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CAMPANHA DE CONDUTA CONSCIENTE EM AMBIENTES RECIFAIS CORAL REEFS RESPONSIBLE CONDUCT CAMPAIGN 1

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CAMPANHA DE CONDUTA CONSCIENTE EM AMBIENTES RECIFAIS

CORAL REEFS RESPONSIBLE CONDUCT CAMPAIGN1

ANA PAULA LEITE PRATES2

PAULA MORAES PEREIRA3

MARIA CAROLINA HAZIN4

MARIA HELENA REINHARDT 5

BEATRICE PADOVANI FERREIRA6

ANGELA ESTER MAGALHÃES7

Resumo

Reconhecendo a educação ambiental como instrumento base para atingirmos o grau de conservação sustentável e desejável, foi desenvolvida a Campanha de Conduta Consciente em Ambientes Recifais. A campanha teve como objetivo central multiplicar e fixar princípios de conduta responsável por meio de divulgação ampla ao longo da área de ocorrência dos ambientes recifais na costa nordeste brasileira, para diminuir a exploração, impacto e destruição de estruturas coralíneas.

Abstract

Recognizing environmental education as a complementary instrument to reach sustainable conservation, was launched a Coral Reefs Responsible Conduct Campaign. This campaign has as central objective elaborate and disseminate a Responsible Conduct Campaign on coral reefs ecosystems at Brazilian northeastern coastal zone, aiming its conservation by the diminishing harvesting, damage or destruction of coralline structure.

1. Introdução:

Recifes de coral são ecossistemas altamente diversificados e de grande importância ecológica, econômica e social, pois, além de serem o berço de grande número de organismos, incluindo recursos pesqueiros importantes, atuam na proteção da orla marítima e na economia de várias comunidades costeiras (Maida et. al., 1997).

No Brasil, os recifes de coral se distribuem por cerca de 3.000 km ao longo da costa nordestina, desde o sul da Bahia até o Maranhão, constituindo-se nos únicos ecossistemas recifais do Atlântico Sul (Maida e Ferreira, 1997). A maioria das espécies de corais que forma estes recifes são endêmicas de águas brasileiras, onde contribuem na formação de estruturas que não são encontradas em nenhuma outra parte do mundo (Maida et. al., 1997).

Cerca de 18 milhões de pessoas vivem na região costeira do nordeste brasileiro. A saúde, o bem-estar e, em alguns casos, a sobrevivência dessas populações costeiras,

1

Artigo apresentado no III Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação. Fortaleza/CE. 22 a 26 de setembro de 2002. Anais. 423-432pp.

2

Engenheira de Pesca, PhD. Coordenadora do projeto. Ministério do Meio Ambiente (DAP/MMA).

3

Bióloga, MSc. Ministério do Meio Ambiente (PNEA/MMA).

4

Bióloga, MSc. Ministério do Meio Ambiente (DAP/MMA).

5

Geógrafa, Projeto Recifes Costeiros (BID/UFPE/IBAMA/FMM).

6

Bióloga, PhD. Universidade Federal de Pernambuco. Projeto Recifes Costeiros (BID/UFPE/IBAMA/ FMM).

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depende diretamente da saúde e bem-estar dos ecossistemas costeiros, em especial dos recifes de coral (Maida et. al., 1997).

Devido ao uso desordenado dos recursos ao longo dos anos, diversos recifes brasileiros, principalmente os costeiros, têm tido acelerado o seu processo de degradação. Evidências indicam que o uso inadequado destes ecossistemas pela pesca predatória e atividades turísticas, pelo mau uso da terra na orla marítima e nas margens dos rios – aumentando o aporte de sedimentos, e pela poluição costeira podem estar comprometendo o futuro destes ambientes (Maida et. al., 1997).

Uma das principais estratégias de conservação desses ambientes tem sido o estabelecimento de unidades de conservação, assim como previsto no Art. 8º da Convenção de Diversidade Biológica - CDB. Desse modo, uma porção razoável dos recifes brasileiros está localizada nessas áreas protegidas.

Várias unidades de conservação, tanto de proteção integral como de uso sustentável, sob administração federal, estadual e municipal, foram criadas ao longo da costa com o intuito de proteger os recifes de coral, mas sofrem com diversas dificuldades para a sua manutenção. Neste sentido, o turismo tende a atuar como uma via de mão dupla, já que pode tanto ser visto como uma forma de viabilidade da área, como um mecanismo de transformar as UC’s em uma área foco de conscientização pública.

A atividade turística em unidades de conservação tem sido vista como a principal alternativa de sustentabilidade econômica destas, desde que executada sob orientação. Ao mesmo tempo em que é cada vez mais observado o crescente interesse da população em visitar áreas naturais pouco alteradas. No caso dos recifes de coral, sua beleza natural constitui um importe atrativo turístico, que combinado com o aumento da popularidade das práticas de mergulho, chama cada vez mais a atenção do público.

Assim, as UC’s passíveis às atividades de uso público além de suprirem este interesse, se prestam como áreas potenciais para conscientização da população quanto às funções e valores dos ambientes naturais, o que se constitui em um dos passos primordiais para atingir a conservação ambiental.

Acreditando nesse princípio, a Diretoria do Programa Nacional de Áreas Protegidas - DAP do Ministério do Meio Ambiente – MMA, juntamente com o Projeto Recifes Costeiros8 (BID/UFPE/IBAMA/FMM) e com o Programa Nacional de Educação Ambiental PNEA/MMA, contando com o apoio do IBAMA, tomou a iniciativa de lançar uma campanha para conscientização dos visitantes de unidades de conservação, no intuito de esclarecer sobre a importância da manutenção do estado original destas áreas e incentivando uma prática consciente durante as atividades recreativas no ambiente natural.

A primeira campanha realizada pelo MMA neste sentido, a Campanha de Excursionismo de Mínimo Impacto, chamada de “Conduta Consciente em Ambientes Naturais”, foi direcionada às diversas modalidades de turismo e lazer em ambientes terrestres, incluindo as atividades que vão desde um simples passeio até a prática de

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esportes de natureza como as caminhadas, o montanhismo, a canoagem, a exploração de cavernas, o mergulho e tantas outras. Baseada em um programa americano semelhante, o Leave no Trace, a Campanha de Conduta Consciente em Ambientes Naturais é desenvolvida em oito princípios.

Para divulgação da primeira Campanha, foram produzidos folders e um vídeo educativo. Além disso, a campanha foi disponibilizada na home page do MMA, sendo permitida a execução de um download completo do folder.

Por se tratar de uma campanha basicamente direcionada a ambientes terrestres, o MMA detectou a necessidade de desenvolver campanhas diferenciadas para outros ecossistemas, principalmente o marinho e costeiro, por possuir características tão diferenciadas dos demais. Percebendo a carência de campanhas nacionais semelhantes e reconhecendo as ameaças e a fragilidade dos recifes de coral foi dada prioridade ao desenvolvimento da Campanha de Conduta Consciente em Ambientes Recifais.

2. Caracterização do Problema

Segundo Maida et al. (1997) e Castro (1999), dentre os problemas previamente citados, podemos destacar o turismo como um forte fator impactante, trazendo diversos problemas ao ambiente, tais como:

· Danos físicos à biota, causado pelo pisoteamento e o tráfego

desordenado de embarcações (ancoragem de barcos). Durante o verão, com o aumento de número de barcos e turistas/veranistas que permanecem sobre estes recifes na maré baixa, esses danos são intensificados;

· Pesca predatória por mergulhadores amadores. Esta pesca é

altamente seletiva, direcionada a algumas poucas espécies, podendo diminuir drasticamente os estoques das espécies visadas, como os peixes da família Serranidae (meros, badejos e garoupas), ou espécies consideradas “adequadas” para a aquarofilia, ou ainda como souvenirs; e,

· Poluição: lixo (resíduos sólidos).

Por não ter sido considerado um dos ecossistemas brasileiros prioritários até poucos anos, poucas avaliações científicas foram publicadas quantificando as pressões ou danos sobre os ambientes recifais do país. No entanto, as poucas existentes já apontam diversos danos e pressões, incluídos efeitos de tempestades, variação do nível do mar, epidemias de doenças em organismos recifais e aumentos maciços nas populações de predadores. Entre os impactos antropogênicos, destacam-se aqueles que aumentam a turbidez da água como os que mais tem afetado as regiões coralíneas naturais, em nível global. Estes em geral estão associados às atividades na costa, de mau uso da terra, que aumentam o carreamento de sedimentos para os oceanos, atividades turísticas e de recreação, extração indiscriminada de corais e outros organismos marinhos, contaminação por substâncias tóxicas e a exploração de petróleo (Castro, 1999). Maida & Ferreira (1997) destacam ainda o possível papel deletério da lavoura da cana sobre os recifes costeiros no Brasil. Os impactos antropogênicos mais comuns estão relacionados ao desordenado desenvolvimento costeiro, ao turismo, à pesca predatória, à instalação de projetos industriais e à exploração de combustíveis fósseis.

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A utilização da biodiversidade desses ambientes, para atividades de caça submarina ou fotografia subaquática, depende diretamente da presença e abundância de elementos de fauna e flora marinhas, comuns em áreas recifais. Uma área turística com recifes coralíneos torna-se atrativa e, naturalmente, eleva-se o seu valor comercial.

Outra atividade considerada preocupante, com relação ao impacto, diz respeito à coleta de organismos marinhos para o comércio da aquarofilia. No Brasil, esse comércio indiscriminado já trouxe prejuízos para algumas espécies na região Sudeste desde a década de 1980 (Castro, 1999). O comércio de animais marinhos vivos para aquários encontra-se em crescimento em todo o mundo, assim como para os corais. Entretanto, alguns estudos, como cita Castro (1999), indicam que o comércio de corais vivos ainda é relativamente pequeno, movimentando cinco milhões de dólares por ano, apesar do preço deste produto ser relativamente alto. A coleta para aquários é também altamente seletiva, causando preocupações em termos conservacionistas para as espécies-alvo. O IBAMA vem recebendo um enorme número de solicitações de licenças para a exploração destes recursos de origem recifal.

Como parte da solução desses problemas, Maida et al. (1997), recomendam, entre outras atividades, o desenvolvimento de programas de educação ambiental direcionados tanto à população local quanto aos turistas freqüentadores das unidades de conservação ou das praias com presença de bancos recifais. Recomenda-se ainda que esses programas sejam desenvolvidos junto ao setor turístico com a divulgação de mensagens educativas nos diversos meios de comunicação.

3. Metodologia empregada

Para o desenvolvimento desta Campanha foi inicialmente criada uma marca, símbolo gráfico9, que mantivesse a identidade com a campanha matriz, a “Conduta Consciente em Ambientes Naturais” (FIGURA 1).

Para concepção do desenho das marcas foi utilizado como base uma mesma forma gráfica ondulada – que visualmente remete ao ambiente terrestre, com a cor verde, e ao ambiente marinho, com a cor azul. As marcas são ainda enriquecidas com elementos gráficos característicos de cada um dos citados ambientes (o sol, o mergulhador e a estrela do mar).

A escolha do tipo para o logotipo (lógos, em grego,quer dizer conhecimento e também palavra, typos quer dizer padrão e também grafia) Conduta Consciente é formada pela família Arial, composta de letras fortes e retas, e; em ambientes naturais é formada pela família FreeHand547 uma fonte em estilo leve e caligráfico, criando assim um equilíbrio entre os dois tipos.

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símbolo e logotipo pertencem à mesma categoria e cumprem a mesma função através de possibilidades diferentes. O símbolo, através de estruturas abstratas, pictogramas, ideogramas ou fonogramas é o que define uma personalidade, um conjunto de ações de comunicação junto a públicos internos e externos. O símbolo e o logotipo são formas de grafar a marca, de torná-la visualmente tangível (Escorel, 2001).

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FIGURA 1: MARCAS DAS CAMPANHAS DE CONDUTA CONSCIENTE EM AMBIENTES NATURAIS E RECIFAIS. CRIAÇÃO: ÂNGELA ESTER MAGALHÃES DUARTE (DAP/MMA)

Fonte: MMA, 2002

Os textos foram elaborados com o objetivo de apresentar aos visitantes dos ambientes recifais informações básicas da ecologia e da importância desse ecossistema, em linguagem acessível, e ao mesmo tempo sugerindo princípios de conduta necessárias para evitar a sua degradação. No conjunto de recomendações, além do aspecto informativo, procurou-se destacar a dimensão de valores e atitudes.

A idéia inicial de direcionar o material para as unidades de conservação deu-se pela carência de materiais educativos disponíveis nessas áreas. Por outro lado, naquelas unidades onde já existem projetos e/ou atividades de educação e orientação de visitantes desenvolvidos pela instituição gestora, ou parceiros, como ONG’s e empresas privadas, aproveitou-se essa estrutura para aplicação da Campanha.

Os desenhos criados para a Campanha, que explicitamente elucidam os princípios de uma conduta consciente, têm uma concepção lúdica, de forma a atrair a atenção e a “simpatia” do visitante (FIGURA 2).

FIGURA 2: EXEMPLOS DE DESENHOS PRODUZIDOS. CRIAÇÃO: CRISTINA GEORGII

Fonte: MMA, 2002

A proposta foi a de gerar produtos atraentes que fossem mantidos pelos turistas e não apenas lidos e desprezados. Desta forma, a campanha poderia ser indiretamente ampliada. Após a idealização da Campanha e com as minutas e primeiros esboços dos materiais já elaborados, foi realizado um workshop onde participaram os gestores das

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unidades de conservação em ambientes recifais. Esta reunião teve como objetivo a troca de experiências entre a equipe coordenadora do projeto e os gestores das UC’s envolvidas, discutir os textos e materiais informativos a serem gerados e estabelecer as estratégias locais de divulgação, assim como o número de exemplares necessário para distribuição durante o verão de 2002.

Foram produzidos três tipos de informativos: um cartaz, no tamanho A3, formato adequado para as cabines dos barcos, produzido em material impermeável a ser fixado, principalmente em embarcações que levam turistas a essas áreas; um folheto, em tamanho 21x15cm, também produzido em material impermeável, a ser distribuído aos mergulhadores e a outros visitantes e, ainda, um livreto contendo maior quantidade de informações para ser distribuído em escolas, agências de turismo, prefeituras e outras localidades julgadas necessárias (FIGURA 3).

Adicionalmente, no livreto foram descritos os seguintes assuntos: ecologia dos ambientes recifais, importância e distribuição no Brasil, unidades de conservação que protegem os recifes de corais e suas categorias, os diversos impactos e tipos de degradação ambiental além dos princípios de conduta consciente.

FIGURA 3: MATERIAL PRODUZIDO PARA A CAMPANHA DE CONDUTA CONSCIENTE EM AMBIENTES RECIFAIS (CARTAZ IMPERMEÁVEL, LIVRETO E FOLHETO IMPERMEÁVEL).

Tendo em vista as dificuldades de imprimir uma quantidade suficiente de material para atender às UC’s em estações de turismo subseqüentes, ao verão de 2002, e a outras áreas que porventura quisessem participar da Campanha, foi produzido um CD-ROM contendo a arte-final de dois informativos da Campanha, o cartaz e o folder, onde foi reservado um local para impressão da marca de patrocinadores interessados em viabilizar a impressão de uma maior quantidade do material. Foi incluído no CD-ROM uma apresentação no software Power Point da Microsoft composta pelos princípios da Campanha para aqueles interessados, ou com possibilidade, de proferir palestra educativa. Por último, a campanha foi disponibilizada, na íntegra, no site do MMA (www.mma.gov.br) e no site www.parquesdobrasil.org.br.

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As unidades de conservação envolvidas no projeto foram: Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais (unidade federal – IBAMA); Área de Proteção Ambiental de Piaçabuçu (unidade federal – IBAMA); Área de Proteção Ambiental Estadual Ponta da Baleia/Abrolhos (unidade estadual – Bahia); Área de Proteção Ambiental Estadual dos Recifes de Corais (unidade estadual – RN); Parque Estadual Marinho do Parcel Manoel Luis (unidade estadual – MA); Parque Marinho Municipal do Recife de Fora (unidade municipal – Porto Seguro Bahia); Parque Nacional Marinho de Abrolhos (unidade federal – IBAMA); Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (unidade federal – IBAMA); Reserva Biológica do Atol das Rocas (unidade federal – IBAMA); e, Reserva Extrativista Marinha de Corumbau (unidade federal – IBAMA).

4. Princípios de Conduta

O conjunto de regras compreende as principais recomendações sobre o comportamento que a população deve adotar ao visitar ambientes recifais, de forma a minimizar os possíveis impactos nos recifes de coral, estando esses em unidades de conservação, ou não. No total foram desenvolvidas dezesseis regras, que foram agrupadas ou reduzidas, no caso no cartaz e do folheto, e descritas na íntegra no livreto. São elas:

• Procure conhecer as riquezas e belezas existentes nos recifes de coral através do mergulho, mas antes busque informações junto aos profissionais da área e administração das unidades de conservação.

• Respeite as normas de uso das unidades de conservação visitadas, informando-se com antecedência dos regulamentos.

• Fundeie a embarcação na areia, pois a âncora jogada sobre os recifes provoca a destruição dos corais e de outros organismos, além de ser proibida por lei.

• Não pise e nem toque nos corais, eles são animais muito frágeis.

• Alimentar peixes com sobras e outros alimentos humanos prejudica a saúde dos mesmos.

• Ao mergulhar em poças de maré ou áreas de pouca circulação, evite o uso de filtro solar, bronzeadores, óleos e cremes que prejudicam os animais marinhos.

• Restos de conchas, corais, estrelas do mar e outras carapaças servem de abrigo ou substrato para outros organismos, portanto não colete esses materiais.

• Os equipamentos de mergulho autônomo devem ser mantidos perto do corpo do mergulhador para que os mesmos não destruam os corais.

• Em águas rasas, evite o uso de nadadeiras que provocam a quebra de corais e outros organismos além da suspensão de sedimentos.

• Ao mergulhar movimente-se lentamente para não afugentar os animais. (FIGURA 2)

• Comprar e comercializar artesanato produzido com corais é proibido por lei e estimula a depredação dos recifes.

• Observe e se informe sobre os horários e ciclos de marés a fim de evitar situações imprevistas e potencialmente perigosas.

• A pesca com explosivos, água sanitária e outras substâncias químicas é extremamente nociva ao ambiente, seno proibida por lei. A pesca amadora ou profissional só pode ser praticada com licença do órgão competente. Em algumas unidades de conservação, como Parques e Reservas Biológicas, a pesca não é permitida.

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• Evite o uso de arpão e espeto, pois espantam os animais e trazem riscos de acidentes.

• Ao visitar um ambiente natural, leve o lixo produzido de volta e nunca jogue sacos plásticos no mar.

• Não colete nada, leve do ambiente recifal apenas memórias e fotografias (FIGURA 2).

5. Discussão e Conclusão

No Brasil, existem algumas iniciativas de educação e conscientização ambiental desenvolvidas para a região costeira. Algumas delas, inclusive, são direcionadas às atividades de mergulho, como no Parque Nacional Marinho dos Abrolhos onde o IBAMA, em parceria com a Conservation International do Brasil, produziram alguns informativos sobre os cuidados que o visitante deveria ter ao estar em Abrolhos. Outro exemplo é a iniciativa da UNIVALI, em Santa Catarina, que vem desenvolvendo um trabalho no sentido de estabelecer trilhas interpretativas submarinas (Marcus Poletti, com. pess.). No entanto, não havia sido produzido, até o momento, um conjunto de material informativo sobre conduta em ambientes coralíneos, auxiliar ao trabalho de conscientização e que tivesse abrangência regional.

A distribuição de material informativo, isoladamente, não é a única forma de cumprir com o objetivo mais amplo da conduta consciente, mas desempenha um papel importante na apreensão de alguns conceitos. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA, por exemplo, desenvolveu, no início deste ano, um conjunto de 5 ferramentas de comunicação, em 5 idiomas diferentes (inglês, francês, espanhol, italiano e alemão) sobre a importância de proteger os recifes de coral durante as atividades de recreação. São eles: 1) passaporte a ser distribuído a turistas, onde este pode assinalar, em um mapa, aquelas áreas coralíneas já visitadas, 2) livreto de quiz para crianças de 8 a 12 anos, 3) pôster com indicações de como o turista pode contribuir para a proteção dos recifes, 4) cartaz para ser afixado em barcos, indicando as normas de ancoragem, uso de óleo, áreas protegidas, etc e 5) calendário. Ao contrário da Campanha brasileira, o PNUMA não disponibilizou os informativos, mas apenas um CD-ROM para aqueles interessados em produzir o material com recursos próprios, sendo essa a única maneira de se obter o material daquela instituição.

A Campanha de Conduta Consciente em Ambientes Recifais, por sua vez, foi iniciada com a distribuição de 57 mil folders, 2,1 mil cartazes e 12 mil livretos destinados às UC’s marinhas e costeiras do nordeste. O CD-ROM produzido pelo MMA teve como objetivo suprir a grande demanda de outras instituições de gestão ambiental, que não as UC’s, também interessadas em obtê-los, embora tenha sido também distribuído aos gestores das UC’s para multiplicar a Campanha em estações de turismo subseqüentes. Desse modo o MMA está também incentivando o estabelecimento de parcerias entre as UC’s e empresas privadas no seu entorno.

Além disso, o material foi divulgado também na página da Convenção sobre Zonas Úmidas (Convenção de Ramsar), da qual o Brasil é signatário, e disponibilizado na lista pública de correio eletrônico criada com o objetivo de proporcionar um intercâmbio de notícias, opiniões e anúncios sobre temas relacionados com a Convenção.

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Uma campanha de conscientização tem como princípio a mudança de comportamento de um determinado grupo da população para a qual é direcionada. Com freqüência, as campanhas se limitam às etapas de informação, como esta, ocorrendo uma carência na coleta dos resultados efetivos da mesma. A identificação de resultados positivos, ou seja, de mudança de comportamento, é difícil de ser quantificada ou detectada em curto prazo.

Uma forma de avaliação possível é a aplicação de questionários aos visitantes das áreas, antes e depois de receberem o material, sobre suas atitudes com relação ao meio ambiente ou seu conhecimento a respeito da fragilidade, valor e função daquele ecossistema. O MMA realizou uma avaliação com os gestores das UC’s sobre a receptividade da Campanha e pretende ampliá-la para conhecer a opinião dos visitantes dessas áreas.

Na fase já desenvolvida do projeto, houve um significativo envolvimento das unidades de conservação na Campanha e pode-se dizer, perante as avaliações preenchidas, de que a receptividade do público ao material distribuído foi satisfatória.

Dando seqüência ao projeto, encontra-se em fase de elaboração a Campanha de Conduta Consciente em Ambientes Marinhos e outra mais específica para manguezais.

6. Referências bibliográficas

Castro, C.B. 1999. Recifes de Coral. http://www.bdt.org.br/workshop/costa/recifes Escorel, A. L. 2001. Portfolio. In: Revista Design Gráfico. Market Press Edit. Ano 5. n.

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Maida, M., Paula Pontes, A. C., Ferreira, B. P., Castro, C. B., Pires, D. O. & Rodrigues, M. C. M. (orgs.). 1997. Relatório do Workshop sobre os Recifes de Coral Brasileiros: Pesquisa, Manejo Integrado e Conservação.

MMA. 2002. Conduta Consciente em Ambientes Recifais. Ministério do Meio Ambiente. Brasília/DF.

Spalding, M. D.; Ravilious, C. and Green, E. P. 2001. World Atlas of Coral Reefs. UNEP/WCMC. University of California Press, Berkeley. USA. 424p.

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