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Jogo de Ferramentas para Adaptação com Base na Comunidade

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Academic year: 2021

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Jogo de Ferramentas para Adaptação com

Base na Comunidade

Jogo de Ferramentas Digitais – Versão 1.0 – Julho 2010

ATENÇÃO:

Esta é uma cópia para impressão do Jogo de Ferramentas Digitais (Versão 1.0) disponível em CD. Por conseguinte, muitos dos links no jogo de ferramentas são desenhados para conduzi-lo a páginas no Jogo

Digital de Ferramentas num web browser (Pelo que eles não estão activos a partir desta cópia para impressão).

Pode aceder aos documentos usando o CD do Jogo de Ferramentas para Adaptação com Base na Comunidade. Para mais informações e contactos, veja a página (Equipa do Jogo de Ferramentas) (Toolkit

Team) no fim deste Manual ou mande e-mail para toolkits@careclimatechange.org. __________

Este Jogo de Ferramentas foi produzido por CARE Internacional com o apoio técnico dado pelo Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (IISD). A CARE reconhece o papel fundamental desempenhado pelo IISD em todos os estágios do desenvolvimento do Jogo de Ferramentas.

(2)

Table of Contents

Bem-vindo ao Jogo de Ferramentas para Adaptação com Base na Comunidade ... 4

Acerca do Jogo Ferramentas ... 5

O que Queremos Dizer com Adaptação com Base na Comunidade? ... 5

Quando devo usar este Jogo de Ferramentas ... 6

O que é que este Jogo de Ferramentas me pode ajudar a fazer? ... 6

O que é que este Jogo de Ferramentas não me ajudará a fazer? ... 7

O Essencial da Adaptação com Base na Comunidade ... 8

Conceitos Chave ... 8

Mudanças Climáticas ...8

Vulnerabilidade à Mudança Climática ...8

Capacidade Adaptativa ...9

Resistência ... 10

Calamidade ... 10

Meios de Subsistência Sustentáveis ... 10

Adaptação às Mudanças Climáticas ... 11

O que é Novo sobre a Adaptação ... 12

Um Quadro para Adaptação com Base na Comunidade ... 12

Usar o Jogo de Ferramentas ... 13

O Ciclo do Projecto de Adaptação com Base na Comunidade (ABC) ... 13

Usar os Padrões dos Projectos ABC ... 13

O Ciclo de Projecto ABC ... 14

Análise do Ciclo de Projecto ABC... 15

Desenho num Ciclo de Projecto ABC ... 15

Implementação no Ciclo de Projecto ABC ... 16

Gestão da Informação & Conhecimento no Ciclo de Projecto ABC ... 16

Padrões dos Projectos ABC ... 18

Padrões para Análise de Projectos de Adaptação com Base na Comunidade (ABC) ... 18

Padrões para o Desenho de Projecto de Adaptação com Base na Comunidade (ABC) ... 19

Padrões para Implementação de Projectos de Adaptação com Base na Comunidade (ABC) ... 20

Padrões de Gestão da Informação & Conhecimento num Projecto de Adaptação com Base na Comunidade (ABC) ... 21

Roteiro Passo a Passo ... 23

Roteiro Passo a Passo sobre Análise ... 23

ANÁLISE PASSO 1: Definir o processo de análise ... 24

ANÁLISE PASSO 2: Analisar o contexto climático ... 25

ANÁLISE PASSO 3: Analisar riscos climáticos e de desastre ... 26

ANÁLISE PASSO 4: Analisar o contexto institucional e das políticas relacionado com as mudanças climáticas28 ANÁLISE PASSO 5: Analisar as causas fundamentais da vulnerabilidade ... 30

(3)

ANÁLISE PASSO 6: Sintetizar, validar e documentar a análise ... 31

Roteiro Passo a Passo sobre Desenho ... 34

DESENHO PASSO 1: Definir o processo de desenho... 34

DESENHO PASSO 2: Definir a abrangência do projecto ... 36

DESENHO PASSO 3: Identificar estratégias de adaptação ao nível individual, dos agregados familiares e da comunidade ... 38

DESENHO PASSO 4: Criar um ambiente favorável para a adaptação ... 42

DESENHO PASSO 5: Analisar suposições e identificar estratégias de mitigação de risco ... 44

DESENHO PASSO 6: Orçamentação Inteligente ... 44

Roteiro Passo a Passo sobre Implementação ... 46

IMPLEMENTAÇÃO PASSO 1: Planificar para uma implementação eficaz ... 46

IMPLEMENTAÇÃO PASSO 2: Assegurar parcerias eficazes ... 47

IMPLEMENTAÇÃO PASSO 3: Desenvolver a capacidade do pessoal e parceiros ... 48

IMPLEMENTAÇÃO PASSO 4: Monitorar o contexto e ajustar a abordagem do projecto ... 50

IMPLEMENTAÇÃO PASSO 5: Assegurar sensibilidade ao género e diversidade nas operações do projecto .... 51

IMPLEMENTAÇÃO PASSO 6: Prontidão para a emergência ... 52

Roteiro Passo a Passo sobre Gestão da Informação & Conhecimento ... 54

GESTÃO DA INFORMAÇÃO & CONHECIMENTO PASSO 1: Desenvolver um Sistema de Gestão da Informação & Conhecimento ... 54

GESTÃO DA INFORMAÇÃO & CONHECIMENTO PASSO 2: Monitoria e avaliação das realizações do projecto 56 GESTÃO DA INFORMAÇÃO & CONHECIMENTO PASSO 3: Documentação e disseminação ... 58

LIGAÇÕES RÁPIDAS ... 61

Ferramentas ABC ... 61

ANÁLISE ... 61

DESENHO ... 61

IMPLEMENTAÇÃO ... 62

GESTÃO DA INFORMAÇÃO & CONHECIMENTO ... 62

Recursos ABC ... 62

ANÁLISE ... 62

DESENHO ... 63

IMPLEMENTAÇÃO ... 64

GESTÃO DA INFORMAÇÃO & CONHECIMENTO ... 65

Listas de Controlo do Documento do Projecto ... 66

Perguntas Frequentes ... 67

(4)

Bem-vindo ao Jogo de Ferramentas para Adaptação

com Base na Comunidade

As mudanças climáticas sao consideradas as maiores ameaças directa da história na visão da CARE, de um mundo de esperança, tolerância e justiça social, onde a pobreza tenha sido vencida e as pessoas vivam com dignidade e em segurança. A injustiça das mudanças climáticas é que os seus impactos negativos recaem de forma desproporcional sobre as comunidades pobres, cujo contributo para as suas causas foi mínimo. Nas comunidades pobres, as mulheres e os grupos marginalizados tendem a ser particularmente vulneráveis, pois com frequência faltam-lhes os recursos, o poder e oportunidades para se adaptarem.

Adaptação é agora reconhecida como uma parte essencial da resposta global as mudanças climáticass. Com base em décadas de experiência, os actores do desenvolvimento estão a promover cada vez mais uma abordagem “com base na comunidade”, que reconhece os riscos sem par enfrentados pelas pessoas pobres e marginalizadas, bem como o seu papel fundamental nas soluções da planificação, implementação, monitoria e avaliação (M&A). Este Jogo de Ferramentas responde à demanda dos profissionais por informação, ferramentas e orientação, para facilitar o desenho, implementação e gestão de projectos de Adaptação com Base na Comunidade (ABC).

O Jogo de Ferramentas (ABC) propõe um guião prático “como fazer”, para as equipas dos projectos, a fim de completarem o ciclo de projecto nos projectos ABC. Inclui roteiros passo a passo e ferramentas recomendadas para todos os estágios do ciclo do projecto, em conjunto com links para recursos úteis e listas de controlo (checklists) para os documentos chave do projecto. Também inclui Padrões que podem ajudar a assegurar a análise, desenho, implementação e gestão da informação & conhecimento, de alta qualidade (incluindo monitoria & avaliação) nos projectos ABC.

Este Jogo de Ferramentas Interactivo é desenhado para ser flexível. Os usuários podem adaptar o processo para responder às suas necessidades, prioridades e recursos disponíveis, incluindo tempo. Vá a Acerca do Jogo de Ferramentas, para descobrir como é que o Jogo de Ferramentas ABC pode funcionar-.

O Jogo de Ferramentas ABC é o resultado de um esforço colaborativo pela CARE Internacional e pelo Instituto Internacional para Estudos de Desenvolvimento (IISD). Estamos a adoptar a abordagem “aprender fazendo” – esta primeira versão será testada e aperfeiçoada ao longo do tempo, à medida que adquirimos mais conhecimentos em ABC e aprendemos com a experiência dos outros.

_______

Este Jogo de Ferramentas foi produzido pela CARE Internacional com o apoio técnico dado pelo Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (IISD). A CARE reconhece o papel fundamental desempenhado pelo IISD em todos os estágios do desenvolvimento do Jogo de Ferramentas.

Abrir todo o jogo de ferramentas

(www.careclimatechange.org/files/toolkit/Jogo_de_Ferramentas_para_Adaptacao_com_Base_na_Comunid ade.pdf)

(5)

Acerca do Jogo Ferramentas

Este Jogo de Ferramentas foi desenhado para guiar os usuários ao longo do processo de desenvolvimento e implementação de projectos de Adaptação com Base na Comunidade (ABC). Está organizado em torno dos seguintes estágios simplificados do ciclo do projecto: análise, desenho e implementação. Ele também providência orientação sobre gestão da informação & conhecimento, incluindo monitoria e avaliação. Esta é a quarta componente do ciclo do projecto que ocorre ao longo dos outros três estágios (por favor veja Ciclo de Projecto ABC para mais detalhes). Para cada um destes estágios é providenciado um roteiro passo a passo, juntamente com ferramentas e recursos recomendados para apoiar o processo. Este Jogo de Ferramentas inclui Padrões para Projectos ABC, que podem ser usados para aumentar a qualidade dos processos e efeitos do projecto. As equipas do projecto devem esforçar-se para alcançar ou ultrapassar estes Padrões nos três estágios do ciclo do projecto. Seguir o roteiro passo a passo permitir-lhe-á alcançar os Padrões na análise, desenho,

implementação e gestão da informação & conhecimento do seu projecto ABC. As Listas de Controlo dos Documentos do Projecto providenciam apoio adicional.

Esta secção também propõe orientação sobre quando usar o Jogo de Ferramentas e ajuda-o a compreender o que ele fará e o que não fará.

Os links transversais no topo de cada página, permitem-lhe navegar entre as diferentes secções do Jogo de Ferramentas. A barra de navegação lateral indica em que secção se encontra e permite-lhe movimentar-se através das suas diferentes partes. Quick Links levam-no directamente às ferramentas, recursos e listas de controlo. A qualquer momento pode voltar à localização anterior através do clique no botão de retorno do browser.

Desenhamos o Jogo de Ferramentas neste formato interactivo para que possa ser usado no seu computador. Agindo assim, reduziremos o consumo de papel, tinta e energia. No entanto, é possível imprimir o Jogo de ferramentas na totalidade ou secções específicas.

Abrir a secção Acerca do Jogo de Ferramentas

(www.careclimatechange.org/files/toolkit/Acerca_do_Jogo_Ferramentas.pdf)

O que Queremos Dizer com Adaptação com Base na Comunidade?

Projectos de Adaptação com Base na Comunidade (ABC) são intervenções cujo objectivo primário é melhorar a capacidade das comunidades locais se adaptarem às mudanças climáticas. Na perspectiva da CARE, uma ABC eficaz requer uma abordagem integrada que combine o conhecimento tradicional com estratégias inovativas, que tratam não apenas das vulnerabilidades prevalecentes mas também criam resistência nas pessoas para fazerem face a desafios novos e dinâmicos. Tem também como propósito proteger e manter os ecossistemas de que as pessoas dependem para os seus meios de subsistência. Para criar capacidade adaptativa eficaz, o processo ABC deve incorporar quatro estratégias inter-relacionadas:

• Promoção de meios de subsistência resistentes ao clima, incluindo diversificação dos rendimentos e

capacitação para planificação e gestão melhorada do risco;

• Redução do risco de desastre para diminuir o impacto das calamidades naturais, particularmente nos

agregados familiares e indivíduos vulneráveis;

(6)

• Desenvolvimento da capacidade dos agentes da sociedade civil e instituições do governo local para

que possam providenciar um melhor apoio às comunidades, agregados familiares e indivíduos nos seus esforços de adaptação; e

• Advocacia, mobilização social e empoderamento para lidar com as causas fundamentais da

vulnerabilidade.

Reconhecendo a importância de um ambiente favorável para uma ABC eficaz, a abordagem da CARE não se limita a promover a mudança ao nível da comunidade. Nós também temos como propósito informar e influenciar as políticas regionais, nacionais e internacionais, promovendo uma governação responsável, inclusiva e justa. Este processo envolve advocacia baseada em evidências, bem como um empenho construtivo nos processos chave de tomada de decisões a todos os níveis.

Outro elemento chave da nossa abordagem, é o reconhecimento de que a vulnerabilidade às mudanças climáticas difere dentro das comunidades e mesmo entre os agregados familiares com base nos papéis, poder e acesso/controlo sobre os recursos. Esta é a base para o nosso enfoque ao tratar as causas fundamentais da vulnerabilidade como uma parte integrante da ABC. O propósito dos nossos projectos de adaptação é tratar de questões tais como a desigualdade do género, governação ineficiente ou acesso limitado a serviços básicos, que constrangem a capacidade de certas pessoas se adaptarem às mudanças climáticas. O nosso propósito é empoderar as pessoas mais vulneráveis, incluindo mulheres e grupos marginalizados, para proteger os seus meios de subsistência, reivindicar os seus direitos e satisfazer as suas aspirações.

Note-se que nalgumas partes do mundo existe uma incerteza significativa em torno dos prognósticos das mudanças climáticas (por exemplo, não sabemos se o Sahel terá um pouco mais ou um pouco menos de chuva durante as próximas décadas). Se este for o caso, a adaptação deve centrar-se em actividades “não remorsos” que aumentarão a capacidade das pessoas para lidar com uma gama de cenários prováveis das mudanças climáticas.

Quando devo usar este Jogo de Ferramentas

Este Jogo de Ferramentas pode ser usado ao longo do ciclo do projecto nos projectos ABC, começando com o estágio da análise. O desenho de um projecto ABC requer que a análise cubra uma vasta gama de questões, algumas das quais poderão ser novas para as equipas do projecto. O Jogo de Ferramentas guia o processo de análise e sugere ferramentas para ajudar a planificar, realizar, sintetizar e documentar a análise. Os outros estágios desenvolvem-se a partir desta análise, assegurando que o desenho do projecto, implementação e a gestão da informação & conhecimento, respondem às questões prioritárias da adaptação, e que alcançam padrões de qualidade elevados, conforme delineado nos Padrões para Projectos ABC.

O que é que este Jogo de Ferramentas me pode ajudar a fazer?

O jogo de ferramentas foi desenhado para:

• Ajudá-lo a identificar áreas, comunidades e grupos que sejam vulneráveis às mudanças climáticas. • Guiá-lo na análise da vulnerabilidade e capacidade adaptativa dos grupos alvo do seu projecto tendo

como base tanto a informação científica como o conhecimento local.

• Habilitá-lo a identificar questões prioritárias da adaptação na área alvo, para o seu projecto, e

desenvolver estratégias para lidar com estas questões ao nível dos agregados familiares/indivíduo, a nível local e nacional.

• Providenciar orientação sobre a gestão da informação & conhecimento no seu projecto, incluindo o

desenho do seu sistema de monitoria e avaliação.

(7)

O que é que este Jogo de Ferramentas não me ajudará a fazer?

Este Jogo de Ferramentas ABC:

• Não providenciará uma fórmula específica para projectos ABC. A vulnerabilidade às mudanças

climáticas é específica ao contexto, e as iniciativas ABC devem ser adaptadas para responder às necessidades de grupos de impacto em ambientes sociais e ecológicos específicos.

• Não o ajudará a desenhar programas. Foi desenhado especificamente para projectos de adaptação. • Não o ajudará a desenhar iniciativas de adaptação de cima para baixo.

• Não o ajudará a integrar a adaptação em planos de desenvolvimento em larga escala, programas ou

estratégias organizacionais

• Não o ajudará a integrar a mudança climática em outro tipo de projectos. Para mais informações sobre

o assunto, por favor veja Jogo de Ferramentas para Integrar a Adaptação em Projectos de Desenvolvimento (www.careclimatechange.org/toolkits)

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O Essencial da Adaptação com Base na Comunidade

Esta secção é desenhada para muni-lo dos conhecimentos básicos de

que necessita para usar este Jogo de Ferramentas, incluindo conceitos chave, características da adaptação e como é que a ABC difere do desenvolvimento e o complementa. Ela também lhe fornece um quadro para Adaptação com Base na Comunidade (ABC)

As ferramentas recomendadas e os recursos providenciados ao longo do roteiro passo a passo, ajudá-lo-ão a desenvolver-se a partir deste conhecimento essencial conforme vai progredindo no ciclo de projecto ABC.

Abrir a secção O Essencial sobre a ABC

(www.careclimatechange.org/files/toolkit/O_Essencial_da_Adaptacao_ com_Base_na_Comunidade.pdf)

Conceitos Chave

Mudanças Climáticas

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC)1 define como sendo:

Qualquer mudança no clima, ao longo do tempo, quer devida à variabilidade natural ou em resultado da actividade humana.2

Quando discutimos mudanças climáticas neste Jogo de Ferramentas estamos a referir-nos ao aumento médio global, observado e projectadoas temperaturas bem como aos impactos a ele associados (e.g. o aumento na frequência ou intensidade de intempéries violentas, degelo dos icebergues, dos glaciares e do subsolo congelado (permafrost); aumento do nível do mar; e mudanças na época das chuvas ou na quantidade de precipitação).

Vulnerabilidade à Mudança Climática

Vulnerabilidade às mudanças climáticas foi definida como:

O grau em que um sistema [natural ou humano] é susceptível ou incapaz de fazer face a efeitos adversos das mudanças climáticas, incluindo variabilidade climática e intempéries violentas. A vulnerabilidade é função do carácter, magnitude e graduação da variação climática a que um sistema está exposto, a sua sensibilidade e a sua capacidade adaptativa.3

No contexto deste Jogo de Ferramentas, os sistemas a que nos estamos a referir são principalmente as comunidades vulneráveis. Visto que as comunidades não são homogéneas, agregados familiares ou indivíduos particulares nas comunidades podem ter graus de vulnerabilidade diferenciados.

A importância da vulnerabilidade biofísica também é reconhecida. Muitas pessoas pobres são directamente dependentes dos ecossistemas para os seus meios de subsistência.4 Na verdade, a biodiversidade é a base e o suporte principal da agricultura, florestas e pescas. Florestas naturais, água doce e ecossistemas marinhos sustentam uma vasta gama de bens e serviços do ecossistema, incluindo o provimento e regulação dos fluxos e qualidade da água, madeira e pesca. Os “mais pobres entre os pobres” são, com frequência, especialmente dependentes destes bens e serviços.5 Para estes grupos, a vulnerabilidade biofísica significa vulnerabilidade humana e/ou dos meios de subsistência.

(9)

A exposição à variação climática é fundamentalmente uma função da geografia. Por exemplo, as comunidades do litoral estarão mais expostas ao aumento do nível do mar e ciclones enquanto as comunidades em áreas semi-áridas podem estar mais expostas à seca.

Sensibilidade é o nível em que uma dada comunidade ou ecossistema é afectado por pressões climáticas. Por exemplo, uma comunidade cuja agricultura dependeda chuva, é muito mais sensível à mudança nos padrões da precipitação do que uma onde a mineração é o meio de subsistência dominante. Do mesmo modo, um ecossistema frágil, árido ou semi-árido, é mais sensível à diminuição da precipitação do que o tropical, devido ao impacto subsequente nos fluxos de água.

Capacidade Adaptativa

Capacidade Adaptativa é definida como:

A capacidade de um sistema [humano ou natural] de se ajustar às mudanças climáticas (incluindo variabilidade climática e intempéries violentas) de moderar danos potenciais, tirar partido das oportunidades, ou fazer face às consequências.6

Um dos factores mais importantes que molda a capacidade adaptativa dos indivíduos, agregados familiares e comunidades é o seu acesso e controlo sobre os recursos naturais, humanos, sociais, físicos e financeiros. Exemplos de recursos que afectam a capacidade adaptativa incluem:

Humanos Conhecimento dos riscos climáticos, habilidades em agricultura de conservação, boa saúde para poder trabalhar

Sociais Grupos de poupança e crédito para mulheres, organizações de base dos camponeses e instituições tradicionais de assistência e apoio social

Físicos Infra-estrutura para irrigação, instalações para armazenagem de semente e cereais

Naturais Fontes de água de confiança, terra fértil, vegetação e árvores Financeiros Micro - seguros, fontes de rendimento diversificadas

No geral as pessoas mais pobres do mundo têm, com frequência, acesso limitado a esses recursos dos meios de subsistência que facilitariam a adaptação. O acesso e o controlo sobre estes recursos também variam dentro dos países, nas comunidades e mesmo nos agregados familiares. É influenciado por factores externos tais como políticas, instituições e estruturas do poder.7

Por exemplo, as mulheres são com frequência particularmente vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas devido ao seu acesso limitado à informação, recursos e serviços. Do mesmo modo, para os homens que se dedicam à pastorícia, é mais fácil a adaptação à mudanças nos padrões da precipitação do que para as mulheres, pois a sua cultura permite uma maior mobilidade entre os homens. Noutras sociedades, mais homens do que mulheres podem sobreviver às cheias já que muitas mulheres pobres não sabem nadar. No entanto, é importante notar que a capacidade adaptativa pode variar com o andar do tempo e com base em mudanças nas condições, e pode diferir em relação a calamidades específicas.

A abordagem para integrar as mudanças climáticas assenta na identificação de grupos vulneráveis e na selecção de estratégias de adaptação, dependendo tanto do contexto humano como do ecossistema natural.

(10)

Resistência

Resistência pode ser definida como:

A capacidade de um sistema [humano ou natural] de resistir, absorver e recuperar dos efeitos das calamidades de forma atempada e eficiente, preservando ou repondo as suas estrutura essenciais básicas, funções e identidade.8

Resistência é um conceito familiar no contexto da redução do risco de desastre (RRD), e está sendo cada vez mais discutido no domínio da adaptação. Uma comunidade resistente está em boa posição para gerir calamidades, minimizar os seus efeitos e/ou recuperar rapidamente de quaisquer impactos negativos, resultando num estado semelhante ou melhorado, quando comparado com o estado antes de a calamidade ocorrer. Há articulações fortes entre resistência e capacidade adaptativa; consequentemente, resistência também varia grandemente para diferentes grupos na comunidade.

Calamidade

No contexto da redução do risco de desastre, uma calamidade é definida como:

Um fenómeno, substância, actividade humana ou condição perigosa que possa causar perda de vidas, ferimentos ou outros impactos na saúde, danos em propriedade, perda de meios de subsistência e serviços, ruptura social e económica ou danos ambientais.9

Quando discutimos calamidade no contexto deste Jogo de Ferramentas estamos a referir-nos tanto a choques tais como cheias (começo rápido) e a pressões, tais como secas ou mudança nos padrões da precipitação (começo lento)

É importante distinguir entre a calamidade (e.g. cheia) e os seus efeitos (e.g. morte de gado). Alguns efeitos tais como falta de comida, podem ser o resultado de uma combinação de calamidades, incluindo choques e pressões climáticas, declínio na fertilidade do solo e acesso inseguro aos mercados. Para analisar eficazmente a vulnerabilidade temos que entender a natureza dinâmica, causas e interacções das calamidades.

Meios de Subsistência Sustentáveis

Este Jogo de Ferramentas coloca o enfoque na análise e integração da adaptação às mudanças climáticas na perspectiva da abordagem dos meios de subsistência sustentáveis (AMSS). 10

Meios de subsistência abrangem habilidades, recursos e actividades necessárias para um modo de vida. Um meio de subsistência é sustentável quando pode fazer face e recuperar-se de choques e pressões externas, e manter ou fortalecer as suas capacidades e recursos agora e no futuro. Cinco categorias essenciais de recursos são tipicamente identificadas na AMSS: Humanos, sociais, físicos, naturais e financeiros.

A abordagem ajuda a melhorar o entendimento da natureza dinâmica dos meios de subsistência e o que os influencia. Ela desenvolve-se a partir do vigor das pessoas e das oportunidades para apoiar estratégias de meios de subsistência existentes. Ela examina a influência das políticas e instituições nas opções dos meios de subsistência, e destaca a necessidade de políticas que tratem das prioridades dos pobres. Ela encoraja parcerias público-privadas e tem como propósito a sustentabilidade. Na nossa perspectiva, todos estes são elementos importantes duma adaptação eficaz à mudança climática 11

(11)

Adaptação às Mudanças Climáticas

A adaptação às mudanças climáticas é definida como:

Um ajustamento nos sistemas naturais ou humanos em resposta a estímulos climáticos prevalecentes ou esperados ou os seus efeitos, que moderam os prejuízos ou exploram as oportunidades benéficas.12

Vemos a adaptação como um processo com enfoque na redução da vulnerabilidade, que usualmente envolve a criação de capacidade adaptativa, particularmente das pessoas mais vulneráveis. Nalguns casos ela também envolve a redução da exposição ou sensibilidade aos impactos das mudanças climáticas. De facto, a adaptação é mais do que reduzir a vulnerabilidade, trata-se de certificar que as iniciativas de desenvolvimento não aumentam inadvertidamente a vulnerabilidade.

Visto que a redução da vulnerabilidade é o fundamento da adaptação, ela exige uma compreensão detalhada de quem é vulnerável e porquê. Isto envolve tanto a análise da exposição prevalecente a choques e pressões climáticas, bem como análises dos impactos climáticos futuros, baseadas em modelos. Com esta informação podem ser desenhadas e implementadas estratégias de adaptação apropriadas. Monitorar e avaliar a eficácia das actividades e resultados bem como partilhar o conhecimento e as lições aprendidas, são também componentes essenciais do processo de adaptação.

_______

1O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) é um órgão criado para providenciar aos decisores, informação científica, técnica e sócio económica de uma forma relevante mas neutra.

2 IPCC, 2007. Mudanças Climáticas 2007: Impactos e Vulnerabilidade. Contribuição do Grupo de Trabalho II ao Quarto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, Anexo I.,M.L. Parry, O.P. Canziani, J.P.Palutikot, P.J. van der Linden e C.E. Hanson, Eds., Imprensa da Universidade de Cambridge, Cambridge, UK, 976pp.

3 Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) Grupo de Trabalho 2, 2001. Terceiro Relatório de

Avaliação, Anexo B: Glossário de Termos

4

Unidade de Trabalho (Task Force) sobre Mudanças Climáticas, Comunidades Vulneráveis e Adaptação (IUCN, SEI e IISD), 2003. Meios de Subsistência e Mudanças Climáticas. Combinar Redução do Risco de Desastre, Gestão dos Recursos Naturais e adaptação às Mudanças Climáticas numa nova abordagem para a redução da vulnerabilidade e pobreza. Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável, Canadá.

5

Banco Mundial 2009. Soluções Convenientes para uma Verdade Inconveniente: Abordagens para as Mudanças Climáticas Baseadas no Ecossistema. Departamento do Ambiente, Banco Mundial.

6Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) Grupo de Trabalho 2, 2001. Terceiro Relatório de

Avaliação, Anexo B: Glossário de Termos

7Em alguns quadros de meios de subsistência, o capital político é reconhecido como a sexta categoria de recursos. 8Adaptado de: UNISDR, 2009. Terminologia: Termos básicos da redução do risco de desastre e IISD et al, 2007.

Monitoria do Risco com Base na Comunidade – Adaptação e Meios de Subsistência (CRiSTAL) Manual do Usuário, Versão 3.0.

9UNISDR, 2009. Terminologia: Termos básicos da redução do risco de desastre UNISDR, 2009.

10Departamento para o Desenvolvimento Internacional, UK (DFID). 2001. Folheto de Orientação sobre Meios de

Subsistência Sustentáveis.

11

Scoones, Ian (2005); Meios de Subsistência Rurais Sustentáveis: Um Quadro para Análise. Instituto para Estudos de Desenvolvimento, Universidade de Sussex. Inglaterra. Disponível em http://www.sarpn.org.za/documents/d0001493/P1833-Sustainable-rural-livelihoods_IDS-paper72.pdf

13

IPCC, 2007: Mudanças Climáticas 2007: Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade. Contribuição do Grupo de Trabalho II para o Quarto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, Anexo I., M.L. Parry, O.F. Canziani, J.P.Palutikof, P.J. van der Linden e C.E. Hanson, Eds., Imprensa da Universidade de Cambridge, Cambridge, Reino Unido, 976pp.

(12)

O que é Novo sobre a Adaptação

Há algum debate na comunidade de desenvolvimento sobre se de facto a adaptação representa algo de “novo”. Embora seja verdade que muitos projectos de desenvolvimento aumentam a capacidade adaptativa das pessoas, também é verdade que alguns tornam as pessoas mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas.

Do ponto de vista da CARE, a adaptação às mudanças climáticas é nova porque quando implementada correctamente ela é:

• Baseada numa análise holística da vulnerabilidade das pessoas às mudanças climáticas, examinando tanto os riscos climáticos prevalecentes como os projectados;

• Tem a finalidade explícita de reduzir a vulnerabilidade aos impactos das mudanças climáticas;

• Usa informação climática científica bem como conhecimentos climáticos locais/tradicionais para a planificação;

• Integra a gestão do risco de desastre como uma parte fundamental da abordagem;

• Adopta uma visão de longo prazo através da planificação e implementação de intervenções que aumentam a resistência à variabilidade climática prevalecente, ao mesmo tempo que prepara para mudanças climáticas previstas a mais longo prazo;

• Usa a monitoria do risco climático para assegurar que as actividades do projecto são resistentes aos impactos climáticos; e

• Reconhece que o contexto, necessidades e prioridades são dinâmicas e portanto, incorpora a flexibilidade para gerir isto.

Um Quadro para Adaptação com Base na Comunidade

A CARE desenvolveu um Quadro ABC que apresenta uma gama de “factores favoráveis” que devem existir ao nível dos agregados familiares/indivíduo, ao nível da comunidade/local e ao nível nacional, para que ocorra uma adaptação eficaz com base na comunidade. Estes factores favoráveis estão ligados aos quatro elementos chave da ABC:

• Promoção de estratégias de meios de subsistência resistentes ao clima;

• Estratégias de redução do risco de desastre para diminuir o impacto das calamidades; • Desenvolvimento da capacidade da sociedade civil e instituições governamentais locais; e

• Advocacia, mobilização social e empoderamento para lidar com as causas fundamentais da vulnerabilidade.

O Quadro para ABC (http://www.careclimatechange.org/files/toolkit/Quadro_ABC.pdf) providencia um guião para as equipas do projecto na identificação de estratégias de adaptação a diferentes níveis. Isto não é para sugerir que qualquer projecto conseguirá alcançar todos estes factores favoráveis. Mais propriamente, o quadro representa a gama de factores diferentes que os projectos ABC podem influenciar de modo a criar capacidade adaptativa das populações alvo.

(13)

Usar o Jogo de Ferramentas

O Jogo de Ferramentas ABC é desenhado para ser flexível de modo a que os usuários possam adaptá-lo às suas necessidades específicas, prioridades, ao tempo e recursos disponíveis para usá-lo. Ele providencia orientação detalhada para acompanhar o Ciclo de Projecto ABC, apoiado por padrões de projectos e listas de controlo para a preparação de documentos chave dos projectos.

Abrir a secção Usar o Jogo de Ferramentas

(www.careclimatechange.org/files/toolkit/Usar_o_Jogo_de_Ferr amentas.pdf)

O Ciclo do Projecto de Adaptação com Base na Comunidade (ABC)

O Jogo de Ferramentas está organizado em torno do Ciclo de Projecto ABC. O ciclo de projecto é uma forma de ilustrar os principais estágios no desenvolvimento do projecto, as ligações entre eles e a sua sequência. A estrutura detalhada do ciclo de projecto varia entre organizações, mas os estágios principais são em geral muito semelhantes, embora possam ser designados

de forma diferente. Neste Jogo de Ferramentas usamos os três estágios seguintes no ciclo de projecto: análise, desenho e implementação. A quarta componente do Ciclo de Projecto ABC é a gestão da informação & conhecimento, que ocorre ao longo das outras três (por favor veja Ciclo de Projecto ABC para mais detalhes). Orientação acerca da monitoria & avaliação (M&A) pode ser encontrada nas secções de gestão da informação & conhecimento.

Seguir o ciclo de projecto ABC requer reflexões sobre questões novas que podem não ser levadas em consideração num ciclo de projecto característico dos projectos de desenvolvimento. O Roteiro Passo a Passo nos diferentes estágios do ciclo de projecto guia-o através dos passos que terá de dar no ciclo de projecto ABC. Isto inclui links para ferramentas recomendadas e recursos que pode usar para compreender os desafios impostos pelas mudanças climáticas, identificar estratégias para lidar com os desafios e implementar o seu projecto ABC eficazmente. Também são providenciadas links para ferramentas e recursos para a gestão da informação & conhecimento (incluindo monitoria e avaliação).

Se não dispõe de tempo ou recursos para seguir a orientação detalhada, pode usar As Listas de Controlo do Documento do Projecto para documentos característicos, produzidos como parte do ciclo de projecto. Estas ferramentas úteis resumem a orientação detalhada em listas de controlo de uso fácil, para documentos conceptuais, propostas, planos de implementação, relatórios analíticos e orçamentos de projecto para projectos ABC. Estes pretendem ser apenas guias – os documentos devem ser adaptados às necessidades e demandas específicas do doador e outras partes interessadas (stakeholders) com as quais esteja a trabalhar.

Usar os Padrões dos Projectos ABC

Para garantir que o seu projecto se qualifica na íntegra como um verdadeiro projecto ABC do mais alto padrão, use Os Padrões de Projecto ABC para avaliar o processo e resultados de cada estágio do ciclo do projecto. Estes padrões representam os critérios chave que devem ser alcançados nos projectos ABC para que estes sejam eficazes e sustentáveis. São desenhados para serem usados em paralelo com o roteiro passo a passo dando garantia de controlo de qualidade, para verificar que está a demonstrar boas práticas no seu trabalho ABC.

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O Ciclo de Projecto ABC

Análise do Projecto

Estágio em que fica a saber mais sobre o contexto em que planeia trabalhar. Desenho do Projecto

Estágio em que as constatações do estágio de análise são usadas para desenvolver e finalizar os parâmetros do projecto antes da implementação.

Implementação do Projecto

Estágio em que os recursos do projecto são utilizados, as actividades planeadas são realizadas, as partes interessadas (stakeholders) e parceiros estão activamente comprometidos, a capacidade das partes interessadas (stakeholders) do projecto é desenvolvida, e o projecto é monitorado e adaptado a novas condições que possam surgir.

Gestão de Informação & Conhecimento

Uma abordagem para isto incorpora monitoria & avaliação (M&A) para os relatórios analíticos, e com enfoque na aprendizagem, documentação e partilha de conhecimento.

Abrir a secção Ciclo do Projecto ABC

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Análise do Ciclo de Projecto ABC

O propósito do estágio de análise (por vezes também chamado de diagnóstico do projecto, diagnóstico holístico ou análise e síntese no quadro do desenho do projecto da CARE), é saber mais acerca do contexto em que planeia trabalhar. Envolve recolha, organização e síntese da informação sobre o contexto do projecto (ambiente operativo) de modo a inspirar o seu desenho de projecto. Isto inclui a recolha e análise da informação sobre os factores sociais, políticos, económicos e ambientais que influenciam as vidas e os meios de subsistência. É importante compreender o ambiente em que os meios de subsistência são administrados, de modo a perceber a natureza dos problemas, necessidades e oportunidades, e subsequentemente desenhar respostas adequadas. Este estágio envolve normalmente análises tais como: levantamento das necessidades, levantamento institucional, análise das partes interessadas (stakeholders), análise de género, avaliação dos direitos, análise dos meios de subsistência, análise ambiental e análise da causa/do problema.

Para os projectos ABC, este estágio também dá aos planeadores a oportunidade de juntar informação crucial sobre o contexto climático do projecto, incluindo padrões meteorológicos e da precipitação, bem como riscos climáticos que estejam a afectar a área do projecto e as comunidades locais. Outra informação vital a recolher diz respeito à vulnerabilidade e capacidade adaptativa das comunidades às mudanças climáticas prevalecente. É também o momento de considerar as estratégias existentes para fazer face (coping strategies), e como é que estas poderão evoluir em estratégias de adaptação a mais longo prazo. Isto ajudará a entender melhor as oportunidades e obstáculos para a adaptação por grupos diferentes. Os passos chave na fase de análise 1 são:

PASSO 1: Definir o processo de análise PASSO 2: Analisar o contexto climático

PASSO 3: Analisar riscos climáticos e de desastre

PASSO 4: Analisar o contexto institucional e das políticas em relação às mudanças climáticas PASSO 5: Analisar as causas fundamentais da vulnerabilidade

PASSO 6: Sintetizar, validar e documentar a análise 1 Estes passos ligam com a secção do Roteiro Passo a Passo.

Desenho num Ciclo de Projecto ABC

O desenho do projecto (também chamado estratégia focalizada no Manual de Desenho de Projectos da CARE) (www.careclimatechange.org/files/toolkit/CARE_Project_Design.pdf), é o estágio em que as

constatações do estágio de análise podem ser usadas para desenvolver e finalizar os parâmetros do projecto antes da implementação. Este é o estágio em que são tomadas decisões chave sobre o projecto, incluindo a sua abrangência, que resultados se propõe alcançar e que estratégias serão usadas para alcançar os resultados identificados.

Uma das questões chave que se deve ter em mente ao desenhar um projecto ABC é a flexibilidade. A natureza exacta dos impactos das mudanças climáticas no período de duração de um projecto típico é incerta. A fim da equipa do projecto e as partes interessadas (stakeholders) gerirem esta incerteza, os desenhos de projecto devem ser suficientemente flexíveis para responder a mudanças no contexto e a novas prioridades que possam surgir ao longo da vida do projecto. A adaptação deve ser vista como um processo de gestão de incertezas e de ajustamento às mudanças ao longo do tempo. Isto pode requerer desenhos de projecto ABC que sejam mais orientados aos processos e menos rígidos que os projectos comuns de desenvolvimento. Também requer reflexão cuidadosa dos riscos e suposições no desenho do projecto.

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Tenha em mente que as pessoas que vão implementar o projecto não são necessariamente as que o desenharam. Portanto, documentação eficaz do processo de desenho, incluindo decisões chave e a base lógica (rationale), é importante para facilitar uma melhor implementação.

Os passos chave na fase de desenho1 são: PASSO 1: Definir o processo do desenho PASSO 2: Definir a abrangência do projecto

PASSO 3: Identificar estratégias de adaptação ao nível do indivíduo, agregado familiar e da comunidade PASSO 4: Criar um ambiente favorável à adaptação

PASSO 5: Analisar suposições e identificar estratégias para mitigação dos riscos PASSO 6: Orçamentação inteligente

1

Estes passos ligam com a secção Roteiro Passo a Passo.

Implementação no Ciclo de Projecto ABC

Após conclusão da análise e do desenho do projecto, as equipas do projecto podem iniciar a fase de implementação. Esta é a fase em que os recursos do projecto são utilizados, as partes interessadas (stakeholders) e os parceiros estão activamente empenhados em realizar as actividades planeadas, em que a capacidade das partes interessadas (stakeholders) do projecto é desenvolvida, e o projecto é monitorado e adaptado a novas condições que venham a surgir.

Os passos chave na fase de implementação1 são: PASSO 1: Planear para uma implementação eficaz PASSO 2: Assegurar parcerias eficazes

PASSO 3: Desenvolver a capacidade do pessoal e parceiros

PASSO 4: Monitorar o contexto e ajustar a abordagem do projecto

PASSO 5: Assegurar sensibilidade ao género e diversidade nas operações do projecto PASSO 6: Prontidão para a emergência

1

Estes passos ligam com a secção Roteiro Passo a Passo.

Gestão da Informação & Conhecimento no Ciclo de Projecto ABC

Informações relativas ao projecto são os dados ou factos que podem ser organizados para descrever uma dada situação ou condição na área alvo. O conhecimento pode ser definido como sendo a compreensão e o entendimento de uma situação ou condição que resulta da obtenção e organização de informação. O conhecimento é a aplicação da informação; a interpretação e aplicação da informação para aumentar o entendimento ou realizar uma tarefa.

A gestão da informação significa identificar que informação é necessária, quem tem a informação, como podemos obter e guardar a informação, e encontrar o melhor método para a sua distribuição e uso. Isto envolve ver a informação como um recurso estratégico que pode ser utilizado e reutilizado para alcançar os nossos objectivos, melhorar os nossos processos de tomada de decisões, aprender e criar novo conhecimento 1 Igualmente, a gestão do conhecimento refere-se à prática de recolha, organização, partilha e análise do conhecimento de forma inclusiva, para fortalecer a eficiência operacional.2 Visto que a ABC é uma área relativamente nova, é importante que o sistema de GI&C instale mecanismos para facilitar a conversão da informação em conhecimento.

Com frequência, a gestão da informação & conhecimento nos projectos de desenvolvimento é equiparada à monitoria e avaliação (M&A) que fazemos para reportar aos doadores. Neste Jogo de Ferramentas promovemos uma abordagem mais ampla à gestão da informação & conhecimento que incorpora a M&A

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para os relatórios narrativos, mas também enfoca na aprendizagem, documentação e partilha de conhecimento entre os parceiros do projecto.

M&A dos projectos ABC requer que ponderemos sobre indicadores de realização que podem ser novos ou diferentes dos tipos de indicador que usamos normalmente para monitorar & avaliar projectos de desenvolvimento. A natureza da adaptação como um processo, e não como um fim, pode tornar a M&A dos projectos ABC mais complexa do que a dos projectos de desenvolvimento. Um desafio adicional é colocado pela duração de médio a longo prazo das mudanças climáticas. Isto significa que é difícil avaliar se as pessoas estão a adaptar-se às mudanças climáticas, particularmente no período de duração de projectos ABC típicos. Por conseguinte, os sistemas de M&A nos projectos ABC vão caracteristicamente avaliar as mudanças na capacidade adaptativa dos grupos alvos, usando indicadores que captam elementos diferentes desta capacidade, bem como melhorias no ambiente favorável para a adaptação a nível local. Eles podem também avaliar quão eficazmente as pessoas estão a gerir a variabilidade climática prevalecente, como indicador da capacidade de gerir mudanças climáticas a mais longo prazo. Com frequência, os indicadores ABC são mais orientados aos processos que os indicadores habituais dos projectos.

Dada a experiência limitada com projectos ABC, colocamos uma ênfase significativa na gestão da informação & conhecimento ao longo do ciclo do projecto. O principal objectivo por detrás desta abordagem é criar uma oportunidade para desenvolver conhecimento que pode ser amplamente disseminado para criar capacidade de uma vasta gama de partes interessadas (stakeholders) empenhadas na adaptação para além do alcance do projecto.

Os passos chave na fase de gestão da informação & conhecimento3 são: PASSO 1: Criar um Sistema de Gestão da Informação & Conhecimento (GI&C) PASSO 2: Monitorar e avaliar as realizações do projecto

PASSO 3: Documentação e disseminação 1

Sistemas de Gestão da Informação do Projecto: Guiões para Planificar, Implementar e Gerir um Sistema DME de Informação do Projecto (2004), CARE Internacional.

2A Terminologia do Conhecimento para o Desenvolvimento Sustentável: Informação, Conhecimento, colaboração e

Comunicações (Nota da Prática das Comunicações sobre o Conhecimento do IISD) (2005), IISD

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Padrões dos Projectos ABC

Adaptação com Base na Comunidade (ABC) é uma nova área para muitos profissionais do desenvolvimento. A ABC envolve reflexões sobre questões novas e por vezes complexas. Ela envolve uma abordagem integrada e com frequência transversal, requerendo habilidades diferentes e novas parcerias. Ela funciona em níveis múltiplos para alcançar melhorias concretas na capacidade adaptativa das pessoas e comunidades, e para criar uma política e ambiente institucional favorável para a adaptação local. É assente em boas práticas de desenvolvimento, incluindo a participação das partes interessadas (stakeholders), prática de reflexão, documentação eficaz e disseminação dos resultados e lições.

Para guiar as equipas do projecto a alcançar a mais alta qualidade na análise, desenho, implementação e gestão da informação & conhecimento de projectos ABC, desenvolvemos os Padrões de Projectos ABC. Estes padrões representam os critérios chave que devem ser alcançados para assegurar a qualidade dos processos e

resultados dos diferentes estágios do ciclo do projecto. Importantíssimo, é que o alcance destes padrões ajude a garantir que os projectos ABC dêem uma contribuição sustentável para a capacidade adaptativa das partes interessadas (stakeholders) do projecto.

Abrir a secção Padrões de Projecto ABC

(www.careclimatechange.org/files/toolkit/Padroes_dos_Projectos_ABC.pdf)

Padrões para Análise de Projectos de Adaptação com Base na Comunidade (ABC)

As equipas do projecto devem esforçar-se para alcançar estes padrões a fim de assegurar um processo de alta qualidade e resultados associados no estágio de Análise do ciclo de projecto ABC. Por favor veja o Roteiro Passo a Passo sobre Análise, para orientação, ferramentas e recursos que apoiam o alcance dos padrões.

Realizar uma análise ABC de alta qualidade requer:

• Uma equipa de análise especializada em análise das mudanças climáticas e vulnerabilidade.

• Envolvimento significativo e proactivo de uma gama de partes interessadas (stakeholders), incluindo homens e mulheres das comunidades alvo, organizações parceiras, governos e pessoal da CARE.

• Validação dos resultados e conclusões pelas partes interessadas. • Documentação das conclusões validadas e acções recomendadas,

particularmente em relação às questões prioritárias para a adaptação. Uma análise ABC de alta qualidade deveria resultar num melhor entendimento do seguinte:

• Calamidades climáticas/naturais prevalecentes (eventos e condições) afectando a área.

• Mudanças previstas nas calamidades naturais/climáticas (eventos e mudança de condições).

• Impacto das calamidades naturais/climáticas prevalecentes e futuras (tanto os eventos como a mudança de condições) nos meios de subsistência dos diferentes grupos e nos ecossistemas dos quais dependem.

• Estratégias actuais para enfrentar (coping strategies), incluindo a sua eficácia e sustentabilidade no contexto dos cenários climáticos futuros.

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• Existência de políticas governamentais e programas (locais/regionais/ nacionais) que possam representar oportunidades ou obstáculos para a adaptação.

• Parceiros ou oponentes potenciais do projecto.

• Sectores económicos e grupos de meios de subsistência que sejam particularmente vulneráveis às mudanças climáticas.

• Grupos sociais que sejam particularmente vulneráveis às mudanças climáticas.

• Diferenças na vulnerabilidade e capacidade baseada no género, marginalização, idade e outros factores que possam exacerbar a vulnerabilidade.

• Questões prioritárias da adaptação aos diferentes níveis de tomada de decisões (tanto em termos de urgência como de importância).

• Recomendações para o desenho, implementação e gestão da informação & conhecimento, eficazes do projecto.

Padrões para o Desenho de Projecto de Adaptação com Base na Comunidade (ABC)

As equipas do projecto devem esforçar-se para alcançar estes padrões a fim de garantir um processo de alta qualidade e resultados associados, no estágio de Desenho do ciclo de projecto ABC. Por favor veja Roteiro Passo a Passo sobre o Desenho, para orientação, ferramentas e recursos que apoiam o alcance dos padrões. Assegurar um processo de alta qualidade no desenho de um projecto ABC, requer:

• Um envolvimento significativo e proactivo de todas as partes interessadas (stakeholders), (incluindo as comunidades alvo, organizações parceiras, governos e o pessoal da CARE) no desenho do projecto.

• Representação de homens e mulheres vulneráveis que participem efectivamente nas discussões e que influenciem o desenho do projecto. • Contribuição (input) de peritos científicos e técnicos em disciplinas

relevantes (que podem incluir: cientistas climáticos, peritos em género e diversidade, cientistas sociais, agrónomos, especialistas em água, economistas, cientistas naturais, etc.).

• Respostas claras e lógicas às questões prioritárias da adaptação identificadas no estágio de Análise.

• Documentação do processo de desenho do projecto, incluindo a base lógica (rationale) por detrás das decisões chave, e como é que as partes

interessadas (stakeholders) se envolveram para facilitar uma implementação eficaz do projecto e gestão da informação & conhecimento.

Um desenho de projecto ABC de alta qualidade deveria incorporar:

• Uma finalidade clara e realizável em prol de uma maior capacidade adaptativa dos grupos alvo às mudanças climáticas.

• As comunidades alvo, agregados familiares e indivíduos que foram identificados como particularmente vulneráveis às mudanças climáticas. • Uma abordagem que leve em consideração a vulnerabilidade diferencial baseada no género e marginalização, bem como outras diferenças sociais, políticas e económicas relevantes.

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• Uma abordagem integrada à adaptação, com objectivos que tratem claramente as questões prioritárias da adaptação ao nível dos agregados familiares/indivíduo, nível local e nacional.

• A promoção de estratégias de meios de subsistência resistentes ao clima para os grupos alvo.

• Estratégias de redução do risco de desastre ao nível dos agregados familiares, comunidade e nível nacional.

• Desenvolvimento da capacidade para que as partes interessadas (stakeholders) planeiem e implementem acções de adaptação.

• Actividades de advocacia para criar um ambiente favorável para a adaptação (ao nível local, regional e nacional, sempre que possível).

• Estratégias para lidar com as causas fundamentais da vulnerabilidade, incluindo desigualdade do género, marginalização e governação ineficiente. • Estratégias específicas para empoderar grupos sociais ou económicos

particularmente vulneráveis.

• Especialização científica e técnica apropriada para implementar com eficácia as actividades do projecto.

• Estratégias específicas para ter acesso e usar como fonte, a informação climática local e científica global e integrá-la com o conhecimento e observações locais.

• Papéis e responsabilidades claras para todas as partes interessadas (stakeholders) do projecto durante a sua implementação.

Padrões para Implementação de Projectos de Adaptação com Base na Comunidade (ABC)

As equipas de projecto devem esforçar-se por alcançar estes padrões a fim de assegurar um processo de alta qualidade e resultados associados, no estágio de Implementação do ciclo de projecto ABC. Por favor veja o Roteiro Passo a Passo sobre Implementação para orientação, ferramentas e recursos que apoiem o alcance dos padrões.

Uma implementação de projectos ABC de alta qualidade requer:

• Um plano de implementação realista, detalhado e flexível de acordo com o desenho do projecto.

• Parcerias fortes baseadas na tomada de decisões partilhada e responsabilidade mútua.

• Desenvolvimento contínuo da capacidade para o pessoal e parceiros, sobre a avaliação do impacto das mudanças climáticas e adaptação.

• Monitoria contínua das variáveis climáticas que possam afectar o sucesso do projecto.

• Rever e actualizar regularmente a estratégia do projecto e o plano de implementação, para que reflictam as mudanças no contexto, constrangimentos inesperados ou novas oportunidades.

• Planos de implementação do projecto e logística que sejam sensíveis às diferentes necessidades, constrangimentos e capacidades das mulheres e grupos marginalizados.

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• Um Plano de Prontidão para Emergência (PPE) no Escritórios a

nivelNacionalcom o qual todo o pessoal do projecto esteja familiarizado. • Planos de contingência para emergência na área do projecto.

• Pessoal chave do projecto treinado em prontidão e resposta à emergência, incluindo responsabilidade humanitária.

• Flexibilidade nos fundos e actividades para permitir respostas eficientes às crises, com o mínimo de ruptura na continuidade das actividades.

Padrões de Gestão da Informação & Conhecimento num Projecto de Adaptação com Base na Comunidade (ABC)

As equipas do projecto devem esforçar-se por alcançar estes padrões a fim de garantir um processo de alta qualidade e resultados associados na Gestão da Informação & Conhecimento ao longo do ciclo de projecto ABC. Por favor veja Roteiro Passo a Passo sobre a Gestão da Informação & Conhecimento, para orientação, ferramentas e recursos que apoiam o alcance dos padrões.

Gestão da informação & conhecimento inclui monitoria e avaliação (M&A).

Garantir alta qualidade na gestão da informação & conhecimento nos projectos ABC, requer:

• Gerir a informação em todos os media e formas como um recurso organizacional estratégico.

• O pessoal do projecto e parceiros com um entendimento da importância de boas práticas de gestão da informação & conhecimento.

• Sistema de GI&C do projecto desenhado para ir de encontro às necessidades de informação do projecto e de todas as partes interessadas (stakeholders). • Processos GI&C que sejam sensíveis às mulheres e grupos marginalizados. • Seguir de perto tanto os impactos pretendidos como os não pretendidos,

das actividades do projecto

• Um nível apropriado de rigor nos métodos (amostragem, recolha de dados, análise, etc.).

• Participação das partes interessadas (stakeholders) do projecto no desenho do sistema de GI&C, recolha de dados, análise e processamento.

• Oportunidades para aprendizagem e reflexão transversal sobre a adaptação entre o pessoal, participantes e parceiros, com vista a transformar

informação em conhecimento.

• Processos que permitam a diferentes grupos sentirem-se seguros e dizerem o que realmente pensam.

• Papéis e responsabilidades claramente atribuídos para os processos e actividades de gestão da informação & conhecimento nos níveis apropriados.

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Um sistema de gestão da informação & conhecimento de alta qualidade para um projecto ABC deve incorporar:

• Indicadores que meçam as melhorias na capacidade adaptativa nas

seguintes áreas: meios de subsistência resistentes ao clima, redução do risco de desastre, desenvolvimento da capacidade local, e do tratamento das causas fundamentais da vulnerabilidade.

• Indicadores que sigam de perto as mudanças nas variáveis climáticas tais como a temperatura, precipitação e perigos climáticos identificados. • Indicadores que sigam de perto as mudanças nos recursos chave dos meios

de subsistência tais como rendimento das colheitas, produtividade dos pastos ou safra de peixe.

• Indicadores tanto qualitativos como quantitativos.

• Indicadores que estejam ligados ao nível correcto dos resultados (resultado imediato, efeito, impacto).

• Desagregação dos indicadores relevantes por género e outras categorias importantes de grupos vulneráveis.

• Diagnóstico básico, abrangente e detalhado, sobre indicadores, a partir dos quais se meçam as mudanças no decurso da vida do projecto.

• Monitoria contínua do alcance dos resultados a níveis múltiplos: agregado familiar/indivíduo, comunidade/instituições locais e nível nacional. • Investigação tanto do processo como do progresso.

• Planos claros para avaliação dos resultados e processos, em momentos estratégicos durante a implementação do projecto.

• Registos claros para documentação das experiências e lições do projecto. • Partilha de lições e boas práticas sobre adaptação com base na comunidade,

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Roteiro Passo a Passo

As secções abaixo providenciam um roteiro passo a passo

para o ciclo de projecto ABC. O roteiro está organizado em torno dos estágios simplificados do ciclo do projecto – análise, desenho e implementação – e a função gestão da informação & conhecimento, que funciona em todo os três estágios. Para cada um, os passos chave a seguir estão detalhados com explicações, ferramentas recomendadas e recursos.

Abrir a secção Roteiro Passo a Passo sobre Análise

(www.careclimatechange.org/files/toolkit/Roteiro_Passo_a _Passo_sobre_Analise.pdf)

Roteiro Passo a Passo sobre Análise

A análise é a chave para um desenho de projecto, implementação e gestão da informação & conhecimento apropriados e eficazes. Esta secção providencia um roteiro detalhado sobre os passos a seguir na fase de análise no seu projecto ABC, dando explicações, exemplos, ferramentas recomendadas e recursos, para assisti-lo ao longo do caminho. Seguir estes passos vai ajudá-lo a completar um processo analítico e a preparar resultados que satisfazem os Padrões de Análise ABC. NOTA: não é necessário seguir os passos em sequência.

Pode achar mais prático levar a cabo vários passos em simultâneo. Os passos chave na fase de análise são:

PASSOS: Índice

PASSO 1: Definir o processo de análise PASSO 2 Analisar o contexto climático

PASSO 3: Analisar riscos climáticos e de desastre

PASSO 4: Analisar o contexto institucional e das políticas relativo às mudanças climáticas PASSO 5: Analisar as causas fundamentais da vulnerabilidade

PASSO 6: Sintetizar, validar e documentar a análise

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ANÁLISE PASSO 1: Definir o processo de análise

O primeiro passo no estágio de análise é definir o processo analítico. Isto envolve decisões sobre como é que a análise será levada a cabo, as fontes de informação que serão usadas, e como é que as partes interessadas (stakeholders) serão envolvidas.

Manual de Vulnerabilidade Climática e Análise da Capacidade (VCAC) (www.careclimatechange.org/files/toolkit/VCAC_Handbook.pdf)

A metodologia Vulnerabilidade Climática e Análise da Capacidade (VCAC), ajuda-nos a compreender as implicações das mudanças climáticas para as vidas e meios de subsistência das pessoas que servimos. Ao combinar o conhecimento local com dados científicos, o processo desenvolve o entendimento das pessoas sobre riscos climáticos e estratégias de adaptação. Providencia um quadro para o diálogo nas

comunidades, bem como entre as comunidades e outras partes interessadas (stakeholders). Os resultados dão uma base sólida para a identificação de estratégias práticas para facilitar adaptação às mudanças climáticas com base na comunidade.

Análise Passo 1.1: Organizar a equipa de análise

A equipa de análise deveria ser multidisciplinar e incluir especialistas em mudanças climáticas e avaliação da vulnerabilidade. Podem ser cientistas climáticos, especialistas em género e diversidade, peritos científicos e técnicos em disciplinas relevantes relacionadas com os meios de subsistência (e.g. agricultura, pescas, florestas) ou ecossistemas (biólogos, cientistas ambientais). Pode também incluir especialistas em desenho de projectos. De forma ideal, a equipa de análise incluirá organizações locais que serão eventualmente parceiras no projecto, de modo a capacitar e criar um sentido de pertença (ownership) desde o início. Os papéis e responsabilidades para a equipa de análise deveriam ser claros logo no começo.

O Manual VCAC (www.careclimatechange.org/files/toolkit/VCAC_Handbook.pdf) inclui uma lista (p. 12) para guiar a organização de uma equipa de campo no processo de análise VCAC, que é um ponto de partida útil para este processo.

Análise Passo 1.2: Desenvolver um plano para o estágio de análise

Deve ser preparado um plano de trabalho detalhado para a análise. O plano deve incluir como e quando se envolverá com as partes interessadas (stakeholders), incluindo homens e mulheres das comunidades alvo, organizações parceiras, governos e pessoal da CARE.

Análise Passo 1.3: Decidir sobre a abrangência, métodos e fontes de informação para a análise

A equipa de análise valer-se-á de uma gama de dados e informações qualitativas e quantitativas. É importante tomar decisões sobre os métodos que serão usados para a recolha de dados, análise, síntese e para reportar.

É provável que as primeiras vezes que este processo for levado a cabo, a equipa usará dados e fontes de informação novas para além de estabelecer novos contactos. Além disso, visto que a análise terá enfoque a nível nacional, regional, do governo local/comunidade e nível dos agregados familiares/indivíduo, as fontes de informação e métodos de recolha variarão correspondentemente. Será usada informação tanto primária como secundária. Quando se usarem recursos primários, deveriam usar-se, tanto quanto possível, metodologias confiáveis para a amostragem.

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ANÁLISE PASSO 2: Analisar o contexto climático

Entender o contexto climático da área do projecto é essencial ao desenhar projectos ABC de qualidade. Isto inclui o clima histórico, presente e projectado; e inclui tanto as condições climáticas (temperatura, vento, humidade e padrões da precipitação) e eventos (e.g. chuvas torrenciais, secas, cheias, ciclones e furacões).

A análise deve valer-se de dados científicos bem como de dados e informações recolhidas das comunidades. Isto deve ser feito na menor escala possível, para que o desenho do projecto seja significativo , levando em conta a variabilidade do micro clima local e a geografia.

RECURSOS ÚTEIS

Fontes Secundárias tais como relatórios dos Serviços de Meteorologia, Comunicações Nacionais à Convenção do Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas

(http://unfccc.int/national_reports/non-annex_i_natcom/submitted_natcom/items/653.php), Programas de Acção Nacional para Adaptação (onde for apropriado)

(http://unfccc.int/cooperation_support/least_developed_countries_portal/submitted_napas/items/4585. php), e relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (www.ipcc.ch/) são boas referências para isto. O Portal de Dados sobre Mudanças Climáticas do Banco Mundial

(http://sdwebx.worldbank.org/climateportal/) e o Mágico do Clima para Preservação da Natureza (www.climatewizard.org/) também podem providenciar informação útil.

Análise Passo 2.1: Identificar calamidades climáticas passadas e presentes (eventos e condições) que a área alvo (país, região, comunidade) enfrenta

Em muitas áreas, os impactos das mudanças climáticas já estão sendo observados tanto por cientistas como pelas comunidades locais. Compreender os eventos atmosféricos e condições que se viveram numa dada área (tanto recentemente como historicamente), e como é que as comunidades e indivíduos responderam a eles, dá-nos uma base importante para entender como é que mudanças futuras no clima podem ter impacto numa comunidade e na sua capacidade de se adaptar. Esta é a base a partir da qual se desenvolvem acções que deveriam ser incluídas num projecto ABC.

O governo nacional ou as instituições nacionais de pesquisa tais como universidades, podem ter recolhido dados históricos sobre as condições atmosféricas, e a instituição do governo para desastres pode ter informação sobre eventos atmosféricos tais como temporais e cheias. A qualidade e o nível de detalhe é provável que varie, mas ainda assim, estas são fontes importantes de dados. Outros organismos não governamentais, tais como ONGs e agências das Nações Unidas, podem também ter este tipo de informação. Por conseguinte, um bom ponto de partida, é estabelecer uma parceria com uma instituição envolvida na monitoria climática. Para além disto, as comunidades locais são fontes deste tipo de informação, (ver Passo 2.3 da Análise).

Análise Passo 2.2: Analisar mudanças projectadas em calamidades climáticas (eventos e condições) Tendo como base o conhecimento do contexto actual e uma análise das mudanças passadas, analisar projecções climáticas futuras é muito importante a fim de preparar eficazmente as comunidades para se adaptarem às mudanças climáticas a longo prazo. Esta análise deve basear-se em projecções científicas, colocar o enfoque em tendências gerais e realçar as incertezas das projecções climáticas futuras. Continua a ser um desafio obter projecções locais sobre às mudanças climáticas. Contudo, novos métodos para simplificar projecções à escala global em projecções mais localizadas estão sendo desenvolvidos. É de esperar que às mudanças climáticas aumente a frequência e severidade dos eventos atmosféricos extremos, incluindo secas, cheias, ciclones, furacões, entre outros. Já não podemos assumir que estes eventos ocorrerão como no passado; nem podemos assumir que as comunidades enfrentarão os mesmos

Referências

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