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CASCAVEL - 1ª VARA CÍVEL.

AGRAVANTES : ALFREDO KAEFER E CIA LTDA E OUTROS.

AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ.

RELATOR : DES. TITO CAMPOS DE PAULA.

VISTOS.

I. Conforme já narrado na decisão de fls. 472/475-TJ, em ação de recuperação judicial sob n.º 0024946-35.2012.8.16.0021, o juízo da 1ª Vara Cível da Comarca de Cascavel proferiu sentença de convolação de recuperação judicial em falência, em 01/12/2014, decretando a falência das sociedades 1. Diplomata S/A Industrial e Comercial; 2. Klassul Industrial de Alimentos S/A; 3. Attivare Engenharia e Eletricidade Ltda.; 4. Jornal Hoje Ltda.; e 5. Paper Mídia Ltda. Declarou-se, ainda, por ocorrência de fraudes patrimoniais, a extensão dos efeitos da falência em face de outras sociedades, dentre elas as ora recorrentes. E, desconsiderou-se, também, a personalidade jurídica das empresas para o fim de determinar que respondam solidariamente com seus bens particulares, determinadas pessoas físicas.

Inconformados, Alfredo Kaefer & Cia Ltda. e outros opuseram embargos de declaração (mov. 8.169.1) em 21/01/2015, arguindo a ilegitimidade do Ministério Público para pleitear a convolação da recuperação em falência; alegando que a desconsideração da personalidade jurídica deveria ter ficado restrita a certas e determinadas relações de obrigações; e que a indisponibilidade patrimonial de todas as pessoas mencionadas comprometeu os meios e recursos de defesa, inclusive quanto aos honorários de advogado.

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O juízo a quo negou provimento aos embargos e negou também efeito interruptivo, por considerar a peça mera pretensão de reconsideração (fl. 52-TJ – mov. 8286).

Dessa decisão foi interposto o presente agravo de instrumento, onde os embargantes/recorrentes insistem na ilegitimidade do Ministério Público; alegam que a proposta dos embargos de declaração era obter efeitos modificativos, o que não se confundiria com pedido de reconsideração; que o julgamento dos embargos consistiu em nulidade por denegação jurisdicional, carência de fundamentação, e por desrespeito aos princípios do contraditório e da ampla defesa. Alegam, ainda, de forma emaranhada, que no caso o contraditório diferido não passaria de um julgamento às avessas, que não houve prazo para as recuperandas apresentarem “contestação”, que “há inépcia da inicial”, que “é nula a citação”.

O pedido de concessão de efeito suspensivo foi indeferido (fls. 472/475-TJ) e, uma vez dispensada a requisição de informações ao juízo a quo, oportunizou-se prazo para manifestação de interessados, mas não havendo apresentação de nenhuma petição na sequência, os autos vieram conclusos.

II. Conforme já fizemos constar da decisão de fls. 472/475-TJ, em que pese as numerosas alegações trazidas nas razões deste agravo, o recurso foi interposto de decisão que julgou embargos de declaração opostos em face da sentença que convolou a recuperação judicial em falência, de sorte que a análise do presente recurso se restringe aos limites da decisão impugnada (decisão dos embargos de declaração). Dizemos isso porque algumas alegações trazidas nas razões deste agravo não foram objeto de apreciação pelo juízo a quo, impedindo a manifestação de mérito sobre a questão por este Tribunal, sob pena de ofensa ao princípio do duplo grau de jurisdição.

Nota-se, ainda, da análise dos autos, que os embargos foram julgados improcedentes, mas também lhe foi negado efeito

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interruptivo de prazo porque a peça foi tomada como pedido de reconsideração. Quanto a isso, observe-se que os embargos de declaração na forma como foram opostos pelas agravantes efetivamente em nada refletem o disposto no artigo 535 do Código de Processo Civil, segundo o qual caberão embargos de declaração quando houver obscuridade, contradição e/ou omissão na decisão. Os próprios embargantes, aliás, sequer cogitaram dessas hipóteses na peça de embargos.

Ao que se infere, utilizaram-se da peça de embargos para combaterem os fundamentos da sentença de falência, eis que formularam alegações que justamente buscavam a reforma da decisão. Questionamentos esses que, na verdade, deveriam ser deduzidos seja em agravo de instrumento interposto em face da sentença, seja em via incidental para o próprio juiz da causa, conforme orientado pelo próprio magistrado sentenciante.

Em sendo assim, agiu corretamente o juízo a quo ao indeferir efeitos interruptivos de prazo aos embargos, pois embora a jurisprudência já admita a interrupção do prazo pelos embargos mesmo quando eles são protelatórios, essa interrupção não se admite quando eles se tratam de verdadeiro pedido de reconsideração, como no caso dos autos.

Nesse sentido:

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO (ART. 544 DO CPC) - DECISÃO MONOCRÁTICA QUE NEGOU PROVIMENTO AO RECLAMO, MANTENDO HÍGIDA A INADMISSÃO DO RECURSO ESPECIAL. 1. Esta Corte firmou entendimento segundo o qual, quando opostos com a finalidade de se obter a reconsideração da decisão recorrida, os embargos de declaração não interrompem o prazo para interposição de outros recursos. 2. Estando o acórdão recorrido em consonância com a jurisprudência desta Corte, afigura-se impositiva a incidência da Súmula 83/STJ a obstar a insurgência especial, razão pela qual não merece reforma a decisão agravada. 3. Agravo regimental desprovido. (STJ – AgRg no AREsp 486986/RS – Quarta Turma – Relator Ministro Marco Buzzi – Julgamento 21/08/2014 – DJ 04/09/2014) (destaque nosso)

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PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. BUSCA E APREENSÃO. LIMINAR CONCEDIDA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO COM NATUREZA DE PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO. INTERRUPÇÃO DO PRAZO RECURSAL. ART. 538/CPC. INAPLICABILIDADE. INTEMPESTIVIDADE. PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE NÃO PREENCHIDO. RECURSO NÃO CONHECIDO. 1. Não obstante ser pacífica na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça a tese de que os embargos de declaração, ainda que protelatórios, interrompem o prazo para a interposição de outros recursos, nos termos do art. 538, do Código de Processo Civil, a referida interrupção não é operada quando os embargos de declaração se tratam de verdadeiro pedido de reconsideração. 2. Agravo de instrumento de que não se conhece. (TJPR – AI n.º 1225495-0 – 17ª Câmara Cível – Relator Francisco Jorge – Julgamento 12/11/2014 – DJ 25/11/2014) (destaque nosso)

AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO - DECISÃO QUE NEGOU SEGUIMENTO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO, POR INTEMPESTIVIDADE - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO COM NATUREZA DE PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO - NÃO HÁ INTERRUPÇÃO DO PRAZO RECURSAL - AGRAVO DE INSTRUMENTO INTEMPESTIVO - MANUTENÇÃO DA DECISÃO AGRAVADA - AGRAVO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. (TJPR – AI n.º 1062784-8/01 – 17ª Câmara Cível – Relator Rui Bacellar Filho – Julgamento 21/08/2013 – DJ 06/09/2013)

De qualquer sorte, registre-se que, essa não interrupção do prazo, em princípio não acarretará prejuízo, na medida em que já houve interposição de agravo de instrumento tempestivamente perante este Tribunal (1.321.808-3) buscando a reforma da sentença de convolação em falência. Embora o referido agravo não tenha sido propriamente interposto pelas mesmas partes que ora são recorrentes, não se pode ignorar que elas dizem respeito ao mesmo grupo econômico, estão atualmente representadas pelos mesmos advogados e já combateram os fundamentos da decisão nas razões do referido agravo inclusive com identidade de algumas alegações.

Quanto ao mérito dos embargos propriamente dito, como no caso dos autos ele visa à reforma da decisão de convolação da recuperação judicial em falência, e não procura sanear eventual omissão, contradição ou obscuridade da decisão, melhor sorte não socorre aos recorrentes/embargantes, pois, como já dito, a via dos embargos não é a

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adequada para esse propósito de rediscussão dos fundamentos utilizados no decisum.

Não obstante essas ponderações, como os

recorrentes trouxeram nos embargos algumas questões que teoricamente seriam de ordem pública, e que por isso poderiam ser aventadas a qualquer momento, como arguição de cerceamento de defesa e ilegitimidade ativa, os argumentos não deixarão de ser apreciados, assim como já fizemos nos Embargos de Declaração (/01) opostos no Agravo de Instrumento n.º 1.321.808-3, cujas razões, passam a fazer parte da presente decisão:

“...deve-se deixar destacado que essa análise em sede de embargos de declaração opostos em face da decisão liminar recursal tem de manter o viés de análise de cognição sumária para fins de exame de pedido de concessão de efeito suspensivo ao agravo.

Nesse prisma, tem-se que não se vislumbra

verossimilhança na alegação de cerceamento de defesa, na medida em que, depois de submetido ao juízo a quo o plano de recuperação aprovado em assembleia, várias diligências foram realizadas por determinação do juízo, sendo que a cada determinação, e a cada manifestação do administrador judicial nos autos, oportunizava-se às recuperandas prazo para manifestação.

Ainda em abril de 2014, em fase de deliberação do juízo acerca do plano de recuperação judicial, o magistrado de primeiro grau já fez constar de suas decisões que a assembleia geral de credores, designada para setembro de 2014, seria a sexta assembleia e que isso revelava a dificuldade de aprovação do plano em sucessivas reuniões, e a perda de confiança do mercado ou a falta de consistência da proposta de restruturação. Consignou-se, ainda, de forma bastante clara, que na assembleia designada para setembro seria aprovado o plano – com ou sem alterações – ou seria ele rejeitado, convolando-se o procedimento em falência (mov. 2992).

Em maio de 2014, inclusive, quando houve mudança do administrador judicial (mov. 3382), o juízo determinou a instauração de incidente diante da necessidade de apuração das graves informações acerca de atos fraudulentos, dilapidação de bens, confusão patrimonial, promiscuidade

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entre sociedades de um mesmo grupo econômico. Nessa mesma decisão foi determinada a intimação do patrono das recuperandas para se manifestar sobre diversos pontos.

Dizemos isso para esclarecer que no caso concreto a convolação de recuperação judicial em falência não pode ser considerada

como ato repentino, que tenha surpreendido as recuperandas

inadvertidamente, cerceando-lhes o direito de defesa.

Ademais, a própria Lei n.º 11.101/2005 prevê no artigo 56, § 4º, que rejeitado o plano de recuperação pela assembleia geral de credores, o juiz decretará a falência do devedor. Além disso, a doutrina ensina que insucesso da recuperação judicial implica na decretação da falência: “No direito brasileiro, quem requer o benefício da recuperação judicial ou o obtém e cumpre ou terá sua falência decretada”1.

Portanto, advertidas desse risco as recuperandas estavam, seja porque não desconheciam a legislação, seja porque durante o processo tomaram conhecimento de tudo que foi levado aos autos a conhecimento do juízo e que acabou motivando a convolação da recuperação judicial em falência.

Assim, por ora, não se vislumbra flagrante cerceamento de defesa que autorize a atribuição de efeitos infringentes aos presentes embargos de declaração.

Quanto à alegação de ilegitimidade do Ministério Público no requerimento da convolação de recuperação judicial em falência, melhor sorte não socorre às embargantes, eis que a convolação não necessariamente tem de ser requerida pelos credores, podendo ser determinada pelo próprio juiz da causa, como consequência legal.

No caso dos autos, efetivamente houve a sugestão da convolação no parecer ministerial (mov. 6942), no entanto, a decretação da falência decorreu de disposição legal, conforme constou à fl. 95 da sentença, em que é mencionado o artigo 94 da Lei n.º 11.101/2005, ressaltando-se,

1 COELHO, Fábio Ulhoa. Comentários à Lei de Falências e de recuperação de empresas. 9. ed. São

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ainda, que os dispositivos não esgotam todos os tipos de condutas capazes de levarem à quebra.

De qualquer forma, há julgados expressamente admitindo a legitimidade ativo do Ministério Público para pleitear a convolação:

RECUPERAÇÃO JUDICIAL CONVOLADA EM FALÊNCIA.

Decisão mantida. Atividade empresarial que apenas declinou após o ajuizamento do pedido de recuperação judicial, há mais de 4 anos. Inviabilidade da empresa. Sucessivos resultados negativos. Pedido de

convolação sugerido pelo Ministério Público, com concordância do Administrador judicial. Questões formais que não afastam a convolação. Decisão mantida.

Processo: AI 20345884820138260000 SP 2034588-48.2013.8.26.0000 Relator(a): Teixeira Leite

Julgamento: 15/05/2014

Órgão Julgador: 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial Publicação: 20/05/2014

RECURSO ESPECIAL. CONCORDATA PREVENTIVA. CONVOLAÇÃO EM FALÊNCIA. PEDIDO. LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO. 1. Ao intervir no processo, facultativamente ou por determinação da Lei, o Ministério Público atua como fiscal da Lei.

2. A teor do Art. 150, II, da antiga Lei de Falências (DL 7.661/45), a concordata deve ser rescindida quando o concordatário deixa de pagar as prestações na época devida.

3. O Ministério Público funcionando como custos legis tem legitimidade para requerer a conversão da concordata preventiva em falência, quando a concordatária não efetua o pagamento de parcela, na época devida.

Processo: REsp 782083 SC 2005/0153491-2 Relator(a): Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS Julgamento: 14/02/2008

Órgão Julgador: T3 - TERCEIRA TURMA Publicação: DJe 05/03/2008

Portanto, não há razão para acolher a pretensão das embargantes de conceder efeitos infringentes aos presentes embargos, pois, além de não existirem vícios na decisão embargada, também não se vislumbra verossimilhança nas alegações de cerceamento de defesa e de ilegitimidade do

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Ministério Público.”

Assim sendo, inexistindo motivo para reforma da decisão proferida em primeiro grau de jurisdição, com fulcro no art. 557, caput, do Código de Processo Civil, nega-se seguimento ao recurso.

III. Intime-se.

Curitiba, 10 de abril de 2015.

ASSINADO DIGITALMENTE Des. TITO CAMPOS DE PAULA Relator

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