RESUMO EXPANDIDO DO TRABALHO DE INICIAÇÃO
CIENTÍFICA: “OS MODELOS DE EXPLORAÇÃO DO
PRÉ-SAL E O ATUAL ORDENAMENTO JURÍDICO
BRASILEIRO: UMA ANÁLISE COMPARATIVA SOBRE
SEUS EFEITOS E CONSEQUÊNCIAS NO ÂMBITO
INTERNO E EXTERNO”
Yanna Carla da Silva Lopes
Faculdade de Direito CCHSA
yanna_lopes@hotmail.com
Renata Alvares Gaspar
Relações Jurídicas e desenvolvimento social e econômico, com ênfase em temas
regionais, subregionais e internacionais (globais) / Direito CCHSA renatagaspar@puc-campinas.edu.br
Resumo: o presente resumo expandido tem a finalidade de expor, de modo geral, o formato e o teor da pesquisa derivada do projeto de Iniciação Científica desenvolvido
na Faculdade de Direito da
PUC-Campinas, entre agosto/2012 e julho/2013 que teve por contexto as descobertas de reservas petrolíferas na camada pré-sal e
os desafios de caráter regulatório,
principalmente no que tange as
modificações jurídicas sofridas nos
modelos de exploração e produção. E tudo isso teve como pano de fundo as consequências de tais mudanças jurídicas no investimento estrangeiro. Para chegar a este objetivo, a pesquisa apresentada desenvolveu-se pelo método dedutivo-indutivo e comparativo, amparado pela interpretação histórico-evolutiva das regras jurídicas implicadas na regulação do tema central, analisados com enfoque zetético. Por fim, o presente resumo visa também expor os resultados efetivamente obtidos ao longo de toda a pesquisa e trazer as referências utilizadas e agradecimentos adicionais.
Palavras-chave: Investimento estrangeiro
– Direito energético – Pré-sal
Área do Conhecimento: Grande Área do
Conhecimento- CNPq: Ciências Sociais Aplicadas – Sub-Área do Conhecimento – CNPq: Direito
INTRODUÇÃO – Contexto e escopo geral da pesquisa.
Diante do visível avanço no que tange às relações estabelecidas entre Estados Soberanos e entre estes e os particulares, fica igualmente patente o crescimento do investimento estrangeiro, máxime naqueles países considerados em desenvolvimento. Este investimento é majoritariamente privado, mas não exclusivamente. E a área que atualmente mais atrais investimentos no Brasil é aquela relativa a exploração da camada pré-sal
Isso porque, a partir da descoberta da promissora província petrolífera do pré-sal, o Brasil começa a passar por um progresso notório no setor petrolífero, acarretando consequências em âmbito
nacional e internacional e gerando discussões em torno dos novos arranjos jurídicos econômicos e sociais em todo o cenário político brasileiro.
Tal mudança de posição do Brasil, tanto de cara ao exterior com a mudança de seu lugar na geopolítica internacional quanto de cara à sociedade interna na abertura de possibilidades de desenvolvimento, se faz necessário estudar a regulamentação jurídica que viabilizará, de fato e de direito, as políticas públicas relativas à disposição dos recursos energéticos.
De tal sorte que se notou nesta pesquisa, que o antigo modelo contratual de concessão se afigura como menos preparado, sem ser obsoleto, para regulamentar o novo cenário; tal fato abriu espaço para outro modelo de regulação, denominado de modelo de partilha; este modelo não é novo e vem sendo usado em diversos países. A utilização deste novo modelo, sem a perda de vigência do anterior, fez com que no regime jurídico nacional se tenha uma regulação mista de exploração e produção, nunca antes visto no país.
Com este novo panorama jurídico e tendo diante de si a maior descoberta de hidrocarbonetos da costa brasileira, se optou nesta pesquisa por analisar o papel do Governo Brasileiro e dos demais entes do setor energético nacional.
Assim se fez, para poder descrever e organizar o papel jurídico de todos eles, a fim de se conhecer em que medida e a razão de terem colaborado para a mudança do regime de exploração e produção do pré-sal. Posteriormente se buscou, a partir dos dados analisados, se verificar se a mudanças foi para melhor e se este novo regime jurídico fere ou não a nossa Carta Constitucional,. Tudo tendo como parâmetro o Direito comparado.
Neste âmbito, foram analisados desde modelos contratuais e a atuação do mercado do petróleo em proporção mundial, até atingir questões jurídicas nacionais e as principais mudanças ocorridas com o advento do novo marco regulatório do petróleo e gás brasileiros.
É nesse cenário sinteticamente explanado que o presente trabalho se
insere. E como referido, teve como maior
preocupação o estudo da compatibilidade de seu regime jurídico com as disposições constantes na Constituição Federal de 1988. E isso
derivou no artigo científico apresentado no relatório final.
METODOLOGIA APLICADA
Para o desenvolvimento de tal investigação cientifica utilizou-se o método dedutivo-indutivo e do Direito comparado, amparados pela interpretação histórico-evolutiva das regras jurídicas implicadas na regulação do tema central, a partir do enfoque zetético.
RESULTADOS OBTIDOS
O presente trabalho analisou todo o
marco regulatório interno que vem
desenhando, em termos jurídicos, a política pública interna sobre os recursos naturais encontrados na camada pré-sal. Como antes dito, esta pesquisa, de caráter dedutivo indutivo, teve como pano de fundo os efeitos desta construção regulatória no investimento estrangeiro, em especial no setor energético.
Em termos de conclusão gera, se chegou à constatação de que inexiste um modelo regulatório ideal, ou seja, que por si só não há um único modelo que possa garantir que a riqueza associada à posse do petróleo e do gás natural, em condição de abundância e exploração econômica em larga escala, seja efetivamente em seu máximo potencial, sobretudo se definido como parâmetro de avaliação desse resultado (grau de aproveitamento) os efeitos positivos da utilização da renda do petróleo sobre o nível de desenvolvimento econômico e/ou a elevação do bem-estar de gerações futuras.
Outro resultado importante revelado pela pesquisa foi a constatação de que ao optar pelo regime de partilha de produção,
o Brasil demonstra certo grau de
convergência com os modelos regulatórios adotados por aqueles países que se caracterizam como grandes produtores
e/ou exportadores de petróleo,
incorporando, inclusive, a perspectiva de uma política de distribuição de renda do
petróleo visando o desenvolvimento
nacional.
Também não se pode desprezar outro dos resultados, que embora seja tangencial desta pesquisa, não parece menos importante para ela; aqui a referência é feito ao fato de que o Brasil, a partir das descobertas referidas, passou a
ocupar outro lugar na conformação
geopolítica internacional; se notou que o
encontro desta riqueza advinda das
descobertas da cama pré-sal promoveu – e vem promovendo - uma reestruturação de forças não só no mercado mundial de hidrocarbonetos, mas também dentro da sociedade internacional.
Logo, concluímos que o Brasil
ganhou espaço no mercado de
hidrocarbonetos mundial, tornando-se uma força política e porque não, econômica, importante. Assim que, a partir do momento em que o Brasil adota um modelo contratual já internacionalmente utilizado e conhecido, o Estado torna-se comercialmente mais atrativo e seguro às empresas estrangeiras que demonstram interesse em compartilhar da produção e exploração deste novo avanço do mercado petrolífero mundial, fazendo do país um atrativo mercado ao capital internacional neste setor.
E como mencionado, este resultado se traduziu na redação de um artigo científico produzido um artigo em coautoria com a Prof.ª. Dra. Renata Gaspar, sob o título “Os modelos de exploração do pré-sal e o atual ordenamento jurídico brasileiro”, que será submetido a uma revista jurídica qualificada pela CAPES.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha família, especialmente a minha mãe Sandra e meu pai Carlos (in
memoriam) que sempre me incentivaram a
procurar novos desafios e vencê-los principalmente na vida acadêmica; aos meus amigos e professores de outras instituições que me ampararam durante as buscas e pesquisas para a produção deste articulado; e à Professora Renata Alvares Gaspar, que sempre esteve orientando de forma brilhante e transmitindo todo seu conhecimento sem medir esforços durante a execução desta pesquisa. E à Pontifícia Universidade Católica de Campinas, que
me concedeu uma bolsa FAPIC, para que eu pudesse realizar a esta pesquisa.
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