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PERSPECTIVA DO MERCADO DE TRABALHO DO PERITO CONTADOR NA JUSTIÇA FEDERAL E DO TRABALHO NO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA - SC

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CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

SAMIRA VIQUETTI

PERSPECTIVA DO MERCADO DE TRABALHO DO PERITO

CONTADOR NA JUSTIÇA FEDERAL E DO TRABALHO NO

MUNICÍPIO DE CRICIÚMA - SC

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PERSPECTIVA DO MERCADO DE TRABALHO DO PERITO

CONTADOR NA JUSTIÇA FEDERAL E DO TRABALHO NO

MUNICÍPIO DE CRICIÚMA - SC

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de Grau de Bacharel no curso de Ciências Contábeis da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.

Orientador: Prof. MSc. Adilson Pagani Ramos

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SAMIRA VIQUETTI

PERSPECTIVA DO MERCADO DE TRABALHO DO PERITO CONTADOR NA JUSTIÇA FEDERAL E DO TRABALHO NO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA - SC

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca Examinadora para obtenção do Grau de Bacharel, no Curso de Ciências Contábeis da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, com Linha de Pesquisa em Perícia Contábil.

Criciúma, 09 de julho de 2010.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________ Prof. Adilson Pagani Ramos, MSc, Orientador __________________________________________

Prof. Fernando Marcos Garcia, Esp., Examinador __________________________________________

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“O perito especial, campeão, sabe o que vai dizer, preparou e estudou o assunto. Tem humildade científica, fala no que acredita, é claro e objetivo, sempre amplia a capacidade de perspectiva, cultiva a esperança e os sonhos, assume compromissos com seu sonho. Lutar pelos sonhos é um privilégio que só os campeões conhecem. O empreendedor tem iniciativas e perseverança, busca o seu sonho e se conecta ao futuro.”

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RESUMO

VIQUETTI, Samira. Perspectiva do mercado de trabalho do perito contador na

Justiça Federal e do Trabalho no município de Criciúma – SC. 2010. 81 p.

Orientador: Adilson Pagani Ramos. Trabalho de Conclusão de Curso de Ciências Contábeis. Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC. Criciúma – SC. Este estudo é o resultado de uma pesquisa literária referente à perícia contábil. Visa a apresentar os conhecimentos pertinentes ao assunto em questão, procedimentos, normas e leis que regem a profissão, bem como mercado de atuação do perito contador na perícia judicial, na área trabalhista e federal na cidade de Criciúma SC. Perícia contábil é um instrumento técnico científico de constatação, prova ou demonstração, quanto à veracidade dos fatos ligados ao patrimônio de pessoas e empresas. O objetivo da perícia é responder aos quesitos pertinentes a um processo judicial, elucidando os questionamentos. O perito, ao realizar a perícia por meio de exames, vistorias, indagações, investigações, avaliações entre outros deve agir com honestidade e responsabilidade que lhe foi confiada. Somente contadores habilitados podem exercer a atividade de perito contador. Para alicerçar este trabalho, foi realizada uma pesquisa referente ao mercado de trabalho para o perito contador na justiça federal e na justiça do trabalho da cidade de Criciúma SC, fazendo-se um comparativo com o propósito de identificar qual é mais rentável para o perito contador atuar. A partir deste estudo pode-se entender e constatar ser de grande importância a atuação do perito contador para o juizado e para sua vida profissional.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1: Visão referente à profissão contábil ... 61

Gráfico 2: Motivo da escolha ... 61

Gráfico 3: Participação nas esferas judiciais ... 62

Gráfico 4: Quantidade de trabalhos periciais Justiça Federal ... 63

Gráfico 5: Quantidade de trabalhos periciais Justiça do Trabalho ... 63

Gráfico 6: Das áreas de atuação maior remuneração ... 64

Gráfico 7: Área de atuação Perito do Juiz ou Assistente técnico ... 65

Gráfico 8: Frequência de atuação ... 65

Gráfico 9: Maior Remuneração ... 66

Gráfico 10: Período de recebimento de Honorários na Justiça Federal ... 67

Gráfico 11: Período de recebimento de Honorários na Justiça do Trabalho ... 67

Gráfico 12: Honorários depositados judicialmente na Justiça Federal ... 68

Gráfico 13: Honorários depositados judicialmente na Justiça do Trabalho ... 69

Gráfico 14: Determinação dos honorários profissionais na Justiça Federal ... 69

Gráfico 15: Determinação dos honorários profissionais na Justiça do Trabalho ... 70

Gráfico 16: Maior incidência de honorários determinados pelo Juiz ... 71

Gráfico 17: Dificuldades ... 71

Gráfico 18: Entrega do Laudo na Justiça Federal ... 72

Gráfico 19: Entrega do Laudo na Justiça do Trabalho ... 73

Gráfico 20: Valor dos honorários na Justiça Federal ... 73

Gráfico 21: Valor dos honorários na Justiça do Trabalho ... 74

Gráfico 22: Satisfação na Justiça Federal ... 75

Gráfico 23: Satisfação na Justiça do Trabalho ... 75

Gráfico 24: Indicação na Justiça Federal ... 76

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Roteiro da Metodologia Utilizada ... 14

Quadro 2: Procedimentos da Perícia ... 20

Quadro 3: Fases normais da perícia judicial ... 21

Quadro 4: Características de Perícia e Auditoria ... 26

Quadro 5: Atos Preparatórios ... 29

Quadro 6: Direitos e deveres do perito ... 38

Quadro 7: Honorário ... 40

Quadro 8: Modalidades da Prova Pericial ... 44

Quadro 9: Características da prova pericial contábil ... 46

Quadro 10: Requisitos de um laudo contábil ... 50

Quadro 11: Diferença no produto do serviço prestado ... 59

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis CFC – Conselho Federal de Contabilidade NBC – Normas Brasileiras de Contabilidade CPIs – Comissões Parlamentares de Inquérito NBC PP1 – Normas Brasileira do Perito Contábil NBC P 2 – Normas Profissionais do Perito Contábil NBC T 13 – Normas técnicas da Perícia Contábil SC – Santa Catarina

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 10 1.1Tema e Problema ... 11 1.2 Objetivos da Pesquisa ... 11 1.3 Justificativa ... 12 1.4 Metodologia ... 13 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 15

2.1 Profissão de contador e seus Aspectos Históricos ... 15

2.1.1 Conceito de Perícia Contábil ... 16

2.1.2 Utilidade social da perícia e ética profissional ... 17

2.1.3 Normas Profissionais do Perito ... 18

2.1.4 Espécies de perícia ... 19

2.1.4.1 Perícia Contábil Judicial ... 20

2.1.4.1.1 Ciclos de Perícia Judicial ... 21

2.1.4.2 Perícia Semijudicial ... 22

2.1.4.3 Perícia Extrajudicial ... 23

2.1.4.4 Perícia Arbitral ... 24

2.1.5 Perícia e Auditoria ... 24

2.2 Perito Contador e Perito ... 26

2.2.1 Perito Contador Assistente ... 28

2.2.2 Nomeação do Perito ... 29

2.2.3 Recusa ... 30

2.2.4 Impedimento ou Suspensão do Perito ... 31

2.2.5 Substituição do perito ... 33

2.2.6 Responsabilidade do Perito ... 34

2.2.7 Sigilo Profissional ... 35

2.2.8 Zelo Profissional ... 36

2.2.9 Direitos e deveres do perito ... 37

2.2.10 Penalidades ... 38

2.2.11 Honorários Profissionais ... 39

2.3 Prova Pericial ... 42

(10)

2.3.2 Modalidades de prova pericial ... 44

2.3.3 Características da prova pericial contábil ... 45

2.3.4 Ônus da Prova ... 46

2.3.5 Ausência de provas... 47

2.4 Laudo Pericial ... 48

2.4.1 Requisitos em um laudo ... 49

2.4.2 Estruturas dos laudos e pareceres ... 51

2.4.3 Anexos do laudo ... 52

2.4.4 Prazo de Entrega do Laudo ... 53

2.5 Quesitos ... 54

2.5.1 Ausência de quesitos ... 54

2.6 Perícia Contábil em Processo Judicial – Justiça Federal ... 55

2.8 Perícia Contábil em Processo Trabalhista – Justiça do Trabalho ... 56

2.9 Mercado de Trabalho ... 57

3 ESTUDO DE CASO ... 60

3.1 Analise de Dados ... 60

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 77

REFERÊNCIAS ... 80

APÊNDICE A – Questionário aplicado ... 82

ANEXO A – Resolução do CFC nº 1.244/09 ... 88

ANEXO B – Resolução do CFC nº 1.243/09 ... 100

(11)

1 INTRODUÇÃO

A contabilidade é uma ciência social que tem por objetivo o estudo do patrimônio das entidades e de pessoas físicas em geral e estuda suas variações, bem como registra todos os atos realizados por estas.

É na realidade, uma das atividades exercidas pelo contador da mais alta relevância e que exige uma imensa gama de conhecimentos, não só da própria contabilidade, como também de outras ciências afins, além de uma atitude ética irrepreensível. O contador, quando no exercício da função de perito, tem a obrigação de evidenciar todos os esforços possíveis em busca da veracidade dos fatos, transcrevendo no Laudo Pericial os resultados que obteve do exame realizado, procurando agir sempre com o máximo de independência e absoluta ética.

A perícia contábil, portanto, será o objeto de estudo desta pesquisa. Essa área surgiu como uma necessidade de auxiliar a justiça em determinadas fases do processo judicial. Para a realização da perícia contábil é exigido qualificações mínimas, como ser bacharel em ciências contábeis e ser registrado no Conselho Regional de Contabilidade. Nesse sentido, a Contabilidade, sendo uma ciência social, requer do Contador conhecimentos gerais – diferente da expressão conhecimento profundo – de todas as ciências que se inter-relacionam, traduzindo-se em necessário domínio da matemática, especialmente a financeira, de noções de economia, direito, lógica e outras.

Este estudo tem a finalidade de apresentar o mercado de trabalho para o contador e estudantes de ciências contábeis na área da perícia contábil judicial. Descreve os requisitos técnicos e profissionais a serem observados pelo contador para se qualificar a título de perito e no desenvolvimento do seu trabalho, bem como suas qualificações, mercado de trabalho e as legislações pertinentes.

Assim sendo, surge a necessidade de conhecer o tema e o problema, que é o foco deste estudo. Em seguida, destacam-se os objetivos tanto gerais quanto específicos a serem alcançados. Na sequência, aborda-se a justificativa, onde se elucida a importância do tema em questão e, por último, a metodologia aplicada.

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1.1 Tema e Problema

A contabilidade tem como seu objeto o controle do patrimônio das entidades e sempre que houver a necessidade da verificação dos fatos ligados a este no âmbito judicial, a perícia contábil será solicitada a fim de esclarecer possíveis divergências. Nesse processo, o contador se faz necessário para averiguação técnica e científica.

Perícia contábil foi regulamentada pelo decreto de Lei nº 9.295 de 27 de maio de 1946, Art. 25, mais tarde com a criação da Lei nº 5.869, de 22 de Janeiro de 1973, tornou-se clara a função e atuação do perito contador na sociedade, conforme descreve o Art. 145.

O trabalho - perícia contábil é de atribuição dos contadores legalmente habilitados no conselho regional de contabilidade conforme determina o decreto de Lei nº 9.295 em seu Art. 25 e 26. Dessa forma, somente poderão exercer atividades de perícia contábil aqueles que concluírem o curso superior em ciências contábeis e estiverem registrados no conselho regional de contabilidade.

Com esse contexto, surge a necessidade de se conhecer o potencial do mercado de trabalho para esse profissional, as necessidades do mercado no qual o mesmo irá atuar e as qualidades da função para a execução do trabalho pericial. Assim, esta pesquisa visa a subsidiar um assunto empírico, tanto em nível acadêmico, como na própria vivência profissional, evidenciando a estes que existem outros ramos da contabilidade a serem explorados para atuação.

Para tanto, o foco desta pesquisa consiste em elucidar a seguinte questão: Qual a perspectiva do mercado de trabalho do perito contador na justiça federal e do trabalho no município de Criciúma – SC?

1.2 Objetivos da Pesquisa

Este estudo tem como objetivo geral identificar a perspectiva do mercado de trabalho para o perito contador na Justiça Federal e do Trabalho na cidade de Criciúma estado de Santa Catarina.

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Como objetivos específicos pretende-se:

• caracterizar a perícia contábil, diferenciando os tipos existentes, com foco na perícia contábil judicial;

• abordar a perícia no âmbito da Justiça Federal e do Trabalho; e • investigar, por meio de pesquisa de campo, a visão do mercado

profissional e perspectiva para perícia no âmbito da Justiça Federal e do trabalho no município de Criciúma SC.

1.3 Justificativa

A perícia contábil vem se destacando entre as demais áreas da contabilidade, pela flexibilidade da execução dos trabalhos e por ser uma das áreas esquecidas pelos contadores da área.

Este estudo justifica-se, pois contribui para contadores e acadêmicos aprofundarem o conhecimento relacionado à área e ao mercado de atuação para o profissional. Novas pesquisas serão, também, importantes para o aprimoramento e aperfeiçoamento dos conhecimentos aqui destacados, uma vez que esse assunto é empírico para essa população.

De forma geral, esta pesquisa irá beneficiar o profissional contábil e estudantes da área, pois demonstra a forma adequada para se qualificar como perito, e destaca em qual das áreas será mais lucrativo se especializar, assim como suas exigências legais.

A relevância social com este estudo relaciona-se principalmente com a apresentação da verdade, com relação à área de atuação para o contador no mercado da justiça federal e do trabalho no município de Criciúma. A função do perito nessas áreas é a formulação de provas para a solução de determinadas questões e o zelo e a ética são primordiais na ciência contábil.

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1.4 Metodologia

Por se tratar de um trabalho de conclusão de curso, este necessita de procedimentos científicos. Dessa forma, a pesquisa quanto aos objetivos será a descritiva. Conforme Cervo e Bervian (2002, p. 66), “a pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los.” Assim, será utilizada essa tipologia para descrever e entender os fatores envolvidos na perícia e dos estudos de fatos ocorridos quanto à perícia contábil judicial.

Quanto aos procedimentos, pretende-se utilizar neste trabalho a pesquisa de levantamento ou survey. A tipologia de levantamento, de acordo com Gil (1996, p. 56) são

as pesquisas deste tipo caracterizam-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se á solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudo para, em seguida, mediante análise quantitativa, obterem-se as conclusões correspondestes aos dados coletados.

A população para a elaboração desta pesquisa é composta por 26 (vinte e seis) contadores registrados na Justiça Federal e Justiça do Trabalho do município de Criciúma SC, que se disponibilizaram para atuarem como peritos contadores.

Como instrumento de pesquisa serão utilizados questionários. Cervo e Bervian (2002, p. 48) afirmam que “é a forma mais usada para coletar dados, pois possibilita medir com melhor exatidão o que se deseja. [...] Ele contém um conjunto de questões, todas logicamente relacionadas com o problema central.” O instrumento de coleta de dados foi entregue aos peritos por meio de correio eletrônico. Este é um instrumento de questões fechadas, com o objetivo de verificar a perspectiva do mercado de trabalho para o profissional e, se este é um mercado financeiramente atrativo, tendo como local de pesquisa o âmbito da justiça Federal e do Trabalho, na cidade de Criciúma, estado de Santa Catarina.

Quanto à forma de abordagem do problema, fez-se uso do qualitativo. Conforme descreve Creswell (2007, p. 35),

uma técnica qualitativa é aquela em que o investigador sempre faz alegações de conhecimento como base principalmente ou em perspectivas construtivas (ou seja, significa múltiplos das experiências individuais,

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significados sociais e historicamente construídos, com o objetivo de senvolver uma teoria ou um padrão) ou em perspectivas reivindicatórias, participatórias (ou seja, políticas, orientadas para a questão; ou colaborativas, orientadas para a mudança) ou em ambas. Ela também usa estratégia de investigação como narrativas, fenomenologia , etnografias, estudos baseados em teoria ou estudos de teoria embasada na realidade.

Os dados obtidos a partir da amostra foram tabulados e analisados no programa de edição de planilhas Microsoft Excel onde foi realizado o tratamento estático quantitativo e apresentado por meio de tabelas e gráficos.

De forma resumida, segue, no quadro 1, o roteiro da metodologia utilizada nesta pesquisa.

Roteiro da metodologia

Tipologia quanto aos objetivos Descritivo

Tipologia quanto aos procedimentos Levantamento ou Servey

Instrumento de coleta de dados Questionário

Tipologia quanto à abordagem do problema Qualitativa

Quadro 1: Roteiro da Metodologia Utilizada

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo será abordada a fundamentação teórica desta pesquisa. Inicialmente descreve-se a perícia contábil, seus aspectos históricos e seu conceito. Em seguida, as normas profissionais do perito, as espécies de perícia com ênfase à perícia contábil judicial, as principais diferenças entre perícia e auditoria. Na sequência, é esclarecida a figura do perito contador e a nomeação do perito contador assistente, a recusa da realização do trabalho, impedimentos, substituição, responsabilidade do perito e honorário profissional. Por fim, aborda-se a perícia contábil em processo trabalhista.

2.1 Profissão de contador e seus Aspectos Históricos

A profissão de contador é uma das mais antigas, Zanna (2005, p. 19) descreve que,

os arqueólogos informaram que o Egito Antigo (6000 anos a.C) dispunha dos escribas que faziam anualmente as contas do Estado e o balanço da economia. Na hierarquia daquele povo o escriba pertencia ao corpo de fiscais do Estado, ocupava a quarta posição, como segue: em primeiro lugar o Faraó, um rei/deus; em segundo lugar, o Clero (sacerdotes); em terceiro lugar, o exército (militares); e, em quarto lugar, a Contabilidade (escribas). Mas foram os gregos 2000 anos a.C., aproximadamente, que aperfeiçoaram os controles contábeis egípcios e os aplicaram também às atividades privadas.

Segundo Drummond, (1995), esses foram os primeiros a apresentar a conta de lucros e perdas.

Atualmente, o contador é prestigiado em todos os países, pois quando a sociedade busca elucidar assuntos econômicos empresariais, tributários, previdenciários, bens familiares entre outros, busca um profissional contábil de sua confiança e credibilidade de atos e ética que rege a profissão. Diferentemente do exercício da profissão de anos atrás, hoje a contabilidade tem o auxílio de computadores e softwares modernos que interagem com o exercício da profissão e

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as normas vigentes auxiliando na avaliação de questões empresariais complexas. (ZANNA, 2005).

De acordo com Oliveira, (2000), nos históricos brasileiros, a perícia contábil foi introduzida pelo código do Processo Civil de 1939, Art. 208 e 254, que regularizaram a perícia, nomeado o perito pelo juiz e indicação do perito assistente pelas partes. Alguns anos depois foi regulamentada pelo decreto de Lei nº. 9.295/46, com as definições das normas sobre a perícia e as atribuições dos contadores. Atualmente, a resolução CFC Nº 857/99 atualizada através da resolução CFC Nº 1.244 publicada em 18/12/2009, reformula as normas profissionais do perito.

A busca de um perito surge com a necessidade da opinião confiável de um especialista no assunto a ser estudado “A expressão perícia advém de latim peritia, que, em seu sentido próprio significa conhecimento, habilidade, saber, experiência.” (SANTOS, 2006, p. 16).

Perícia é o trabalho realizado por peritos com a finalidade de esclarecer ou evidenciar divergências entre a matéria pesquisada. A contábil é realizada na verificação do patrimônio, conforme descreve Sá (2000, p. 14),

perícia contábil é a verificação de fatos ligados ao patrimônio individualmente visando oferecer opinião, mediante questões propostas. Para tal opinião realiza-se exames, vistorias, indagação, investigação, avaliação, arbitramento, em suma todo e qualquer procedimento necessário á opinião.

Dessa forma, a perícia contábil pode ser entendida como um conjunto de conhecimentos técnicos utilizados pelo contador para averiguar situações ou demonstrar a realidade dos fatos examinados por critérios técnicos, visando a tudo que possa ser esclarecido.

2.1.1 Conceito de Perícia Contábil

Perícia contábil é uma análise técnica de fatos ligados à área contábil, com o objetivo de esclarecer dúvidas sobre a matéria em questionamento. Sempre que houver a necessidade de uma opinião científica, válida, que dê sustentabilidade aos quesitos, é solicitado um perito contador, Sá (2000, p. 14), descreve que,

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perícia é a verificação de fatos ligados ao patrimônio individualizado visando oferecer opinião, mediante questões propostas. Para tal opinião realizam-se exames, vistorias, indagações, avaliações, arbitramentos, em suma todo e qualquer procedimento necessário á opinião.

Já Alberto (1996, p. 48), descreve que perícia é um “instrumento técnico científico de constatação, prova ou demonstração, quando é veracidade de situações, coisas ou fatos das relações efeitos e haveres que fluem do patrimônio de quaisquer entidades.”

Para Hoog (2007, p.50) pode-se,

conceituar a perícia como um serviço especializado, com bases científicas, contábeis, fiscais e societárias, á qual se exige formação de nível superior, e deslinda questões judiciais e extrajudiciais. É utilizada como elemento de prova, ou reveladora da verdade em assuntos fisco contábeis, e tem por finalidade e demonstração de um fato ou ato, a qual deve ser efetuada com o maior rigor possível e embasa na mais pura e genuína expressão da verdade.

Nesse sentido Alberto (1996, p.50) ressalta que,

a perícia contábil tem por objetivo geral a constatação, prova ou demonstração contábil da verdade real sobre seu objeto, transferindo-o, através de sua materialização o laudo, para o ordenamento da instância decisória, judicial ou extrajudicialmente.

Assim, verifica-se que a perícia será de natureza contábil quando se refere a exames, vistorias, indagações, investigações, avaliações, arbitramento, situações, coisas ou fatos e que tenham como objetivo o patrimônio de qualquer entidade, seja pessoa física ou jurídica.

2.1.2 Utilidade social da perícia e ética profissional

Sempre que for realizado um trabalho profissional, espera-se que o seu resultado esteja voltado em benefício à sociedade sem o qual esse trabalho não teria valor. (MAGALHÃES, 2004)

ao executarmos uma perícia contábil, devemos levar em consideração os efeitos sociais dela decorrentes, como, noutro exemplo, uma justa e honesta

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partilha de bens, em um processo de inventário, cuja decisão do juiz de direito seja orientada pelo trabalho do contador, nas funções de perito propiciará bem estar a todos os que têm interesse na partilha [...] o compromisso moral e ético do perito para com a sociedade e para com sua classe constitui principal lastro de sustentação de realização profissional. Resulta-se, também, que se capaz e estar sempre atualizado e preparado para o trabalho de boa qualidade, com valor social, faz parte de contexto moral e ético. (MAGALHÃES, 2004, p. 12).

Dessa forma, verifica-se que, para exercer a profissão de perito contador, é necessário estar sempre atualizado com o contexto científico, atento às novas regras e atualizações.

Deve o contador ser justo, agir com honestidade, sendo que seu trabalho resultará em um conjunto de procedimentos que influenciará na tomada de decisão judicial, tendo este um comprometimento moral e ético com a sociedade.

2.1.3 Normas Profissionais do Perito

As Normas Brasileiras de Contabilidade estabelecem a conduta profissional e os procedimentos técnicos a serem observados quando da realização dos trabalhos que estão previstos na Resolução CFC nº 857/99. São classificadas em profissionais e técnicas e caracterizam-se pela nomenclatura NBC, que estabelecem conceitos doutrinários:

a) NBC PP 1, e NBC P 2, Normas profissionais de perito contábil, foi reformulado pela Resolução CFC nº 1.244 de 18 de dezembro 2009 pelo Conselho Federal de Contabilidade, trata da competência técnico profissional, habilidades profissionais, educação continuada, independência, impedimento do exercício da atividade, impedimento e suspeição, recusa, honorários profissionais, do sigilo, responsabilidades e zelo, utilização do trabalho de especialistas. (Anexo A)

b) NBC T 13, Normas técnicas de perícia contábil, conforme a resolução 858/99 de 21 de outubro de 1999, reformulada pela Resolução CFC nº 1.243 publicada em 18 de dezembro de 2009,

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trata do conceito e objetivos, execução, procedimentos, planejamento, laudo pericial contábil e parecer pericial contábil. (Anexo B).

2.1.4 Espécies de perícia

A perícia contábil possui espécies distintas, as quais são identificadas de acordo com o ambiente no qual ocorre. Assim descreve Alberto (1996, p. 53) que,

Este instrumento especial a perícia tem espécies distintas, identificáveis e definíveis segundo os ambientes em que é estada a atuar. São estes mesmos ambientes que delinearão suas características entisicas e as determinantes tecnológicas [...] para o perfeito entendimento do objeto e dos objetivos para os quais deve-se voltar. [...] decorre, então, serem quatro as espécies de perícias detectáveis segundo o raciocínio esposado: a perícia judicial, a perícia semijudicial, a perícia extrajudicial e a perícia arbitral.

Os locais de atuação que definirão as características estão, em linhas gerais, relacionados com as esferas judiciais, extrajudicial, arbitral e a semijudicial. Entende-se que são os tipos de perícias listados acima. Cada uma com características específicas que originam as nominações. O resultado final é comum para todas as espécies, ou seja, tem a forma de prova para a resolução de conflitos, sejam estes em litígio ou não, auxiliando na elucidação dos fatos em questão. (ALBERTO, 1996).

Neste estudo se aborda quatro tipos de perícias contábeis mais comuns, que são:

• Perícia judicial; • Perícia semijudicial; • Perícia extrajudicial; • Perícia arbitral.

Nos itens abaixo, serão expostas detalhadamente, com seus conceitos, características e finalidade de cada uma, com o intuito de apresentá-las de forma mais clara para melhor compreensão referente às principais atribuições.

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2.1.4.1 Perícia Contábil Judicial

Perícia judicial é realizada dentro dos procedimentos do poder judiciário e surge com a necessidade de obter conhecimento sobre o trabalho a ser examinado, identificando dados e fatos que possam servir como prova no processo judicial. Segundo Zanna (2005, p. 53) “Perícia judicial é que acontece no âmbito do Poder Judiciário e segue as determinações do magistrado, os ditames do CPC e as NBC’s e aplicáveis a cada caso.”

Alberto (1996, p. 53) esclarece que a realização da perícia judicial ocorre “por determinação, requerimentos ou necessidade de seus agentes ativos e se processa segundo regras legais específicas.” Somente irá ocorrer a realização do trabalho pericial, quando houver necessidade entre as partes e por determinação judicial.

Ainda de acordo com Alberto (1996, p. 53),

[...] a perícia judicial será prova quando no processo de conhecimento ou de liquidação por artigos tiver por escopo trazer a verdade real, demonstrável cientifica ou tecnicamente, para subsidiar a formação da convicção do julgador, e será arbitramento, quando, determina no processo de liquidação de sentença, tiver por objeto quantificar mediante critério técnico e obrigações de dar em que aquela se constituir.

Assim sendo, a perícia judicial tem por objetivo demonstrar e provar a verdade dos fatos de que o juiz necessita para a liquidação de uma sentença. O código do Processo Civil, no Art. 420, determina que a perícia deva ser dividida em etapas exames, vistoria ou avaliação.

No quadro abaixo é demonstrado cada uma das etapas da perícia contábil para melhor visualização:

Exame o exame destina-se normalmente à análise de livros e documentos;

Vistoria já a vistoria objetiva a verificação e a constatação de situação, coisas ou fato de forma circunstancial, ou seja, sua avaliação, e;

Avaliação a avaliação tem por finalidade quantificar determinado bem, determinar o valor das coisas, bens, direitos, obrigações, despesas e receitas.

Quadro 2: Procedimentos da Perícia

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De acordo com Sá (2000. p, 63), “perícia contábil judicial é a que visa a servir de prova, esclarecendo o juiz sobre assuntos em litígio que merecem seu julgamento, objetivando fatos relativos ao patrimônio aziendal ou de pessoas.”

A manifestação do perito sobre os fatos apurados deverá ser por meio do laudo pericial. Servirá para subsidiar o processo na área técnica contábil, suprindo insuficiências do magistrado com relação à área técnica ou científica, esclarecendo controvérsias do processo. Assim, verifica-se que a perícia contábil judicial é utilizada em diversas esferas, com a finalidade de proporcionar informações precisas, elucidando as questões traçadas em cada questão. (SÁ, 2000).

Nesse sentido, entende-se que perícia judicial é aquela que tem origem da necessidade do poder judiciário em esclarecer fatos que envolvam o processo, a qual necessita de um especialista para esclarecer dúvidas e chegar a uma conclusão.

2.1.4.1.1 Ciclos de Perícia Judicial

Perícia contábil judicial é composta por ciclos, que envolve as suas fases preliminar, operacional e final, segundo Sá (2004, p.65) “O ciclo da perícia judicial compõe-se das fases inicial, operacional e final, e estas de eventos distintos que formam todo o conjunto de ocorrências que caracterizam tais tarefas.”

Fase preliminar

1. a perícia é requerida ao juiz, pela parte interessada na mesma;

2. o juiz defere a perícia e escolhe seu perito;

3. as partes formulam quesitos e indicam seus assistentes; 4. os peritos são cientificados da indicação;

5. os peritos propõem honorários e requerem depósito; 6. o juiz estabelece prazo, local e hora para início.

Fase

operacional

7. início da perícia e diligencia 8. curso do trabalho

9. elaboração do laudo

Fase Final 10. assinatura do laudo 11. entrega do laudo aos laudos 12. levantamento dos honorários 13. esclarecimentos (se requerido).

Quadro 3: Fases normais da perícia judicial

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Em todas as fases da perícia, existem formalidades a serem cumpridas assim como prazo. A fase preliminar verifica-se que o juiz determina quem irá realizar os trabalhos periciais, as partes envolvidas no processo escolhem seus assistentes, peritos que irão acompanhar o perito judicial na elaboração do laudo.

Em seguida, o perito nomeado pelo juiz irá realizar a proposta de honorários profissionais e, se necessário, requerer o depósito de adiantamento parte dos honorários, e então o juiz irá estabelecer, prazo de entrega, local e hora do início dos trabalhos periciais.

Na fase operacional, o perito irá iniciar seu trabalho e durante a execução do mesmo irá elaborar o laudo pericial, este que será entregue ao juiz em uma data pré-determinada antes do início dos trabalhos.

Durante a fase final, o perito contador irá assinar o laudo elaborado pelo mesmo, realizando os levantamentos dos honorários e irá esclarecer questões que lhe foram solicitadas nos autos do processo judicial, encerrando assim o ciclo da perícia judicial. (SÁ, 2000).

Com isso ficam evidenciadas todas as fases da perícia contábil dentro dos procedimentos do poder judiciário.

2.1.4.2 Perícia Semijudicial

Perícia Contábil semijudicial é realizada por estatais, por meios políticos, autoridades administrativas ou parlamentares, observando as regras legais que regem a perícia contábil. Seguindo as regras da área judicial, esta é realizada por instituição governamental fora do poder judiciário. De acordo com Alberto (1996, p. 54), “a perícia semijudicial é aquela realizada dentro do aparato institucional do estado, porém fora do poder judiciário, tendo como finalidade principal ser meio de prova nos ordenamentos institucionais.”

Conforme Zanna (2005, p. 53),

esta espécie de perícia contábil ocorre, por exemplo, no âmbito do Tribunal de Impostos e Taxas e pode acontecer, por requerimento, no âmbito de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) e inquéritos administrativos. Seguem as determinações do magistrado ou autoridades equivalentes

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segundo os poderes da Republica em que acontece o trabalho pericial, os ditames do CPC e das NBC’s aplicáveis a cada caso.

Classifica-se semijudicial, pois se subdivide conforme o aparato estatal atuante, em administrativo tributário, no círculo da administração pública tributária ou conselho de contribuinte, em parlamentar nas comissões parlamentares de inquérito ou especiais, e policial nos inquéritos, ou seja, autoridades governamentais possuem o poder jurisdicional e podem realizar inquéritos e solicitar a perícia contábil semijudicial. (ZANNA, 2005)

Dessa forma, verifica-se que essa modalidade de perícia qualifica-se como semijudicial, pois as autoridades políticas, como parlamentares e administrativas, têm algum poder jurisdicional para exercer esta atividade.

2.1.4.3 Perícia Extrajudicial

Essa é realizada por vontade das partes, fora do poder judiciário por vias administrativas, com o intuito de extinguir dúvidas perante a suspeita de fraudes, erros, desvios, avaliações de ativos. Zanna (2005, p. 53) esclarece que “perícia extrajudicial tem por objetivo esclarecer pontos de discórdia entre pessoas que querem atingir o entendimento sem utilizar recursos judiciais ou arbitrais.”

Já Alberto (1996, p. 54) destaca que,

a perícia extrajudicial é aquela realizada fora do Estado, por necessidade e escolha de entes físicos e jurídicos particulares privados, vale dizer no sentido estrito, ou seja, não submetiveis a uma outra pessoa encarregada de arbitrar a matéria conflituosa [...] já no segundo caso esta via é instalada a colocar nos justos termos os interesses de cada um dos envolvidos na matéria potencialmente duvidosa ou conflituosa; e no terceiro caso, quando visa á comparação das manifestações patológicas da matéria periciada (fraudes, desvios, simulações etc.).

Sendo assim, essa serve para pessoas que queiram investigar fraudes, desvios e outros conflitos relativos a seus patrimônios, sem a necessidade de utilizar de via judicial. Quando houver a necessidade de esclarecer assuntos técnicos, é solicitada a perícia no intuito de evitar processos judiciais.

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A mesma não sendo realizada por determinação judicial, essa deverá seguir todos os procedimentos específicos na legislação e determinação pelo CPC e pela NBC’s, pois, caso haja necessidade, poderá ser utilizada em processos judiciais.

2.1.4.4 Perícia Arbitral

A perícia contábil é realizada por um perito, cuja modalidade não é solicitada pela justiça, porém possui valor da perícia judicial, sendo solicitada por vontade das partes. Alberto (1996, p. 54) destaca que essa é uma “instância decisória criada pela vontade das partes, não sendo enquadrável em nenhuma das anteriores por suas características especialíssimas de atuar principalmente como se judicialmente extrajudicial”.

Para Zanna (2005, p. 54), “a perícia arbitral tem a finalidade de servir ao árbitro escolhido pelas partes. É semelhante à perícia judicial e acontece em ambiente semelhante parecido ao da perícia extrajudicial.”

Dessa forma, entende-se que a perícia arbitral ocorre extrajudicialmente, onde o árbitro atua com formas parecidas com a do poder judiciário, a fim de solucionar conflitos.

2.1.5 Perícia e Auditoria

Perícia e auditoria são dois ramos da contabilidade, variam de acordo com os fatos e a natureza dos efeitos, tempo e espaço. A perícia é destinada apenas para os interessados, sendo de uma determinada época, respondendo a um questionamento. Já a auditoria destina-se a um número maior de usuários, sendo uma necessidade constante de análise de dados baseando seu trabalho por amostragem. Sá (2000, p. 28) enfatiza que,

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a perícia serve a uma época, a um questionamento, a uma necessidade; a auditoria tende a ser a necessidade constante, atingindo um número muito maior de interessados, sem necessidade de rigores metodológicos tão repele, como critério habitual. A auditoria tem como objetivos normais a maior abrangência, a gestão como algo em continuidade, enquanto a perícia se prende á especificidade, tem caráter e eventualidade, só aceita o universo completo para produzir opinião como prova e não como conceito.

O trabalho pericial na sua conclusão tem a finalidade de apresentar respostas aos questionamentos realizados pelas partes para esclarecimento dos dados, fatos e com base possam tomar decisões específicas no andamento de um processo. Sá (2000, p. 29) “perícia contábil não é o mesmo que auditoria contábil pois variam em causas, efeitos, espaços, tempo e metodologia de trabalho.” A auditoria permite maior delegação na execução de seus trabalhos direcionada à revisão de procedimentos realizados.

Sá (2000, p. 29) “A auditoria permite maior delegação, também, que a perícia contábil, auditoria é mais revisão e a perícia mais produção de prova por verificação, exame, arbitramento etc.”

No quadro abaixo são demonstradas as principais diferenças entre perícia contábil e auditoria:

Perícia Auditoria

1 – executada somente por pessoa física, profissional de nível universitário (CPC, Art. 145). E tem autoridade e independência de juízo acadêmico concedida pelo juiz. Responde cível e criminalmente pelo resultado de sua opinião.

1 – pode ser executada tanto por pessoa física quanto por pessoa jurídica. Não tem autonomia; é um prestador de serviços contratado pela empresa com independência e responsabilidade civil e criminal sobre a opinião.

2 – a perícia serve a uma época, questionamento específico, por exemplo, apuração de haveres na dissolução de sociedade.

2 – tende à necessidade constante, como exemplo: auditoria de balanço, repetindo-se anualmente.

3 – a perícia se prende a uma ao caráter científico de uma prova com o objetivo de esclarecer controvérsias. Não se repete, é específica.

3 – a auditoria se prende a continuidade de uma gestão, parecer sobre atos e fatos contábeis. É contínua e repetitiva. 4 – é específica, restrita aos quesitos e

pontos controvertidos, especificados pelo contador judicial.

4 – pode ser específica ou não; exemplo: auditoria de recursos humanos ou em toda a empresa.

5 – sua análise é irrestrita e

abrangente. 5 – Feita por amostragem; abserva os atos e fatos mais significativos pela sua relevância.

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6 – objetivo do trabalho: emissão de

laudo pericial. 6 – objetivo do trabalho: emissão de parecer de auditoria, relatório de auditoria para orientação preventiva ou corretiva.

7 – usuários de serviços: as partes e

principalmente a justiça. 7 – usuários do serviço: sócios, investigadores, administradores. 8 – o seu objeto é a prova de um fato

ou ato. 8 – o seu objeto é a segurança dos controles internos.

Quadro 4: Características de Perícia e Auditoria

Fonte: Hoog e Petrenco (2007, p. 117).

Contudo, a perícia e a auditoria são especializações da ciência contábil que possuem características particulares que as diferenciam.

2.2 Perito Contador e Perito

O perito contador é o profissional de contabilidade devidamente habilitado para exercer a profissão de contador com registro no Conselho Regional de Contabilidade. Assim descreve o CFC nº 1.244 (2009, p. 2), “Perito é o contador regularmente registrado em Conselho Regional de Contabilidade, que exerce a atividade pericial de forma pessoal, devendo ser profundo conhecedor, por suas qualidades e experiências, da matéria periciada.”

O contador deve manter-se atualizado para o exercício da profissão conforme legislação vigente, Normas Brasileiras de Contabilidade, normas profissionais, o CFC nº 1.244 (2009, p.2) fala da competência do perito,

competência técnico-científica pressupõe ao perito manter adequado nível de conhecimento da ciência contábil, das Normas Brasileiras de Contabilidade, das técnicas contábeis, da legislação relativa à profissão contábil e aquelas aplicáveis à atividade pericial, atualizando-se, permanentemente, mediante programas de capacitação, treinamento, educação continuada e especialização. Para tanto, deve demonstrar capacidade para: a) pesquisar, examinar, analisar, sintetizar e fundamentar a prova no laudo pericial contábil e no parecer pericial contábil; b) realizar seus trabalhos com a observância da equidade significa que o perito-contador e o perito-perito-contador assistente devem atuar com igualdade de direitos, adotando os preceitos legais, inerentes à profissão contábil.

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Para a realização da perícia contábil judicial, o contador será nomeado pelo Luiz, “O perito contador é designado pelo juiz em perícia contábil judicial; contratado é o que atua em perícia contábil extrajudicial; e escolhido é o que exerce sua função em perícia contábil arbitral.” (CFC nº 1.244, 2009, p.3)

“O perito precisa ser um profissional habilitado, legal, cultural, intelectualmente, e exercer virtudes morais e éticas com tal compromisso com a verdade.” (SÁ, 2000, p. 21).

O perito, ao ser nomeado para a realização dos trabalhos periciais, deve apresentar sua habilitação profissional,

o perito deve comprovar sua habilitação profissional por intermédio da Declaração de Habilitação Profissional – DHP, de que trata a Resolução CFC nº. 871/00. É permitida a utilização da certificação digital, em consonância com a legislação vigente e as normas estabelecidas pela Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileiras - ICP-Brasil.(CFC nº 1.244, 2009, p. 4)

Ainda de acordo com o CFC nº 1.244 (2009, p. 4) trata da nomeação do perito contador,

a nomeação, a contratação e a escolha do perito-contador para o exercício da função pericial contábil, em processo judicial, extrajudicial e arbitral devem ser consideradas como distinção e reconhecimento da capacidade e honorabilidade do contador, devendo este escusar-se do encargo sempre que reconhecer não ter competência técnica ou não dispor de estrutura profissional para desenvolvê-lo, podendo utilizar o serviço de especialistas de outras áreas, quando parte do objeto da perícia assim o requerer.

Quanto à educação continuada, o perito deve manter-se sempre atualizado e comprovar a participação em cursos assim determina o CFC nº 1.244 (2009, p. 5), “O perito, no exercício de suas atividades, deve comprovar a participação em programa de educação continuada, na forma a ser regulamentada pelo Conselho Federal de Contabilidade.”

Nesse sentido, enfatiza-se que o perito contador deverá fornecer informações verdadeiras, e para isso o mesmo deve manter-se atualizado quanto às mudanças de legislação, uma vez que seu futuro profissional dependerá do resultado de seus trabalhos, torna-se obrigatório manter um padrão moral, intelectual, e equilíbrio para a realização do seu trabalho.

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2.2.1 Perito Contador Assistente

O perito contador assistente para a realização dos trabalhos periciais deve seguir as regras listadas acima para o perito contador. Conforme CFC nº 1.244 (2009, p. 3), “Perito-contador assistente é o contratado e indicado pela parte em perícias contábeis, em processos judiciais e extrajudiciais, inclusive arbitral.”

Ainda de acordo com o CFC nº 1.244 (2009, p. 4) com relação ao perito contador assistente,

A indicação ou a contratação para o exercício da atribuição de perito-contador assistente, em processo extrajudicial, devem ser consideradas como distinção e reconhecimento da capacidade e da honorabilidade do contador, devendo este recusar os serviços sempre que reconhecer não estar capacitado a desenvolvê-los, contemplada a utilização de serviços de especialistas de outras áreas, quando parte do objeto do seu trabalho assim o requerer.

A contratação do perito contador assistente se dá quando as partes têm a necessidade de acompanhamento do trabalho do perito contador. Assim descreve o CFC nº 1.244 (2009, p. 4),

A indicação ou a contratação de perito-contador assistente ocorre quando a parte ou contratante desejar ser assistida por um contador, ou comprovar algo que dependa de conhecimento técnico-científico, razão pela qual o profissional só deve aceitar o encargo se reconhecer estar capacitado com conhecimento suficiente, discernimento e irrestrita independência para a realização do trabalho.

Nesse sentido, o assistente técnico não sofre impedimentos para o exercício das atividades, pois os mesmos são contadores de confiança contratados entre as partes, com capacidade e habilitação profissional.

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2.2.2 Nomeação do Perito

O perito contador será nomeado pelo Juiz, e para chegar à nomeação do mesmo é necessário passar por atos preparatórios, que se classificam conforme quadro abaixo,

Nomeação de Ofício

Realizada pelo juiz de Direito, quando sente a necessidade de ser orientado quanto ao conteúdo técnico ou científico do processo; toma então a indicativa de nomear um perito;

Nomeação Requerida

Ocorre quando uma das partes ou ambas, (autor e/ou réu, exequente e/ou executado, requerente e/ou requerido, inventariante e/ou herdeiros etc.), desejado orientação técnica ou científica que possa contribuir para elucidar a decisão, solicitada ao juiz e nomeação do perito;

Indicação

Ocorre quando uma das partes ou ambas, desejando mais esclarecimentos, indica assistente técnico “perito da parte”;

Intimação

Feita a nomeação, o juiz manda intimar (isto é, cientificá-lo que foi nomeado) o perito, por meio de uma comunicação formal, chamado “mandado de intimação” ou de “carta de intimação” em que lhe é informado o número e o título dos autos, os prazos para aceitação ou escusa, e outras informações inerentes ao processo;

Declínio Quando existem motivos de ordem legal, técnica ou cientifica, o perito pode declinar da nomeação. Isto é escusar-se, não aceitando a incumbência resultante de exercício da função de periciar o caso.

Quadro 5: Atos Preparatórios

Fonte: Magalhães (2004, p. 37).

Durante os atos de nomeação, o perito irá se dirigir ao Cartório Civil para a retirada dos autos, no prazo de cinco dias e assim inteirar-se do assunto. Conhecidas as particularidades do processo, o perito irá decidir se aceita ou recusa (declina) o trabalho de perícia. (MAGALHÃES, 2004).

O perito deve ter, além de conhecimentos técnicos científicos, para ser nomeado pelo juiz, deverá gozar de confiança do juizado, deve ter bom conceito profissional, moral e idoneidade. Ao ser nomeado, o perito contador se tornará um auxiliar da justiça, e alguém de confiança do juiz. Esses deverão observar os casos de recusa, impedimento ou suspeição do encargo para os quais foram designados.

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Caso esteja impedido de alguma forma de exercer a profissão, deverá se recusar de exercer a atividade. (SÁ, 2000).

Na perícia contábil judicial, são nomeados três peritos para análise dos dados. O primeiro será nomeado pelo juiz que será responsável técnico pelos trabalhos judiciais; o segundo será nomeado pela parte litigante; e o terceiro será nomeado pelos réus. (SÁ, 2000).

Quanto aos peritos assistentes, Sá (2000, p. 68) descreve que “os peritos das partes devem ser indicados no prazo de cinco dias, contados da intimação do despacho de nomeação do perito, e no mesmo prazo, os quesitos são apresentados pelas partes.”

Ao ser indicado pelo juiz e os assistentes pelas partes, o perito contador deverá entrar em contado com seus assistentes para o início de seus trabalhos.

Conforme o Art. 146 do Código do Processo Civil, o perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que lhe assina a lei, empregando toda a sua diligência, pode, todavia, escusar-se do encargo alegando motivo legítimo.

“Nomeado, o perito estará ou será compromissado a cumprir o encargo conscienciosa e escrupulosamente, formalizado ou não através de termos de compromisso.” (ALBERTO, 1996, p.39).

Assim, é evidenciado que o perito contador é aquele que obtém o conhecimento técnico científico, é nomeado pelo juiz para a realização dos exames e dos quesitos. Já o perito contador assistente é a figura indicada pelas partes para desempenhar o papel de assistente técnico dos trabalhos a serem desempenhados.

2.2.3 Recusa

O perito contador e o perito contador assistente devem recusar-se dos trabalhos que lhe foram indicados sempre que não se sentirem capazes de exercer as atividades periciais, assim descreve o CFC nº 1.244 (2009, p. 4)

a indicação ou a contratação para o exercício da atribuição de perito-contador assistente, em processo extrajudicial, devem ser consideradas como distinção e reconhecimento da capacidade e da honorabilidade do contador, devendo este recusar os serviços sempre que reconhecer não estar capacitado a desenvolvê-los, contemplada a utilização de serviços de

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especialistas de outras áreas, quando parte do objeto do seu trabalho assim o requerer.

De acordo com Hoog (2007, p. 72) “existem fatores de recusa do honroso encargo. Deve o profissional impedido fazê-lo por escrito no prazo máximo de cinco dias da sua intimação [...] se o perito não o fizer no prazo, está obrigado a cumprir a tarefa.”

neste caso, deve o perito formalizar a sua recusa sob a forma de uma petição, requerendo que o Dr. Juiz venha a desobrigá-lo da honrosa incumbência, bem como demonstrar as razões de sua recusa, que podem ser: a) Estado de saúde, b) indisponibilidade de tempo, c) falta de recursos humanos ou materiais para assumir o encargo, d) se a matéria, objeto da perícia não for de seu total domínio, e) e ainda na hipótese de que a nomeação deveria ter sido feita para profissional de formação acadêmica diversa, como exemplo, engenheiro, químico, físico, médico. (HOOG, 2005, p. 69).

Dessa forma, verifica-se que o perito, ao ser nomeado, possui um prazo para recusar-se (ANEXO C) do encargo por diversos fatores listados acima, caso contrário, este ficará automaticamente obrigado a cumprir com os trabalhos periciais.

2.2.4 Impedimento ou Suspensão do Perito

O perito contador que tenha atuado no processo como perito contador assistente ou prestou depoimento ou ter qualquer grau de parentesco, ou seja, ser parente sanguíneo, cônjuge ou qualquer parente consangüíneo afim envolvido no processo e ou tiver interesse direto ou indiretamente no processo estará impedido de executar os trabalhos periciais. (ZANNA, 2005).

O CFC nº 1.244 (2009, p.5) descreve sobre o impedimento,

são situações fáticas ou circunstanciais que impossibilitam o perito de exercer, regularmente, suas funções ou realizar atividade pericial em processo judicial ou extrajudicial, inclusive arbitral. [...] Para que o perito possa exercer suas atividades com isenção, é fator determinante que ele se declare impedido, após, nomeado, contratado, escolhido ou indicado quando ocorrerem as situações previstas nesta norma.

Quando nomeado em juízo, o perito deve dirigir petição, no prazo legal, justificando a escusa ou o motivo do impedimento.

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Quando indicado pela parte e não aceitando o encargo, o perito-contador assistente deve comunicar a ela sua recusa, devidamente justificada por escrito, com cópia ao juízo.

São impedimentos legais para o exercício da atividade pericial conforme o CFC nº 1.244 (2009, p.6),

o perito-contador nomeado ou escolhido deve se declarar impedido quando não puder exercer suas atividades com imparcialidade e sem qualquer interferência de terceiros, ou ocorrendo pelo menos uma das seguintes situações:

a) for parte do processo;

b) tiver atuado como perito contador contratado ou prestado depoimento como testemunha no processo;

c) tiver mantido, nos últimos dois anos, ou mantenha com alguma das partes ou seus procuradores, relação de trabalho como empregado, administrador ou colaborador assalariado;

d) tiver cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou em linha colateral até o terceiro grau, postulando no processo ou entidades da qual esses façam parte de seu quadro societário ou de direção;

e) tiver interesse, direto ou indireto, mediato ou imediato, por si, por seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou em linha colateral até o terceiro grau, no resultado do trabalho pericial;

f) exercer cargo ou função incompatível com a atividade de perito contador, em função de impedimentos legais ou estatutários;

g) receber dádivas de interessados no processo;

h) subministrar meios para atender às despesas do litígio; e,

i) receber quaisquer valores e benefícios, bens ou coisas sem autorização ou conhecimento do juiz ou árbitro.

Ainda de acordo com o CFC, o perito contador ainda pode ser impedido para o exercício das atividades quanto aos motivos técnicos,

o impedimento por motivos técnico-científicos a ser declarado pelo perito decorre da autonomia, estrutura profissional e da independência que devem possuir para ter condições de desenvolver de forma isenta o seu trabalho. São motivos de impedimento técnico-científico:

a) a matéria em litígio não ser de sua especialidade;

b) a constatação de que os recursos humanos e materiais de sua estrutura profissional não permitem assumir o encargo; cumprir os prazos nos trabalhos em que o perito-contador for nomeado, contratado ou escolhido; ou em que o perito-contador assistente for indicado;

d) ter o perito-contador da parte atuado para a outra parte litigante na condição de consultor técnico ou contador responsável, direto ou indireto em atividade contábil ou em processo no qual o objeto de perícia seja semelhante àquele da discussão, sem previamente comunicar ao contratante.(CFC nº 1.244, 2009, p. 6).

O código do processo civil Art. 424 “perito pode ser substituído quando carecer de conhecimento técnico ou científico e sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo determinado que lhe for assinado.”

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O CFC descreve sobre a suspeição do perito contábil,

1. o perito-contador nomeado ou escolhido deve declarar-se suspeito quando, após, nomeado, contratado ou escolhido verificar a ocorrência de situações que venha suscitar suspeição em função da sua imparcialidade ou independência e, desta maneira, comprometer o resultado do seu trabalho em relação à decisão.

2. os casos de suspeição aos quais estão sujeitos o perito-contador são os seguintes:

a) ser amigo íntimo de qualquer das partes; b) ser inimigo capital de qualquer das partes;

c) ser devedor ou credor em mora de qualquer das partes, dos seus cônjuges, de parentes destes em linha reta ou em linha colateral até o terceiro grau ou entidades das quais esses façam parte de seu quadro societário ou de direção;

d) ser herdeiro presuntivo ou donatário de alguma das partes ou dos seus cônjuges;

e) ser parceiro, empregador ou empregado de alguma das partes; f) aconselhar, de alguma forma, parte envolvida no litígio acerca do objeto da discussão; e,

g) houver qualquer interesse no julgamento da causa em favor de alguma das partes.

3. o perito pode ainda declarar-se suspeito por motivo íntimo.

Diante disso, verifica-se que, antes de aceitar os trabalhos periciais, o perito deve estar atento a todos os itens que o impedem de aceitar o mesmo, pois, ao recusá-lo, demonstra um ato de dignidade e evita sanções.

2.2.5 Substituição do perito

A substituição do perito ocorre quando não houver conhecimento suficiente para o exercício da atividade para a qual foi designado, quando não cumprir o prazo de entrega do trabalho pré estabelecido pelo juiz.

Segundo Hoog e Petrenco (2007, p. 73) descreve que o perito poderá ser substituído pelo juiz nas seguintes situações,

• por pedido do próprio auxiliar da justiça;

• por pedido da parte alegando suspeição ou impedimento;

• ou a pedido da parte quando alega que o perito não dispõe de conhecimento técnico/científico, CPC, Art. 242, I;

• falecimento do perito

• sem motivo legítimo, deixa de cumprir o encargo no prazo que lhe for assinado, CPC, Art. 424, II.

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Com isso, verifica-se que o perito pode ser substituído quando estiver relacionado com alguns dos itens relacionados acima.

2.2.6 Responsabilidade do Perito

O contador que atuar na área de perícia contábil, principalmente, no âmbito judicial deverá atentar-se para as situações e lembrar que para todo o trabalho profissional é esperado uma contribuição ou desenvolvimento social. Assim, o perito deverá cumprir os ofícios aos quais foi designado, conforme descreve CPC nº 1.244 (2009, p.8),

o perito deve conhecer as responsabilidades sociais, éticas, profissionais e legais, às quais está sujeito no momento em que aceita o encargo para a execução de perícias contábeis judiciais e extrajudiciais, inclusive arbitral. O termo “responsabilidade” refere-se à obrigação do perito em respeitar os princípios da moral, da ética e do direito, atuando com lealdade, idoneidade e honestidade no desempenho de suas atividades, sob pena de responder civil, criminal, ética e profissionalmente por seus atos.

Assim, verifica-se que o perito deverá ter responsabilidade, conhecimento pelo trabalho a ser executado, agir com honestidade, pois, ao aceitar um trabalho pericial, estará sujeito a ser responsabilizado caso não realize seu trabalho com zelo.

muito grande é a responsabilidade do perito contábil, e os erros por dolo ou má-fé em seu trabalho podem resultar em serias sanções de natureza civil, criminal e ética, como graves conseqüências materiais e de naturezas moral e ética profissional. (SÁ, 2000, p. 89).

Deverá estar atento ao prazo de entrega aos trabalhos fixado pelo juiz, podendo o perito dar ciência sobre o tempo necessário para a execução do trabalho e, caso necessário, solicitar a prorrogação para que o mesmo possa cumprir o prazo determinado. (SÁ, 2000).

Ainda de acordo com o CPC, o perito deve ter responsabilidade ética, civil e criminal, conforme descrito abaixo,

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Responsabilidade e ética

A responsabilidade do perito decorre da relevância que o resultado de sua atuação pode produzir para solução da lide.

A responsabilidade ética do perito decorre da necessidade do cumprimento dos princípios éticos, em especial, os estabelecidos no Código de Ética Profissional do Contabilista e nesta Norma.

Ciente do livre exercício profissional deve o perito-contador, sempre que possível e não houver prejuízo aos seus compromissos profissionais e suas finanças pessoais, em colaboração com o Poder Judiciário aceitar o encargo confiado, na condição de perito-contador do juízo, ou escusar-se do encargo, no prazo legal, apresentando suas razões.

Cumpre ao perito-contador no exercício de seu ofício atuar com independência.

O perito-contador no desempenho Gde suas funções deve propugnar pela imparcialidade, dispensando igualdade de tratamento às partes e especialmente aos perito-contadores assistentes. Não se considera parcialidade, entre outros, os seguintes:

(a) atender a uma das partes ou perito-contadores assistentes, desde que se assegure igualdade de oportunidade à outra parte, quando solicitado;

(b) trabalho técnico-científico anteriormente publicado pelo perito-contador que verse sobre o tema objeto da perícia.

Responsabilidade civil e penal

A legislação civil determina responsabilidades e penalidades para o profissional que exerce a função de perito-contador, as quais consistem em multa, indenização e inabilitação.

A legislação penal estabelece penas de multa, detenção e reclusão para os profissionais que exercem a atividade pericial que vierem a descumprir as normas legais. (CFC nº 1.244, 2009, p.8)

Diante disso, verifica-se que compete ao perito agir com eficácia, responsabilidades, distinção e zelo no que se refere ao trabalho para o qual o mesmo foi designado.

2.2.7 Sigilo Profissional

Ao serem nomeados para a realização dos trabalhos periciais, o perito contador e o perito contador assistente devem manter sigilo dos trabalhos realizados, assim determina CFC nº 1.244 (2009, p. 7),

o perito, em obediência ao Código de Ética Profissional do Contabilista, deve respeitar e assegurar o sigilo das informações a que teve acesso, proibida a sua divulgação, salvo quando houver obrigação legal de fazê-lo. O dever de sigilo subsiste mesmo na hipótese de o profissional se desligar do trabalho antes de tê-lo concluído. Os empregados designados pelo

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Conselho Federal de Contabilidade e Conselhos Regionais de Contabilidade, para efetuarem a fiscalização do exercício profissional devem ter competência legal similar à requerida do perito para o trabalho por ele realizado, e assumem compromisso de sigilo profissional semelhante.

O sigilo profissional somente poderá ser quebrado quando houver necessidade pelo perito de defender sua moral e ética mediante a autorização das partes envolvidas no processo. (ZANNA, 2005).

Assim, verifica-se que o perito deve manter absoluto sigilo sobre o laudo pericial que está sendo analisado e somente em casos extremos o conteúdo do mesmo deve ser divulgado.

2.2.8 Zelo Profissional

Durante a realização dos trabalhos periciais, o perito deve manter zelo, com relação à conduta, documentos, prazo de entrega e outros. Assim descreve o CFC nº 1.244 (2009, p. 9),

o termo “zelo” para o perito refere-se ao cuidado que o mesmo deve dispensar na execução de suas tarefas, em relação à sua conduta, documentos, prazos, tratamento dispensado às autoridades, aos integrantes da lide e aos demais profissionais, de forma que sua pessoa seja respeitada, seu trabalho levado a bom termo e, consequentemente, o laudo pericial contábil e o parecer pericial contábil dignos de fé pública.

O zelo profissional do perito na realização dos trabalhos periciais compreende:

a) cumprir os prazos fixados pelo juiz em perícia judicial e nos termos contratados em perícia extrajudicial, inclusive arbitral;

b) assumir a responsabilidade pessoal por todas as informações prestadas, quesitos respondidos, procedimentos adotados, diligências realizadas, valores apurados e conclusões apresentadas no Laudo Pericial Contábil e no Parecer Pericial Contábil;

c) prestar os esclarecimentos determinados pelo juiz ou pelo árbitro, respeitados os prazos legais ou contratuais;

e) propugnar pela celeridade processual, valendo-se dos meios que garantam eficiência, segurança, publicidade dos atos periciais, economicidade, o contraditório e a ampla defesa;

f) ser prudente, no limite dos aspectos técnico-científicos, e atento às conseqüências advindas dos seus atos;

g) ser receptivo aos argumentos e críticas, podendo ratificar ou retificar o posicionamento anterior.

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Com os itens descritos acima, fica evidenciado que para o cumprimento das atividades com zelo, é necessário que o perito contador observe as regras descritas pelas normas vigentes.

2.2.9 Direitos e deveres do perito

Para exercer a função a qual lhe foi designada, o perito deve observar seus direitos e deveres.

São Direitos do Perito São Deveres do Perito

a) recusar a nomeação justiçando tal ato a) aceitar a nomeação nos termos do despacho saneador

b) requerer prorrogação do prazo para apresentar o laudo pericial contábil e para comparecer às audiências em função, por exemplo, (i) da complexidade e ou da extensão dos trabalhos periciais em andamento, (ii) do tempo necessário para que os livros e documentos cheguem ao seu escritório, (iii) da quantidade de diligência externas que deverá fazer, (iv) por motivo de doença, (v) etc.

b) desempenhar sua função por

completo e com dignidade,

respondendo a todos os quesitos pertinentes inclusive aos quesitos suplementares quando houver;

c) investigar o que lhe parecer adequado para cumprimento de sua missão,

podendo recorrer a fontes de

informações, tais como: (i) acesso aos autos, (ii) inquirição de testemunhas, (iii) exame de livros, de peças e de documentos pertinentes á causa;

c) respeitar o prazo;

d) pedir livros e documentos ás partes e

aos órgãos públicos em geral; d) comparecer à audiência quando convocado; e) instruir o laudo com documentos ou

suas cópias, com plantas, com fotografias e outras quaisquer peças que entender sejam necessárias para provar o conteúdo de seu laudo;

e) ao redigir seu laudo pericial contábil, ater-se à verdade dos fatos

comprovados e devidamente

documentados; f) atuar com total independência

refutando qualquer tipo de interferência que possa cercear sua liberdade de atuação;

f) prestar esclarecimentos sobre o laudo consignado quando solicitado a fazê-lo;

Referências

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