Trabalho realizado por : Anamaria Poran nº36627 Cátia Marques nº36635 Tina Rajster nº38498 18 de Dezembro de 2008
!
O papel da Condição Antropológica na
construção do Federalismo
!
Poder e os seus limites
!
A acção reguladora do Princípio da
subsidiariedade
!
Cargo público e interesse individual
!Constituição e paixões
!
Madison: uma antropologia política
O papel da Condição antropológica na construção do federalismo
“O país por excelência da cultura do universal concreto, da ideia realizada no corpo das coisas sensíveis…”
O Regresso da América, Viriato Soromenho-Marques
! A Constituição Federal tem a sua base assente no reconhecimento da condição antropológica.
!Os autores de O Federalista nunca se iludiram acerca da natureza da condição humana. Ao delinear as regras
políticas, fizeram-no à luz de uma visão antropológica, para se conseguir o equilíbrio entre poder e paixão.
! A leitura antropológica que se faz através da Constituição, não deve ser entendida como uma antecipação da maldade, ou das mais escuras facetas do comportamento humano. Os Federalistas percebiam que seria ilusório e insensato, não considerar a influência dos comportamentos decorrentes da condição humana, no cumprimento das funções em cargos públicos.
! O corpo da Constituição pretende ser uma correcção virtuosa dos eventuais excessos decorrentes das paixões, ao mesmo tempo que estimula num outro sentido, a paixão pelo cargo público.
! O equilíbrio só se encontrará através do um sistema que não permita a prática de actos de usurpação, criando mecanismos de controlo mutuo, reduzindo ao mínimo a tendência para abusos.
Hamilton e o Princípio da Subsidiariedade
“ É um facto acerca da natureza humana que os seus afectos são
geralmente fracos em função da distância e do carácter difuso do objecto.”
A regulação das políticas domesticas nunca será preocupação duma jurisdição geral
A interferência do governo federal nas referidas competência em nada contribuirá para sua dignidade
A lealdade dos cidadãos será mais forte para com o governo que está mais próximo
Acerca do cargo presidencial…e a reeleição
! O protesto dos antifederalistas: “… a duração do mandato é demasiado longa…”
!A resposta de Hamilton: “É um princípio geral da natureza humana que um homem estará interessado em qualquer coisa que possua na proporção da firmeza do título pela qual a detém”.
! Ou seja é demasiada curta e desvantajosa. ! Cinco argumentos:
Falta de motivação psicológica Estimula um pensamento egoísta
Impede o aproveitamento da experiência adquirida
Em caso de ocorrências bruscas originava instabilidade Favorecia a instabilidade e era protegida pela Constituição
“Checks and balances”
“Mas o que é o governo em si próprio senão a maior de todas as reflexões acerca da natureza humana? Se os homens fossem anjos nenhuma espécie de governo seria necessária. Se fossem anjos a governar os homens, não seriam necessários nem controlos externos nem internos sobre o governo… ao construir um governo em que a administração é feita por homens sobre outros
homens, a maior dificuldade reside nisto: primeiro é preciso habilitar o governo a controlar os governados; e, seguidamente, obrigar o
governo a controlar-se a si próprio.” (Madison, FP 51: 326)
!É necessária a divisão do poder em governos estatais e governo Federal, pois só assim se poderá evitar abusos de poder, uma vez que estes vão-se regular mutuamente
!O Povo escolhe os membros dos vários departamentos
governativos, assim nenhum dos outros tem poder de decisão e consequentemente não poderá influenciá-los.
A boa conciliação entre a autoridade do governo sobre os
indivíduos e a própria separação dos poderes do estado vai levar a que seja impossível existir qualquer tipo de tirania ou opressão por parte dos dirigentes.
Relação entre o primado da autoridade e a necessidade de evitar abusos de poder
Mas, também é necessário proteger a sociedade contra os abusos dela própria, ou seja, existem diferentes classes de cidadãos com interesses distintos e não se pode deixar que uns se sobreponham sobre os outros.
John Francis Mercer “Farmer”
Anti-federalista que não assinou a Constituição na Convenção.
Tinha uma opinião mais optimista da natureza humana, referindo que os preconceitos políticos e religiosos provinham da má
educação e do medo, e que levavam à sobreposição das paixões sobre a razão.
Mérito no acesso a cargos federais:
Os Federalistas queriam que os líderes federais tivessem qualidades muito especificas, nomeadamente a nível de instrução e a nível das próprias virtudes.
Não havia qualquer tipo de descriminação por parte da Constituição, quando eram eleitos os membros para a Câmara dos Representantes, uma vez que todos os cidadãos tinham esse direito, tivessem sob que condição estivessem.
Conclusão:
Torna-se visível porque é tão importante e necessário existir uma forma de governação que não só apele às virtudes mas como também consiga transformar os vícios e os erros inerentes ao
Homem, em vantagens, nem que seja para aprender com aquilo que não foi bem executado no passado. O federalismo vai conseguir
conciliar a própria essência do ser humano com os órgãos institucionais, pondo na prática a separação de poderes, cuja
distribuição em três poderes fundamentais deixa menos espaço de manobra para que o poder influencie negativamente os seus actores.