos com a ocorrência de efeitos adversos. 73 Tabela 24- Resultado do teste Phi Cramer’s V para a toma concomitante de

medicamentos e produtos para emagrecer e a ocorrência de efeitos adversos.

74

Tabela 25- Análise do consumo de suplementos alimentares para emagrecimento por

parte de doentes crónicos. 78

Tabela 26- Resultados do teste do Qui-quadrado realizado para o consumo de

(18)
(19)

xix

Lista de Acrónimos

OMS Organização Mundial de Saúde

MNSRM Medicamento(s) não sujeito(s) a receita médica. ANF Associação Nacional de Farmácias

INFARMED Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I. P CIM Centro de Informação do Medicamento

CEDIME Centro de documentação e Informação de Medicamentos da ANF LEF Laboratório de Estudos Farmacêuticos

CARAT Controlo da Asma e Rinite Alérgica Teste PIC Preço Impresso na Cartonagem

PVF Preço de Venda do Fornecedor PVP Preço de Venda ao Público

RCM Resumo das características do medicamento PRM Problemas relacionados com medicamentos IMC Índice de Massa Corporal

FTO Fat Mass and Obesity Associated Gene

AVC Acidente Vascular Cerebral LDL Low Density Lipoprotein

HDL High Density Lipoprotein

FDA Food and Drug Administration

GPP Gabinete de Planeamento e Políticas do Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território.

ASAE Autoridade de Segurança Alimentar e Económica CNP Código Nacional do Produto

CIAV Centro de Informação Antivenenos IMAOs Inibidores da monoamina oxidase

(20)

xx

CLA Ácido linoleico conjugado

APARD Associação Portuguesa de Suplementos Alimentares INE Instituto Nacional de Estatística

SPSS Statistical Package for Social Sciences

TGI Trato gastrointestinal

(21)
(22)

1

Capítulo I - Relatório de Estágio em farmácia

de oficina

(23)

2

1. Introdução

A farmácia Mousaco Torrão, farmácia onde realizei o meu estágio curricular, fica situada na vila do Ferro no concelho da Covilhã. Esta farmácia tem ainda sobre a sua alçada um posto farmacêutico móvel (adiante designado apenas por posto), na aldeia vizinha de Peraboa. Devido à sua localização pode ser considerada como sendo uma “farmácia rural”, no sentido em que, está inserida no seio de uma comunidade onde uma parte significativa das pessoas ainda se dedica à agricultura e pecuária. Esta localização confere-lhe características que a distinguem das farmácias de oficina situadas nas cidades.

A farmácia Mousaco Torrão começou a servir a população a 3 de Novembro de 1987, inicialmente na rua Dr. Duarte Simões no centro da povoação, sobre a direção da Dra. Isabel Torrão. Atualmente, a farmácia encontra-se na rua da Estrada Municipal, para onde se mudou em 2005, para melhor atender às necessidades da população. Na atualidade, a propriedade da farmácia é compartilhada por duas farmacêuticas, a Dra. Isabel Torrão e a Dra. Isabel Curto, sendo a direção técnica competência da última.

Para além destas duas farmacêuticas, fazem também parte da equipa de trabalho três técnicas superiores de categoria II, Ana Cristina Figueira, Cristina Costa e Paula Cristina Borges Jesus.

As instalações da farmácia encontram-se no rés-do-chão da referida rua, no número 11. O espaço físico da farmácia é amplo e possui três divisões: o escritório, o laboratório e a casa de banho. As restantes “divisões” são criadas através do mobiliário. A zona da farmácia que é visível ao público possui dois balcões de atendimento, cada um com um computador, seis armários com medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM) e produtos de higiene juntamente com diversos expositores de MNSRM e outros produtos, nomeadamente artigos de puericultura. Na parte de acesso restrito da farmácia temos o laboratório, o escritório, a casa de banho, a bancada para receção de encomendas, o espaço destinado à realização de testes e os armários onde se encontram guardados os vários medicamentos.

Ao todo a farmácia possui três computadores, nos quais está instalado o SIFARMA clássico, sendo este o sistema informático em uso, embora esteja para breve a migração para o SIFARMA 2000.

(24)

3

2. Instalações e equipamentos

2.1- Instalações gerais

A entrada da farmácia Mousaco Torrão possui uma pequena rampa para facilitar a entrada de idosos e de cidadãos portadores de deficiência ou com mobilidade reduzida nas suas instalações. No interior da farmácia, na sala de espera, encontra-se um grande banco e uma mesa de atividades para os mais pequenos brincarem enquanto os pais ou acompanhantes são atendidos.

No exterior, a farmácia é facilmente identificada através do placar com fundo verde com a palavra “Farmácia” em letras brancas e através do sinal luminoso da cruz verde. No lado direito da montra encontra-se a placa com o nome da farmácia, o nome das proprietárias e o nome da diretora técnica. O horário de funcionamento da farmácia encontra-se afixado na porta assim como o calendário com as farmácias de serviço do município. A fachada da farmácia é toda em pedra e encontra-se limpa e em boas condições de conservação, sendo a sua montra alterada frequentemente, através da realização de montras dos mais variados produtos, o que permite informar os utentes sobre novos produtos e suas indicações.

A farmácia está adequadamente ventilada, iluminada e limpa e o seu ambiente é profissional e calmo. Todas as superfícies de trabalho e os móveis, incluindo os do laboratório, são lisos e laváveis sendo feitos de um material adequado às exigências. O material usado no laboratório encontra-se em boas condições de limpeza, utilização e arrumação.

No interior da farmácia há novamente a indicação do nome da diretora técnica, assim como sinalética a alertar para a proibição de fumar e existência de livro de reclamações. Encontra-se ainda afixado, de forma visível, o preçário dos serviços farmacêuticos que ali são prestados.

Os colaboradores da farmácia estão identificados através de um cartão, com o nome e título profissional, que usam na bata de forma visível.

O atendimento é realizado ao balcão, onde se tentam evitar quaisquer elementos que dificultem o atendimento e a visualização entre o pessoal responsável pelo atendimento e o utente. Sempre que necessário ou sempre que é solicitado, o utente pode mediante autorização, deslocar-se até ao escritório ou espaço interior da farmácia, para um atendimento mais privado e confidencial.

Devido à sua localização, a farmácia não realiza serviço noturno, não possuindo por isso postigo de atendimento, dispositivo de chamada urgente para entidade de segurança ou

(25)

4

câmaras de vigilância. A farmácia está equipada com alarme contra intrusão e furto, assim como alarme de incêndio, estando os extintores de incêndio colocados num local visível e de fácil acesso. A saída está corretamente sinalizada através de sinalética fluorescente e sinalização luminosa.

2.2 - Armazenamento

Os armários para armazenamento dos medicamentos encontram-se fora do acesso do público. Nesta zona efetua-se o registo das condições de iluminação, temperatura, humidade e ventilação, sendo estas verificadas e registadas periodicamente.

Os medicamentos são armazenados nos armários por ordem alfabética de acordo com os espaços próprios de arrumação. Neste sentido, há armários e zonas específicas para: pomadas; soluções capilares e cutâneas; xaropes; medicamentos de uso oftálmico; pós e granulados; supositórios; medicamentos de uso vaginal; ampolas; medicamentos injetáveis; medicamentos de uso veterinário; leites infantis; pílulas; material de desinfeção e penso; produtos do antigo protocolo da diabetes; gotas auriculares; medicamentos e dispositivos para inalação; medicamentos genéricos e medicamentos de marca.

Em cada zona/secção os medicamentos são arrumados por ordem alfabética de princípio ativo e forma farmacêutica e ordem crescente de dosagem e quantidade, tendo em conta a sua validade e o seu preço. Em termos de validade o medicamento que apresentar validade inferior é colocado no cimo para ser o primeiro a sair, em termos de preço, e tendo em conta as recentes alterações de preços, o produto com preço de venda ao público (PVP) mais caro, independentemente da validade, é o primeiro a sair. Estas regras, excetuando a questão do preço, visto que são produtos marcados pela farmácia, são também aplicadas aos MNSRM, suplementos e produtos de higiene e bem-estar. Um caso particular de armazenamento é o caso dos medicamentos genéricos, estes, para além de estarem em locais distintos dos medicamentos de marca têm uma particularidade relativamente aos anteriores, são também colocados por ordem alfabética do laboratório produtor. Ou seja, os genéricos são colocados por ordem alfabética de princípio ativo e forma farmacêutica e ordem crescente de dosagem e quantidade como os de marca, mas dentro de cada substância são ainda organizados por ordem alfabética do laboratório que os produz.

Os medicamentos que necessitam de refrigeração são guardados no frigorifico, no qual cada uma das prateleiras corresponde a: insulinas; vacinas; colírios, cremes e pomadas; medicamentos de uso veterinário (incluindo as vacinas) e por fim, na ultima prateleira encontram-se os produtos que vieram recentemente e cujas encomendas ainda não se deu entrada no computador.

(26)

5

As matérias-primas necessárias para o fabrico de manipulados são guardadas nos armários do laboratório, na sua embalagem original e livres do contacto com fontes de ignição e da humidade.

Cada zona/secção de armazenamento está indicada na ficha do produto no computador, podendo ser consultada a qualquer momento em caso de dúvidas.

2.3- Equipamentos

Cabe ao diretor técnico a seleção, compra, manutenção e calibração dos equipamentos existentes na farmácia.

Na farmácia Mousaco Torrão existe um dossier que reúne todas as informações dos equipamentos existentes na farmácia, desde o ano da compra, empresa que presta assistência, modo de funcionamento, procedimentos de limpeza, datas de calibração, entre outros. Por exemplo para cada aparelho usado para fazer testes na farmácia existe uma folha de registo de calibração. Esta calibração é realizada periodicamente pela diretora técnica através das soluções padrão que cada aparelho possui, sendo os resultados registados e analisados para verificar a sua conformidade com as exigências de funcionamento do aparelho. Cada vez que se realiza uma calibração faz-se também uma limpeza mais minuciosa ao aparelho que complementa a limpeza que se faz sempre que o aparelho é usado. Por vezes, e dependendo do aparelho em causa, a esta calibração é ainda acrescida a calibração e manutenção por parte do fabricante cujo representante visita a farmácia periodicamente.

Mensalmente são descarregados e analisados os dados produzidos pelo Kymo, o termohigrómetro, que regista a temperatura do frigorífico usado para armazenar medicamentos que necessitam de uma temperatura controlada. Com base na análise desses dados, decide-se se é necessário proceder a alguma intervenção no aparelho.

Todo o material e equipamento existente na farmácia estão de acordo com a legislação em vigor.

2.4- Sistema Informático

A farmácia Mousaco Torrão possui três computadores, dois na zona de atendimento ao utente e um na área de receção de encomendas. Em todos eles está instalado o SIFARMA clássico e são sujeitos a manutenções regulares pelos técnicos da Glint.

(27)

6

Por forma a evitar perda de informação em caso de avaria ou de vírus informático, a farmácia faz diariamente, aquando do fecho do dia, cópias de segurança que permitem uma rápida e segura recuperação de dados. Ao todo, diariamente são feitas três seguranças, uma no disco do posto principal, outra no disco do posto secundário e uma num disco externo. Diariamente são também efetuadas seguranças no posto de Peraboa.

No caso de falha elétrica, os serviços básicos da farmácia são assegurados pela UPS, que funciona como uma “bateria” que permite manter o funcionamento normal dos computadores por um período de tempo bastante razoável.

Em caso de falha do sistema informático, o contrato celebrado com a empresa que presta assistência técnica prevê que esta tem de colocar a farmácia em pleno funcionamento num período de quatro horas.

Todos os colaboradores que trabalham na farmácia receberam formação adequada para operar com o sistema informático e estão munidos de um código de acesso que limita o acesso ao programa e a dados nele gravados por parte de pessoas não autorizadas.

Durante o meu estágio a farmácia preparou-se para migrar para o SIFARMA 2000, porém, a migração não se deu durante o tempo do estágio. Tive, no entanto, oportunidade de assistir e acompanhar a implementação do cartão das Farmácias Portuguesas da Associação Nacional de Farmácias (ANF). Neste âmbito, tive acesso a uma formação que foi apresentada na farmácia por uma representante da ANF e tomei contacto com todo o material de apoio do programa.

2.5- Fontes de Informação

Para exercer a sua profissão, o farmacêutico deve apostar na sua constante atualização através das mais variadas fontes de informação. A farmácia Mousaco Torrão para além dos livros que são obrigatórios por lei (Farmacopeia Portuguesa, Formulário Galénico Português e Prontuário Terapêutico) possui ainda uma coleção de livros relacionados com a profissão farmacêutica, muitos deles, obras de referência para os farmacêuticos.

Para além dos livros a farmácia possui ainda uma ampla gama de sites fidedignos aos quais recorre em caso de dúvidas, como o site da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (INFARMED), com o Infomed ou o site do Simposium Terapêutico com as valências de equivalências internacionais entre medicamentos e interações entre outras.

Durante o meu estágio e tendo em conta que na Vila do Ferro há muitos emigrantes que vêm cada vez mais à terra de origem, foi necessário por diversas vezes efetuar a

(28)

7

equivalência entre medicamentos franceses e portugueses. Para efetuar isso de forma rápida e sem estar dependente de horários de funcionamento de linhas de apoio, descobri essa valência no site do Simposium Terapêutico onde para o nome de um medicamento nos são dados os nomes dos equivalentes nos outros países onde é comercializado.

A farmácia possui ainda acesso aos centros de informação de medicamentos da ordem dos farmacêuticos e da ANF (Centro de Informação de Medicamentos (CIM) e Centro de documentação e Informação de Medicamentos da ANF (CEDIME), respetivamente).

Para dúvidas relacionadas com medicamentos manipulados a farmácia tem ao seu dispor o Laboratório de Estudos Farmacêuticos (LEF), entidade responsável pela emissão do formulário galénico. Durante o meu estágio contactou-se este centro para obter esclarecimentos sobre o talco de veneza, incluído num manipulado que nos tinha sido pedido, no entanto não conseguíamos encontrar esta matéria-prima em nenhum fornecedor apenas encontrávamos talco. Foi pedido então esclarecimento ao LEF no sentido de nos dizer quais as diferenças e se o talco que existia nos fornecedores podia, ou não, ser usado no manipulado.

3. Pessoal

3.1- Formação

O farmacêutico deve manter-se informado e garantir que o pessoal que com ele trabalha possui formação adequada e atualizada para desempenhar as suas tarefas. Neste sentido o farmacêutico deve investir na sua formação e partilhá-la com o pessoal de apoio sempre que isso se traduza numa melhoria da qualidade de serviço.

Durante o meu estágio tive oportunidade de participar em três formações, duas delas foram realizadas na farmácia e outra foi realizada num hotel da cidade. Na farmácia assisti à formação que já referi anteriormente da ANF sobre o programa das Farmácias Portuguesas e assisti ainda, a uma formação sobre doenças venosas e o uso de Thrombocid® nas mesmas,

disponibilizada pela Bene Farmacêutica através do seu delegado de informação médica. A outra formação a que tive acesso foi patrocinada pela Merck Sharp & Dohme e pretendia apresentar e divulgar o teste de controlo da asma e rinite alérgica (CARAT), um questionário que pode ser aplicado na farmácia de oficina para avaliar o grau de controlo da asma e rinite.

(29)

8

3.2- Definição de funções

Na farmácia Mousaco Torrão a diretora técnica para além das responsabilidades já referidas é também responsável pelo contacto com outros profissionais de saúde, controlo de psicotrópicos e estupefacientes, cedência de medicamentos, seguimento farmacoterapêutico, contacto com centros de informação dos medicamentos e delegados de informação médica, formação dos colaboradores da farmácia, gestão das contas dos clientes dos lares de Peraboa e Ferro, gestão de compras diretas, gestão das reclamações, conferência do receituário, entre outras funções.

4- Medicamentos e outros produtos de saúde na farmácia

4.1- Aquisição de medicamentos e outros produtos de saúde

Na farmácia Mousaco Torrão a diretora técnica avalia e seleciona as condições dos vários fornecedores para a compra dos diversos medicamentos e produtos de saúde, entre essas condições incluem-se o preço, quantidades mínimas exigidas, quantidade e periodicidade de entregas diárias, proximidade do armazém do fornecedor entre outras. Cada produto fica com o fornecedor preferencial inserido na sua ficha do produto no SIFARMA clássico, sendo automaticamente pedido para esse fornecedor, salvo indicações em contrário aquando da aprovação da proposta de encomenda criada pelo sistema informático.

As compras podem ser realizadas através dos fornecedores habituais da farmácia ou podem ser pedidas diretamente ao laboratório (quando o fornecedor não consegue abastecer a farmácia ou não tem quantidade suficiente, ou quanto devido à grande rotatividade do produto e às quantidades necessárias se torna mais vantajoso comprar diretamente ao laboratório), podem ser ainda feitas por intermédio dos delegados de informação médica. Qualquer que seja a modalidade escolhida para realizar a compra é necessário ter em conta os hábitos de prescrição dos médicos que exercem a sua profissão na zona de influência da farmácia, o histórico de vendas do produto e a sazonalidade do mesmo.

4.2- Entrada de mercadorias

Ao rececionar uma encomenda todos os produtos são inspecionados um a um para verificar as condições da embalagem e do seu conteúdo após o transporte por parte dos fornecedores. São também verificados prazos de validade, quantidades, preço impresso na cartonagem (PIC), preço de venda do fornecedor (PVF), PVP, entre outros parâmetros. Na

(30)

9

parte final da receção da encomenda é registado o número da fatura e o montante da mesma, o registo destes dados tem particular importância para o controlo de benzodiazepinas e psicotrópicos.

Sempre que é encontrada uma não conformidade ao rececionar uma encomenda, o produto é colocado de lado para se proceder à sua reclamação, devidamente fundamentada, junto do fornecedor. O produto que é alvo de reclamação não é vendido, nem armazenado, exceto se o motivo de reclamação apenas se deve a erro de faturação por parte do fornecedor e o produto é necessário para um utente.

Na farmácia Mousaco Torrão existem procedimentos diferentes para receção de encomendas dos fornecedores habituais e receção das compras diretas ao laboratório ou por intermédio do delegado. No entanto em todos estes tipos de encomenda são sempre verificadas as quantidades, estado da embalagem e preços. A única diferença neste tipo de encomendas é que nestes casos não há um registo de encomenda pronto a rececionar no sistema informático. Nestes casos é necessário primeiro criar a proposta de encomenda e só depois proceder à sua receção.

4.3- Controlo e registo de psicotrópicos e estupefacientes

As benzodiazepinas, psicotrópicos e estupefacientes são categorias de medicamentos que necessitam de procedimentos diferenciados aos mais variados níveis. Aquando da receção destes produtos é necessário verificar se são acompanhados das respetivas guias de requisição (em duplicado, ambos assinados e carimbados pela diretora técnica em que o original fica na farmácia e o duplicado é devolvido ao armazenista),sendo depois registado como foi referido anteriormente o número da fatura onde constam para controlo das entradas e saídas destes produtos. Além disso, dado que a farmácia Mousaco Torrão possui um posto farmacêutico móvel em Peraboa sempre que é necessário transferir para Peraboa benzodiazepinas, estas são transferidas separadamente dos outros produtos e medicamentos. Todas as transferências de produtos ou medicamentos para o posto ficam registadas sendo sempre impressas três cópias (uma para a farmácia, outra para o posto e uma para o transporte dos produtos até ao posto). De salientar ainda que ao nível do posto não é permitida a cedência de psicotrópicos.

Na farmácia Mousaco Torrão é a diretora técnica quem está responsável pela preparação e emissão das listas de entradas e saídas de psicotrópicos e estupefacientes. Estas listas são emitidas regularmente e juntamente com a emissão destas procede-se regularmente à verificação do stock destes produtos.

(31)

10

Sempre que é aviada uma receita com psicotrópicos, depois de preenchidos todos os dados necessários à dispensa destes medicamentos e após fecho da receita e impressão do talão de psicotrópicos, efetua-se uma fotocópia da receita e do bilhete de identidade (BI) ou cartão do cidadão do adquirente. A cópia da receita é anexada ao talão dos psicotrópicos, emitido pelo SIFARMA, e à cópia do BI do adquirente e é arquivada no dossier de controlo dos psicotrópicos. A receita original é colocada junto das outras receitas do receituário desse mês. O envio dos documentos de controlo dos psicotrópicos e estupefacientes ao INFARMED é realizado mediante os requisitos de envio publicados na circular da ANF nº 112/2005 que passo a apresentar:

Tabela 1- Requisitos de envio obrigatório ao INFARMED[2] Estupefacientes e

Psicotrópicos Registo de entradas Registo de saídas Mapa de balanço

Duplicado das Receitas

Tabelas I, II-B, II-C Sujeitos a receita

médica especial

Trimestralmente

Até 15 dias após o termo de cada

trimestre

Trimestralmente

Até 15 dias após o termo de cada trimestre Anualmente Até dia 31 de Janeiro do ano seguinte Mensalmente Até dia 8 do mês seguinte Tabelas III e IV (incluem as benzodiazepinas) Sujeitos a receita médica normal Anualmente Até dia 31 de Janeiro do ano seguinte Não se aplica Anualmente Até dia 31 de Janeiro do ano seguinte Não se aplica

O envio dos documentos ao INFARMED é sempre realizado mediante carta registada com aviso de receção. A farmácia deve guardar durante 3 anos os duplicados dos documentos enviados.

4.4- Controlo e gestão de stocks

O controlo dos stocks é fundamental para o bom funcionamento da farmácia. Stocks corretos e atualizados ajudam no correto e célere atendimento dos utentes e evitam compras desnecessárias. Na farmácia Mousaco Torrão há uma grande preocupação com os stocks, tanto da farmácia como do posto de farmácia. Sempre que se deteta que o stock de um produto

(32)

11

não está correto, analisa-se o porquê e corrige-se a situação. Frequentemente a par do controlo de validades realiza-se controlo e gestão do stock de medicamentos e produtos.

5. Normas específicas sobre cedência de medicamentos

5.1- Receção da prescrição e confirmação da sua validade/autenticidade

Sempre que um utente se apresenta na farmácia com uma receita médica o primeiro passo é verificar a sua validade e autenticidade. De seguida verifica-se se a farmácia possui em stock toda a medicação que o utente necessita, caso não possua coloca-se a situação ao utente e indica-se quando a iremos receber. Ao aviar uma receita confirma-se sempre o código de barras da receita com o código de barras do medicamento que se vai dispensar, desta forma evitam-se erros na dispensa de medicamentos. Uma exceção a este procedimento acontece com as receitas manuscritas, dado que não possuem código de barras do produto na receita. Confirma-se também a forma farmacêutica, posologia, método de administração, nome e dados do utente, médico e o organismo ao qual a receita será faturada.

Quando é detetado algum tipo de problema, como posologia errada ou forma farmacêutica inadequada, a diretora técnica entra em contacto com a entidade prescritora e expõe a situação por forma a solucionar o problema. Foram exemplos desta situação durante o meu estágio a posologia errada de um antibiótico e a prescrição errada de cápsulas com indicação para serem cortadas ao meio quando o médico queria ter prescrito a mesma substância mas em comprimidos. Detetaram-se ainda, prescrições (normais e em triplicado) com Razilez® e inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA) ou antagonistas dos

recetores da angiotensina (ARA) em doentes diabéticos após as circulares informativas nº 272/CD do dia 22/12/2011 do INFARMED e 038/CD de dia 17/02/2012[3,4] desaconselharem

esta combinação por suspeitas de aumento dos casos de acidente vascular cerebral, complicações renais, hipercaliemia e hipotensão. Nestas situações contactou-se o médico prescritor e este optou por suspender o Rasilez®.

Sempre que surge alguma dúvida numa prescrição para além de contactar o prescritor, recorre-se também às mais diversas fontes de informação por forma a solucionar a questão tendo sempre em conta o bem-estar do utente, o qual tem um papel ativo neste processo através das respostas que dá às questões que lhe são colocadas. Os procedimentos adotados para resolver a dúvida na prescrição são registados, para posterior justificação da receita.

Frequentemente chegavam à farmácia prescrições com medicamentos genéricos que a farmácia não dispunha em stock ou que se encontravam esgotados. Nestes casos, e caso a

(33)

12

substituição tenha sido autorizada pelo médico, seleciona-se um medicamento equivalente e que tenha o mesmo ou preço inferior que a farmácia possua em stock. De seguida explica-se a situação à pessoa e pergunta-se se autoriza a substituição alertando sempre o utente que o fármaco que lhe vai ser dispensado tem o mesmo efeito e dosagem que o que lhe foi prescrito. Caso a pessoa autorize, procede-se à substituição e cedência do medicamento. Nestes casos o utente ao assinar a receita, deve assinar duas vezes para confirmar a sua autorização para a substituição do medicamento genérico.[5]

Era prática na farmácia, principalmente com utentes mais idosos, sempre que se realizava uma substituição, por ordem médica ou pelas situações referidas acima, colar as duas caixas (a nova e a antiga) ou escrever na embalagem nova que era igual ao medicamento de marca ou ao genérico que tinha levado anteriormente.

Nos casos em que a pessoa não autoriza a substituição, o medicamento prescrito na receita é encomendado e colocado à disposição do utente no menor tempo possível.

No ato da cedência do medicamento é também importante ter em conta mensagens de alerta que o sistema possa imitir, como prazos de validade e verificar o estado da embalagem do medicamento. Deve assim garantir-se sempre a qualidade dos medicamentos e produtos que se estão a colocar à disposição do utente.

Ao dispensar um medicamento devem ser fornecidas todas as informações relevantes para que o utente faça um uso correto e seguro dos medicamentos. Informações como posologia, contraindicações, interações e possíveis efeitos adversos devem ser esclarecidos oralmente e reforçados com folhetos caso seja necessário. Sempre que surjam dúvidas é dever do farmacêutico esclarecer o utente. Durante o meu estágio aconteceu uma situação muito concreta de uma utente à qual foi receitada isotretinoína Pierre Fabre. Era uma senhora em idade fértil à qual foi perguntado se tinha sido alertada por parte do médico sobre os riscos da medicação que lhe tinha sido prescrita. Após resposta afirmativa por parte da doente, a pessoa responsável pelo atendimento alertou-a novamente para algumas particularidades do medicamento, nomeadamente: teratogenicidade, necessidade do uso de métodos de contraceção, secura de mucosas, necessidade de usar proteção solar entre outros. No dia seguinte a pessoa em causa desloca-se à farmácia com uma dúvida, tinha estado a ler o folheto informativo do medicamento onde lhe era dito que durante a toma do mesmo a depilação com cera era desaconselhada, neste sentido a doente queria saber o porquê e se isso acontecia em todos os casos. Após efetuar alguma pesquisa expliquei que devido à secura cutânea que o medicamento provoca um dos efeitos adversos muito frequentes é a fragilidade cutânea que se traduz no risco de trauma por fricção,[6] tendo em

conta que a maioria da depilação a cera recorre a bandas de cera que são friccionadas na pele e depois arrancadas, a depilação a cera poderia assim, originar lesões na pele sendo por isso desaconselhada. Foi igualmente desaconselhado o uso de cremes depilatórios dado que a

(34)

13

pele ao longo do tratamento tem tendência a ficar muito seca e sensível. Nesta segunda visita a doente em causa foi ainda alertada para novos efeitos adversos, como a diminuição da tolerância às lentes de contacto, dado que se detetou no dia que usava lentes de contacto coloridas.

5.2- Documentação das atividades profissionais

O INFARMED emite frequentemente circulares com medicamentos, produtos de saúde ou dispositivos médicos que devem ser retirados do mercado ou cuja autorização de comercialização foi revogada ou medicamentos que sofreram alterações ao resumo das características do medicamento (RCM), entre outros casos.

A farmácia recebe essas circulares por correio eletrónico e fax (este último é um equipamento obrigatório em todas as farmácia), assim que o fax é recebido é imediatamente lido e analisado. Caso surja uma circular para retirar medicamentos ou lotes dos mesmos do mercado, é imediatamente verificado o seu stock na farmácia e no posto e o número do lote do produto. Nos casos em que estas informações coincidem com as da circular, o produto é imediatamente retirado, devidamente assinalado que não deve ser comercializado, sendo depois enviado através do fornecedor.

Foram muitos os exemplos durante o meu estágio de produtos que foram recolhidos ou mesmo retirados do mercado, no entanto e dada a importância que foi dada pelos órgãos de comunicação social saliento os casos da vacina Prevenar® e RotaTeq® e mais recentemente

a recolha dos medicamentos Proaxen®, Zigabal® e Aceclofenac® dos laboratórios Generis,

Alter, Ciclum, Ratiopharm e Germed. [7,8]

5.3- Cedência de medicamentos em automedicação

Devido à altura do ano em que decorreu o estágio e às condições climatéricas atípicas que se verificaram, foram muitas as pessoas que se deslocaram à farmácia com sintomas de gripe e constipação.

Para estas situações ou para todas as outras que chegavam à farmácia, antes de efetuar qualquer tipo de indicação, eram colocadas uma série de questões à pessoa para tentar saber mais sobre os sintomas que apresentava. Questões como: a natureza do problema, sintomas, duração dos mesmos, doenças que possui, alergias medicamentosas e medicação que toma, ajudam a avaliar os sintomas e a distinguir se estamos perante uma

(35)

14

patologia mais séria, que requer indicação médica, ou uma situação que pode ser resolvida com um MNSRM.

Nos casos em que a automedicação é possível, o utente recebe informação sobre medidas farmacológicas e não farmacológicas, caso estas sejam aplicáveis, sendo depois dispensado um MNSRM caso seja necessário e/ou o utente continue a manifestar esse desejo após ter recebido informação sobre o seu problema. A seleção de um MNSRM deve ser realizada com base num conhecimento atualizado baseado em normas de orientação farmacêuticas, protocolos e guias de entidades competentes.

Ao dispensar um MNSRM é necessário verificar antes se ele pode ser dispensado à pessoa em questão e fornecer ao utente informação sobre como deve ser tomado. Um exemplo desta situação é o Griponal®, que sendo efervescente e tendo sal na sua

constituição, não deve ser recomendado a hipertensos. Há ainda produtos, como o Locabiosol® que devido à sua apresentação deve sempre explicar-se ao utente qual o bucal a

usar e frisar a sua limpeza após a utilização. Ao ceder um MNSRM deve-se sempre referir a sua correta posologia e ter em conta o tipo de pessoa que se tem à frente por forma a tentar ir de encontro às suas necessidades.

Dado o carácter rural da população do Ferro, muitas pessoas deslocavam-se até à farmácia no sentido de obterem aconselhamento para automedicação para os seus animais. Embora seja um tipo diferente de automedicação e de aconselhamento não deve ser negligenciado, continua a ser importante questionar a pessoa sobre os sinais e sintomas que o animal tem apresentado, duração dos sintomas, desconfianças que possam existir, entre outros.

Durante o meu estágio fui questionada principalmente sobre vacinas para a “malina” (mixomatose) e doença vírica hemorrágica dos coelhos, medicamentos para a secagem do leite em vacas e medicamentos para desparasitação de cães.

5.4- Cedência de Urgência

Na farmácia Mousaco Torrão cedem-se medicamentos em urgência apenas em determinadas situações. A mais comum acontece quando os utentes fazem medicação crónica, não têm consulta brevemente e ficaram sem medicação ou quando o utente fica sem medicação que deve renovar e o médico está ausente. Todas as vendas suspensas são registadas e guardadas devendo o utente aquando da próxima ida ao médico pedir a receita para regularizar a situação na farmácia.

(36)

15

5.5- Cedência de medicamentos manipulados

Na farmácia Mousaco Torrão tive a oportunidade de realizar alguns medicamentos manipulados, nomeadamente: uma solução alcoólica de ácido bórico à saturação; duas pomadas de Advantan®, mentol, ácido láctico e vaselina e duas pomadas com Dermovate®,

ácido salicílico e vaselina. Todos os manipulados que efetuei tinham origem numa prescrição médica à qual tive acesso para verificar a forma farmacêutica pretendida, quantidades e abreviaturas usadas pelo médico. A realização destes manipulados foi muito importante tanto para aperfeiçoamento das técnicas usadas no fabrico de manipulados como para a aquisição de conhecimentos sobre a legislação e cálculo dos preços de venda destes medicamentos.[9]

6. Normas específicas sobre manipulação de medicamentos

A farmácia Mousaco Torrão possui nas suas instalações um laboratório destinado à preparação, rotulagem e controlo dos medicamentos manipulados. O laboratório é adequadamente iluminado e ventilado, sendo constituído por superfícies lisas que facilitam a sua limpeza.

Dentro do laboratório para além do Formulário Galénico Português e da Farmacopeia Portuguesa existe um dossier com o registo dos manipulados efetuados pela farmácia. Neste

dossier encontram-se as fichas de preparação dos manipulados realizados na farmácia. Nestas

fichas encontra-se o número de lote, matérias-primas usadas no manipulado juntamente com o seu respetivo lote e validade, modo de preparação, dados do utente e prescritor, controlo de qualidade, prazo de validade do medicamento, condições especiais de conservação, assim como o cálculo do respetivo PVP.

Existem ainda mais dois dossiers cuja importância importa referir, o dossier de entradas e saídas de matérias-primas e o dossier com os boletins de análise das mesmas. Estes boletins asseguram que as matérias-primas em causa cumprem com os requisitos inscritos na Farmacopeia no que respeita a essa matéria-prima.

Para cada matéria-prima é ainda possível ter acesso às fichas de dados de segurança, que constam de um CD produzido pela Farmacoope – Cooperativa de Farmácias[10] que deve

ser consultado antes da preparação do manipulado e sempre que chega uma nova matéria-prima à farmácia por forma a proceder ao seu correto armazenamento.

(37)

16

A preparação dos medicamentos manipulados é efetuada de acordo com os procedimentos descritos no Formulário Galénico Português.

A rotulagem destes medicamentos é realizada segundo o Formulário Galénico, em etiquetas pré-impressas com a identificação da farmácia e da sua diretora técnica.

No final da preparação, o manipulado é sujeito ao controlo de qualidade, este controlo deve ser feito mediante as indicações da Farmacopeia e do Formulário através da verificação das características organoléticas e realização de alguns ensaios não destrutivos. Estes testes ajudam a garantir que o produto final está de acordo com os requisitos da sua monografia na Farmacopeia. Os resultados destes testes de controlo de qualidade são incluídos na ficha de preparação do manipulado referida anteriormente.

7. Normas específicas sobre educação para a saúde

Muitas vezes a farmácia e, consequentemente o farmacêutico, são a primeira linha na prestação de cuidados à população. Neste sentido, é nosso dever promover a correta informação da população relativamente às temáticas da saúde, promovendo modificações de comportamentos e um melhor conhecimento por parte do utente das patologias de que sofre. A informação prestada deve ir ao encontro das necessidades da pessoa, deve ser adequada e se possível personalizada. No Ferro a população é maioritariamente idosa e com poucas habilitações literárias, por isso, sempre que se dava informações aos utentes era usado um vocabulário mais simples, muitas vezes com expressões populares para garantir que a pessoa compreende a informação fornecida. Não obstante, no final da explicação o utente era ainda questionado sobre eventuais dúvidas que tinha e sobre a apreensão do conhecimento que lhe tinha sido comunicado.

Gostaria de sublinhar a grande adesão da população da área de abrangência da farmácia ao programa VALORMED, a meu ver esta forte adesão deve-se também a um trabalho de educação da população realizado pela equipa de trabalho da farmácia e que se tem revelado em melhorias para o ambiente e indiretamente para a saúde.

No sentido de educar a população e alertar para possíveis fatores de risco, a realização de rastreios, em colaboração com outros profissionais de saúde, desempenha um papel muito importante. Apesar de não se ter realizado nenhum rastreio na farmácia durante o meu período de estágio, tive a oportunidade de participar a 5 de Novembro do ano transato, num rastreio intitulado “Peso Saudável” em colaboração com uma nutricionista. Neste rastreio, tive a oportunidade de questionar algumas pessoas, após consulta prévia com a nutricionista, no âmbito do questionário inserido no meu projeto de investigação. Tive

(38)

17

ainda conhecimento de mais rastreios realizados na farmácia, nomeadamente um rastreio de podologia, o qual teve uma grande adesão por parte da população e onde a diretora técnica teve o cuidado de promover o rastreio junto de toda a população, insistindo um pouco mais nos doentes diabéticos ou naqueles que evidenciavam problemas ao nível das extremidades inferiores.

Frequentemente durante o atendimento do utente eram ainda frisados mudanças de estilo de vida que podem ser uma mais-valia na melhoria da situação clínica apresentada pelo utente.

8. Normas específicas sobre seguimento farmacoterapêutico

Na farmácia Mousaco Torrão não existe um procedimento específico para o seguimento farmacoterapêutico. O seguimento é realizado de forma intuitiva sem que haja registos escritos próprios do mesmo. Para esta situação muito contribui o facto de os colaboradores da farmácia conhecerem não só a grande maioria da população que servem, bem como uma grande parte da medicação que tomam.

A medicação que o utente efetua fica registada na sua ficha de cliente no SIFARMA e na ausência desta e quando aplicável, a farmácia pede uma cópia do plano terapêutico que o utente traz do hospital quando tem alta. Todos os dados recolhidos acerca da medicação do utente são confidenciais e servem apenas para melhor controlar e ajudar o utente e identificar possíveis problemas relacionados com medicamentos (PRM) ou terapia em duplicado. Durante o meu estágio detetaram-se algumas situações passíveis de intervenção por parte da diretora técnica, uma delas envolvia uma utente do lar à qual já tinha sido aviada anteriormente uma galantamina e que agora apresentava uma requisição para um donepezilo, tendo em conta que são ambos para a mesma patologia e que podem interagir entre si (como foi verificado), optou-se por contactar o enfermeiro do lar expondo-lhe a situação. Chegou-se à conclusão que tinha havido um erro e que o donepezilo não era para aviar.

Durante o meu estágio tive a oportunidade de apresentar à diretora técnica o programa de Dáder, um método de seguimento farmacoterapêutico desenvolvido pela universidade de Granada. Neste sentido fiz uma breve exposição oral sobre o método e forneci-lhe documentação escrita sobre o mesmo.

(39)

18

9. Normas específicas sobre farmacovigilância

Ao longo do meu estágio não foi detetada nenhuma suspeita de reação adversa a medicamentos.

10. Normas específicas sobre determinação de parâmetros

bioquímicos e fisiológicos

Os testes realizados na farmácia são muitas vezes um alerta de que algo pode não estar bem ou um adjuvante na monitorização do tratamento em doentes já diagnosticados.

A farmácia pode realizar este tipo de testes de acordo com a legislação em vigor. Os aparelhos usados devem estar devidamente validados e calibrados, sendo esta tarefa da responsabilidade da diretora técnica como foi referido anteriormente. Durante o estágio procedi à calibração, validação e limpeza dos aparelhos e registei esta mesma atividade no

dossier próprio para esse efeito.

Na farmácia Mousaco Torrão determinam-se os seguintes parâmetros: colesterol total, triglicéridos, ácido úrico e glicémia. Efetuam-se ainda medições da tensão arterial e testes de gravidez.

Ao longo do estágio foi-me possível determinar os parâmetros referidos anteriormente, excetuando testes de gravidez, num grande número de utentes.

11. Normas específicas sobre administração de medicamentos

A farmácia Mousaco Torrão encontra-se a implementar o serviço de administração de vacinas, não tendo presenciado durante o meu estágio qualquer tipo de administração de medicamentos na farmácia.

12. Normas sobre a avaliação da qualidade dos serviços

farmacêuticos

(40)

19

13. Conclusão

Este estágio realizado na Farmácia Mousaco Torrão foi um complemento precioso à formação teórica que obtive durante estes anos na Universidade da Beira Interior.

É ao balcão que nos surgem dúvidas que dificilmente aparecem nos bancos da faculdade. E é ao balcão também, que somos postos à prova, porque é ao balcão que somos confrontados com a realidade.

Inicialmente estive algum tempo apenas na retaguarda da farmácia, fui tomando contacto com os diversos medicamentos e produtos de saúde, com as encomendas e as transferências para o posto. O arrumar os medicamentos e rececionar encomendas ajudou-me a conhecer novos princípios ativos e nomes comerciais com os quais não tive contacto na universidade e ajudaram-me a consolidar alguns conhecimentos e a preparar-me para o atendimento ao público.

Com o passar do tempo e com a ajuda da excelente e incansável equipa de trabalho da farmácia as inseguranças iniciais, devidas à responsabilidade inerente ao ato farmacêutico, foram passando e fui ganhando mais autonomia e confiança.

Durante o estágio aprendi a dar importância a todas as tarefas executadas na farmácia, desde as mais simples às mais complexas, pois todas são fundamentais para o bom funcionamento da farmácia e devem ser executadas com o maior rigor.

Aprendi também que não há vergonha em admitir que não se sabe ou que se errou, pois só isso nos permite crescer como pessoas e aprender com os erros, e é preferível afirmar que não se sabe e procurar saber rapidamente do que induzir as pessoas em erro.

Sei que ainda tenho um longo caminho a percorrer e que ainda há muito para aprender mas tenho a certeza que os conhecimentos que adquiri durante o estágio me muniram de ferramentas e bons exemplos profissionais para futuramente exercer e valorizar condignamente a minha profissão.

(41)

20

14. Bibliografia

1 – Grupo de Revisão das Boas Práticas Farmacêuticas para a Farmácia Comunitária. Boas

Práticas Farmacêuticas para a Farmácia Comunitária (BPF). Ordem dos Farmacêuticos. 2009.

2 – Associação Nacional de Farmácias. Circular Interna da ANF nº 112/2005 de 06/09/2005. 3 – INFARMED. Aliscireno- Revisão da informação de segurança. Circular nº 272/CD de

22/12/2011.Disponível em: http://www.infarmed.pt/portal/pls/portal/docs/1/7004250.PDF.

Consultada a 05 de Abril de 2012.

4 – INFARMED. Rasilez® e restantes medicamentos contendo aliscireno – recomendação de

nova contraindicação e advertência. Circular nº 038/CD de 17/02/2012. Disponível em:

http://www.infarmed.pt/portal/pls/portal/docs/1/2018242.PDF. Consultada a 05 de Abril de 2012.

5 – Associação Nacional de Farmácias. Ofício-Circular Interno da ANF nº 8378/2011 de 29 de

Junho de 2011.

6 – Simposium Terapêutico® – Enciclopédia de Especialidades Farmacêuticas. UBM Medica Portugal. 2011.

7 – INFARMED. RotaTeq® e Prevenar 13® - Suspensão imediata de utilização. Circular nº

069/CD de 19/03/2012. Disponível em: http://www.infarmed.pt/portal/pls/portal/docs/1/7400264.PDF. Consultada a 19 de Março de 2012.

8 – INFARMED. Recolha de lotes dos medicamentos Proaxen®, Zigabal® e Aceclofenac. Circular

do INFARMED 101/CD de 07/05/2012. Disponível em: http://www.infarmed.pt/portal/pls/portal/docs/1/7550264.PDF. Consultada a 07 de Maio de 2012.

9 – Associação Nacional de Farmácias. Circular Interna da ANF nº 13/2005 de 24/01/2005. 10 -Farmacoope – Cooperativa de Farmácias. CD de dados de segurança.

(42)

21

Capítulo II - Trabalho de Investigação:

Obesidade – epidemia global. Estudo sobre as

opções terapêuticas e o uso de suplementos

alimentares no seu tratamento.

(43)

22

1. Justificação do tema e objetivos

A alimentação é uma necessidade básica do ser humano, contudo o modo de a satisfazer tem sofrido algumas alterações ao longo do tempo.

Nos primórdios da humanidade a alimentação baseava-se principalmente na caça e na recolha de alguns produtos oriundos da natureza, fazendo com que não houvesse certezas sobre quando e o quê, seria a próxima refeição. Isto fazia com que, o organismo humano estivesse preparado para absorver a quantidade máxima de nutrientes fornecidos em cada refeição.

Com a descoberta do fogo e mais tarde com o desenvolvimento da agricultura a disponibilidade de alimentos para a alimentação sofreu uma modificação, dado que o ser humano deixou de se sujeitar ao que encontrava para passar a produzir e conservar alguns alimentos. A agricultura veio assim revolucionar a alimentação do ser humano que passava a dispor de alimentos de uma forma regular, no entanto, o organismo continuava a absorver ao máximo tudo o que era consumido por forma a ter energia suficiente para os duros trabalhos no campo.

Ao longo de grande parte da história, o aumento de peso e das reservas de gordura foi visto como um sinal de saúde, beleza, e prosperidade. Em tempos de trabalho braçal duro e frequente escassez de alimentos, uma das maiores preocupações era conseguir garantir uma ingestão adequada de energia de acordo com as exigências.[1]

Atualmente esta situação já não se verifica, são poucos os que trabalham no campo, a população dos países desenvolvidos tem comida sempre à disposição e é cada vez mais sedentária, mas o seu organismo continua com a sua “programação” inicial.

Como consequência disto a obesidade tem vindo a apresentar uma elevada prevalência nos países desenvolvidos, sendo por isso considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a epidemia global do século XXI.[1] No entanto esta doença não respeita

fronteiras ou estratos sociais e apresenta um impacto negativo a curto e a longo prazo.[2]

Estudos epidemiológicos recentes relacionam a obesidade com os novos hábitos e estilos de vida da sociedade moderna. O estilo de vida ocidentalizado, com dietas hipercalóricas e atividade física reduzida, alimentam esta epidemia.[3]

Estima-se que, se não forem tomadas medidas preventivas drásticas, mais de 50% da população mundial será obesa em 2025.[1] Uma publicação realizada em 2011 prevê ainda que

Imagem

Tabela 2 – Classificação do IMC segundo a OMS e risco de doença associado. [1, 8]
Tabela 5 – Perda de peso esperada com fármacos aprovados e em fase de investigação. [22]
Tabela 7 – Categorias e exemplos de constituintes encontrados em suplementos alimentares para perda  de peso
Tabela  8-  Distribuição  da  amostra  em  termos  de  idade,  peso,  altura  e  IMC
+7

Referências

Documentos relacionados

Nessa situação temos claramente a relação de tecnovívio apresentado por Dubatti (2012) operando, visto que nessa experiência ambos os atores tra- çam um diálogo que não se dá

O emprego de um estimador robusto em variável que apresente valores discrepantes produz resultados adequados à avaliação e medição da variabilidade espacial de atributos de uma

Corograpliiu, Col de Estados de Geografia Humana e Regional; Instituto de A lta C ultura; Centro da Estudos Geográficos da Faculdade de Letras de Lisboa.. RODRIGUES,

Diante do exposto, pode ser observado que a estabilidade química de poliésteres em sistemas de liberação em sua forma micro e nanoestruturada foi investigada e que

No entanto, para aperfeiçoar uma equipe de trabalho comprometida com a qualidade e produtividade é necessário motivação, e, satisfação, através de incentivos e política de

 Ambulância da marca Ford (viatura nº8), de matrícula XJ-23-45, dotada com sirene, luz rotativa e equipamento de comunicação (Emissor/Receptor com adaptador);.  Ambulância da

O objetivo do curso foi oportunizar aos participantes, um contato direto com as plantas nativas do Cerrado para identificação de espécies com potencial

Realizar a manipulação, o armazenamento e o processamento dessa massa enorme de dados utilizando os bancos de dados relacionais se mostrou ineficiente, pois o