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SENSORIAMENTO REMOTO APLICADO À CLASSIFICAÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NO RIO MARANGUAPINHO EM FORTALEZA - CE

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Academic year: 2021

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SENSORIAMENTO REMOTO APLICADO À CLASSIFICAÇÃO DO USO E

OCUPAÇÃO DO SOLO NO RIO MARANGUAPINHO EM FORTALEZA - CE

ANDRESSA SOUZA ALBUQUERQUE1

LÚCIA MARIA SILVEIRA MENDES2

Resumo: A pesquisa tem como objetivo identificar os principais impactos ambientais e analisar os aspectos modificados por ocasião da ocupação urbana desordenada no médio e baixo curso do rio Maraguapinho, em Fortaleza – CE, para isso a metodologia será embasada na teoria do geossitema, onde a partir de técnicas de geoprocessamento, e dados de sensoriamento remoto, recursos muito utilizados para tornar mais evidente os padrões de uso e ocupação dos espaços, uma vez que a espacialização das consequências melhora a compreensão das interações existentes.

Palavras-chave: Geoprocessamento; Geotecnologias; Impactos ambientais

Abstract: The aim of the research is to identify the main environmental impacts and to analyze the

modified aspects of urbanization in the middle and lower reaches of the Maraguapinho river, in Fortaleza - CE, for this the methodology will be based on geosystems theory, where Based on geoprocessing techniques and remote sensing data, widely used to make the patterns of use and occupation of spaces more evident, since the spatialization of the consequences improves the understanding of the existing interactions.

Key-words: Geoprocessing; Geotechnology; Environmental impacts

1 – Introdução

1 - Acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual do Ceará. E-mail de contato: andressa.albuquerque@hotmail.com

2 Docente do Programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual do Ceará.. E-mail de contato: lucia.mendes@uece.br

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Os recursos hídricos são indispensáveis para as atividades humanas, seja para o consumo próprio ou para atividades industriais. Porém, a utilização da água nas diversas atividades humanas tem consequências muito variadas sobre o corpo d'água, podendo ocasionar diversos impactos socioambientais negativos nos corpos hídricos devidos ao mau uso do solo.

Esse fato pode diminuir o número de ecossistemas em condições de abastecer de forma segura a população, principalmente nas áreas urbanas como é caso na porção oeste, onde esta localizada o rio Maranguapinho em Fortaleza – CE.

Nessa perspectiva essa pesquisa, tem como objetivo identificar e analisar os aspectos ambientais modificados por ocasião da ocupação urbana desordenada com o intuito de obter informações sobre o processo de uso e ocupação do solo e seus principais impactos ambientais.

Os resultados mostraram que o rio Maranguapinho recebe efluente e resíduos sólidos de residências e de praticas mal planejadas, contaminando as águas dos mananciais.

Assim os processos erosivos, construções de empreendimentos imobiliários e a expansão de residenciais precárias nas margens do rio foram identificadas como elementos impactantes para o ambiente.

2 – Metodologia

Como a ocupação humana nas margens do rio alterou a configuração da paisagem, o embasamento geosssistêmico é o método visto aqui para melhor compreensão do cenário de uso e ocupação, pois, o mesmo é fundamentado no estudo de forma integrada dos elementos naturais e humanos.

Assim, a abordagem utilizada foi à análise geossistêmica baseada na concepção de (BERTRAND. 2004. p. 141-152):

“A paisagem não é a simples adição de elementos geográficos disparatados. É em uma determinada porção do espaço, o resultado da combinação dinâmica, portanto instável, de elementos físicos, biológicos e antrópicos que, reagindo dialeticamente em um conjunto

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único e indissociável em perpetuas evolução.” (BERTRAND. 2004. p. 141-152)

Com o uso das geotecnologias é possível visualizar mais rápido e com mais precisão a obtenção das informações, assim foi possível ver os dados relativos como a localização da área de estudo, o uso e ocupação do solo, da expansão urbana de 1986 a 2016 em Fortaleza, mostrando a concentração das residências no entorno do rio desrespeitando APP – Área de Proteção Permanente e mostrar os principais impactos ambientais visualizados no entorno do rio.

Devido “à rapidez e periodicidade na obtenção de dados primários sobre a superfície terrestre, o Sensoriamento Remoto constitui uma das formas mais eficazes de monitoramento ambiental em escala local e global” (JACINTHO, 2003). Com isso, torna-se possível identificar as origens e características, mapeamento e verificação da extensão e intensidade das alterações provocadas pelo homem, a partir dos dados orbitais. (DAINESE, 2001).

Para tanto, este trabalho visou estudar as aplicações da detecção remota e do geoprocessamento a partir de imagens satélites Landsat 5 (INPE, 1986, 1996, 2000, 2006) Landsat 8 (USGS, 2016), RosourceSat1 (INPE, 2012) e imagens do Google Earth Pro (2016), para a confecção e processamentos das imagens e mapas foram escolhidos os softwares Qgis 2.4.0 e SPRING 5.4.3 por serem ferramentas livres e para a elaboração do mapa de impactos foi usado o GPS Garmin facilitando a localização dos principais impactos.

Por fim, foi analisado por meio de técnicas como imagens de mosaicos via satélite, havendo o georreferenciamento de imagens digitais, a classificação do uso e ocupação do solo e analise da expansão urbana.

3 – Localização da Área de Estudo

A área de estudo (Figura 1) trata-se do médio e baixo curso do Rio Maranguapinho, no município de Fortaleza - CE. Abrangendo total ou parcialmente os bairros: Parque Presidente Vargas, Canidezinho, Siqueira, Bom Jardim, Granja Lisboa, Granja Portugal, Bonsucesso, Parque São José, Mondubim, Manoel Sátiro,

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Conjunto Ceará I e II, João XXIII, Henrique Jorge, Don Lustosa, Autran Nunes, Genibaú, Parangaba, Demócrito Rocha, Couto Fernandes, Pan Americano, Bela Vista, Pici, Antônio Bezerra, Padre Andrade, Presidente Kennedy, São Geraldo, Monte Carlo, Quitinho Cunha, Jardim Guanabara, Jardim Iracema, Floresta, Vila Velha, Barra do Ceará.

Figura 1: Mapa de Localização da área de estudo. Fonte: ALBUQUERQUE, 2017.

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4 – Desenvolvimento

O rio Maranguapinho ocorre na porção urbana com predominância de assentos informais, com infraestrutura precária e deficiência a serviços bases (saneamento básico, transportes, serviços de saúde, educação, segurança e lazer). Além disso, uma parcela significativa dos habitantes da zona oeste de Fortaleza não tem acesso a moradias dignas, o que os força a ocupar as chamadas áreas de risco (ALMEIDA, 2010).

Com o mapa de uso e ocupação (Figura 2) é possível notar toda a dinâmica da área de estudo como os corpos hídricos ao atingir o aglomerado urbano, sentem o impacto da intensificação da ação humana neste ambiente, o que muitas vezes configura rupturas no equilíbrio “natural”.

Assim, a impermeabilização do solo vem acarretando um provável aumento do fluxo fluvial que ultrapassa o sistema natural de drenagem, trazendo outros tipos de problemas vinculados ao lançamento de lixo a céu aberto. Isto devido ao intenso processo de urbanização, sem levar em conta as áreas de domínio atual do fluxo fluvial.

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Figura 2: Mapa de uso e ocupação no médio e baixo curso do rio Maraguapinho, em Fortaleza –CE. Fonte: ALBUQUERQUE, 2017.

No fim dos anos 60, Bento (2011) relata que as lagoas começaram a agonizar com a expansão urbana de Fortaleza, principalmente, as intermitentes, que desapareciam nas épocas de estiagem, foram as que mais sofreram com a expansão urbana, sendo praticamente eliminadas do meio ambiente fortalezense. Os corpos hídricos lacustres de menor dimensão, aos poucos, vão sumindo da cidade, com o espelho d'água sendo reduzido, progressivamente, devido o acúmulo de lixo e de materiais oriundos da construção civil. O desaparecimento dos recursos hídricos lacustres pelo aterramento promove danos à drenagem urbana, interferindo no escoamento das águas pluviais. A ocupação indevida das margens de lagoas agrava as condições sanitárias na cidade. Nos domicílios, predominantemente improvisados, há o lançamento de resíduos domésticos que nos períodos chuvosos,

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Para tanto, é possível visualizar que a APP do rio Maranguapinho no município, como mostra a carta imagem (Figura 3), sofreu com a ocupação indevida e com a falta de um planejamento urbano.

Como as observações de campo e de sensoriamento remoto vêm a reforça que o rio está em pleno processo de degradação do ponto de vista de preservação de seus componentes naturais, pois a mata ciliar foi sendo removida para construção de residências e vias de acesso.

Figura 3: Carta Imagem da expansão urbana no médio e baixo curso do rio Maraguapinho, em Fortaleza –CE.

Fonte: ALBUQUERQUE, 2017

A falta de um local adequado e a forma incorreta de disposição final dos resíduos sólidos vem sendo responsável por uma série de problemas ambientais como foi pontuado no mapa de impactos (Figura 4).

Assim, os fatores de pressão sobre este ambiente traduzem-se através da ocupação intensa das margens de rios que por sua vez, reduzem a mata ciliar e

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causam, entre outros problemas, os seguintes impactos a impermeabilização do solo; a poluição hídrica proveniente da carga de resíduos sólidos e líquidos de residências e/ou indústrias, agravada pela inexistência uma de cobertura eficiente de saneamento básico; a canalização, aterramento e assoreamento de rios e a apropriação privada de trechos de cursos d’água.

Figura 4: Mapa de Impactos no médio e baixo curso do rio Maraguapinho, em Fortaleza –CE. Fonte: ALBUQUERQUE, 2017

A agressão ambiental no rio Maranguapinho, por meio da disposição dos resíduos sólidos, formando verdadeiros lixões, nas margens do rio e em toda área de drenagem da bacia localizada em Fortaleza, o que eleva o nível de degradação

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do ambiente devido à diversidade e quantidade de resíduos sólidos que foram observados: papéis, latas, madeiras, plásticos, vidros, restos de alimentos, utensílios domésticos, roupas, entre outros.

As terras que margeiam o rio estão sujeitas às inundações periódicas ao longo de suas margens pode - se observar a construção de casas praticamente dentro do leito menor do rio. Lixo e esgoto são lançados ao rio sem nenhuma restrição por construções residenciais e comerciais que não obedecem aos afastamentos previstos na legislação ambiental, agravando a repercussão das inundações sobre esta população.

As informações mencionadas são preocupantes, uma vez que a existência de resíduos sólidos e esgoto a céu aberto indica a falta ou a defasagem de saneamento básico, e este elemento está diretamente ligado a questões de saúde humana e de qualidade de vida.

5 – Considerações Finais

O Rio Maranguapinho, no município de Fortaleza, está recebendo uma elevada carga orgânica, devido principalmente aos efluentes domésticos, que não são tratados adequadamente, contaminando as águas superficiais e possivelmente as reservas hídricas subterrâneas.

Em suma os impactos ambientais nesse ecossistema também foram identificados pela ocorrência de processos erosivos e construções de empreendimentos sejam eles habitacionais como industriais nas margens do rio.

Para tanto, a expansão urbana de forma desordenada sem um devido planejamento na área foi elencada como um problema ambiental que modifica não só a paisagem, mas o ecossistema por completo, principalmente, porque área de APP não foi preservada.

As considerações finais torna-se relevante, refletir sobre a temática mediante os fatos expostos, compreender como se transfigura atualmente a paisagem urbana e a dinâmica do rio Maranguapinho, pois a partir do recente processo de

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urbanização é cada vez mais importante a necessidade de se investigar as novas formas de uso e consumo do solo, bem como, os agentes responsáveis por estas transformações, além do fato de que o conhecimento dos impactos ambientais das diversas atividades em um meio urbano é um fator de grande importância para um planejamento urbano e ambiental da área.

É nesse tocante que o uso das geotecnologias se mostra pertinente, como ferramentas que detectam os possíveis problemas e ajudam na elaboração de um plano de manejo.

6 – Referências Bibliográficas

ALMEIDA, L. Q. Vulnerabilidades socioambientais de rios urbanos: bacia hidrográfica

do rio Maranguapinho, região metropolitana de Fortaleza, Ceará. Rio Claro, UEP, 2010.

278p. Tese (Instituto de Geociências e Ciências Exatas). Universidade Estadual Paulista, 2010.

BERTRAND, G. Paisagem e geografia física global. Esboço teórico e metodológico.

Caderno de ciências da Terra. Instituto de Geografia da Universidade de São Paulo, n.13.

1972.

BENTO, V. R. S. Centro e periferia em Fortaleza sob a ótica das disparidades na

infraestrutura de saneamento básico. Fortaleza, UECE, 2011. 172p. Dissertação

(Mestrado Acadêmico em Geografia). Universidade Estadual do Ceará, 2011.

DAINESE, R. C. Sensoriamento remoto e geoprocessamento aplicado ao estudo

temporal do uso da terra e na comparação entre classificação não-supervisionada e análise visual. 2001. f.210 Dissertação (Mestrado na área de Concentração em Energia na

Agricultura) – Faculdade de Ciências Agronômicas. UNESP Botucatu. Botucatu. 2001.

JACINTHO, L. R. C. Geoprocessamento e sensoriamento remoto como ferramentas na

gestão ambiental de unidades de conservação: o caso da área de proteção (APA) do

Capivari-Monos, São Paulo – SP, 2003. Dissertação (Mestrado em Recursos Minerais e Hidrologia) – Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo – São Paulo. 2003

Referências

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