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Horta agroecológica na escola: integrando saberes escolares aos saberes tradicionais

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Academic year: 2021

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Horta agroecológica na escola: integrando saberes escolares aos saberes tradicionais

Horta agroecological at school: school knowledge integrating traditional knowledge JESUS, Adriane Jéssica da Silva¹; SANTOS, Miriam Leiticia Ribeiro2; CUITÉ, Gyslenne

Reis; SOUSA, Paula Jaqueline.

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Bragança, PA,

jessicaane1989@hotmail.com; 2Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do

Pará, Bragança, PA, mleticia20@gmail.com; 3Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia do Pará, Bragança, PA, lennycuite@hotmail.com; 4Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Bragança, PA, paulinhajacke17@gmail.com.

Resumo: Este trabalho é parte de uma pesquisa de conclusão de curso que procura

demonstrar a viabilidade educacional da construção de uma horta com base agroecológica, com estudantes que cursam o 7º ano do ensino fundamental, na Escola Agrícola Dr. Edgar de Sousa Cordeiro, Bragança – Pa, localizada na Antiga Estrada de Ferro no município de Bragança a 2 km do centro da cidade e a 220 km da capital paraense. A proposta do trabalho é integrar os saberes agroecológicos aos saberes escolares por meio da construção de uma horta agroecológica, tendo em vista a interdisciplinaridade e a agroecologia como um instrumento para a concretização da mesma. As atividades previstas foram divididas em duas (2) etapas, onde no primeiro momento o professor/diretor Antônio José Gomes Assunção dividiu as disciplinas de Agricultura e Agricultura – Plantas medicinais em 8 aulas, num segundo momento constrói-se a horta com fundamentos agroecológicos, onde já foi feito a escolha da área onde está sendo desenvolvida a horta agroecológica. Está sendo observado que as atividades realizadas, estão permitindo uma aproximação dos alunos com o campo, enriquecendo o processo de ensino aprendizagem através da interdisciplinaridade e das práticas agroecológicas.

Palavras-chave: Agroecologia; Interdisciplinaridade; educação agroecológica.

Abstract: This work is part of an ongoing completion of research that seeks to demonstrate

the educational feasibility of building a garden with agroecological with students who attend the 7th grade of elementary school, the Agricultural School Dr. Edgar de Sousa Cordeiro, Bragança - Pa , located in the Old Railway in the city of Bragança 2 km from the city center and 220 km from the state capital. The purpose of this study is to integrate the agroecological knowledge to school knowledge through the construction of an agro-ecological garden, with a view to interdisciplinarity and agroecology as an instrument for achieving the same. The planned activities were divided into two (2) steps, where at first the teacher / director Antonio Jose Gomes Assunção divided the disciplines of Agriculture and - Medicinal plants in 8 classes, second builds up the garden with agroecological foundations, which it has already made the choice of the area where it is being developed agroecological garden. It is being observed that activities are allowing an approximation of the students to

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the field, enriching the teaching process learning through interdisciplinary and agroecological practices.

Keywords: Agroecology; interdisciplinarity; agroecological education.

Introdução

A presente pesquisa traz assuntos relacionados à agroecologia, interdisciplinaridade e saberes tradicionais. A agroecologia nasceu com um enfoque científico capaz de dar suporte a uma transição de agriculturas sustentáveis que contribuem pra o desenvolvimento dos ecossistemas, para Altieri (1987, p. 17) “a agroecologia facilita os princípios ecológicos essenciais para o estudo e acolhimento de ecossistemas, tanto produtivos quanto protetores dos recursos naturais, e que sejam culturalmente sensíveis, socialmente justos e economicamente viáveis”.

Os conhecimentos tradicionais estabelecem práticas, conhecimentos empíricos e costumes que são passados de gerações a gerações que vivem em contato direto com a natureza, segundo Amaral (2011, p. 34) os saberes tradicionais sobre agricultura “são conhecidos como conjuntos de técnicas que já vem sendo usado desde vários séculos atrás por camponeses e tribos indígenas, onde essas técnicas priorizam a utilização de recursos naturais e de mão de obra direta, a agricultura tradicional é praticada em propriedades de pequeno e médio porte e seu destino é mais para o autoconsumo da família camponesa ou da tribo indígena”.

A interdisciplinaridade integra-se com o propósito de promover uma interação entre o aluno e professor, envolve questões sobre o sentido e o contágio das colaborações entre as disciplinas, no ensino educacional a interdisciplinaridade não é uma “junção de conteúdo, nem uma junção de métodos, muito menos a junção de disciplinas” (FAZENDA, 1993, p. 64). Ela dar a entender em um novo pensar e agir, numa postura que prioriza a abertura para uma vivência interativa mediada por conhecimentos diversificados.

A construção da horta agroecológica é uma importante ferramenta de aprendizagem para os alunos do ensino fundamental, capaz de gerar mudanças na cultura alimentar, ambiental e educacional.

Este projeto está sendo de suma importância para aplicar os conhecimentos aprendidos frente às realidades e desafios do mundo real e possibilitando assim expandir os meus conhecimentos adquiridos no decorrer do curso.

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A metodologia utilizada está sendo realizada de forma predominantemente qualitativa, com a turma do 7º ano, composta por 24 estudantes, cuja maioria são das zonas rurais da região bragantina.

A pesquisa configura-se em duas etapas, sempre alternando as aulas teóricas com as aulas práticas. Num primeiro momento, trabalhando-se as disciplinas de: Agricultura, com a temática de agricultura familiar e agroecologia; Agricultura – plantas medicinais e Zootecnia – caprinocultura, ambas com as mesmas temáticas, que são sustentabilidade e economia solidária.

No primeiro momento o professor/diretor Antônio José Gomes Assunção dividiu as disciplinas de Agricultura e Agricultura – Plantas medicinais em 8 aulas, 1ª aula: Impacto Ambiental; 2ª: Erosão do solo; 3ª: Práticas de conservação; 4ª: recuperação do solo; 5ª: Produção de mudas; 6ª: Instalação e preparação do cultivo; 7ª: Tratos culturais e 8ª: Colheita (quando colher e como deve colher), que foram ministradas em sala, por meio de slides, roda de conversas e para aprofundar os estudos, fizeram oficinas e círculos de diálogos, onde a cada aula tinham temas diferentes. Cada aula desenvolvida teve ênfase a agroecologia e suas práticas agroecológicas, a 1ª aula, a 2ª e a 3ª, foram feitas em forma de dinâmica, mostrando aos alunos a importância da cobertura de folhas e matos no solo, para evitar a erosão, e conservar o solo. A 4ª aula foi dividida em grupo onde cada grupo fez pesquisas de como recuperar um solo degradado com práticas agroecológicas, na 5ª aula os alunos também se dividiram em 4 grupos de 6 pessoas onde cada grupo ficou com uma espécie de hortaliças para produzir as mudas no canteiro ou nas sementeiras, a 6ª aula foi ministrada por meio de slides, onde os alunos viram os tipos de instalações e a preparação de cultivos, a 7ª e a 8ª aula foram feitas em forma de pesquisa sobre os tratos culturas e colheitas das cultivadas no canteiro.

Num segundo momento, constrói-se a horta com fundamentos agroecológicos, onde já foi feito a escolha da área onde está sendo desenvolvida a horta agroecológica, onde utilizamos o adubo agroecológico denominado “cama de aviário”.

Privilegiamos ferramentas e equipamentos de custo baixo como, por exemplo, enxada, regador, trena, estacas de madeira, um rolo de barbante, um carro-de-mão e botas para proteção contra animais peçonhentos, cobras e escorpiões.

Foi feita a limpeza do local, que consiste em retirar da área qualquer objeto como (paus, plásticos, pedras, madeiras, etc.) que poderá atrapalhar o bom desenvolvimento das culturas. Usamos as estacas para marcar o espaçamento de cada canteiro. Utilizamos enxadas que serviram para revirar e incorporar o adubo no solo.

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Para levantar os canteiros, precisamos da trena para medir a altura (30 cm), o comprimento (3m) e a largura (que varia entre 80 e 120 cm), que tiveram os canteiros, pois segundo Neto (1995, p. 86) “Os canteiros em locais pequenos devem ter uma altura de 30 cm, que deve está no nível do terreno para assim não ter uma perda de umidade, e a largura com menos de 80 cm haverá bastante perda do terreno e acima de 120 cm os cuidados manuais na parte central do canteiro serão difíceis”.

Utilizamos também grama seca para fazer a cobertura do solo, para que assim não se perca muita humidade no solo e após, esperamos de 3 a 5 dias para plantarmos as hortaliças.

Levantamos 4 canteiros e neles foram produzidos as seguintes hortaliças: Cebolinha verde (Allium fistulosum), chicória (Cichorium), coentro (Coriandrum sativum) e couve (Brassica oleracea).

Resultados e discussões

A partir das noções de estudo das disciplinas Agricultura, Agricultura – Plantas medicinais e Zootecnia, as escolas poderiam criar espaços durante o ano letivo para tratar assuntos sobre o meio ambiente, alimentação saudável, uso de agrotóxicos, produção de insumos para adubação através da compostagem dos restos vegetais da horta associados aos restos de alimentos da merenda escolar. Está sendo observado que as atividades realizadas, estão permitindo uma aproximação dos alunos com o campo, enriquecendo o processo de ensino aprendizagem através da interdisciplinaridade e das práticas agroecológicas, embora alguns alunos sejam filhos de agricultores, com estas atividades estão passando a conhecer uma forma diferente de produzir hortaliças.

A participação coletiva na construção da horta até o momento está exigindo que cada aluno ali presente se envolva por inteiro no trabalho. A atitude de cada um dentro do grupo está fazendo com que eles fiquem mais unidos e mais cooperativos, e conforme Boff (1999, p.33), “cuidar é mais que um ato; é uma atitude. Abrange mais que um momento de atenção, de zelo e dedicação. Simboliza uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetuoso com o outro”.

Conclusões

Ao longo da pesquisa percebem-se aspectos relevantes e consistentes, pois os alunos estão conseguindo expor suas ideias sobre o trabalho na horta de forma clara e objetiva, alguns tiveram dificuldades nas disciplinas ministradas e com isso, tiveram orientações sobre os temas abordados, já na escrita, está sendo possível

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perceber os sentimentos que esta tarefa proporcionou a eles, ou seja, a integração dos saberes escolares aos saberes agroecológicos através da construção da horta agroecológica.

Com a escolha das hortaliças e com o consórcio delas, pode-se perceber que diminuíram as incidências de pragas e doenças e também ofereceram um maior rendimento por porção de terra.

A troca de saberes na construção coletiva da horta agroecológica na Escola Agrícola constitui uma experiência positiva em relação a Agroecologia. Essa pesquisa cria uma motivação para futuras intervenções.

Agradecimentos (opcional)

Primeiramente a Deus por nos dar entendimento e sabedoria para a concretização desta pesquisa, ao IFPA – Campus Bragança por nos proporcionar um ensino de qualidade e professores altamente capacitados para ministrar disciplinas de suma importância para nossa formação.

Referências bibliográficas

ALTIERI, Miguel A. Agroecologia: bases científicas para agricultura sustentável / RJ: Expressão Popular, AS-PTA 2012.

AMARAL, Atanásio Alves do. Fundamentos de Agroecologia / Curitiba: Livro Técnico, 2011.

BOFF, Leonardo. Saber cuidar – ética do humano – compaixão pela terra. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.

FAZENDA, Ivani. A Interdisciplinaridade: um projeto em parceria. São Paulo: Loyola, 1993.

NETO, Francisco João. Manual de horticultura ecológica: guia de auto-suficiência em pequenos espaços / SP: Nobel, 2002.

Referências

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