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ALCA Acordo de Livre Comércio das Américas
AMI Acordo Multilateral de Investimentos
BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento
BCB Banco Central do Brasil
BID Banco Interamericano de Desenvolvimento
BIRD Banco Mundial
BVRJ Bolsa de Valores do Rio de Janeiro
CDSA Central Elétrica Cachoeira Dourada S/A
CEG Companhia Estadual de Gás do Rio de Janeiro
CELB Companhia de Eletrificação da Borborema
CENF Companhia Energética de Nova Friburgo
CERJ Companhia de Eletrificação do Estado do Rio de Janeiro
CHESF Companhia Hidroelétrica de São Francisco
COELBA Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia
COELCE Companhia Energética do Ceará
COSERN Companhia Energética do Rio Grande do Norte
ECE Empresas de Capital Externo
EES Empresas Estatais
ENERGIPE Empresa de Energia de Sergipe
ESP Enviroment/System/Policy
EUA Estados Unidos da América
Glossário 3
FMI Fundo Monetário Internacional
Fbcf Formação Bruta de Capital Fixo
FGV Fundação Getúlio Vargas
GATT Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio
IED Investimento Externo Direto
IGPM Índice Geral de Preços de Mercado
IGP-DI Índice geral de preços - deflator implícito
IPEA Instituto de Pesquisa Econômica IRB Instituto de Resseguros do Brasil
LIGHT Companhia de Distribuição de Energia Elétrica do Rio de Janeiro
MERCOSUL Mercado Comum do Sul
NPI Novos Países Industrializados
OCDE Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico
OLI Ownership advantages / localização/ internalização
OMC Organização Mundial do Comércio
ONU Organização das Nações Unidas
OPEP Organização dos Países Exportadores de Petróleo
PAI Programa de Ação Integrada
PIB Produto Interno Bruto
PND Programa Nacional de Desestatização
PROER Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do
Sistema Financeiro Nacional
RAET Regime de Administração Temporária
RCT Revolução Científico Técnica
SAELPA Sociedade Anônima de Energia Elétrica da Paraíba
Glossário 4
SEST Secretaria Especial de Controle das Estatais
SFN Sistema Financeiro Nacional
SUMOC Superintendência da Moeda e do Crédito
TRIM Trade Related Investment Measures
UE União Européia
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Este documento entende a dinâmica da economia mundial, na atualidade, como reflexo do esgotamento de alguns dos elementos que respaldaram o período imediatamente anterior (1945–1973), atestando mudanças significativas em curso, tanto no âmbito político-ideológico, quanto nos mecanismos institucionais indispensáveis à atual estratégia de acumulação capitalista. Trata em especial do caso brasileiro – anos 90 –
destacando os investimentos externos diretos – IED, cujos fluxos líquidos apresentaram, no período em foco, crescimento extraordinário, como elemento fundamental da inserção internacional do país. Indica como determinantes e/ou condicionantes do fluxo de IED: a) a construção de um cenário macroeconômico de relativa estabilidade – implantação do Plano Real, b) O Programa Nacional de Desestatização – PND – facilitador da entrada do capital externo, via privatização; e c) a instauração do Programa de Estímulo à reestruturação e ao fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional – PROER – que estimulou fusões e aquisições transfronteiriças, especialmente no setor bancário. Considera, ainda, a política neoliberal praticada no Brasil, pós 1990, como responsável pela mudança de papel do Estado Nacional, que passou de produtor a regulador de um cenário propício ao desenvolvimento do capital privado, dando ênfase ao capital externo como forma de inserção do país no mundo globalizado.
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This document understands the dynamism of the world economy, as a consequence of the exhaustion of some of the elements that supported the period before (1945–1973), certifying significative changes in course, either in the political – ideological orbit or in the absolutely necessary institutional mechanisms for the recent strategy of capitalist acumulation. It is specially about Brazil – IED, that the liquid flux showed, in the period mentioned, an amazing growth, as an essential element of the insertion of the country in the international scenery. It indicates as determinants of the IED flux: a) the construction of a relative stable macroeconomic scenery – implantation of the Real plan, b) the National Program of unstating factories – PND – which makes easier the access of foreign capital, by privatization and c) the implantation of the PROER, a program that stimulates the restructuring and the fortification of the national financial system, and stimulated fusions and bordering acquisitions, specially in the bank area. It considers the neoliberal policies used in Brazil, after 1990, as responsible for the changes in the characteristics of the National State, that changed from productor to controller of a scenery that tends to the development of private capital, emphasizing the foreign money as a way to put the country into the globalized world.
Key words: globalization; Brazilian economy; IED; privatizations; fusions; 90’s.
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1.1 Estratégias político-ideológicas em mudança ... 27
1.1.1 Do Keynesianismo ao Neoliberalismo ... 27
1.1.2 Da inadequação do Aparato Institucional existente ... 43
1.2 Evolução conceitual da dinâmica econômica internacional ... 56
1.2.1 Internacionalização ... 58
1.2.2 Multinacionalização ou transnacionalização ... 59
C CCooonnnsssiiidddeeerrraaaçççõõõeeesss FFFiiinnnaaaiiisss ... 61
C CCAAPAPPÍÍÍTTTUUULLLOOO 222 G GGlllooobbbaaallliiizzzaaaçççãããooo eee IIInnnvvveeessstttiiimmemeennntttooosss EEEssstttrrraaannngggeeeiiirrrooosss I IInnntttrrroooddduuuçççãããooo... 64
2.1 Teorias da Globalização ... 66
2.1.1 A globalização enquanto superação positiva ... 66
2.1.2 A globalização enquanto superação negativa ... 81
2.2 Teorias sobre o Investimento Externo Direto ... 97
2.2.1 Abordagem dos Custos de Transações ... 100
2.2.2 Abordagem Eclética ... 102
2.2.3 Abordagem Sintética ... 105
C CCooonnnsssiiidddeeerrraaaçççõõõeeesss FFFiiinnnaaaiiisss ... 106
2.3 Fluxos de Capital na era global – origens e destino ... 107
Sumário 8
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IInnntttrrroooddduuuçççãããooo ... 123
3.1 Breve retrospectiva da presença do capital externo no Brasil ... 125
3.1.1 Século XX ... 126
3.1.2 Do milagre à crise – décadas de 70 e 80 ... 128
3.2 O Brasil face a nova conjuntura internacional – anos 90 ... 138
3.2.1 A caminho do neoliberalismo (1990-94) ... 138
3.2.2 Conjuntura brasileira pós 1995 ... 151
C CCooonnnsssiiidddeeerrraaaçççõõõeeesss FFFiiinnnaaaiiisss ... 162
C CCAAAPPPÍÍÍTTTUUULLLOOO 444 D DDeeettteeerrrmmmiiinnnaaannnttteeesss eee///ooouuu CCCooonnndddiiiccciiiooonnnaaannnttteeesss dddooo fffllluuuxxxooo dddeee I IInnnvvveeessstttiiimmmeeennntttooo EEExxxttteeerrrnnnooo DDDiiirrreeetttooo (((IIIEEEDDD))) nnnooo BBBrrraaasssiiilll pppóóósss 11199999955 5 I IInnntttrrroooddduuuçççãããooo ... 172
4.1 Brasil versus fluxo de IED na década de 90 ... 174
4.2 Privatizações no Brasil e fluxo de IED ... 191
4.2.1 Antecedentes ... 191
4.2.2 O Programa Nacional de Desestatização – PND ... 194
4.3 A Importância do Programa de Estímulo a Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (PROER) na atração de recursos externos ... 213
C CCooonnnsssiiidddeeerrraaaçççõõõeeesss FFFiiinnnaaaiiisss ... 224
C CCAAAPPPÍÍÍTTTUUULLLOOO 555 C CCaaappptttaaaçççãããooo dddeee RRReeecccuuurrrsssooosss EEExxxttteeerrrnnnooosss ––– IIIEEEDDD ––– PPPaaarrraaaíííbbbaaa///BBBrrraaasssiiilll S SSeeetttooorrreeesss dddeee EElElleeetttrrriiifffiiicccaaaçççãããooo eee IInInnttteererrmmmeeedddiiaiaaçççãããooo FFFiiinnnaaanncncceeeiiirrraaa I IInnntttrrroooddduuuçççãããooo eee CCCooonnsnssiididdeeerraraaçççõõeõeess s MMeMeetttoododdooollólóógggiiiccacaasss ... 225
5.1 Processos de Privatizações na Paraíba – CELB e SAELPA ... 228
Sumário 9
5.1.2 O Caso da SAELPA ... 232
5.2 Fusões e aquisições no segmento da intermediação financeira 236 5.3 Resultados do Inquérito ... 245
C CCooonnnsssiiidddeeerrraaaçççõõõeeesss FFFiiinnnaaaiiisss ... 252
C CCOOONNNCCCLLLUUUSSSÕÕÕEEESSS ... 257
B BBIIIBBBLLLIIIOOOGGRGRRAAAFFFIIIAA A CCCOOONNNSSSUUULLLTTTAADADDAA A ... 270
A AANNNEEXEXXOOOSSS ... 281
1. Plano Real – Histórico Constitucional ... 282
2. Conjunto de leis e medidas provisórias que dispõem sobre o Plano Real ... 295
3. Legislação Pertinente ao PND ... 343
4. Medida Provisória relativa ao PROER ... 350
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Tabela 1.1 Taxas anuais de crescimento em países escolhidos e
OCDE (1960-85) ... 31
Tabela 1.2 Taxas anuais de crescimento – mundo e países indus- trializados (1960-79) ... 32
Tabela 1.3 Taxas de crescimento médio da produtividade industrial Países escolhidos (1960-92) ... 32
Tabela 1.4 Taxas anuais de crescimento – mundo e países indus- trializados (1980-92)... 36
Tabela 1.5 Resultado das rodadas do Gatt (1947-92) ... 45
Tabela 2.1 Crescimento da renda nos países desenvolvidos – taxa média anual países selecionados (1960-97) ... 78
Tabela 2.2 Taxa média anual de lucro nos Estados Unidos da América . 80
Tabela 2.3a Entradas de IED – economias escolhidas (1989-94-2000) ... 108
Tabela 2.3b Saídas de IED – economias escolhidas (1989-94-2000) ... 109
Tabela 2.3c Taxas anuais de crescimento – entradas de IED – economias escolhidas (1989-94-2000) ... 109
Tabela 2.4 Globalização econômica – indicadores (1986-97-2000) ... 113
Tabela 2.5 Estoques de IED – entradas e eaídas (1990-95-2000) ... 114
Tabela 2.6 Principais economias receptoras de IED (1985-2000) ... 115
Tabela 2.7 Investimentos diretos no Brasil – distribuição por país de origem (1995-2000) ... 118
Tabela 2.8 Investimentos externos diretos – aplicação por setor econômico (1995-2000) ... 120
Tabela 3.1 Indicadores econômicos do Brasil – década de 70 ... 130
Lista de Tabelas 11
Tabela 3.3 Indicadores econômicos do Brasil (1990-92) ... 144
Tabela 3.4 Indicadores econômicos do Brasil (1990-95) ... 148
Tabela 3.5 Indicadores econômicos do Brasil (1995-00) ... 158
Tabela 3.6 Planos de estabilização X indicadores econômicos – década de 90... 169
Tabela 4.1 Principais países receptores de IED (1986-99) ... 175
Tabela 4.2 Fusões e aquisições transfronteiriças (1990-97) ... 178
Tabela 4.3 Indicadores econômicos – taxa média de crescimento
(1990-99) ... 183
Tabela 4.4 Taxa média de crescimento da economia brasileira por
setor de produção (1990-99) ... 184
Tabela 4.5 PIB, formação bruta de capital fixo e investimento externo direto – Brasil (1990-2000) ... 186
Tabela 4.6 Mudanças na forma de controle das estatais (1979-90) ... 193
Tabela 4.7 Total de privatizações no Brasil na década de 90 ... 201
Tabela 4.8 Decomposição anual das receitas da privatização (1991-98) ... 203
Tabela 4.9 Participação estrangeira no processo de privatização
no Brasil (1996-98) ... 206
Tabela 4.10 Participação estrangeira no processo de privatização dos
serviços públicos no Brasil (1991-98) ... 209
Tabela 4.11 Privatizações estaduais – resultados acumulados (1996/00) . 212
Tabela 4.12 Participações estrangeiras em instituições financeiras no país ... 218
Tabela 4.13 Distribuição relativa dos bancos brasileiros por
atividade e origem do capital (1998-99) ... 219
Tabela 4.14 Ativos em bilhões de reais dos maiores bancos do Brasil (1994-98-2000) ... 222
Lista de Tabelas 12
Tabela 5.1 Distribuição da rede bancária paraibana – origem do capital e número de agências (2000) ... 238
Tabela 5.2 Origem do capital dos cinco bancos aqui investigados ... 238
Tabela 5.3 Classificação dos bancos estrangeiros na Paraíba, no
ranking dos 50 maiores do Brasil ... 243
Tabela 5.4 Fatores condicionantes da vinda de IED para o Brasil –
intensidade ... 247
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Gráfico 1.1 Taxas anuais de crescimento – mundo e países Indus-
trializados (1980-92) ... 36
Gráfico 2.1 Evolução da captação de IED pelo Brasil (1995-2000) ... 116
Gráfico 2.2 Principais investidores externos no Brasil (1996) ... 119
Gráfico 2.3 Principais investidores externos no Brasil (2000) ... 119
Gráfico 2.4 Distribuição setorial de IED no Brasil (1996) ... 120
Gráfico 2.5 Distribuição setorial de IED no Brasil (2000) ... 120
Gráfico 3.1 Evolução do setor real – década de 70 ... 130
Gráfico 3.2 Fbcf e taxa de crescimento do PIB – Anos 80 ... 134
Gráfico 3.3 Dinâmica inflacionária da “Era Collor” ... 140
Gráfico 3.4 Dinâmica do setor real na “Era Collor” ... 144
Gráfico 3.5 Dinâmica inflacionária (1990-95) ... 148
Gráfico 3.6 Investimento externo direto (1995-2000) ... 158
Gráfico 3.7 Evolução das taxas de juros, PIB e Fbcf (1995-99) ... 158
Gráfico 4.1 Evolução das privatizações ... 201
Gráfico 4.2 Distribuição relativa das privatizações por esfera de poder – década de 90 ... 201
Gráfico 4.3 Comportamento das receitas das privatizações – década de 90 ... 203
Gráfico 4.4 Maiores investidores externos – privatizações dos serviços no Brasil – década de 90 ... 210
Lista de Gráficos 14
Gráfico 4.6 Distribuição relativa dos bancos brasileiros por patrimônio
líquido e origem do capital (1998-99) ... 219
Gráfico 4.7 Agências bancárias – comportamento (1994-99) ... 223
Gráfico 4.8 Postos eletrônicos – comportamento (1994-99) ... 223
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Quadro 2.1 Formas alternativas de penetração nos mercados externos. 103
Quadro 3.1 Distribuição geográfica do investimento internacional da Grã-Bretanha (1913) ... 126
Quadro 3.2 Grau de internacionalização da indústria de transformação por país (1988) ... 129
Quadro 4.1 Amostra de grandes empresas brasileiras compradas por grupos estrangeiros (1994-2000) ... 189
Quadro 4.2 Principais bancos vendidos no Brasil (1995-98) ... 217
Quadro 4.3 Bancos mais rentáveis no Brasil (1999) ... 221
16
Aos meus pais,
Paulo
e
Geralda
;
meu companheiro,
Eneas
;
e nossos filhos,
Yago
,
Yêska
e
Yuska.
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Este trabalho não teria se concretizado sem o apoio de um conjunto de
amigos/colegas e familiares que, de uma forma ou de outra, se fizeram
importantes para nossa tomada de decisão de vencer desafios, mesmo quando
os obstáculos pareceram intransponíveis. Sendo assim, aqui expresso meu
agradecimento a todos eles e em especial:
Aos professores Nelson Rosas Ribeiro e Manoel Barcelos, que juntos
deram-me estímulo suficiente para a escolha da Universidade Técnica
de Lisboa como ambiente propício ao desenvolvimento deste
doutoramento.
Ao Professor António Romão, que, sensibilizado com as dificuldades
com as quais me deparei, quando da negativa de bolsa por parte das
instituições de fomento brasileiras, enquanto presidente do Conselho
Diretivo da Universidade de destino, possibilitou minha regularização
frente ao ISEG/UTL.
Ao Professor António Mendonça, pelas significativas observações e
sugestões relativas à escolha do objeto de estudo mais específico e à
elaboração do trabalho em si, quando na função de orientador,
acatando nossas formulações sem deixar de emitir preciosas
reflexões, as quais, de certa forma, determinaram a última forma
Agradecimentos 18
para mim, mais do que um orientador acadêmico, mas também o
indispensável elo que me vinculou ao ISEG/UTL durante todo o
período de doutoramento.
À banca examinadora em toda sua extensão, que sugeriu
reformulações do documento provisório, no intuito de lapidá-lo e
enriquecê-lo, oportunizando maior reflexão e cuidado para com o texto
final.
A Izabel Moura, pela presteza com que atuou em sua função de
secretária da pós-graduação da universidade de destino, sempre
solícita e dedicada a fornecer informações institucionais,
imprescindíveis à manutenção da nossa regularidade junto ao curso.
À professora Luiza Alves Marinho (Chefe do DEF – UFPB), pela forma
eficiente com que encaminhou as questões relativas ao meu
afastamento, para a conclusão deste trabalho, bem como pela
disposição demonstrada para propiciar, dentro de suas possibilidades,
apoio logístico à finalização deste.
Ao Prof. Marcos Brasileiro (Vice-reitor da UFPB) pela atenção
dedicada às nossas solicitações durante o doutoramento.
Ao Prof. Alexandre Gama (Pró-reitor para Assuntos do Interior), pela
distinção no atendimento aos nossos requerimentos de última ordem.
Aos meus pais e familiares, sem exceção, que, acompanhando de
Agradecimentos 19
permitiram que eu fraquejasse, acreditando nas minhas
potencialidades, o que me serviu de estímulo, sem o qual a finalização
deste teria sido muito mais difícil.
Em especial, destaco o amor dos meus três filhos e a presença
diuturna do meu esposo, como a força que me animou e impeliu a
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O trabalho aqui exposto cumpre requisito básico à obtenção do título de
doutor junto ao Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade
Técnica de Lisboa, tendo sido elaborado de acordo com os princípios básicos
contidos no Projeto de Trabalho apresentado ao Conselho Científico do referido
Instituto, em março de 1996, e aprovado em maio do mesmo ano.
O projeto referido indicava como objeto de estudo mais geral "a inserção
da economia brasileira no contexto da globalização", delimitava como espaço
temporal da investigação "a década de 90" e como objetivos mais específicos
"a busca dos elementos determinantes ou condicionantes da referida inserção",
além da repercussão desta a nível político e econômico.
O processo de investigação levado adiante delineou com maior clareza
aqueles objetivos, ao identificar os "investimentos externos diretos (IED)" como
elemento chave para o entendimento da forma de inserção da economia
brasileira no mundo globalizado; indicou ainda os processos de "fusões e
aquisições transfronteiriças" e as "privatizações" ocorridas no Brasil, durante a
década de 90, como sendo vias amplamente utilizadas pelo IED e portanto de
especial interesse para o estudo em foco; além disso, permitiu identificar o
Estado-Nação brasileiro, em sua adequação ao receituário neoliberal contido
no Consenso de Washington, como o agente dinamizador deste processo ao
criar cenários macroeconômicos atrativos ao capital externo e instrumentos
Introdução Geral 21
o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema
Financeiro Nacional (PROER).
O documento que se segue encontra-se estruturado de forma a permitir
uma seqüência lógica de análise, que contempla elementos teóricos, históricos
e conjunturais, cuja culminância se dá com uma pesquisa empírica no Setor
Serviços, nos segmentos da intermediação financeira e da energia elétrica, em
um dos Estados do Brasil – a Paraíba –, como ilustração do processo
analisado ao longo do trabalho.
A realização deste trabalho enfrentou dificuldades desde o início,
quando a candidata, ao ser aceita para o doutorado, não obteve êxito na
solicitação de bolsa de estudo, o que impediu sua transferência para Lisboa,
onde teria acesso mais direto à orientação acadêmica, uma vez que seu
orientador, Prof. Dr. António de Ascenção Mendonça, ali reside e trabalha. Este
impedimento resultou na manutenção da candidata no Brasil, assumindo suas
obrigações contratuais junto à Universidade Federal da Paraíba em paralelo ao
trabalho de pesquisa relativo ao doutorado, fato que impossibilitou sua
consecução durante os três primeiros anos do curso. Na realidade, somente
nos últimos dois anos foi possível a dedicação integral ao trabalho de tese,
bem como obter orientação mais presente do Prof. Dr. António Mendonça, por
ocasião de suas visitas à Universidade Federal da Paraíba.
Além deste tipo de dificuldade, meramente operacional, surgiram outras
mais ligadas ao trabalho de pesquisa em si, como a relativa escassez de
Introdução Geral 22
análise da realidade em curso – globalização. De forma semelhante, as
abordagens teóricas sobre os Investimentos Externos Diretos, também não se
constituem em paradigmas acabados que possam ser aplicados como respaldo
à análise dos movimentos desta forma de capital.
Além disso, nos deparamos com dificuldades de ordem operacional na
coleta de dados junto aos bancos e às empresas, objetos da investigação, uma
vez que, por se tratarem de agências de menor porte, situadas no interior do
Brasil, encontram-se distantes das matrizes, e a autonomia de seus dirigentes
locais, para fornecer as informações solicitadas, é praticamente nula. Todos
tiveram que remeter os questionários às matrizes, o que acarretou um atraso
considerável na coleta do material básico para a elaboração do último capítulo.
Contudo, a experiência de desenvolver um trabalho deste porte, sem
auxílio-bolsa, distante do orientador e da Universidade de destino, significou
um desafio que se tentou e se supõe ter sido superado, com a conclusão deste
documento, cujo benefício maior resulta em favor da academia, na qual
continuaremos a desempenhar as funções de ensino, pesquisa e extensão,
fortalecidas no âmbito da economia brasileira e internacional.
A tese aqui exposta encontra-se estruturada em cinco capítulos. O
primeiro deles, trata das principais mudanças ocorridas em termos de
economia internacional, nas últimas décadas, tanto em nível político-ideológico,
quanto no aparato institucional existente, dando ênfase à evolução conceitual
Introdução Geral 23
transnacionalização e globalização), concluindo que a economia global ainda é
uma realidade em construção.
O Capítulo 2, trata especificamente de algumas das principais
abordagens teóricas existentes sobre Globalização e sobre o Investimento
Externo Direto, identificando, de forma semelhante à realidade constatada no
capítulo anterior, que, em nível teórico, inexiste um paradigma capaz de
respaldar a leitura da dinâmica econômica atual, sendo necessário entender as
diversas abordagens como elaborações teóricas em andamento, o que exige
do investigador um esforço para fazer do empírico sua base e seu referencial
de análise. Por esta razão é que o item 3 deste capítulo constitui-se de uma
leitura de dados sobre os movimentos internacionais do elemento IED, na era
global.
A inserção do Brasil na economia mundial durante os anos 90 é a tônica
do Capítulo 3, no qual se identificam: a) o rompimento com o padrão de
acumulação de capital, presente no país desde a década de 50; b) a
penetração da ideologia neoliberal nos ditames da política econômica
brasileira, a partir da década de 90; e c) os reflexos disto na conjuntura
econômica pós 1995.
Em seguida, o Capítulo 4 trata dos determinantes e/ ou condicionantes
da dinâmica assumida pelo elemento IED frente à economia brasileira, durante
os últimos anos da década de 90, destacando o Programa Nacional de
Introdução Geral 24
Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (PROER), como instrumentos
de eficácia comprovada na captação de recursos externos.
A ilustração da tese é o conteúdo do Capítulo 5, que, através de um
estudo de caso, contempla dois processos de privatizações de empresas
distribuidoras de energia elétrica e cinco casos de fusões/aquisições
transfronteiriças de empresas de intermediação financeira, ocorridas no
período em foco, todas situadas no Estado da Paraíba – Brasil.
Enfim, as considerações finais do trabalho vão no sentido de que a
inserção brasileira no mundo globalizado tem-se verificado, principalmente,
através dos fluxos de capital internacional, sob a forma de investimento externo
direto (IED), fato este propiciado pelo cenário macroeconômico construído na
década de 90, cuja estabilidade monetária conseguida vem servindo de atrativo
aos recursos externos, além de alguns instrumentos ativados na captação do
capital sob a forma de IED. Pode-se deduzir ainda que o Estado brasileiro, ao
longo da década de 90, ao implantar uma política de corte neoliberal, não se
afastou da economia, mas somente mudou de papel, ao deixar de atuar como
Estado produtor, para assumir o papel de Estado construtor e mantenedor de
um ambiente favorável ao desenvolvimento do capital privado, com destaque
para o capital externo.
Dessa forma, a função específica do Estado, enquanto estado
capitalista, ou seja, a função de garantir a acumulação de capital, permanece