AÇÃO DOCENTE NO
ENSINO-APRENDIZAGEM
Adelardo Adelino Dantas de Medeiros (DCA/UFRN)
Ensino-aprendizagem
Qual a função principal do professor?
Pensamento tradicional:
O bom professor é aquele que ensina o
conteúdo da disciplina aos alunos, de forma completa e abrangente
Pensamento atual:
O bom professor é aquele que faz com que seus
alunos aprendam os aspectos do conteúdo da disciplina mais adequados à sua formação e às suas possibilidades do momento
Competências para a docência
Ideias equivocadas sobre a docência:
Algum têm o “dom” de ensinar, outros não Só se aprende a ensinar com a prática
Quem sabe o conteúdo, sabe ensiná-lo
Docência como ciência
Pode ser aprendida
Requer estudo e aprofundamento
Baseada em técnicas e conhecimentos
acumulados pela pesquisa ao longo dos anos
Competências no ensino
superior
Domínio em determinada área específica do
conhecimento
Domínio da dimensão política
Domínio na área pedagógica
Competência específica
Conhecimentos fundamentais da área
Experiência profissional:
Extensão, parcerias com o setor produtivo, etc.
Atualização permanente:
Cursos, congressos, etc.
Intercâmbios, convênios, etc.
Pesquisa:
Artigos, papers, apresentações em eventos, etc. Redação de livros, material didático, etc.
Competência política
Exercício da ética e da cidadania
Conhecimento abrangente e erudição
Inserção de outros aspectos no ensino específico:
Disciplinas de maior cunho teórico:
História da ciência e do pensamento científico Evolução da utilização deste conhecimento Possíveis aplicações atuais
Disciplinas de caráter mais profissionalizante:
Possíveis cenários de evolução profissional Desemprego e empregabilidade
Formação continuada nas empresas 6
Competência pedagógica
Compreensão do processo de
ensino-aprendizagem
Profissionalismo na docência
Aspectos carentes:
Concepção e gestão do projeto pedagógico Contextualização e seleção de conteúdos de
disciplinas
Domínio da tecnologia educacional Avaliação da aprendizagem
Relacionamento
professor-aluno
Professor: orientador do aprendizado
Não apenas transmissor de conhecimento
Motivador e incentivador do desenvolvimento
Mostre os progressos dos alunos e da turma
Corrija os erros, com tempo hábil
Incentive outras formas de aprendizado:
Trabalho em equipe e parcerias Aprendizado com colegas
Internet e outras fontes de informação 8
Valores para o professor
Seriedade e coerência na atitude
Horário e civilidade
Tolerância e ausência de preconceitos
Atualidade, erudição e domínio linguístico
Senso de oportunidade e continuidade
Espírito de grupo:
Respeitar o planejamento coletivo
Planejamento e treinamento
Conteúdo da disciplina
Em geral, há sobrevalorização do conteúdo:
Uma disciplina vale pelo conteúdo que aborda Conteúdo isoladamente define plano, exercícios
e avaliação
Premissa básica:
Conteúdo de uma disciplina deve reunir os
conhecimentos e as informações que são
necessários e pertinentes à formação daquele profissional e que possam ser aprendidos por alunos daquele nível de um curso de graduação
Questões fundamentais
O que pretendo
alcançar?
Uma disciplina do ensino
superior não é só uma atividade técnica; é profundamente educativa. Em quanto tempo? Quais os recursos necessários e disponíveis? O que selecionar? Conceitos incluídos Abrangência e profundidade O que adaptar? Exemplos e aplicações
Relações com outras
disciplinas
Relações com
atividades profissionais
Quais as estratégias
e métodos que posso utilizar?
Como avaliar se os
objetivos foram alcançados?
Fases do planejamento
Planejamento prévio
Leva em conta:
Papel da disciplina na formação do profissional Planos anteriores
Experiência do professor
Avaliações dos cursos anteriores
Produz um plano ideal da disciplina 13
Fases do planejamento
Adaptação
Leva em conta:
Necessidades, expectativas e motivação da turma Informações e “boatos” prévios sobre a disciplina Formação anterior (background)
O que os alunos aprenderão simultaneamente Recursos pedagógicos mais aceitos e mais
rejeitados
Tipo de aula mais interessante
Produz o plano real da disciplina 14
Fases do planejamento
Implantação
Leva em conta:
Processo de acompanhamento que permita verificar de tempos em tempos (mensalmente, por exemplo) se o plano está adequado
Eventualmente adequa o plano original ao
processo de aprendizagem
Fases do planejamento
Avaliação
Leva em conta:
Resultados dos processos de verificação do aprendizado dos alunos
Avaliação da disciplina pelos discentes Avaliação da disciplina pelo docente
Produz um esboço do plano ideal da disciplina
para um próximo período
Técnicas de
ensino-aprendizagem
Técnicas de
ensino-aprendizagem
Como há vários objetivos no aprendizado,
teremos de usar múltiplas técnicas
Cada grupo de alunos é diferente:
Conhecer e dominar várias técnicas
Variar a técnica ao longo do curso:
Aumento da motivação
Torna menos monótono para professores e
alunos
Técnicas de
ensino-aprendizagem
Técnicas bastante estudadas e com efeitos
comprovados
Ampla bibliografia:
MASETTO, Marcos Tarcísio. Competência
pedagógica do professor universitário (2003)
Ambientes presenciais:
introdução
Objetivos:
Pessoas se conheçam descontraidamente Combater apatia
Expressar expectativas ou problemas Desenvolver originalidade e desinibição
Quebrar percepções anteriores ou preconceitos 20
Ambientes presenciais:
introdução
Técnicas:
Apresentação simples
Apresentação cruzada em duplas Complemento de frases
Desenhos em grupo Deslocamento físico Brainstorming
Ambientes presenciais:
sustentação
Técnicas:
Aula expositiva Debate com a classe Estudo de caso Ensino com pesquisaEnsino por projetos Dramatização
Leituras
Dinâmicas de grupo:
Pequenos grupos com
uma tarefa
Pequenos grupos com
várias tarefas Painel integrado Diálogos sucessivos Grupos de oposição Grupos de questões Seminário 22
Aula expositiva
Objetivos:
Abrir um tema de estudo
Fazer uma síntese do assunto estudado Explicar temas difíceis ou atuais
Transmissão cotidiana do conhecimento NÃO é
objetivo da aula expositiva:
Remeter a livro-texto, material didático, etc.
Aula expositiva
Planejar o decorrer da aula:
Sequência lógica no curso Limite de tempo
Prever antecipadamente a inclusão de notícias,
exemplos, gráficos, perguntas, humor, etc.
Verificar previamente os recursos disponíveis Permitir pausas ou mudanças de ritmo para
fixação, reflexão, tomar notas, etc.
Leituras
Textos de fácil acesso
Número de páginas adequado
Deve ter uma continuação em aula, sem repetição
dos textos
Diversos métodos de consolidação de leitura:
Resumir em uma página, um parágrafo, etc.
Explicitar conceitos chaves
Elaboração de perguntas
Redação de comentários pessoais
Resposta a perguntas previamente distruibuídas
Posturas do professor
Perguntas:
Se possível, aceite perguntas a todo instante Reaja à mensagem, não à pessoa
Deixe o questionador terminar seu raciocínio:
Não tente formar argumentos logo no início da questão
Evite aproximar-se do questionador:
Fazer com que a questão seja escutada por todos
Não sorria ou gesticule durante a pergunta 27
Posturas do professor
Gesticulação e linguagem corporal:
Gesticulação deve ser usada naturalmente Braços cruzados indicam postura defensiva Evite:
Apoiar queixo ou cotovelos
Esfregar continuamente as mãos
Manter permanentemente as mãos no bolso Mãos e braços para trás
Gestos abaixo da cintura ou acima dos olhos Movimentar-se excessivamente
Posturas do professor
Você será julgado pela sua aparência e modo
de vestir, quer queira, quer não
Olhar:
Dirigido para várias partes da platéia Nunca sempre na mesma pessoa
Evitar olhar apenas para o teto, chão, tela, etc.
Falar:
Modificar a tonalidade e altura da voz Ingestão de água (temperatura natural) 29
Recursos audiovisuais
Quadro:
Permite situações de espontaneidade Inicie com título ou tópico da aula
Limpe totalmente antes e depois da
apresentação
Divida o quadro
Prefira não falar enquanto escreve
Não escreva por longos períodos de tempo Escreva frases curtas
Desenhos complexos devem ser feitos com
antecedência, se precisam ser no quadro
Recursos audiovisuais
Projeções:
Evite muitos efeitos, excesso de cores, “GRITAR” Use frases curtas (tópicos)
Não leia o texto
Cada lâmina, uma idéia Prefira fundos claros
Se possível, inclua minifilmes
As projeções reduzem o tempo de aula:
Dosar os conteúdos
Em média, 1-2 minutos por projeção
Teoria e prática
Inclusão de filmes, fotos, estudos de caso, etc.
no decorrer da aula teórica
Seminários com depoimentos e apresentação
de resultados de alunos mais avançados
Questões que apresentem problemas práticos
ao invés de indicarem diretamente a teoria
que esperam que seja empregada na
resolução
Avaliação da aprendizagem
Utilizar as vantagens pedagógicas do erro:
Detecção do erro pelo próprio aluno Repetição da questão incorreta
Avaliação com consulta:
Mais próximo da realidade
O aprendizado durante a prova não é um problema, é solução
Trabalhos para casa, em grupos e em equipes:
Motivar e dar responsabilidade ao aluno contra a “cola”
Avaliação por resultados:
Competições, protótipos, etc.
Avaliação continuada:
Elimina o “stress” da avaliação pontual
Deficiências na formação
Reformulação do Projeto Pedagógico, se a
situação for generalizada e persistente
Adequação do conteúdo:
Lembrar que o foco deve estar no que se
aprende, e não só no que se ensina
Concentração nos aspectos fundamentais para o
curso
Integração com conteúdos das disciplinas ou
níveis de ensino anteriores com maiores deficiências
Integração com disciplinas posteriores para
recuperação de conteúdos indispensáveis omitidos
Motivação para as disciplinas
Integração com disciplinas posteriores
Apresentação de estudos de caso, discussões
com alunos avançados, etc.
Inclusão de tarefas de caráter mais próximo
da formação do aluno
Tornar as aulas mais dinâmicas e agradáveis
Em caso negativo, rediscutir o papel do
componente na estrutura curricular
Desenvolvimento de
habilidades
Habilidades essenciais:
Trabalho em equipe
Comunicação oral e escrita em várias linguagens Pesquisa científico-tecnológica
Inclusão digital Princípios éticos
Capacidade de aprendizado autônomo