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2ª TURMA RECURSAL JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ

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2ª TURMA RECURSAL

JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ

Processo nº 2009.70.62.000275-4

Relatora: Juíza Federal Andréia Castro Dias

Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL Recorrida: ORTELINA AMARO MACIEL

V O T O

Dispensado o relatório, nos termos dos artigos 38 e 46, da Lei nº 9.099/95, combinado com o artigo 1º, da Lei nº 10.259/2001.

Trata-se de recurso do INSS em face de sentença que julgou procedente o pedido inicial da autora, para condenar a autarquia, nos seguintes termos “a) conceder à parte autora, ORTELINA AMARO MACIEL – CPF 69745218987, o benefício de auxílio-doença desde o requerimento administrativo NB 534.399.551-5 – 19/02/2009; b) pagar à parte autora as diferenças vencidas a partir da data determinada para início do benefício atualizadas monetariamente pelos seguintes indexadores: a) 1964 a fevereiro/86, ORTN; b) março/86 a janeiro/89, OTN; c) fevereiro/89 a fevereiro/91, BTN; d) março/91 a dezembro/92, INPC; e) janeiro/93 a fevereiro/94, IRSM; f) 01/03/1994 a 30/06/1994, conversão em URV; g) 01/07/1994 a 30/06/1995, IPCR; h) 01/07/1995 a 30/04/1996, INPC; i)

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01/05/1996 a 31/01/2004, IGP-DI; j) a partir de 01/02/2004, INPC. Ainda, serão devidos juros moratórios de 1% ao mês a contar da citação. O valor da condenação importa no montante de R$ 5.783,01 (cinco mil setecentos e oitenta e três reais e um centavo), conforme cálculo em anexo, no qual estão consideradas todas as parcelas vencidas até setembro de 2009, devendo, posteriormente ao trânsito em julgado, ser acrescidas as parcelas vencidas desde então e até a efetiva implantação do benefício, observando o critério. de juros e correção monetária ora especificados, para fins de expedição de Requisição de Pagamento; c) ressarcimento dos honorários periciais.”

Insurge-se a autarquia previdenciária pretendendo seja reformado o decisório de primeiro grau, porquanto entende que a incapacidade da autora é pré-existente ao seu ingresso ao Regime Previdenciário e, sendo assim, não restou preenchido o requisito específico da qualidade de segurada.

Com contra-razões (evento 41), os autos seguiram para esta Turma Recursal.

Fundamentação

Da análise de todo conjunto probatório, tenho que a razão se encontra com o INSS, devendo a sentença atacada ser reformada, conforme passo a demonstrar.

Veja-se que, de acordo com o que aponta o sistema CNIS (evento 16, CNIS3), a recorrida estabeleceu vínculo laboral de 01/04/1990 a 01/06/1996. Mais tarde, retornou ao regime previdenciário como contribuinte individualmente de 04/1998 a 12/1998. Ainda, contribuiu uma única vez referente à competência 01/2005. Por fim, ingressou mais uma vez ao Regime contribuindo de 10/2007 a 04/2009.

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Superadas estas considerações, necessária se faz a análise da incapacidade da demandante.

Informou o Sr. perito que a segurada sofre de transtornos de discos lombares e de outros discos intervertebrais com radiculopatia, concluindo que tais moléstias resultam em incapacidade temporária para suas funções habituais de doméstica/auxiliar de serviços gerais (evento 17, LAU1):

“3) Quais os exames médicos apresentados pelo(a) autor(a) por ocasião da perícia médica? São os mesmos apresentados perante o INSS?

Resp.: Tomografia Computadorizada da coluna lombo – sacra Atestados médicos Os exames são os mesmos apresentados perante o INSS

4) Quais os exames realizados no(a) periciado(a) e que embasaram o presente laudo?

Resp.: anamnese, exame físico e avaliação dos exames de imagem

7) Quais as características da doença que acomete o(a) autor(a)?

Resp.: degenerativa

8) Qual a sua relação com a atividade exercida pelo(a) autor(a)?

Resp.: nenhuma

9) A que data remonta a moléstia?

Resp.: 2004

10) A enfermidade que acomete a parte autora é a mesma ou se vincula àquela que levou ao requerimento do benefício na esfera administrativa?

Resp.: sim

9) A que data remonta a moléstia?

Resp.: 2004

10) A enfermidade que acomete a parte autora é a mesma ou se vincula àquela que levou ao requerimento do benefício na esfera administrativa?

Resp.: sim

11) O quadro clínico do (a) examinado(a) melhorou, piorou ou permanece inalterado, desde a data do requerimento administrativo junto ao INSS?

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Resp.: melhorou

12) Em se tratando de incapacidade pregressa, qual a possível data em que a incapacidade encerrou (cite os documentos comprobatórios)?

Resp.: não encerrou

13) Esta doença incapacita o(a) autor(a) para o trabalho?

Resp.: sim

14) A que data remonta a incapacidade? Com base em que dados é possível esta afirmação? Em não havendo possibilidade de fixar a data exata, o perito deverá à vista dos exames e documentos juntados, estimar o momento mais aproximado do início da incapacidade.

Resp.: 2007, quando parou suas atividades devido à sintomatologia

18) Em face da incapacidade, a parte autora está: a) com sua capacidade laborativa reduzida, porém, não impedida de exercer a mesma atividade; b) impedida de exercer a mesma atividade, mas não outra; c) inválida para o exercício de qualquer atividade.

Resp.: impedida de exercer a mesma atividade, mas não outra.

19) A incapacidade é temporária (isto é o(a) autor(a) poderá retornar às suas atividades laborativas habituais ou ser reabilitado para outra atividade) ou permanente?

Resp.: temporária

20) Sendo a incapacidade temporária, especifique o tratamento adequado para sua eliminação ou controle de seus efeitos, esclarecendo se este permitirá ao autor retornar à atividade laborativa, se é fornecido pela Rede Pública e o seu tempo de duração.

Resp.: Paciente portadora de hérnia discal L4-L5 tratada cirurgicamente em 2005 com regressão dos sintomas e retorno ao trabalho, porém em 2007 os sintomas retornaram e impediram a paciente de exercer suas atividades laborais. Atualmente apresenta lombalgia irradiada para membro inferior esquerdo e tomografia computadorizada da coluna lombo-sacra mostrando recidiva da hérnia discal L4-L5, já realizou diversas sessões de fisioterapia sem melhora dos sintomas, apresenta teste de Laségue positivo e diminuição de força para as raízes L4 e L5. O tratamento adequado neste caso é a reintervenção cirúrgica para nova descompressão da hérnia discal, já que a paciente apresenta alterações neurológicas ao exame físico.

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O tratamento é fornecido pela Rede Pública, porém a paciente está realizando acompanhamento e tratamento com ortopedista particular.

21) Sendo a incapacidade para a sua atividade habitual permanente, com possibilidade de recuperação para outra atividade, quais os limitadores para a reabilitação (idade, grau de instrução etc.)?

Resp.: a incapacidade não é permanente

22) Ou a incapacidade é permanente e total, isto é, não há possibilidade de recuperação para todo e qualquer trabalho? Sendo permanente e total, desde quando é possível afirmar o caráter irreversível da incapacidade?

Resp.: a incapacidade não é permanente e total”

Note-se que, na data em que a autora Retornou ao Regime Previdenciário, conforme acima referido (10/2007), já era detentora das moléstias e da incapacidade identificada pelo Sr. perito, que, segundo ele, se iniciou em 2007, o que faz concluir que a recorrente já tinha conhecimento de sua moléstia e já julgava-se incapaz a esta época. Ademais, não é caso de doença que ijulgava-senta de carência.

Dessarte, concluo que a incapacidade da autora remonta à época anterior ao período em que reingressou ao Regime Previdenciário.

Conclusão

Ante o exposto, VOTO por DAR PROVIMENTO AO RECURSO DO INSS, para, nos termos da fundamentação, REVOGAR A ANTECIPAÇÃO DE TUTELA E REFORMAR A SENTENÇA, julgando improcedente o pedido, com fundamento no artigo 269, inciso I do CPC.

Sem condenação em honorários advocatícios, porquanto incabíveis na espécie, na forma do artigo 55 da Lei 9.099/95.

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Não haverá devolução dos valores recebidos a título de auxílio-doença decorrentes da sentença de primeiro grau, por se tratar de verba de natureza alimentar, conforme fundamentação.

Considero prequestionados especificamente os dispositivos: art. 115 da Lei 8.213/91 e arts. 273, §§2º e 3º, 475-O e 811, I e II do CPC, bem como a ofensa ao princípio da moralidade (art. 37, da CF/88), bem como todos os dispositivos legais e constitucionais invocados na inicial, contestação, razões e contra-razões de recurso, porquanto a fundamentação ora exarada não viola qualquer dos dispositivos da legislação federal ou a Constituição da República levantados em tais peças processuais. Desde já fica sinalizado que o manejo de embargos para prequestionamento ficarão sujeitos à multa, nos termos da legislação de regência da matéria.

Curitiba, 20 de abril de 2010.

Andréia Castro Dias,

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