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A UNIVERSIDADE NA CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO URBANO

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Academic year: 2019

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A UNIVERSIDADE NA CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO URBANO

Pilar Cristina Céspedes Bahamón1 Sandra Maria Fonseca da Costa¹ José Oswaldo Soares de Oliveira¹

Resumo:

Desde seu início, na idade media, a Universidade tem-se consolidado como uma instituição fundamentalmente urbana, com uma longa tradição de intercambio com a sociedade. Particularmente, o fenômeno de urbanização mundial que aconteceu nos século XIX e XX gerou a necessidade de redefinir o papel da Universidade na construção do espaço urbano. Assim, desde o ponto de vista espacial sua presença na cidade gera fenômenos como a afetação do contexto onde é implantada e a geração de serviços conexos com vantagem na economia dos usos do solo. Na atualidade, a relação universidade-cidade é essencial na dinâmica do tecido urbano e deve ser estudada e compreendida.

Palavras-chave: Universidade, cidade, campus, estrutura urbana, equipamento.

Introdução

A Universidade como instituição nasceu na Europa, num processo onde as diferentes formas de ensino se reúnem sob um marco institucional que evoluciona no tempo até constituir as atuais universidades. De acordo com Coelho (2005) as universidades nasceram na Idade Média, em um contexto de florescimento das cidades e das escolas urbanas, de intenso processo de transformação na esfera da produção, da economia, da vida social e da cultura e de crescimento demográfico.

Autores como Janotti (1992) ao abordar a origem da Universidade na idade media falam de um processo de mudança ocorrido nesse período, e que, para o autor, foi fundamental para o desenvolvimento da Universidade:

Deixamos uma civilização agrária, característica de um mundo fechado, voltado para dentro, economicamente de domínio, mundo do feudalismo e

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,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, da ‘idade beneditina’. Penetramos, com o renascimento do comércio, numa civilização urbana, marítima, aberta a todas as influências, economicamente monetária, mundo de um poderoso agente transformador da cultura, a burguesia, mundo do renascimento cultural do século XII. Desse novo mundo, a fim de conservar os seus permanentes resultados, surgiram as universidades. (JANOTTI, 1992, p. 69).

É um fato que a Universidade surge após da superação do feudalismo, na (re)florescência da vida urbana na Europa, no (re)aquecimento do comércio, no surgimento e afirmação dos intelectuais e a burguesia, portanto é uma instituição caracteristicamente urbana, e a cidade é o espaço vital onde surge e se assenta. A sua vez Chaui (2003) afirma que a universidade surge porque a civilização necessitava de um espaço em que se pudesse exercitar livremente a busca pelo aperfeiçoamento e transmissão da cultura, do conhecimento, do pensamento filosófico e principalmente a pesquisa cientifica não alinhada com interesses econômicos imediatos. É evidente então que o desenvolvimento da universidade ao longo da historia está tecido de elementos sociais, culturais, políticos e a sua vez a instituição universitária é espelho destes processos.

No caso da América Latina, e depois dos processos da independência, a instituição universitária adquiriu um papel central na constituição da imagem nacional que esteve intimamente relacionada com o Estado que a formou. Por sua vez, Trinidade (2001), afirma que no século XX o aumento da população urbana gerou um acelerado crescimento das cidades e conseqüentemente uma massificação da universidade; fenômeno que definitivamente estabeleceu uma nova relação entre a universidade e a cidade, e, assim, tornou-se uma prioridade redefinir o papel desta instituição no espaço urbano. Por isso, é relevante entender as relações que hoje em dia se estabelecem entre a Universidade e a cidade, a fim de compreender a dinâmica de interdependência e articular as relações que se estabelecem entre ambas.

Metodologia

O presente estudo, apoiado no método qualitativo focou-se na análise do crescimento e densificação das Universidades no contexto latino Americano e sua particular expansão no Brasil.

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,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, Brasil a massificação das universidades foi uma conseqüência direta da densificação das cidades. Fenômeno este similar nos demais países de América latina.

A maneira que isso aconteceu merece ser estudada com critérios específicos, pois é relevante para o conhecimento da problemática atual de nossas cidades.

O estudo compreende duas partes: a primeira trata da construção da base descritiva e conceitual, que procura evidenciar, através do levantamento histórico, as variáveis - chave e os agentes fundamentais relacionados à estrutura urbana da relação Universidade e Cidade. A segunda parte descreve sob forma quantitativa a evolução da inserção do campus na América latina.

Resultados

No século XX os processos de urbanização no mundo adquiriram uma fisionomia fundamentalmente urbana. Hoje em dia as cidades são por excelência o “habitat” de grande parte da população mundial, pois, mais da metade da população vive em centros urbanos (CENTRO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2001).

De acordo com os dados da Figura 1 do centro estatístico da Comissão Econômica para América latina e o Caribe (CEPAL 2008), para 1950, América latina tinha uma população urbana estimada de 41% de pessoas, em 1950 era de 56 % e em 2005 a população urbana que morava em centros urbanos era aproximadamente 77,8 %, o que constata o fenômeno de primazia urbana.

Figura 1 – Porcentagem da População Urbana na America Latina. Anos 1970 e 2005.

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A sua vez Brasil, como os demais países da América Latina, também apresentou um intenso processo de urbanização, especialmente na segunda metade do século XX. Em 1940, a população urbana era de 26,3% do total. Em 2000 ela era de 81,2%. Em 1940, a população que residia nas cidades era de 18,8 milhões de habitantes, e em 2000, ela era de aproximadamente 138 milhões. Constata-se, portanto, que em 60 anos os assentamentos urbanos foram ampliados de forma a abrigar mais de 125 milhões de pessoas.

Por outra parte, no começo do século XX, e paralelo ao crescimento das cidades gera-se na América Latina a consolidação de estruturas universitárias, produto do aumento da população urbana e a consequente necessidade de formar as classes dirigentes das novas repúblicas em procura de superação do atraso, e da necessidade da construção progressiva de uma nova sociedade, cujo passado remoto estava entalhado pela dominação colonial. De acordo com Schwartzman (1996) a expansão das cidades e das classes medias que aconteceu na segunda metade do século XX na América Latina, fez parte de um intenso processo de mobilidade social, onde milhões de pessoas mudarem do campo as cidades, adquirindo mais educação e aumentando seus níveis e ingressos. A sua vez esse fenômeno permitiu uma consolidação e expansão da educação superior que deu oportunidades a grupos sociais que antes não tinham acesso a ela.

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,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, Tabela 1: Tamanho das principais universidades na América Latina; Ano 2001

Número de estudantes País

Mais de 100.000 estudantes México e na Argentina

50.000 a 100.000 estudantes Guatemala, Venezuela e Panamá

30.000 a 50.000 estudantes Brasil (São Paulo), Colômbia, Chile, Costa Rica, Equador, El Salvador, Honduras e República Dominicana.

*O Brasil tem uma situação singular: a maior parte das universidades públicas e privadas têm menos de 30.000 alunos.

Fonte: Trindade, 2001: 167- 168

Assim, é evidente que a expansão da educação superior deu oportunidades a grupos sociais que antes não tinham acesso a ela como fenômeno universal, colocou a vários países da América Latina em níveis equivalentes a os de Europa e outras regiões do mundo.

Por outro lado destaca-se também neste período, a multiplicação e a diversificação das instituições de educação superior na América Latina. Em 1950 só tinham 75 Instituições de Ensino Superior (IES), e em 1990 tem mais de 5000, das quais 800 são universidades e as demais são institutos tecnológicos, escolas politécnicas e outras instituições do nível terciário não universitário em Lopez (2002). Esta expansão evidenciou a forte presença das universidades no âmbito da cidade e sua indiscutível repercussão na vida urbana e sua funcionalidade.

De acordo com Trindade (2001), a expansão das universidades na América latina

revela dois traços dominantes que se destacam depois da segunda metade do século XX e podem ser resumidos em termos de massificação e privatização. O primeiro se traduz no rápido crescimento da matrícula no ensino superior, e o segundo na tendência generalizada de expansão das instituições privadas. No mesmo sentido, no conjunto dos países de língua espanhola na América latina, se evidencia uma expansão das universidades públicas que se massificam progressivamente e que ao final de 1980, manifestam o fenômeno do crescimento das instituições privadas.

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,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, espetacular das instituições privadas que atualmente absorvem, mas de dois terços das matrículas do ensino superior conforme mostra a Tabela 2.

Tabela 2 - IES nas principais cidades do Brasil

Brasil Dados da Cidade Dados da Universidade

Capital Ext. km2 Habitantes Total Privada Publica

Belo horizonte 331 2.412.937 49 44 5

Brasília 5.802 2.455.903 76 74 2

Curitiba 435 1.797.408 54 50 4

Fortaleza 313 2.431.415 31 28 3

Porto Alegre 497 1.420.667 29 26 3

Recife 217 1.533.580 35 31 4

Rio de Janeiro 1.182 6.093.472 75 65 10

Salvador 707 2.892.625 51 48 3

São Paulo 1523 10.886.518 149 143 6

Fonte: IBGE, 2007

Comparando-se as taxas de crescimento da população universitária em cinco países representativos da América Latina (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e México) pode-se avaliar o ritmo deste crescimento. O México e a Colômbia apresentam os índices mais altos entre 1970 e 1990: o primeiro passa de 118.011 para 1.078.90 e o segundo, de 85.560 para 1.474.787. A Argentina e o Brasil expandem bastante sua população universitária, mas a velocidade é menos intensa do que o México e a Colômbia: de 274.634 (1970) e 1.077.212 (1990) e 430.473 a 1.570.860 BRUNNER (1989).

É a partir da segunda metade do século XX que começa o processo de expansão das instituições de ensino superior privado na América Latina: 25 instituições privadas são fundadas entre 1950 e 1960. Esta tendência se acelera no decênio seguinte, e este número dobrou para 50 novas instituições privadas. Até 1980, mantém-se um relativo equilíbrio entre público e privado: 152 e 134 respectivamente. A grande mudança em favor das instituições privadas teve lugar a partir da década de 80, pois o número de instituições privadas fundadas entre 1981 e 1995 é quatro vezes superior ao das públicas: 232 instituições privadas e somente 51 públicas (BRUNNER, 1989).

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,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, No Brasil, como mostra a Figura 2 o CENSO da Educação Superior (2005) registrou a participação de 2.165 Instituições de Educação Superior (IES). Posteriormente, o Censo da Educação Superior de 2007 registrou a participação de 2.281 IES, representando um incremento de 18 instituições em 2005 e 11 instituições em relação ao ano de 2006.

Figura 2 - Instituições, segundo a categoria Administrativa - Brasil - 2003 a 2005

Fonte: Censo 2005. Material do INEP

Como é possível observar na Tabela 3, o ritmo de aumento do número de IES decresceu. De acordo com o Censo uma das possíveis razões dessa tendência é a recorrente integração de instituições, por fusão ou compra, observada nos últimos anos. Cabe ressaltar, que esse declínio no ritmo de crescimento das IES não se refletiu na oferta de vagas, número de ingressos, matrículas e concluintes, que mantiveram um crescimento relativamente maior, como se constata no mesmo Censo. A distribuição de IES por categoria administrativa se aproximou à verificada no ano anterior, com 89% de instituições privadas e 11% de instituições públicas, divididas entre federais (4,6%), estaduais (3,6%) e municipais (2,7%). É importante salientar, que nos dados estão incluídas todas as IES que oferecem cursos de graduação (presencial e a distância).

Tabela 3. - Evolução do número de Instituições, pela categoria Administrativa - Brasil 2002 a 2007

Pública Ano Total %

Federal % Estadual % Municipal %

Priv. %

2002 1632 - 73 - 65 - 57 - 1442 -

2003 1859 13,6 83 13,7 65 0,0 59 3,5 1652 14,6

2004 2013 8,3 87 4,8 75 15,4 62 5,1 1789 8,3

2005 2165 7,6 97 11,5 75 0,0 59 4,8 1934 8,1

2006 2270 4,8 105 8,2 83 10,7 60 1,7 2022 4,6

2007 2281 0,5 106 1,0 82 -1,2 61 1,7 2032 0,5

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,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, Assim, é inegável que a Universidade como Instituição que possui uma estrutura física e humana e que gera sua atividade dentro da cidade, vai gerar uma dinâmica de usos, relações e impactos dentro da estrutura urbana que transcendem os âmbitos culturais e sociais, pois, também incidem na configuração física e espacial da cidade.

É possível então, afirmar que a universidade não é só um elemento a mais do setor terciário das cidades, é também, um dos elementos mais relevantes desse setor e como tal, tem um papel relevante dentro da funcionalidade da cidade, que condiciona a organização de seu território.

Discussão

Os dados demonstram um aumento significativo no numero de IES no contexto de América latina que é paralelo ao fenômeno de urbanização mencionado no estudo do CENTRO DAS NAÇÕES UNIDAS (2001) e nos dados da CEPAL (2008). Assim sendo, é evidente desde o ponto de vista espacial, o papel estratégico da universidade dentro do território da cidade e sua presença, seja com um modelo de campus fechado ou de Edifícios dispersos na cidade gera formas distintas, não só, de operacionalidade, conhecimento e produtividade como também, de articulação física com a cidade.

A localização de uma universidade gera vínculos com as áreas vizinhas onde é implantada, e vai gerar dinâmicas de serviços com a cidade tais como: fluxos, mobilidades, atividades, usos, serviços produzindo então vantagens, conflitos, nódulos, revitalizações, e em geral, afetação na vidanaeconomia e na espacialidade da cidade.

Um exemplo especifico onde é possível constatar o impacto que gerou a universidade na estrutura física da cidade, aconteceu em Bogotá capital da Colômbia, onde surgiu o Campus da Universidade Nacional que nasceu como na grande maioria das universidades que surgem nessa época, pela vontade transformadora do governo de turno que logrou consolidar o sonho de uma universidade publica nacional.

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Figura 3 – Localização do terreno para a construção da universidade. Bogotá Colômbia. Ano 1933.

Fonte: Plano de Regularización y Manejo. Universidade Nacional de Colômbia. 2005

Desde então a Universidade adquiriu um papel fundamental no processo de urbanização de Bogotá, e como mostra a Figura 4 sua localização estratégica, favoreceu o crescimento da cidade para a zona leste, eliminando assim o caráter linear apresentado até então pela cidade. Hoje em dia a Universidade encontra-se no centro geográfico da cidade.

Castell (2000) ao examinar a relação universidade-cidade reconhece o papel que

tem esta, como motor do crescimento econômico e tecnológico, porém, também assinala o papel que tem dentro da economia das cidades, em termos da produção de mão de obra qualificada e fomento a idéias inovadoras, destacando a importância dos campus universitários como elementos de dinamização e absorção de idéias de um tecido social mais amplo, que o da própria universidade.

Figura 4 – Localização da universidade no mapa Bogotá Colômbia. Anos 1933 – 1999

Fonte: Plano de Regularización y Manejo. Universidad Nacional de Colombia. 2005

1952: A Universidade na periferia da cidade. 1999: A Universidade no centro da Cidade

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Ao abordar a estrutura física da universidade, o autor reflete sobre o modelo de universidade concentrado num campus urbano, frente aquela com faculdades distribuídas no conjunto da cidade, para ressaltar, que o primeiro modelo parece mais eficaz frente á dispersão, que gera o segundo modelo que faz com que o trabalho interdisciplinar e a função de educação tenham muitas mais dificuldades por fatos tão simples, como que é muito mais difícil para os estudantes tomar aulas de distintas disciplinas, pelo tempo de deslocamento percorrido nas distâncias que isso implica dentro da cidade.

Para o autor, a noção de “Campus” é mais produtiva em termos culturais e de inovação e ao mesmo tempo, de integração com tecidos urbanos densos, e, por tanto, se

estabelece uma maior produtividade cultural, e por sua vez, urbana. A anterior reflexão acredita a importância que tem a universidade dentro da estrutura urbana, e como se estabelece uma relação direta, entre o modelo físico dela e o impacto que isso gera.

Conclusão

Este estudo revelou que desde o nascimento, as universidades têm desempenhado um papel destacado na história das cidades e são motor de desenvolvimento, não só cultural, como também social e econômico. Particularmente, o fenômeno de urbanização na América latina, e a conseqüente concentração da população nos centros urbanos foi fator decisivo no processo de massificação da universidade.

Muitas cidades não seriam o que são, sem a presença de suas universidades, sem a concentração de seus estudantes, suas bibliotecas, eventos e seminários. Por sua vez, o mundo universitário encontra os apoios e as atividades necessárias, para seu funcionamento nas redes que a cidade oferece.

A relação universidade cidade tem muitos séculos de existência, mais os particulares processos do século XX geram a necessidade de repensar os vínculos e compromissos, que se estabelecem entre si.

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,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, que tem frente á cidade para não ensimesmar-se, e ficar de costas ao contexto espacial. Deve assumir seu papel dentro da estrutura espacial da cidade considerando as incidências de sua localização, as afetações sobre os sistemas de mobilidade, as vantagens que gera sua localização sobre a economia dos usos do solo, a articulação com as redes de serviços e a incidência de adotar um determinado modelo espacial. Por sua vez, as cidades precisam gerar políticas que considerem a função universitária como uma função urbana de alto impacto territorial no nível local, regional e nacional e sua presença no âmbito urbano representa a oportunidade de gerar espaços de intercâmbio e articulação com as redes culturais e ambientais da cidade.

Agradecimentos

A Organização dos Estados Americanos (OEA) pelo financiamento do estudo através do programa de Bolsas Acadêmicas 2008.

Referência

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Imagem

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Tabela 3. - Evolução do número de Instituições, pela categoria Administrativa - Brasil 2002 a 2007  Pública
Figura 4 – Localização da universidade no mapa Bogotá Colômbia. Anos 1933 – 1999

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