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SEPARATA

DA

REVISTA OE 0ER4S PUBLICAS E

MINAS

f\

POPULf\GAO

h

DE

LISBOf\

KSTXJIDO

XIISTrORICO

POR

A.

VIEIRA

DA

SILVA

ENGENHEIROCIVIL

SÓCIO

DA

A, E. C. P. 1919

TIROORAFIA

DO COMERCIO

Hnada Oliveira, ao ("armo,lo

(4)
(5)

SEPARATA

DA

HEVISTA DE OBRAS PUBLICAS E

MINAS

f\

PoruLf\GAo

DE

LISBOf\

KBa:'UriDO

íilSO^ORICO

POR

A.

VIEIRA

DA

SILVA

EN6ENHEIR0 CIV/IL

SÓCIO

DA

A. E. C. P.

7*#r

^1

1919

TIROORAFIA

DO COMERCIO

Ruada Oliveira,aoCarmo, lo

(6)
(7)

F\

POPULACHO

DE

LISBOPl

Introclxicçao

Os

mais

antigos vestígios

que

se

encontram

de

serviços

de

recen-seamentos

entre nós,

referem-se

a

arrolamentos de

besteiros,

que

cons-tituiam

uma

parte

da

milicia

com

que

os reis

contavam

para

a guerra. Existe

um

d'esses róes,

do reinado de D.

Diniz,

mas

que

se refere

em

parte a

tempos

anteriores, talvez

formado no

reinado

de

ú.

Atfonso

IV, entre

1260

e

1279

(*), o qual,

admittindo

uma

certa

proporcionalidade

entre a

grandeza

e

prosperidade

de muitas povoações

importantes, e o

numero

dos

besteiros arrolados,

permitte estudos comparativos da

po-pulação do

reino

nos

fms do

século XIII.

D.

Fernando

mandou

fazer,

em

1373,

novas apurações

ou

listas

da

gente, -para se saber

ao

certo

quantos

eram

capazes

de

servirem

na

guerra

(*).

D.

João

I,

por

carta régia

de 8 de

novembro

da

era

de

1448

(anno

1410),

encarregou

Vasco

Fernandes

de

Távora,

anadel-mór,

e

Joham

de

Basto, escrivão

do

conto,

de fazerem

relações

de

todos os besteiros

dos

contos

que

competiam

ás differentes teiras, as

nomeações

de

novos

besteiros, e outras providencias,

em

conformidade

com

um

regulamen-to

para

a

execução do

serviço, á

mesma

carta

annexo

(^).

O mesmo

Vasco

Fernandes

de Távora,

servindo

de

anadel-mór,

e

(') Está na Torre do Tombo, gaveta 9, maço 10, documento n.° '27, citado por Alexandre Herculano na Historia dePorlugal, tomo4.", livro YHI, parte III, ediçãode 1853, pag. 317.

(2) Monarquia Luaílana, por Frey Manoel dos Santos, parteVII, livroXXII,1732,

pag 195.

(*) Ordenaçoens doSenhorRey D. Affonso V, livro I, edição da Impi-ensada Uni-versidade deCoimbra, anno1792, pag. 406 e seguintes.

(8)

2

Armon

Botim,

escrivão

do

dito officio (anadaria) foram,

por

determina-ção

do

Infante D.

Pedro,

filho

de

D.

João

I,

datada

de

3

de

fevereiro

da

era

de

1459

(anno

liLM),

encarregados

do

serviço

de

recensea-mento,

"nomeações

e destiliiiçòes

dos

besteiros,

segundo

um

inquérito a

que

elJes

haviam

de proceder

em

todo o paiz (•).

Acceitando

com

Soares de Barros

(^) e

com

Rebello

da

Silva (^j, a

proporção de

l besteiro pui' l*l.'i

almas, obteem-se

os

números

compa-rativos

da população de

dilVeriMites teiras

do

i'eiiio

naquella épocha.

Comquanto

todos estes

documentos forneçam

apenas

indicações

va-gas, e

muito

distantes

da verdade,

são todavia os

únicos

elenftentos

de

que

se

pode

lançar

mão

para

a

apreciação

da população

do

reino,

n'algumas

cidades

e villas n'aquellas

remotas

eras.

No

principio

do

segundo

quartel

do

século

XVI

fez-se

um

recensea-mento

geral

da

população do

reino,

por

inquéritodirecto,

por

iritermédio

de delegados do

poder

central.

Por

cartas régias

expedidas de

Coimbra

a

17

de

julho

de

1527,

or-denou

D.

João

III a

cada

um

dos corregedores das

seis

comarcas

em

que

o reino então se dividia,

que

mandasse

fazer,

por

um

escrivão

da

sua correição, o

arrolamento

dos

moradores

existentes

na área

do

seu

districto.

Esse

escrivão

encarregado do

recenseamento

devia ir a

cada

uma

das

cidades, villas, e logares

da comarca,

e registar

n'um

livro es-pecial o

numero

de

moradores

existentes, tanto

no corpo da cidade

ou

villa, e seus arrabaldes,

como

nos

termos de cada

uma

d'ellas,

declarando

por

seus

nomes

as aldeias

encontradas nos

mesmos

termos,

e

quantos

moradores

em

cada

uma

d'ellas, e

quantos viviam

isolados

em

quintas, casaes

ou

herdades

(*).

E' este o

único

recenseamento

geral

da população de

que temos

conhecimento,

feito

em

antigos

tempos, por intermédio de auctoridades

civis.

A

partir

do

meiado

do

século

XVI,

é,

em

geral, pelas

informações

dos parochos

que

nos

chegaram algumas

noticias

sobre

a

população

de

ditíerentes terras e

em

especial,

sob

o

ponto

de

vista

que

nos

interessa,

de Lisboa

e seu

Termo.

(') Ordenaçoens doSenhor

Rey

D. AJfonso l', livro I, 1792.pag. 435 e seguintes.

Provo.!< da Historio Genealógica da Casa RealPortucfueza, por D. António Caetano de Sousa, tomo III, 1744, pag. 358.

Memorias económicas cia Academia Real das Sciencias deLisboa, tomo 1, 1789, pag. 150e mappa.

(^) Memorias Económicas etc, tomo I,pag. 150.

(3)

Memoria

sobre a População e o Agricultura dePortugal, desde a Fundação

da Monarquiaaté Í86õ, parte I, 1868, pag. 44.

(») Recenseamentode irrll.

No

ArcJxivn Histórico Porfugucz, vol. III,annode1905,

pag. 241. Artigo do .sr. A.

Braamcamp

Freire.

O

documento referido está na Torre do Tombo, pxtincto armário 17do interior da Casa da Coroa, hoje na livraria, sobon."83.

(9)

3

Aos

parochos

era

então

relativamente fácil

conliecerem

a

população

das suas freguezias. Estas

occupavam

em

geral

pequena

extensão

terri-torial, pelo

menos

na sua

parte

mais povoada,

e

por

isso os

parochos

co-nheciam

pessoalmente

todos os seus freguezes;

mais

tarde, á

medida que

as áreas

povoadas

se dilatavam,

ou

a

população

das

parochias

crescia,

organisaram

os

parochos

os roes dos co)ifessados das suasfreguezias,

que

constituíam preciosos auxiliares

para

o

conhecimento

das pessoas

que

se

achavam

sob

a sua direcção espiritual.

Esses

roes

não continham,

em

geral,

senão

as

chamadas

pessoas de

confissão, e

reconhece-se

portanto

quão

deficientes,

para

effeito

da

apre-ciação

do

quantitativo

da

população;

seriam

as

informações

d'elles

extra-hidas, restrictas áquella rubrica, e

em

especial pela falta

da população

infantil, até aos 7 annos.

Não

tendo

porém

outros

elementos de informação,

era portanto ás

auctoridades ecclesiasticas

que

se

viam

forçados a

recorrer

os auctores que,

com

mais

consciência,

queriam

escrever

noticias

sobre

Lisboa, e

indicar o

numero

de

fogos

ou dos

moradores

da

cidade e

do

seto

Termo.

Quando

se

creou

a

Intendência

Geral

de

Policia,

por

alvará

com

força

de

lei

de

25

de

junho

da

1760

(*),

foram obrigados

os

corregedores

e os juizes

do

crime,

subordinados

ao

Intendente

Geral, a ter

um

livro

de

registo

de

todos os

moradores

dos

seus respectivos bairros,

com

exactas

declarações

dos

seus officios,

modo

de

viver,

ou

subsistência

de

cada

um

delles.

Parece

que

em

virtude d'esla,

ou

d'outra

determinação

análoga,

foram

organisadas

as listas

dos

povos

do

reino

em

1776,

por

mandado

de Diogo

Ignacio

de Pina

Manique,

então

Intendente

Geral

da

Policia {^).

Essas

listas

foram

vistas,

na

occasião,

por Soares de

Barros, que,

para

o

estudo

que

estava fazendo, teve

necessidade de

as consultar e

completar

com

alguns

números

que

foi

buscar

á

Gcographía

Histórica,

de

D.

Luiz

Caetano

de

Lima

(^). Infelizmente

porém

essas listas

não

foram

dadas

á publicidade, e

ou

se

acham

sepultadas

n'algum

archivo,

ou

foram de

todo destruídas.

Desconhecemos

por

isso os

números que

se

referem

á cidade

de

IJsboa.

De

1798

ha novas

listas,

mandadas

organisar pelo

mesmo

Intendente

Geral,

para servirem

ao

apuramento

e

recrutamento

em

todo

em

reino(*).

O

CoUrcção de Legislação, tomo 16, 1739a 1760, na Bibliotheca da Academiadas Sciencias de Lisboa.

(2) Censo no i." de Janeiro de 1864, ediçãoofficial, pag. XVI.

(3) Memorias Económicasda Academia Real dasScienciasde Lisboa,tomoí, 1789, pags. 138 e 140.

{*) Livro quecontemas Fregueziascpie ha

cm

Lisboa,noseuTermo,enasdiversas Terras deste Reyno, feito por ordem da Intcndenci<i Geral da. Corte c Reyno Diogo Ignacio dePina Manique, na sua Secretaria,

em

o anuo de tlífS. Ms. luxuosamente encadernado, pertencente ao sr.

Gomes

de Brito.

(10)

_

4

No

primeiro

anno

do

século

XÍX

procedeu-se

ao

recenseamento

geral

da população do

reino

por

ordem

de

D.

Rodrigo de

Sousa

Coutinho,

conde

de

Linhares, então ministro

da Fazenda,

e os resultados

do

apu-ramento

foram

publicados

em

resumo

no

Almaiiach

para

o

anno

de

i80'2

(»).

Tendo-se

creado

o

Archivo

Militar

no

principio

do

mesmo

século(2),

com

uma

Commissão

de

Estadística (sic) e

Cadastro do Reino,

ahi se

começaram

a

concentrar

as

informações

estatísticas

remettidas

pelos pa-rochos.

Elaborou-se

n'essa repartição

um

censo

referido

ao

anno

de

1820

(3), cujo

resumo

se

publicou

em

1826 no

Almanach

Portufiaez

d

esse

anno, sendo

nelle os fogos e a

população

de Lisboa detalhados por

freguezias.

Nas

listas

ou

boletins

que

se

remettiam

aos

parochos para

elles

preenclierem,

além

dos

números

de

fogos,

nascimentos,

óbitos e

matri-mónios,

pedia-se

informação sobre

a totalidade

da população de cada

freguezia, classificada

em

menores de

7 annos, ecclesiasticos, seculares,

e

dos

indivíduos

dos

dois sexos, solteiros,

casados

e viúvos; o

numero

de estabelecimentos de

beneficência e

de

instrucção publica, e

dos

indi-víduos

que

os

frequentavam.

O

Encarregado

da

Commissão

de Estadística, coronel

da brigada de

Marinha,

Marino

Miguel

Franzini,

que

ainda

durante muitos

annos

se

conservou

na

direcção d'estes serviços, faz notar

que

a

totalidade

da

po-pulação

que

resultava

dos

mappas

era

sempre

inferior á verdadeira,

es-pecialmente

pelo

que

se referia aos

menores

de 7

annos, a

que

os

paro-clios

dedicavam

menos

attenção, e

bem

assim

pelo desfalque

de muitos

indivíduos

do

sexo masculino,

que

nas

grandes cidades

se

eximiam

ao alistamento

com medo

de

serem

chamados

ao

serviço militar (*).

Com

o

advento

do

regimen

constitucional

cada

vez se sentia

mais

imperiosamente

a

necessidade

de

se

obterem

dados

mais

exactos

sobre

(') Segundo Adiien Ralbi, que escrevia'21 annos mais tarde, houve

em

1801 dois recenseamentos, ambosfeitos por ordemde D. Ilodrigo de Sousa Coutinho;

um

foi feito pelas auctoridadescivis, eo outro pehisauctoridadesecciesiasticas,pordioceses(oqual,

segundo aquelle auctor,parece apresentar

menos

exactidão); os resultadosdosdois cen-sos, poreste auctor transcriptos, sào dillerentes, c além d'issodivergem dos publicados

no

Almanach

para 1802.

Variélés 1'oUtico-Slatistiques.swr la Mouarchie Porlugaisc,

1822, pags. 7.3 e 74.

(2) Por decreto de 4 de setembro de 1802, e reorganisado pelodecreto de 28 de

dezembro de 1849,

com

o titulo de Repartição do Archivo Militar, dependente do Mi-nistério dos Negócios da Guerra.

Historia dos Estabelecimentos Scientificos, Liltera-rios e Artisticosde Portugal, por José Silvestre Ribeiro, tomo VI,-1876, pag. 221.

f')E' assim geralmente referido, comquanto apag. 584 do

Almanach

Fortugiiez,

annode 1826, se dè a entender que aquellaestatística seja relativa aoanno de1819.

(''; Relatóriode Marino Miguel Franzini, datado de 17 de dezembro de 1825, e pu-blicado (ou extractado) no

Almanach

Portuguez, annode 1826, pag. 17.

(11)

a população,

para

a divisão administrativa e judicial

do

reino, distribuição

dos

circulos eleitoraes, e outros fins

que teem

por base

a

população.

Parece

que

com

as listas

remettidas

pelos

parochos

se

iam

actuali-sando,

na

Commissão

de

Estatística, os

censos da população,

mas

esses

censos

não

se

publicavam

senão

quando

diplomas

officiaes

careciam

de

taes

elementos

estatísticos.

Dos documentos que vagamente

faliam

no assumpto

parece

inferir-se

que

essa actualisação

dos censos

se fazia

por

augmento

dos

nascidos e

por

abate

dos mortos,

constantes

das

listas parochiaes, e

completando-se

as

operações por

cálculos

approximados, assentando nas

leis

da

natali-dade

e

mortalidade

(*).

Uma

tentativa

de

estatística

da

população, feita

per intermédio

das

auctoridades

administrativas, e

versando

sobre

aspectos

mui

variados

da demographia,

foi objecto

de

uma

circular

expedida

em

20

de outubro

de 1835

a todos os

Governadores

Civis, pelo Ministro

do

Reino,

Rodrigo

da Fonseca

Magalhães.

O

programma

do

inquérito constante d'aque]la circular era

extre-mamente

vasto, e difficil

naturalmente de

ser

cumprido

em

todos os

seus

pormenores,

e

por

esse

motivo

e provável

que

os

seus

resultados

não

tenham

correspondido

á intenção

com

que

se

mandou

proceder

ao

re-censeamento exacto

da população

(^).

São

provavelmente

os resultados d'esse inquérito que,

mui

resu-midamente,

e portanto quasi destituídos

de

interesse,

foram publicados

no

Diário do Governo,

n.o 94,

de

21

de

abril

de

1840, referidos

ao

prin-cipio

do

anno

de

i838.

Esse

resumo,

datado

de

10

de

abril

de

1840,

vem

acompanhado

d'uma

breves considerações do

presidente

da

Com-missão

Permanente

de

Estatística,

Marino

Miguel Franziu

i,

pondo

em

relevo os

progressos

realisados

no

sentido

de

se

approxímar da

exactidão,

comquanto

ainda

não estivessem removidas

as difficuldades

que

obsta-vam

a

que

os resultados

pudessem

ser

mais

perfeitos.

(1) Exemplos : Cartade leieleitoral, de i7 dejulho de 1822(Collecção deLegisla^

ção,tomo38.°, i82i e 1822, nabibliothecada Academia das ScienciasdeLisboa).

De-creto eleitoral,de 7 de agostode 1826 (Collecção de Legislação,tomo 40.",1826a 1828).

Decreto daorgasiçào administrativa do Reino, de 18 dejulho de 1835 (mappa) (Diá-rio do Governo, n."172, de 23 dejulho de 1835).

Decreto da divisãojudiciariado Rei-no, de 7 de agostode 1835. {D, do G., n.°* 187 e 188, de 10e 11 de agosto de 1835).

Decreto eleitoral, de 9de outubro de 1835 (mappa) (D. do G., n.°240, de 12 de outubro de 1835).

Decreto da reformajudicial do Reino, de 29 de novembro de 1836(D.doG.,

n."' 292 e 294, de 9 e12 de dezembro de 1836).

Cartade lei eleitoral^ de 9 de abril de 1838(D. do G., n.° 86, de 10 de abril de 1838).

(2) Collecçãode Leiae outrosBocumcnlos Officiaes, publicadosdesde 15 deagoísto

(12)

6

Porém

um

diploma

promulgado

ainda iresse

nno de

1840, já Iraz

números

diíferentes

dos

que constam do resumo mencionado

(').

E' provável

que

se

continuassem

a

pôr

em

dia,

na

Com

missão de

Estatística, os

números

do

recenseamento, para

serem

fornecidos aos serviços officiaes, e

em

18i4

puijlicou se

no

Diário

do

Governo,

n.« 169,

de

19

de

julho, o

Mappa

Estatislico

demonstrativo

em

resumo da

Divi-são

Territorial, Civil,Judiciaria, e

E

eclesiástica, e

do

movimento

da

sua

respectiva

população,

segundo

o censo feito

no anno

de

1841,

no

Reino

de

Portugal,

c Ilhas adjacentes.

Este

mappa

é

datado

de

12 de

setem-bro de

1843, e

assignado

pelo presidente

da

commissâo Marino

Miguel

Franzini {^).

Tendo

passado

o

Archivo

Militar

para

o Ministério

da

Guerra,

em

1849,

permaneceram comtudo

no

Ministério

do

Reing

os serviços

de

estatística, e

ainda

em

1861

foi publicada, pela Secretaria

d'Estado

dos

Negócios

do

Reino,

uma

estatística

da população

e

seu

movimento no

continente

do

reino e ilhas adjacentes,

em

relação ú divisão territorial,

administrativa e judicial, e referida ao

anno

de

1858(3),

mas

cada

vez se

reconhecia mais quanto

estes serviços

estavam

deficientes, e atrazados

em

relação ao

que

se fazia

no

estrangeiro.

(1) Decreto da divisão judicial do Reino, de 28 de dezembro de 1840 (Diário do

Governo, n."309, de 30 de dezembro de1840).

(2) Documentosofficiaes que conteem indicaçõesde fogos ou de população, natu-turalmente fornecidas pela Commissâode Estatistica:

Decreto eleitoral, de õ de março de 1842 (Diáriodo Governo, n.° 59,de 10 de

março de 1842j.

Código administrativo, de 18 de março de 1842 (mappa) (D. do G.,

73, de 29 de março de 1842).

Lei eleitoral, de 28de abril de 1845 (mappa) {D.do G., n."' 104 a 108, de 5 a9 de maio de 1845).

—Lei

eleitoral, de 27 dejulho de 1846 (mappa) (D. do G., n.° 177, de 30 de Julho de 1846).

Decreto eleitoral, de 12 de agosto de 1847 (mappa) (D. do G., n."192, de 16 de agosto de1847).

Decreto

eleito-ral, de 30 de setembro de 1852 (D. do G., n."232, de 1 de outubro de 1852).

Mappa

annexo á proposta de lei apresentadapelo

Duque

de Saldanha no parlamento, na ses-são de 28 dejunho de 1856 [D do G., n."152, de 30 de junho de 1856;.

—Decreto

da divisão eleitoral, de 29 de setembro de 1856(D. do G., n." 238, de 8 de outubro de 1856).

Mappa

apresentado na Camará dos Deputados,

em

sessão de 23 de março de 1857 (D. do G., n.° 70, de 24 de março de 1857).

Pareceres de commissòes parla-mentares apresentados

em

sessões de 4de maio e 1 dejunho de 1857 (D. do G., n."' 104e 144, de 5de maio e 22 dejunho de 1857).

Carta de lei c decreto sobre distri-buição docontingente militar, respectivamente de 3 dejunho e 1 dejulho de 4857 (D.

do G., n."* 146e158, de 24 dejunho e de8 dejulhode 1857).

Decreto da divisão

elei-toral do Reino, de 6 abril de 1858(D. do G., n." 81, de 8 de abril de 1858).

-Pro-postase projectosde lei apresentados no parlamento

em

sessõesde 3e 26 defevereiro, 20 de abril e16 de maio de 1859fD. do G., n."» 30e 50,de 4e28 de fevereiro, n.° 94, de 23 abril, e n.°125, de 30 de maiode 1859'.

Carta de lei edecreto sobre distribui-çãodo contingente militar, respectivamentede 23 de maio e 4dejunho de 1859 [D. do G., n.o* 127 e137, de 1 e 13 dejunho de 1859).

Carta de lei sobre distribuição do contingentemilitar, de 9 de setembro de 1861 (Diário deLisboa, n.° 205, de 12 de

se-tembro de1861).

(13)

7

Tendo-se

reorganisado

o Ministério

das

Obras

Publicas,

Commercio

e Indústria,

por

decreto

de

5

de

outubro de

1859,

passaram

para

elle,

ficando a

cargo

da

3.^

Repartição

(') (de Estatística),

da Direcção

Geral

do

Commercio

e Industria, os serviços

de

estatistica

da

população.

Pensou-se

então

em

proceder-se ao

recenseamento

geral

da

popula-ção,

mas

por

pessoal administrativo, e pelos

methodos

usados

n'outros

paizes, susceptíveis

de

dar

garantias

de

tanta

approximação

quanto

é

possivel

nos

trabalhos

desta

natureza.

Em

30

de

maio

de 1863

foi

apresentada ao

parlamento

uma

proposta

de

lei

para

se

fazerem

recenseamentos

geraes

da população do

reino e

ilhas adjacentes,

de

10

em

10

annos,

devendo

o

primeiro

ser levado a

eííeito

em

31

de

dezembro

de

1863.

Essa proposta de

lei,

tendo

tido o

parecer

favoráveldas

Gommissões

de

legislação, fazenda e estatistica, foi convertida

no

projecto

de

lei

de

25

de

junho

de

1863,

que não chegou

a ser discutido

em

consequência

do

encerramento

das

cortes.

Em

23 de

julho

de

1863

foi publicado, pelo ministério

da

presidên-cia

do

Duque

de

Loulé, o decreto

mandando

fazer o

recenseamento

ge-ral

de

toda a

população do

reino e ilhas adjacentes,

tendo por

base

a

população

existente

no

dia 31

de

dezembro

do

dito

anno.

Este

decreto era

acompanhado

das instrucções

para

o serviço

de

recenseamento.

Abríram-se

os créditos necessários,

publicaram-se

e

expediram-se

varias circulares e portarias

com

instrucções

complementares,

fez-se o

recenseamento no

dia fixado, e o

apuramento

dos

seus resultados foi

pu-blicado pela

Repartição

da

Estatistica, e

impresso

na

Imprensa

Nacional,

em

1868,

com

o titulo:

População

Censo no

1.^ de

janeiro

de

1864.

Os números

d'este

censo

foram

utilisados

no

decreto

de

10

de

de-zembro

de

1867,

que approvou

a

circumscripção dos

districtos

adminis-trativos,

dos concelhos

e

das parochias

civis

do

reino (^).

Antes

de publicado

pela

Imprensa

Nacional

o

censo

official

de

1864,

foi

publicado

em

1866,

por

J.

da Gosta

Brandão

e

Albuquerque,

chefe

de secção da

repartição

de

estatistica,

um

Cen^io de

Ú864,

com

os

ele-mentos

colhidos

na

repartição

de

que

era funccionario.

Os

números

dos

fogos

coincidem

com

os

do censo

official,

mas

a

população

considerada,

que

foi a

dos recenseados

(somma

dos

presentes,

ou

população de

facto,

com

os

ausentes accidentalmente), apresenta

li-geiras ditíerenças

da

do

censo

official.

Por

decreto

de 28 de

dezembro

de

1864

passou

arepartição de esta-tística a ser

incorporada

na

Direcção Geral dos Trabalhos Geographicos,

(')

O

§ 3."do art." 4."dodecreto orgânico definia as attribuiçòesda repartiçãode estatistica.

(14)

8

Estatísticos e

de Pesos

e

Medidas, creada no

mesmo

ministério

por aquele

decreto (*).

Havendo

sido

remodelado

o Ministério

das

Obras

Publicas,

Commer-cio e Industria, por decreto

de

31

de

dezembro

de

18G8, a

Repartição

de

Estatística

passou

a constituir a 3.»

Repartição da Direcção Geral do

Commercio

e Industria, e

por

ella

correram

os trabalhos

dos

dois

re-censeamentos

seguintes

da população.

Tendo

passado

o

anno

de 1874

sem

se

haver

dado

cumprimento

á disposição

do

decreto

de 23 de

julho

de

1863,

que

determinava

que

se

procedesse

ao

recenseamento

geral

da população de

10

em

10

annos,

foi

promulgada

a carta

de

lei

de

15

de

março

de

1877,

renovando

esta

determinação,

e

mandando

que

se

procedesse ao primeiro

recenseamento

geral

da população

no

dia

31

de

dezembro

de

1877.

Publicou-se

em

G de

junho

do

mesmo

anno

um

decreto

com

as

ins-trucções

para

o serviço

do recenseamento,

e

mais

providencias

foram

ordenadas sobre

o

assumpto, tendo-se

feito o

recenseamento

da

popula-ção

de Portugal

e ilhas adjacentes

na

data fixada, e

sendo

os resultados

d'esse trabalho

publicados

pela

Imprensa

Nacional,

em

1881,

com

o ti-tulo:

População

Censo

no

í.» de

janeiro

de

i878.

Como

aconteceu

com

o

primeiro

censo,

também

João

da

Gosta

Brandão

e

Albuquerque

publicou, antes

da

edição official,

em

1879, o

Censo

de

i878,

que,

como

aquele,

apresenta

ligeiras divergências

do

censo

official.

A

população

registada

por

Brandão

e

Albuquerque

foi

ainda a recenseada.

Segundo

o

preceituado

na

legislação anterior devia

proceder-se

novamente

ao censo

da população

em

janeiro

de

1888,

porém

a carta

de

lei

de

25

de

agosto

de

1887,

mantendo

para

o futuro o principio

dos

censos

decennaes, adiou para

o

anno

de 1890

o terceiro

recenseamento

geral

no

continente

do

reino e ilhas adjacentes.

Por

decreto

de

19

de

dezembro

de

1889

foi

mandado

adoptar

o

plano

completo para

o

censo

de

1890,

em

harmonia

com

as instrucçòes

que

do

mesmo

decreto faziam parte.

Por

motivos

que

se

prendem

com

a vida

domestica da sociedade

porlugueza

foi transferido

para

o dia 1

de

dezembro

a data

do

fim

do

anno,

á qual

eram

referidos os dois

recenseamentos

anteriores.

O

plano

e os trabalhos d'esle inquérito

foram

su))eriormente

diri-gidos pelo chefe

da

Repartição

de

Estatística, o fallecido conselheiro

(') As suas attribuiçòes estào consignadas no art. 29.".

O mesmo

decreto

também

creou

um

Conselho Geral de Estatística, destinado a orientar e darimpulso a todos os .serviços estatísticos; a sua organisaçào foi decretada

em

24 de abril de 1866.

Este

Conselhofoi substituído, pelo decreto de 16de dezenibro de 1869, por

uma

Comniissàq Centralde Estatistiç?i,

(15)

í)

António

Eduardo

Villaça, e os

apuramentos

do censo

e o relatório

que

os

acompanha,

bem

mostram

o desvelo e

carinho

com

que

aquelle dis-tincto funccionario

cuidou de

tal

assumpto,

e cuja influenciase faz

ainda

hoje sentir

nas

publicações estatísticas que, pelo

mesmo

serviço

que

então estava a

seu

cargo, se

vão

dando

á luz.

Os apuramentos

d'este

Censo da População

do

Reino

de

Portugal

no

i.o de

dezembro

de

1890

foram

publicados

já pela

Repartição de

Es-tatística Geral, a

que

vamos

referir-nos, e

impressos

na Imprensa

Na-cional

em

três

volumes, de

que

o

primeiro

sahiu

em

1896.

No

entretanto

que

se estava

procedendo

ao

apuramento

dos

elemen-tos

do censo de

1890, foi

novamente

reorganisado

o Ministério das

Obras

Publicas,

Commercio

e Industria,

assim

como

os Serviços Estatísticos,

por

decretos

de

1

de

dezembro

de

1892. Estes serviços

comprehendiam

uma

Repartição de

Estatística Geral, á qual

competia

o

recenseamento

geral

da população do

reino e ilhas adjacentes,

que

coniínuaria a

rea-lisar-se

por períodos decennaes,

em

annos

cujo

algarismo

das

unidades

fosse zero (*), e

um

Conselho Superior de

Estatística,

com

attribuições

consultivas (^).

Por

decreto

de

30

de

Junho

de

1898

transitaram os serviços

de

es-tatística

para

o Ministério

da Fazenda,

ficando a

cargo

da

Repartição

Central

da

Direcção Geral da

Estatística e

dos Próprios Nacionaes.

A

esta repartição

competia

(pelo art.» 7.°) o

recenseamento

geral

da

população do

reino e ilhas adjacentes, e

por

ela foi

organísado

o 4.°

re-censeamento

geral

da

população de

Portugal, cujo

apuramento

foi

publi-cado

pela

Direcção Geral

referida.

Este

recenseamento

foi

decretado

em

29 de

março

de

1900, tendo-se auctorisado

previamente

as

verbas

necessárias

para

as

operações

preli-minares, por

carta

de

lei

de

1

de

agosto

de

1899.

Como

o anterior, este

recenseamento

era referido á

população ou

indivíduos

que

pernoitassem

em

cada

casa

ou

local,

de

30

de

novembro

para

1

de

dezembro,

registando-se

também

os ausentes e os transeuntes.

Os apuramentos

d'este

recenseamento

foram impressos

na

Imprensa

Nacional,

com

o título

Censo

da População

do

Reino

de

Portugal,

no

i.o de

dezembro

de

1900,

em

três

volumes,

além

de

um

fascículo

con-tendo

os

Resultados

provisórios; este

ultimo

fascículo foi

publicado

em

1901, e o

primeiro dos

três

volumes

em

1905.

Segundo

o

que

se

achava

preceituado, devia realisar-se

em

1910

o

5.0

recenseamento

geral

da população de Portugal

continental e insular.

O

Art.» 18." do decreto n." i, da data citada, e art."^ 1.° e 12.» dodecreto n.° 5, da

mesma

data.

(2)

A

sua composição e attribuições constatn dos art,"" lltí,"çii29.°dodecreton."! citado,

(16)

10

tendo

chegado

a publicar-se o decreto

de

23

de

junho

do

dito

anno,

mandando

proceder

áquelle serviço,

na

data fixada (de

30

de

novembro

para

1

de

dezembro),

e

em

conformidade

com

as instrucções

que

do

mesmo

decreto faziam parte.

Pelo

facto

da implantação do

regimen

republicano, e

do

estado

re-volucionário

em

que

então se

achava

o paiz, aquelle

recenseamento não

poude

executar-se, e pela

reorganisação

que

soffreu o ^Ministério

das

Finanças

(*)

passaram

a ficar o

cargo

da

i.^ repartição

da

Direcção

Geral

da

Estatística, os serviços

de

estatística

demographica

e

indus-trial (2).

Por

esta repartição

começaram

a elaborar-se os trabalhos

prepara-tórios

para

o

recenseamento

geral,

que

foi

mandado

executar por

de-creto

de

17

de

junho

de

lO-ll,

em

conformidade

com

as instrucções

annexas ao

decreto, e que,

nas suas

linhas geraes,

eram

idênticas ás

que

se

vinham

repetindo desde

o decreto

de

19

de

dezembro

de

1889.

Os apuramentos

dos

resultados d'este

recenseamento

foram

publi-cados

na

Imprensa

Nacional,

com

otitulo:

Censo

da População

de

Por-tugal

no

i.o de

dezembro

de

1911,

em

6 volumes

até á

presente

data (i919),

tendo

sabido o

primeiro

a

lume

em

1913, e

dizendo

respeito o ultimo

exclusivamente

á

cidade

de

Lisboa.

Nos

cômputos mais

antigos, a

base das

apreciações

da população

era o

fogo

ou

visinho,

entendendo-se por

esta

designação

a casa

ou

iocal

habitado

por

uma

familia

; família,

no

sentido estatístico, é o

indi-víduo

ou

indivíduos,

casados ou

solteiros,

com

ou

sem

filhos,

com

ou

sem

creados,

habitando

no

mesmo

recinto,

em

intima

economia

domes-tica;

uma

pessoa vivendo

só,

em

local separado, constítue

um

fogo (^).

Muitas

vezes os fogos

eram

acompanhados

da

indicação

do

numero

de

pessoas,

ou de almas

;

mas

como

as listas

eram

fornecidas pelos

pa-rochos, ditYicil se

tornava

muitas

vezes

saber quaes

as

pessoas

que

elles

abrangiam na

sua

enumeração,

pois

umas

vezes

incluíam

só as

pessoas

de

communhão,

de

10

ou

12

annos

para cima,

outras vezes

também

as de confissão,

desde

os

menores

com

mais de

7

annos,

e

em

geral

ex-cluíam

estes

menores, assim

como

os estrangeiros, escravos, os residentes

nos conventos

e,

de

maneira

geral, todos aquelles

que

não estavam

in-cluídos

nos

seus roes dos confessados.

Com

.a

organisaçào dos

serviços estatísticos oíKciaes foi necessário

cear

mais nomenclatura, para abranger

maior

e

mais

exacto

numero

de

elementos

a colher

no

recenseamento.

Assim,

dístingue-se a

população

de

fado

oi\presente, á?L

j^opulação

de direito

ou

legal.

(') Decretos

com

força de leide lide janeiro e 11 de maio de 1911.

(^ As suas attribujçòes constam doart." 4."dodecretode 11 de maio de 1911.

(17)

11

População

de facto

ou

presente é o total das

pessoas

presentes

no

locai

do

recenseamento no

próprio

momento

em

que

elle se realisa.

População

dt direito

ou

legal é a

somma

da

população

de facto

com

os ausentes (pessoas

que

accidentalmente não estavam

no

seio

da

familia

no

momento

do recenseamento),

e

diminuindo

d'elia os

trans-euntes,

ou população

fluctuante (indivíduos

que

pernoitaram

accidental-mente

com

a familia

recenseada no

momento

do recenseamento).

Esta

segunda

população

é a

base de

direitos,

como

o direito eleito-ral,

ou

de

encargos,

como

a repartição

de

contribuições e o serviço

mi-litar, e se o

seu

conhecimento

pelos serviços estatiçticos

não

tem

tanta

importância

como

o

da população de

facto, serve todavia

para elucidação

de

algumas

apparentes obscuridades

que

se

notam

nos

números

d'esta

ultima

população

(*).

Esta

mesma

população

passou,

desde

o

censo de

1890, a ser

desi-gnada,

nos

nossos censos

officiaes,

por

população

domiciliada,

reser-vando-se a designação de

população

de diy^eito

ou

legal

para

a

que tem

o seu domicilio legal

no

logar

do

recenseamento

(^).

Os

nossos

recenseamentos

officiaes

tomam

por base

da

circumscri-pção

territorial a parochia. N'elles se

encontram, sob

o

ponto

'de vista

que

nos

interessa, os

números

de

fogos, e os

da

população

de facto; e

bem

assim

os

da população

chamada

legal,

nos censos de

1864

e 1878,

e de residência habitual,

nos censos de

1890, 1900, e 1911.

A

maneira

como

entre

nós

os

censos

officiaes

foram

organisados,

executados

e

apurados encontra-se nas obras

publicadas pelas repartições

que

teem. tido aseu

cargo

os serviçosestatísticos, e

como

sãoestas

actual-mente

de

fácil consulta,

para

ellas

remettemos

os leitores a

quem

o

as-sumpto

interesse.

Vamos

passar

em

revista,

como

estudo retrospectivo, e

por

ordem

chronologica, o

que

se

tem

escripto sobre a

população de

Lisboa,

enca-rada

porém

esta

apenas sob

o aspecto quantitativo

dos

fogos e

dos

indi-vidues,

de

que

conseguimos

obter

conhecimento,

desde

a

epocha

da

sua

conquista aos

mouros

por

D. Affonso

Henriques

em

1147, até ao

ultimo

censo

official (1911),

indicando

as fontes

das informações,

e

men-cionando

quaesquer circumstancias

interessantes

que

aos vários

censos

digam

respeito.

Não

entraremos nas considerações

demographicas

rela-tivas

ao

movimento

da população

: nupcialidade, natalidade, mortalidade,

emigração,

nem

n'outras,

para

as

quaes

faltam

por

completo

os

dados

referentes aos

tempos

mais

antigos, e que,

por

outro lado, se

podem

es-('i Censo no 1° de janeiro de 1864, introducção, pag. XIII.

Censo no í."de ja-neiro de iSIS, considerações geraes, pag. XVIII.

(^) Censo da População do Reino de Portugalno 1." de dezembro de 1890,vol. 1,

(18)

•12

tudar, para os

tempos

mais

recentes,

nos

trabalhos officiaes

publicados

pelas repartições

que

teem

tido esses serviços

a seu

cargo.

Da

epocha

do

domínio

romano,

dos

godos,

muçulmanos,

e

dos

outros

povos

anteriores á

conquista por D. AíTonso Henriques,

não

fica-ram

memorias

nem

quaesquer elementos

pelos

quaes

sepossa fazer

uma

idéa

da população de

Lisboa.

ITog-os

e

pop-u-laçã-O

d.e

I^islDoa

SÉCULO

XII

1147.

O

documento

mais

antigo

em

que

se faz referencia á

popu-lação

de

Lisboa

é a carta

do cruzado Osberno,

(jue

tomou

parte,

em

1147,

na

conquista

da cidade

aos

mouros.

Diz elle,

descrevendo

a cidade:

A' nossa

chegada

compunlia-se a cidade

de

60 000

familiares

(ou

servos

da

gleba?)

que

pagavam

contribuição,

contando

com

os arredores,

ex-cepto os livres,

que não estavam

sujeitos

a

imposto

algum

(*).

E

mais

adiante :

(A

cidade) é

mais populosa

do

que

se

imagina,

pois

como

soubemos,

depois de

tomada,

do

cdcaide

ou

chefe d'elles, teve i

54000

homens,,

com

excepção das mulheres

e creanças,

entrando

n'esta

conta

os

cidadãos

do

castello de

Scalabis

{Santarém],

os quaes,

expulsos

neste

anno

do

seu castello,

estavam

ali,

(em

Lisboa)

como

hospedes

(^).

Estas

apreciações

são bastante

exaggeradas,

pois

tinham

por

fim realçar o valor

do

facto

que

o guerreiro

Osberno

narrava.

Alexandre

Herculano,

não

sabemos

com

que

fundamento,

calcula

em

15

000

pessoas

a

população

da

villa

de Lisboa nos

fins

do

século

Xn

(2), o

que

tem

sido

seguido por

outros escriptores.

SÉCULO XV

1421—

Segundo

uma

apreciação

feita

por

J. .T. Soai*es

de

Barros,

baseada

n'uma

resenha

geral dos

povos

de

Portugal,

feita

em

1417,

(aliás

1421)

por

commissão

que

El-Rey

D.

João

I

deu a

Vasco

Fer-nandes

de

Távora

e

a

xirmão

Baurim

(aliás

Botim) para

irem pelo

Reino

ver,

apurar

e escolher as besteiros

do

conto, (*) arbitrando 1

bés-(1)' Constitit vero sub noslroadvenhi civitatis

LX

milia faniiliarium

aurum

red-defitium, siimrnatis circumquaque subiirbiis, exreptis liberis nulliusgravedini subja-cenUbtis

Portugalisp

Monvmenta

Histórica

Scriplores, vol. I, pag. 396,col.'1.^.

(2) Populosa supraquodexistimari nequit.

Nam

sicutposhnoduniurbe capta ab

eorum

alcaie,id est príncipe, didicimus, habuithaeccivitas CLIIII«fmilia

hominum,

exceptis parvtilis etmulieribus, annumeralis castri Scalaphiicivibus, quiin hocanno

acastro suoexpulsi, noviJtospites qui (?)morabantur.

Loc cit.,pag. 396, col.^1.*.

(^)

O

Panorama, vol. 2.", 2." serie, 1843, pag. 402.

(*) ííemoríos económicas da Academia Real dasScicm^ias deLisboa, tomoI^ 1789,

(19)

-

13

teiro arrolado

por cada

213

habitantes, tinha Lisboa,

no

tempo

de

D.

João

I,

63 750

pessoas.

SÉCULO

XVI

1527.

Depois

d'esta apreciação, só

no segundo

quartel

do

século

XVI

se

depara

novamente

noticia

da

população

de

Lisboa.

Quando

D.

João

III

mandou

proceder

ao

recenseamento

geral

do

reino,

em

1527, o

censo

de

Lisboa

foi feito á parte,

por

Henrique

da

Motta, escrivão

da

camará

real, e

constava

de

um

livro

que

se

perdeu.

Apenas

se sabe, pelo

resumo

inserto

no

livro

do

recenseamento

da

Extremadura,

que

tinha a cidade

de Lisboa

eseus arrabaldes

13010

visinhos, e o

Termo

todo

4

024

(*).

Arbitrando

4

pessoas

a

cada

fogo

poderá

fazer-se

uma

idéa

da

po-pulação de

Lisboa.

O

padre João

Baptista

de

Castro

parece

ter tido

conhecimento

d'este

trabalho estatístico,

ou d'uma

copia

do

mesmo;

os

números

que

elle

men-ciona

não

condizem

com

os referidos

acima.

São

os seguintes (-) :

Fogos

na cidade

e arrabaldes

14.014

No

termo

4.034

Asssim

especificados

:

Viavas

4

305

Clérigos

moradores

720

Bairro

dos

Escolares

de

Alfama

1

734

Alcáçova

com

a

cerca

velha 1

127

Povoação

dos

muros

a dentro, e

Ribeira

...

8 025

Arrabaldes, Cataquefarás

até

Alcântara

....

554

Villa

Nova

de

Andrade

408

Santo

Antão

com

hortas

200

Mouraria,

e

povoação de

S.

Lazaro

745

Porta

da

Ci'uz e

Enxobregas

80

Quintas

nos

limites

de Santa

Justa,

Martyres

e

Santo Estevão

150

18Õ48

Sobreas cauzas dadiffe^-entepopulação de Portugal,

em

diversos temfjosdaMonarquia.

—Sobre

as rectificações da data, e do .apellido do escrivão da anadaria, vejam-se as

Ordenaçoens do Senhar Rey D. Affonso V, e as Provas da Historia Genealógica,já

ci-tadas.

(i)Recenseamentode

1537, no ArchivoHistórico Portuguez, yol. VI,annode1908, pag.241

.

(20)

14

Parece,

n'esta

descriminação,

que

as parcellas ora se

referem

a

in-dividuos, ora a visinhos

ou

familiat;.

1535.— N'uma

iista

dos

logares

que

vem

aas

Cortes, e os

Vezinhos

que

tem, referida

ao

anno

de

1535, attribue-se a

Lisboa:

villa

13010,

e

Termo

4024

visinhos (*).

Reconhece-se

que

foram

buscar,

para

esla lista, os

números

do

censo

poucos annos

antes

acabado

de, fazer.

1551.

No

melado

do

mesmo

século

XVT

apparecem

dois trabalhos

estatísticos

sobre

JJsboa.

Um

d'elles,

que

é

uma

das

estatisticas

mais

detalhadas,

bem

que

inexactas,

sobre

Lisboa,

que

se

conhecem

até aos

meiados do

século

XIX,

foi

elaborado

em

1551,

por

Christovão

Rodrigues de

Oliveira,

guarda-roupa do Arcebispo de

f.isboa, D.

Fernando

de Vasconcellos

e

Menezes,

e tão satisfatória foi

considerada

a

maneira

como

aquelle

guarda-roupa

se

desempenhou

da

commissão, que

alguns

annos

depois

foram

os

seus

apontamentos

impressos

sob

o titulo

Summario

è

que

brevemente

se

contem

algvas

covsas (assi ecclesiasticas corno secvlares)

qve

ha

na

ci-dade

de Lisboa.

Não

tem

data

da impressão,

que

comtudo

se

deve

fixar

no anno

de

1554 ou 1555

(-).

Conforme

o próprio

auctor

o declara, os

elementos

que

serviram

para

a estatística das freguezias

foram

fornecidos pelos respectivos

pa-rochos.

Eis os resultados

do censo da população,

extrahidos

da

1.^ edição

da

referida obra,

que

n'algumas verbas

e

números

não

condiz

com

a

edição

de

1755.

(') Menioriafi para a Historia e Theoria das Cortes Geraes que

em

Portugalsp celebrarão pelos três Estados do Reino,1827, parte 1.% pag. rlOO, pelo 2."Visconde do Santarém, citando o documento do Arcliivo Real da Torre do

Tombo,

cartas missivas, armário26, maço3, documento2(actuadamente deslocado).

(2) Informação do douto investigador sr.

Gomes

de Brito.

Esta obra foi

(21)

FREGUEZIAS Casas Visinhos Almas

1 2

Santa Justa (dentro dos muros e arrabaldes junto dos muros) 350 1994 1308 654 676 1209 •1158 125 277 295 553 273 103 88 52 128 53 28 48 74 160 79 258 70 718 3400 2101 1957 1440 2552 1748 278 340 51f) 954 389 111 200 75 149 59 42 77 91 237 144 353 100 6187 16557 10775 13680 9671 3 í S. Nicolau S. Giaiii 5 Madanela

6 N. Senhora dos IMartyres (dentro dos muros earrabaldes

junto dos muros) 12435

7 N. Senhora do Loreto 8679 8 9 10 S. loam da Praça S. Pedro S. Jliguel 1557 1539 2859 11 SantoEstevam 1314 19 1711 13 SantaMarinha 488 14 Salvador 782 1r. Santo André 336 1P> 887 17 S. Thiago 861 18 19 S. Iorg"e 172 .507 í>() 596 22 98 Santa Cruz , S Christovam 1176 1010 1687 24 S. Lourenço Clérigosextravagantes

....

526 10013 18030 95992 240

Cónegoso benificiados da St*eegrejasparochiaeá

....

Frades . .

237 623

Servidoresdos mosteiros

....

602 437 98131

Reconhece-se

que

tanto

algumas

verbas

parcellares,

como

os totaes,

estão

nanifestamente

inexactos, pois estes últimos

dão

uma

média

de

5,5

pessoas

em

cada

fogo, o

que

não

é vei^osimil.

A

proporção ainda

é maior,

sem

causa

que

a justifique,

para

as freguezias

da

Sé, S. Julião,

Magda-lena, S.

João

de

Pi^aça, S.

Thomé,

S.

Thiago,

S. Jorge, S.

Bartholomeu

e S.

Mamede.

A

de

S.

Thiago

enconti^aria explicação se a cadeia

do

Limoeiro pertencesse

áquella freguezia,

mas

estava

no

districlo

da

fre-guezia

de

S.

Martinho,

que

todavia o

Stimmario

apresenta

com

a

popu-lação

normal

(1 fogo

para

4

pessoas).

Rebello

da

Silva,

que

teve

em

muito apreço

estetrabalho estatístico,

faz varias

considerações sobre

elle,

sendo

sua opinião

que

o

numero

das

famiUas

catholicas domiciliadas

na

capital

deve approximar-se da

ver-dade, poi^ém

não deve

merecer

egual conceito o

dos

moradores,

porque

não

menciona

os

que

viviam

e

andavam

na

corte,

nem

muita

outi-agente de fora (*).

(1)

Memoria

sobre a População e aAyricullura cie Portugal, etc, parte I, 1868,

(22)

-

16

-1552.

Do

anno

seguinte

ha

uma

outra estatística,

que

constitue o

manusciipto da

Hibliotheca

Nacional de

Lisboa, R-11-10,

conhecido por

Estatística de

Lisboa

em

t55''J.

O

resumo,

mui

deficiente,

da população de

Lisboa,

apresentado

pelo

anonymo

auctor, é o seguinte(*):

I

íomens

com

officio

39

000

Mulheres

com

officio

11

500

(3rphãos

3 000

Meninos

em

escolas

4

000

^Mulheres solteiras

5

000

Somma

62

500

Este

resumo, além

de

não

elucidar

sobre

a totalidade

da

população

de

Lisboa,

não

corresponde

ao

desenvolvimento das

rubricas

que

ser-viram para

o

seu

calculo.

O

sr.

Gomes

de

Brito,

que

sobre

o

manuscripto

em

questão

fez

um

estudo

commentado

que

brevemente

deve

ser

publicado

no

ArcMvú

Histórico

Portuguez,

corrige

da

seguinte

forma

os

números

do

resumo,

com

os

elementos

colhidos

no

texto

da obra

:

Homens com

officio

25 535

Mulheres

com

otficio

19

668

Frades,

clérigos, benificiados e

cónegos

extravagantes

1

800

Arcabuzeiros

e espingardeiros 1 00(J

Mendigos

1

000

Orphãos

3

000

Creanças de

escola

4

000

Mulheres

solteiras

5

000

Total ~.

ÕTÕÕã

Vè-se

que

ha

uma

differença

de cerca de

J

500

pessoas

a

menos

do

que no

calculo

do auctor

da

Estatística (-).

1554.

Em

1554,

Damião

de

Góes

attribue á

cidade

de Lisboa para

cima

de

20000

casas(^).

(')Estatísticade Lisboa, fl. lõl v. do manuscripto.

(^) Kebello da Silva, na sua

Memoria

sobre aPopulaçãoe a Af/ricullura de Por-tttgal, pag. 62, cora a pretençSo de corrigir os números da Estatística, aggrava ainda os erros d'esta,

com

ainscripçào de rubricas enúmeros escolhidos cora pouco critério

ou incorrectos; não se chega a perceberqual o

numero

queelle arbitra para a totali-dade.

O)I)omorum siquidem amplius tjuam viginti 7nillia inesse constat.

Olissiponis Descriptio, ediçãoda TypographiaAcademico-Regia de Coimbra, 1791, pag.29.

(23)

-

17

1561.

No

anno

de

1561,

Gaspar

Barreiros,

cónego da Sé de Évora,

diz que,

no

seu tempo,

era

julgada

commummente

Lisboa por

uma

povoa-ção de

30000

visinhos,

sendo

que

elle a

computava

por

17000

(').

E'

com

effeito tão arbitrário

um

como

outro

numero,

como

notável

a

difíerença entre

ambos.

1600.

No

anno

de

1600,

João

Botero

Benese,

abbade

de

S. Miguel,

nas

suas noticiosas

Relações

Universaes,

achou

ter

Lisboa

20000

casas,

e

povo

infinito (^).

SÉCULO

XVII

1608.

No

anno

de

1608,

Luiz

Mendes

de Vasconcellos

diz

que no

seu

juizo era

incomprehensivel

o

numero

de gente

que

então havia

em

Lisboa

e

seu

Termo

; pois só

em

um

bairro d'el)a

chamado

a

Lapa,

havia

5000

casas (3).

Como

este auctor,

ficamos

ignorando

o

numero

de

habitantes

que

tinha

Lisboa

nos

princípios

do

século

XVIL

1620.

No

anno de

1620, Fr.

Nicolau

de

Oliveira fez

um

computo

-da

população

de

Lisboa,

por

freguezias.

Não

incluiu «as

pessoas

com

menos

de

sete

annos,

os estrangeiros, os escravos, os

portuguezes

hos-pedes, os

que

vêem

a

negócios

á Corte, e os

mercantes

das conquistas

que

aqui

vêem

tomar

a

carga

de

seus navios» (*).

Eis o resultado

do seu

apuramento

:

FREGUEZIAS VisinLos Pessoas

1 Sée Freguezias da cidade 7i8 77 45 90 450 437 216 80 -125 460 790 250 980 690 350 6187 9, São Ioi'ge 570 s Sào Martinho 180 4 Sanctiag"o 350

1300

9(X)0 5

6

Sào Bartholameu .". Sancta Cruz 7 Sào

Thomé

900 360 8 SanctoAndré 9 ^0 Sancta Marinha Sào Vicente 580 1810

M

Sancta Engracia . Saluador 3040 -19 790 ^S Sancto Esteuão 5340 AA Sào Miguel 2850

A^S SãoPedro 1535

A

transportar 5758 27792

(^)Citação no

Mappa

de Portugal, por João Baptista de Castro, tomoill, edição

4e

1758, pag.86.

(2)Idem, pag. 86.

(í)Idem, pag. 86.

Na

edição de 1803, Do Sitio de Lisboa, pag. 187.

(24)

-

18

FREGUEZIAS Visinhos Pessoae

5758 27792 415

1530

220

1120

450 1680 320

1550

2700 7780 1950 6800 1850 10 930 080 415íi)

1120

39fJ0

1120

453fJ 530

1790

860 3230 940 3870 450 600 720

2130

900 2 500

1960

6430 2020 9 350 680 2700

1170

5000 :300 24 1375 18 1832 4 152 4 185 26 863 113 -ma 950

5160

136 40ÍJ 300 800 280

2130

450 19fX> 2116 10 390 150^ 400-75 300 380

1500

2 144 607 2344 29 586 126GOO 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 Transporte São loào da Praça

Sào

Mamede

São Christouão Sào Lourenço Sancta lusta Sào Nicoláo São luliào

A

Concepção

A

Magdalena Os Martyres A Trindade(a)

Sào Sebastião daMouraria(b) Os Anjos

São Sebastião da Pedreira Sào losepli Sancta

Anna

O

Loreto (cl Sancta Catherina São Paulo Sánctos-o-velho

Clérigos que vivem nasfreguezias de Lisboa Mosteiros de frades

Mosteirosde freiras

Recolhimentos, semináriose outras instituições para

homens

Idem, para raparigas e mulheres.

Sommas

Fregueziasdo Termo, peloauctor incluídas nacidade

Nossa Senhora dosOlivaes

Os Reys d'Alualade Carnide

Bemfica

Nossa Senhorad'Ajuda

Sommas

FregueziasdoTermo deLisboaque luzem actualmente parteda cidade (1910) Charneca Ameixoeira Lumiar Mosteiros de frades '.

Sommas

Totaes

O] Actualfregueziado Sacramento.

tO) Actual frexueziade N.S.'doboccoiro.

\c) Actual fregueziada Encornação.

Frei

Nicolau

de

Oliveira,

no

seu

empenho

de engrandecer

Lisboa^

incluiu n'ella as freguezias

dos

arredores,

desde

os Olivaes até á

Ajudav

ficando

afastada

huma

(das citadas)

freguezia

da

outra

duas

léguas.

As

õ

freguezias indicadas pelos n.»»

36

a 40,

pertenciam

porém

ao-Termo

de

Lisboa, e a

cidade propriamente

tinha

35

freguezias,

sendo

(25)

19

mais

a freguezia

de

Santos-o-Velho,

e

não

40,

como

elle diz

no

Capi-tulo

11(0.'

Os números

d'esta estatística

não

são

dignos

de

confiança; basta

notar a

proporção dos

números

de

fogos

para

o

dos

habitantes das

fre-guezias

da

e

de

S.

Vicente

{^).

No

mesmo

anno

de

1620, D.

Francisco

de

Herrera

e

Maldonado

diz que,

por

computo

certíssimo (!) se

achavam

na povoação de Lisboa

115000

fogos (').

E'

para

notar

que

dois escriptores, referindo-se

ao

mesmo

anno,

arbitrassem

a Lisboa,

um

cerca

de

29000

fogos, e outro

115

000.

1623.

No

anno

de

1623, Gil

Gonçalvez de

Ávila,

no

Theatro

das

Grandezas

de

Madrid,

affirmou

que

nunca

se

poude

ajustar o

numero

dos

habitantes

de

Lisboa

;

porém

que

os

mais

curiosos lhe

numeravam

500000

(!)

pessoas

(*).

Este

escriptor

não

fazia idéa

do

que

eram

500000

habitantes, e

de

certo

seguiu

a opinião

de

D.

Francisco

de Herrera,

dando

ao

seu

numero

de

fogos

uma

forte

população

; entre

4

e

5 por

fogo (^).

1624.

No

anno

de

1624,

Manoel Severim

de

Faria,

chantre

e

có-nego

da

Sé de Évora, nos Vários Discursos

Políticos, diz

que

o

numero

da

gente

em

Lisboa

era tão

grande

que

se tinha

no

seu

tempo

pelo

maior povo

da

Europa

(*).

1642

No

anno

de

1642,

D.

Rodrigo

da

Cunha

computava que

continha, o

que

chamão

Cidade,

perto de cincoenta

mil

visinhos (^).

No mesmo

anno

de

1642, o capitão

Luiz

Marinho

de Azevedo,

des-crevendo

Lisboa, diz:

Ha

n'esta

grande

povoação

28

200

visinhos; o

numero

da

gente, diz

Duarte

Nunes

de

Leão

cjue

nunca

se

pôde

ajustar

;

os

mais

curiosos lhe

dão

800 000

pessoas

;. . . (*).

(4Gonfrontem-se: o uivará de 25 de dezembro de 1608, e alei de 20 de agosto

de 1654.

Collecção ClironologicadaLegislaçãoPorlugueza,porJosé JustinodeAndrade

e Silva, annos de 1603-1612, pag. 2-51, e annos de 1648-1656, pag. 324.

('^} V. Lisboa do Passado; Lisboa de Nossos Dias (1911), por

Gomes

de Brito,

pag. 112.

(3) Citação no

Mappa

de Portugal, por Joào Baptista de Castro, tomoIII, ediçào de1763, pag. 86.

(*) Citação no

Mappa

de Portugal, pag. 86.

{=>)Ensaiosobre a TopographiaMedica de Lisboa, por Francisco Ignacio dos

San-tos Cruz, tomo 2.°,1843, pag. 554.

(6) Edição de1791, pag. 30.

C; HistoriaEcclesiastica da Igreja de Lisboa, 1642, 1.»volume, fí. 8 v.

(») Fundação, Antiguidades e Grandezas da

mmj

insigne Cidade deLisboa, etc, edição de 17.53, pag. 119.

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