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Adaptação de instrumento: avaliação da imagem corporal em crianças e adolescentes de raça negra residentes em Portugal : trabalho de investigação : Adaptation of tool: body image assessment in children and adolescents of black race residents in Portugal

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Adaptação de instrumento: avaliação da Imagem Corporal em

crianças e adolescentes de raça negra residentes em Portugal

Adaptation of tool: body image assessment in children and adolescents of black race residents in Portugal

Ana Lucília Marçal Oliveira

Orientado por: Mestre Diana Silva

Tipo de documento: Trabalho de Investigação

(2)
(3)

AGRADECIMENTOS:

Á Mestre Diana Silva pelo rigor científico, meticulosidade, pelo apoio, inspiração

demonstrada e acima de tudo por todos os ensinamentos, críticas e sugestões.

À Rosarinho pela disponibilidade imediata, simpatia, dinamismo e

companheirismo prestado para a concretização do trabalho.

Ás Irmãs Rita e Ânia, responsáveis pelo Centro Social do Bairro Quinta da Fonte

da Prata, pela dedicação e esforço prestado e solidariedade.

Ao Serviço de Estatística Médica da FMUP, pela imprescindível colaboração no

tratamento e análise estatística, sobretudo à Mestre Cláudia Camila por toda a

paciência, sabedoria, compreensão e incentivo.

(4)

ÍNDICE:

Agradecimentos ... i

Lista de Abreviaturas ... iiii

Resumo em Português e Inglês ... iv

Palavras-Chave em Português e Inglês ... vii

Introdução... 1 Objectivos ... 8 Material e Métodos ... 8 Resultados ... 13 Discussão e Conclusões ... 29 Referências Bibliográficas ... 37 Índice de Anexos ... 43

(5)

LISTA DE ABREVIATURAS: IC – Imagem Corporal

IMC – Índice de Massa Corporal

CDC – Centers of Disease Control and Prevention

EN – escala de Elisabeth Collins com silhuetas representativas da raça negra adaptadas pelo Designer Braga J.

EB – escala de silhuetas de raça branca de Elisabeth Collins Pc – Percentil

(6)

RESUMO

Introdução: O desenvolvimento e maturação, bem como factores sociais, culturais e familiares podem influenciar a auto-avaliação da imagem corporal de crianças e adolescentes. A percepção da imagem corporal parece apresentar diferentes padrões e conceitos na dependência da raça e etnia.

Objectivos: Avaliar a Imagem Corporal (IC) de crianças/adolescentes de raça negra.

População: Foram avaliadas 52 crianças/adolescentes, correspondendo a 72,3% do total das crianças/adolescentes entre os 6-12 anos de idade (70), que frequentam o Centro Social da Quinta da Fonte da Prata – Moita/Barreiro.

Métodos: Procedeu-se á aplicação de um protocolo de avaliação caracterizando os seguintes parâmetros: estado de nutrição (IMC) da criança/adolescente (CDC) e imagem corporal da criança/adolescente e progenitores. Para a auto-avaliação da IC foram utilizadas duas escalas: EB- silhuetas representativa da raça branca de Elisabeth Collins, constituída por 7 imagens de crianças e adultos de ambos os sexos, compreendidas entre a magreza (F1) e a obesidade (F7) e EN- escala de Elisabeth Collins com silhuetas representativas de raça negra adaptadas pelo Designer Jorge Braga. Crianças e adolescentes estudados avaliaram a IC dos seus progenitores. Estatisticamente os dados foram analisados considerando a globalidade da amostra, por sexos e grupos etários (A:• 6 ” 9 anos) e (B:•10 ”12 anos).

Resultados: A totalidade da amostra (M=40%;F=60%), apresenta uma idade cronológica média de 9,12±1,8 anos (min=6; max=12). 3,2% das crianças/adolescentes têm excesso de peso/obesidade, 37,1% da população estudada apresenta um IMC ” Pec 10. Da auto avaliação da IC pelas duas escalas (EB e EN), observa-se que 50% das raparigas do grupo mais jovem (A) identificam-se com imagens relacionadas com a magreza (F1,F2,F3) enquanto que 46,7% do grupo mais velho (B) se identifica com a imagem F4. Quando avaliados pela escala EB rapazes de ambos os grupos identificam-se com a imagem de normoponderalidade (F4) (A= 53,3% e B= 66,7%), no entanto 33,4% dos rapazes mais jovens se identificam com imagens relacionadas com a magreza (F2,F3) e 66,7% dos mais velhos com F4, quando avaliados pela escala

(7)

EN. Ambos os grupos estudados (A e B) identificam-se bem com as duas escalas de IC utilizadas (EB vs EN), sem significado estatístico relativamente á questão- qual a IC que a criança/adolescente acha que tem (A:p=0,355;B:p=0,096). Observam-se diferenças estatisticamente significativas entre a IC que a criança/adolescente acha que tem vs a IC correspondente ao percentil de IMC actual, por grupo etário [EB (A:p=0,00; B:p=0,03) e EN (A: p=0,004; B: p=0,046). O total de rapazes e de raparigas da população estudada, consideram que a imagem corporal ideal para as suas mães e para os seus pais, será a silhueta correspondente à normoponderalidade (F4). Contudo 40% dos rapazes escolhe como imagem ideal para a sua mãe imagens corporais relacionadas com a magreza (F1, F2, F3) e em 30% dos casos a escolha para o pai recai sobre as imagens F1 e F3.

Conclusões: Crianças/adolescentes de raça negra parecem identificarem-se bem com as duas escalas de avaliação da imagem corporal utilizadas. Embora este trabalho não fundamente a necessidade de uma escala com silhuetas de feições representativas da raça negra, parece ter interesse a realização de um estudo de autoavaliação da IC pelas duas escalas numa população de maiores dimensões permitindo a validação do instrumento.

(8)

ABSTRACT:

Background: The development and maturation as well as social factors, cultural and family can influence the self-assessment of body image in children and adolescents. The perception of body image seems to have different patterns and concepts in the name of race and ethnicity.

Objectives: To evaluate the body image (IC) of children/adolescents of black race.

Population: We evaluated 52 children and adolescents, corresponding to 72,3% of all children/adolescents between 6-12 years of age (70), who are attending the Centro Social da Quinta da Fonte da Prata – Moita/Barreiro.

Methods: This was the application of a protocol of evaluation parameters characterizing the following: state of nutrition (BMI) of children/adolescents (CDC) and body image of the child/adolescent and parents. For self-assessment of IC were used two scales: EB – representative of the white silhouettes of Elisabeth Collins, consists of 7 images of children and adults of both sexs, between the thin (F1) and obesity (F7), and EN – scale of Elisabeth Collins with representative black silhouettes adapted by designer Braga J. Studied children and adolescents evaluated the IC of their parents.

Statistically the data were analyzed considering the whole sample, by gender and age groups (A:• 6 ” 9 years) and (B:•10 ”12 years).

Results: The total sample (M=40%;F=60%), presents a chronological age average of 9,12±1,8 years (min=6; max=12). 3,2 % of children/adolescents are overweight/obesity, 37,1% of the population presents a BMI”10 Pec. Of self-assessment of IC by two scales (EB and EN), we observed that 50% of girsl in the younger group (A) identify themselves with images related to the thinness (F1,F2,F3), while 46,7% of the older group (B) is identified with the image F4. When evaluated by the scale EB boys from both groups identify with the image of normal ponderability (F4), (A;B= 53,3%;66,7%), however 33,4% of younger boys identify themselves with images related to the thiness (F2,F3) and 66,7% of older people with F4, when assessed by the scale EN. Both groups (A and B) identify very well with the two scales used for IC (EN vs EB) without statistical significance on the issue, which the IC that the child/adolescent must think (A: p*=0,355; B:

(9)

There are significant differences between the IC that the child/adolescent thinks has vs the IC corresponding to percentile of BMI current, by age group (EB: A: p*=0,00; B: p*=0,03 and EN: A:p*=0,004; B: p*=0,046). The total number of boys and girls of the population, believe thet the ideal body image for their mothers and to their parents, is the silhouette corresponding to normal ponderability (F4). However 40% of boys choose as best Picture for His mother images related to the thin body (F1,F2,F3) and 30% of cases the choice for the father falls on the images F1 and F3.

Conclusions: Black children/adolescents seem to be well identified with the two scales for assessment of body image used. Although this work does not

substantiate the need for a range of features with profiles representing the black, seems to have interest for a study of self evaluation IC scales in a population of larger allowing the validation of the instrument.

PALAVRAS-CHAVE: criança, adolescente, imagem corporal, raça

(10)
(11)

INTRODUÇÃO

O conceito de imagem corporal é multidimensional. Inclui pensamentos,

percepções e sentimentos conscientes e inconscientes que caracterizam o corpo

do indivíduo como algo único e diferente de todos os outros.

A noção de imagem corporal que parece meramente estética, deixa de o ser

quando esta é a razão para desencadear problemas emocionais, favorecendo

rejeições interpessoais e discriminações.

A expressão imagem corporal foi introduzida em 1920, por Head, e representa a

experiência subjectiva de cada indivíduo com o seu corpo e a maneira como ele

organiza essa experiência. Tem um papel fundamental no auto-conceito, uma

estrutura complexa que abrange não apenas o corpo mas também as relações

pessoais e sociais (1-3).

O auto-conceito da imagem corporal vai variando ao longo do tempo,

provavelmente devido às mudanças físicas que ocorrem durante o crescimento (4). A combinação destas alterações assim como a crescente capacidade cognitiva e

de introspecção pessoal, podem tornar criança/adolescente mais vulnerável, com

manifesta preocupação com a imagem corporal, bem como com a percepção que

os outros têm em relação a esta (4).

Em algumas comunidades negras, o sobrepeso das crianças/adolescentes é

encarado como reflexo de saúde, forma corporal desejável e alimentação

suficiente (5-8).

Estudos demonstram que o sexo masculino de raça negra prefere o sexo oposto

(12)

A percepção da imagem corporal que cada criança/adolescente tem de si próprio

vai sendo alterada ao longo das diferentes fases da vida e está relacionada com

aspectos gerais de auto-confiança (10, 11).

Stunkard (1962), faz a primeira descrição teórica sobre os problemas da imagem

corporal, inserida na fenomologia das alterações do comportamento alimentar (12). Alguns autores, relatam que os transtornos alimentares estão tradicionalmente

associados à comunidade de raça branca, no entanto demonstram que a

prevalência dos mesmos, tem aumentado na comunidade de raça negra (13-15). A insatisfação com a imagem corporal na infância e na adolescência, pode ser

factor de risco para o desenvolvimento de algumas alterações do comportamento

alimentar (bulimia, anorexia nervosa e obesidade) (11, 16-18). Por exemplo, as raparigas de raça negra com distúrbios psíquicos têm maior tendência para a

compulsão alimentar (19-23).

A família assume um papel importante no desenvolvimento das alterações do

comportamento alimentar e da imagem corporal da criança e ou adolescente(11,

24-26)

. Um estudo realizado, revela que rapazes e raparigas brancos têm a percepção

da imagem corporal de acordo com a opinião da família, enquanto que rapazes e

raparigas negros, a percepção da imagem corporal depende da opinião dos

pares(27, 28).

Alguns trabalhos demonstram que em modelos ajustados para etnia/sexo, quanto

menor a escolaridade menor será a diferença da auto-percepção da imagem

corporal nas comunidades negras, porém não se verificou qualquer tipo de

(13)

Atitudes familiares existem dentro de um contexto sociocultural e estas podem ser

influenciadas por correntes sociais standardizadas(11, 18, 30, 31).

Norris (1978), afirma que a imagem corporal faz parte da nossa identidade,

referindo-se a ela como o ego somático(32).

Schilder (1981), afirma que a imagem corporal pode ser entendida pela imagem

do corpo formada na mente do indivíduo, envolvida pelas sensações e pelas

experiências imediatas(33). O autor enfatiza mesmo que a imagem corporal não é apenas uma construção cognitiva, mas também um reflexo de desejos, emoções

e interacção com os outros(33, 34).

Crianças/adolescentes obesos, têm maior insatisfação corporal, tendendo para a

solidão e vergonha perante os colegas(2, 11, 35).

Segundo Gardner, a imagem corporal é a “figura mental que temos das medidas,

dos contornos e da forma do nosso corpo; e dos sentimentos concernentes a

essas características e às partes do nosso corpo.(36)”

No que diz respeito às comunidades negras da Nigéria, alguns estudos indicam

que a satisfação com a imagem corporal está directamente relacionada com o

excesso de peso/obesidade. Nestes casos a obesidade é associada a força,

bondade, auto-estima, aceitação social e atracção pelo sexo oposto(37-39).

Autores referem que as crianças/adolescentes de raça negra são mais

vulneráveis para a obesidade com uma taxa de prevalência superior a 50%. Entre

1960 e 1980, a prevalência de obesidade triplicou em jovens negros (6 aos 11

(14)

Erthal defende que o “esquema corporal” é expandido para além do próprio corpo,

uma vez que as roupas e os objectos vinculados ao corpo, bem como tudo aquilo

que se origina ou emana dele, também passam a fazer parte dessa imagem

criada (32).

Na literatura actual destacam-se dois componentes da imagem corporal: a estima

corporal e a insatisfação com o corpo (32).

A estima corporal refere-se ao quanto um indivíduo gosta ou não gosta do seu

corpo de forma global, podendo incluir o bem-estar sentido perante aspectos que

vão para além do peso e da forma do corpo, como por exemplo, o rosto, o cabelo

e os dentes (32, 41).

Alguns estudos referem mesmo que os adolescentes negros gostam do sexo

oposto com uma imagem corporal opulenta, lábios carnudos e cabelo frisado (9, 12,

42-44)

. Já a insatisfação com o corpo e as medidas para avaliar esse constructo,

focalizam claramente preocupações com peso, forma do corpo e gordura corporal

(41)

.

O conceito e a identificação da imagem corporal estão presente em diferentes

raças e grupos étnicos, relacionando-se com a percepção, o desenvolvimento e

maturação do corpo, bem como factores socioculturais (45, 46). A cultura negra apresenta no geral, maior auto-estima e satisfação corporal quando comparada

com outros grupos étnicos, tendendo a menores distúrbios alimentares mas a

uma maior prevalência de obesidade/excesso de peso (40, 47-49).

A percepção da imagem corporal varia com o sexo e a idade, sendo que a relação

com o próprio corpo pode alterar-se ao longo do ciclo da vida (1-3). Alguns autores, referem que crianças negras aceitam bem o facto de serem obesas, contudo

(15)

atingindo a idade da adolescência, o sexo feminino prefere ter um corpo mais

curvilíneo comparativamente ao sexo masculino que prefere um corpo musculado

(39, 50-53)

. Já as raparigas de raça branca anseiam por um corpo alto e esguio

desde cedo (10, 11, 54-56).

Também o desenvolvimento pubertário relaciona-se com várias mudanças físicas

e psicológicas, considerado um desígnio importante no desenvolvimento da

imagem corporal (11, 57). Para as raparigas a magreza é sinónimo de beleza e atracção, enquanto os rapazes desejam ter um corpo musculado, pesado e

funcional (11, 55, 58).

Algumas revisões na literatura, indicam que as crianças/adolescentes de raça

negra aceitam melhor o seu corpo em relação às crianças/adolescentes de raça

branca, ou seja, têm maior satisfação corporal e são apoiadas na sua aparência

física pela família (27, 28, 51, 53, 59, 60).

No entanto, as crianças/adolescentes de raça branca têm tendência a

desenvolverem distúrbios alimentares, terem baixa auto-estima e insatisfação

corporal, resultado da influência da sociedade, dos média e da própria família,

pois a Cultura dita as premissas (12, 25, 42, 58, 61-63).

A criança e ou adolescente tem como característica comportamentos de

contestação que o tornam vulnerável, seguidor de “líderes” e grupos de modas,

desenvolvendo preocupações ligadas ao corpo e à aparência (64).

A distorção da imagem corporal pode ser definida como forma de distúrbio

afectivo, cognitivo, comportamental ou perceptual que é influenciado directa ou

(16)

aspecto social do self, de tal forma que ter maior ou menor auto-estima depende

particularmente da consideração dos outros e como nos tratam (66, 67).

A distorção da imagem corporal e a insatisfação corporal comprometem o

desenvolvimento de “negative self-worth”, afecto negativo e pode aparecer como

factor de risco para o desenvolvimento de depressão, baixa auto-estima tanto na

criança como no adolescente (68-70).

Alguns estudos mostram que a variabilidade da auto-estima encontra-se

estritamente relacionada com a insatisfação corporal, pois a presença de

alterações do comportamento alimentar e a baixa auto-estima parecem estar

correlacionados com as preocupações com o peso e a Imagem Corporal (2, 71-73). Numa revisão de literatura publicada em 2001, por Ricciardelli e McCabe,

concluíram que existem descobertas consistentes da relação entre IMC e

insatisfação corporal nas crianças, particularmente nas raparigas (74). Raparigas de raça branca com IMC elevado possuem menor auto-estima, maior insatisfação

corporal e maior declínio no exercício físico quando comparadas com o IMC

elevado de raparigas de raça negra. Esta refere também menor aptência e gosto

por exercício físico (15, 20, 70, 74-76).

Outro estudo sobre auto-estima e IMC realizado em diferentes grupos étnicos,

mostra que: a auto-estima foi significativamente inferior em crianças Britânicas

obesos mas significativamente superior em crianças Africanas obesos,

relativamente à população de jovens normoponderais. Concluem que as

diferenças entre os grupos étnicos se devem a variedade na dieta, obesidade,

(17)

As alterações físicas que ocorrem no sexo feminino durante a puberdade podem

incitar os ideais de beleza relacionados com a magreza, optando por um corpo

esguio e alto, com tendência ao desenvolvimento de práticas de restrição

alimentar em detrimento do exercício físico (51, 53, 80, 81). Por outro lado os rapazes são mais consistentes com o ideal social de “homem musculoso” podendo estar

mais susceptíveis de querer aumentar a sua musculatura, à custa do exercício

físico como aliado em detrimento da dieta (51, 53, 58, 80, 81).

Várias escalas têm sido desenvolvidas para avaliar a imagem corporal; numa

primeira abordagem esta poderá envolver aspectos cognitivos, afectivos e

comportamentais (11).

Entre os vários métodos para investigar a percepção da imagem corporal os quais

podem incluir descrições verbais, imagens no espelho, as escalas com figuras de

silhuetas parecem ser as mais correctas e simples, pois utilizam figuras

desenhadas em tamanho crescente, desde a magreza à obesidade em que o

inquirido selecciona a figura actual e a ideal (3, 55).

Foi objectivo do presente trabalho proceder à avaliação da escala de

auto-avaliação da imagem corporal em crianças/adolescentes de raça negra, visto que

vários estudos revelam a possível existência ou não de diferenças aquando

avaliação por silhuetas representativas da raça branca relativamente a silhuetas

(18)

OBJECTIVOS

O presente trabalho teve como principal objectivo proceder à auto-avaliação da

Imagem Corporal numa população de raça negra, segundo um protocolo de

avaliação da Imagem Corporal de Elisabeth Collins na versão original VS o

mesmo protocolo de avaliação cujas imagens representam indivíduos de raça

negra.

Caracterizar a amostra de acordo com os dois grupos etário e em função do sexo.

Estudar as diferenças relativamente à utilização das escalas com silhuetas

originais VS silhuetas representativas da raça negra, por grupo etário e por sexo.

Avaliar o grau de insatisfação da Imagem Corporal, pelas duas escalas de acordo

com os dois grupos de estudo e em função do sexo.

Os dados foram analisados segundo a totalidade da amostra, relativamente ao

sexo e ao género.

MATERIAL E MÉTODO - Selecção da Amostra:

Do total de 70 crianças/adolescentes de raça negra que frequentam o Centro

Social do Bairro da Quinta da Fonte da Prata – Moita/Barreiro, foram avaliados 52

(72,3%) de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 6 e os 12 anos.

A amostra foi seleccionada por conveniência, através dos Responsáveis do

Centro Social, que contactaram pessoalmente os Encarregados de Educação das

(19)

Tendo por base a totalidade dos jovens que frequentavam o Centro Social deste

Bairro e mediante um contacto pessoal com os Encarregados de Educação das

crianças e adolescentes deste grupo etário, foram incluídos todos os que

manifestassem interesse em participar no estudo.

Previamente foi enviada aos Encarregados de Educação, convocatória com a

informação e esclarecimentos sobre os objectivos do estudo a realizar e

respectiva declaração de consentimento informado. Esta foi entregue e

devidamente assinada, no momento da avaliação.

Apesar de se tratar de um estudo convencional, foram considerados os princípios

que constam da última revisão da “Declaração de Helsínquia”, da Associação

Médica Mundial.

O protocolo de estudo foi também aprovado pelos responsáveis da Instituição de

Solidariedade Social.

O Centro Social do Bairro da Quinta da Fonte da Prata, em Fevereiro de 2005

criou o projecto TASSE, para candidatura ao Programa Escolhas, sendo avaliada

como a melhor a nível Nacional. Tem como entidade Promotora e Gestora do

Projecto a Congregação das Escravas do Sagrado Coração de Jesus,

dedicando-se estas religiosas à promoção e educação integral do dedicando-ser Humano.

TASSE, é um projecto de educação alternativa não formal, que tem como

principais objectivos:

- a promoção do Sucesso Escolar de crianças e adolescentes

- a inserção na Vida Activa de jovens

(20)

O estudo, realizou-se neste Bairro por ser de convergência da população negra e

pela facilidade de adesão ao referido Centro Social, o que permitiu uma recolha

satisfatória dos dados.

Todas as avaliações foram efectuadas de acordo com a metodologia e técnicas

internacionalmente recomendadas.

Crianças e adolescentes foram entrevistados e avaliados individualmente e

sempre pelo mesmo elemento do grupo de estudo.

Protocolo de Avaliação:

Do protocolo de avaliação fazem parte: a auto-avaliação da Imagem Corporal

numa população de raça negra, segundo o protocolo de Elisabeth Collins na

versão original (EB) e o mesmo protocolo cujas imagens representam silhuetas de

indivíduos de raça negra (EN); avaliação da insatisfação corporal pelas duas

escalas. Foi incluído a avaliação do estado nutricional da criança e adolescente.

Avaliação antropométrica:

A avaliação antropométrica foi sempre realizada pelo mesmo elemento do grupo

de estudo no momento da entrevista.

Determinou-se a estatura através de estadiómetro “Seca” (sensibilidade de

0,5cm) e o peso através da balança “Tanita” (sensibilidade de 100g). Para a

medição da estatura as crianças/adolescentes colocavam-se de costas para o

estadiómetro encostado à parede, com os pés descalços e unidos, em posição

erecta, olhando em frente. O peso foi determinado em pé, com a

(21)

(IMC) de Quetellet [IMC= peso(kg)/altura2(m2)] (82).

Segundo o IMC para o sexo e idade, foi considerado excesso de peso o

Pc•85<95 e obesidade o Pc•95 (83).

Avaliação da Imagem Corporal:

A auto-avaliação da Imagem Corporal das crianças e adolescentes foi obtida de

uma forma individual, após observação da escala de silhuetas de Elisabeth

Collins (EB), constituída por 7 figuras de crianças e adolescentes de ambos os

sexos compreendidas entre a magreza (F1, F2, F3) e a obesidade (F6 e F7).

A criança e o adolescente teriam que responder às seguintes questões: “Qual a

figura que achas que tens?”; “Qual a figura que gostarias de ter?”. Procedeu-se depois à correspondência da Imagem Corporal relativamente ao IMC

actual (quadro 1).

Imagem Corporal Intervalo de Percentil Intervalo de IMC

F1 Pc<5 - Pc”10 – Pc”10 < 18,5 Kg/m2 F2 Pc>10 - Pc”15 Pc>15 - Pc”25 < 18,5 Kg/m2 F3 Pc>25 – Pc<50 < 18,5 Kg/m2 F4 Pc•50 - Pc”75 18,5 Kg/m2 – 24,9Kg/m2 F5 Pc>75 – Pc<85 25 Kg/m2 – 29,9 Kg/m2 F6 Pc•85 – Pc<95 30 Kg/m2 – 39,9 Kg/m2 F7 Pc•95 • 40 Kg/m2

Adaptado: Diana Silva, Ana Valente, et al. Imagem corporal. Vol1,nº2 Março/Abril 2007-Endocrinologia, Diabetes e Obesidade.

Quadro 1: Intervalo de Percentis (criança/adolescente) e IMC em função da Imagem Corporal

(22)

Simultaneamente procedeu-se a uma segunda avaliação da Imagem corporal,

utilizando esta mesma escala com silhuetas de feições Negras (EN), adaptadas

por um designer Português (Braga J. 2008).

Crianças e adolescentes puderam também auto-avaliar a Imagem Corporal dos

seus progenitores, respondendo às seguintes questões: “Qual a figura que

achas que a tua mãe/o teu pai tem?” e “Qual a figura que gostarias que ela/ele tivesse?”.

Avaliação da insatisfação corporal:

A insatisfação corporal, foi determinada pela diferença entre: a Imagem Corporal

que considera que tem e a Imagem Corporal que gostaria de ter: média e desvio padrão, tendo por base as silhuetas originais e as silhuetas com feições

negras.

Avaliação da subestimação da Imagem Corporal:

A subestimação da Imagem Corporal da criança/adolescente foi determinada pela

diferença entre: a Imagem Corporal que considera que tem e a Imagem

Corporal correspondente ao IMC actual: média e desvio padrão.

Tratamento Estatístico:

Para descrever os participantes do estudo foram utilizadas estatísticas descritivas

apropriadas. As variáveis categóricas foram descritas através de frequências

(23)

As variáveis contínuas foram descritas através de médias e desvio padrão ou

medianas e percentis consoante a distribuição da variável.

Nos estudos comparativos, e para as variáveis contínuas, foi utilizado o teste

Mann-Whitney. Para comparações de amostras emparelhadas, foi utilizado o

Teste de Wilcoxon. Em todas as análises considera-se com significado estatístico

um valor de p<0.05.

Foi usado o software de análise estatística Stastistical Package for the Social

Sciences v15.0(SPSS®).

RESULTADOS • CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA 1.População

Responderam à convocatória 52 crianças e adolescentes, cuja a média de

idades foi de 9,12±1,885: sexo feminino 9,42±1,911 e sexo masculino 8,67±1,798,

sendo a idade mínima de 6 anos e a idade máxima de 12 anos.

Observa-se na figura 1 a distribuição para ambos os sexos (feminino n=31 e

masculino n=21).

(24)

De acordo com a idade cronológica a amostra, foi dividida em dois grupos etários:

A (•6 – ”9 anos) = 59,6% e B (•10 – ”12 anos) =40,4%. (Figura 2 e 3)

59,6%

40,4%

%

Figura 2: Distribuição percentual do total da amostra por grupo etário (A e B): n=52 51,6% 48,4% 71,4% 28,6%

%

Figura 3: Distribuição percentual do sexo masculino e feminino por grupo etário (A e B): n=52

(25)

2.Caracterização do estado Nutricional da Criança/Adolescente

A caracterização do estado de nutrição dos dois grupos etários, por intervalos de

percentis está representada na Figura 4.

Observa-se uma baixa percentagem de excesso de peso/obesidade nas

crianças/adolescentes estudados (3,2%). Contudo aproximadamente 32% das

crianças com idades mais jovens (A= •6 - ”9 anos), apresentam um percentil de IMC menor que o Percentil 10. (Figura 4)

Figura 4: Caracterização do estado de nutrição em função do percentil do IMC, por grupos etários (A e B): n=52

3,2%

%

37,1%

(26)

3.Avaliação da Imagem Corporal – Criança/Adolescente

A imagem corporal da população estudada, foi avaliada pelas duas escalas de

acordo com o sexo e por grupo etário (A e B).

A auto-avaliação da imagem corporal pelas duas escalas (EN e EB), do sexo

feminino e de acordo com os grupos etários está representada nas Figuras 5 e 6

Figura 5: Imagem corporal do sexo feminino na escala EN (n=31); distribuição percentual por grupo etário da imagem que a rapariga tem, da que gostaria de ter e da do percentil para o IMC actual.

(27)

É de referir que 50% das raparigas com idades mais jovens (•6-”9 anos), quando avaliadas pelas duas escalas (EN e EB), identificam-se com imagens

relacionadas com magreza (F1, F2, F3). (Figuras 5 e 6)

Figura 6: Imagem corporal do sexo feminino na escala EB (n=31); distribuição percentual por grupo etário da imagem que a rapariga tem, da que gostaria de ter e da do percentil para o IMC actual.

(28)

A auto-avaliação da imagem corporal pelas duas escalas (EN e EB), do sexo

masculino e de acordo com os grupos etários está representada nas Figuras 7 e

8.

Figura 7: Imagem corporal do sexo masculino na escala EN (n=21); distribuição percentual por grupo etário da imagem que o rapaz tem, da que gostaria de ter e da do percentil para o IMC actual.

(29)

Rapazes de ambos os grupos etários identificam-se maioritariamente com a

silhueta normoponderal (F4), quando avaliados pela escala EB. (Figura 8)

No entanto, na escala EN, 66,7% dos rapazes mais velhos identificam-se

maioritariamente com a silhueta relativa à magreza (F3). (Figura 7)

Figura 8: Imagem corporal do sexo masculino na escala EB (n=21); distribuição percentual por grupo etário da imagem que o rapaz tem, da que gostaria de ter e da do percentil para o IMC actual

(30)

Através da aplicação do Teste de Wilcoxon, avaliou-se a diferença entre as duas

escalas (EN e EB) utilizadas, relativamente à questão: “- Qual a imagem

corporal que a criança ou adolescente acha que tem”, por grupo etário. (Quadro1)

O mesmo teste foi aplicado relativamente à questão: “- Qual a imagem corporal

que a criança ou adolescente gostaria de ter”. Não se observam diferenças estatisticamente significativas em ambas as questões por grupo etário: A:

p*=0,355; p*=0,093, e B: p*=0,096; p*=0,206. (Quadro 1) A: •6-”9 (n=31) B: •10-”12 (n=21) Mediana (P5-P95) p* Mediana (P5-P95) p* 0,0 (-1,00-2.00)

0,355 Diferença da IC que a criança/adolescente acha que tem: escala EB vs EN

0,0

(-1,00-1,00)

0,096

1,00

(-2,00-2,00)

0,093 Diferença da IC que a criança/adolescente gostaria de ter: escala EB vs EN

0,0

(-1,00-1,00)

0,206

Ambos os grupos estudados (A e B), identificam-se bem com as duas escalas de

imagem corporal (EB vs EN). Não se observam diferenças estatisticamente

significativas relativamente à imagem corporal que a criança/adolescente acha

que tem e que gostaria de ter, quando avaliadas pelas duas escalas. (Quadro 1) * Teste de Wilcoxon

Quadro 1: Diferenças entre a imagem corporal das silhuetas originais (EB) vs silhuetas adaptadas com feições negras (EN), entre grupos etários (A (•6-”9anos) e B (•10-”12anos):mediana

(31)

Raparigas EB (p*) EN (p*)

A (•6-”9anos) 0,05 0,047

B (•10-”12anos) 0,003 0,033

No total da amostra e avaliada pelas duas escalas (EN vs EB), observam-se

diferenças estatisticamente significativas entre a imagem corporal que a

criança/adolescente acha que tem e a imagem corporal correspondente ao

percentil do IMC actual por grupo etário: EN= A: p*=0,001; B: p*=0,03 e EB= A:

p*=0,004; B: p*=0,046. Nesta mesma análise estatística por grupo etário e por

sexo, são as raparigas de ambos os grupos etários ( A e B) que apresentam

maior diferença entre as questões avaliadas, enquanto que nos rapazes, a

diferença com significado estatístico é observada nos mais novos (A). (Quadros 2

e 3)

Rapazes EB (p*) EN (p*)

A (•6-”9anos) 0,011 0,033

B (•10-”12anos) 0,564 1

* Teste de Wilcoxon

Quadro 2: Diferenças entre a imagem que a criança/adolescente acha que tem e a correspondente ao percentil de IMC actual, em função do grupo etário: EN vs EB (sexo feminino n=31)

* Teste de Wilcoxon

Quadro 3: Diferenças entre a imagem que a criança/adolescente acha que tem e a correspondente ao percentil de IMC actual, em função do grupo etário: EN vs EB (sexo masculino n=21)

(32)

4. Insatisfação da Imagem Corporal

A insatisfação da Imagem Corporal foi avaliada em função do grupo etário (A e B)

e por sexo de acordo com a auto-avaliação da imagem corporal obtida através

das duas escalas (EN e EB). (Figura 9)

Através do Teste de Mann Whitney não se observam diferenças estatisticamente

significativas. (Figura 9)

5. Subestimação da Imagem Corporal

Procedeu-se à avaliação da subestimação da imagem corporal pelas duas

escalas, em função dos grupos etários A (•6-”9 anos) e B (•10-”12 anos). (Figura 10)

EB EN

Figura 9: Criança/Adolescente. Insatisfação da Imagem Corporal em função do grupo etário A e B e do sexo: média. Escala original (EB) vs escala adaptada (EN).

(33)

Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas, quanto à

subestimação da imagem corporal por grupo etário, A (•6-”9 anos) (p*=0,152) e B(•10-”12 anos) (p*=0,096).

Por sexo e de acordo com avaliação efectuada pelas duas escalas (EN e EB),

observa-se que os rapazes mais velhos subestimam mais a sua imagem corporal

(p*=0,050), quando avaliados pela EN. (Figura 10)

Através do Teste de Wilcoxon, na totalidade da amostra (n=52), a subestimação

da IC nas duas escalas, obteve resultados estatisticamente significativos

(p*=0,044).

O número de imagens corporais subestimadas, nos dois grupos estudados A e B

e mediante a auto-avaliação pelas duas escalas (EB e EN), está representada

nas tabelas 1 e 2.

EB EN

Figura 10: Criança/Adolescente. Subestimação da Imagem Corporal em função do sexo e grupos etários (A e B): média. Escala original (EB) vs escala adaptada (EN).

(34)

Verifica-se que 29,0% das crianças do grupo etário mais novo (A: •6-”9anos), sobrestimam mais duas imagens na escala EB, enquanto que 38,1% dos mais

velhos subestimam uma imagem corporal. (Tabela 1)

Quando avaliados com a escala EN, 32,3% das crianças mais jovens não

subestimam a sua imagem corporal. (Tabela 2)

7.Imagem Corporal dos Progenitores

As crianças e adolescentes auto-avaliaram a imagem corporal dos seus

progenitores, pelas duas escalas.

Está representada nas figuras 11 e 12 a avaliação da imagem corporal que as

crianças ou adolescentes fizeram das suas mães. EB -3 -2 -1 0 1 2 5 n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) A 2 (6,5) 1 (3,2) 6 (19,4) 8 (25,8) 4 (12,9) 9 (29,0) 1 (3,2) B 0 (0,0) 1 (4,8) 8 (38,1) 10 (47,6) 2 (9,5) 0 (0,0) 0 (0,0) EN -4 -3 -2 -1 0 1 2 n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) A 1 (3,2) 2 (6,5) 2 (6,5) 4 (12,9) 10 (32,3) 6 (19,4) 6 (19,4) B 0 (0,0) 0 (0,0) 2 (9,5) 11 (52,4) 6 (28,6) 2 (9,5) 0 (0,0) Tabela 1: Criança/Adolescente. Número de imagens subestimadas por grupo etário: A (•6-”9 anos) e B (•10-”12 anos). Escala original (EB)

Tabela 2: Criança/Adolescente. Número de imagens subestimadas por grupo etário: A (•6-”9 anos) e B (•10-”12 anos). Escala criada com feições Negras (EN).

(35)

Do total da amostra, uma elevada percentagem tanto de rapazes como de

raparigas, classificam a imagem corporal das suas mães com o excesso de

peso/obesidade em ambas as escalas: EN (Rapazes=47,6% e Raparigas=

38,8%) e EB (Rapazes=38% e Raparigas=29%). (Figuras 11 e 12) = 47,6%

=38,8%

Figura 11: Imagem corporal da mãe (EN): distribuição percentual das respostas dos filhos de ambos os sexos.

(36)

Contudo, quer os rapazes como as raparigas consideram que o ideal de imagem

corporal para as suas mães seria a figura da normoponderalidade (F4), em ambas

as escalas EN e EB. (Figuras 11 e12)

=38% =29%

Figura 12: Imagem corporal da mãe (EB): distribuição percentual das respostas dos filhos de ambos os sexos.

(37)

Crianças e adolescentes, auto-avaliaram a imagem corporal dos seus pais.

(Figuras 13 e 14)

Ambas as escalas mostram que as raparigas, identifica em maior percentagem o

pai com imagens corporais relacionadas com excesso de peso/obesidade (F5 e

F6). (Figuras 13 e 14)

=42,8%

Figura 13: Imagem corporal do pai (EN): distribuição percentual das repostas dos filhos de ambos os sexos.

(38)

Quer os rapazes quer as raparigas, consideram a imagem corporal ideal para o

seu pai, a silhueta de F4. Classificação pelas duas escalas EN e EB. (Figuras 13

e 14)

Figura 14: Imagem corporal do pai (EB): distribuição percentual das repostas dos filhos de ambos os sexos.

=45% = 42,9%

(39)

DISCUSSÂO

Desde o nascimento até à morte, a aparência física é parte importante do que

somos, essencial a nós próprios e aos outros. A imagem corporal é resultado de

um processo de alterações contínuas não se baseando apenas em associações,

memórias e experiências mas também em intenções, aspirações e tendências (52,

84)

. Pode-se assim afirmar que a imagem corporal é parte integrante de uma

vivência Humana, individual e dinâmica.

O desenvolvimento da imagem corporal é um processo que ocorre durante toda a

vida e começa logo cedo. Estudos mostram que crianças de 2 anos de idade

possuem uma auto-percepção, podendo reconhecer a imagem do seu corpo

reflectida num espelho (85).

Crianças em idade pré-escolar, vão aprendendo a forma como a sociedade vê as

diferentes características físicas, e aparentemente o auto-conceito de imagem

corporal vai-se formando (85).

Os adolescentes encontram-se numa fase de vida, caracterizada pela mudança a

nível psicológico, emocional, somático e cognitivo, levando a uma maior

preocupação com a aparência física (85).

A imagem corporal é assim um conceito multidimensional, e apresenta diversas

dimensões desde a percepção ao comportamento.

A amostra estudada está equitativamente distribuída pelos dois sexos (sexo

feminino = 60% e sexo masculino =40%) e em dois grupos etários (A=•6-”9 anos; B=•10-”12 anos), pelo facto de se verificar que é em média, aos 10 anos que ocorre a transição do primeiro ciclo para o segundo ciclo.

(40)

Nesta mesma fase ocorrem alterações no comportamento, desde o anseio pela

autonomia à interdependência familiar, como as características inerentes ao

crescimento e maturação.

Pela divisão efectuada, é de conjecturar que o grupo A, ou seja, o grupo mais

jovem tenha uma maior influência parental, visto que a adolescência é um período

caracterizado por uma menor envolvência familiar, maior influência dos pares e

maior autonomia.

O conceito de imagem corporal vai variando ao longo do tempo, provavelmente

devido às mudanças físicas que ocorrem durante o crescimento. Por exemplo, em

comunidades de raça negra, uma criança/adolescente obeso é enaltecido,

sentindo-se forte e capaz, ao contrário com o que acontece nos jovens de raça

branca onde a tristeza e a solidão são constantes (23, 35, 70).

Também a própria idade pode interferir, de forma a que a criança obesa, se sinta

revoltada com o seu corpo quando atinge a fase da adolescência, podendo

mesmo desenvolver comportamentos de risco.

Ao caracterizar o estado nutricional da população por grupo etário, observa-se

que 3,2% dos mais jovens (A: •6 - ”9 anos) apresentam excesso de peso/obesidade (Pec•85). No entanto constatou-se que aproximadamente 32% das crianças (grupo A), se encontram num percentil de IMC inferior ao Percentil

10. Tal como está descrito na literatura estes resultados podem ser justificados

pela deficiente condição socioeconómica das famílias.

Agregados familiares de nível socioeconómico mais baixo com um estado

nutricional mais deficiente, anseiam pelo ganho de peso. Ao contrário de

(41)

superior, onde são constantemente influenciados pelas pressões exercidas pelos

média, pares e família. Estes podem mesmo manifestar comportamentos

restritivos, com o objectivo de um “corpo adelgado” (29, 85).

Neste estudo efectuado, com silhuetas representativas da raça branca na versão

original (EB) vs silhuetas representativas da raça negra adaptadas por Braga J.

(EN), pretendeu-se fundamentar a discussão observada em vários estudos sobre

a auto-avaliação da imagem corporal na raça negra com escalas de imagens

corporais representativas da raça branca.

No trabalho realizado, verificou-se a não existência de diferenças com significado

estatístico na auto-avaliação da imagem corporal pelas duas escalas EN vs EB

(p*=0,263). Apenas se encontraram diferenças estatisticamente significativas

(EN= A:p*=0,004; B:p*=0,046 , EB= A:p*=0,001; B:p*=0,03) entre a imagem

corporal que a criança/adolescente acha que tem e a correspondente ao IMC

actual, para o total da amostra avaliada pelas duas escalas (EN e EB). O mesmo

se verifica quando dividimos a mostra por grupo etário (A e B) e por sexo, sendo a

diferença mais visível nas raparigas de ambos os grupos estudados e nos

rapazes mais novos. (Quadros 2 e 3)

Em ambas as escalas utilizadas (EN e EB), as raparigas mais jovens (A:•6-”9 anos) identificam-se com imagens corporais relacionadas com a magreza

(50,1%). Quando classificadas pelo percentil de IMC em função da imagem

corporal, 75,1% das raparigas deste grupo escolhe também as mesmas imagens

(42)

Já as mais velhas (B), identificam-se maioritariamente, (46,7%) com a imagem

correspondente à normoponderalidade (F4). Quando classificadas pelo percentil

de IMC em função da imagem corporal, 60% destas mesmas raparigas escolhe

esta mesma imagem (F4). (Figuras 5 e 6)

No que diz respeito à imagem que gostariam de ter, 68,9% do sexo feminino do

grupo (A), consideram a imagem ideal, aquela que se relaciona com a magreza

(F1, F2, F3), enquanto as mais velhas escolhem a figura F4, como a imagem

corporal ideal (53,3%).

A população Afro-Negra avaliada, nasceu em Portugal e adoptou a cultura e

estilos de vida ocidentais, talvez por isso o ideal de imagem corporal para esta

população esteja relacionado com a magreza, e tal como acontece noutros

estudos é mais evidente no sexo feminino, onde a imagem corporal de magreza

está conotada com a inteligência, beleza e sucesso.

Também a auto-avaliação da imagem corporal nos rapazes quando avaliados

pelas duas escalas (EN e EB), não apresenta diferenças estatisticamente

significativas. Por outro lado os rapazes mais novos, identificam-se

maioritariamente com a silhueta da normoponderalidade (50%) em ambas as

escalas.

No que diz respeito à imagem corporal ideal, aproximadamente 60% dos rapazes

do grupo A escolhem as figuras relacionadas com a magreza (F1,F2,F3) e só

27% destes escolhe a imagem F4 como ideal. Contudo os rapazes mais velhos,

(43)

Estudos relatam que crianças/adolescentes de raça negra preferem corpos

delineados e musculados, no entanto quando se referem ao sexo oposto preferem

figuras mais curvilíneas (9, 51, 53, 84).

No trabalho elaborado, os rapazes dos dois grupos etários, têm preferência por

imagens mais magras, provavelmente devido à influência da sociedade em que

estão inseridos, sendo esta mais notória no grupo dos mais novos.

Vários são os estudos, que chamam atenção para uma insatisfação da imagem

corporal desde idades muito precoces. A insatisfação da imagem corporal na

criança/adolescente parece estar associada a críticas e comentários prejurativos

em relação à sua aparência por parte de familiares, amigos e colegas(86). Autores referem que a falta de percepção da imagem corporal real pode constituir factor

de risco no agravamento do estado de saúde (87).

A insatisfação corporal não é exclusiva do sexo feminino, está presente também

entre os rapazes numa percentagem que tendencialmente tem se verificado mais

elevada (77). Dados compatíveis, com um estudo de Furnham e Calnam, onde encontraram cerca de 2/3 de adolescentes do sexo masculino insatisfeitos com o

corpo, referem ainda que os rapazes querem um corpo mais pesado, musculado

e sem gordura (85).

A insatisfação da imagem corporal por nós avaliada, em função dos grupos

etários e por sexo, pelas duas escalas não teve diferenças significativas

(p*=0,251). Rapazes e raparigas do grupo mais jovem (A), apresentam maior

insatisfação da imagem corporal e são os rapazes mais velhos que estão mais

(44)

Estudos demonstram que a insatisfação corporal na infância/adolescência, pode

ser factor de risco para o desenvolvimento de alterações de comportamento

alimentar. Por exemplo, raparigas negras com distúrbios psíquicos, têm maior

tendência para a compulsão alimentar (88).

Um estudo efectuado refere que rapazes mais novos têm tendência a sobrestimar

a imagem corporal em relação á real enquanto que rapazes mais velhos

subestimam a imagem corporal (85).

No trabalho realizado observa-se que os rapazes mais velhos subestimam mais a

imagem corporal (Tabela 1 e 2). Obtiveram-se resultados estatisticamente

significativos em relação à subestimação da imagem corporal (p*=0,044) das

crianças/adolescentes, avaliada pelas duas escalas (EN e EB).

Alterações da imagem corporal na raça branca, produzidas durante fases da pré

puberdade e puberdade podem estar associadas, em muitas

crianças/adolescentes a uma imagem corporal negativa e distorcida da

realidade(28). Na maioria das vezes, a insatisfação da imagem corporal é mais evidente no sexo feminino, emergindo este em dietas e práticas alimentares

pouco saudáveis com objectivo de perder peso.

Por outro lado a literatura refere cada vez mais, a preocupação sentida pelos

rapazes relativamente à sua silhueta corporal e particularmente com a do sexo

oposto (44, 59).

Os pais parecem ser o espelho dos seus filhos. Alguns estudos mostram mesmo

que crianças e adolescentes tendem a identificarem-se com a imagem corporal

dos seus progenitores que directa ou indirectamente influenciam as escolhas dos

(45)

Tratando-se de famílias desagregadas, apenas as crianças e adolescentes

puderam realizar a avaliação da imagem corporal dos seus progenitores.

O total de rapazes e de raparigas da população estudada, consideram que a

imagem corporal ideal para as suas mães e para os seus pais, será a silhueta

correspondente à normoponderalidade (F4). Contudo 40% dos rapazes escolhe

como imagem ideal para a sua mãe imagens corporais relacionadas com a

magreza (F1, F2, F3) e em 30% dos casos a escolha para o pai recai sobre as

imagens F1 e F3. (Figuras 11, 12, 13 e 14)

O mesmo acontece quando estes rapazes são questionados relativamente à

escolha da imagem corporal que consideram para si como ideal

(30%-40%).(Figuras 7 e 8)

A falta de tempo para a realização do trabalho não permitiu a avaliação de

crianças e adolescentes do mesmo grupo etário de raça branca e posterior

análise vs a raça negra. Será seguramente uma segunda fase importante do

estudo.

Uma das limitações deste estudo, diz respeito à enorme dificuldade na

participação dos progenitores das crianças e adolescentes estudadas, de forma a

inquirir os pais utilizando as duas escalas de adultos (EN e EB).

Tratando-se de uma população de difícil acesso, pelas suas características

étnicas e tipo de bairro residencial, bem como toda uma conjuntura social faz com

que a amostra tivesse um número reduzido de participantes.

Contudo, só o persistente e dinâmico apoio dos membros do projecto TASSE,

(46)

CONCLUSÕES/SUGESTÕES:

Da literatura revista, não se encontram referências à criação de uma escala com

silhuetas de feições negras. No entanto, alguns estudos referem que é factor

limitante na auto-avaliação da imagem corporal de indivíduos de raça negra, o

uso de escalas representativas da raça branca.

Os resultados no estudo efectuado, não fundamentam a ideia que a avaliação da

imagem corporal de indivíduos de raça negra é diferente quando avaliados pelas

duas escalas.

Talvez fosse interessante fazer um novo estudo de avaliação da imagem corporal

de crianças, adolescentes e seus progenitores, numa amostra de dimensão

maior, permitindo a validação do instrumento. Só assim saberíamos se o

(47)

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(53)

Índice de Anexos

Anexo 1 ... a1

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Anexo 1

Escala de Elisabeth Collins, representativa da raça negra adaptada pelo

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Imagem

Figura 1: Distribuição da amostra por sexo (%)
Figura 2: Distribuição percentual do total da amostra por grupo etário (A  e B): n=52  51,6% 48,4%  71,4%  28,6%  %
Figura 4: Caracterização do estado de nutrição em função do percentil do IMC,  por grupos etários (A e B): n=52
Figura 5: Imagem corporal do sexo feminino na escala EN (n=31); distribuição  percentual por grupo etário da imagem que a rapariga tem, da que gostaria de ter e  da do percentil para o IMC actual
+7

Referências

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