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FATORES ASSOCIADOS À DEPRESSÃO EM JOVENS ADULTOS PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA

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Recebido em: 12/03/2012 Emitido parece em: 04/04/2012 Artigo original

FATORES ASSOCIADOS À DEPRESSÃO EM JOVENS ADULTOS PRATICANTES DE

ATIVIDADE FÍSICA

Jonas Emanuel Barbosa dos Santos1, 2, 3, Eudes Cardoso Santos1, 2, 4, Maria de Fatima de Matos Maia1, 2, Celina Aparecida Gonçalves Lima1, 2, Thatiana Maia Tolentino2, 5

RESUMO

A depressão pode ser considerada uma das principais doenças que atinge a população no século XXI, seja pela vida acelerada, pelo estresse do cotidiano, pela cobrança de resultados ou por inúmeros outros fatores, vem sendo configurada como um dos males da vida moderna. A depressão pode ocorrer em todas as fases da vida, mas com poucas pesquisas em jovens adultos. O objetivo deste estudo foi verificar os fatores associados à depressão em jovens adultos da fai xa etária de 20 a 40 anos e praticantes de atividade física na cidade de Montes Claros - MG. Este estudo tem características descritivas com abordagem quantitativa e de natureza exploratória. A amostra foi composta por 131 pessoas praticantes de atividade física, dos quais 47,3% são do sexo masculino e 52,7% do sexo feminino. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES, através do processo Nº 1642, 18 de Setembro – 2008. O instrumento utilizado nessa pesquisa foi um questionário estruturado composto por todas as variáveis independentes propostas e pelo questionário de depressão de Beck et al (1961). Para análise estatística descritiva dos dados foi utilizado o programa Statistical Package for the Social

Sciences 18, Teste “t” e a Anova para comparação da média das variáveis independentes com a

variável dependente depressão. O nível de significância estipulado foi 5% ( p ≤.05). Pelos resultados obtidos, foi verificado que as variáveis independentes sexo, possuir alguma doença, sofreu algum tipo de violência, sofreu algum tipo de acidente, experimentou drogas, ter filhos, consumo de bebidas alcoólicas e pratica de atividade física não evidenciaram associação significativa com a variável dependente depressão. A depressão pode estar está associada ao fumo e tipo de residência dos jovens adultos ativos investigados.

Palavras-chave: Depressão, jovens adultos, atvidade fisica.

FACTORS ASSOCIATED WITH DEPRESSION IN YOUNG ADULTS PRACTITIONERS OF

PHYSICAL ACTIVITY

ABSTRACT

Depression can be considered a major disease that affects the population in the twenty -first century, whether by life accelerated by the stress of everyday life, the collection of results and numerous other factors have been setting it to one of the evils of modern life. According to Nardi (2000), depression can occur at all stages of life, and increasing in young and elderly. The aim of this study was to determine the factors associated with depression among young adults aged 20 to 40 years engaged in physical activity in the city of Montes Claros - MG. This study is descriptive characteristics using a quantitative approach and exploratory nature. The sample consisted of 131 aged 20-40 years, corresponding to young adult stage, people who practice physical activity of which 47.3% are male and 52.7% were female. This study was approved by the Ethics Committee of the University state of Montes Claros - UNIMONTES through the process No. 1642, September 18 - 2008. The instrument used in this study was a structured questionnaire composed of all independent variables and the proposed questionnaire Beck et al., (1961). For descriptive statistical analysis of data was performed using the Statistical Package for the Social Sciences 18, T test and ANOVA to compare the average of independent variables and the dependent variable depression. The significance level was set 5% (p ≤ .05). From the results it was found that the independent variables, sex, possesses some disease, suffered some kind of violence, suffered some kind of accident, tried drugs, have children, alcohol consumption and physical activity practice showed no significant

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difference, or is the dependent variable depression is not associated with these variables. However, depression in young adults may be influenced by these variables, results not shown in our study. Was statistically significant depression independent variables and smoking type of residence, or depression associated with these variables.

Keywords: Depression, young adults, physical activity.

INTRODUÇÃO

A fase jovem adulta compreende a período de 20 a 40 anos de idade. Nessa fase, os seres humanos estabelecem as bases para grande parte de seu desenvolvimento posterior. Além disso, os aspectos físicos, cognitivos e psicossociais se entrelaçam e fatores como estado civil, renda, educação e principalmente o estilo de vida, que influenciam a saúde desses jovens (PAPALIA et al., 2006).

De acordo com Papalia et al., (2006), a maioria dos jovens é saudável. Entretanto, dados do IBGE (2009) dizem que 52 milhões de pessoas sofriam de algum tipo de doença crônica, sendo que uma parcela importante dessa população estava na faixa etária de 20 a 39 anos. Entre as doenças, crônicas uma se destaca, a depressão, pois esta, afeta todas as esferas da vida do indivíduo. Segundo Nardi (2000), a depressão pode ocorrer em todas as fases da vida, aumentando em jovens e idosos.

A depressão é um transtorno afetivo ligado a funções orgânicas, cognitivas e temperamentais, sendo diagnosticada por sentimentos de tristeza, ansiedade, culpa, baixa autoestima, distúrbios do sono e do apetite, fadiga e dificuldade de concentração, que podem ser duradouros (WECKER e CATALANO, 2006).

A depressão pode ser considerada uma das principais doenças que atinge a população no século XXI, seja pela vida acelerada, pelo estresse do cotidiano, pela cobrança de resultados e inúmeros outros fatores que vem configurando-a como um dos males da vida moderna. De acordo com Sadler (1991), problemas acadêmicos e de ordem sexual, abuso de drogas, desordens de conduta, transtornos de ansiedade, déficit de atenção, pânico e desordens alimentares são também influenciadores da depressão. Esta doença afeta vários aspectos da vida do indivíduo, comprometendo à esfera familiar, social e laborativa, refle tindo negativamente na qualidade de vida do sujeito (NARDI, 2000).

De acordo com Coutinho (2005), a depressão está inter -relacionada aos fatores econômicos, como o tipo de residência, poder de aquisição e também sociais, orgânicos e religiosos. Corroborando com esses estudos, Lima (2004) ressalta que essa doença está associada principalmente na estrutura familiar, situações de conflito, incompreensão e consequências econômicas.

Tratando-se de depressão, estudos direcionados à prática de atividade física ev idenciam que os exercícios físicos habituais sejam benéficos para a saúde, como, por exemplo, a caminhada, proporcionando melhora da eficiência, autoestima, da imagem corporal, do autoconceito, diminuição do estresse, da ansiedade e, consequentemente, da depressão (TOSCANO et al. 1998).

Os benefícios da atividade física para o tratamento da depressão podem estar relacionados à importância social apontada nas práticas esportivas de grupo (FURNANETTO, 1998). Porém, é a prática de atividade física e não a participação em grupo que melhora o humor (GORESTEIN e ANDRADE, 1998).

As pesquisas envolvendo atividade física e depressão não são muito recentes, mas problemas metodológicos em muitos dos estudos tornaram difíceis a interpretação e aplicação das descobertas (BYRNE e BYRNE, 1993). Moreno (2000) afirma que estudos com um maior rigor no controle das variáveis intervenientes têm demonstrado a eficácia da atividade física no tratamento da depressão.

Em suma, é necessário pesquisar os fatores associados e a frequência da depressão em grupos específicos. Neste estudo, os grupos serão jovens adultos praticantes de caminhada, para

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conhecer melhor esse mal, que segundo a Organização Mundial de Saúde, em até 2020, a depressão será a principal doença incapacitante em todo o mundo.

Sendo assim, foi pretensão desse estudo analisar como os fatores sexo, escolaridade, estado civil, tipo de residência, número de pessoas na família, religião, se possui doença, se já sofreu algum tipo de violência ou acidente que possa causar les ões físicas e emocionais, frequência de atividade física, experimenta drogas, fuma, bebida alcoólica e se tem filhos estão associados à depressão em jovens adultos.

METODOLOGIA

Este estudo tem características descritivas com abordagem quantitativa e de nat ureza exploratória, pois tem como características observar, registrar, analisar, descrever e correlacionar fatos ou fenômenos sem manipulá-los, procurando descobrir com precisão a frequência em que um fenômeno ocorre com outros fatores, descobrindo novas ideias em relação ao objeto de estudo (MATTOS et al., 2008).

A amostra foi composta por 131 indivíduos na faixa etária de 20 a 40 anos, correspondente à fase jovem adulto, praticantes de caminhada, dos quais 47,3% são do sexo masculino e 52,7% do sexo feminino.

Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES, através do processo Nº 1642, 18 de Setembro – 2008.

Este estudo é proveniente do projeto referente aos hábitos alimentares, imagem corporal, autoestima, índice de massa corporal, depressão, bem -estar psicológico e subjetivo em adolescentes, jovens adultos, de meia idade e da terceira idade da cidade de Montes Claros, estado de Minas Gerais, Brasil, do Grupo Integrado de Pesquisa em Psicologia do Esporte, Exercício e saúde, Saúde Ocupacional e Mídia – GIPESOM.

O instrumento utilizado nessa pesquisa foi um questionário estruturado composto por todas as variáveis independentes propostas e pelo questionário específico de Beck et al. (1961).

Para análise estatística descritiva dos dados foi utilizado o programa Statistical Package for

the Social Sciences 18, Teste “t” e a Anova para comparação da média das variáveis independentes

com a variável dependente depressão. O nível de significância estipulado foi 5% (p ≤ .05).

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

A amostra foi composta de 131 pessoas, do sexo masculino (47,3%) e feminino (52,7%), sendo solteiros (55,7%), casados (38,9%), divorciados (3,8%) e amigados (1,5%). A maioria tem ensino médio (62,6%), outras têm ensino superior (13%) e ensino fundamental (9,2%). Moradia em casa própria (74%), casa alugada (16%) e barracão (3,8), o restante mora em apartamentos e outros tipos de residência. Em relação ao número de pessoas na família: 3 ou 4 pessoas (46,6%), 5 a 7 pessoas (44,3%), 1 a 2 pessoas (4,6%) e acima de 8 pessoas (4,6%). Só 8% possuem alguma doença e 87,8 % são religiosos. A maioria não sofreu nenhum tipo de violência (92,4%) e nenhum tipo de acidente (87,8%). Quanto à frequência de atividade física: 3 vezes por semana (35,1%), 5 vezes por semana (23,7%), 2 vezes por semana (19,1%), 4 vezes por semana (13,0%) e 1 vez por semana (9,2%). Já experimentaram alguma droga: sim (3,1%) e não (96,9%). Consomem bebida alcoólica: sim (33,6%) e não (66,4%). A maioria não fuma (92,36%). Quanto à variável “tem filhos”: sim (44,3%) e não (55,7%).

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Tabela 01. Associação entre as variáveis independentes com a variável dependente depressão.

Variável N Média Desvio Padrão Teste P

Sexo Masculino Feminino 62 69 5,9 7,2 7,65 7,13 t = -1,028 0,306

Possui alguma doença Sim Não 8 123 8,0 6,5 6,02 7,47 t = 0,551 0,583

Sofreu algum tipo de violência Sim Não 10 121 9,4 6,4 8,86 7,24 t = 1,249 0,214

Sofreu algum tipo de acidente Sim Não 16 115 7,6 6,5 10,64 6,87 t = 0,553 0,581 Experimentou droga Sim Não 4 127 10,0 6,5 7,53 7,38 t = 0,934 0,352 Fuma Sim Não 1 130 44,0 6,3 6,64 t = 5,657 0,000 Consome bebida alcoólica Sim Não 44 87 6,5 6,7 7.58 7.33 t = -0,113 0,910 Tem filhos Sim Não 58 73 7,6 5,8 7,52 7,22 t = 1,460 0,147 Tipo de residência Apartamento Barracão Casa própria Casa alugada Outros 3 5 97 21 5 9,0 15,0 5,6 9,4 4,0 8,19 11,51 9,93 10,81 3,32 F = 3,262 0,014

Prática atividade física Uma vez por semana Duas vezes por semana Três vezes por semana Quatro vezes por semana Cinco vezes por semana

12 25 46 17 31 7,2 9,5 5,6 6,0 7,7 5,87 12,29 5,02 6,21 5,85 F= 1,37 0,245

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A variável sexo não apresentou significância, portanto não constatou associação entre esta variável independente com a variável dependente depressão. Porém, os adultos jovens masculinos apresentaram menor média de depressão do que o sexo feminino. No que diz respeito à presença ou ausência de doença e se já sofreu algum tipo de violência e acidente, também não deram significância. Mas as pessoas que já sofreram acidente, violência ou possuíam algum tipo de doença evidenciaram maior média de depressão. Nas variáveis “experimentou drogas”, “consumo de bebidas alcoólicas” e “ter filhos” não atingiram o nível de significância esti pulado, não havendo assim associação com a variável depressão. Entretanto, quem já consumiu drogas possuía maior média de depressão em relação às pessoas que nunca experimentaram. Consumo de bebidas alcoólicas e possuir filhos não apresentaram grandes dife renças nas médias de depressão.

Quanto à prática de atividade física, esta não apresentou diferenças significativas, indicando que não há associação com a depressão. Pessoas que praticam quatro ou cinco vezes por semana possuem menor média de depressão do que aqueles que praticam duas vezes por semana.

Nas variáveis fumo e tipo de residência apresentaram significância, portanto há associação entre essas variáveis com a variável dependente depressão. Quem fuma possui maior média de depressão do que as pessoas que não fumam. E também, quem mora em barracões, casa alugada e apartamentos evidenciaram maior depressão do que os indivíduos que moram em casa própria. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Embora com uma amostragem pequena neste estudo para considerar as médias apresentadas, os adultos jovens masculinos apresentaram menor média de depressão do que o sexo feminino. Entretanto, não ocorreu associação com a variável dependente depressão. É bem estabelecido que as mulheres experimentem níveis mais altos de depressão e angústia psicológica geral que os homens, no entanto, a taxa de suicídio entre mulheres continua sendo mais baixa que nos homens (PRITCHARD, 1996).

No estudo de Ustárroz, (1997) sobre eventos estressantes, insatisfação na vida e distúrbios psiquiátricos menores, as mulheres, os mais velhos, os mais pobres e os indivíduos de menor escolaridade foram os que apresentaram as prevalências mais altas em comparação a seus pares.

A maior média de sintomas depressivos no sexo feminino reflete um dado bastante conhecido na epidemiologia da depressão. De acordo com a OMS (2001), a frequência de depressão é duas vezes mais comum em mulheres do que em homens, iniciam -se em geral entre 20 e 40 anos de idade e vitimam 16 a 18 % das pessoas.

No entanto, pessoas que já sofreram acidente, violência ou possuíam algum tipo de doença evidenciaram maior média de depressão, não havendo associação com a variável dependente. Stefanis e Stefanis (2005) afirmam que pessoas violentadas ou que já sofreram algum tipo de doença e que já se acidentaram apresentam maiores chances de se autodepreciarem, exprimindo sentimentos de solidão, tristeza, desamparo, baixa autoestima e baixa autoconfiança.

A maior ou menor probabilidade de surgimento da depressão é vista como o resultado da interação de uma série de condições ambientais, especialmente estresse, perda e predisposições individuais (STEINBERG, 1999).

Nas variáveis independentes experimentou drogas (p=0,352), consumo de bebidas alcoólicas (p=0,910), e ter filhos (p=0,147) não atingiram o nível de significância estipulado, não havendo assim associação com a depressão. Entretanto, quem já consumiu drogas possuía maior média de depressão em relação às pessoas que nunca experimentaram. Corroborando com os resultados, Lima (2003) afirma que o uso de drogas e álcool tende naturalmente a agravar os quadros de ansiedade, depressão e pânico. Em relação ao consumo de bebidas alcoólicas e possuir filhos não apresentaram grandes diferenças nas médias de depressão. A pesquisa realizada por Cardoso et al., (2004), com portugueses que utilizavam tabaco e álcool, demonstraram uma correlação positiva entre a sintomatologia depressiva e a utilização de substâncias psicoativas. Esta correlação provavelmente se deve à baixa autoestima que comumente se faz pr esente no cotidiano das pessoas com sintomatologia depressiva (MONTEIRO e LAGE, 2007).

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Quanto à prática de atividade física, esta não apresentou diferenças significativas, indicando que não há associação com a depressão. Pessoas que praticam quatro ou cin co vezes por semana possuem menor média de depressão do que aqueles que praticam duas vezes por semana. Entretanto, o exercício físico pode ser uma alternativa na redução dos sintomas de ansiedade e depressão ou auxiliar em um tratamento com formas tradicionais de psicoterapia nas formas unipolares de depressão leve ou moderada (ISSP, 1992; BOSSCHER, 1993).

Em estudos mais recentes, nos quais houve maior rigor no controle das variáveis intervenientes, têm demonstrado a eficácia da atividade física no tratam ento da depressão (USTRA

et al., 1996).

Estudos realizados nos EUA afirmam que a prática sistemática do exercício físico para a população em geral está associada à ausência ou a poucos sintomas depressivos ou de ansiedade. Mesmo em indivíduos diagnosticados clinicamente como depressivos, o exercício físico se mostra eficaz na redução dos sintomas associados à depressão (GROSZ e FARMER, 1972).

Foi observada que a variável independente “fumo” mostrou-se associada à variável dependente depressão, apresentando a maior média de sintomas depressivos. Existem evidências de que o fumo pode estar associado à depressão (FARRELL et al, 2001). A depressão é a comorbidade psiquiátrica mais comumente associada à dependência de nicotina (PAPERWALLA et

al., 2004). O consumo alto de cigarros (acima de 20 por dia) está associado a um maior risco de

agorafobia, transtorno de ansiedade generalizada e transtorno de pânico em jovens adultos (DEGENHARDT e HALL, 2001). Estudos epidemiológicos e clínicos têm demonstrado uma associação positiva entre tabagismo e transtornos de ansiedade (ISENSEEI et al., 2003; PELTZER

et al., 2002; DEGENHARDT e HALL, 2001).

O tipo de moradia foi outra variável independente que apresentou significância, os jovens adultos que residem em residências menos estruturadas que apresentaram valores médios de depressão mais elevados do que os que residem em residência mais bem estruturada. Lagrue et

al.,(2002) afirmam que a associação entre a dependência do tabaco e diversas formas de

transtornos de ansiedade e depressivos é bem estabelecida. Segundo Costa e Firmo (2005), a própria estrutura física da residência contribui para a formação de um cenário, por si só, deprimente. CONCLUSÃO

Pelos resultados obtidos, foi verificado que as variáveis independente s sexo, possui alguma doença, sofreu algum tipo de violência, sofreu algum tipo de acidente, experimentou drogas, ter filhos, consumo de bebidas alcoólicas e prática de atividade física não apresentaram diferenças significativas, ou seja, a variável dependente depressão não está associada a estas variáveis. Foi estatisticamente significativo para a depressão as variáveis independentes “fumo” e “tipo de residência”, ou seja, a depressão está associada com estas variáveis.

A depressão é uma variável muito complexa, sugerindo assim novos estudos com uma amostragem mais ampla, que levam em consideração os fatores apresentados neste estudo e outros para verificação de possível associação com a depressão em jovens adultos.

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1 Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES;

2 Grupo Integrado de Pesquisa em Psicologia do Esporte, Exercício e saúde, Saúde Ocupacional e Mídia – GIPESOM. 3 FAPEMIG 4 ICV UNIMONTES 5 PROSUP/CAPES

Av. Ruy Braga S/N. Prédio 06. Sala 200-Anexo. Vila Mauriceia Montes Claros, MG.

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