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A importância das redes sociais, da internet e das redes sociais online na mobilidade dos estudantes brasileiros do ensino superior para Portugal

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Academic year: 2021

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A IMPORTÂNCIA DAS REDES SOCIAIS, DA INTERNET E DAS

REDES SOCIAIS ON-LINE NA MOBILIDADE DOS ESTUDANTES

BRASILEIROS DO ENSINO SUPERIOR PARA PORTUGAL

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Juliana Chatti Iorio2

RESUMO

Este artigo discorrererá sobre um dos pontos desenvolvidos na minha tese de doutorado, que tem estudado a motivação dos estudantes brasileiros do ensino superior para a escolha de Portugal na construção de seus projetos de mobilidade estudantil internacional. Parto destes princípios: a) as redes sociais que se formam entre migrantes e não migrantes são importante auxílio para a perpetuação dos sistemas migratórios; b) na atual sociedade do conhecimento, as novas tecnologias da informação e da comunicação (NTIC), com especial atenção para o uso da internet, passaram a ser fundamentais para a formação e manutenção dessas redes; e c) a partir da introdução das redes sociais on-line, sobretudo com a utilização do Facebook, o acesso às redes sociais tornou-se mais fácil. Com eles, pretendo perceber até que ponto esses três fatores têm contribuído para a migração dos estudantes brasileiros do ensino superior para Portugal. Os resultados obtidos por meio das fontes secundárias de informação e do trabalho de campo desenvolvido no âmbito da pesquisa citada anteriormente indicam que as redes sociais, fortalecidas pelo uso da internet e do Facebook, ainda que não sejam determinantes para a decisão de estudar no exterior e a seleção do país de destino, têm auxiliado com informações que contribuem para a escolha da instituição de ensino, a organização da migração e a construção do imaginário da vida em Portugal.

PALAVRAS-CHAVE: Mobilidade estudantil internacional; Brasil; Portugal; Redes sociais; Novas tecnologias da informação e da comunicação.

THE IMPORTANCE OF SOCIAL NETWORKS, INTERNET AND

ONLINE

SOCIAL NETWORKS ON THE MOBILITY OF BRAZILIAN

STUDENTS OF HIGHER EDUCATION TO PORTUGAL

ABSTRACT

This article is based on one of the points developed in my PhD thesis, which studied the motivation of Brazilian students of higher education to choose Portugal in the construction of their international

1Trabalho submetido em 09/07/18 e aprovado em 29/11/18. Para citar este artigo: IORIO, J. C. A importância

das redes sociais, da internet e das redes sociais online na mobilidade dos estudantes brasileiros do ensino superior para Portugal.Cadernos de Estudos Sociais, Recife, v.33, n. 2, [in press], jul./dez., 2018. Disponível

em: < http://periodicos.fundaj.gov.br/index. php/CAD>. Acesso em: dia mês, ano. [v. em edição].

2Doutora em Migrações pelo Instituto de Geografia e Ordenamento do Território (IGOT), Centro de Estudos

Geográficos (CEG), da Universidade de Lisboa (ULisboa), com pesquisa financiada pela Fundação para Ciência e a Tecnologia (FCT) em Portugal. Possui Mestrado em Comunicação e Indústrias Culturais pela Universidade Católica de Lisboa e Especialização em Estudos Avançados em Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa. Concluiu, em dezembro de 2018, o projeto, “Trajetórias de mobilidade estudantil internacional: estudantes brasileiros no ensino superior em Portugal”, no IGOT/ CEG/ ULisboa. Jornalista de profissão, já trabalhou para diversos órgãos de comunicação e para o Alto-Comissariado para as Migrações, em Portugal. E-mail: julianaiorio@campus.ul.pt

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study projects. Assuming that: (1) the social networks between migrants and non-migrants are an important consideration to the perpetuation of migration systems; (2) that in the current information society, the New Information and Communication Technologies, with special attention to the use of the Internet, have become fundamental for the formation and maintenance of these networks; and (3) that from the introduction of online social networks, especially Facebook, access to social networks has become easier–the objective of this study was to understand to what extend these three factors have contributed to the migration of Brazilian students of higher education to Portugal.The results obtained through secondary sources of information and the field work developed in the above mentioned research, indicate that social networks, strengthened by the use of the Internet and Facebook–although not decisive for the decision to study abroad and for the selection of the country of destination –have helped individuals choose educational institutions, organize migration processes and construct the general imaginary perception of life in Portugal.

KEYWORDS: International student sobility; Brazil; Portugal; Social networks; New Information and Communication Technologies.

LA IMPORTANCIA DE LAS REDES SOCIALES, INTERNET Y

LAS REDES SOCIALES EN LÍNEA SOBRE LA MOVILIDAD DE LOS

ESTUDIANTES BRASILEÑOS DE EDUCACIÓN SUPERIOR A

PORTUGAL

RESUMEN

En este artículo se presenta uno de los puntos desarrollados en mi tesis doctoral, que estudió la motivación de los estudiantes universitarios brasileños para la elección de Portugal, en la construcción de sus proyectos estudiantiles internacionales. Suponiendo que: (1) las redes sociales que se forman entre los migrantes y no migrantes son una ayuda importante para la perpetuación de los sistemas de migración; (2) que en la actual sociedad delainformación, las Nuevas Tecnologías de la Información y Comunicación, con especial atención al uso de la Internet, pasaron a ser fundamentales para la formación y mantenimiento de estas redes; y (3) que a partir de la introducción de las redes sociales online, sobre todo con la utilización de Facebook, el acceso a las redes sociales se ha hecho más fácil – la intención de este estudio es de observar hasta qué punto estos tres factores han contribuido a la migración de estudiantes brasileños de educación superior a Portugal. Los resultados obtenidos a través de las fuentes secundarias de información y del trabajo de campo desarrollado en el ámbito de la investigación antes mencionada, indican que, las redes sociales, fortalecidas por el uso de Internet y de Facebook, aunque no sean determinantes para la decisión de estudiar en el extranjero y para la elección del país de destino, han de hecho ayudado a elegir la institución educativa, organizar la migración, y construirel imaginario de la vida en Portugal.

PALABRAS CLAVE: Movilidad estudiantil internacional; Brasil; Portugal; Redes sociales; Nuevas Tecnologías de la Información y Comunicación.

1 INTRODUÇÃO

No final do século XX, Giddens (1991, p. 27) já havia referido que o início da “pós-modernidade” ou “sociedade pós-industrial” possibilitou “arrancar” o espaço do tempo,

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fomentando relações entre “ausentes”, localmente distanciados de qualquer inteiração face a face. Para esse autor, nas chamadas “instituições sociais modernas”, diminuíram-se os custos com meios de comunicação e transporte, o que permitiu conectar o local e o global de uma forma que seria impensável em sociedades anteriores. Pode-se dizer, portanto, que houve um “alongamento” das relações sociais em escala mundial, graças às novas tecnologias da informação e da comunicação (NTIC).

Concomitantemente, a ênfase no livre comércio começou a estimular uma mobilidade cada vez maior do que autores como Salt (1997) – ainda no século XX – e Brandi (2006) – já no século XXI – chamaram de “altamente qualificados”; e Altbach e Knight (2007) chamaram de “acadêmicos”. Ou seja, como forma de promover o desenvolvimento econômico, começou-se a estimular o investimento em conhecimento em nível global e isso fez emergir a chamada “sociedade do conhecimento”.

Mas visto que, por um lado, o conhecimento passou a ser notado como uma forma de promover o desenvolvimento econômico de um país e, por outro lado, as novas formas de comunicação e transporte permitiram que esse conhecimento estivesse mais acessível para maior número de pessoas, os estudiosos contemporâneos da mobilidade/migração estudantil internacional começaram a considerar diversos fatores (e não só os de caráter econômico ou individual) para explicarem esse tipo de mobilidade. Assim, utilizando a “teoria das redes” formulada por Massey et al. (1993), passaram a apontar as redes sociais como um fator relacional por meio do qual o estudante, ainda no país de origem, conseguiria aceder a outros estudantes (e não só) do país de destino (fossem esses da mesma nacionalidade ou não), de modo que isso poderia influenciar a escolha do país, da localidade e da universidade de destino (ARAÚJO, 2007; BROOKS; WATERS, 2010; DELICADO, 2008; FURUKAWA; SHIRAKAWA; OKUWADA, 2013; GLOVER, 2011; KING, 2002; LI et al., 1996; MAZZA, 2008; MAZZAROL; SANTOS, 2008; SOUTAR, 2002; VAN MOL; MICHIELSEN, 2015; VERTOVEC, 2002; VIDEIRA, 2013).

Se, por um lado, a existência de redes relacionais e/ou institucionais poderia contribuir para a escolha do destino, por outro lado, visto que a apropriação da tecnologia originou as chamadas redes sociais on-line, virtuais ou digitais – fazendo emergir “novas modalidades de sociabilidade sem paralelo no mundo offline ou determinismo geográfico” (AMARAL, 2016, p. 271) –, tornou-se fundamental perceber como os atores envolvidos começaram a mover-se

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nessas duas diferentes dimensões de análise, ou seja, no relacionamento com suas redes sociais e redes sociais on-line.

Parto, portanto, da hipótese de que, na atual sociedade do conhecimento, o uso da internet passou a ser fundamental para a formação e manutenção das redes sociais que auxiliam os que pretendam estudar em outro país, e que com o aparecimento das redes sociais on-line, principalmente do Facebook, o acesso às redes sociais ficou mais facilitado. Assim, tendo como base as informações obtidas por revisão bibliográfica, das fontes secundárias de informação e do trabalho desenvolvido pelo estudo citado anteriormente , objetivo responder às seguintes questões:

1 – qual é o peso que as redes relacionais e/ou institucionais, que os estudantes brasileiros do ensino superior estabelecem, exercem sobre esse tipo de mobilidade e perpetuação desse movimento?;

2 – ainda que a televisão continue a ser o meio de comunicação predominante no Brasil, de acordo com a Pesquisa Brasileira de Mídia (BRASIL, 2015) o brasileiro passou a gastar, em média, 5 horas do seu dia conectado à internet. Entre os usuários com ensino superior, 72% já acediam à internet todos os dias. Assim, até que ponto os estudantes brasileiros, que optaram por vir para o ensino superior português, utilizaram a internet para construírem seus projetos de mobilidade estudantil internacional e em que medida isso influenciou suas escolhas?;

3 – considerando ainda que, segundo essa mesma pesquisa, 83% dos internautas destacaram o Facebook entre as redes sociais on-line mais utilizadas, é possível afirmar que os estudantes brasileiros que vieram para Portugal utilizaram o Facebook para delinear e concretizar seus projetos de mobilidade? Ou seja, de que forma a utilização dessa rede social on-line influenciou suas decisões?

2 UMA BREVE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA: A IMPORTÂNCIA DAS REDES SOCIAIS E DAS REDES SOCIAIS ON-LINE PARA A MIGRAÇÃO QUALIFICADA

Faist (2010) já havia salientado que as aspirações individuais, sociais, políticas e econômicas, que influenciavam a decisão de migrar, podiam ser conectadas pelas redes sociais e pelo capital social de cada indivíduo. Baseando-se na “força dos laços fracos” de

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Granovetter, de 1973, Faist relembrou que os laços existentes em cada rede de migrantes poderiam ser “fortes” (caracterizados pelo contato cara a cara dos atores envolvidos), ou “fracos” (caracterizados por relações indiretas), e que as relações sociais entre esses indivíduos encontravam-se num nível “meso” de análise, ou seja, num nível que deveria conectar, pelo capital social, os níveis “micro” (individual) e “macro” (estrutural). Assim, a abordagem das redes sociais, que havia sido preconizada por Massey, et al. (1993), de acordo com Faist (2000 apud PINHO, 2012), passou a contribuir para a percepção de como se articulavam as dimensões estruturais e individuais nas migrações, na medida em que as redes migratórias conseguiam ligar o fluxo de migrantes entre as áreas de origem e destino, o stock de migrantes que residiam no país de destino e o fluxo de migrantes que retornavam para o país de emigração.

Todavia, De Haas (2010) veio referir que as redes sociais só facilitariam a migração se os membros dessas tivessem acesso aos recursos (ou capitais) necessários que permitiriam que ela ocorresse. Assim, considerou que as redes, como tais, não seriam suficientes para explicar a migração, visto que poderia haver migrantes sem recursos necessários para “ajudar”, e outros, que apesar de possuírem tais recursos, não estariam dispostos a fazê-lo. Além disso, segundo esse autor, os migrantes “altamente qualificados” seriam mais capazes de migrar sem o auxílio de redes devido seus altos níveis de capital econômico, cultural e humano. No entanto, ainda que se admita que os “altamente qualificados” sejam capazes de migrar sem o auxílio de redes, será que não é justamente por causa dessa capacidade que possuem maior facilidade em comunicar e travar conhecimentos com diversos indivíduos espalhados pelo mundo, formando e participando de diferentes redes? Nesse caso, a comunicação e a troca de conhecimentos estabelecidas poderão, de alguma forma, contribuir para esse tipo de mobilidade.

Por outro lado, em 1999, Castells já havia chamado a atenção para como a revolução tecnológica, a inovação e a expansão da comunicação e da “era informacional” passaram a influenciar a geopolítica global. Nesse contexto, a emergência de uma sociedade mais centralmente baseada na informação, como meio de criação do conhecimento, só foi possível devido ao desenvolvimento das NTIC (BECHI, 2011).

Assim, a internacionalização do ensino superior foi reconfigurada, de modo a cumprir a função de produtora e propagadora desse conhecimento, ou, como referiu Desidério (2006), a mobilidade internacional dos estudantes consolidou-se como um importante mecanismo à

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manutenção dos vínculos transnacionais, pois nela passaram a circular não só pessoas, mas, sobretudo, ideias que podiam favorecer o intercâmbio de expressões, saberes, signos, regiões e culturas.

No entanto, Salt (1997) havia defendido que as NTIC poderiam vir a reduzir a migração internacional dos “altamente qualificados”, uma vez que o conhecimento passou a poder ser transferido de outras maneiras que não implicavam a presença física dos envolvidos. Tratava-se, portanto, de “espaços de interação social desterritorializada”, que remetiam para “espaços sociais simbólicos”, potenciados pelas comunicações mediadas por computador (AMARAL, 2016). Porém, se é fato que esses novos meios de comunicação vieram facilitar a pesquisa e o ensino a distância, também não se pode descurar que esses mesmos meios passaram a aguçar, cada vez mais, a vontade e a curiosidade de estudantes e pesquisadores de irem estudar no exterior (IORIO; FONSECA, 2017). Tendo como base o imaginário das possibilidades e condições globais que lhes poderiam ser ofertadas, esses estudantes passaram a “calcular” como seria possível aproveitar toda essa “interconectividade global” (RIZVI, 2011).

Dessa forma, o século XXI passou a ser considerado um século de fluidez e abertura, impulsionado, em grande medida, pelas NTIC que, por sua vez, deram origem a novas formas de interligação transnacional (RIZVI, 2011).

Assim, se transportarmos o que Faist (2010) havia propagado acerca das redes sociais para o contexto das redes sociais on-line, considerando “fortes” os laços já existentes entre as pessoas fora do ambiente digital (e que podem prolongar-se nessa esfera) e “fracos” aqueles estabelecidos com desconhecidos por meio desse meio, mas que se suportam no interesse mútuo do conteúdo destas redes (SATURNINO, 2015; AMARAL, 2016), pode-se dizer que, ao construir e/ou participar de “espaços on-line”, os “estudantes-migrantes” passaram a ativar seus capitais sociais e a criar ou inserir-se em redes de apoio e sociabilidade, que poderiam auxiliá-los tanto no planejamento e implementação dos seus projetos migratórios, como contribuir para a integração deles no país de destino.

É, no entanto, válido argumentar que qualquer outro grupo de usuários de uma rede social on-line, e não somente os estudantes e/ou migrantes, poderia criar espaços de interação e conversação nessa esfera virtual, facilitando não só a mobilidade estudantil internacional, mas qualquer outro tipo de experiência contemporânea (IORIO; FONSECA, 2017). Contudo, não se pode esquecer que, antes de mais nada, o grupo de que se fala deverá ter acesso à

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internet. Apesar de esta ter crescido exponencialmente, passando de 16 milhões de usuários, em 1995, para mais de 1 bilhão em 2005 e aproximadamente 2 bilhões em 2011 (GURUZ, 2011) e de, em julho de 2016, 46,1% da população mundial já possuir acesso a ela (AMARAL, 2016), o fato é que esse acesso ainda não contempla todos os grupos sociais (PAPACHARISSI, 2009). Portanto, há que se ter em conta que os estudantes universitários fazem parte de um grupo seleto de pessoas, tendencialmente mais propensas à utilizarem a internet e as redes sociais virtuais.

Logo, a difusão digital global acabou por facilitar certos aspetos da mobilidade estudantil internacional, visto que, hoje, entre o grupo dos estudantes (do terceiro ciclo, mas não só) o uso da internet é cada vez mais comum e, por intermédio dela, é muito mais fácil obter informações e ter acesso às opiniões sobre universidades, faculdades e cursos no exterior. Como referiu Amaral (2016, p. 18), “o comportamento das gerações mais novas está a ser, progressivamente, e com a introdução da técnica no contexto escolar e no quotidiano, alterado pelas novas tecnologias e pela rede cibernética”. Assim, “a lógica da Internet como plataforma de rede social facilita às pessoas a oportunidade de se associarem a outros com quem partilham interesses, encontram novas fontes de informação e publicam conteúdo e opinião”.

Segundo Amaral (2016), foi a partir de 2004, com a proliferação da social media, que uma mudança de paradigma social e comunicativo passou a ter como base as plataformas de rede social on-line. Os softwares sociais vieram potenciar a interação social, transformando o que antes era uma relação de sentido único (proporcionada pelos meios de comunicação de massa), em uma interatividade bidirecional (proporcionada pelos computadores e acesso à internet). Por isso, para aqueles que tivessem acesso à essa tecnologia, plataformas como Facebook poderiam se apresentar como uma “nova ágora”, combinando o poder do capital humano e social com o potencial de comunicação global da web social (AMARAL, 2016, p. 20-21).

Dessa maneira, a migração dos “altamente qualificados” não foi reduzida, como previa Salt (1997), e cada vez mais os migrantes começaram a criar e/ou participar em sites, blogs, páginas pessoais e “comunidades” virtuais para falarem, também, sobre as suas experiências migratórias (IORIO; FONSECA, 2017). Nessa apropriação da internet, o estudante também passou a criar espaços de interação e conversação que tendiam “a homogeneizar e diluir as

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singularidades e imprevisibilidades que constituem as experiências migratórias contemporâneas” (MEZZADRA apud COGO, 2015, p. 92).

Mas até que ponto os estudantes brasileiros que vieram para o ensino superior português utilizaram a internet e redes sociais on-line, como o Facebook, para buscar informações sobre o país, a localidade e a universidade de destino, em que medida isso influenciou suas decisões e se contribuiu, de alguma forma, para a construção e perpetuação de seus projetos migratórios, é o que veremos adiante.

3 FONTES DE INFORMAÇÃO E METODOLOGIA

Como um dos esforços primordiais dos estudos de caso prende-se com a pesquisa documental sobre o fenômeno estudado (COLLAZOS, 2009), este estudo partiu da análise da documentação disponível sobre a comunidade de estudantes brasileiros no ensino superior em Portugal.

Dessa maneira – e apesar de saber-se que, devido aos laços históricos/culturais, a mobilidade dos estudantes brasileiros para o ensino superior português existe desde o período em que o Brasil foi colônia de Portugal –, verificou-se, por meio dos dados disponibilizados pela Direção Geral de Estatísticas da Educação e Ciências (Dgeec3) de Portugal que se, até

2008/2009, os estudantes angolanos e cabo-verdianos foram a nacionalidade estrangeira mais numerosa no ensino superior português, a partir deste ano letivo o número de estudantes brasileiros os ultrapassou, transformando-se no maior grupo de estudantes estrangeiros em Portugal. Assim, no ano letivo de 2015/2016, os dados disponibilizados no site da DGEEC já apontavam para um total de 33.097 estudantes estrangeiros, dos quais 8.710 (26,32%) eram brasileiros4.

3Dados obtidos por meio da comunicação de Pedreira e Roriz (2012).

4Aqui importa salientar que um ano letivo (em Portugal), ou ano acadêmico (no Brasil), refere-se ao período do

ano no qual são desenvolvidas as atividades escolares efetivas. Em Portugal, esse ano tem início em setembro e termina em junho do ano seguinte. Por isso, um ano letivo é denominado por dois anos, por exemplo, 2008/2009.

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Quadro 1 – Estudantes brasileiros, angolanos e cabo-verdianos no ensino superior português entre 2006 e 2016

Fonte: DGEEC.

Com base em dados mais pormenorizados adquiridos com a Dgeec e outras fontes secundárias e privilegiadas de informação (como os diretores e/ou vice-diretores das faculdades e/ou institutos que mais haviam recebido estudantes brasileiros até então), dividiu-se o trabalho de campo em duas etapas.

Primeiramente realizaram-se entrevistas, semiestruturas e em profundidade, com os estudantes brasileiros do ensino superior que estavam, ou já haviam estado, em Portugal para estudar (ao todo foram concretizadas, entre outubro de 2014 e abril de 2015, 52 entrevistas). Com base nas respostas obtidas pelas entrevistas, elaborou-se um questionário (o qual foi avaliado, reavaliado e validado por meio de “testes-piloto”) que foi “alojado” numa plataforma on-line, pela qual qualquer brasileiro que estivesse há pelo menos três meses em Portugal, e cujo motivo da vinda para esse país tivesse sido os estudos, poderia respondê-lo. A opção pelo formato on-line prendeu-se com a tentativa de atingir o maior número de estudantes brasileiros que estavam no ensino superior português. O questionário, hospedado no aplicativo Google Docs, ficou disponível entre 22 de outubro de 2015 e 31 de janeiro de 2016 e sua divulgação deu-se enviando o link dele para todas as instituições de ensino superior em Portugal e, também, compartilhando-o em comunidades no Facebook. Isso permitiu chegar aos 666 questionários respondidos, dos quais 449 foram considerados válidos.

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Assim, por intermédio de uma metodologia que privilegiou a complementaridade entre diferentes fontes de informação e métodos de recolha e análise de dados, foi possível construir um modelo analítico que possibilitou compreender o processo de desenvolvimento do fluxo migratório de estudantes brasileiros do ensino superior para Portugal, dentro do qual, ao analisar as informações que esses estudantes tinham do país, da cidade e da instituição de destino antes de migrarem e de que forma obtiveram essas informações, foi possível perceber se já possuíam redes sociais, de que forma essas foram estabelecidas, se utilizaram a internet e redes sociais on-line como o Facebook e se isso foi fundamental para a construção e manutenção dos seus projetos de mobilidade.

4 A ANÁLISE DOS DADOS OBTIDOS COM O TRABALHO DE CAMPO: O QUE DIZEM OS ESTUDANTES BRASILEIROS QUE VIERAM PARA O ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS?

O aumento no número de bolsas ofertadas pelo Governo brasileiro, a intensificação dos acordos de cooperação com universidades estrangeiras e uma situação socioeconômica mais favorável no Brasil podem explicar o maior interesse dos estudantes brasileiros do ensino superior em projetos de mobilidade estudantil internacional (FONSECA; ESTEVES; IORIO, 2015), mas não são suficientes para explicar a escolha pelo país de destino. A pesquisa em andamento verificou que foram fatores de ordem individual, como o domínio da língua portuguesa (já que o Brasil ainda possui um défice de aprendizado em outros idiomas) e a vontade de conhecer outra cultura (mesmo que fosse uma cultura semelhante), que motivaram a escolha por Portugal. Portanto, como já havia referido Albuquerque (2008), o conhecimento da língua do país de acolhimento talvez seja o elemento do capital social de maior relevância para o migrante, visto a importância da comunicação para a interação desses indivíduos. Assim, mesmo antes de chegar a Portugal, a partilha do mesmo idioma possibilitou estabelecer relações que, de alguma forma, auxiliaram essa mobilidade.

No questionário, apesar de 69,5% terem referido que a organização da ida para Portugal foi feita “sozinha” (o que pode levar a crer que, para tal, não obtiveram nenhum tipo de ajuda), 57,2% disseram ter contado com “a ajuda de familiares e/ou amigos e/ou conhecidos no Brasil”; 41% com a “a ajuda de familiares e/ou amigos e/ou conhecidos em Portugal”; e ainda houve quem referisse assistência obtida em instituições de destino (34,1%) e origem (22,7%).

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Nas entrevistas, JO (20145), que emigrou com uma bolsa do programa “Humanas sem

Fronteiras” (contando financeiramente com esse tipo de ajuda institucional), também referiu ter tido um outro tipo de auxílio: “a minha namorada morava numa república aqui (no Brasil) e uma das meninas que dividia o quarto com ela havia ido para a Universidade de Évora dois anos antes. Então, todas as nossas dúvidas foram tiradas com ela.” Já LU (2013), que veio de um acordo entre universidades, disse ter recebido ajuda de estudantes da sua instituição de origem que, entretanto, já estavam há um ano em Portugal: “eles me ajudaram com informações em relação ao custo de vida daqui, me deram algumas dicas…”. Houve ainda quem referisse à assistência de familiares (brasileiros) que já viviam em Portugal, como D (2011), que afirmou que “quem realmente facilitou muito a minha vinda para cá, foi a minha tia (que já vivia em Lisboa)”, e CR (2008) que disse ter sido assistida pela irmã que já residia na cidade do Porto. Alguns ainda referiram o apoio dado por professores e/ou pelas instituições de destino, “recebi muita ajuda da universidade, no que se refere a alojamento e informação” (L, 2008).

Verificou-se, portanto, que tendo a assistência material assegurada (bolsas, acordos de cooperação entre universidades, ou mesmo devido a uma situação econômica mais favorável no Brasil, que possibilitou que mais indivíduos pudessem custear os estudos no exterior), os estudantes começaram a procurar “outras formas de assistências”, o que na maioria dos casos traduziu-se em busca por informações obtidas de pessoas no Brasil ou em Portugal, ou pelas próprias instituições de ensino. Esse estudante procurou, portanto, criar e manter redes que poderiam auxiliá-lo no projeto migratório.

No entanto, qual foi o peso das redes que se estabeleceram com pessoas em Portugal? No questionário, apenas pequena parte referiu que “conhecidos a viver no exterior” (12%) ou “conhecidos na instituição de destino” (18,9%) influenciaram a decisão de estudar no exterior. Poucos foram os que afirmaram que já tinham contatos com familiares, amigos ou conhecidos a viver em Portugal (20,9%) ou com amigos, conhecidos ou professores em universidades portuguesas (22,7%).

Portanto, ainda que se tenham estabelecido redes com pessoas que já viviam em Portugal, elas não exerceram grande influência sobre os projetos de mobilidade desses estudantes.

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A maioria dos inquiridos acreditou, mesmo, ter organizado a ida para Portugal “sozinho” – 99% disse ter buscado informações sobre o país na internet e 65,4% obteve estas informações pelas redes sociais on-line:

M (2012), por exemplo, acreditou ter organizado tudo sozinha, uma vez que fez “muita pesquisa pela Internet”. No entanto, contradisse essa crença nos momentos em que também referiu: “quem me passou algumas dicas foi uma pesquisadora lá da Universidade”, “eu tinha contato com uma aluna que já tinha ido para lá, ela me deu algumas recomendações da cidade”, “a professora me deu uma carta de aceite e algumas sugestões de moradias para eu pesquisar” e “o filho de um conhecido da minha mãe, que estuda direito lá, me deu alguns documentos sobre a universidade”.

Também LV (2014), que havia referido: “eu acho que fiz tudo muito sozinha mesmo…”, lembrou que: “eu tive algumas informações das pessoas pelo Facebook”.

Por isso, apesar de M e LV acreditarem terem organizado suas viagens sem a ajuda de ninguém, sempre houve uma assistência, ainda que ao nível de informações, o que implicou o estabelecimento de contatos com outras pessoas e a possibilidade de criar redes. Desse modo, apesar do estudante considerar que a busca por informações se trata de um ato solitário, a partir do momento em que ele recebe as informações de outras pessoas (presencialmente ou on-line), ele cria ligações que poderão contribuir para a preparação e manutenção de seus projetos migratórios.

Mesmo que, a priori, o estudante parta para a busca de informações sem um capital social elevado, é por meio dessa busca que, muitas vezes, ele irá estabelecer as redes de contato que poderão ampliar esse capital e auxiliar esse tipo de mobilidade.

JÚ (2011), por exemplo, disse que soube de Coimbra por um amigo, “e através desse meu amigo, ele me apresentou outras pessoas que estudavam lá, e eu comecei a trocar e-mail com elas”. Ou seja, pela troca de e-mails com desconhecidos (do estabelecimento das chamadas “redes fracas”) JÚ conseguiu ampliar o capital social que, posteriormente, veio a auxiliá-la na migração.

Portanto, essa troca de e-mails com desconhecidos, essa busca por informações, apesar de não ser determinante para a concretização desse tipo de mobilidade (como a assistência material o é), pode servir como um incentivo (um fator de atração) para a perpetuação desse sistema migratório:

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Como referiu T (2010): “quando eu criei essa possibilidade (concorrendo a uma bolsa Erasmus), eu procurei pessoas que tivessem tido contato com a Universidade de Coimbra, e eles me recomendaram muito a universidade”.

Mas, apesar de 41% admitirem que organizaram a viagem com “a ajuda de familiares e/ou amigos e/ou conhecidos em Portugal”, poucos foram os que afirmaram que já tinham contatos com familiares, amigos ou conhecidos em Portugal (20,9%) ou em universidades portuguesas (22,7%). Essa aparente contradição fez-me perceber que, ainda que não existissem contatos prévios com conhecidos em Portugal; o período que antecedeu a viagem foi marcado por maior aproximação com desconhecidos pela internet e isso fez com que muitos estudantes passassem a considerar a ajuda desses desconhecidos como sendo a de “conhecidos”, ainda que fossem “conhecidos virtuais”. Assim explicou MA (2015):

Eu procurei alguns grupos de estudantes brasileiros em Portugal, no Facebook, e aí eu conheci um pessoal antes, um pessoal que faz transfers, uns passeios (a VIVAP – uma escola que também realizava serviço de transfer para estudantes), e aí eu combinei e eles foram me pegar de carro lá, foram pegar mais uma galera no aeroporto.

Essa estratégia, definida pela tentativa de participação num grupo homogêneo, numa “comunidade imaginada”, numa espécie de “família ampliada” – que se une em torno de uma condição comum, de uma “crença compartilhada” –, já havia sido explicada por Saturnino (2015), em seu estudo sobre a extinta rede social on-line: o Orkut.

Ainda que estejamos a falar de pessoas com maior capital cultural (DE HAAS, 2010), poucos eram os que tinham informações socioeconômicas (para além de que Portugal estava a atravessar uma crise financeira) e regionais/demográficas (para além de já terem ouvido falar nas cidades de Coimbra, Lisboa e Porto). O conhecimento prévio passava, então, pela história aprendida na escola e por uma “história” mais contemporânea, divulgada pelos meios de comunicação social e, por vezes, por amigos e/ou conhecidos. A alusão ao fado, ao bacalhau, ao pastel de Belém, ao fato de ser um país europeu, de língua portuguesa e “de primeiro mundo”, eram as poucas informações que a maioria dos entrevistados referiu ter, como uma espécie de “senso comum” que todos os brasileiros deveriam saber.

Foi somente após esses estudantes decidirem por Portugal, que partiram em busca de mais informações: “Quando eu decidi vir estudar em Portugal, eu corri atrás para saber como era a vida em Portugal…” (ROB, 2013); “Quando eu soube dessa história do ENEM, eu já

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sabia de Coimbra, mas não sabia a fundo sobre a universidade. E aí eu fui pesquisar melhor…” (TH, 2014).

Dessa maneira, a internet apresentou-se como uma ferramenta útil para o estabelecimento desses primeiros vínculos: “Quando eu fiquei sabendo, eu entrei na Internet e fui estudar o país, a região que eu iria ficar…” (RO, 2014).

O motor de busca Google, seguido pelo acesso direto a sites institucionais, blogs, sites não institucionais e redes sociais on-line, foram as ferramentas mais utilizadas. Entre essas redes digitais, o Facebook foi a mais citada pelos entrevistados (apesar dos mais antigos também terem referido o extinto Orkut), indo ao encontro da Pesquisa Brasileira de Mídia 2015 (BRASIL, 2014) que também já havia destacado a preferência dos brasileiros (83%) por essa rede: “Foi tudo pelo Google mesmo… depois, essa parte da acomodação, a gente foi pelo Facebook, a gente encontrou grupos de acomodação” (JO, 2014).

Portanto, o estudo empírico efetuado confirmou que, munidos dos recursos necessários para a concretização da migração e uma vez tomada essa decisão, a internet e as redes sociais virtuais, como o Facebook, contribuíram com informações que facilitaram esse processo (IORIO; FONSECA, 2017).

5 CONCLUSÕES

Como foi visto, após a decisão de estudar no exterior (motivada por uma situação econômica mais favorável no Brasil e pelos incentivos governamentais e institucionais ofertados por esse país) e da escolha por Portugal (motivada por fatores como a língua e a cultura), pode-se dizer que as informações obtidas por meio de familiares, amigos, conhecidos – ou até mesmo desconhecidos –, para além das próprias instituições de origem e/ou destino, auxiliaram a migração dos estudantes brasileiros para o ensino superior português.

Ainda que essas informações não tenham sido determinantes para a decisão de estudar no exterior (uma vez que esses estudantes só tomaram essa decisão após terem asseguradas as condições materiais para migrar) e nem para a escolha do país de destino (uma vez que eles só saíram em busca de informações quando já sabiam que iriam para Portugal), pode-se dizer que elas auxiliaram a escolha da instituição de ensino, a organização da migração e a

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construção do imaginário da vida que teriam em Portugal. Desse modo, o uso da internet na atualidade tem-se mostrado essencial para esse tipo de migração.

Visto que o brasileiro passou a gastar mais tempo do seu dia conectado à internet e que entre os usuários com ensino superior, 72% já acediam à internet todos os dias (BRASIL, 2015), não foi surpresa descobrir que, também nessa amostra, 99% dos inquiridos utilizaram a internet para buscar informações sobre Portugal. Entre as redes sociais on-line mais utilizadas, também não surpreendeu descobrir que o Facebook foi a mais citada pelos entrevistados.

Portanto, o desenvolvimento das NTIC tem permitido a evolução da sociedade da informação, mas ainda continuam sendo as pessoas com um capital cultural mais elevado as que têm maiores possibilidades de aceder às “novas” tecnologias. Essas pessoas veem, muitas vezes, o uso das NTIC como ato um solitário, cuja procura por informações é algo que se faz sem ajuda, mas, na realidade, elas fazem parte de um grupo “seleto” de pessoas (PAPACHARISSI, 2009) que conseguem obter algum tipo de apoio por meio dessas tecnologias, ainda que seja somente ao nível da informação. Assim, por intermédio da internet são capazes de alargar e potencializar uma troca simbólica com outros intervenientes, o que acaba por permear os seus universos (SATURNINO, 2015).

Nesse caso, ainda que as redes sociais estabelecidas não tenham sido determinantes na concretização da migração, pode-se dizer que elas vêm auxiliando a propagação desse sistema migratório, uma vez que as informações procuradas/divulgadas têm acontecido, maioritariamente, via internet, e as redes sociais virtuais, sobretudo o Facebook, funcionado como uma espécie de “assistência imaterial” que, por vezes, pode se tornar “material”.

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