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PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DO SERVIÇO DE SAÚDE: O CASO DO SETOR ODONTOLÓGICO DE UMA ENTIDADE SINDICAL

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Academic year: 2020

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DO SETOR ODONTOLÓGICO DE UMA ENTIDADE SINDICAL.

Denize Demarche Minatti Ferreira1 Janaína Gorges2 Luiz Everson da Silva3

Resumo: Em saúde pública, gerenciar resíduos significa não só controlar e diminuir os riscos, mas principalmente alcançar a minimização dos resíduos gerados, proporcionando melhor qualidade e eficiência dos serviços prestados por estabelecimentos de saúde. O manejo inadequado dos Resíduos dos Serviços de Saúde (RSS) cria situações de risco, ameaça a saúde da população e dos funcionários, principalmente no manuseio com os perfuro-cortantes, resíduos infectantes e químicos, além de apresentar riscos ao meio. Neste estudo é proposto um PGRSS como um modo de correção do manejo inadequado dos resíduos, permitindo o controle dos mesmos, e proporcionando à empresa uma nova visão, com um ambiente mais saudável para funcionários e usuários do sistema de saúde.

Palavras-chave: Gerenciamento de Resíduos. Resíduos dos Serviços de Saúde. Setor Odontológico. Entidade Sindical.

Abstract: In public health offices, waste management means not only track and reduce the risks, but mainly to achieve the minimization of waste generated, providing better quality and efficiency of services provided by health establishments. The inadequate management of wastes of Health Services (RSS) creates situations of risk, threatening the health of the people and officials, especially in handling with the punch-cutting, chemical and infectious wastes, and pose risks to the environment. This study proposed a PGRSS as a way to fix the inadequate management of waste, allowing the control of then, and providing to the company a new vision, with a more healthy environment for staff and users of the health system.

Keywords: Waste Management, Waste of Health Services. Odontologic Sector. Syndical Entity.

1 INTRODUÇÃO

Os resíduos sólidos constituem um dos principais problemas que presenciamos, porque além de poluírem o solo, a água e o ar, atraem animais vetores de doenças. Uma ação na origem do problema exige reflexão não somente sobre os resíduos, no aspecto

1 Bióloga. Doutoranda na área de Gestão do Conhecimento do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão

do Conhecimento (PPEGC) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), dminatti@terra.com.br

2 Administradora. Centro Universitário de Brusque (Unifebe). janainagorges@hotmail.com.br

3 Doutor em Química pela UFSC. Professor Adjunto I do Departamento de Química da Universidade Federal de

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material, mas também quanto ao seu significado, seu papel e sua contextualização cultural, e também sobre as relações históricas estabelecidas pela sociedade com os seus rejeitos. O avanço tecnológico trouxe vantagens e desvantagens, possibilitou conquistas no campo das ciências, mas contribuiu para o aumento da diversidade de produtos com componentes de difícil degradação e alto grau de toxidez.

O descarte inadequado de resíduos produz passivos ambientais capazes de comprometerem os recursos naturais e a qualidade de vida das atuais e futuras gerações.

Dentre os principais resíduos gerados pela sociedade estão os Resíduos dos Serviços de Saúde (RSS). A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente) vêm concentrando esforços no sentido de estabelecer diretrizes para a correta gestão e manuseio dos RSS.

O manejo inadequado dos RSS cria situações de risco e ameaça a saúde da população. A falta de conhecimento acerca dos mecanismos de gestão e a conscientização dos geradores podem ser consideradas outro fator agravante. Deste modo, elaborar e implantar um PGRSS (Programa de Gestão de Resíduos dos Serviços de Saúde) resulta na busca por minimização e organização dos resíduos na origem. Assim, o presente trabalho descreve e propõe a implantação de um PGRSS no setor odontológico que funciona numa Entidade Sindical, na cidade de Brusque, no estado de Santa Catarina.

2 SUPORTE TEÓRICO 2.1 GESTÃO AMBIENTAL

A fase atual da gestão ambiental global iniciou com a realização da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), realizada em 1992, no Rio de Janeiro. O acelerado ritmo de industrialização e o aumento populacional nas áreas urbanas, principalmente a partir de 1960 passaram a provocar impactos no meio ambiente, que podem ser vistos com maior intensidade nas grandes metrópoles brasileiras. Para Barbieri (2007, p. 25) administração, gestão do meio ambiente, ou simplesmente gestão ambiental são entendidos como diretrizes e atividades administrativas e operacionais, tais como, planejamento, direção, controle, alocação de recursos e outras realizadas com o objetivo de obter efeitos positivos sobre o meio

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ambiente, quer reduzindo ou eliminando os danos ou problemas causados pelas ações humanas, quer evitando que eles surjam.

Segundo Dias (2006, p.89), do ponto de vista empresarial, gestão ambiental é a expressão utilizada para se denominar gestão empresarial que se orienta para evitar, na medida do possível, problemas com o meio ambiente.

Conforme Robles Jr (2006, p.44), gestão ambiental consiste em um conjunto de medidas e procedimentos definidos e adequadamente aplicados que visam a reduzir e controlar os impactos introduzidos por um empreendimento sobre o meio ambiente.

Para ter melhor eficácia, esses conjuntos de medidas e procedimentos devem abranger desde a fase de concepção do projeto até a eliminação efetiva e contínua dos resíduos gerados, durante toda sua vida útil, contados a partir de sua implantação. O início de qualquer gestão de melhoria ou de mudanças culturais na organização deve-se dar, de preferência, através do planejamento estratégico da organização, a partir do ponto futuro desejado da empresa.

Para que uma empresa passe a trabalhar realmente com gestão ambiental é necessário passar por uma mudança em sua cultura empresarial; por uma revisão de seus paradigmas. Neste sentido, a gestão ambiental conforme QUADRO 1, tem se tornado uma das mais importantes atividades relacionadas com qualquer empreendimento.

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Se uma unidade produtiva, ao ser planejada, atender a todos os quesitos apresentados na tabela acima, através de ferramentas e procedimentos adequados, certamente ela atenderá a todas as necessidades existentes relativas à qualidade ambiental.

2.2 RESÍDUOS SÓLIDOS

A Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT define o lixo como os "restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis, podendo-se apresentar no estado sólido, semi-sólido ou líquido, desde que não seja passível de tratamento convencional”.

Conforme a Resolução CONAMA nº 005/1993, resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos são os que resultam de atividades de origens industriais, domésticas, hospitalares, comerciais, agrícolas e de serviços de varrição. Ainda incluídos nesta definição estão os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e controle de poluição, bem como determinados líquidos, cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de águas, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.

Em geral, as pessoas consideram o lixo como sendo tudo aquilo que é jogado fora e que não possui mais nenhuma utilidade, e resíduo como sendo as sobras do beneficiamento de produtos industrializados. Se cuidadosamente analisado, notar-se-ia que há muito mais do que simplesmente lixo, composto por vários outros tipos de resíduos. Os resíduos sólidos podem ser considerados:

 Por sua natureza física: seco ou molhado, o lixo seco geralmente é composto por materiais recicláveis (papel, lata plástico, etc) e o lixo úmido corresponde a parte orgânica, como as sobras de alimento, restos de poda, etc.

 Por sua composição química: matéria orgânica e matéria inorgânica;

 Pelos riscos potenciais ao meio ambiente, dividindo-se em Classe I, os perigosos e Classe II, os não perigosos, estes ainda se dividem em Classe IIA e Classe IIB, o primeiro refere-se aos resíduos não inertes, apresentam características como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade, como

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os restos de alimentos e o papel, e o segundo refere-se aos resíduos inertes, que não se descompõe facilmente (plástico e borrachas).

Quanto à origem dos resíduos, demonstrado no QUADRO 2, é uma outra forma de classificação, comumente usada nos cálculos de geração do lixo.

Com relação à responsabilidade pelo gerenciamento dos resíduos sólidos, pode-se agrupá-los em dois grandes grupos: resíduos sólidos urbanos caracterizam-se pelos resíduos domésticos, comerciais e públicos, enquanto os resíduos de fontes especiais abrangem os resíduos industriais, da construção civil, radioativos, de portos, aeroportos e terminais rodoviários, agrícolas e de serviços de saúde.

Os resíduos sólidos perigosos estão presentes naqueles gerados em domicílios e comércio, podendo ser destacado os metais pesados e os biológicos (infectantes). Neste grupo estão as baterias (inclusive de telefone celulares), pilhas e equipamentos eletrônicos em geral, pigmentos e tintas, lâmpadas fluorescentes, remédios, entre outros. Dentre os componentes biológicos presentes nos resíduos, destacam-se as bactérias, que pertencem à flora bacteriana humana. O contato com as pessoas ocorre através das vias respiratórias, com a inalação das partículas, durante a manipulação do produto, digestivas, ingerindo água poluída, frutos do mar, vegetais, peixes e outros alimentos contaminados, e pela absorção cutânea e mucosa. (QUADRO 3)

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A despeito dos resíduos de saúde, até a década de 80, os considerados perigosos, incluíam aqueles provenientes de hospitais, tornando-se comum utilizar o termo lixo hospitalar. Hoje se utiliza o termo Resíduo dos Serviços de Saúde (RSS) que engloba aqueles provenientes de estabelecimentos que prestam serviços de saúde.

De acordo com a ABNT/ NBR 12.807/93, o RSS é o produto residual, não utilizável, resultante de atividades exercidas pelo prestador de serviço de saúde. A RDC ANVISA n°306/04 e a Resolução CONAMA n° 358/2005 definem como geradores de resíduos de serviço de saúde todos os relacionados ao atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo, laboratórios analíticos para serviços de saúde, necrotérios, funerárias, serviços de

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medicina legal, drogarias e farmácias inclusive de manipulação, estabelecimento de ensino e pesquisa na área da saúde, centro de zoonoses, importadores, distribuidores, produtores de materiais farmacêuticos e/ou diagnósticos in vitro, unidades móveis de atendimento à saúde, serviços de acupuntura, serviços de tatuagens, dentre outros similares. Os RSS são importantes pelo potencial de risco que apresentam à saúde e ao meio ambiente e seguem a classificação apresentada no QUADRO 4.

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Podem ainda ser classificados em cinco grupos, conforme suas características e conseqüentes riscos que podem acarretar ao meio ambiente.

 Grupo A: Resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente, devido a presença de agentes biológicos. Exemplos: placas e lâminas de laboratório, carcaças, peças anatômicas (membros), tecidos, bolsas transfusionais contendo sangue, dentre outras.

 Grupo B: Resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente, devido a presença de componentes químicos. Exemplos: medicamentos apreendidos, reagentes de laboratórios, resíduos contendo metais pesados, dentre outros.

 Grupo C: Qualquer material resultante de processos radioativos que contenham radionuclídeos em níveis superiores. Exemplos: serviços de medicina nuclear, radioterapia, dentre outros.

 Grupo D: São resíduos que podem ser comparados com resíduos domiciliares, não apresentam riscos biológicos, químicos ou radiológicos saúde e ao meio ambiente. Exemplos: sobras de alimentos e do preparo de alimentos, resíduos das áreas administrativas, dentre outros.

 Grupo E: São matérias perfuro-cortantes ou escarificantes. Exemplos: lâminas de barbear, agulhas, ampolas de vidro, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, espátulas, dentre outros.

Com relação à destinação final, a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB 2000), do IBGE, mostra que 56% dos municípios dispõem seus RSS no solo, sendo que 30% deste total correspondem aos lixões. O restante deposita-se em aterros sanitários, controlados e aterros especiais.

No que se refere às formas de tratamento adotadas, os resultados mostram o predomínio da queima a céu aberto (cerca de 20%), seguida da incineração (11%). As tecnologias de microondas e autoclaves para desinfecção de RSS são adotadas somente por 0,8% dos municípios. Cerca de 22% dos estabelecimentos de saúde não tratam de nenhuma maneira seus RSS. (PNSB 2000, IBGE)

Para a ANVISA e o CONAMA esses resíduos representam um potencial de risco muito grande em duas situações:

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a) Para a saúde ocupacional de quem manipula esse tipo de resíduo, pessoas ligadas à assistência médico-veterinária ou ao setor de manutenção e limpeza. b) Para o meio ambiente, como decorrência da destinação inadequada de qualquer tipo de resíduo, alterando as características do meio.

Os riscos no manejo dos RSS se destacam principalmente nas falhas de acondicionamento e segregação de materiais perfuro-cortantes sem utilização de proteção mecânica. Por isso merecem atenção especial em todas as fases de manejo (segregação, condicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final), por apresentarem componentes químicos, radioativos e biológicos.

Vale lembrar para que a infecção ocorra é necessária a inter-relação entre os seguintes fatores: presença do agente; dose de infectividade; resistência do hospedeiro; porta de entrada; e via de transmissão.

2.3 GESTÃO INTEGRADA DOS RESÍDUOS DO SERVIÇO DE SAÚDE

A gestão compreende ações referentes à tomada de decisões nos aspectos administrativo, operacional, financeiro, social e ambiental e têm no planejamento integrado um grande instrumento no gerenciamento de resíduos em todas as suas etapas, possibilitando que se estabeleçam de forma sistemática e integrada, em cada uma delas, metas, programas, sistemas organizacionais e tecnologias, compatíveis com a realidade local.

Para a ANVISA nº 306/04, o gerenciamento dos RSS, consiste em um conjunto de procedimentos planejados e implementados, a partir de bases técnicas e científicas, normativas e legais. Tem o objetivo de minimizar a geração de resíduos e proporcionar aos mesmos um manejo seguro, de forma eficiente, visando a proteção dos trabalhadores e a preservação da saúde, dos recursos naturais e do meio ambiente.

Os estabelecimentos de serviços de saúde são responsáveis pelo gerenciamento de todos os resíduos por eles gerados, cabendo aos órgãos públicos a gestão, regulamentação e fiscalização.

Visto o grande volume de resíduos gerados e mal gerenciados pelas instituições de saúde, é inquestionável a necessidade de se implantar políticas de gerenciamento dos resíduos sólidos de serviços de saúde nos diversos estabelecimentos, como hospitais,

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centros universitários, farmácias, clínicas médicas, laboratórios, clínicas odontológicas, consultórios, ambulatórios, clínicas veterinárias, entre outros. (RSSS, 2008)

Para compreender a abordagem dos resíduos sólidos de serviços de saúde, é preciso compreender o conjunto de relações implicadas, desde o compromisso social, a ética e a responsabilidade presentes no exercício da profissão, como propriamente as ações que constituem o fazer na profissão, o manejo adequado dos resíduos nos locais de atuação, e as conseqüências dessas ações tanto para o próprio ambiente de trabalho, como para o meio ambiente e para a sociedade como um todo. (RSSS, 2008)

2.4 PLANO DE GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DO SERVIÇO DE SAÚDE (PGRSS)

O PGRSS é um documento essencial que aponta e descreve as ações relativas ao manejo dos resíduos. É uma oportunidade de o estabelecimento conhecer o que e quanto gera, e qual o destino dos resíduos que produziu. É um dos documentos integrantes no processo de licenciamento junto ao órgão ambiental. Deve contemplar medidas de envolvimento coletivo. O planejamento deve ser feito em conjunto com todos os setores definindo-se objetivos, responsabilidades e obrigações de cada um em relação aos riscos. (NEWSLAB, 2008)

Compete a todo gerador, elaborar seu PGRSS, estabelecendo condições para a segurança do processo de manejo dos resíduos, minimizando a produção e proporcionando aos gerados, encaminhamento seguro e eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, da saúde pública e do meio ambiente. (NEWSLAB, 2008)

O PGRSS deve obedecer a critérios técnicos, legislações sanitárias e ambientais, normas locais de coleta e transporte dos serviços de limpeza urbana, especialmente os relativos aos resíduos gerados nos serviços de saúde.

3 METODOLOGIA

Para realização dos objetivos propostos neste trabalho foi realizado um estudo de caso na Entidade Sindical. O estudo descritivo buscou a descrição da realidade atual do local de estudo e a proposição de um plano de gerenciamento de resíduos do serviço de saúde da organização.

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No trabalho foi observado e analisado qualitativamente diversos elementos que compõem um PGRSS, que segundo Appolinário (2004), é a modalidade de pesquisa na qual os dados são coletados e analisados subjetivamente pelo pesquisador.

Após o levantamento teórico, iniciaram-se os procedimentos para a coleta de dados necessários para a avaliação da situação da empresa diante do gerenciamento de resíduos. Para avaliação da situação atual da questão ambiental da empresa foi feita uma pesquisa de campo, que conforme Appolinário (2004) envolve a observação direta do fenômeno estudado, em seu próprio ambiente.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resíduos gerados pelas atividades do consultório foram identificados e classificados; sendo proposta uma forma de disposição adequada dos mesmos, contribuindo com a melhoria da qualidade do meio ambiente e da população.

Constatou-se que nas atividades odontológicas muitos resíduos são gerados (agulhas, seringas, gazes, bandagens, algodões, meios de culturas, sangue coagulado, luvas descartáveis, remédios com prazos de validade vencidos, instrumentos de resina sintética e filmes fotográficos de raios X). Podendo classificá-los como: Grupo A - infectantes, Grupo B - que possuem substâncias químicas, Grupo D - não possuem risco biológico e Grupo E - que são perfuro cortantes ou escarificantes. (QUADRO 5)

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Os resíduos gerados também podem ser classificados em Classe I, perigosos e Classe II, não perigosos, dentro da Classe II, poderia dividir em Classe IIA, não inertes que se decompõem mais rápido e Classe IIB, inertes que não se decompõem mais rápido.

Em relação a sua origem, são classificados como sendo de fontes especiais, pois contém resíduos de saúde, e quanto à utilização somente as embalagens de papelão e de álcool são recicláveis.

4.2 TEMPO DE DECOMPOSIÇÃO DE MATERIAIS

Visando fazer uma reflexão do impacto dos materiais na natureza, apresenta-se o tempo médio de decomposição dos materiais usados no atendimento odontológico, QUADRO 6 que acabam por entrar em contato com a natureza, quando não tratados de forma correta.

Ressalva-se que a incineração é o método mais indicado por serem resíduos infectantes, retirando-se papéis e plásticos que não estejam contaminados.

4.3 POTENCIAL INFECCIOSO AO MEIO AMBIENTE E À SAÚDE HUMANA

Os microorganismos presentes nos resíduos de serviços de saúde não tratados são potentes fontes de contaminação da saúde humana e ambiental, identificados no QUADRO 7, uma vez que sobrevivem por tempo considerável no interior do lixo hospitalar.

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A observância das técnicas corretas de manejo dos resíduos de estabelecimentos de serviços de saúde mostra-se necessária para garantir a segurança de funcionários, pacientes e visitantes. Não podendo deixar de citar que o meio e a população podem sofrer exposição aos riscos biológicos se não tiverem bem acondicionados, sem tratamento prévio e sem destino final adequado. No setor odontológico do Sindicato foram analisados todos os resíduos produzidos e se haveria necessidade de se fazer algum tipo de melhoria.

Verificou-se que:

 Todas as lixeiras existentes no consultório não possuem identificação diferenciada de resíduos, o que acarreta a mistura dos mesmos.

 O local onde fica o contêiner para armazenamento temporário dos resíduos está ao ar livre sem proteção, sujeito a proliferação de insetos e roedores.

 A coleta dos resíduos atualmente é feita 1 vez por semana. Ficando o resíduo muito tempo parado no ambiente.

 Os reveladores e fixadores radiográficos são descartados na rede de esgotamento sanitário, sem passar por tratamento antes do descarte.

 As embalagens de perfuro-cortantes estão sendo utilizadas acima do nível permitido (2/3 do volume), e não possuem símbolo, nem etiqueta de identificação.

Assim propõe-se que em relação à disposição dos resíduos, deve ser seguido o fluxograma para um melhor gerenciamento dos resíduos gerados nos consultórios, desde a coleta até o destino final. (FIGURA 1)

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Há quantidade significativa de resíduos gerados no consultório, a coleta deveria ser realizada duas vezes por semana, assim os resíduos não ficariam expostos às ações do tempo. Em relação ao armazenamento temporário, a solução encontrada foi fechar o local onde fica o contêiner, para impossibilitar a entrada de insetos e ratos, com paredes e pisos fáceis de lavação e desinfecção. Além das melhorias, observou-se que existem muitos outros benefícios decorrentes da implantação do PGRSS, além da sua importância para a entidade sindical. (QUADRO 8)

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A adoção do PGRSS foi percebida pela administração e funcionários como um adicional à qualidade dos serviços prestados, além de ser uma nova fonte de renda, pois muitos resíduos poderiam ser comercializados e, que por falta do cumprimento da legislação acabam perdendo esta característica por serem segregados e acondicionados de forma irregular.

Durante a caracterização dos resíduos dos consultórios, percebeu-se que todos são ricos em microorganismos patogênicos, muitos deles químicos, necessitando de um cuidado especial e diferenciado de acordo com a legislação vigente.

Muitos destes resíduos como os do grupo B (reveladores, fixadores e amálgamas) e do grupo D (plástico, metal, vidro, papel e papelão), podem passar por processo de recuperação e reciclagem para posterior aproveitamento aumentando a vida útil das valas sépticas e diminuindo os impactos causados no meio ambiente.

Vários são os impactos causados pelos resíduos de saúde, como a poluição do ar, das águas superficiais e subterrâneas e do solo, ocorrendo apenas quando os resíduos não forem dispostos de forma adequada, causando danos de difícil reversão. Para que estes danos sejam evitados é necessária uma ação efetiva em função das empresas para que elas desenvolvam políticas de gerenciamento voltadas ao meio ambiente – os SGA’s (Sistemas de Gestão Ambiental).

No processo de caracterização dos RSS do consultório odontológico, perceberam-se falhas no armazenamento e identificação dos mesmos. Na tentativa de minimizar esses problemas, sugeriu-se um PGRSS, conforme a Resolução RDC nº 306 da ANVISA de 2004.

O PGRSS surge como uma proposta de correção à forma de manejo que é dada aos resíduos e controle da poluição ao meio natural, assim, sua adoção, proporciona a empresa uma nova visão, com um ambiente mais saudável para os indivíduos que por ali transitam.

Após a análise do PGRSS foram propostas melhorias, havendo a implantação de algumas delas, sendo já perceptíveis os resultados, tanto para os funcionários, como para os pacientes.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As atividades humanas causam interferências ou alterações sobre um ecossistema, sensibilizando sua qualidade e seu equilíbrio. As avaliações dos impactos surgiram com maior significado na área industrial, já que os danos provocados por suas atividades são mais visíveis,

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porém deve-se recordar que outros segmentos empresariais também apresentam problemas, como é o caso da área de saúde.

A minimização da geração de resíduos dos serviços de saúde é o primeiro aspecto que deve ser considerado no conceito de prevenção à poluição, já que reduz eficientemente a quantidade de material perigoso que continuamente deixa certo processo. O gerenciamento ecologicamente correto proporciona, ainda, um diferencial no mercado através da agregação de valor aos serviços de saúde prestados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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