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Análise Comparativa do Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Comunicações a partir da Pintec 2000 e 2003.

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Análise Comparativa do Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Comunicações a partir da Pintec 2000 e 2003.

Autoria: Débora Segato Martins, Simone Vasconcelos Ribeiro Galina

Resumo: As empresas do setor de telecomunicações são extremamente dependentes do

investimento em atividades inovativas para garantir a sustentabilidade e competitividade dos seus negócios. A importância deste artigo está em analisar o desenvolvimento tecnológico do setor de equipamentos de telecomunicações, a fim de entender como as empresas desse setor respondem ao ambiente competitivo e fortemente afetado pela inovação. Para tanto, foi realizada uma análise descritiva da PINTEC para os períodos de 1998-2000 e 2001-2003, que abrange dois importantes marcos do setor. Os dados mostram que apesar do setor de telecomunicações ter reagido nesses dois períodos mais agressivamente ao ambiente competitivo por meio de atividades inovativas do que as empresas em geral, o setor apresentou retração dessas atividades do primeiro para o segundo período da pesquisa. No segundo período, as empresas foram afetadas pela crise mundial do setor, o que levou a redução das vendas líquidas e do número de funcionários. Esse fato deve ter contribuído para que as condições de mercado e os obstáculos econômicos se destacassem como empecilhos para o investimento em desenvolvimento tecnológico pelas empresas, o que evidencia a importância de políticas públicas para incentivar o investimento nas atividades inovativas.

1. Introdução

A capacidade de inovação é crucial para sustentar vantagem competitiva e um diferencial no atual ambiente econômico globalizado, de alta qualidade dos produtos e de concorrência acirrada. As empresas do setor de telecomunicações dependem fortemente de investimentos em atividades inovativas para garantir sustentabilidade e competitividade nos seus negócios. Esse setor é extremamente dependente da inovação, já que o ciclo de vida dos seus produtos é curto e as empresas necessitam adequar-se à competitividade imposta pelo mercado. Para gerar um diferencial e obter vantagem competitiva, essas empresas devem tanto ampliar a capacidade interna de inovação e de incorporação de conhecimento como buscar novas fontes de tecnologia que sejam complementares (PRADO e PORTO, 2002).

Com a intenção de entender como as empresas de equipamentos de telecomunicações de atuação nacional respondem ao ambiente competitivo e fortemente afetado pela inovação, este artigo objetiva analisar o desenvolvimento tecnológico desse setor em momentos distintos da influência de fatores relevantes para competitividade, como variação de demanda e de concorrência no mercado. Pata tanto, é feita uma análise da gestão de tecnologia do setor em comparação com as empresas em geral a partir da Pesquisa de Inovação Tecnológica do IBGE (PINTEC) em dois períodos: de 1998 a 2000 e de 2001 a 2003; o primeiro período foi marcado pela privatização do sistema Telebrás (em 1998) e o segundo período pela crise mundial do setor (em 2001).

Para tanto, o artigo começa com um breve referencial acerca do desenvolvimento tecnológico do setor de telecomunicações no Brasil nos últimos anos, incluindo discussão sobre os indicadores que caracterizam o investimento em tecnologia do setor no Brasil e das empresas em geral. Na seção 4.2, serão apresentados e analisados os indicadores da PINTEC desagregados para os Estados de São Paulo e Amazonas, que são os estados com produção mais representativa para o setor de equipamentos de telecomunicações, segundo dados da PINTEC/ IBGE (2003). Pretende-se observar a possível influência da Lei de Informáticai sobre o desenvolvimento tecnológico desses estados.

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No Brasil, para Marcovich (1978) apud Andreassi (2000), como a industrialização foi tardia, somente após a segunda guerra mundial, houve a necessidade do empresário trazer do exterior a tecnologia necessária para garantir o funcionamento das empresas, pois no Brasil não existiam recursos para a criação do know how nacional. Mas, para garantir a otimização dessa tecnologia importada, foi necessária a implantação de uma equipe de P&D para a adaptação da tecnologia. Principalmente nas empresas estatais de energia, telecomunicações e petróleo, as equipes de P&D evoluíram e conseguiram ser reconhecidas pelo nível de inovação. Nos outros setores foi somente após a abertura comercial na década de 90 que a importância do investimento foi reconhecida.

No setor de telecomunicações, o desenvolvimento tecnológico local teve como marco a criação do CPqD. Esse centro de pesquisa foi considerado o mais importante centro de pesquisa em telecomunicações do hemisfério sul (Siqueira, 1997). Os objetivos do CPqD, segundo Campanário, Silva e Rovai (2004), não eram relacionados com a competitividade, pois a falta de concorrência e metas do setor inibia essa perspectiva. A preocupação era em capacitar tecnologicamente o Brasil.

Na década de 80 e até meados da década de 90, os problemas oriundos do monopólio estatal em telecomunicações geraram um ambiente não propício para acompanhar a evolução mundial crescente do setor, o insuficiente investimento brasileiro na área impedia a expansão e melhoria dos serviços prestados. A exemplo do que vinha acontecendo mundialmente, o sistema estatal de telefonia (Sistema Telebrás) foi privatizado em 1998, alterando definitivamente a organização do setor no país.

No inicio da década de 90, o CPqD redefiniu o seu papel e passou a priorizar produtos com maior diferencial competitivo, a partir desse momento a demanda do setor produtivo passou a direcionar o esforço tecnológico, diferente do que acontecia anteriormente quando o monopólio estatal inibia a competitividade e dessa forma a demanda por tecnologia. Com a privatização da Telebrás o CPqD foi transformado em fundação privada, a instituição mudou de um “modelo de oferta” de C&T para um “modelo de demanda” (CAMPANÁRIO, SILVA e ROVAI, 2004).

Após a privatização, o CPqD não se destaca mais no desenvolvimento de tecnologia de ponta, geralmente está vinculado em projetos e pesquisa em conjunto com empresas do setor de telecomunicações (SBRAGIA et al., 2004). A dificuldade para a obtenção de recursos necessários para a operação do CPqD é o maior desafio para a sua manutenção segundo Melo e Gutierrez (1998). Além do CPqD, existem atualmente outros centros de pesquisa e universidades que desenvolvem tecnologia no setor de telecomunicações no Brasil.

Para Gutierrez e Crossetti (2003), a importância desses centros se dá na medida em que promove a inovação e o engajamento de fornecedores locais, além de aumentar a geração de empregos qualificados. Os autores ressaltam ainda a importância de ações tanto das empresas como do governo para favorecer a competitividade da produção brasileira.

Como forma de estimular a competitividade brasileira foi criada a Lei de Informáticaii, que estimula a cooperação das empresas com as instituições de pesquisaiii. Para Gutierrez e Crossetti (2003), várias empresas procuram adaptar-se à Lei, devido à isenção de IPI. Os benefícios fiscais geraram maior investimento das empresas em centros de pesquisa tanto internos como externos. “Em quase todos os casos, pode-se afirmar que houve um esforço de nacionalização de equipamentos que provavelmente seriam fornecidos através de importação. O efeito mais imediato foi a criação de uma base produtiva expressiva e o desenvolvimento de um número cada vez maior de fornecedores” (GUTIERREZ E CROSSETTI, 2003, p.42).

Os projetos dos centros de pesquisa influenciados pela Lei de Informática não são, na sua maioria, de tecnologia de ponta, mas acabam por formar uma rede de pesquisadores diversa da atuante com o CPqD, que foi impulsionador do desenvolvimento tecnológico do país (GUTIERREZ e CROSSETTI, 2003).

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Essa Lei, além de estimular a capacitação tecnológica e produção industrial por meio de incentivos fiscais para as empresas que realizarem investimentos em P&Div, estabelece condições para compras públicas de bens e serviços de informática e automação, uma vez que existe a preferência por bens e serviços desenvolvidos no país e de acordo com o processo produtivo básico (PPB), que estabelece um critério mínimo de industrialização para cada classe de produto.

Também com o objetivo de estimular o processo de inovação e a competitividade da indústria brasileira de telecomunicações, foi criado, em 2000, o Fundo de Desenvolvimento Tecnológico das Comunicações (Funttel). Esse fundo é de extrema importância para o desenvolvimento tecnológico do Brasilv e uma forma de estimular a geração de empregos e a competitividade das empresas atuantes no país.

Dessa forma, políticas governamentais como a Lei de Informática e o desenvolvimento do Funttel são extremamente importantes para estimular as políticas das empresas para o desenvolvimento tecnológico, para criar um ambiente propício para gerar tecnologia e como conseqüência trazer competitividade para as empresas instaladas no Brasil. Para Paula (2000), a ascensão de um novo paradigma no setor de telecomunicações, que são as atividade de tecnologia de informação, as quais o Brasil possui certa autonomia, pode proporcionar uma janela de oportunidades para as empresas brasileiras, mas para tanto, faz-se necessário investimentos em P&D e capacitação tecnológica.

Ao contrário do que acontecia no passado, quando as operadoras de telefonia eram as empresas mais inovadoras da cadeia produtiva, atualmente as empresas fabricantes de equipamentos de telecomunicações são responsáveis pelo desenvolvimento tecnológico, isso permitiu o aumento da concorrência e concentração de esforços de P&D em algumas empresas mundiais. Como o setor de telecomunicações no Brasil está dominado por empresas transnacionais e, portanto a inserção brasileira no processo de desenvolvimento tecnológico depende da estratégia dessas empresas, o Brasil torna-se vulnerável no desenvolvimento tecnológico, uma vez que depende da participação das equipes brasileiras de P&D no processo de desenvolvimento realizado mundialmente por essas companhias (PGT, 2004).

3. Metodologia

Este estudo é focado na análise do desenvolvimento tecnológico do setor de equipamentos de telecomunicações no Brasil e foi baseado em dados quantitativos de fontes secundárias. Para tanto, foi utilizada a Pesquisa de Inovação Tecnológica (PINTEC) do IBGE. Em um primeiro momento, os indicadores do setor para os dois períodos da PINTEC serão comparados com as empresas em geral, após isso, os indicadores desse setor desagregados para os Estados de São Paulo e Amazonas serão confrontados, por se tratar dos Estados onde se encontram a maior parte das empresas do setor de equipamentos de comunicações pesquisadas.

A PINTEC tem por finalidade a construção de indicadores nacionais e regionais das atividades de inovação tecnológica desenvolvidas nas empresas industriais brasileiras com 10 ou mais pessoas ocupadas. A pesquisa abrange os períodos de 1998-2000 e de 2001-2003, alguns dados são referentes ao último ano de cada período, ou seja, 2000 e 2003. Os valores de faturamento, produtividade do trabalho e dispêndio em atividades inovativas do ano de 2000 foram corrigidos, pelos autores, a valores de 2003 por meio do IPA–OG para produtos eletrônicos.

Os dados da PINTEC podem ser levantados por setor segundo a nomenclatura da CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas), para até grupos setoriais. As empresas fornecedoras de equipamentos de telecomunicações são compreendidas na divisão 32, grupo 32.2 (“fabricação de aparelhos e equipamentos de telefonia e radiotelefonia e de

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transmissores de televisão e rádio”). Esse foi, portanto, o grupo utilizado para a busca nas bases de dados.

4. Análise dos Dados Obtidos 4.1 Dados para Brasil

4.1.1. Caracterização Geral

O número total de empresas pesquisadas pela PINTECvi no primeiro período foi de 72.005, já no segundo período foi de 84.262. Para o grupo de fabricantes de aparelhos e equipamentos de comunicações (32.2 da CNAE) o número de empresas pesquisadas subiu de 298 para 306 de 1998-2000 a 2001-2003.

O faturamento médio por empresa do grupo de fabricantes de equipamentos de comunicações foi de aproximadamente 8,66 vezes maior que o faturamento médio por empresa de todos os setores no ano de 2000. No ano de 2003, o faturamento médio por empresa de todos os setores aumentou 5,05%, enquanto que o faturamento médio por empresa do grupo de equipamentos de comunicações reduziu 26,72%, e o faturamento médio desse grupo é, para o período mais recente, 6 vezes maior que o faturamento médio de todos os setores, reduzindo assim a diferença entre as empresas em geral e as empresas do grupo. Observa-se que, no segundo período da pesquisa, as empresas do setor apresentaram retração, pois apresentaram redução no número de funcionários e da receita líquida de vendas, o que foi provavelmente decorrente da crise mundial do setor após o ano de 2001. Segundo Galina (2003), essa crise foi culminada, dentre outros fatores, pela evaporação das pontocom, a sangria da Nasdaq e a ressaca da indústria e de operadoras internacionais.

4.1.2. Análise do dispêndio em inovação

A taxa de inovação das empresas fornecedoras de equipamentos e aparelhos de comunicações reduziu de 62,10% para 51,63% do primeiro para o segundo período da pesquisa. Esse acontecimento veio em contraste do que ocorreu com as empresas em geral (com todos os setores em que foi realizada a pesquisa), que apresentaram aumento da taxa de inovação de 31,50% para 33,27%. Apesar da queda da taxa de inovação, esse grupo está entre os quatro grupos que mais inovam no segundo período da pesquisa, ficando atrás somente dos grupos: “máquinas para escritório e equipamentos de informática”, “material eletrônico básico” e “automóveis, camionetes e utilitários, caminhões e ônibus”.

Houve redução da taxa de inovação para esse grupo tanto para as inovações de produto, quanto para as inovações de processo, conforme gráfico 1. No período de 1998 a 2000, cerca de 48,66% das empresas do grupo de fornecedores de equipamentos e aparelhos de comunicações realizaram inovações de produtos, sendo que apenas 13,76% das empresas do grupo realizaram inovação de produtos novos para o mercado nacional. No período de 2001a 2003 o percentual de empresas que inovaram em produtos nesse grupo reduziu para 44,46%, sendo que 9,34% das empresas do grupo inovaram em produtos novos para o mercado nacional. O percentual de empresas que inovaram em processo do período de 1998 – 2000 para o período de 2001– 2003 também reduziu, foi de 38,26% para 28,15%.

A redução na taxa de inovação provavelmente foi decorrente da redução da taxa de dispêndio em atividade inovativa em relação ao total de receitas. Entretanto, como é possível verificar por meio da tabela 1, a redução na taxa de dispêndio em atividades inovativas não foi um fato isolado para as empresas do grupo de equipamentos de comunicações, pois tanto esse grupo quanto o total de todos os setores apresentaram queda nessa taxa. A taxa de dispêndio das atividades inovadoras do total dos setores foi de 3,8% do total de receitas em 2000, enquanto que em 2003 foi de 2,46%. Para o grupo de equipamentos de comunicações, a taxa de dispêndio das atividades inovativas reduziu de 5% para 4,12%. A taxa de dispêndio das atividades internas de P&D também sofreu redução de um ano para o outro, no ano de 2000 essa taxa era de 0,64% da receita de venda para todos os setores e foi para 0,53% no ano de 2003. Para o grupo de equipamentos de comunicações, a taxa reduziu de 1,75% para 1,27%.

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O cenário turbulento para a indústria de equipamentos de comunicações após o ano de 2001 provavelmente foi a principal razão para a redução dos investimentos em atividades inovadoras e conseqüentemente implicou na redução da taxa de inovação para as empresas desse setor. No entanto, para o cenário mundial, o estudo de Galina e Plonski (2005) aponta que, apesar da crise do setor em 2001, o investimento mundial percentual de P&D do setor em relação ao seu faturamento foi, para esse ano e para o ano de 2002, superior ao investimento percentual do ano 2000. 48,7% 13,8% 38,3% 45,7% 9,6% 28,9% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0%

Inovações de produtos Inovações de produtos novos ao mercado nacional Inovações de processo Período 1 (1998-2000) Período 2 (2001-2003)

Gráfico 1 – Taxa de Inovação para grupo 32.2 (por tipo de inovação) Fonte: PINTEC(2000, 2003)

O gráfico 2 mostra a distribuição do investimento em atividades inovadoras para o grupo de equipamentos de comunicações nos anos de 2000 e 2003. Para os dois anos, os investimentos concentraram-se em atividades internas de P&D e na compra de máquinas e equipamentos. Observa-se que do ano de 2000 para 2003, houve aumento, em percentual ao total de investimentos em atividades inovadoras, dos dispêndios em compra de máquinas e equipamentos e redução para as atividades internas de P&D, atividade caracterizada por apresentar retorno mais incerto e de longo prazo. Porém, a maior alteração no investimento nessas atividades foi decorrente do aumento do foco dado à introdução das inovações tecnológicas no mercado, que configura uma etapa adiantada do processo de todo o processo de inovação, em 2000 essa atividade representava 3% do total de dispêndios e passou a representar 15% dos dispêndios em atividade inovativas. Isso mostra que as empresas pesquisadas estão orientando seus investimentos para atividades posteriores no ciclo de vida dos produtos, diminuindo, assim, os riscos inerentes ao processo de inovação.

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Dispêndios em atividades inovativas: 2000 35% 13% 7% 29% 11% 3% 2%

Dispêndios em atividades inovativas: 2003 31% 16% 2% 32% 1% 15% 3%

Gráfico 2 – Dispêndios em atividades inovativas: Fornecedoras de Equipamentos de comunicações Fonte: IBGE/PINTEC (2000,2003)

4.1.3. Relações de cooperação para inovação

Em relação ao responsável pelo desenvolvimento tecnológico, por meio do gráfico 3 é possível verificar que enquanto para 90,45% das empresas em geral, a principal responsável pelo desenvolvimento do produto inovador foi a própria empresa, para as empresas do grupo de fabricantes de equipamentos de comunicações, esse percentual foi de 69,62% no período de 2001 a 2003. No entanto, do primeiro período para o segundo, houve aumento na concentração de desenvolvimento de produtos na própria empresa, tanto para as empresas em geral quanto para os fornecedores de equipamentos de comunicações. Para esse grupo, o aumento foi de mais de 17%.

Pode-se verificar ainda que, no segundo período, para cerca de 30% das empresas do grupo, o desenvolvimento de produtos ou foi realizado por outras empresas do grupo (8%), ou em cooperação com outras empresas ou institutos (11%), ou foi ainda desenvolvido por outras empresas ou institutos (11%). No primeiro período, para cerca de 40% das empresas desse grupo, o desenvolvimento tecnológico era desenvolvido ou por outra empresa do grupo (17,93%), ou em cooperação com outras empresas ou institutos (5,52%), ou foi ainda desenvolvido por outras empresas ou institutos (17,24%).

A Lei da Informática deve ter sido o estímulo para a maior desconcentração no desenvolvimento tecnológico para as empresas do grupo de equipamentos de comunicações, uma vez que obriga a cooperação entre companhias e instituições de pesquisa para os beneficiados com a isenção de tributo. O aumento do percentual de empresas que desenvolveram produtos em cooperação com outras empresas ou institutos dobrou do primeiro para o segundo período da pesquisa.

Chama a atenção também, o fato do desenvolvimento de produtos ser de responsabilidade de outras empresas do grupo para um percentual muito maior para o grupo de fornecedores de equipamentos de comunicações do que para as empresas em geral. Isso mostra que o setor depende mais de inovações provenientes do exterior do que a média das demais indústrias abordadas pela PINTEC.

Atividades internas de P&D Treinamento

Aquisição externa de P&D

Aquisição de outros conhecimentos externos

Aquisição de máq. e equipamentos Introdução das inovações tecnologias no mercado

Projeto industrial e outras preparações técnicas.

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Empresas em geral 91% 1% 3% 5%

Grupo fornecedores de equipamentos de comunicações

70% 8%

11%

11%

Gráfico 3 – Principal responsável pelo desenvolvimento de produtos de 2001 a 2003 Fonte: PINTEC/ IBGE (2003)

4.1.4. Estrutura para inovar

Vale a pena analisar também a estrutura apresentada pelas empresas para suportar as atividades de inovação. A tabela 1 traz indicadores sobre a intensidade da inovação tecnológica em recursos humanos para os anos de 2000 e 2003. O número médio de pessoas ocupadas por empresa sofreu redução de 191 para 135 funcionários para o grupo de equipamentos de comunicações, ou seja, uma redução de 29,3%, enquanto que a média de pessoas ocupadas por empresa para todos os setores reduziu 7,25%; apesar disso, o grupo de equipamentos de comunicações ainda apresenta, para essa pesquisa, 2,11 vezes mais funcionários por empresa que todos demais setores juntos.

A porcentagem de funcionários ocupados em P&D em relação ao total de funcionários aumentou para o grupo de equipamentos de comunicações de 3,66% para 3,99%, enquanto que para todos os setores reduziu de 0,84% em 2000 para 0,72% em 2003. Apesar do aumento percentual dos funcionários alocados em P&D para o grupo de equipamentos de comunicações em relação ao total de funcionários, houve redução no número de funcionários alocados em P&D. Além disso, o número médio de funcionários alocados em P&D por empresa desse grupo reduziu de 7 em 2000 para 5,4 em 2003, o que representa uma redução de 22,9%. Já para a média de todos os setores, o número de pessoas ocupadas em P&D por empresa reduziu de 0,58 para 0,46, o que representa uma redução de 20,6%.

A qualificação das pessoas ocupadas em P&D também se encontra na tabela 1, pode-se verificar a maior concentração de pessoas graduadas, tanto para o grupo de empresas de equipamentos de comunicações, como para as empresas de todos os setores. Verifica-se ainda um aumento da porcentagem de funcionários do setor de equipamentos de comunicações com graduação de 57% para 67% e da porcentagem de pós-graduados de 7% para 10%, enquanto que reduziu a porcentagem de funcionários com nível médio de 22% para 19% e de funcionários classificados como outros de 14% para 4%. Dessa forma, pode-se concluir que do ano de 2000 para o ano de 2003 houve uma aumento da qualificação dos funcionários alocados em P&D para o grupo de equipamentos de comunicações.

4.1.5. Dificuldades para Inovar

Do período de 1998-2000 para o de 2001-2003 houve aumento na porcentagem das empresas que não realizaram inovações para o grupo de equipamentos de comunicações de

A empresa

Outra empresa do grupo

A empresa em cooperação com outras empresas ou instituições

Outras empresas ou instituições Legenda

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10,47 pontos percentuais - no último período, cerca de 48% das empresas do grupo não realizaram inovações. A tabela 1 traz os obstáculos encontrados pelas empresas para a realização da inovação tecnológica. Verifica-se que, das razões para não implementação da inovação tecnológica, as “condições de mercado” foram as que mais impactaram. Mas, do primeiro período para o segundo, essa razão perdeu importância, antes representava a razão para a não implementação de 69,50% das empresas do grupo e passou a representar a razão de não implementação de 56,69% das empresas.

Como já visto, o período de 1998-2000 foi um período de transição para o grupo de equipamentos de comunicações, já que foi em 1998 que o Sistema Telebrás foi privatizado e, portanto ocorreu o fim do monopólio estatal para o setor de telecomunicações. Verifica-se que nesse período o fator “condições de mercado” era menos relevante para as empresas em geral para a não inovação do que para as empresas do grupo de equipamentos de comunicações, já no período de 2001-2003, “condições de mercado” era razão mais relevante para as empresas em geral do que para as empresas do grupo de equipamentos de comunicações.

Já para as empresas que realizaram inovações, os “riscos econômicos”, os “custos de inovação” e a “escassez de financiamento” são os obstáculos à inovação com maiores graus de importância. Cerca de 89% das empresas do grupo de equipamentos de comunicações que inovaram consideraram como alto ou médio o grau de importância do obstáculo “riscos econômicos” no período de 2001-2003; em 1998-2000 foram 63,30% das empresas do grupo que consideraram esse fator como grau de importância alto ou médio (contra 76,40% das empresas em geral). O aumento do risco econômico como um obstáculo à inovação percebido pelos executivos das empresas de equipamentos de comunicações pode levá-los a uma certa hesitação às atividades inovativas de caráter incerto. Conforme visto anteriormente, os dispêndios em atividades inovativas de caráter mais duvidoso, como atividades internas de P&D, sofreram redução do primeiro período da pesquisa para o segundo período. Já a porcentagem de empresas que avaliaram o “custo da inovação” como um obstáculo para a inovação com grau de importância alto ou médio reduziu de 90% em 1998-2000 para 84,13% em 2001-2003 para o grupo de equipamentos de comunicações. A “escassez de financiamento” aumentou ligeiramente a sua importância, era considerado obstáculo de grau de importância alta ou média para 64,70% das empresas de equipamentos de comunicações em 1998-2000 e passou a ser considerado para 65,66% dessas empresas em 2001-2003. Todos esses fatores de grandeza econômica são mais impactantes para as empresas do grupo de equipamentos de comunicações do que para as empresas em geral, com exceção para os “riscos econômicos”.

Já os “fatores não econômicos” foram mais impactantes para as empresas em geral do que para as empresas do grupo no último período. E todos esses fatores sofreram queda de importância do primeiro período para o outro. A “falta de pessoal qualificado” que era considerado um obstáculo de grau de importância alto e médio para 56,80% das empresas do grupo, passou a ser de grau de importância alto e médio para apenas 14,48% das empresas. Verifica-se também que houve aumento do “acesso de informação de tecnologia” de um período para o outro para o grupo de equipamentos de comunicações, pois era considerado um obstáculo alto ou médio para 41,70% das empresas que inovaram e passaram a ser somente para 3,81% das empresas em 2001-2003. Esse indicador apresenta elevada diferença entre as empresas em geral e as empresas de equipamentos de comunicações, pois para 35,84% das empresas em geral que inovaram, o acesso a informação de tecnologia foi considerado um obstáculo de grau de importância alto ou médio em 2001-2003.

A “falta de informações sobre mercado”, que também era considerado em 1998-2000 um fator de grau de importância alto ou médio para mais empresas em percentual do grupo de equipamentos de comunicações (60,40%) do que para as empresas em geral (33,90%), passou

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a representar para 22,74% das empresas do grupo um obstáculo de alta ou média importância e para 30,49% das empresas em geral.

A “rigidez organizacional”, a “escassa possibilidade de cooperação com outras empresas e instituições”, a “fraca resposta dos consumidores a novos produtos” e a “escassez de serviços técnicos” foram obstáculos que reduziram a sua importância para as empresas do grupo de equipamentos de comunicações e passaram a representar respectivamente um obstáculo de média ou alta importância para 3,84%, 13,30%, 19,56% e 13,21% dessas empresas.

Já a “dificuldade para adequação de padrões, normas e regulamentações” aumentou a sua importância, pois era considerado um fator de relevância alta e média para 20,10% das empresas do grupo e passou a ser para 30,72% das empresas do grupo.

A “centralização da atividade inovativa em outra empresa do grupo” é o único obstáculo não econômico com mais relevância para as empresas do grupo de equipamentos de comunicações do que para as empresas em geral, enquanto que esse fator era considerado de alta ou média importância para apenas 0,96% das empresas em geral em 2001-2003 era considerado de alta e média importância para 6,35% das empresas do grupo em estudo. A “centralização da atividade inovativa em outra empresa do grupo” pode ser um obstáculo à inovação de mais relevância para o grupo de fornecedores de equipamentos de comunicações devido ao fato desse grupo no Brasil ser dominado por transacionais. Assim, as subsidiárias brasileiras competem na atração de investimentos em P&D não só com as matrizes dessas subsidiárias, mas também com as subsidiárias localizadas em outros países. O desenvolvimento tecnológico brasileiro do setor fica à mercê das estratégias de descentralização de atividades de P&D adotadas pelas transacionais. Um estudo realizado por Galina e Bertoloti (2004), que utiliza dados bibliométricos e patentes das principais subsidiárias de equipamentos de telecomunicações brasileiras e de outros países em desenvolvimento, mostra que o envolvimento brasileiro no desenvolvimento global de produtos, se comparado com outros países como China, Índia e Israel, é insignificante.

De uma forma geral, na tentativa de concluirmos a análise dos fatores que dificultam a realização de P&D no país apontados pela PINTEC, verifica-se que no primeiro período (1998-2000), os obstáculos tanto de natureza econômica como não econômica, com exceção dos riscos econômicos, eram mais relevantes para as empresas do grupo de equipamentos de comunicações do que para as empresas em geral; já no segundo período (2001-2003), os obstáculos de natureza econômica eram mais relevantes para as empresas do grupo de equipamentos de comunicações e os obstáculos de natureza não econômica, com exceção da centralização da atividade inovativa em outra empresa do grupo, eram mais relevantes para as empresas em geral do que para as empresas do grupo de equipamentos de comunicações. Todos os fatores, com exceção dos “riscos econômicos”, “escassez de financiamento” e “dificuldade de adequação às normas, padrões e procedimentos”, perderam relevância do primeiro período para o segundo, mas isso não refletiu no aumento da taxa de inovação tecnológica e taxa de dispêndio em atividade inovadora.

Como os obstáculos para a inovação de natureza econômica foram os mais impactantes para o setor no segundo período da pesquisa, principalmente os “riscos econômicos”, pode-se concluir que a redução dos dispêndios em atividades inovativas foram provavelmente decorrentes da crise verificada no setor após o ano de 2001. Os problemas econômicos oriundos do bust do setor pode ter levados as transacionais de equipamentos de comunicações a centralizarem suas atividades de P&D na matriz ou em outras subsidiárias que oferecessem riscos econômicos menores, ou até mesmo a reduzirem seus investimentos nessas atividades. O estudo de Galina e Bertoloti (2004) também mostra que apesar dos dados para patentes domésticas para as principais subsidiárias do setor de equipamentos de

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telecomunicações serem mais favoráveis que os de patentes internacionais, eles foram decrescentes nos últimos anos analisados (de 1999 a 2003). Assim, a redução nos investimentos em desenvolvimento tecnológico, verificado no segundo período da PINTEC, pode ter levado a piora dos resultados de C&T dessas subsidiárias brasileiras.

Tabela 1 – Indicadores Desenvolvimento Tecnológico

Período 1998-2000 2001-2003

Perfil das Empresas Média da

Base Média do Grupo* Média da Base Média do Grupo* No Total de Empresas 72.005 298 84 262 306

No de Empresas que implementaram inovações 22.698 185 28036 158

Taxa de Inovação (%) (Nº empresas inovadoras / total

empresas) 31,50% 62,10% 33,27% 51,63%

Faturamento Bruto – Média por empresa (R$)** 10.774.389 93.385.895 11.318.334 68.437.761

Nº de Pessoas ocupadas – média por empresa** 69 191 64 135

Produtividade por funcionário (R$) (Faturamento / Nº

pessoas ocupadas)** 156.150 488.931 178.099 505.478

Intensidade da Inovação (Dispêndios) 2000 2003

Dispêndio em atividades inovativas – média por empresa

(R$) 1.553.018 8.286.812 1.136.911 6.351.257

Dispêndio em atividades internas de P&D – média por

empresa (R$) 672.431 4.417.264 1.031.939 3.156.714

Taxa de Dispêndio – incidência dos gastos em atividades

inovativas sobre receita de vendas 3,80% 5% 2,46% 4,12%

Taxa de Dispêndio – incidência dos gastos em atividades

internas de P&D sobre receita de venda 0,64% 1,75% 0,53% 1,27%

Intensidade da Inovação Tecnológica: Recursos

Humanos 2000 2003

Pessoas Ocupadas – nº médio por empresa 69 191 64 135

Pessoas Ocupadas em P&D – nº médio por empresa 0,58 7 0,46 5,4

Pessoas Ocupadas em P&D – Pós-graduadas (% total

funcionários em P&D) 7,10% 6,90% 8,10% 9,93%

Pessoas Ocupadas em P&D – Graduadas (% total

funcionários em P&D) 41,40% 56,90% 48,47% 67,25%

Pessoas Ocupadas em P&D – Nível Médio (% total

funcionários em P&D) 35,90% 22% 31,94% 18,52%

Pessoas Ocupadas em P&D – Outros (% total funcionários

em P&D) 15,60% 14,20% 11,48% 4,30%

Obstáculos para a Inovação Tecnológica 1998-2000 2001-2003 Razões para não implementação - Empresas que não

inovaram

Inovações Prévias 11,60% 1% 11,10% 18,16%

Condições de

Mercado 55,60% 69,50% 65,39% 56,69%

Outros Fatores 32,70% 29,40% 23,51% 25,15%

Grau de importância dos obstáculos enfrentados por empresas que inovaram (Grau de importância avaliado como Alto ou Médio)

Riscos Econômicos 76,40% 63,30% 74,55% 88,53%

Custos Inovação 82,80% 90,00% 79,69% 84,13%

Escassez Financiamento 62,10% 64,70% 56,56% 65,66%

Rigidez Organizacional 21,20% 35,20% 17,87% 3,84%

Falta de Pessoal Qualificado 45,60% 56,80% 47,47% 14,48%

(11)

Falta de Informações sobre Mercados 33,90% 60,40% 30,49% 22,74%

Cooperação 32,20% 55,40% 29,56% 13,30%

Adequação a normas 25% 20,10% 32,93% 30,72%

Resposta Consumidores 25,60% 25,90% 23,96% 19,56%

Escassez serviços técnicos 28,20% 28,80% 25,48% 13,21%

Centralização da atividade inovativa em

outra empresa do grupo 0,96% 6,35%

Apoio do governo para a inovação 1998-2000 2001-2003

Empresas que receberam apoio 18,66% 25,30%

Incentivo Fiscal -

A pesquisa e desenvolvimento (1) 0,73% 1,17%

Lei da informática (2) 0,85% 17,58%

Financiamento -

À projetos de pesquisa com parceria 1,42% 4,10% À compra de máquinas e equipamentos 14,08% 6,09%

Outros programas de apoio 4,10% 4,57%

* Seção 32, Grupo 32.2 (fabricação de aparelhos e equipamentos de comunicações) segundo classificação CNAE ** Dados referentes ao último ano do período

# Consideradas apenas empresas que implementaram produtos novos ou substancialmente modificados (1) Incentivo fiscal à Pesquisa e Desenvolvimento (Lei 8.661 e Lei 10.332).

(2) Incentivo fiscal Lei de informática (Lei 10.176 e Lei 10.664). Fonte: PINTEC/ IBGE

4.1.6. Apoio Governamental para Inovação

Na pesquisa de 2001-2003 foram acrescentadas variáveis relativas ao apoio do governo à inovação. Verifica-se que as empresas do grupo de equipamentos de comunicações receberam mais apoio do governo que as empresas em geral, foram cerca de 25% das empresas do grupo contra cerca de 19% das empresas em geral que receberam algum tipo de apoio. Em relação aos incentivos fiscais, 1,17% das empresas do grupo foram beneficiadas com as Leis 8.661 e 10.332 de apoio à P&D, enquanto que 0,73% das empresas em geral foram beneficiadas com essas Leis. Sem contar a Lei de informática, cerca de 17,58% das empresas do grupo receberam apoio referente a ela.

Já em relação aos financiamentos a projetos de pesquisa com parceria, percentualmente mais empresas do grupo de equipamentos de comunicações (4,10%) receberam apoio do governo do que as empresas em geral (1,42%), mas em relação aos financiamentos a compra de máquinas e equipamentos, as empresas em geral (14,08%) receberam percentualmente mais apoio do governo do que as empresas do grupo de equipamentos de comunicações (6,09%).

4.2 Amazonas e São Paulo

Fez-se uma análise específica com indicadores de inovação tecnológica para os Estados de Amazonas e de São Paulo. Eles foram escolhidos para a análise por representar os principais estados brasileiros na produção de equipamentos de comunicações. Além de serem estados com boa representatividade no setor estudado, eles estão localizados em regiões geográficas distintas e apresentam tratamento diferente pela Lei de Informática vigente, conforme já foi explicitado no referencial teórico. Assim, a escolha desses estados também permite que sejam feitas inferências sobre a influência da Lei de Informática no desenvolvimento tecnológico das empresas localizadas em regiões distintas do ponto de vista da própria lei.

No período de 1998 a 2000, esses dois estados representavam 67,45% do total de empresas do setor e 72,43% das empresas inovadoras do setor de equipamentos de comunicações. Verificou-se que do primeiro período para o segundo período da pesquisa

(12)

(2000 a 2003), os estados Amazonas e São Paulo juntos reduziram a sua representatividade em número de empresas, passaram a representar 63% do total de empresas do setor e 62,66% das empresas que implementaram inovações. A redução da representatividade desses estados em número de empresas foi em decorrência da redução do número de empresas na Amazônia. Entretanto, a redução da representatividade das empresas que implementaram inovação foi principalmente responsabilidade do Estado de São Paulo.

Entretanto, apesar da redução do número de empresas, o Estado Amazonas elevou a participação das vendas líquidas desse setor, de 32,40% para 50,49%. Já o Estado de São Paulo reduziu de 47,47% para 43,96% do total de receitas líquidas. No período de 2001 a 2003, esses dois estados juntos representavam cerca de 94% do total de receitas do setor.

Conforme tabela 2, enquanto o Estado do Amazonas elevou a sua taxa de inovação de 64,15% para 77,42%, o Estado de São Paulo reduziu de 67,57% para 46,330%. Apesar do Amazonas apresentar taxa de inovação superior ao do Estado de São Paulo, o valor do dispêndio em atividade inovadora é inferior do que o de São Paulo, além disso, as taxas de dispêndio em atividades inovadoras e em atividades internas de P&D em relação às receitas de vendas também foram superiores para o Estado de São Paulo. Somente a média por empresas do dispêndio em atividade inovadora foi superior para Amazonas.

Tabela 2 – Indicadores Desenvolvimento Tecnológico: São Paulo e Amazonas

Período 1998-2000 2001-2003

Perfil das Empresas Amazonas São Paulo Amazonas São Paulo No Total de Empresas

53 148 31 162

No de Empresas que implementaram inovações

34 100 24 75 Taxa de Inovação (%) (Nº empresas inovadoras / total

empresas) 64,15% 67,57% 77,42% 46,30%

Faturamento Bruto – Média por empresa (1000R$)** 170.097 89.263 341.116 56.831

Intensidade da Inovação (Dispêndios) 2000 2003

Dispêndio em atividades inovativas – média por

empresa (R$) 13.069 10.783 13.008 10.272

Taxa de Dispêndio – incidência dos gastos em

atividades inovativas sobre receita de vendas 4,78% 6,77% 2,09% 6,69% Taxa de Dispêndio – incidência dos gastos em

atividades internas de P&D sobre receita de venda 1,46% 2,45% 0,68% 1,95% * Seção 32, Grupo 32.2 (fabricação de aparelhos e equipamentos de comunicações) segundo classificação CNAE ** Dados referentes ao último ano do período

Fonte: PINTEC/ IBGE

Observa-se que o porte das empresas de equipamentos de comunicações do Amazonas é maior do que as empresas de São Paulo, pois o faturamento médio por empresa e o número de funcionário por empresas é superior para empresas desse estado. Talvez por isso, o número médio de funcionários alocados em P&D é também superior para o Estado do Amazonas. Mas, o percentual de funcionários alocados em P&D sobre o total de funcionários do setor é superior para o Estado de São Paulo. Em São Paulo, 4,36% dos funcionários do setor são alocados em atividades de P&D, enquanto que no Amazonas apenas 2,34% dos funcionários são alocados nessas atividades.

Além de percentualmente menos funcionários ser alocados em atividades de P&D no Estado do Amazonas, esses funcionários apresentam nível de instrução inferior aos dos funcionários alocados em P&D do setor no Estado de São Paulo. Como é possível ver na tabela 3, o Estado de São Paulo apresenta percentualmente mais funcionários ocupados em P&D com pós-graduação e graduação do que o Estado do Amazonas.

Assim como visto na seção anterior para dados nacionais do setor, os maiores obstáculos para a inovação tecnológica para as empresas inovadoras do setor dos Estados

(13)

Amazonas e São Paulo são de caráter econômico. A maior parte das empresas do Amazonas e de São Paulo considerou os riscos econômicos, custos de inovação e escassez de financiamento como obstáculos de alta ou média importância.

Dentre os obstáculos de natureza não econômica, a falta de pessoal qualificado, a falta de informações sobre tecnologia, a falta de informações sobre mercados e as resposta dos consumidores foram mais relevantes para as empresas Amazônicas do que para empresas de São Paulo. Para as empresas paulistas, os principais obstáculos de natureza não econômica foram adequação à norma e regulações, centralização de atividade inovativa em outra empresa do grupo e escassez da possibilidade de cooperação com outras empresas ou institutos.

Como os principais obstáculos enfrentados pelas empresas que realizaram inovações são de caráter econômico, é de extrema importância que o governo realize práticas que estimulem o desenvolvimento tecnológico das empresas, seja por meio de incentivo fiscal ou por meio de financiamentos. A tabela 3 também traz a porcentagem das empresas que receberam algum tipo de apoio do governo em relação ao total de empresas que inovaram. Das 24 empresas do Amazonas que inovaram, sete receberam algum tipo de apoio do governo, ou seja, 29,17% das empresas que inovaram. Três empresas, 11,68%, receberam incentivo fiscal por meio da Lei da Informática. Já das 75 empresas paulistas que inovaram, 23 (30,67% das empresas que inovaram) receberam algum tipo de apoio do governo, foram 17 (22,67% das empresas inovadoras) empresas beneficiadas com a Lei de Informática.

Assim, observou-se que as empresas do Amazonas, mesmo estando sob influência da Agência de Desenvolvimento da Amazônia e, portanto apresentam incentivo fiscal superior às empresas localizadas no Estado de São Paulo, foram em número e em percentual menos beneficiadas por essa lei do que as empresas de São Paulo. Para as empresas do Amazonas o apoio do governo foi principalmente por meio de outros programas de apoio, os quais incluíam, dentre outros, apoio oferecido pelas fundações de apoio à pesquisa e aporte de capital de risco. Já no Estado de São Paulo, o apoio do governo foi principalmente por meio de incentivo fiscal da Lei da Informática, conforme a tabela 3.

Ao comparar os indicadores do grupo de equipamentos de comunicações para esses dois estados, que são os mais representativos para o setor, tanto em produção como em investimento em inovação, foi possível verificar diferenças na gestão tecnológica das empresas localizadas nesses dois estados. Nota-se que apesar da produção do estado do Amazonas ser superior ao do Estado de São Paulo e ser crescente do primeiro período da pesquisa para o segundo, os dispêndios em atividade inovadoras e o percentual de pessoas ocupadas em P&D do Amazonas são inferiores ao do estado de São Paulo. Além de apresentar um percentual superior de pessoas alocadas em P&D, os funcionários alocados em P&D do Estado de São Paulo apresentam grau de instrução superior ao dos funcionários das empresas do Amazonas. Assim, conclui-se que as empresas localizadas no Estado de São Paulo estão mais envolvidas no desenvolvimento tecnológico do que as empresas localizadas no Estado do Amazonas. A lei da informática, com incentivos superiores para as empresas localizadas na Amazônia, não foi suficiente para estimular o desenvolvimento tecnológico do setor na região.

Tabela 3 – Recursos Humanos, Obstáculos para Inovação e Apoio do Governo: São Paulo e Amazonas

Período 2003

Intensidade da Inovação Tecnológica: Recursos Humanos Amazonas São Paulo

Pessoas Ocupadas – nº médio por empresa 462,30 152,79

Pessoas Ocupadas em P&D – nº médio por empresa 10,81 6,66

Pessoas Ocupadas em P&D - % sobre número de funcionários 2,34% 4,36% Pessoas Ocupadas em P&D – Pós-graduadas (% total funcionários em P&D) 4,11% 11,66% Pessoas Ocupadas em P&D – Graduadas (% total funcionários em P&D) 63,43% 69,56% Pessoas Ocupadas em P&D – Nível Médio (% total funcionários em P&D) 30,66% 13,79%

(14)

Pessoas Ocupadas em P&D – Outros (% total funcionários em P&D) 1,92% 4,99%

Período 2001-2003

Obstáculos para a Inovação Tecnológica Amazonas São Paulo Grau de importância dos obstáculos enfrentados por empresas que inovaram (Grau de

importância avaliado como Alto ou Médio)

Riscos Econômicos 91,67% 81,08%

Custos Inovação 75,00% 75,00%

Escassez Financiamento 50,00% 75,00%

Rigidez Organizacional

0,00% 8,33%

Falta de Pessoal Qualificado 8,33% 5,56%

Falta de Informações sobre Tecnologia 8,33% 2,78% Falta de Informações sobre Mercados 8,33% 2,78%

Cooperação 0,00% 22,22%

Adequação a normas 8,33% 38,89%

Resposta Consumidores 16,67% 11,11%

Escassez serviços técnicos 0,00% 5,56%

Centralização da atividade inovativa em outra

empresa do grupo 0,00% 41,67%

Apoio do governo para a inovação Amazonas São Paulo

Empresas que receberam apoio

Incentivo Fiscal -

A pesquisa e desenvolvimento (1) 3,89%

Lei da informática (2) 11,68% 22,67%

Financiamento -

À projetos de pesquisa com parceria 11,68% 4% À compra de máquinas e equipamentos 7,79% 9,33%

Outros programas de apoio 14,78%

* Seção 32, Grupo 32.2 (fabricação de aparelhos e equipamentos de comunicações) segundo classificação CNAE

(1) Incentivo fiscal à Pesquisa e Desenvolvimento (Lei 8.661 e Lei 10.332). (2) Incentivo fiscal Lei de informática (Lei 10.176 e Lei 10.664).

Fonte: PINTEC/ IBGE 5. Considerações Finais

A análise comparativa dos indicadores da PINTEC permite concluir que as empresas de equipamentos de comunicações reagiram nesses dois períodos mais agressivamente ao ambiente competitivo por meio de atividades inovativas do que as empresas em geral. Esse setor além de ser, no segundo período, o quarto setor em taxa de inovação, apresentou taxas de dispêndios em atividades inovativas e porcentagem de funcionários alocados em P&D superior às empresas em geral.

Entretanto, esses fatores não podem ser considerados uma vantagem para o setor, já que é um setor extremamente dependente de inovação tecnológica devido à característica dos produtos desenvolvidos, que possuem curto ciclo de vida. Assim, para que essas empresas se desenvolvam e se sustentem nesse setor marcado pela competitividade global, é fundamental que elas invistam cada vez mais em desenvolvimento tecnológico, que foi o contrário do observado nos últimos anos por meio da pesquisa aqui apresentada. No período de 2001 a 2003, o setor apresentou retração nas atividades inovativas, pois a taxa de inovação, os dispêndios em atividade inovativas e o número de funcionário alocados em P&D foram reduzidos se comparados com o período de 1998 a 2000.

(15)

No segundo período da pesquisa, as empresas fornecedoras de equipamentos de telecomunicações, que foram provavelmente afetadas pela crise mundial do setor, apresentaram redução das vendas líquidas e do número de funcionários. Esse fato deve ter contribuído para que as condições de mercado e os obstáculos econômicos se destacassem como empecilhos para o investimento em desenvolvimento tecnológico pelas empresas. Assim, a crise mundial do setor após 2001 pode ter levado as transacionais do setor a reduzirem seus investimentos em atividades inovativas nas subsidiárias brasileiras, concentrando essas atividades nas matrizes ou em outras subsidiárias. É fato que elas reduziram os investimentos absolutos em escala global - apesar de aumentar os percentuais relativos investidos, mas os dados mostram que o Brasil certamente foi um país com redução absoluta e relativa de dispêndios. A concentração da atividade inovativa em outra empresa do grupo também foi um obstáculo relevante para a inovação tecnológica apontado pelos fornecedores de equipamentos de comunicações no segundo período da PINTEC. Conforme o estudo apresentado por Galina e Bortoloti (2004), as subsidiárias brasileiras das principais transnacionais do setor de telecomunicações apresentam baixa participação no desenvolvimento global de produtos, se comparado com as subsidiárias de outros países que competem diretamente com o Brasil por recursos em P&D, como China, Índia e Israel.

A necessidade de impulsionar o desenvolvimento tecnológico das subsidiárias brasileiras do setor de telecomunicações, área em que o Brasil tem competência desenvolvida e que ultimamente é dominada por companhias transnacionais estrangeiras, a fim de que elas desempenhem um papel significativo no desenvolvimento global de produtos justifica a importância das ações do governo, como incentivos fiscais às empresas inovadoras e financiamentos. No período de 2001 a 2003, cerca de 17% das empresas inovadoras do setor de equipamentos de comunicações foram beneficiadas pela Lei de Informática. Foi verificado, ao comparar dados para os dois principais estados brasileiros em produção de equipamentos de comunicações, que percentualmente menos empresas do Estado do Amazonas foram beneficiadas por essa Lei do que as empresas paulistas. O que mostra que, apesar dos maiores benefícios dados às empresas localizadas no Estado do Amazonas, a Lei de Informática não estimulou eficientemente o desenvolvimento tecnológico das empresas localizadas nesse Estado. Esse Estado é caracterizado por elevadas produções, enquanto que o Estado de São Paulo apresenta investimentos superiores em desenvolvimento tecnológico. Assim, o trabalho efetuado pelo governo com o intuito de estimular o desenvolvimento tecnológico não deve ser findo, e sim aperfeiçoado para levar as transacionais a fortalecerem suas atividades de P&D realizadas nas subsidiárias nacionais, promovendo o desenvolvimento regional.

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i Lei 11.077/04, que procura estimular a inovação em empresas, conforme explicitado na seção 2 deste artigo. ii Atualmente está em vigor a Lei de nº 11.077, chamada “Lei de Informática” e aprovada em 2004. A primeira

“Lei de Informática” (Lei 8.248) entrou em vigor em 1991 e foi modificada em 1992. Essa última versão tinha o objetivo de estimular a produção interna independente da origem da empresa fabricante, enquanto que a Lei de 1991 estava orientada para beneficiar as empresas nacionais. O prazo de aplicação da Lei 8.248/92 expirou em 1999 e foi prorrogada até 2000 por meio de medidas provisórias. Em 2001 foi aprovada a Lei 10.176 que prorrogou para até 2009 os benefícios fiscais. A atual lei prorrogou o vigor da Lei de 2001 até 2019. Os

incentivos serão gradativamente reduzidos e em 2020 serão extintos (CAMPANÁRIO, SILVA e ROVAI, 2004; GUTIERREZ e CROSSETTI, 2003; BRASIL, 2005).

iii Uma das contrapartidas da Lei é a obrigatoriedade da aplicação de um percentual do faturamento em atividade

de P&D realizadas cooperativamente entre empresas e centros de pesquisa ou universidades.

iv Os investimentos devem ser de 4% (até o ano de 2014) de seu faturamento bruto em atividades de P&D para

que ocorra o beneficiamento de deduções no pagamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Os investimentos relacionados à comercialização de bens de informática e automação produzidos na região centro-oeste e de influência da Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA) e da Agência de Desenvolvimento do Nordeste (ADENE) devem ser de 4,35% (até o ano de 2014) para que ocorra a isenção de 95% do imposto devido, para as outras regiões a dedução do IPI é de 80% até o ano de 2014, após esse ano será gradativamente reduzido (GUTIERREZ e CROSSETTI, 2003; BRASIL, 2005).

v A importância do Funttel reside na possibilidade de financiar projetos cooperativos entre as empresas e a

(17)

recursos humanos indispensáveis. Os recursos do Fundo vêm fortalecer as atividades de P&D no País, em paralelo aos recursos da Lei de Informática, tanto as do CPqD quanto as dos diversos institutos públicos ou privados ligados ao setor de telecomunicações (Gutierrez e Crossetti, 2003, p. 50).

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