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Revista Científica do ISCTAC Vol. 4, Nº 11, 2017

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Academic year: 2020

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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA ALBERTO CHIPANDE

Rua Correia de Brito n˚ 952, Tel. +25823320794

REVISTA CIENTÍFICA DO ISCTAC

Propriedade do ISCTAC

Vol. 04, Ano IV, Edição Nº 11, Abril - Junho de 2017 Registo: Nº 82/GABINFO-DEC/2014

www.isctac.org Email: revistaisctac@isctac.org

DESTAQUES:

A Importância do Plano de Negócio Para o Sucesso das Pequenas e Medias Empresas

Desafios de Economia de Desenvolvimento: Uma Analise de Mercado Selvagem Face aos Sectores Económicos

Desenvolvimento Regional e a Relação Entre a Sustentabilidade e o Lazer no Espaço Urbano

Paradiplomacia dos Municípios: Desafios dos Municípios Moçambicanos diante do fenómeno autonomia nos mercados internacionais

Globalização e/ou Religião – Cristã Protestante – e a Influência Sobre a Cultu-ra Moçambicana: Analise Sobre um Prisma Crítico

Situação do Acervo Bibliográfico nas Bibliotecas Moçambicanas: Estudo de Caso nas Cidades de Maputo e Beira

Ferramentas Tecnológicas ao Serviço do Ensino na Escola Sesi-Senai/ Catalão: Caso de Kit Lego

Natureza Jurídica da Decisão Arbitral no Ordenamento Jurídico Moçambicano

Resenha da Obra: A Educação Como Projecto: Desafios de Cidadania

Nº 11

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EMISSÕES DIÁRIAS DAS 06 AS 20H, NA CIDADE DA BEIRA

“ACADÉMICA FM UM NOVO CONCEITO DE RADIO”

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Director da Revista

Júlio Taimira Chibemo, PhD jtchibemo@gmail.com

Editor da Revista

Prof. Msc. Emílio J. Zeca emiliojovando@gmail.com

Registo Nº 82/GABINFO-DEC/2014

Propriedade:

Instituto Superior de Ciências e Tecnologia Alberto Chipande Rua Correia de Brito, Nº 952

Cidade da Beira - Moçambique revistacientífica@isctac.org

www.isctac.org

REVISTA CIENTÍFICA DO ISCTAC

Volume 4 Número 11 Abril - Junho de 2017 Ano IV

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Ficha Técnica:

Propriedade: ISCTAC.

Director: Júlio Taimira Chibemo, PhD.

Conselho Editorial: Prof. Dr. Rizuane Mubarak; Prof. Dr. Fábio D`Ávila; Prof. Prof. Dr. Júlio Taimira Chibe-mo; Prof. Msc. Emílio Zeca.

Editor: Prof. Msc. Emílio J. Zeca

Redacção: Ruth Cremilde João Cherene Simoco, Jorge Serrão Conhaque João, Rodrigo Sant´Ana Nogueira, Jubeda de Anunciação Mesquita Sadique Nurmomade, Paulo Sandro Aboobacar de Sousa, Rizuane Mubarak, PhD, Alexandre António Timbane, Omar Ouro-Salim, Elcimara Rabel e Prof. Dr. Júlio Taimira Chibemo.

Distribuição: ISCTAC. Beira, Junho de 2017.

REVISTA CIENTÍFICA DO ISCTAC

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NOTA EDITORIAL

A

presente edição da Revista Científica do ISCTAC resulta da compilação de um conjunto de traba-lhos propostos pelos professores, investigadores e estudantes da pós-graduação dos cursos ministra-dos pelo Instituto Superior de Ciências e Tecnologias Alberto Chipande. Esta edição inicia com o texto que versa sobre a importância do plano de negócio para o sucesso das pequenas e medias empresas. Texto postula que o plano de negócio é, sem dúvida, uma ferramenta essencial para a gestão do empreendimento, pois o simples exercício da ela-boração do plano de negócios implica um aprendizado, onde o empreendedor responde a perguntas mínimas refe-rentes à sobrevivência do seu empreendimento: o quê? quando? como? onde? a que custo? Este exercício tem a potencialidade de aumentar a probabilidade de longevida-de do negócio a ser longevida-desenvolvido. Dessa forma. o planea-mento é uma função estratégica, entretanto, na maioria das vezes, acaba sendo colocada em segundo plano pelos empresários, entretanto ter uma noção prévia do funciona-mento de sua empresa através do plano de negócio, já é um começo tornar esse empreendimento em sucesso no futuro próximo.

O segundo texto analisa os desafios das economias em desenvolvimento, analisando os mercados Selvagens, tendo em conta os sectores económicos. A análise aborda em tor-no dos desafios que a ecotor-nomia de Moçambique esta sujei-to no âmbisujei-to da análise das sustentabilidade financeiras que se podem pretender construir face as necessidades exequí-veis no que tange ao crescimento económico, de certa for-ma faz um estudo teórico das directrizes da sustentabilidade financeira em Moçambique, cujo objectivo consiste em pro-por estratégias de consolidação dos sectores económicos visando desafiar a pratica do comercio selvagem como um dos elementos que desintegra a valoração económica nacional, neste âmbito, recorreu-se ao método analítico e hermenêutico de forma transversal dos sectores em alusão, com vista a construção do espírito critico da economia

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Nacional. Na presente análise, o mercado selvagem esta associado aos objectivos da vinculação económica social visando a socialização das directrizes financeiras com vista a consolidar o anarquismo financeiro governamental cujo fisco as normas é a ordem da pratica.

O terceiro texto apresenta uma análise que procura discutir a relação do desenvolvimento regional e a relação entre a sustentabilidade e o lazer no espaço urbano do processo. Trata-se de uma análise nos aspectos das políticas públicas do lazer e sustentabilidade, pontuando a administração pública como o começo primordial de tratar o espaço lazer no nosso espaço urbano. A pertinência temática justifica-se pelo fato da democratização do lazer no nosso espaço urbano para a efetivação das características do lazer é necessário, antes de tudo, que ao tempo disponível corresponda um espaço disponível. As necessidades de políticas setoriais de lazer que seria a re-significação dos espaços urbanos no qual, criaria novos e revitalizaria os antigos, política habitacional, aproveitamento dos equipamentos não específicos com política de animação, preservação dos espaços urbanizados vazios, forma de planejamento mais participativo da sociedade no lazer. A reflexão constata que o lazer é um direito social integrador de todas as castas sociais e o Estado tem o dever legar de fomentar programas concretos para sua efetivação e faz parte de uma melhor qualidade de vida a sociedade e relaciona-se com o convívio melhor entre as pessoas, dando condições a melhor segurança e relações sociais.

O quarto texto discute um tema pouco consensaul entre os teóricos das relações internacionais que é a diplomacia dos atores não estatais. Em termos práticos, a autora aborda a tendência das cidades e municípios de assumirem maior autonomia e independência nos contratos internacionais com o objectivo de defender seus interesses no ambiente global. Como parte desse processo, esses governos subnacionais incorporaram instrumentos e estratégias que até então eram de exclusividade dos governos centrais. Essa internacionalização dos governos locais pode se constituir numa importante ferramenta para que atinjam seus próprios objectivos de desenvolvimento. Nesse contexto, surge o conceito de paradiplomacia, que pretende englobar o conjunto de acções que estabelecem os municípios em

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termos de relações externas. Esse fenómeno, relativamente novo, tem sido absorvido com dificuldade pelos Estados, pois a paradiplomacia questiona a exclusividade destes no relacionamento com o exterior. A pertinência de se estudar a paradiplomacia ou a inserção internacional de unidades subnacionais no cenário da política externa através da paradiplomacia, em termos mais gerais, é ressaltar o papel central da política, isto é, a capacidade de institucionalização política dos actores subnacionais para aproveitar as oportunidades que se apresentam no mundo como uma forma de promover, sobretudo, o desenvolvimento sócio-económico local. A proposta foi de analisar especificamente o movimento e as perspectivas da Paradiplomacia na Cidade de Dondo e Beira ambos da província de Sofala, contribuindo para o acervo existente sobre o tema e destacando as mudanças trazidas por tal processo no âmbito regional e/ou nacional, lançando mão, para tal, de uma abordagem descritiva e explicativa, a fim de que se perceba a nova dinâmica que se desenha nas relações internacionais moçambicanas por meio da actuação externa de unidades subnacionais como o município de Dondo e Beira.

O quinto texto discute os contornos da globalização e religião, com enfoque nas influências do Cristianismo protes-tante na Cultura Moçambicana. O autor apresenta uma análise crítica sob os prismas positivos e negativos da referi-da influência. O texto postula que a globalização na visão de muitos, constitui hoje sinónimo de desenvolvimento, com esta alia-se a religião, vista como um bem a ser incutido, dis-tribuído e praticado, dentro deste está o cristianismo protes-tante, que em Moçambique é notória ao seu alicerce, sua manifestação e capacidade de influência sobre as demais manifestas culturas locais. Desta feita, esta religião é uma das que mais cresce no nosso território, e trouxe, suas carac-terísticas especiais de aceitação, assimilação e manifesta-ção, quebrando igualmente um conjunto de ritos, costumes, práticas típicas de identidade de cultura localista.

O sexto texto apresenta um estudo de caso sobre a situação do acervo bibliográfico nas bibliotecas moçambi-canas feito nas Cidades de Maputo e Beira. Nas últimas décadas, observou-se um aumento exponencial de institui-ções de ensino superior, cursos e o número de estudantes. Todavia, esse crescimento não foi acompanhado pelo

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trechamento das bibliotecas das universidades e das institui-ções que oferecem esse tipo de serviços, para responder às demandas de pesquisa e consulta dos acervos bibliográfi-cos. Desta feita, um estudo empírico sobre a situação da regularidade das consultas e disponibilização de títulos para a comunidade universitária é de extrema relevância.

O sétimo texto apresenta uma discussão sobre o papel das ferramentas tecnológicas ao serviço do ensino nas escolas. Os autores fazem um estudo de caso da realidade do Kit Lego. A reflexão propõe que a robótica pedagógica pode ser uma ferramenta inovadora e dinamizadora do processo de ensino/aprendizagem em uma instituição de ensino. O programa de Educação Tecnológica LEGO ZOOM permite que os papéis atribuídos aos professores e alunos se alterem, ou seja, o professor passa a ser um mediador do conhecimento adquirido pelo aluno quando esses estão em fase de estudo de caso problematizado e execução das atividades para resolução do problema. Com essa mudança, o aprendizado também ganha novas concepções, formas, e o processo de ensino-aprendizagem se dinamiza pela troca de conhecimento e percepção do aluno de aplicabilidade do conteúdo na sua vida pessoal e profissional. Para além disso, é oportuno salientar que, mesmo sendo um instrumento dinâmico, a robótica educacional, assim como qualquer outra tecnologia aplicada à educação, deve ser utilizada com critério e planejamento para que não ocorra um ensino tecnicista desprovido de elementos facilitadores da autonomia e da aprendizagem significativa. O aluno precisa levar a sério e perceber a aplicabilidade efetiva do assunto abordado em sala de aula para o seu futuro profissional e pessoal, sendo o professor a peça chave para realização de uma aula baseada em planejamento e critérios qualitativos e quantitativos.

Finalmente é apresentada a resenha da obra “A Educação Como Projecto: Desafios de Cidadania” de Emanuel Oliveira Medeiros publicada em 2010 pelo Instituto Piaget, na Colecção Horizontes Pedagógicos. A obra defende que os diversos projectos educativos só encontram sentido se forem pensados, desenvolvidos e avaliados à luz da Filosofia e da educação. O verdadeiro projecto educativo não tem um objectivo instrumental mas uma finalidade antropológica. Educação Cidadania e Projecto implicam-se mutuamente e devem configurar a pessoa

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numa dinâmica de acção reflexiva participa na Polis, de modo construtivo, crítico e prudencial. A pessoa é agente responsável pela educação cultura e cidadania. As questões da cidadania, transversais ao currículo do ensino básico e secundário exigem uma reflexão filosófica que esteja apara além das contingências do tempo, embora se situe no horizonte da vivência e compreensão reflexiva e crítica da contemporaneidade educacional.

O sétimo e último texto aborda a temática sobre os modos ou formas de resolução extrajudicial de conflitos. Devido a morosidade processual, associado a onerosidade do sistema judicial, as formas extrajudiciais de resolução de conflitos revestem-se de extrema importância para a almeja justiça nos cidadãos, em particular, e pessoas colectivas no geral, no âmbito da prossecução dos seus actos jurídicos como pessoas jurídicas. Com o presente artigo, pretende-se partilhar algumas ideias em volta da arbitragem, pois não faremos um estudo aprofundado em volta de outras formas ou modos de resolução extrajudicial de conflitos. Em termos práticos, recorrendo ao direito comparado, o estudo apre-senta uma contribuição sobre a natureza da decisão arbi-tral, procurando responder à algumas questões que se pos-sam despoletar sobre a valoração jurídica de uma decisão arbitral.

Por último, gostaríamos de reiterar que continuamos a aguardar dos prezados leitores a vossa estimada colabora-ção com críticas, sugestões e contribuições positivas e opor-tunas para a renovação da Revista Científica do ISCTAC.

O Editor Emílio J. Zeca

PhD Candidate em Estudos Estratégicos Internacionais Vol. 4, Nº 11, Ano IV, Abril - Junho de 2017

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A Importância do Plano de Negócio Para o Sucesso das

Pequenas e Medias Empresas

Ruth Cremilde João Cherene Simoco Doutoranda em ciências de educação: Inovação e Currículo, Unipiaget Mestre em (MBA) Administração e Gestão de Empresas, ISCTAC Mestranda em Prevenção de Riscos Laborais, Funiber

Ferramenta essencial para a gestão do empreendimento é sem dúvida o plano de negócio, pois o simples exercício da elaboração do plano de negócios implica um aprendizado, onde o empreendedor responde a perguntas mínimas referentes à sobrevivência do seu empreendimento (o quê? quando? como? onde? a que custo?), aumentando a probabilidade de longevidade do seu negócio. Dessa forma o planeamento é uma função estratégica, entretanto, na maioria das vezes, acaba sendo colocada em segundo plano pelos empre-sários, entretanto ter uma noção prévia do funcionamento de sua empresa através do plano de negócio, já é um começo tornar esse empreendimento em sucesso no futuro próximo.

Introdução

H

oje em dia é cada vez mais comum ouvir falar a respeito de plano de negócio. Essa “popularização” se deve não apenas à conscientização dos empreende-dores sobre a importância do plano, mas também à expansão das incu-badoras de empresas e à concessão de capital de risco, em que ter um plano de negócio é simplesmente vital, entretanto muitas empresas ain-da não entendem a necessiain-dade de um planeamento e, por isso, acabam fechando suas portas. O processo de plano de negócio tem o intuito de definir um plano de acção de médio e longo prazo e de ter em

considera-ção acontecimentos passados e pre-sentes como uma forma de prever o futuro dos ambientes internos e exter-nos da empresa, e planificar com efi-cácia as acções a serem tomadas para adaptar a empresa a seu ambiente.

O planeamento não garante o sucesso, mas serve, principalmente, para minimizar os erros e optimizar as potencialidades e oportunidades, e é nessa área que entra a importância do plano de negocio, pois para se realizar um empreendimento, precisa-mos criar um plano de negócios, para identificar os objectivos, recursos necessários, forma de implantação, forma de controle e medição dos objectivos alcançados, frente aos projectados, assim toda empresa

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necessita de um planeamento do seu negócio para poder gerenciá-lo e apresentar sua ideia a investidores, bancos, clientes etc.

As pequenas empresas são extre-mamente sensíveis as mudanças na economia. A instabilidade da econo-mia Moçambicana faz com que cada vez seja mais difícil se planear para o futuro. E as pequenas empre-sas devido ao clima de incerteza em que vivem, tem uma grande dificul-dade em traçar um plano de negó-cio. E, é, justamente devido essa fra-gilidade que o plano é tão útil.

Conceitos Básicos

Planeamento

É uma ferramenta administrativa, que possibilita perceber a realidade, avaliar os caminhos, construir um referencial futuro, estruturando o trâ-mite adequado e reavaliar todo o processo a que o planeamento se destina. Sendo, portanto, o lado racional da acção. Tratando-se de um processo de deliberação abstrac-to e explíciabstrac-to que escolhe e organiza acções, antecipando os resultados esperados. Esta deliberação busca alcançar da melhor forma possível alguns objectivos pré-definidos. KOTL-LER (1998)

Plano de negócio é um instrumen-to de gestão, que tem o objectivo de minimizar os riscos de uma organiza-ção através de um planeamento que possibilite a sua estruturação de maneira eficiente. Projecta uma organização através de uma vista estratégica do ambiente

tecnológi-co, sociocultural, financeiro e econó-mico. Possibilita ao empreendedor buscar parceiros e conseguir finan-ciamento e orientar seus colaborado-res a desenvolver a missão da organi-zação. CLEMENTE, (2004).

Empreendedorismo e Empreendedor

A expressão empreendedorismo designa os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas ori-gens, seu sistema de actividades, seu universo de actuação. Segundo Robert Hirsch, em seu livro “empreendedorismo” se trata de “um processo de criar algo diferente e com valor, dedicando tempo e o esforço necessários, assumindo os ris-cos financeiros, psicológiris-cos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satis-fação económica.” Dolabela (1999)

O empreendedorismo foi traduzi-do da palavra inglesa

entrepreneur-ship, que, por sua vez, foi derivada do

latim imprehendere, tendo seu corres-pondente empreender, surgido na língua portuguesa no século XV.A palavra empreendedorismo foi utiliza-da pelo economista Joseph Schum-peter em 1950 como sendo uma pes-soa com criatividade e capaz de fazer sucesso. Mais tarde em 1967 com K.Kmight em 1970 com Peter Drucker foi introduzido o conceito de risco, uma pessoa empreendedora precisa arriscar em algum negócio, e em 1985 com Pinchot foi introduzido o conceito de intra-empreendedor, uma pessoa empreendedora mas dentro de uma organização (Ibdem)

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Dolabela (1999) define empreen-dedorismo como a habilidade de se conceber e estabelecer algo partin-do de muito pouco ou quase nada. O autor não atrela esta capacidade a uma característica de personalida-de, já que considera o empreende-dorismo como um comportamento ou processo voltado para a criação e desenvolvimento de um negócio que trará resultados positivos. Em outras palavras, empreender é con-seguir criar valor através do desenvol-vimento de uma empresa.

Empreendedor é o termo utilizado para qualificar, ou especificar, princi-palmente aquele indivíduo que detém uma forma especial, inovado-ra, de se dedicar às actividades de organização, administração, execu-ção, principalmente na geração de riquezas, na transformação de conhecimentos e bens em novos pro-dutos, mercadorias ou serviços, gerando um novo método com o seu próprio conhecimento. É o profissional inovador que modifica, com sua for-ma de agir, qualquer área de conhe-cimento humano. Também é utiliza-do, no cenário económico para designar o fundador de uma empre-sa ou entidade, aquele que construiu tudo à duras custas, criando o que ainda não existe.

O empreendedor como sendo o agente do processo de “destruição criativa”, entendido como o impulso fundamental que acciona e mantém em marcha o motor capitalista, cons-tantemente criando novos produtos, novos mercados e sobrepondo-se aos antigos métodos menos eficien-tes e mais caros, revolucionando

sempre a estrutura económica, des-truindo sem cessar a antiga e, conti-nuamente, criando uma nova. Um empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões, além de ser uma pessoa criativa, marcada pela capacidade de esta-belecer e atingir objectivos, manten-do um nível de consciência manten-do ambiente em que vive e utilizando-o para detectar oportunidades de negócios, ser empreendedor está relacionado com ser, sentir, saber e, principalmente, fazer. O empreende-dor nunca deve deixar de revisar aquilo que colocou no plano de negócio, sem fazer uma revisão periódica do plano, o empreendedor não estará acompanhando a evolu-ção do mercado, de seus competi-dores, da situação económica e tec-nológica.

Importância da Planificação

Planear é pensar antes, durante e depois agir. Envolve o raciocínio (a razão) e portanto, pode-se entender que o planeamento é um cálculo (racional) que precede (antes) e pre-side (durante e depois) a acção. É um cálculo sistemático que articula a situação imediata e o futuro, apoia-do por teorias e métoapoia-dos, planea-mento é um instruplanea-mento imprescindí-vel para a obtenção de sucesso em um determinado empreendimento, pois possibilita o levantamento siste-mático dos meios e definição de pro-cedimentos necessários para a exe-cução de tarefas, aliados à adequa-ção de custos e oportunidades. Quando planeamos buscando

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alcançar objectivos complexos e queremos fazê-lo de uma forma parti-cipativa, compartilhando diferentes saberes (interdisciplinaridade) e dife-rentes acções (intersetorialidade), necessariamente precisamos traba-lhar com um método de planeamen-to. OLIVEIRA (2001)

A qualidade é fruto de um esfor-ço direccionado de um indivíduo ou grupo para fazer algo acontecer conforme o que foi anteriormente desejado e estabelecido, portanto a qualidade somente poderá ser alcançada através de um trabalho planeado. Portanto deve-se conside-rar que o planeamento é a condição básica para o sucesso de qualquer trabalho que procure melhoria de qualidade. Esse planeamento deverá ser feito nas diversas etapas da cadeia de fornecimento de um pro-duto ou serviço, isto é, desde a pes-quisa de mercado, o projecto, o for-necedor até a loja que fornece este item ao consumidor ou cliente.

Dessa forma fica claro que a qua-lidade somente será conseguida se ela for planejada e que este planea-mento ocorra de forma organizada, isto é, dentro de uma sequência de eventos pré determinada. Nesse raciocínio percebe-se que ninguém trabalha sem planeamento porque planejar nos permite trabalhar até com o acaso, ele é importante no sentido de ter clareza em relação as variáveis dos eu trabalho, e perceber que você pode mudar de estratégia, quando há necessidade, e sem nau-fragar. Realmente planeamento é selecção de meios apropriados, para a realização de fins políticos,

econó-micos e sociais desejados para o bem comum.

Vale a pena recordar um ditado chinês que afirma que”se você não souber onde pretende chegar, qual-quer caminho serve.”Isto significa: se uma empresa quer alcançar a quali-dade competitiva, isto não se dará por acaso, mas será o resultado de um esforço de todos aqueles que tra-balham na organização, desde o presidente até o mais simples funcio-nário.

Assim planear é pensar antecipa-damente em objectivos e acções, devendo os actos administrativos serem baseados em algum método, plano ou lógica e não em palpites. São os planos que organizam e defi-nem o melhor procedimento para alcançá-los, devendo tais planos serem a linhas mestras nas quais: As organizações obtêm e aplicam os recursos necessários para alcançar seus objectivos; os membros das organizações realizam actividades consistentes com os objectivos e pro-cedimentos escolhidos; progresso na direcção dos objectivos é monitora-do e medimonitora-do, de momonitora-do que possam ser tomadas atitudes correctivas, quando não satisfatório. Dolabela (1999). Muitas empresas ainda não entendem a necessidade de um pla-neamento e, por isso, acabam fechando suas portas.

A grande questão é descobrir por que o empreendimento não alcança crescimento, buscando ferramentas para reverter o quadro e definindo novas estratégias. O planeamento não garante o sucesso, mas serve, principalmente, para minimizar os

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erros e optimizar as potencialidades e oportunidades. Para quem não sabe aonde vai chegar, qualquer caminho serve, sendo isso um mau sinal. O "plano de negócios" é uma das ferra-mentas mais importantes para o empresário, devendo ser escrito a lápis, pois deve ser ajustado frequen-temente. Além disso, o dono do pró-prio negócio, muitas vezes, precisa recorrer a uma consultoria para aju-dar a encontrar os erros, o motivo da falta de crescimento ou da crise da companhia.

O plano de negócio é a parte fundamental do processo empreen-dedor é uma ferramenta de gestão com múltiplas aplicações. É um documento preparado pelos empreendedores em que são descri-tos todos os elemendescri-tos esternos e internos relevantes com frequência uma integração dos planos funcio-nais como os de marketing, finanças, produção e recursos humanos, enfim sendo um documento que reúne informações sobre as características, condições e necessidades do futuro empreendimento, com o objectivo de analisar sua potencialidade e sua viabilidade e facilitar sua implanta-ção. OLIVEIRA (2001)

Em geral, o momento o mais comum para alguém construir um plano de negócios é antes do come-ço do negócio (mas nada impede de que façamos ou refaçamos este planeamento com uma empresa que já esteja em actividade). Mas por que devemos (ou para quem) fazer o plano de negócios:

Para o banco – No caso de precisarmos de um empréstimo para levantar o novo

empreendi-mento, o banco irá solicitar um plano de negó-cios, com o intuito de avaliar a viabilidade e potencial desta nova empresa. Este mesmo raciocínio vale para outros investidores.

Para o proprietário do negócio – um plano de negócio pode dar ao proprietário da empresa mais confor-to e segurança nas decisões a serem tomadas. O plano serve como uma bússola para que o empresário tenha sempre em mãos o caminho pelo qual a empresa deve seguir, e caso, por algum motivo ele saia da rota fica mais fácil colocar a empresa de novo no caminho a ser seguido.

Logo o plano é importante para avaliar ao longo do tempo se os resul-tados alcançados estão dentro daquilo que foi estimado. O plano nunca será 100% exacto, mas é fun-damental para o empreendedor, que pode avaliar mudanças inespe-radas do mercado e assim pode rea-valiar (e reescrevê-lo) de modo a diminuir os impactos desta mudança. Lembrem-se o plano funciona como uma bússola (ele indica um caminho) e não como um relógio (que dá as horas exactas). OLIVEIRA (2001)

De um modo geral o plano de negócios deve cobrir as seguintes áreas:

1. Natureza do negócio - um esboço do tipo de negócio e quais actividades serão desenvolvi-das neste negócio. 2. Currículo dos empreen-dedores - dá detalhes de sua experiência nes-ta área de seu novo negócio (ou experiências que poderão servir para sustentar este novo empreendimento). 3. Metas e objectivos do negócio – o que você quer conseguir? Estas metas e objectivos devem ser mensuráveis e devem ser dividias entre curto prazo (12 meses) e longo prazo (3 a 5 anos). (Onde eu quero chegar?); 4. Principais produtos e servi-ços - uma descrição dos principais produtos e

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serviços que sua empresa estará fornecendo. (O que vou vender? E para quem vou vender?); 5. Pesquisa de mercado – Se possível é impor-tante ter em mãos uma pesquisa de mercado para avaliar a capacidade de venda deste seu produto ou serviço. (Será que os consumidores realmente precisam do que estou oferecendo? Por que?); 6. Análise do SWOT (forças, fraque-zas, oportunidades e ameaças) - análise de seu negócio e também de seus concorrentes - este processo pode ser um importante instru-mento para identificar áreas de oportunidade para sua empresa, que pode não ter sido pre-viamente considerado. (Quem são meus con-correntes? O que e como eles fazem? Minha empresa tem algum diferencial?); 7. Estraté-gia do marketing - baseada na informação recolhida como a parte de suas pesquisas de mercado e análise do SWOT é necessário esta-belecer uma estratégia para introduzir no mer-cado sua empresa. De modo a fazer com que ela seja rapidamente reconhecida. Nem sem-pre existe a necessidade de gastar muito dinheiro com publicidade, sendo muitas vezes recomendado pequenas acções de marketing ou esperar que o boca-a-boca faça com sua empresa cresça de modo seguro e sustentável. Mas é importante desde do início conhecer as formas de divulgação para sua empresa e ter uma ideia geral dos custos envolvidos na divul-gação; 8. Aspectos legais – Verificar se exis-tem aspectos legais que regulamentam o ramo de actividade escolhido (podem ser restrições de natureza ambiental, de saúde, segurança, etc). Esta pesquisa pode evitar maiores trans-tornos no futuro; 9. Fluxo de caixa e Investi-mentos – Geralmente esta é a parte que os empreendedores têm mais dificuldade, e é mais negligenciada. Mas nem por isto deixa de ser fundamental. O fluxo de caixa de conter informações sobre toda a parte financeira do empreendimento. Desde quanto será gastar para abrir a empresa, ou seja, os investimentos com móveis, imóvel, computadores, despesas de abertura, e outros. E também uma estimati-va realista das despesas mensais da empresa (aluguel, telefone, salários, etc), bem como a estimativa de quanto se irá conseguir de recei-tas com a venda de produtos ou serviços. Aqui também é difícil fazer uma projecção exacta (principalmente no que se refere às vendas), mas quanto mais próximo e realista for melhor para a empresa.

Determinar quando ocorrerá o

ponto de equilíbrio - provavelmente a parte mais importante para o investi-dor (seja você mesmo ou terceiros). O ponto de equilíbrio irá determinar quando será recuperado o investi-mento realizado em sem novo empreendimento (isto pensando no longo prazo). Além disto, o cálculo do ponto de equilíbrio também revelará qual a receita mínima (mensal) necessária para que o negócio dê lucro (ou pelo menos empate receitas e despesas). OLIVEIRA (2001)

A elaboração do plano de negó-cio funnegó-ciona como uma espécie de “antídoto” para diminuir a mortalida-de das novas empresas e para garan-tir o crescimento das empresas já exis-tentes. Mas é claro que o plano preci-sa ser bem feito para que isso seja verdade. Por isto mesmo é fundamen-tal que todo o empreendedor gaste um pouco mais de tempo planejando sua empresa, procurando vislumbrar todo o trajecto a ser percorrido. O Plano de Negócio é um mapa que irá guiar a empresa até os objectivos a serem alcançados.

Objectivos do Plano de Negócio

O principal objectivo do plano de negócio é orientar o empreendedor com relação às decisões estratégicas do negócio antes de iniciar o seu empreendimento. O empreendedor terá uma noção prévia do funciona-mento da sua empresa do ponto de vista mercadológico, financeiro e organizacional, seguindo passo a pas-so e elaboração do pano de nego-cio.

A cada passo, o empreendedor

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deve fazer o Máximo de anotações possíveis sobre aquele item, para chegar ao fim com um plano de negócio completo, capaz de ajudá-lo na tomada de decisão. Actual-mente é preciso que o empreende-dor conheça um pouco de tudo: téc-nicas de administração, comunica-ção, finanças, custos, recursos huma-nos, informática, marketing, publici-dade e propaganda, legislação, qualidade. É preciso ter em mente que essa ferramenta deve ser o car-tão de visitas do empreendedor, mas também pode ser seu cartão de des-qualificação. Pois as oportunidades geralmente são únicas e não podem ser desperdiçadas. E, como cartão de visitas, o empreendedor deve sempre tem à mão o plano de negó-cio de seu empreendimento, elabo-rado de maneira primorosa e cuida-dosamente revisado. MINTZBERG et all (2000)

O empreendedor nunca deve deixar de revisar aquilo que colocou no plano de negócio. Pois sem fazer uma revisão periódica do plano, o empreendedor não estará acompa-nhando a evolução do mercado, de seus competidores, da situação eco-nómica e tecnológica. Na medida em que haja mudanças do cenário do mercado, da economia, da tec-nologia ou das acções dos competi-dores, deve ser feita a revisão do pla-no de negócio. Isso em geral requer uma revisão semestral do plano, mas, dependendo do tipo de negócio e da situação do mercado, é necessá-rio fazer essa revisão em períodos maiores ou menores. Enfim o objecti-vo do plano de negócio pode ser

resumido nesses tópicos abaixo lista-dos:

Testar a viabilidade de um conceito de negó-cio; orientar o desenvolvimento das opera-ções e estratégia; atrair recursos financei-ros; transmitir credibilidade; desenvolver a equipe de gestão; e ter um mapa do caminho.

Estrutura de Um Plano de Negócio

Como o plano de negócios é um documento usado para descrever seu negócio, as sessões que com-põem um plano de negócios geral-mente são padronizadas para facili-tar o entendimento.

Segundo Oliveira (2001), Cada uma das sessões do plano tem um propósito específico. Um plano de negócios para uma pequena empre-sa pode ser menor que o de uma grande organização, não ultrapas-sando talvez 10-15 páginas. Muitas sessões podem ser mais curtas que outras e até ser menor que uma úni-ca página de papel. Mas para se chegar ao formato final geralmente são feitas muitas versões e revisões do plano de negócios até que esteja adequado ao público-alvo do mes-mo. Não existe uma estrutura rígida e específica para se escrever um plano de negócios, porém, qualquer plano de negócios deve possuir um mínimo de sessões as quais proporcionam um entendimento completo do negócio. Estas sessões são organizadas de for-ma a for-manter ufor-ma sequência lógica que permita a qualquer leitor do pla-no entender como a empresa é organizada, seus objectivos, seus pro-dutos e serviços, seu mercado, sua estratégia de marketing e sua

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situa-ção financeira.

O plano não precisa ficar 100% pronto antes de iniciar seu empreen-dimento. Você pode começar com algo bastante básico, que dê uma visão geral do negócio. A partir do documento básico, novas ideias serão desenvolvidas e adicionadas conforme seu trabalho avance. A elaboração progressiva é o melhor caminho para aqueles que ainda têm dúvidas ou não conhecem bem os planos de negócios. Preparar o documento pouco a pouco lhe dará a flexibilidade e tranquilidade mental que você precisa para iniciar seu pro-jecto. A seguir apresentaremos um exemplo de possível estrutura para a confecção de um plano de negócio:

1. Capa

A capa, apesar de não parecer, é uma das partes mais importantes do plano de negócios, pois é a pri-meira parte que é visualizada por quem lê o plano de negócios, deven-do portanto ser feita de maneira lim-pa e com as informações necessárias e pertinentes.

2. Sumário

O sumário deve conter o título de cada sessão do plano de negócios e a página respectiva onde se encon-tra, bem como os principais assuntos relacionados em cada sessão. Isto facilita ao leitor do plano de negó-cios encontrar rapidamente o que lhe interessa. Qualquer editor de tex-tos permite a confecção automática de sumários e tabelas de conteúdo e

que são bastante apresentáveis.

3. Sumário Executivo

O Sumário Executivo é a principal sessão do plano de negócios. Através do Sumário Executivo é que o leitor decidirá se continuará, ou não, a ler o plano de negócios. Portanto, deve ser escrito com muita atenção, revi-sado várias vezes e conter uma sínte-se das principais informações que constam no plano de negócios. Deve ainda ser dirigido ao público-alvo do plano de negócios e explicitar qual o objectivo do plano de negócios em relação ao leitor. O Sumário Executi-vo deve ser a última sessão a ser escrita, pois depende de todas as outras sessões do plano para ser feita.

4. Planeamento Estratégico do Negócio

A sessão de planeamento estraté-gico é onde são definidos os rumos da empresa. Nesta sessão devem ser apresentadas a visão e missão da empresa, sua situação actual, as potencialidades e ameaças externas, suas forças e fraquezas, suas metas e objectivos de negócio. Esta secção é na verdade a base para o desenvol-vimento e implantação das demais acções descritas no plano.

5. Descrição da Empresa

Nesta secção deve-se descrever a empresa, seu histórico, crescimen-to, facturamento dos últimos anos, sua razão social, impostos, estrutura organizacional e legal, localização,

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parcerias, certificações de qualida-de, serviços terciarizados etc.

6. Produtos e Serviços

Esta secção do plano de negó-cios é destinada aos produtos e servi-ços da empresa, como são produzi-dos, recursos utilizaproduzi-dos, o ciclo de vida, factores tecnológicos envolvi-dos, pesquisa e desenvolvimento, principais clientes actuais, se detém marca e/ou patente de algum pro-duto etc. Nesta secção pode ser incluída, quando esta informação encontra-se disponível, uma visão do nível de satisfação dos clientes com os produtos e serviços da empresa. Este feedback é bastante importante, porque pode não apenas oferecer uma visão do nível de qualidade per-cebida nos produtos e serviços, mas também guiar futuros investimentos da empresa em novos desenvolvi-mentos e novos processos de produ-ção.

7. Plano Operacional

Esta secção deve apresentar as acções que a empresa está plane-jando em seu sistema produtivo, indi-cando o impacto que estas acções terão em seus parâmetros de avalia-ção de produavalia-ção. Deve conter infor-mações operacionais actuais e pre-vistas de factores como: lead time do produto ou serviço, percentual de entregas a tempo (on time delivery), rotatividade do inventário, índice de refugo, lead time de desenvolvimen-to de produdesenvolvimen-to ou serviço etc.

8. Plano de Recursos Humanos

Aqui devem ser apresentados os planos de desenvolvimento e treina-mento de pessoal da empresa. Estas informações estão directamente rela-cionadas com a capacidade de crescimento da empresa, especial-mente quando esta actua em um mercado onde a detenção de tec-nologia é considerado um factor estratégico de competitividade.

Devem ser indicadas as metas de treinamento associadas às acções do Plano Operacional, as metas de treinamento estratégico, de longo prazo e não associadas directamen-te às acções. Aqui também devem ser apresentados o nível educacional e a experiência dos executivos, gerentes e funcionários operacionais, indicando-se os esforços da empresa na formação de seu pessoal.

9. Análise de Mercado

Na secção de análise de merca-do, o autor do plano de negócios deve mostrar que os executivos da empresa conhecem muito bem o mercado consumidor do seu produ-to/serviço (através de pesquisas de mercado): como está segmentado, o crescimento desse mercado, as características do consumidor e sua localização, se há sazonalidade e como agir nesse caso, análise da concorrência, a sua participação de mercado e a dos principais concor-rentes, os riscos do negócio etc.

10. Plano de Marketing

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O Plano de Marketing apresenta como a empresa pretende vender seu produto/serviço e conquistar seus clientes, manter o interesse dos mes-mos e aumentar a demanda. Deve abordar seus métodos de comerciali-zação, diferenciais do produto/ serviço para o cliente, política de preços, principais clientes, canais de distribuição e estratégias de promo-ção/comunicação e publicidade, bem como projecções de vendas.

11. Plano Financeiro

A secção de finanças deve apre-sentar em números todas as acções planejadas para a empresa e as comprovações, através de projec-ções futuras (quanto necessita de capital, quando e com que propósi-to), de sucesso do negócio. Deve conter demonstrativo de fluxo de cai-xa com horizonte de, pelo menos, 3 anos; balanço patrimonial; análise do ponto de equilíbrio; usos e fontes; necessidades de investimento; demonstrativos de resultados; análise de indicadores financeiros do negó-cio, como por exemplo: facturamen-to previsfacturamen-to, margem prevista, prazo de retorno sobre o investimento inicial (payback), taxa interna de retorno (TIR) etc.

Públicos-alvo de Um Pano de Negócio

O público na qual é destinado o plano de negócios são vários, a seguir demonstraremos alguns deles:

Parceiros: Para estabelecimento de estratégias conjuntas; investidores:

Empresas de capital de risco, pessoas jurídicas, BNDES, governo e outros inte-ressados; fornecedores: para outorgar crédito para compra de mercadorias e matéria-prima; a própria empresa: para comunicação interna de Gerência com o Conselho de Administração e com os empregados; os clientes potenciais: para vender a ideia e o produto/serviço; e os sócios: para convencimento em partici-par do empreendimento e formalização da sociedade.

Contextualizando as pequenas e médias Empresas

A classificação das pequenas empresas é uma questão problemáti-ca dada a diversidade de critérios, o tamanho das empresas e as suas condições económicas e produtivas. No mundo em geral, vários critérios são utilizados por diferentes institui-ções públicas e privadas onde classi-fica as empresas segundo o número de funcionário combinado com o sector de actuação.

Segundo a lei de trabalho em uso em Moçambique, no seu artg. 34, e o instituto nacional de estatística, as pequenas empresas classifica-se em: pequenas empresas que emprega até 10 trabalhadores; médias empre-gam até 100 trabalhadores; grandes empresas que emprega mais de 100 trabalhadores. Elas constituem o cen-to de desenvolvimencen-to de um país, na medida em que contribuem para a geração de posto de trabalho, esti-mulam e disponibilizam produto, aumentando assim a competitivida-de da economia, porem o actual nível de contribuições das PME,S não corresponde as expectativas inicial-mente previstas. As PMEs desempe-nham um papel vital na economia nacional.

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Primeiramente: Geram emprego, partindo de prin-cípio de que uma grande empresa e uma pequena empresa produzem o mesmo artigo no mesmo valor, a grande empresa tem a característica de ser de capital intensivo, enquanto a pequena, de mão-de-obra intensiva. Isto implica que as PME,s oferecem maiores oportunidades de emprego a força de trabalho de um país, ao contrário das grandes empresas; Segunda: as PMEs são cru-ciais para a competitividade de um País, elas encorajam a concorrência e a produção e inspi-ram inovações e o empreendedorismo. As PMEs são inerentemente guiadas para o mercado, pro-curando capturar as oportunidades de negócio criadas pela procura de mercado; Terceira: As PMEs diversificam as actividades, estimulam a inovação e a criatividade. As PMEs diversificam as actividades económicas oferecendo produtos e serviços que o mercado procura num determinado momento, disponibilizando assim novas linhas de produtos e serviços que ainda não foram introdu-zidos no mercado. Desta forma estimula a inova-ção; e Quarta: mobilizam recursos sociais e eco-nómicos nacionais que ainda não tenham sido explorados.

A principal característica marcan-te que diferencia das grandes empresas é pelo facto de depende-rem sua sobrevivência e crescimento, na grande maioria absoluta dos casos, de uma única pessoa- seu pro-prietário. A centralização na tomada de decisão implica em uma supervi-são mais directa, supervisupervi-são cerrada, sobre actividades da empresa. Neste contexto todas as decisões importan-tes tendem a passar pelas mãos do proprietário ou dos sócios.

Apesar do grau de importância económica e social das PMEs, a sua sobrevivência é uma questão cons-tante em seu dia a dia. O panorama da sobrevivência das PME,s pode ser definido pelas altas taxas de natali-dade (abertura de novas empresas) versus as altas taxas de mortalidade (inactividade ou falência).

Conclusão

Em todos os aspectos de nossa vida sabemos a importância de sem-pre planearmos para atingir algum objectivo, desde de planear uma sim-ples viagem, a construção de uma casa ou mesmo organizar uma festa para os amigos, já nos acostumamos a elaborar algum tipo de plano que nos guiará até a realização do even-to. Por exemplo, para que uma via-gem aconteça, é necessário escolher o local a ser visitado, decidir o tempo da viagem, quanto dinheiro levar, comprar passagens, reservar hotel, arrumar as malas, entre tantas outras coisas. Se, para uma simples viagem, precisamos fazer tudo isso, imagine quando queremos abrir um negócio. E empreender, muitas vezes, é uma viagem para um lugar desconhecido. Neste artigo demonstramos, de modo geral a importância do plano de negócio para o sucesso do empreendimento, demonstrando um maior entendimento de empreende-dorismo e empreendedor, a maneira como se planear e a sua importância para que com isso possa direccionar o empreendedor para a tomada de decisão mais eficaz possível. Foca-mos também que com um planea-mento eficaz, contínuo poderemos construir empresas de sucesso mesmo em tempos de crise. Para isso, o futu-ro empreendedor deve compreen-der as regras do jogo antes de jogar. Enfim evidenciamos a importân-cia do plano de negócio, pois qual-quer actividade humana realizada sem qualquer tipo de preparo, é uma actividade aleatória que conduz em

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geral, o individuo e as organizações a destinos não esperados, altamente emocionantes e via de regra a situa-ções piores que aquelas anteriormen-te exisanteriormen-tenanteriormen-tes.

Referências Bibliográficas Clemente, Armando, Planeamento de

negó-cio: como transformar ideias em realizações,

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um roteiro pela selva do planeamento estra-tégico. Porto alegre: Bookman, 2000.

Oliveira, D, Planeamento Estratégico:

con-ceitos, metodologia e práticas, 18ª ed, são Paulo: Atlas, 2001.

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Desafios de Economia de Desenvolvimento:

Uma Analise de Mercado Selvagem Face

aos Sectores Económicos

Jorge Serrão Conhaque João, Docente Universitário Mestre em Gestão de Empresas, Investigador da Sustentabilidade das Empresas Emergentes na era Neoliberal

.

O presente artigo aborda em torno dos desafios que a economia de Moçambique esta sujeito no âmbito da análise das sustentabilidade financeiras que se podem pretender construir face as necessidades exequíveis no que tange ao crescimento económico, de certa forma faz um estudo teórico das directrizes da sustentabilidade financeira em Moçambique, cujo objectivo consiste em propor estratégias de consolidação dos sectores econó-micos visando desafiar a pratica do comercio selvagem como um dos elementos que desintegra a valoração económica nacional, neste âmbito, recorreu-se ao método analítico e hermenêutico de forma transversal dos sectores em alusão, com vista a construção do espírito critico da economia Nacional. Mercado selvagem esta associado aos objectivos da vinculação económica social visando a socialização das directrizes financeiras com vista a consolidar o anarquismo financeiro governamental cujo o fisco as normas é a ordem da pratica.

Nota Introdutória

O

presente artigo aborda em torno da economia face ao mercado selva-gem cuja análise esta assente nos processos relativos a compreensibilidade das políticas económicas e populistas, todavia, a base de sustento, esta vinculada com a realidade estratégica na valo-ração social. A economia geralmen-te trata dos modos de produção e distribuição de bens, assim sendo, ela sujeita-se a politicas internas que per-mitem a produção e a distribuição dos mesmos dependendo das

cir-cunstancias sob ponto de vista da conjuntura que ela encontra-se vin-culada, entretanto, a base da nossa analise visa de certa forma suscitar a reflexão alusiva ao mercado selva-gem, contra todo normativismo mer-cantil em todos sectores, assim sendo, vislumbra-se a necessidade de explo-ração das circunstancias temporais, no que tange aos processos que per-mitem a produção do artigo desta-camos elementos tais como: o méto-do bibliográfico, hermenêutico e no que tange a estrutura básica da nos-sa abordagem circunscreve-se a uma contextualização genérica do tema em discussão visando apontar

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perspectivas para que as políticas populistas vigentes em Moçambique não sejam associadas a realidades económicas no âmbito negativo.

Contextualização dos Sectores Económicos em Moçambique

Os sectores financeiros estão cada vez mais desafiados a reestrutu-rarem as suas políticas de adequa-ção com a realidade por onde actuam, todavia, elas estão vincula-das com o sistema analítico de vários sectores que estão sujeitos a incur-sões da pratica anti-legalista e nor-mativa das actividades sociais, toda-via, o exercício de uma acção no sis-tema económico exige o conheci-mento das realidades diversas em factos económicos.

A vinculação entre o mercado selvagem com sectores económicos tem criando maior problema nos sis-temas de adequação entre a econo-mia social com as plataformas de crescimento económico, desta feita, o nível de valoração das actividades esta associada a diversas teorias eco-nómicas e modelos de crescimento económico pelo qual Moçambique se consolida.

Principais Sectores Económicos vs Mercado Selvagem Face aos Modelos de

Crescimento Económico

Na compreensão de Mosca, (2009), existe maior tendência na valoração económica pois caracteri-za uma das manifestações de cresci-mento de proliferação da pobreza, entretanto, compreende-se:

Em Moçambique assiste-se à ampliação das economias informais e da pobreza, com efei-tos sobre as instituições (organização social, funcionamento dos mercados e das burocra-cias, informalidade económica, relações humanos desrespeitosas, etc.). A persistência temporal destas informalidades vai formando “cultura”, contribuindo para a configuração de sociedades que dificultam a sua própria modernização, competitividade, bem-estar, referências positivas e de progresso.

De forma genérica, como se tem dito, a base económica da econo-mia moçambicana está na prática da Agricultura, assim sendo, é per-meável que se possa concluir que Moçambique tem um elevado potencial agrícola, com uma área arável estimada em cerca de 36 milhões de hectares.

A vasta diversidade de tipos de solos e condições climatéricas exis-tentes no país tornam possível uma grande variedade de produções de bens alimentares, nomeadamente de milho, arroz, soja, gergelim, amen-doim, feijão, girassol, açúcar, citrinos, banana, caju, chá, café ou cevada. De salientar ainda a produção de tabaco, madeira e papel e biocom-bustíveis.

Sector da Agrícola e Mercado Selvagem

Não considerando as transferên-cias directas de capitais da agricultu-ra paagricultu-ra as actividades urbanas, a articulação da agricultura com o desenvolvimento urbano-industrial do modo de produção capitalista pode conceber-se estruturada nos seguin-tes níveis, do ponto de vista da eco-nomia nacional: a) Produção de ali-mentos para a população desligada

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da actividade agrícola pelo progres-so da divisão progres-social do trabalho: fun-ção alimentar; b) Produfun-ção de maté-rias-primas para as actividades de transformação industrial: função de oferta de meios intermediários; c) Alargamento do mercado interno: função de escoamento da produção industrial; d) Produção de força de trabalho suplementar ou reabsorção de excedentes, conforme o sinal da evolução das actividades urbano-industriais: função de reserva de mão -de-obra.

A prática da actividade agrícola, tem contribuído positivamente para a economia de Moçambique e a modernização do sector é parte fun-damental da estratégia de erradica-ção da pobreza absoluta no país (cerca de 80% da população moçambicana vive apenas da práti-ca da agricultura). A introdução de novas tecnologias de produção agrí-cola, a distribuição de sementes de melhor qualidade e o empenho dos operadores são factores que têm contribuído para a melhoria sectorial.

Por um lado, pode-se observar que as potencialidades para o desenvolvimento da aquacultura em Moçambique são vastas: a existência de um ambiente favorável para investimentos, de condições climáti-cas favoráveis (clima tropical e sub-tropical); ambiente livre de poluição, baixa pressão populacional e recur-sos extenrecur-sos; um potencial de 33.000 ha adequados para a aquacultura costeira; a existência de espécies sel-vagens com grande potencial comercial.

O sector do comércio contribuiu

11,7% para o total do PIB, registando um aumento de 5% face ao mesmo período de 2009 (11,2%). O sector do comércio é caracterizado por um mercado pouco organizado, apre-sentando algumas condicionantes nomeadamente a economia de sub-sistência e a baixa procura resultante do reduzido poder de compra da população, especialmente no meio rural. Desta forma, o investimento rea-lizado neste sector é reduzido em face da ausência de um mercado estruturado. No que diz respeito as zonas rurais, a rede comercial moçambicana são constituídas fun-damentalmente por pequenos esta-belecimentos e venda ambulante. Muito frequentemente, o mesmo comerciante realiza vários tipos de comércio, a grosso e a retalho, mistu-rando o comércio mais tradicional e informal com operadores estabeleci-dos, como cadeias de super e híper-mercados.

A maioria da população moçam-bicana tem fraco poder de compra e vive nas zonas rurais, produzindo maioritariamente para subsistência própria. Desta forma, o mercado interno situa-se essencialmente nas zonas urbanas, com particular desta-que para a cidade de Maputo na região do sul. Mas, juntamente com o sector dos Transportes este sector aumentou a sua importância relativa, o que denota uma importância cada vez maior do sector terciário para a actividade económica moçambica-na. Estes dois sectores são responsá-veis no seu conjunto por cerca de 22,9% do total da produção de bens e serviços de Moçambique.

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Em conclusão, apesar de existi-rem algumas cadeias de dimensão considerável, a rede de distribuição comercial é ainda pouco desenvolvi-da, dado o baixo poder de compra da maioria da população moçambi-cana, quer nas zonas rurais quer nas zonas urbanas.

Face a agricultura, o sector eco-nómico global no âmbito da agricul-tura esta vinculada com a falta do domínio dos mercados para a venda e canalização dos produtos agrícolas nos sectores especificamente cordiais para um crescimento económico generalizado, entretanto, as políticas económicas não estão em condi-ções de controlarem as reformas sec-toriais de um mercado selvagem.

Na compreensão de Smith, o comércio não exige que seja natural-mente remetido a realidades especí-ficas de crescimento económico cuja proliferação ao dos mercados infor-mais se torna uma lógica de cresci-mento económico, mas sim, é neces-sário a valoração da autonomia na construção de canais de crescimen-to económico generalizado.

Com um peso limitado na econo-mia moçambicana, mais orientada para o desenvolvimento da agricultu-ra, o sector industrial começa a dar os primeiros passos no sentido de uma efectiva consolidação. No pri-meiro semestre de 2010, a indústria foi o sector que atraiu maior número de projectos de investimento estrangeiro ao país. Para além da indústria do alumínio, impulsionada pela labora-ção da fábrica de alumínio MOZAL, que contribui com cerca de 70% para a indústria transformadora e

representa 55% das exportações do país, têm havido outros acréscimos no sector, resultantes principalmente dos contributos das áreas de mate-riais de construção, produtos alimen-tares e bebidas e bens de consumo.

As perspectivas de crescimento do sector, a par de uma política diri-gida para o mercado regional, colo-cam a indústria moçambicana como um dos sectores chave para o futuro desenvolvimento da economia do país. Moçambique é um país dotado de vasta riqueza em recursos naturais incluindo carvão, gás natural, areias minerais e reservas de petróleo. A diversidade geológica de Moçambi-que oferece uma vasta gama de minerais e metais incluindo ouro, urâ-nio, titâurâ-nio, carvão e bauxite. A cintu-ra de Manica no oeste de Moçambi-que é a fonte primária do ouro, cobre, ferro, bauxite e recursos simila-res no país.

Em franco desenvolvimento está a exploração de carvão, com três projectos de grande envergadura em implementação. O primeiro pro-jecto localiza-se na província de Tete, em Moatize, e está a ser levado a cabo pela multinacional brasileira Vale. A empresa já investiu um total de dois mil milhões de USD de um total planeado de quatro mil milhões. Todos estes projectos têm impactos socioeconómicos benéficos para o país, tais como a criação de vários milhares de postos de trabalho direc-tos e indirecdirec-tos; qualificação profissio-nal, criação de infra-estruturas sociais (habitações, centros de saúde, esco-las, creches, entre outros), contrata-ção de produtos e serviços locais,

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bem como o desenvolvimento de outras actividades económicas com-plementares (indústria hoteleira, comércio, transportes públicos, agri-cultura e pecuária) e a implementa-ção de projectos de responsabilida-de social junto das comunidaresponsabilida-des.

No domínio dos hidrocarbonetos, importa referir que um terço do terri-tório moçambicano está coberto de bacias sedimentares, das quais se destacam: a Bacia do Rovuma, a Bacia de Moçambique, a Bacia de Manimba, a Bacia do Baixo Zambe-ze, a Bacia no Meio do Zambeze e a Bacia do Lago Niassa. Existem actual-mente 12 contratos para as áreas de concessão dos hidrocarbonetos e 7 companhias operadoras, segundo dados do Governo.

Apesar do sector mineiro de Moçambique ser dominado actual-mente por investimentos no sector do carvão, é o sector do ouro que tem desempenhado o papel principal no desenvolvimento da exploração mineira. Todavia, a maior parte dos recursos naturais de Moçambique ainda não estão explorados. Os fluxos de capital têm adquirido dimensão e um conjunto de empresas de países como a África do Sul, Rússia, Brasil e Índia, têm comprado acções nas minas ao longo do país, facto que significa a emergente importância da indústria mineira na economia de Moçambique. Para além do carvão e ouro, os minerais que estão a ser explorados actualmente incluem titâ-nio, tântalo, mármore, bauxite, grani-to, calcário e pedras preciosas. Exis-tem também depósitos conhecidos de pegmatitos, platinóides, urânio,

bentonite, ferro, cobalto, crómio, níquel, cobre, granito, flúor, diatomi-te, esmeraldas, turmalinas e apatite.

Moçambique tem uma grande capacidade de produção hidroeléc-trica através da Hidroeléchidroeléc-trica de Cahora Bassa (HCB) e possui, confor-me já referimos, significativas reservas de gás natural e de carvão, ainda subaproveitadas. A produção de electricidade é maioritariamente de origem hidroeléctrica, fruto do contri-buto da HCB.A distribuição de ener-gia é monopólio da Electricidade de Moçambique (EDM), empresa públi-ca que adquire a quase totalidade da electricidade à HCB. A EDM detém, apenas, uma pequena cen-tral térmica a gás perto de Vilanculos. A distribuição à fábrica de alumínio MOZAL, que é o maior consumidor de energia no país (85% do consumo do sector industrial) é feita através da Motraco, a partir da África do Sul, com energia importada da HCB.

Tendo em vista responder a uma procura crescente de energia por parte de alguns países da região, particularmente da África do Sul, e também a um aumento da procura interna (atendendo à progressiva electrificação do território), existem vários projectos em curso para a pro-dução de electricidade, dos quais destacamos uma central hidroeléctri-ca em Mpanda Nkuwa, uma central a gás que utilizará as reservas de gás de Pande e Temane (Inhambane), uma central a carvão ligada ao pro-jecto mineiro de Moatize (que conta-rá com uma linha de transmissão de 120 Km – Matambo/Songo), uma central de carvão ligada ao projecto

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de Benga (Riversdale, empresa minei-ra austminei-raliana) e a segunda fase da barragem de Cahora Bassa (2010/2011).

Mercado selvagem, as políticas de crescimento económico retarda o processo de crescimento visto que influenciam para o incumprimento das metas. Na compreensão de Jones (2006, p. 18), o crescimento económico permite determinar o valor dos factos, neste âmbito, urge compreender em que circunstancia as acções económicas estão vincula-das com valores vigentes em Moçambique. O crescimento econó-mico na analise de Marx, deve sus-tentar a existência da mão-de-obra barrata e que o crescimento econó-mico esta sujeito a realização genéri-ca dos factos, todavia, contrariamen-te a politica neoliberal, compreende que o crescimento económico deve estar sujeito a realização interna das acções politicas que possam dar maior liberdade aos sujeitos em acção económica. De forma genéri-ca, o que torna a economia Moçam-bicana um desafio, consiste na valo-ração das acções vinculacionais que estabelecem as relações entre o mer-cado selvagem contempladas face a realização das acções estruturais com uma economia sólida.

Nota Conclusiva

A economia moçambicana de forma diversificada, encontra-se num processo de vocação para o merca-do selvagem e que maior parte que retira deste perfil este vinculado com o processo de transmissibilidade

eco-nómica, entretanto, existe uma vincu-lação entre as relações humanas, comportamentos “informais” e eco-nomia, visto que várias razões do pro-cesso histórico podem sustentar esses aspectos, incluindo os factores cultu-rais. No que tange a analise especifi-ca em torno do crescimento econó-mico, maior espécie das acções especificas estão associadas a reali-zação do homem npo pensar para hoje, entretanto, a serie de determi-nações, para tanto, existe a ma con-cepção das teorias liberais económi-cas de uma analise de Adam Smith, pois o mesmo não dissocia a pratica das actividades distantes da moral, mas sim de um sistema associado ao funcionamento das comunidades “tradicionais” e os conceitos e noções de tempo e espaço, os ritmos e a normalização do trabalho, têm repercussões no funcionamento das organizações modernas.

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Mosca, João. Pobreza, Economia Informal e

Informalidades e Desenvolvimento. IESE, Maputo, 2017.

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O Desenvolvimento Regional e a Relação Entre a

Sustentabilidade e o Lazer no Espaço Urbano

Rodrigo Sant´Ana Nogueira Graduado em Direito, pelo Instituto de Ensino Superior de Itumbiara (Iles/Ulbra), Especialista em Direito Penal e Processo Penal, pelo Centro Universitário de São José do Rio Preto (UNIRP) e mestre em Planejamento e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Taubaté (UNITAU), e-mail professorrodrigosantana@gmail.com

O presente artigo tem como objetivo discutir a relação do desenvolvimento regional e a relação entre a sustentabilidade e o lazer no espaço urbano do processo. Trata-se de uma análise nos aspectos das políticas públicas do lazer e sustentabilidade, pontuando a administração pública como o começo primordial de tratar o espaço lazer no nosso espaço urbano. A pertinência temática justifica-se pelo fato da democratização do lazer no nosso espaço urbano para a efetivação das características do lazer é necessário, antes de tudo, que ao tempo disponível corresponda um espaço disponível. As necessidades de políticas setoriais de lazer que seria a re-significação dos espaços urbanos no qual, criaria novos e revitalizaria os antigos, política habitacional, aproveitamento dos equipamentos não específicos com política de animação, preservação dos espaços urbanizados vazios, forma de planejamento mais participativo da sociedade no lazer. A metodologia de pesquisa utilizada foi bibliográfica, e ao final constatamos que o lazer é um direito social integrador de todas as castas sociais e o Estado tem o dever legar de fomentar programas concretos para sua efetivação e faz parte de uma melhor qualidade de vida a sociedade e relaciona-se com o convívio melhor entre as pessoas, dando condições a melhor segurança e relações sociais.

Introdução

A

economia dos bens materiais é definida como a soma de todos os bens, pelos quais se torna possível um contínuo crescimento da produtividade do trabalho. No entanto, a industrialização resulta numa economia de bens posicionais, isto é, nem todo o mundo pode gozar dos benefícios dos bens produzidos pela sociedade industrial do bem

estar.

O sentido do bem estar da economia clássica corresponde a satisfação individual da necessidade material. Tal satisfação é diretamente dependente da queda do custo da produção e do consequente crescimento do consumo. Assim destaca-se (DERANI, 2008)

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