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OFICINA 2. Albert Einstein - físico teórico alemão Rolling Stones, álbum Sticky Fingers, de 1971, artista: John Pasche.

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Academic year: 2021

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OFICINA 2

Albert Einstein - físico teórico alemão - 1879- 1955

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Instruções para a Oficina 2: Comece mostrando para seus alunos sobre as figuras acima e explicando-lhes os vários significados que a palavra língua pode ter. Em seguida, leia os textos com os alunos, explicando e debatendo as idéias presentes neles. A oficina 2 consiste em recontar o texto “Só a pura verdade” mudando o gênero textual, os alunos devem produzir histórias em quadrinhos com a história relatada, sem alterá-la. O trabalho pode ser feito em duplas ou trios, com 7° ou 8° anos. Lembre aos alunos sobre legendas e balões. Peça que caprichem nos desenhos e... bom trabalho!!

A língua

Um senhor de muitas posses e pouca sabedoria chamou seu servo mais velho, homem de poucas posses e muita sabedoria, e ordenou-lhe que fosse ao açougue e lhe trouxesse o melhor bocado de carne que encontrasse. O servo foi, e voltou trazendo uma língua, com a qual foi preparado um fino jantar.

Alguns dias depois, o senhor ordenou a seu servo que fosse novamente ao açougue e lhe trouxesse o bocado de carne mais ordinário que encontrasse, para alimentar os cães. O servo foi, e voltou trazendo uma língua. O senhor, que era um homem de muitas posses e pouca sabedoria, enfureceu-se:

– Mas, então, para qualquer recomendação que dou me trazes sempre uma língua? – O servo, que era um homem de poucas posses e muita sabedoria, respondeu:

– A língua, meu senhor, é o melhor pedaço quando usada com bondade e sabedoria, e de todos o pior, quando usada com arrogância e maledicência.

Língua (Fábula da tradição judaica). In Fábulas… em Cartão Postal. Belo Horizonte: Autêntica. s/d.

A melhor e a pior comida do mundo

Pedro Bandeira Nos tempos das arábias, há muitos anos, um velho e rico mercador contratou os serviços de um cozinheiro idoso, encurvado, feio, mas com a fama de ser um verdadeiro sábio. Logo, para provar as qualidades de seu criado, o mercador ordenou:

– Toma esta sacola de moedas. Corre ao mercado e traze de lá o que houver de melhor para um banquete. Eu quero a melhor comida do mundo!

Pouco tempo depois, o cozinheiro voltou do mercado e colocou sobre a mesa um prato coberto por fino pano de linho. O mercador levantou o paninho e ficou surpreso:

– Oh, língua? Muito bem! Nada como a boa língua que nossos pastores sabem tão bem preparar. Mas por que escolheste exatamente a língua como a melhor comida do mundo?

O cozinheiro, de olhos baixos, explicou sua escolha:

– O que há de melhor do que a língua, senhor? A língua que falamos é que nos une. Sem a língua não poderíamos nos entender. A língua, a compreensão do idioma, é a chave das ciências, o órgão da verdade e da razão. Graças à língua é que se constroem as cidades, graças à língua podemos declarar o nosso amor. A língua é o órgão do carinho, da ternura, da compreensão. É a língua que torna eternos os versos dos grandes poetas, as ideias dos grandes escritores. Com a língua se ensina, se persuade, se instrui, se reza, se explica, se canta, se descreve, se elogia, se demonstra, se afirma. Com a língua dizemos “mãe”, “paz” e “Deus”. Com a língua dizemos “eu te amo”! O que pode haver de melhor do que a língua, senhor?

O mercador levantou-se entusiasmado:

– Muito bem, muito bem! Realmente tu me trouxeste o que há de melhor. Toma agora esta outra sacola de moedas. Volta ao mercado e desta vez compra lá o que houver de pior, pois quero provar a tua sabedoria!

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Depois de algum tempo, o criado voltou do mercado trazendo outro prato coberto por um pano. O mercador recebeu-o com um sorriso:

– Hum... já sei o que há de melhor. Vejamos agora o que há de pior... O mercador descobriu o prato e ficou indignado:

– O quê?! Língua? Língua outra vez? Língua? Não disseste que a língua era o que havia de melhor? Queres ser despedido?

O cozinheiro encarou o mercador e respondeu:

– A língua, senhor, é o que há de pior no mundo. É a fonte de todas as intrigas, o início de todos os processos, a mãe de todas as discussões. É a língua que separa a humanidade, que divide os povos. É a língua que usam os maus políticos quando querem nos enganar com suas falsas promessas. É a língua que usam os vigaristas quando querem trapacear. A língua é o órgão da mentira, da discórdia, dos desentendimentos, das guerras, da exploração. É a língua que mente, que esconde, que engana, que explora, que blasfema, que insulta, que se acovarda, que mendiga, que xinga, que bajula, que destrói, que calunia, que vende, que seduz, que corrompe. Com a língua, dizemos “morre”, “canalha” e “demônio”. Com a língua dizemos “não”. Aí está, senhor, porque a língua é a pior e a melhor de todas as coisas. Se conhecermos nossa própria língua, se pudermos compreender tudo aquilo que ouvimos, tudo aquilo que lemos, todo o conhecimento que a Humanidade deixou registrado por escrito, conquistaremos o mundo. Do contrário, seremos escravos para sempre!

CARROÇA VAZIA

Certa manhã, meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer.

Ele se deteve numa clareira e depois de um pequeno silêncio me perguntou:

- Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa? Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:

- Estou ouvindo um barulho de carroça. - Isso mesmo, disse meu pai, é uma carroça vazia.

Perguntei ao meu pai:

- Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?

Ora, respondeu meu pai. É muito fácil saber que uma carroça está vazia; por causa do barulho.

Quanto mais vazia a carroça maior é o barulho que faz. Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa

falando demais, gritando (no sentido de intimidar), tratando o próximo com grosseria inoportuna, prepotente, interrompendo a conversa de todo mundo e, querendo demonstrar que é a dona da razão e da verdade

absoluta, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo: "Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz..."

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Há um provérbio que diz: "Quem conta um conto aumenta um ponto". E outro diz: "Cada cabeça uma sentença". Parece que um dos traços atraentes (e difíceis) da convivência entre as pessoas é a diversidade de opiniões sobre o mesmo fato. Andersen (1805-1875), que se tornou um clássico da literatura, parece ir nessa direção, no conto Só a pura verdade.

SÓ A PURA VERDADE - Hans Christian Andersen

Que coisa horrível! - disse uma Galinha, no outro extremo da cidade, bem longe do bairro onde a história se passara - é horrível o que houve no galinheiro! Nem arrisco a dormir sozinha esta noite. Ainda bem que somos muitas no poleiro. E passou a contar o ocorrido, fazendo arrepiar as penas das outras galinhas, a cair a crista do Galo. E era tudo verdade, só a pura verdade.

Mas vamos começar do começo, que ocorreu no extremo oposto da cidade. O Sol desceu e as galinhas subiram. Uma delas, de penas brancas, e pernas curtas, punha os ovos regularmente e, como galinha, era respeitável em todos os sentidos. Chegada ao poleiro, começou a catar-se com o bico. Caiu ao chão uma peninha.

- Lá se foi uma pena! - disse ela - parece que, quanto mais me cato, tanto mais bonita vou ficando - acrescentou, por brincadeira, pois era ela o espírito mais alegre da galinhada, embora fosse, conforme já foi dito, criatura de todo o respeito. E logo adormeceu.

Era escuro ao redor. As galinhas estavam enfileiradas, lado a lado, e a que lhe estava mais próxima não dormia. Ela ouviu, e ao mesmo tempo não ouviu, como convém, para se viver em paz neste mundo. Mas teve, assim mesmo, de confiar à outra vizinha o que ouvira.

- Ouviste o que foi dito aqui! - cochichou - não vou dizer o nome de ninguém, mas há aqui uma Galinha que quer arrancar as próprias penas para ficar bonita. Se eu fosse Galo, a desprezaria.

Logo adiante, pouco acima das galinhas, estava pousada a Coruja, com o Corujão e as corujinhas. Naquela família, sim, todos tinham bons ouvidos. Ouviram cada palavra dita pela Galinha. Viraram os olhos e dona Coruja abanou-se com as asas.

- É feio escutar o que dizem os outros! - começou ela - mas, naturalmente, todos ouviram o que disse a Galinha. Eu o ouvi com os meus próprios ouvidos, e deve-se escutar, antes que caiam as orelhas. Uma das galinhas esqueceu a tal ponto a decência, que está tirando todas as penas e deixa o Galo ver tudo.

- Prenez garde aux enfants! - disse papai Corujão - isso não é conversa para crianças ouvirem. - Preciso contar o caso à coruja vizinha, senhora séria e respeitável.

Dona Coruja saiu voando.

- Hu-hu! Uhu-uhu-uhu! - riram as duas, juntas, pouco depois.

Achavam-se um pouco acima do pombal do vizinho, e as pombas ouviram-nas comentar o caso: - Ouviram esta? Ouçam, que esta é muito boa! Há aí uma Galinha que arrancou todas as penas por causa do Galo! Vai morrer de frio, se é que já não morreu. Huuu - huuuu!

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- No galinheiro do vizinho. É como se eu mesma o tivesse visto. É coisa que quase nem se devia contar, pois é um tanto indecente. Mas é a pura verdade!

- Ora, ora, ora! - arrulharam de novo as pombas. E passaram a história adiante.

- Há uma Galinha - há quem diga que são duas - que arrancou todas as penas para não ser igual às outras e chamar a atenção do Galo. É uma brincadeira arriscada, pois apanhar um resfriado é o que há de mais fácil, e morrer de febre é o que menos custa. De fato, já morreram, as duas...

- Acordem! Acordem! cantou o Galo, voando para o alto do cercado. O sono ainda lhe pesava nos olhos, mas apesar disso ele cantava:

- Morreram três galinhas, de infeliz paixão por um Galo. Elas arrancaram todas as penas. É uma história muito feia, não quero guardá-la comigo. Que vá adiante!

- Deixa que vá adiante - piaram os morcegos.

- Deixa que vá! Deixa que vá! - cacarejaram as outras galinhas.

A história foi assim circulando, de galinheiro em galinheiro, e, por fim, voltou ao local de onde viera.

- São cinco galinhas - contavam - todas arrancaram as penas para mostrar qual delas tinha emagrecido mais de paixão pelo Galo. Depois brigaram, de tirar sangue, e se mataram de bicadas. Ficaram mortas no terreiro. Foi uma ignomínia para a família delas, e um grande prejuízo para o dono do galinheiro.

Então, a galinha que perdera uma única peninha ao catar-se, não reconheceu a sua própria história, e como fosse uma galinha respeitável, disse lá com os seus botões:

- Desprezo as galinhas como essas. Mas não serão as últimas. Há muitas mais dessa marca. Não se deve silenciar sobre tais coisas. Farei o que eu puder para que essa história saia nos jornais e corra o país todo. É o que merecem essas galinhas e também a família delas.

E a história saiu nos jornais, foi impressa, e uma coisa é verdadeira: uma única peninha pode facilmente transformar-se em cinco galinhas.

Referências

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