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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA-FESP CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO VANUSKA KALLYNE DE OLIVEIRA MELO MACÊDO

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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA-FESP CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

VANUSKA KALLYNE DE OLIVEIRA MELO MACÊDO

EXPLORAÇÃO SEXUAL E TRÁFICO INTERNACIONAL DE PESSOAS

CABEDELO–PB 2015

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VANUSKA KALLYNE DE OLIVEIRA MELO MACÊDO

EXPLORAÇÃO SEXUAL E TRÁFICO INTERNACIONAL DE PESSOAS

Trabalho de Conclusão de Curso em forma de Artigo Científico apresentado à Coordenação do Curso de Bacharelado em Direito, pela Faculdade de Ensino Superior da Paraíba - FESP, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Direito.

Área: Direito Penal

Orientadora: Prof.ª Esp. Juliana Porto Vieira

CABEDELO–PB 2015

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VANUSKA KALLYNE DE OLIVEIRA MELO MACÊDO

EXPLORAÇÃO SEXUAL E TRÁFICO INTERNACIONAL DE PESSOAS

Artigo Científico apresentado à Banca Examinadora de Artigos Científicos da Faculdade de Ensino Superior da Paraíba - FESP, como exigência para a obtenção do grau de Bacharel em Direito.

APROVADO EM ____/____/_____

BANCA EXAMINADORA

Profª Esp. Juliana Porto Vieira ORIENTADOR-FESP

Profª. Ms. Ana Carolina Gondim de Albuquerque Oliveira MEMBRO –FESP

Profº Dr. Rogério Moreira de Almeida MEMBRO-FESP

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 4

2 O TRÁFICO INTERNACIONAL DE PESSOAS NUM CONTEXTO GERAL ... 6

3 A VIOLÊNCIA SEXUAL, EXPLORAÇÃO SEXUAL E O TRÁFICO DE PESSOAS ... 11

3.1 PANORAMA DAS VÍTIMAS ... 14

3.2 MARCO LEGAL BRASILEIRO ... 17

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 21

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EXPLORAÇÃO SEXUAL E TRÁFICO INTERNACIONAL DE PESSOAS

VANUSKA KALLYNE DE OLIVEIRA MELO MACÊDO JULIANA PORTO VIEIRA

RESUMO

A exploração sexual e o tráfico internacional de pessoas são tipos de violência que geralmente são cometidas contra pessoas de baixa renda. Tendo em vista o seu caráter ludibriador em relação às vítimas, que em sua maioria almejam uma melhor condição de vida. Desta maneira o presente artigo tratou de uma análise acerca da exploração sexual e o tráfico internacional de pessoas demonstrando que este tipo de crime está relacionado à questão de gênero bem como de vulnerabilidade social, por envolver vítimas em sua maioria do sexo feminino e de baixa renda. A metodologia utilizada no artigo trata-se de uma pesquisa bibliográfica, com investigação através de periódicos da internet e livros específicos da área, bem como textos recentes sobre a temática. Procurou-se utilizar uma abordagem jurídica ponderada que demonstrasse o tema de forma ampla. Inicialmente foi abordada a temática do tráfico internacional de pessoas num contexto geral. Em seguida foi feita uma explanação sobre a violência sexual, exploração sexual e o tráfico de pessoas, bem como o perfil das vítimas e legislação brasileira. E por fim foi demonstrado, através de argumentos exposto no decorrer do artigo, que o tráfico de pessoas é algo que vem crescendo em todo o mundo de forma exacerbada e assustadora. Palavras–chave: Exploração Sexual. Tráfico de Pessoas. Legislação.

1 INTRODUÇÃO

Com a globalização as cidades vêm crescendo cada vez mais e isso trás consigo o crescimento da violência. Ou seja, com o desenvolvimento das cidades, criação de novos bairros, a expansão desenfreada das construções, aumento populacional, migração, dentre outros aspectos corroboram para que o índice de violência aumente a cada ano que se passa. E com isso o crime organizado vem crescendo assustadoramente no Brasil e no mundo e cada vez mais estruturado, visando sempre o lucro ilícito à custa do sofrimento alheio de pessoas, em sua maioria pobres.

Dentre os diversos tipos de violência tem-se a exploração sexual e o tráfico internacional de pessoas, a qual será abordada nesta pesquisa. Segundo o

Aluna concluinte do Curso de Bacharelado em Direito da Fesp Faculdades, semestre 2015.2. E-mail: kaliny.mello@hotmail.com



Advogada, Especialista em ciências criminais pela Universidade de Coimbra Mestranda em ciências criminais pela Universidade de Coimbra. Professora de Direito Civil e Direito Empresarial na Fesp Faculdades.

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Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra a Criminalidade Organizada Transnacional relativo à Prevenção, à Repressão e à Punição do Tráfico de Pessoas, em especial de Mulheres e Crianças (2000) e a legislação brasileira através do Decreto nº 5.017 de 2004, este referido documento traz em seu artigo 3º, a definição do ―tráfico de pessoas‖:

A expressão ―tráfico de pessoas" significa o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça ou uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração. A exploração incluirá, no mínimo, a exploração da prostituição de outrem ou outras formas de exploração sexual, o trabalho ou serviços forçados, escravatura ou práticas similares à escravatura, a servidão ou a remoção de órgão.

Estes tipos de crimes em sua maioria se originam com os agenciadores, que procuram pessoas de baixa renda, sempre com promessas irresistíveis de um futuro promissor. Isso acaba fazendo com que as vítimas acreditem que tal pessoa é confiável, e que uma possível saída do país fosse apenas para trabalhos subalternos, como garçonete ou algo do tipo. No entanto, quando chegam ao destino final, na maioria das vezes, se deparam com a exploração sexual e com uma realidade totalmente adversa do que foi prometido a elas.

Inicialmente foi abordada nesta pesquisa a temática do tráfico internacional de pessoas num contexto geral, bem como alguns dados sobre a lucratividade desta prática ilícita. Em seguida foi feita uma explanação sobre a violência sexual, exploração sexual e o tráfico de pessoas revelando o perfil das vítimas, as regiões brasileiras mais afetadas por esta prática e os motivos que levam as pessoas ao aliciamento por estes criminosos.

E por fim foi demonstrado, através de argumentos exposto no decorrer do artigo, que o tráfico de pessoas é algo que vem crescendo em todo o mundo de forma exacerbada e as dificuldades e fragilidades enfrentadas pelas vítimas deste crime são inúmeras, bem como há dificuldades também no combate a esta prática, que engloba uma série de questões sociais, culturais dentre outras.

Nesta perspectiva, a metodologia utilizada no artigo tratou-se de uma pesquisa bibliográfica e documental, com a finalidade de contextualizar a violência sexual, tráfico de pessoas e exploração sexual.

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2 O TRÁFICO INTERNACIONAL DE PESSOAS NUM CONTEXTO GERAL

De acordo com Barros (2010), quando se fala em garantias de direitos e de dignidade humana, a história se remonta à Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), após o termino da Segunda Guerra Mundial, a Declaração foi um marco importante para os direitos humanos, preceitos que devem ser seguidos por todos os povos e nações. No entanto, com o advento da globalização a tarefa de defesa dos direitos humanos tem se tornado cada vez mais complexa e difícil. Para Oliveira (2011), esta dificuldade de defender os direitos humanos se tratando diretamente dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas está relacionada ao desenvolvimento das tecnologias tais como a internet que facilitam a organização da rede do crime bem como o acesso dos criminosos às futuras vítimas.

A legislação brasileira através da Constituição Federal de 1988 garante que todos tem acesso à Justiça na busca da defesa dos direitos humanos, conforme Costa (2013, p. 361-362):

O acesso à justiça no Brasil é tido como um direito fundamental, expresso no artigo 5º, Inciso XXXV, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988: "a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito". Assim, o acesso à justiça, direito fundamental constitucionalizado, tem aplicação imediata, exigindo-se, do intérprete, interpretação que conduza ao entendimento, que acesso à justiça, não é acesso as instalações concretas do Judiciário, mas sim que essencialmente deve-se primar pela realização efetiva da Justiça, como valor sem o qual o ser humano não vive, tendo em vista que pela autotutela haveria a destruição da humanidade [...]. Nota-se que a preocupação com o mundo globalizado e com a efetivação dos direitos do homem efetua a busca pelo acesso à justiça, sendo que essa busca tem se manifestado de diversas formas, todas exigindo do Estado Nacional que concretizem o direito fundamental de acesso à justiça, para a resolução das mais complexas relações sociais do âmbito da pós-modernidade.

O autor supracitado nos revela que o direito de acesso à justiça é garantido constitucionalmente, mesmo que na prática existam os entraves de diversas ordens, o que na maioria das vezes favorece o aumento da criminalidade, bem como a impunidade de alguns criminosos, a citar como exemplo o crime de tráfico de pessoas que encontra diversos obstáculos no seu combate, que Segundo Oliveira (2011, p. 16), uma das maiores dificuldades é a: ―diversidade que o crime organizado utiliza para mascarar e dificultar a descoberta do tráfico de pessoas‖.

Para Barros (2010) o crime organizado vem crescendo assustadoramente no Brasil e no mundo, visando sempre o lucro ilícito, e inserido nesta prática podemos

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citar o tráfico de pessoas como um dos crimes que mais cresce. Esta prática se estende há décadas, tendo em vista que não se trata de um crime recente, pois na Roma antiga já existia com os escravos para fins principalmente sexuais. No Brasil, portanto, esta prática também é antiga, ainda conforme Barros (2010, p. 125):

Nem é preciso retroagir aos tempos e costumes tão antigos. Fiquemos com o nosso próprio exemplo. O Brasil, enquanto Colônia de Portugal, e também durante quase todo o período de vigência do Império de D. Pedro II, foi uma Nação nitidamente escravocrata. Somente em 13.05.1888, com a edição da ―Lei Áurea‖, assinada pela Princesa Isabel, o País deixou de efetivamente acolher navios negreiros, que em solo pátrio aportaram durante décadas, sem objeção das autoridades locais. Durante aproximadamente 300 anos, trouxeram, sob o domínio do chicote e de outras torturas, milhões de pessoas – homens, mulheres e crianças – destinadas ao trabalho agrícola, estendendo-se aí, como assinala a literatura de nossa história, à servidão doméstica, à exploração sexual e às violações físicas, sem qualquer respeito à dignidade humana.

Portanto, percebe-se a questão do tráfico de pessoas totalmente entrelaçada ao contexto da violência e o desrespeito à dignidade humana, que vem sendo construída historicamente, bem como o seu combate também vem se tornando cada vez mais difícil com a expansão tecnológica oriundos da globalização da economia. Desta forma o tráfico de pessoas é definido da seguinte maneira segundo a Secretaria Internacional do Trabalho Brasil (2006, p.12):

O recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça ou uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração. A exploração incluirá, no mínimo, a exploração da prostituição de outrem ou outras formas de exploração sexual, o trabalho ou serviços forçados, escravatura ou práticas similares à escravatura, a servidão ou a remoção de órgãos.

Assim, essa mesma definição encontramos no Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra a Criminalidade Organizada Transnacional relativo à Prevenção, à Repressão e à Punição do Tráfico de Pessoas, em especial de Mulheres e Crianças (2000) e na legislação brasileira através do Decreto nº 5.017 de 2004. Este crime engloba uma série de expressões da questão social e vem se tornando cada vez mais comum no mundo, gerando desta forma um mercado ilícito imensurável. Portanto, pela diversidade no seu caráter expressivo, requer ações conjuntas de combate.

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Segundo o Escritório das Nações Unidas Sobre Drogas e Crimes (2015, s/p), o tráfico de pessoas é considerado uma forma moderna de escravidão, apenas se apresentando atualmente com uma nova roupagem e medidas internacionais têm sido tomadas para o enfrentamento desta problemática.

A adoção, em 2000, do Protocolo Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em Especial Mulheres e Crianças e do Protocolo contra o Crime Organizado Transnacional, Relativo ao Combate ao Contrabando de Migrantes por via Terrestre, Marítima e Aérea, que complementam a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional, representa um marco fundamental nos esforços internacionais para enfrentar o tráfico de seres humanos.

A Secretaria Internacional do Trabalho Brasil (2006, p. 12) estima que em 2005 2,4 milhões de pessoas foram traficadas, em sua maioria para trabalhos forçados, chegando aos seguintes números:

A OIT calcula que 43% dessas vítimas sejam subjugadas para exploração sexual e 32% para exploração econômica — as restantes (25%) são traficadas para uma combinação dessas formas ou por razões indeterminadas.

Apesar de a mídia dar um espaço maior aos casos internacionais, o maior problema é interno, onde ocorrem inúmeros casos, sendo pra exploração sexual e trabalho escravo. No entanto, de acordo com o Escritório das Nações Unidas Sobre Drogas e Crimes (2014) existem duas modalidades que pouco são conhecidas ainda, mas que não deixam de existir, que é o tráfico de órgãos e a adoção ilegal de crianças. Estas organizações criminosas que atuam com o tráfico de pessoas1 e o tráfico de órgãos granjeiam um lucro aproximado de 31,6 bilhões de dólares anuais.

O Repórter Brasil (2012, p. 6) nos revela importantes dados sobre tráfico de órgãos que devem ser levados em conta.

Você já ouviu falar da ―Operação Bisturi‖? Ela foi realizada pela Polícia Federal em 2003 e revelou o esquema de tráfico de pessoas para comércio de órgãos mais famoso do Brasil. O comprador era um grande polo médico que fazia transplante de rins na África do Sul. Os vendedores, moradores da periferia de Recife, viajavam para lá para fazer a cirurgia de retirada. Ao todo, 38 pernambucanos venderam os rins à quadrilha. Os primeiros receberam cerca de R$ 8 mil por cada órgão. Mas a procura para ser ―doador‖ cresceu tanto que os traficantes passaram a pagar só R$ 4 mil. Apesar da situação de miséria dessas pessoas, pela legislação brasileira, elas também são consideradas culpadas. Assim como o comprador e o

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traficante, quem vende partes de seu corpo pode pegar de três a oito anos de prisão.

Infere-se, portanto, que o tráfico de órgãos também é um crime e vem crescendo no Brasil e está entrelaçado ao tráfico de seres humanos, e conforme a Secretaria Internacional do Trabalho Brasil (2006) é perceptível que este mercado paralelo ilegal é bastante lucrativo e oferece poucos riscos aos criminosos. Desta forma, de acordo com Secretaria Internacional do Trabalho Brasil (2006, p. 13) pode-se afirmar que:

O tráfico de pessoas é uma atividade de baixos riscos e altos lucros. As mulheres traficadas podem entrar nos países com visto de turista e as atividades ilícitas são facilmente camufladas em atividades legais, como o agenciamento de modelos, babás, garçonetes, dançarinas ou, ainda, mediante a atuação de agências de casamentos. Onde existem, as leis são raramente usadas e as penas aplicadas não são proporcionais aos crimes. Traficantes de drogas recebem penas mais altas do que as dadas para aqueles que comercializam seres humanos.

Neste contexto de atividade de baixo risco e que oferta altos lucros somado aos entraves legais para combater este crime, ele torna-se um tipo de crime atrativo aos criminosos que cada vez mais se arriscam em busca de lucros, ignorando o sofrimento, a dor e os traumas causados às vítimas que são carregados muitas vezes pelo resto da vida. Essas vítimas, de acordo com Repórter Brasil (2012, p. 4), são em maior número as mulheres por estarem numa situação de vulnerabilidade:

Pois bem: as vítimas do tráfico de pessoas têm um perfil comum, apesar das formas de exploração serem diferentes. Em geral, são jovens, de baixa renda, com pouca escolaridade, que começaram a trabalhar cedo e migram porque não têm condições de sobrevivência digna em seus lugares de origem. Por isto, costuma-se dizer que acabaram traficadas porque estavam vulneráveis, ou seja, em uma situação social e econômica que as privou de alternativas concretas de trabalho.

Para Oliveira (2011), sendo as mulheres os maiores alvos, é perceptível que existe uma gama de fatores camuflados que a cada dia se confirma e que coloca a mulher em situação de vulnerabilidade. Pode-se destacar uma série de motivos para o tráfico de mulheres, assim, segundo dados da Secretaria Internacional do Trabalho Brasil (2006, p. 15) a relatora especial para a Violência Contra a Mulher, Radhika Coomaraswamy observou que podemos identificar alguns deles relacionados à globalização:

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Globalização pode ter consequências graves [...] em termos da erosão dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais em nome do desenvolvimento, da estabilidade econômica e da reestruturação da macroeconomia. Nos países do hemisfério Sul, programas de ajustes estruturais levaram a um maior empobrecimento, particularmente das mulheres, perda dos lares e conflitos internos.

Não obstante aos relatos do autor supramencionado, é perceptível que as relações de gênero têm grande influência neste processo de tráfico de pessoas, no qual as mulheres são as maiores vítimas. Para Marques (2015), todo esse processo de crescimento econômico e globalização, oferece aos aliciadores um ambiente favorável de anonimato, através da internet, o que dificulta a identificação dos criminosos que recrutam meninas e mulheres para o mercado do sexo. Assim, segundo o Escritório das Nações Unidas Sobre Drogas e Crimes (2014, p.54):

Portanto, ter uma perspectiva de gênero significa abordar o fenômeno do tráfico de pessoas nos meios de comunicação analisando as diferenças sexuais como produtoras de desigualdades sociais. Significa também desnaturalizar as categorias estanques de homens e mulheres, e seus papéis sociais tradicionais, refutar o determinismo biológico, problematizar a heteronormatização, desconstruir esse binarismo sexual que exclui muitas pessoas da normalidade e limita a vida de todos e todas.

O processo de construção histórica brasileiro é marcado por segregação, o que colabora para a manutenção das desigualdades de gênero e é reforçada pela sociedade em geral. Porém, se faz necessário entender que não se pode construir paradigmas de cidadania excluindo gêneros. Desta forma, as mulheres contabilizam uma das maiores vítimas dos aliciadores do tráfico de pessoas, reforçando a ideia de desigualdade de gênero como mostra Rainichesk (2011, p. 189):

Sendo as mulheres mais suscetíveis ao aliciamento e também as vítimas mais procuradas pelos aliciadores, o tráfico internacional de mulheres é a espécie de tráfico de pessoas mais praticada no mundo. Em sua maioria, as vítimas são iludidas por falsas promessas, sendo transportadas a outros países onde serão exploradas sexualmente.

A problemática do tráfico de pessoas perpassa por diversas áreas, no entanto a questão do gênero é latente, tendo em vista nossa construção social patriarcal, a qual coloca a mulher à submissão ao gênero masculino, que foi construída historicamente e é reforçada na contemporaneidade pelo machismo, mesmo que já combatido através de diversos dispositivos legais. Porém, Oliveira (2011) revela que apesar das mulheres contabilizarem maior número de vítimas, os homens também

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estão sendo vítimas, no entanto os dados ainda são insuficientes, mas revelam que meninos jovens, adolescentes e travestis estão entrando para as estatísticas do mundo do tráfico de pessoas.

3 A VIOLENCIA SEXUAL, EXPLORAÇÃO SEXUAL E O TRÁFICO DE PESSOAS.

Segundo Violes (2007, p. 31) ―no mundo todo, a violência está entre as principais causas de morte de pessoas na faixa etária de 15 a 44 anos, considerando a mais produtiva para a sociedade‖. A partir desta afirmativa percebe-se que a violência deve percebe-ser considerada em percebe-seus diversos aspectos, ou percebe-seja, de forma interdisciplinar, bem como ser abordada como uma questão de saúde pública, tendo em vista que esses índices acima referidos estão custando cada vez mais caro aos cofres públicos, mais especificamente à saúde pública.

Sob a lógica capitalista, a violência tornou-se mercadoria, cuja produção, consumo e comércio gera lucros; tanto para os que a praticam, quanto para os serviços e programas de enfrentamento adotados. Em todo o mundo, a violência tem sido interpretada, para além dos seus aspectos éticos, morais, culturais e jurídicos, como uma questão e problema de saúde pública (VIOLES, 2007, p. 31).

Ocorre a mercantilização dos seres humanos, os tornando uma simples mercadoria diante da lógica capitalista, o que mexe com a estrutura de toda a sociedade e muitas vezes banalizam as diversas formas de violência existentes. Desta maneira a Secretaria Internacional do Trabalho Brasil (2006) alerta que o tráfico de pessoas se materializa de diversos meios, seja com finalidade de exploração sexual ou como trabalho escravo, se constitui como uma grave violação dos direitos humanos.

Segundo a Secretaria Internacional do Trabalho Brasil (2006) As principais causas do tráfico para a exploração sexual são: a ausência de oportunidades de trabalho, a discriminação de gênero, a instabilidade política, econômica e civil em regiões de conflito, violência doméstica e emigração indocumentada dentre outras. Isto revela a falta de assistência do governo remetendo o problema à ordem pública, haja vista que a maioria das vítimas deste crime está em busca de melhorias de vida que deveria ser garantida pelo Estado, conforme a Constituição Federal de 1988 garante, enquanto gestor. No entanto, uma grande parcela da população está

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vulnerável e exposta a este tipo de crime a medida que se arrisca em busca de uma vida melhor.

Percebe-se que diante das principais causas do tráfico de pessoas para fins sexuais, mais uma vez se ressalta a questão do gênero, tendo em vista que nas situações elencadas acima, as mulheres estão presentes nestes espaços de violência. Portanto, este cenário contemporâneo de disparidade de gênero foi construído historicamente, e a mulher sempre é colocada numa condição inferior ao homem. Isto é perceptível quando adentramos na questão do tráfico de pessoas, no qual se tem as mulheres como maior número de vítimas, as quais passaram por diversos tipos de violência e estas circunstâncias, muitas vezes, as levam a sonharem com uma vida melhor e acabam enganadas pelos aliciadores.

O Brasil, se faz rota favorável ao crescimento deste tipo de crime, tendo em vista que é detentor de vários fatores que atraem este tipo de criminosos, o que contribui para o crescente aumento do número de casos de tráfico de pessoas e colocando o território brasileiro na rota do tráfico. Desta maneira o Escritório das Nações Unidas Sobre Drogas e Crimes (2014, p. 15) revela que:

O Brasil é um país de origem, de trânsito e de destino do tráfico de pessoas. Isso quer dizer que vítimas brasileiras saem do país para serem exploradas em outros lugares, passam por aqui a caminho de outros lugares, ou vêm de outros países com o objetivo de aqui trabalhar.

Segundo Oliveira (2011), todas as regiões do Brasil são rotas favoráveis ao tráfico de pessoas, porém, algumas rodovias são especiais por fazerem fronteiras com outros países facilitando assim este acesso. A Secretaria Internacional do Trabalho Brasil (2006) elenca ainda uma gama de causas que levam as pessoas a serem traficadas. Um exemplo disso é a ausência de trabalho onde a pessoa mora, uma vez que a pobreza é algo que o faz pensar em uma ascensão social. Outra causa que é destacada pela OIT é a discriminação de gênero, vale salientar que isso é um problema recorrente em uma série de países. A soma destes fatores colocam, portanto, o Brasil numa condição de rota favorável ao tráfico de pessoas.

As causas são diversas e o Repórter Brasil (2012, p. 8) ainda revela que:

As promessas de trabalho longe de casa, principalmente no exterior, exercem um poder de sedução muito grande. A realidade de quem acaba explorada no mercado do sexo fora do seu país, porém, revela-se dura: vida na clandestinidade, com passaporte retido, sem possibilidade de fuga;

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desconhecimento do idioma local, tornando mais difícil criar vínculos sociais e ter acesso aos seus direitos; cobrança abusiva das despesas com passagem, alimentação e moradia, de maneira que estejam sempre em dívida com o explorador; jornada de 10 a 13 horas de trabalho diário, mesmo doentes, sem poder recusar cliente; incentivo ao consumo de drogas, principalmente álcool e cocaína, tornandoas prisioneiras do vício, além de ameaças e violência física.

Estas falsas promessas acabam fazendo com que as vítimas deste crime se tornem vulneráveis aos aliciadores como foi explicitado anteriormente. Portanto, de acordo com a Secretaria Internacional do Trabalho Brasil (2006) podemos concluir que:

As raízes do problema encontram-se muito mais nas forças que permitem a existência da demanda pela exploração de seres humanos do que nas características das vítimas. Essa demanda vem de três grupos: os dos traficantes – que, como visto acima, são atraídos pela perspectiva de lucros milionários-, os empregadores inescrupulosos que querem tirar proveito de mão-de-obra aviltada e, por fim, os consumidores do trabalho produzido pelas vítimas.

Outra causa muito demonstrada pela Secretaria Internacional do Trabalho Brasil (2006) é o turismo sexual, muitas pessoas vão conhecer outros países com o intuito de aliciar mulheres ou menores para poder levar ao seu país de origem. Muitas dessas pessoas retornam das férias acompanhadas e é a partir daí que começa a ideia de tráfico e a enganação dessas mulheres. E a Secretaria Nacional de Justiça (2013) revela que a maioria dos casos ocorridos de tráficos de pessoas se constata para fins sexuais, no entanto também ocorre para trabalho escravo, o qual nos últimos 6 anos no Brasil ocorreram cerca de 35 casos por estado, uma média de 157 casos por ano.

O tráfico de pessoas se estende por todo o Brasil, porém existem locais preferidos pelos criminosos nos quais esse tipo de ilícito é mais intenso. Essa problemática envolve tanto o Governo quanto a sociedade em geral e a união destes para combatê-lo é imprescindível. Assim, a Secretaria Internacional do Trabalho Brasil (2006, p. 19) nos traz os seguinte dados:

Levantamento do Ministério da Justiça, realizado no âmbito de projeto implementado com o UNODC, apurou que os Estados em que a situação é mais grave são Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro, por serem os principais pontos de saída do país, e Goiás. No caso deste último, onde o aliciamento acontece principalmente no interior, profissionais que atuam no enfrentamento ao tráfico de pessoas acreditam que as organizações criminosas se interessam pela mulher goiana pelo fato de seu biotipo ser atraente aos clientes de serviços sexuais na Europa.

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A Secretaria Internacional do Trabalho Brasil (2006) ainda revela que quando o direcionamento da questão do tráfico de seres humanos segue a linha de recepção de pessoas, o Brasil também o faz. Portanto, ele não só envia para fora do país, mas também recebe estas pessoas. A demanda vem de países como Bolívia, Peru, Nigéria China e Coréia. No entanto, a Secretaria Nacional de Justiça (2013, p. 42) nos revela que no envio de pessoas ―os países onde mais brasileiros e brasileiras vítimas de tráfico de pessoas foram encontrados são: Suriname, Suíça, Espanha e Holanda‖.

Desta forma, segundo a Secretaria Internacional do Trabalho Brasil (2006, p. 20) as pessoas que aqui chegam vítimas do tráfico internacional de pessoas, se deparam com situações desumanas de sobrevivência, e:

A maioria acaba submetida a regimes de escravidão nas grandes cidades, como São Paulo, e fica confinada em oficinas de costura, fazendo jornadas de mais de 15 horas e sendo obrigada a dormir no próprio local de trabalho. A Pastoral do Migrante calcula que 10% dos imigrantes bolivianos ilegais que chegam a São Paulo terminam nessas condições.

Conforme a Secretaria Internacional do Trabalho Brasil (2006) a expansão deste tipo de crime no nosso país oferece uma série de riscos tais como aumento e fortalecimento do crime organizado, desestabilização econômica, corrupção do setor público dentre outras situações desfavoráveis, e em contrapartida se as mulheres são as maiores vítimas, os homens são maioria entre os traficantes. Porém, não se deixa de contabilizar também a participação feminina como traficantes, que são 43,7% das pessoas já indiciadas. Em média, a maioria dos traficantes tem mais de 30 anos e possuem nível escolar entre médio e superior e estas pessoas possuem contato com organizações criminosas no exterior.

3.1 Panorama das Vítimas

No tocante às vítimas do tráfico para exploração sexual ou trabalho escravo, a Secretaria Internacional do Trabalho Brasil (2006) afirma que a maioria são mulheres que tem entre 15 e 25 anos e baixa escolaridade. Estas pessoas são geralmente da periferia, de baixa renda, de trabalhos informais e subalternos, com pouca perspectiva de melhora na sua condição de vida. No entanto, o Ministério da Saúde através da Secretaria Nacional de Justiça (2013, p. 36-37) dispõe de dados mais precisos:

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A faixa etária de maior incidência é entre 10 e 29 anos, havendo, todavia uma maior incidência de vítimas, cerca de 25%, na faixa etária de 10 a 19 anos, isso para ambos os sexos, [...].A escolaridade é baixa e as vítimas são solteiras, mas isso também pode ser o reflexo do perfil do grupo, cuja faixa etária é baixa. E a zona de residência das vítimas é, em mais de 75% dos casos, a urbana.

O Repórter Brasil (2012, p. 7) revela ainda um perfil mais específico das vítimas:

No Brasil, o alvo mais fácil do tráfico de pessoas para exploração sexual são mulheres jovens, de baixa escolaridade, que começaram a trabalhar cedo e migraram por falta de opção. Elas se encaixam no perfil geral de vulnerabilidade já apresentado nesta cartilha, com algumas outras características específicas: são negras ou morenas, solteiras, com filhos, sofreram abuso sexual na infância, prostituíram-se, tornaram-se viciadas em drogas. Mas é importante lembrar que este é o perfil mais comum, não o único: entre as vítimas deste crime há também gente de classe média, inclusive homens.

De acordo com a Secretaria Nacional de Justiça (2013), apesar da precisão dos dados, sabe-se que eles não contabilizam o número total de ocorrências deste tipo de crime, tendo em vista que muitas das vítimas não procuram os órgãos competentes para formalizarem a denúncia, por isto só são contabilizados os dados referentes às pessoas que acessam os serviços disponíveis.

Essas características nos remonta à ideia de abandono institucional, ou seja, nos espaços no qual o Estado se ausenta na forma de políticas públicas a vulnerabilidade social aumenta e estas pessoas alimentam sonhos de melhoria em suas vidas e acabam sendo enganadas pelos aliciadores em busca de uma vida melhor longe da pobreza extrema. Em suma, Rainichesk (2011, p. 167) revela que o aliciador:

Esse sujeito atrai as suas vítimas pela internet, por anúncios em jornais e por contato pessoal e direto. Para a consumação mais fácil do tráfico, o aliciador sempre procura o consentimento da vítima. Em sua maioria os traficantes de pessoas estão, ao mesmo tempo, ligados a outros tipos delituosos, como o tráfico de armas, a falsificação de documentos, homicídios, tráfico de narcóticos, entre outros.

Ainda sobre os aliciadores, o Repórter Brasil (2012, p.13) revela que eles muitas vezes atuam através de falsas agências de modas.

A Polícia Federal já recebeu quase 700 denúncias sobre sites de falsas agências de moda que recrutavam mulheres para o tráfico internacional.

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Alguns anúncios criminosos utilizavam o código: ―ficha rosa‖. Isso quer dizer que eles estavam atrás de modelos que participassem de eventos (como feiras, congressos e festas fechadas) e, ao mesmo tempo, ficassem disponíveis para serviços sexuais. Esse trabalho de investigação foi feito em parceria com a ONG SaferNet, que se dedica à defesa dos Direitos Humanos na Internet. Em 2010 ela lançou um formulário para receber denúncias sobre sites relacionados ao tráfico de pessoas. Para denunciar, não é preciso se identificar. O endereço é: http://denuncia.pf.gov.br/

Percebe-se que o saldo desta prática ilícita é bastante negativo e cruel, tendo em vista que, ainda segundo Rainichesk (2011, p. 172):

O tráfico internacional de seres humanos é um crime em crescente desenvolvimento. Cerca de 700.000 mulheres e 1.000.000 de crianças são traficadas por ano. A cada 100 vítimas, 3 contraem o HIV, 24 alguma DST, 26 sofrem agressões físicas, 19 agressões sexuais, 9 ameaças e intimidações e 15 ficam grávidas .

De acordo com a Secretaria Internacional do Trabalho Brasil (2006, p. 37) as marcas desta violência provocam traumas psicológicos e físicos que as vítimas enfrentam dificuldades para cicatrizar e estas vítimas também encontram dificuldades na etapa da sua reintegração social, podendo levá-la novamente às ―redes do tráfico, como vítima reincidente ou na qualidade de aliciadora‖. Diante deste contexto, Repórter Brasil (2012, p. 19) relata as dificuldades de recuperação das vítimas:

Além do sofrimento psicológico, essas mulheres enfrentam dificuldades materiais. Em geral, ao voltar para sua região, elas encontram novamente a difícil situação que as fez procurar trabalho em outro lugar. Ou seja: elas continuam tão ou mais vulneráveis do que antes, e podem cair de novo na rede da exploração sexual. Por isso, é essencial que as vítimas possam contar não só com assistência psicológica e financeira na volta para casa, como ter trabalho. Infelizmente, no Brasil, esta é uma luta que ainda precisa ser vencida.

Portanto, a vulnerabilidade social entra em cena, somada a legislação brasileira frágil e outros fatores, tornando o ambiente favorável ao tráfico de pessoas, que na maioria das vezes saem do seu país de origem em busca de qualidade de vida e oportunidades de emprego e se deparam com situações adversas e cruéis. Faz-se necessário combater a pobreza extrema e buscar igualdade social para que a parcela da população menos favorecida não se submeta ao julgo dos aliciadores e ao crime organizado.

(18)

3.2 Marco Legal Brasileiro

De acordo com Rainichesk (2011) em meados de 2004, foi ratificada no Brasil Convenção das Nações Unidas Contra o Crime Organizado Transnacional através do Decreto nº 5.015. Em seguida o Decreto nº 5.017 traz algumas inovações neste contexto, ainda no ano de 2004. E ainda de acordo com o autor supramencionado, em 2006 é aprovado no Brasil o Decreto nº 5.948 que institui ações para o combate de tráfico de pessoas, tendo como protagonista destes fatos o Protocolo das Nações Unidas Contra o Tráfico de pessoas, o qual é considerado um grande avanço no combate a este tipo de crime, sendo ratificado por centenas de países.

No entanto, em seus primórdios, a legislação brasileira através do Código Penal de 1890 já tipificava esta prática, ainda segundo o Rainichesk (2011, p. 178):

O Código Penal Brasileiro de 1890 já tipificava em seu artigo 278 o crime de ‗induzir mulheres, quer abusando de sua fraqueza ou miseria, quer constrangendo-as por intimidações ou ameaças, a empregarem-se no tráfico da prostituição; prestar-lhes, por conta propria ou de outrem, sob sua ou alheia responsabilidade, assistencia, habitação e auxilios, para auferir, directa ou indirectamente, lucros desta especulação‘.

Ainda de acordo com o Rainichesk (2011) em 1940 este crime foi tipificado no art. 231. Porém, no ano de 2005 foi promulgada a Lei nº 11.106 que altera o texto, no qual apenas mulheres poderiam figurar como sujeitos passivos, passando a denominação então para ―tráfico internacional de pessoas‖. A partir de então não apenas mulheres, mas homens também figuram como vítimas do tráfico de pessoas. Em 2009, a Lei nº 12.015 traz algumas modificações, dentre elas a denominação que passa a ser ―tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual‖. Segundo Rainichesk (2011, p. 168-169) ―a referida lei alterou as redações anteriores e criou um terceiro parágrafo ao artigo 231 [...]. A partir de então, o referido artigo também conceitua como tráfico de pessoas o recrutamento, o transporte, o alojamento ou acolhimento das vítimas‖.

Recentemente a justiça brasileira, através do Tribunal Regional Federal, proferiu a seguinte decisão a respeito do crime de tráfico internacional de pessoas:

Ementa:

PENAL E PROCESSO PENAL. TRÁFICO INTERNACIONAL DE PESSOAS. EXPLORAÇÃO SEXUAL DE MULHERES. AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS. DOSIMETRIA. 1. [...] 2. O conjunto

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probatório denota que as acusadas incidiram no crime de tráfico de pessoas, promovendo, intermediando e facilitando a saída de mulheres do território nacional para exercer a prostituição na Espanha. 3. Reconhecimento da qualificadora do § 2º do art. 231 do Código Penal, pois foi demonstrada a fraude empregada pelas acusadas contra suas vítimas, no sentido de arregimentá-las para trabalharem no exterior como cozinheiras, quando na verdade o trabalho não passava de escravidão do corpo por meio de prostituição vigiada. 4. [...] 5. No que tange à dosimetria das penas, impende reconhecer que ante a existência de algumas circunstâncias judiciais, correta as aplicações em patamares ligeiramente acima do mínimo legal. 6. Possibilidade de aplicação da pena de multa, uma vez provada que a conduta prevista no preceito primário do tipo incriminador tinha por objetivo a obtenção de vantagem econômica (art. 231, § 3º, do CP). 7. Apelações das acusadas não providas. Apelação do Ministério Público parcialmente provida (TRF-1 - ACR: 127339120094013500, Relator:

DESEMBARGADORA FEDERAL MONICA SIFUENTES, Data de

Julgamento: 25/11/2014, TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: 05/12/2014).

Diante do exposto acima, o Tribunal Regional Federal frente à situação de tráfico Internacional de pessoas, reconhece o crime cometido no qual as referidas mulheres vítimas no processo foram arregimentadas para a Espanha com promessas de trabalho subalternos, no entanto a prática era a de prostituição. E ainda no âmbito legal, a Secretaria Nacional de Justiça (2013, p. 43) contabiliza que entre os anos de 2005 a 2011 foram instaurados 157 inquéritos na Polícia Federal e 91 no Poder Judiciário Federal e Estadual, no entanto nem todos foram concluídos por falta de provas, dentre outros motivos:

O tráfico de pessoas no Brasil, nas formas internacional e interna, e nas suas diversas modalidades, é crime que tem sido pouco revelado. E quando revelado, registrado de forma ainda bastante deficitária pelos órgãos de enfrentamento, principalmente os de Segurança Pública e a Justiça Criminal.

Isso demonstra a fragilidade no nosso sistema judiciário que enfrenta empecilhos de diversas ordens, tanto na apuração dos dados quanto na conclusão dos inquéritos, o que só ressalta a sensação de insegurança, tendo em vista que as pessoas que praticam este tipo de crime na maioria das vezes ficam impunes. Situação esta que nos revela alguns obstáculos do acesso à justiça entrelaçado à vulnerabilidade social.

Desta maneira Costa (2013, p. 381) afirma:

A exclusão social e a pobreza são os maiores obstáculos de acesso à justiça. O pleno acesso à justiça só será possível com a erradicação da pobreza ou com a inclusão dos excluídos no processo de democratização

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da justiça, através de mecanismos que assegurem aos mais humildes e hipossuficientes, social, cultural e financeiramente perante a concepção de ordem jurídica justa.

E mesmo diante dos entraves, na Paraíba, no ano de 2010, o Ministério Público federal (2015, s/p) mostra que atua de forma contundente no combate ao Tráfico internacional de pessoas:

Em 2010, o MPF na Paraíba denunciou cinco brasileiros e um italiano por tráfico internacional de pessoas. As provas apresentadas pelo MPF apontaram para a existência de uma quadrilha especializada em agenciar jovens travestis de diversos municípios do estado da Paraíba, como Araçagi, Guarabira, Mulungu e Baía da Traição, com a finalidade de promover suas saídas do território brasileiro a fim de exercerem a prostituição na Itália.

A Paraíba, através do Ministério Público Federal, está atuante no combate ao Tráfico Internacional de Pessoas, a quadrilha supracitada atuava de forma a aliciar as pessoas com promessas de trabalho no exterior. No entanto, como já foi explanada nesta pesquisa anteriormente, a realidade é bem distinta do prometido e o destino destas pessoas já é sabido: trabalho escravo e/ou exploração sexual.

Em alguns casos de tráfico internacional de pessoas, segundo o Escritório das Nações Unidas Sobre Drogas e Crimes (2009, p. 12) os acusados tentam usar o argumento de consentimento da vítima, porém isto é irrelevante, tendo em vista que muitas vezes estas vítimas são enganadas e coagidas. Em suma:

O Artigo 3.º (b) do Protocolo contra o Tráfico de Pessoas determina que o consentimento de uma vítima de tráfico de pessoas em relação à sua exploração é irrelevante, assim que for demonstrado terem sido usados engano, coação, força ou outros meios ilícitos. O consentimento, por conseguinte, não pode ser usado como defesa para eximir alguém de responsabilidade penal. [...]. Em qualquer destes casos, torna-se claro que nenhuma pessoa pode consentir na sua exploração, porque, no caso dos adultos, esse consentimento não traduz uma vontade séria, livre e esclarecida - por ter eventualmente sido obtido mediante meios ilícitos e, no caso das crianças, a sua vulnerabilidade torna o consentimento irrelevante. Desta maneira, o Escritório das Nações Unidas Sobre Drogas e Crimes (2014, p.16) afirma que o Brasil tem seguido a regra do Protocolo contra o Tráfico de pessoas e todos os protocolos internacionais no combate a este tipo de crime, visando à proteção da dignidade humana, e também ―No Brasil, a Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas vai mais longe e considera o

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consentimento dado pela vítima irrelevante em todos os casos, sem depender dos meios utilizados‖.

É de extrema importância a participação ativa do Brasil no combate ao tráfico de pessoas, seguindo todas as regras e protocolos internacionais na tentativa de diminuir ou eliminar este tipo de crime. No entanto, se faz necessário também investimentos em políticas públicas que diminuam as desigualdades sociais e permita uma condição econômica mais equilibrada da população, tendo em vista que este crime tem como principal vítima pessoas pobres que querem melhorar suas condições de sobrevivência.

Portanto, de acordo com Violes (2007, p.138), no combate a este tipo de crime devem-se unir forças dos diversos segmentos da sociedade,

O fenômeno da exploração sexual é complexo e está ligado não somente à pobreza e miséria, como também a dimensões histórico-estruturais, culturais, psicológicas, sociais, legais e políticas. É um problema impossível de ser enfrentado isoladamente e/ou por apenas um setor da sociedade, dado que é multicausal, multidimensional e multifacetado, mas pode e deve ser enfrentado mediante a mobilização, organização e parceria com diferentes setores da sociedade, do governo, das instituições e, em especial, dos empresários.

Barros (2010) alerta que tendo em vista este tipo de crime ser cada vez mais presente no território brasileiro e desencadear outros tipos de crimes bem como fortalecer o crime organizado, requer medidas urgentes de combate. Estes criminosos não medem esforços para atingir seus objetivos, diga-se de passagem, que é o lucro exorbitante e deve-se ressaltar que está prática é antiga desde os tempos de Brasil colônia de Portugal, em que se traficava os escravos como mercadoria.

Percebe-se que o tráfico de pessoas está relacionado a uma série de outros crimes que estão interligados e requer medidas urgentes no seu combate. Haja vista que o crime organizado está cada vez mais estruturado e crescente. As medidas de combate também precisam ser de caráter socioeconômico melhorando assim a vida da população para que esta não seja iludida pelos aliciadores em busca de melhoria de vida. É a busca permanente pelo respeito à dignidade humana combatendo o crime e conscientizando a população através do processo educativo.

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4 CONSIDERAÇÕESFINAIS

O tráfico de pessoas é algo que vem crescendo em todo o mundo de forma exacerbada. Consequentemente, tem que ser tomada alguma medida para tentar amenizar tal problema, visando também orientar as pessoas de baixa renda dentre outras medidas legais cabíveis, tendo em vista que este grupo de pessoas são os alvos principais dos criminosos. Nesse contexto, a educação desempenha um papel de suma importância no combate ao tráfico de pessoas.

Desta forma, se percebe como um crime de difícil combate devido à forma como este se apresenta à sociedade, camuflado por um sentido de mudança e melhoria de vida. Bem como as dificuldades ofertadas pela globalização, no qual tem se a internet como ferramenta favorável aos criminosos. Assim, o combate requer esforço conjunto e se faz necessário compreender este fenômeno para combatê-lo de forma eficaz.

Ficou claro, diante dos argumentos expostos, que o tráfico de seres humanos é um problema transnacional e que ultrapassa as fronteiras dos países, e mesmo assim é algo muito difícil de resolver. A legislação brasileira se coloca atenta a este ilícito em busca de combater o tráfico de pessoas ou outra forma de exploração, com isso o Brasil tem ratificado diversos tratados, porém existem entraves de diversas ordens, o que dificulta a fiscalização bem como o combate. Podendo citar também a dificuldade de acesso à justiça por parte das vítimas, tendo em vista ser um direito garantido constitucionalmente.

É necessário destacar também, diante do perfil das vítimas expostos nesta pesquisa, que deve haver por parte do poder público maior investimento em políticas públicas na tentativa de amenizar a condição de pobreza extrema em que vivem a maioria das vítimas. Tendo em vista que os argumentos apresentados nesta pesquisa deixaram claro que este tipo de crime envolve pessoas com baixo nível escolar e de baixa renda, que na maioria das vezes estão em busca de sonhos que estão relacionados à ascensão profissional e melhoria de vida, ou seja, é um tipo de crime que está entrelaçado a vulnerabilidade social das vítimas.

(23)

SEXUAL EXPLOITATION AND TRAFFICKING INTERNATIONAL GUESTS

ABSTRACT

This article analyzes sexual exploitation and international human trafficking, considering that the referred matter does not get enough discussion within academic environment for many different reasons including its complexity. The aim of this article is to make a brief explanation to widen knowledge on this theme, then to state the negative extent of this illicit practice. The methodology used in the article is a bibliographical research with investigation through internet journals and specific field books, also bringing recent texts on the matter. It is aimed to make use of a considered legal approach, which broadly demonstrates the theme. The international human trafficking matter will be raised initially in a general context. Subsequently an explanation on sexual violence, sexual exploitation and human trafficking will be done, as well as the victims‘ profiles and the Brazilian legal framework. Finally, it will be demonstrated, through argument, exposed in the course of the article, that human trafficking is growing worldwide in an exacerbated and scary fashion.

Key-words: Sexual Exploitation. Human Trafficking. Sexual Violence.

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M141e Macêdo, Vanuska Kallyne de Oliveira Melo.

Exploração sexual e tráfico internacional de pessoas. / Vanuska Kallyne de Oliveira Melo Macêdo. – Cabedelo, 2015.

22f.

Orientadora: Profª. Esp. Juliana Porto Vieira.

Artigo Científico (Graduação em Direito).Faculdades de Ensino Superior da Paraíba – FESP

1. Exploração sexual. 2. Tráfico de Pessoas. 3. Violência Sexual. I. Título

Referências

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